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Aula 1 - História da cafeicultura 2020

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Aula 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descoberta do café e sua 
distribuição no mundo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Dsc. Roseli dos Reis Goulart 
 
 
 
 
Meta: 
 
 Apresentar a histórica da cafeicultura desde a sua origem até a atualidade, 
considerando sua distribuição e sua influência no desenvolvimento do Brasil. 
 
 
Objetivos: 
 
 
Ao final da disciplina o aluno deverá ser capaz de: 
 
1- Descrever como o café foi descoberto e sua trajetória até chegar ao Brasil. 
 
2- Identificar os pontos negativos e positivos da chegada do café no Brasil. 
 
3- Argumentar sobre a crise financeira ocorrida na cafeicultura no passado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução à cafeicultura 
 
Caro aluno é um prazer iniciar esse módulo de Introdução à cafeicultura. 
Será uma longa “viagem”, mas um tanto prazerosa, pois partiremos desde a 
descoberta do café até os dias atuais, enfatizando sua importância e utilização. 
Espero que seja bastante proveitoso para você e que a nossa troca de 
experiência possa fazer dessa disciplina uma experiência agradável. 
O café, planta da família das Rubiáceas, é uma das culturas mais 
importantes para o nosso país e para o mundo, possui nome cuja origem não é 
bem definida. Rotineiramente, a palavra CAFÉ é utilizada em nosso meio, tanto 
para denominar a bebida em si, como a planta ou o fruto (grão) propriamente 
dito. Mas vale ressaltar que o correto é se referir a CAFEEIRO quando se 
deseja falar da planta. 
 
 
 
 
 Dulce Rodrigues 
 
 
 
Planta da família Rubiaceae 
Qual a origem da palavra café? 
 
 
 
A palavra CAFÉ pode ter sido originada da palavra Kaffa, como era 
chamado na Abissínia, atual Etiópia, ou Karah (ou Garah), considerada pelos 
Árabes como se fosse um vinho, ou então da palavra kahwah (ou cahue), 
simbolizando força. A palavra café pode ainda ter originado de koveh ou 
kaveh, também considerado como vinho para os turcos. Independente de qual 
seja a origem do nome café, o importante é que o café se espalhou por todo o 
mundo e hoje é uma das principais bebidas consumidas por todos. 
 
 
 
 
 
Conhecendo a origem do café 
 
Quando o café foi descoberto, diversas lendas foram contadas, a mais 
comentada diz que nos anos 800, um pastor, chamado Kaldi, cuidava de suas 
cabras nas regiões montanhosas da Abissínia (atual Etiópia) quando de 
repente observou que suas cabras estavam alegres e saltitantes após terem 
se alimentado de folhas e frutos de um determinado arbusto, na verdade era 
uma planta de café. As cabras eram capazes de caminhar quilômetros em 
locais de subida sem demonstrar cansaço. 
 “Abissínia: Região montanhosa da África, atualmente chamada de 
Etiópia, considerada como o centro de origem do café.” 
 
 
 
Fonte: https://www.ourodekaffa.com.br/lenda-de-kaldi 
 
 
Imagine você a empolgação destas cabras após comerem frutos de café. 
 
 
 
 www.sxc.hu 
 
 
O que levou as cabras a mudarem de comportamento? 
Você tem idéia? 
 
https://www.ourodekaffa.com.br/lenda-de-kaldi
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=182714
Não sei o que passou pela sua cabeça, mas acredito que você deva ter 
pensado no efeito estimulante da cafeína presente no café. Na verdade está 
relacionado com a cafeína mesmo. 
Para saber mais sobre e o efeito da cafeína no nosso corpo, leia o 
material complementar anexado. 
Voltando a história do pastor, ele ficou curioso diante do comportamento 
das cabras e resolveu também experimentar frutos de café, percebendo mais 
tarde que a sua disposição para o trabalho aumentou bastante. A partir daí 
começou a mascar frutos de café todos os dias, principalmente para resistir ao 
sono durante as noites de oração. 
 
 
 www.colegiosaofrancisco.com.br 
 
Passado esse episódio, esse arbusto passou a ser explorado dia a dia, 
nas mais diferentes regiões, em algumas delas com ótima aceitação em outras 
nem tanto. 
O conhecimento do efeito do fruto de café se espalhou pelo norte da 
África até chegar ao mundo árabe. 
 
