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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I Roberta Centofante Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir o conceito e as propriedades de argamassas. � Caracterizar argamassas de assentamento e de revestimento. � Reconhecer os principais aditivos utilizados em argamassas. Introdução Neste capítulo, você estudará como funcionam as argamassas para construção civil. Conhecer as propriedades dos materiais de construção, suas qualidades plásticas, possibilidades e limitações visando ao uso em edificações representa uma condição essencial. Da mesma forma, os materiais adquiridos e produzidos devem ser utilizados com o mínimo de despesa, considerando-se eficiente o material que, satisfazendo as condições estéticas, quando exigidas, tem custo mais vantajoso. Assim, é importante compreender os conceitos e as propriedades dos mate- riais produzidos, como as argamassas, seus tipos e os principais aditivos utilizados na sua produção. Conceito e propriedades das argamassas Na construção civil, conceituamos argamassa um material complexo, consti- tuído essencialmente de materiais inertes de baixa granulometria (agregado miúdo) e de uma pasta com propriedades aglomerantes, formada, por sua vez, por aglomerantes minerais e água. Eventualmente, fazem parte de sua composição produtos especiais, denominados aditivos. Argamassas são materiais utilizados na construção civil que apresentam propriedades de aderência e endurecimento, muito utilizadas nas etapas de revestimento para reboco, revestimento de única camada para parede ou teto, contrapiso para regulação de pisos, assentamento e reajustamento de reves- timentos de cerâmica e pedra. Além disso, distinguem-se por apresentarem características plásticas e adesivas no momento de sua aplicação e por se tornarem rígidas e resistentes após certo período, aspectos que determinam seus principais empregos na construção civil. De acordo com Ching (2010), argamassa consiste na mistura plástica de cimento ou cal (ou uma combinação de ambos) com areia e água usada como aglomerante em alvenarias, uma mistura que leva o nome argamassa de ci- mento, quando feita misturando-se cimento Portland, areia e água; argamassa de cal quando misturadas cal, areia e água, pouco utilizada atualmente por ter pega lenta e baixa resistência à compressão; ou argamassa de cimento e cal, quando se adiciona uma argamassa a cal para melhorar sua plasticidade e capacidade de retenção de água. Ainda, há os chamados cimentos de alvenaria, misturas pré-fabricadas e patenteadas de cimento Portland e outros agregados, como cal hidratada, agentes com ar incorporado ou gesso, que exigem apenas o acréscimo de areia e água para fazer argamassa de cimento. De acordo com o Manual da Construção Civil (2010), as argamassas de cal são feitas com a mistura de uma parte de cal com duas ou três partes de areia (1:2 ou 1:3), utilizadas para o revestimento de paredes e tetos. Se desejamos fazer rebocos ou levantar paredes, devemos utilizar uma mistura de uma parte de cal com quatro de areia (1:4). Também é possível utilizar argamassas mistas, compostas por cal e cimento, com proporções de uma parte de cal e uma parte de cimento (1:1), e a quantidade de areia variando conforme a resistência da argamassa exigida, da ordem de 4, 6 ou 8. Por último, têm-se as argamassas de cimento, em que a proporção de mistura mais usada é a de uma parte de cimento por cinco de areia (1:5), que pode variar de acordo com o tipo de tra- balho. Nas argamassas de acabamento, usa-se areia fina, e, naquelas utilizadas para carga ou outro tipo de trabalhos, emprega-se areia grossa. Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas2 A quantidade de água a acrescentar variará conforme a quantidade e o tipo de cimento, além da umidade das areias, não se esquecendo de umedecer a superfície antes de aplicar qualquer tipo de argamassa. Ainda segundo o Manual da Construção Civil (2010), as argamassas repre- sentam um dos pilares da construção, motivo pelo qual torna-se importante aprender sobre os diferentes tipos de argamassas e suas diferentes aplicações. Uma escolha incorreta da argamassa pode prejudicar um trabalho integral- mente. A argamassa consiste em uma massa formada por agregados miúdos (como a areia), água, aglomerantes (material que reage com a água fazendo a massa endurecer proporcionando dureza e elasticidade) e, por vezes, aditivos (utilizados para cariar as características da argamassa). Além disso, conforme o acordo com o Manual da Construção Civil (2010), as argamassas são classificadas segundo seu emprego, tipo de aglomerante, número de elementos ativos, dosagem e consistência: � de acordo com seu emprego: argamassas para assentamento, para re- juntamento, para revestimentos, etc.; � de acordo com o tipo de aglomerante: aéreas (de cal aérea e gesso), hidráulicas (de cimento) ou mistas (de cal aérea e cimento); � de acordo com o número de elementos ativos: simples (apenas um elemento ativo) ou composta (mais de um elemento ativo); � de acordo com a dosagem: pobres ou magras (quando volume de pasta é menor que o volume de vazios do agregado) e ricas ou gordas (quando o volume de pasta é maior que o volume de vazios do agregado); � de acordo com a consistência: secas, plásticas ou fluidas. Propriedades das argamassas As propriedades essenciais na caracterização da qualidade de uma argamassa são a trabalhabilidade, a resistência mecânica, a aderência, a durabilidade, a retração e a retenção de água, as duas últimas importantes para as argamassas de revestimento, mas não para as de assentamento de alvenaria. É importante lembrar que argamassas com finalidades específicas exigem a definição de inúmeras outras propriedades, como impermeabilidade, resistência a agentes 3Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas químicos, isolamento termoacústico, etc. Além disso, de maneira geral, as propriedades se alterarão substancialmente com a variação das proporções entre os materiais constituintes (composições) e com a variação nas qualidades desses materiais. De acordo com o Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002), a granulometria do agregado tem grande influência nas proporções dos ma- teriais constituintes, ou seja, a origem mineral e a forma particulada dos agregados influenciam nas proporções de aglomerantes e água da mistura e, consequentemente, de maneira direta nas propriedades das argamassas, con- forme mostra o Quadro 1. Assim, por exemplo, quando existem deficiências nas curvas granulométricas ou, ainda, quando se tem um excesso de finos, há um maior consumo de água de amassamento, isto é, a resistência mecânica fica reduzida e há, ainda, um aumento na retração por secagem da argamassa. Fonte: Adaptado de ABCP (2002). Propriedade Quanto mais fino Quanto mais descontínua for a granulometria Quanto maior o teor de grãos angulosos Trabalhabilidade Melhor Pior Pior Retenção de água Melhor — Melhor Retração na secagem Aumenta Aumenta — Porosidade — Aumenta — Aderência Pior Pior Melhor Resistência mecânica — Pior — Impermeabilidade Pior Pior — Quadro 1. Influência dos agregados nas propriedades das argamassas Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas4 A trabalhabilidade de uma argamassa é difícil tanto de definir quanto de medir, pois envolve fatores subjetivos — uma mesma argamassa pode ser mais ou menos trabalhável conforme o manuseio do pedreiro. De maneira geral, diz-se que uma argamassa é trabalhável quando se distribui facilmente ao ser assentada, não segrega ao ser transportada, não endurece em contato com superfícies absortivas e, ainda, permanece plástica por tempo suficiente para que a operação seja completada. Quando otimizada, alémde tornar o trabalho mais produtivo, menos cansativo e mais econômico, essa propriedade tem grande influência na otimização de todas as outras propriedades essenciais. Medimos a trabalhabilidade indiretamente, por meio de uma correlação com a con- sistência da argamassa, a qual pode ser medida com ensaios do tipo abatimento de cone (slump test). Apesar de não se tratar de uma correlação exata, pelo sentido subjetivo da trabalhabilidade, quase sempre é eficiente. Saiba mais a respeito lendo a norma ABNT NBR NM 67:1998. De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2002), por meio do Manual de Revestimentos de Argamassa, a resistência mecânica consiste na capacidade dos revestimentos de suportar esforções das mais diversas naturezas, que resultam em tensões internas de tração, compressão e cisalhamento. Avalia-se indiretamente a resistência de uma arga- massa às diversas ações de origem mecânica por sua resistência à compressão: pressupõe-se que, quanto maior a sua resistência à compressão, maiores serão as resistências frente a outras solicitações. O Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002) também conceitua aderência como a propriedade que proporciona resistência às tensões normais e tangenciais atuantes na interface da base para a camada de revestimento. O mecanismo de aderência se dá em razão da ancoragem da pasta aglomerante nos poros da base em que se aplica a argamassa, o que mostra que parte da água de amassamento contendo os aglomerantes é succionada pelos poros da base na qual ocorre o seu endurecimento. Ainda, a aderência também se deve à ancoragem mecânica nas reentrâncias e saliências macroscópicas da superfície a ser revestida, conforme o processo mostrado na Figura 1. 5Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas Figura 1. Adesão adequada entre o revestimento e o substrato. Fonte: ABCP (2002, p. 16). A durabilidade dos revestimentos de argamassa compreende uma pro- priedade complexa que pode ser entendida, de acordo com o Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002), como a propriedade capaz de manter, por um longo período, o desempenho das funções da argamassa, sendo dependente de procedimentos adequados desde o início da obra até o seu uso final. Além disso, torna-se importante ressaltar que os materiais devem ser compatibilizados de acordo com as condições às quais estarão expostos durante toda a sua vida útil, em que se deve observar integralmente as técnicas de execução. Entre os fatores que, com mais frequência, comprometem a durabilidade dos revestimentos, estão as movimentações de origem térmica, higroscópica ou imposta por forças externas, a espessura dos revestimentos e a cultura e proliferação de microrganismos. Com a inserção do cimento Portland, se, por um lado, quanto maior a quantidade de cimento presente na mistura, maior é a sua retração, por outro, maior também será a aderência com a base. A retração nada mais é do que o processo de redução de volume da massa por uma perda de água excedente da mistura pelo processo de evaporação. Conforme o Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002), a retração promove tensões internas de tração, resistidas ou não pelo revestimento, fenômeno que regula o grau de fissuração nas primeiras idades. Uma técnica utilizada para diminuir a retração consiste em trabalhar as argamassas com menos água. Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas6 Quando se trabalha com partículas com a finura da cal, por exemplo em argamassas mistas de cal e cimento, ocorre uma retenção de água em volta das partículas finas, o que leva a uma subsequente retenção de água na arga- massa. Quando ocorre esse processo, além da cal contribuir para a capacidade de absorver deformações e trabalhabilidade da argamassa, ajuda para uma melhor hidratação do cimento. Retentores de água são utilizados para reduzir a evaporação e a exsudação de água da argamassa fresca, além de conferir capacidade de retenção de água frente à sucção por bases absorventes (ABCP, 2002). A partir do momento da sua aplicação, uma argamassa pode ter a sua integridade comprometida por fatores como retração na secagem, penetração de água de chuva, temperaturas excessivamente baixas, choque térmico e reações químicas de agentes corrosivos externos. Portanto, é importante um estudo aprofundado das propriedades e dos fatores causadores da degeneração precoce de uma argamassa. Argamassas de assentamento e revestimento As argamassas mais utilizadas em obras de construção civil são as de as- sentamento de alvenaria e as de revestimento de paredes, normatizadas pela ABNT NBR 13281:2005. Segundo Isaía (2011), a argamassa de assentamento de alvenaria é utilizada para elevação de paredes e muros de tijolos ou blocos (Figura 2) e, entre as principais funções das juntas dessa argamassa, estão: � unir as unidades de alvenaria para constituir um elemento monolítico, contribuindo para a resistência aos esforços laterais; � distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área resistente dos blocos; � selar as juntas garantindo a estanqueidade da parede à penetração de água das chuvas; � absorver as deformações naturais, como as de origem térmica e as de retração por secagem (origem higroscópica), a que a alvenaria estiver sujeita. 7Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas Figura 2. Assentamento de alvenaria. Fonte: bogdanhoda/Shutterstock.com. Nos processos tradicionais de assentamento de componentes de reves- timento, como azulejos e pisos (Figura 3), estes são colocados sobre uma camada relativamente grossa de argamassa, que deve proporcionar a aderên- cia adequada entre os componentes e a parede. A camada tem uma grande espessura, principalmente pela necessidade de regularizar as superfícies da alvenaria tradicional. À medida que se executa a alvenaria com maior perfeição de acabamento superficial, abre-se o campo para as camadas mais finas de argamassa de assentamento e, nesse quadro, para as argamassas pré-dosadas. As argamassas pré-dosadas para o assentamento de componentes de revestimento, as chamadas argamassas adesivas, são aquelas que apresentam a introdução de um aditivo. Saiba mais a respeito lendo o artigo “Comparativo da resistência à compressão de argamassas de assentamento” (MANFREDO JUNIOR; NASCIMENTO; PINTO, 2018). Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas8 Figura 3. Assentamento de piso. Fonte: franco lucato/Shutterstock.com. Conforme Isaía (2011), a argamassa de revestimento é aquela utilizada para revestir paredes, muros e tetos, geralmente recebendo acabamentos como pintura, revestimento cerâmico, etc. Entre suas principais funções, estão: � proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação do intemperismo, no caso dos revestimentos externos; � integrar o sistema de vedação dos edifícios, contribuindo com diversas funções, como isolamento térmico, acústico, segurança ao fogo, etc. O revestimento de argamassa pode ser constituído por várias camadas com características e funções específicas, como: � chapisco; � emboço; � reboco; � camada única; � revestimento decorativo monocamada. 9Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas O revestimento de argamassa mais tradicional é formado por chapisco, emboço e reboco (Figura 4), cada um dos quais constituído por uma argamassa que deve atender a funções diferenciadas. O chapisco consiste na camada de preparo da base, aplicada de maneira contínua ou descontínua, com finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e, ainda, melhorar a aderência do revestimento. O emboço é a camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo. Já o rebococonsiste na camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo (p. ex., pintura) ou que se constitua no acabamento final. Figura 4. Camadas do revestimento em argamassa. Fonte: ABCP (2002, documento on-line). A camada única representa um revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre a qual se emprega uma camada decorativa, como a pintura, sendo também chamado popularmente de massa única ou reboco paulista e compreendendo, hoje, a alternativa mais empregada no Brasil. Já o revestimento decorativo monocamada (RDM) é um revestimento aplicado em uma única camada com a função simultânea de regularizar e decorar, muito utilizado na Europa (ISAÍA, 2011). Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas10 Aditivos para argamassas Frequentemente, de acordo com Neville e Brooks (2013), em vez de utilizar um cimento especial, é possível alterar algumas das propriedades dos cimentos de uso mais comum pela incorporação de uma adição, um aditivo para cimento ou um aditivo para argamassa e concreto; em alguns casos, essa incorporação é a única maneira de alcançar determinado efeito. Existe um grande número de produtos registrados disponíveis, cujos efeitos desejados são descritos pelos fabricantes, embora outros efeitos possam ser conhecidos, de modo que um enfoque cauteloso, incluindo ensaios de desempenho, é sensato. No Brasil, utiliza-se o termo “adição” para os produtos, em geral, em forma de pó, adicionados tanto ao cimento quanto à argamassa, também conhecidos como adições minerais, ou simplesmente adições. Os aditivos para cimento são produtos adicionados ao moinho, com o clínquer Portland e os demais materiais, para melhorar as condições de moagem. A norma ABNT NBR 11768:2019 define aditivo como o produto que, adicionado durante o processo de preparação da argamassa, em quantidade geralmente não superior a 5% da massa de material cimentício, modifica suas propriedades no estado fresco e/ou endurecido. A norma ainda estabelece os seguintes tipos de aditivos: redutor de água/plastificante, alta redução de água/plastificante, alta redução de água/superplastificante, incorporador de ar, acelerador de pega, acelerador de resistência e retardador de pega. Essencialmente, os aditivos químicos são os redutores de água (plastifi- cantes), os retardadores de pega e os aceleradores, classificados pela ASTM C 494-05a (norma norte-americana), respectivamente, como tipos A, B e C. A classificação dos aditivos pela norma BS 5075-1:1982 (norma britânica) é praticamente a mesma, mas a BS EN 934-2:2001 abrange mais tipos de aditivos. O Quadro 2 lista as exigências especificadas pela BS EN 934-2:2001. 11Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas Ti po d e ad it iv o Re du çã o de á gu a (% ) Co ns is tê nc ia Te m po d e pe ga Re si st ên ci a à co m pr es sã o Te or d e ar (% ) A ba ti m en to de tr on co d e co ne (% ) Re te n- çã o In íc io Fi m Id ad e % Re du to r d e ág ua / p la st ifi ca nt e (m es m a co ns ist ên ci a) ≥ 5 10 0 — — — 7 di as ≥ 1 10 ≤ 2 ac im a1 28 ≥ 1 10 Re du to r d e ág ua d e al to d es em pe nh o/ su pe rp la st ifi ca nt e (m es m a co ns ist ên ci a) ≥ 1 2 10 0 — — — 1 di a ≥ 1 40 ≤ 2 ac im a 28 d ia s ≥ 1 15 Re du to r d e ág ua d e al to d es em pe nh o/ su pe rp la st ifi ca nt e (m es m a re la çã o a/ c) 2 0 ≥ 1 20 o u ≥ 1 60 es pa lh am en to 30 m in — — 28 d ia s ≥ 9 0 ≤ 2 ac im a1 Re te nt or d e ág ua (m es m a co ns ist ên ci a) 3 — 10 0 — — — 28 d ia s ≥ 8 0 ≤ 2 ac im a1 Q ua dr o 2. E sp ec ifi ca çõ es p ar a vá rio s t ip os d e ad iti vo s (C on tin ua ) Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas12 Ti po d e ad it iv o Re du çã o de á gu a (% ) Co ns is tê nc ia Te m po d e pe ga Re si st ên ci a à co m pr es sã o Te or d e ar (% ) A ba ti m en to de tr on co d e co ne (% ) Re te n- çã o In íc io Fi m Id ad e % In co rp or ad or d e ar (m es m a co ns ist ên ci a) — 10 0 — — — 28 d ia s ≥ 7 5 ≥ 2 ,5 ac im a Ac el er ad or d e pe ga — 10 0 — A 20 °C , ≥ 30 m in 28 d ia s ≥8 0 ≤ 2 ac im a1 A 5° C, ≤ 60 % d e co nt ro le 90 d ia s ≥ Re sis tê nc ia ao s 2 8 di as Q ua dr o 2. E sp ec ifi ca çõ es p ar a vá rio s t ip os d e ad iti vo s (C on tin ua ) (C on tin ua çã o) 13Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas Fo nt e: A da pt ad o de N ev ill e e Br oo ks (2 01 3) . Ti po d e ad it iv o Re du çã o de á gu a (% ) Co ns is tê nc ia Te m po d e pe ga Re si st ên ci a à co m pr es sã o Te or d e ar (% ) A ba ti m en to de tr on co d e co ne (% ) Re te n- çã o In íc io Fi m Id ad e % Ac el er ad or d e en du re ci m en to (m es m a co ns ist ên ci a) — 10 0 — — — 24 ho ra s A 20 °C , ≥ 12 0 m in ≤ 2 ac im a¹ 48 ho ra s A 5° C, ≥ 13 0 m in 28 d ia s A 20 °C , ≥ 9 0 1 A ci m a do te or d e ar d o co nt ro le , e xc et o qu an do in di ca do p el o fa br ic an te . 2 C on sis tê nc ia d e co nt ro le = 3 0 ± 1 0 m m (a ba tim en to d e tr on co d e co ne ) o u 35 0 ± 2 0 m m (e sp al ha m en to ). 