 
 
 
 
Fonte: Google maps 
 
Na verdade, os árabes foram os primeiros povos a fazerem uso do café, 
por volta do ano de 1440. No início, eles utilizavam os frutos na forma de pasta, 
com a intenção de ficarem mais fortes e dispertar o sono nos momentos de 
oração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nessa mesma época, a religião muçulmana proibia bebidas alcoólicas, 
fato esse que ajudou bastante a aumentar o consumo do café. 
 
 
Curiosidade 
Apesar do café não ser originário da Arábia, porque uma 
das principais espécies de café cultivada nos dias atuais 
é chamada de Coffea arabica? 
Porque, além dos Árabes terem sido os primeiros povos 
a cultivarem e a consumirem o café, eles consideravam a 
bebida como “o vinho das arábias” 
O famoso efeito dos frutos de café foi se disseminando até que chegou 
aos mosteiros, onde os monges o tomavam como chá, através da infusão das 
folhas e frutos de café. 
 
 
 
 Fonte: ABIC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Certo dia, um fato interessante aconteceu, um monge pegou um ramo 
de café, composto por folhas e frutos, colocou próximo ao fogo com a intenção 
 
 
Você pode estar pensando, jeito esquisito 
de tomar café: Mascar frutos, tomar 
infusão de folhas e frutos. 
Mas afinal, quando o café passou a 
ser consumido na forma que tomamos 
hoje ou algo parecido? 
 Prossiga a leitura do texto 
 
 
de secá-los para que depois pudesse armazená-lo nos períodos de chuva, 
porém, o monge se distraiu até que, de repente, sentiu um cheiro bastante 
agradável que exalava dos grãos torrados pelo fogo. Os monges, curiosos com 
o ocorrido, retiraram esses grãos torrados, trituraram até que se formasse um 
pó, depois o utilizaram para o preparo da bebida. Foi a partir desse fato que 
surgiu essa forma de tomar café, como ocorre até os dias de hoje. 
Rapidamente a bebida foi difundida no mundo árabe, passando a fazer 
parte do dia-a-dia das pessoas. 
 
 Fonte: ABIC 
 
Primeiros cultivos de café 
 
Os primeiros cultivos de café comercial se iniciaram nos séculos XIV e 
XV na região do Iêmem, país árabe, onde o fruto era consumido in natura. Lá 
os doutores da época receitavam o café para combater problemas de digestão, 
alegrar o espírito e ainda afastar o sono. 
 No século XVI o café já havia atingido a região de Estambul, maior 
cidade da Turquia. Depois o café chegou ao Cairo, capital do Egito, tornando-
se o maior mercado de distribuição do produto. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google maps 
 
 
 
 
 
 Fonte: ABIC 
 
 
 
 
Ambição dos árabes 
 
 
 
 
 
 
Até o século XVII, só os árabes produziam café, povos Alemães, 
Italianos e Franceses procuravam a qualquer custo uma forma de cultivar café 
em suas colônias. 
 
 
 
 
 
 Até o século XVII somente os árabes produziam café. Alemães, 
Franceses e Italianos buscavam desesperadamente uma forma de desenvolver 
o plantio em suas colônias. 
Mas foram os Holandeses os primeiros a conseguirem as primeiras 
mudas de café, os quais passaram a cultivá-la nas estufas do jardim botânico 
de Amsterdã. 
 
 
 
 
 
Os árabes queriam manter o monopólio da 
produção de café somente no seu poder. Na 
época, o café era um produto guardado a sete 
chaves. 
Sabe o que eles faziam para impedir que 
outras regiões viessem a produzir o grão? 
 
Ferviam os frutos antes de exportá-los para 
que os grãos não germinassem em outras 
terras. Isso demonstra o quanto era grande a 
ambição das pessoas pelo café. 
 
Este fato fez com que a bebida se tornasse uma das mais consumidas 
pelos europeus. 
 A partir dessas plantas iniciaram-se experimentos em Java,o que 
encorajou outros países a fazerem o mesmo. 
Enquanto na Europa, muitos se maravilhavam com o efeito decorativo 
da planta de café, os holandeses aumentavam suas áreas de plantio em 
Sumatra. 
 
 
Já pensou em presentear alguém com uma muda de café? 
 
 
 
 
 
 
Quem não gostaria de ter essas maravilhas no jardim de 
casa? 
 
Ou quem sabe decorar a 
cozinha da sua casa com 
uma planta de café? 
 
 
www.revistacafeicultura.com.br 
 
 
 www.panoramio.com 
 
 
Os franceses, por sua vez, ao receberem mudas de café como presente, 
utilizavam-nas para fazer testes nas Ilhas Sandwich e Bourbon. 
A experiência dos Holandeses e Franceses fizeram com que o cultivo de 
café se espalhasse para outras colônias européias, e de lá para países 
africanos. 
 
www.iac.sp.gov.br 
http://www.revistacafeicultura.com.br/
http://www.panoramio.com/photos/original/6250589.jpg
 
 
 
Apesar do grande destaque do café na Europa, no início a bebida sofreu 
certa recusa. 
A princípio o café era usado como remédio para vários males, mas 
conforme o café começou a ser consumido como bebida, muitos mitos foram 
criados devido aos efeitos que provocava nas pessoas. 
 Na Inglaterra as mulheres julgavam que o café deixava seus maridos 
inférteis e inúteis. Esse preconceito tomou tal dimensão que elas lançaram na 
Europa um panfleto dizendo mal sobre o café, taxando a bebida como: 
 
“Água suja, nauseante, amarga e escura”. 
 
A repulsa pela bebida foi tão grande que chegou ao ponto do consumo 
do café ser proibido pelos cristãos. 
Na Itália, os cristãos fanáticos consideravam a bebida como uma 
invenção de satanás e queriam que o Papa Clemente VIII a condenasse. 
 
Já ouviu aquele ditado popular “o feitiço virou contra o feiticeiro” 
 
Foi exatamente o que aconteceu, pois o Papa ao degustar a bebida 
declarou: 
 
Mas espera aí, o café 
foi sempre aceito com 
esta facilidade toda? 
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1152762
“Esta bebida é tão deliciosa que seria um pecado 
deixá-la somente para os infiéis”. 
 
 E se não bastasse isso, o papa abençoou a bebida e disse: 
 
“Vençamos satanás, dando-lhe nossa bênção e 
tornando-a verdadeiramente cristã” 
 
 Depois dessa bênção, o café se proliferou por Gênova e Veneza e no 
final do século XVII já se encontrava por todo o país. 
Embora o café tenha sofrido certa rejeição por parte de algumas 
pessoas, hoje é uma das bebidas mais consumidas no mundo e tornou-se uma 
bebida universal de ricos e pobres, sem distinção de raça, religião ou cultura. 
 
 
 
 
Você imaginava que uma bebida tão agradável e amplamente 
consumida tivesse passado por tantos entraves no passado? Acredito que 
não. 
 
Vejamos como foi a chegada do café no Brasil 
 
 
 
 
Fonte: Jornal do café 
Chegada do café no Brasil 
 
 Fonte: http://fotosfatoseafins.blogspot.com/2008_08_01_archive.html 
 
 
 
 Para pensar..... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto tempo o café levou para chegar às terras brasileiras? 
Já parou para pensar ??? 
 
Somente cerca de nove séculos após a sua descoberta o café 
chegou às terras brasileiras, no ano de 1727. 
 
Você viu que após a 
descoberta do café na Etiópia, o 
grão se espalhou rapidamente 
para outros países. 
 Mas agora eu 
te pergunto: 
 
http://fotosfatoseafins.blogspot.com/2008_08_01_archive.html
O café chegou ao Suriname através dos holandeses, depois em São 
Domingos, Cuba, Porto Rico e nas Guianas. E foi a partir das Guianas que o 
café foi introduzido no Brasil. 
 
 
 Fonte: Google maps 
 
 
Como o café chegou ao Brasil? 
 
 A rota do café no Brasil iniciou-se no estado do Pará, quando o 
sargento- mor Francisco de Melo Palheta foi ao país da Guiana Francesa, com 
o pretexto de resolver assuntos relacionados à fronteira e trouxe uma muda de 
café. 
 
 
 
Teixeira, 2008. 
 
Pensa que foi fácil? 
 
Essa foi uma tarefa bastante difícil, uma vez que, lá eles não permitiam o 
acesso de estrangeiros nos locais onde as mudas ficavam. 
 
Ora, mas como Palheta conseguiu pegar as mudas 
de café então? 
 
Pois é, o sargento foi esperto, aproximou-se da esposa do governador 
de Caiena, capital da Guiana Francesa, conquistando sua confiança. E ela o 
presenteou com uma pequena porção de sementes de café arábica, a qual foi 
trazida clandestinamente ao Brasil escondida em suas bagagens. 
 
 
 
O café plantado inicialmente em Belém do Pará adaptou-se ao solo 
desta região, mesmo o clima não sendo tão favorável a cultura. 
Em 1731, o café já era plantado em extensas áreas próximas a capital. 
No ano seguinte, cria-se em Nova Iork, a Bolsa de valores de café, a partir 
disso o café passa a ser comercializado como COMMODITY. 
 
O que é uma commodity? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O termo commodity provém da língua inglesa, e quer dizer mercadoria. 
Se refere a produtos de base, como matéria prima bruta ou produto com 
pequeno grau de industrialização produzido em grandes quantidades ”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rota do café no Brasil 
 
 
 http://www.acbb.com.br/img/historia-cafe-2.jpg 
 
 
O café, após sua chegada no norte do Brasil, partiu para o nordeste, 
passando pelo Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia, até chegar ao Rio de 
Janeiro, em 1773. 
No final do século XVIII, o Brasil aumentou significativamente a 
produção de café. Um ponto que contribuiu positivamente para a expansão da 
cafeicultura do Brasil foi a crise que ocorreu no Haiti, principal país exportador 
mundial de café naquela época. 
No primeiro embarque, em 1779, foram exportadas 79 arrobas. Já em 
1806, houve um aumento significativo nas exportações, atingindo 80 mil 
arrobas. 
No começo as grandes plantações de café se firmaram no Rio de 
Janeiro, onde as matas da Tijuca deram lugar aos cafezais, depois o café 
seguiu para Angra dos Reis, Parati, até que chegou a São Paulo por Ubatuba. 
Em muito pouco tempo o vale do Paraíba se transformou na grande 
região produtora de café do Brasil, uma vez que, essa região oferecia altitude e 
clima excelente para o seu cultivo. 
 
 
 
Quando o café atingiu a província de São Paulo e a região fronteira de 
Minas Gerais, o Porto do Rio de Janeiro era o centro financeiro que escoava a 
produção de café. 
Nestas regiões o café era cultivado em locais muito declivosos e sem o 
mínimo cuidado com a conservação do solo, o que levou a um intenso 
processo erosivo. Com as terras esgotadas, a cultura do cafeeiro migrou para o 
oeste de São Paulo, centralizando-se na região de campinas, se estendendo 
até Ribeirão Preto. 
A região de Campinas tornou-se o grande pólo de produção de café. As 
plantações cobriam extensas áreas a perder de vista, era como se fosse um 
“mar de café”. Nessa região o esgotamento do solo era menor, pois a região 
era plana. 
Para favorecer o escoamento da produção, uma boa rede de estradas 
rodoviárias e ferroviárias foi construída. A partir deste novo pólo, toda a 
produção do oeste paulista era levada para São Paulo e depois exportada 
através do porto de Santos. 
 
 
 
 Revista cafeicultura 
 
 
O café do Brasil foi ganhando tanto destaque no mercado internacional, 
que em 1830 tornou-se o principal produto de exportação, superando o algodão 
e o açúcar. 
Os primeiros cafezais plantados no Brasil eram descendentes de uma 
única espécie, “Coffea arabica”. Aos poucos, as cultivares de café de São 
Paulo, assim como a de outras regiões do Brasil, foram se diversificando. 
Em 1852 chegou ao Brasil, sementes de café do cultivar Bourbon 
vermelho (C. arabica cv. Bourbon Vermelho), com boas referências de 
produtividade e qualidade. 
Em seguida chegou a cultivar Sumatra, rústica, de boa bebida, porém, 
sua produtividade nãoera muito animadora. 
Conforme a cafeicultura foi expandindo algumas variedades de café 
foram surgindo, como resultado de mutações que ocorriam naturalmente, 
outras surgiram a partir de cruzamentos espontâneos entre as cultivares. 
Foi assim que, em 1871, surgiu na cidade de Botucatu - São Paulo, pela 
primeira vez, cafeeiro com frutos amarelos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 www.iac.sp.gov.br 
 
 
 
O café e as mudanças no Brasil 
 
Após a independência, o café teve papel importantíssimo no 
desenvolvimento e na modernização do Brasil, já que, para escoar a produção 
do café foram construídas estradas de ferro, substituindo o transporte animal, 
possibilitando a comercialização de outras mercadorias entre as regiões. 
Houve a abertura de novos portos, assim como também o aumento do número 
de bancos, acelerando o comércio. 
 
 
www.sxc.hu 
 
O café atraiu grandes quantidades de imigrantes para o Brasil, 
promoveu a expansão da classe média, diversificou investimentos e até mesmo 
intensificou os movimentos culturais. 
 A cultura do café invadiu vales e montanhas, favorecendo o 
aparecimento de algumas cidades, provocou a dinamização de importantes 
centros urbanos por todo o interior do Estado de São Paulo, Sul de Minas 
Gerais e Norte do Paraná. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1104040
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1104040
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=800539
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=800539
O café no século XVIII e XIX 
 
No período entre 1840 – 1889, o império brasileiro ficou conhecido como 
O IMPÉRIO DO CAFÉ, já que o governo D. Pedro II atendia de forma marcante 
aos interesses dos grandes produtores de café do Vale do Paraíba. 
Durante muito tempo as fazendas de café concentraram toda a riqueza 
brasileira. 
 
Quem dera nos dias atuais nossos cafeicultores tivessem tal prestígio. 
 
 Fonte: ABIC 
 
O café era plantado como monocultura em grandes propriedades, todo o 
serviço nas lavouras era feito por trabalhadores escravos, mais tarde estes 
começaram a ser substituídos por trabalhadores assalariados. 
 
 
 http://br.geocities.com/fcpedro/vidaesc.html 
Para aumentar a produção de café no estado de São Paulo, 
administradores de fazendas começaram a estimular a imigração de europeus, 
principalmente Italianos, fornecendo auxílio formal desde o seu domicílio na 
Europa até as fazendas de café no Brasil. Isso fez com que o estado de São 
Paulo se desenvolvesse rápido, pois eles começaram a explorar áreas que 
antes não eram exploradas. 
 
 
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil 
 
 
 
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil 
 
A novela TERRA NOSTRA exibida pela TV globo anos 
atrás retratou a imigração italiana para trabalhar nas 
lavouras cafeeiras do Brasil . 
 
 
 
 Revista: Enfoque 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/36/Italiani.JPG
 
A mão-de-obra dessa imigração impulsionou a cultura do café no Brasil. 
Durante muito tempo, quase toda a riqueza do país se concentrava na 
agricultura cafeeira. O Brasil respondia por 70% da produção mundial, dessa 
forma, era quem ditava as regras do mercado. 
O café teve papel importante não só na economia do país como também 
em questões sociais e políticas. Os grandes fazendeiros produtores de café 
enriqueceram e ficaram tão famosos que ficaram conhecidos como os 
BARÕES DO CAFÉ, considerados como elite social e política da época. 
 
 
http://www.brasilescola.com/historiab/republica-oligarquica-revoltas-populares.htm 
 
A riqueza proporcionada pelo café era evidenciada nas grandes 
mansões dos fazendeiros. 
 
 
As fazendas de café ficavam muito famosas, pois a arquitetura típica e 
os equipamentos utilizados chamavam muita atenção. Essas casas eram 
enormes, com infraestrutura composta por tanques, utilizados na lavagem de 
café, terreiros de secagem, máquinas de beneficiamento, senzalas onde 
ficavam os escravos. 
O café do Brasil ficou tão famoso em todo o mundo que ficou conhecido 
como CAFÉ TIPO SANTOS, devido sua qualidade e devido ao Porto de Santos 
ser um dos principais a exportar o café. 
 
 
 
Impasse na cafeicultura Brasileira 
 
 
www.sxc.hu 
 
Em 1929, a crise financeira mundial levou a quebra da bolsa de Nova 
York, desestabilizando completamente a economia cafeeira. 
Nesta época, o preço do café caiu muito, então na tentativa de conter a 
queda do preço do café e controlar o excedente, no governo de Vargas, 
milhões de sacas de café foram queimadas, assim como milhões de pés de 
café foram erradicados. 
 
 
“Parece tudo perfeito não é? Riqueza, desenvolvimento, café 
famoso, mansões, etc, etc, etc. Prossiga o texto e verá o que acontece” 
 
 
 Foto: Revista cafeicultura 
 
Passados dois anos da quebra da bolsa, ainda era possível sentir seus 
efeitos em todo o mundo e no Brasil. 
No mês de junho de 1931, uma enorme nuvem de fumaça cobria a 
cidade de Santos no litoral de São Paulo, esta fumaça vinha de uma 
gigantesca fogueira montada nas festas juninas, a qual permaneceria até o 
final do ano. 
O cheiro da fumaça liberada do café torrado era tão forte que 
atravessava as fronteiras dos municípios. Apenas a encosta da Serra do mar 
era capaz de contê-la. 
A economia encontrava-se muito abatida, pois as exportações que 
atingiram US$ 445 milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. 
O café que era vendido por 200 mil réis em agosto de 1929 passou a ser 
cotado a 21mil réis em janeiro de 1930. 
No interior de São Paulo e no Paraná, os próprios fazendeiros 
resolveram seguir o modelo de Vargas queimando seus cafés. 
Toda a cadeia do café foi afetada pela crise, fazendeiros, comerciantes, 
banqueiros e trabalhadores rurais (em sua maioria imigrantes). 
Em consequência da crise, o desemprego no campo foi acelerado, 
fazendo com que muitas pessoas migrassem da zona rural para a cidade, 
principalmente para a cidade de São Paulo. 
 A situação ficou crítica, pois o capital externo que era investido no país 
foi interrompido. Sem esse dinheiro, o déficit cambial agravou ainda mais, a 
moeda nacional se desvalorizou, as exportações diminuíram e a inflação 
aumentou. Enfim, um caos total. 
O governo Vargas, na tentativa de amenizar esta crise, aumentou a 
compra do excesso de café durante quase toda a década de 30. Nem mesmo a 
queima do excedente de café foi capaz de amenizar a crise. 
 Historiadores acreditam que a crise de 1930 não foi fruto só da quebra 
da bolsa, mas também do tipo de política adotada durante a expansão da 
cultura do café no Brasil. 
O setor já vinha passando por certa dificuldade há algum tempo, pois o 
aumento das áreas de produção levou a um excesso de produção, em 
consequência disso os preços do café já vinham sofrendo queda. 
A atitude do governo em comprar o excedente do café era bastante 
criticada por seguidores da política liberal, para eles isso resolveria o problema 
apenas a curto prazo, mas não a longo prazo. 
Se não bastasse tudo isso, crescia a concorrência internacional, 
principalmente da Colômbia. 
 Países como a França, Estados Unidos, Itália, Holanda e Alemanha, 
que eram os principais compradores da produção brasileira (cerca de 80%), 
começaram a diversificar seus fornecedores, alegando que o café brasileiro 
tinha mistura de impurezas e era café de baixa qualidade. 
Dessa forma, conclui-se que a crise internacional foi apenas o golpe final 
para que uma agricultura centrada na monocultura do café entrasse em 
colapso. 
O governo não tinha outra saída a não ser enfrentar a crise. A primeira 
estratégia foi substituir as importações pelo investimento na indústria local. 
Embora a cafeicultura estivesseem decadência, gerou recursos 
suficientes para impulsionar a industrialização, favorecendo a formação de um 
mercado interno. Assim, a indústria brasileira conseguiu crescer rapidamente. 
Até mesmo os cafeicultores, após atravessar a crise, passaram a investir no 
setor industrial. 
Vargas começou a investir em empresas estatais. Uma delas foi a 
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), privatizada em 1993, e a Companhia 
Vale do Rio Doce, privatizada em 1997. No seu segundo mandato criou a 
Petrobrás. 
A política econômica criada por Vargas criou raízes profundas no Brasil, 
mesmo durante o governo militar esta política foi mantida. 
Hoje, percebe-se que as medidas tomadas por Vargas favoreceram o 
desenvolvimento de um parque industrial considerável no Brasil. 
Depois de um longo período de crise a cafeicultura se reorganizou e, 
produtores, a indústria e os exportadores passaram a ter esperanças 
novamente no café. As exportações brasileiras de café voltaram a ter sua 
posição de destaque. 
 
 
O café na atualidade 
 
Hoje nosso parque cafeeiro encontra-se numa posição bastante 
privilegiada. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de café, 
responsável por cerca de 30% do mercado internacional. 
O Brasil além de maior produtor é também o segundo maior consumidor 
de café do mundo, perde apenas para os Estados Unidos. 
As áreas de cultivo de café estão localizadas no centro sul do país, onde 
quatro estados se destacam entre os demais: Minas Gerais, São Paulo, 
Espírito Santo e Paraná. No nordeste brasileiro se destaca o estado da 
Bahia, e no norte o estado de Rondônia. 
Mas vale ressaltar que as espécies de café arábica e café robusta se 
distribuem de forma diferenciada nestas regiões, pois dependem das condições 
climáticas locais e altitude. 
 
 
 
 
O café arábica se concentra nos estados: 
 Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia e parte do Espírito 
Santo. 
E o café robusta: 
 É cultivado principalmente no Espírito Santo e no estado de 
Rondônia. 
 
O Paraná já possuiu um grande parque cafeeiro, cerca de 1,8 milhões 
de hectares. Hoje, possui apenas 156 mil hectares, envolvendo 210 municípios 
no estado. 
Na Bahia, o café se instalou desde 1970 e teve uma participação muito 
grande no desenvolvimento econômico de certos municípios. 
Das regiões produtoras, a região de cerrado no oeste baiano se destaca 
pelo emprego de irrigação de alta tecnologia, o que tem contribuído para a 
expansão da cafeicultura para áreas não tradicionais e tem mantido o estado 
como o quinto maior produtor de café. Sendo 76% de café arábica (95% da 
variedade catuaí) e 24% de café robusta. 
 
 
 
http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=edi&numedi=11&subedi=29 
 
 
O Espírito Santo é referência na produção de café robusta no Brasil. A 
variedade representa 73% do parque cafeeiro do estado e 64,8% da produção 
brasileira. O estado é responsável pela posição do Brasil como o segundo 
maior produtor mundial de café Conillon. 
O estado de Rondônia apesar de estar em sexto lugar na produção de 
café no Brasil, ocupa a posição de segundo maior produtor de café Robusta, 
com uma produção de 2,1 milhões de sacas da variedade Conilon. 
Na aula seguinte estudaremos com detalhes o aspecto econômico da 
cafeicultura mundial e brasileira. Não perca e até lá. 
 
 
Bibliografia Consultada: 
 
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Acesso no dia 10/05/09 
 
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http://professormarcianodantas.blogspot.com/2014/06/a-regiao-do-vale-do-
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http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/931-francisco-palheta-e-o-cafezinho-do-brasil
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