3 E xs ud aç ão ≤ 5 0% d o co nt ro le . Q ua dr o 2. E sp ec ifi ca çõ es p ar a vá rio s t ip os d e ad iti vo s (C on tin ua çã o) Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas14 Segundo Neville e Brooks (2013), os aditivos aceleradores são aqueles que aceleram o endurecimento ou o desenvolvimento da resistência inicial da argamassa ou de um concreto, em que o aditivo não deve ter efeitos específicos sobre o tempo de início de pega (enrijecimento). Por sua função específica de reduzir o tempo de pega, podem afetar negativamente a resistência, mas possibilita a realização de reparos urgentes. Já os aditivos retardadores de pega são úteis para trabalhos em climas quentes, em que o tempo de pega normal é diminuído pela alta temperatura, e para a prevenção da formação de juntas frias entre camadas sucessivas. Em geral, com o uso do retardador também ocorre um atraso no endurecimento, uma propriedade útil para a obtenção de acabamentos superficiais arquitetônicos com agregados expostos. A ação do retardo é obtida por adição de açúcar, derivados de carboidratos, sais solúveis de zinco, boratos solúveis e outros. Na prática, retardadores que também são redutores de água são mais comumente empregados. O mecanismo de retardo não é bem conhecido. Os aditivos modificam o crescimento dos cristais ou a morfologia, de modo que existe uma barreira mais eficiente à continui- dade da hidratação do que sem retardador. Eventualmente, o retardador é removido da solução pela incorporação ao material hidratado, mas a composição ou os tipos de produtos da hidratação não mudam. Esse também é o caso de aditivos retardadores de pega e redutores de água (NEVILLE; BROOKS, 2013). Os aditivos plastificantes ou redutores de água são utilizados, conforme Neville e Brooks (2013), para três propósitos: 1. obter resistência mais elevada pela redução da relação água/cimento para a mesma trabalhabilidade de uma mistura sem aditivo; 2. obter a mesma trabalhabilidade pela redução do teor de cimento, bem como para reduzir o calor de hidratação em concreto massa; 3. para aumentar a trabalhabilidade,de modo a facilitar o lançamento em locais inacessíveis. 15Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas Os aditivos superplastificantes têm função similar à dos plastificantes, no entanto os mesmos efeitos podem ser adquiridos com menores dosagens. Existem também os aditivos incorporadores de ar, que reduzem a tensão superficial da água e incorporam ou adicionam ar à argamassa, tornando- -a mais coesiva, além de aumentarem a resistência mecânica. Seu grau de eficiência depende da presença de finos, ou seja, quanto mais finos, menos ar é incorporado. Assim, torna-se importante conhecer os aditivos, visto que estes modificam as propriedades físicas das argamassas. A escolha adequada da argamassa pode facilitar muito seu manuseio e emprego, oferecendo vantagens que naturalmente não seriam obtidas por traços-padrão. ABCP. Manual de revestimentos de argamassa. 2002. Disponível em: http://www.co- munidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/279/anexo/ativosmanu.pdf. Acesso em: 25 dez. 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 11768:2019. Aditivos quími- cos para concreto de cimento Portland. Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13281:2005. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos — Requisitos. Rio de Janeiro ABNT, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR NM 67:1998. Concreto: determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro: ABNT, 1998. ASTM INTERNATIONAL. ASTM C 494-05a. Specification for chemical admixture for concrete. [S. l.]: ASTM International, 2006. BRITISH STANDARDS. BS 5075-1:1982. Concrete admixtures — part 1. London: British Standards, 1982. BRITISH STANDARDS. BS EN 934-2:2001. Admixtures for concrete, mortar and grout. London: British Standards, 2001. CHING, F. D. K. Técnicas de construção ilustradas. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. ISAÍA, G. C. Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de material. 2. ed. São Paulo: IBRACON, 2011. Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas16 Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. MANFREDO JUNIOR, W.; NASCIMENTO, M. A. B.; PINTO, V. S. Comparativo da resistência à compressão de argamassas de assentamento. 2018. Disponível em: http://repositorio. unifafibe.com.br:8080/xmlui/handle/123456789/311. Acesso em: 25 dez. 2019. MANUAL da Construção Civil. São Paulo: Vergara Brasil, [2010]. NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 17Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas