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06 - Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas

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MATERIAIS DE 
CONSTRUÇÃO I
Roberta Centofante
Conceitos básicos, 
propriedades, principais 
tipos e aditivos utilizados 
em argamassas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito e as propriedades de argamassas.
 � Caracterizar argamassas de assentamento e de revestimento.
 � Reconhecer os principais aditivos utilizados em argamassas.
Introdução
Neste capítulo, você estudará como funcionam as argamassas para 
construção civil. Conhecer as propriedades dos materiais de construção, 
suas qualidades plásticas, possibilidades e limitações visando ao uso em 
edificações representa uma condição essencial. Da mesma forma, os 
materiais adquiridos e produzidos devem ser utilizados com o mínimo 
de despesa, considerando-se eficiente o material que, satisfazendo as 
condições estéticas, quando exigidas, tem custo mais vantajoso. Assim, 
é importante compreender os conceitos e as propriedades dos mate-
riais produzidos, como as argamassas, seus tipos e os principais aditivos 
utilizados na sua produção.
Conceito e propriedades das argamassas
Na construção civil, conceituamos argamassa um material complexo, consti-
tuído essencialmente de materiais inertes de baixa granulometria (agregado 
miúdo) e de uma pasta com propriedades aglomerantes, formada, por sua 
vez, por aglomerantes minerais e água. Eventualmente, fazem parte de sua 
composição produtos especiais, denominados aditivos.
Argamassas são materiais utilizados na construção civil que apresentam 
propriedades de aderência e endurecimento, muito utilizadas nas etapas de 
revestimento para reboco, revestimento de única camada para parede ou teto, 
contrapiso para regulação de pisos, assentamento e reajustamento de reves-
timentos de cerâmica e pedra. Além disso, distinguem-se por apresentarem 
características plásticas e adesivas no momento de sua aplicação e por se 
tornarem rígidas e resistentes após certo período, aspectos que determinam 
seus principais empregos na construção civil.
De acordo com Ching (2010), argamassa consiste na mistura plástica de 
cimento ou cal (ou uma combinação de ambos) com areia e água usada como 
aglomerante em alvenarias, uma mistura que leva o nome argamassa de ci-
mento, quando feita misturando-se cimento Portland, areia e água; argamassa 
de cal quando misturadas cal, areia e água, pouco utilizada atualmente por 
ter pega lenta e baixa resistência à compressão; ou argamassa de cimento e 
cal, quando se adiciona uma argamassa a cal para melhorar sua plasticidade e 
capacidade de retenção de água. Ainda, há os chamados cimentos de alvenaria, 
misturas pré-fabricadas e patenteadas de cimento Portland e outros agregados, 
como cal hidratada, agentes com ar incorporado ou gesso, que exigem apenas 
o acréscimo de areia e água para fazer argamassa de cimento.
De acordo com o Manual da Construção Civil (2010), as argamassas de cal 
são feitas com a mistura de uma parte de cal com duas ou três partes de areia 
(1:2 ou 1:3), utilizadas para o revestimento de paredes e tetos. Se desejamos 
fazer rebocos ou levantar paredes, devemos utilizar uma mistura de uma parte 
de cal com quatro de areia (1:4). Também é possível utilizar argamassas mistas, 
compostas por cal e cimento, com proporções de uma parte de cal e uma parte 
de cimento (1:1), e a quantidade de areia variando conforme a resistência da 
argamassa exigida, da ordem de 4, 6 ou 8. Por último, têm-se as argamassas 
de cimento, em que a proporção de mistura mais usada é a de uma parte de 
cimento por cinco de areia (1:5), que pode variar de acordo com o tipo de tra-
balho. Nas argamassas de acabamento, usa-se areia fina, e, naquelas utilizadas 
para carga ou outro tipo de trabalhos, emprega-se areia grossa. 
Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas2
A quantidade de água a acrescentar variará conforme a quantidade e o tipo de cimento, 
além da umidade das areias, não se esquecendo de umedecer a superfície antes de 
aplicar qualquer tipo de argamassa.
Ainda segundo o Manual da Construção Civil (2010), as argamassas repre-
sentam um dos pilares da construção, motivo pelo qual torna-se importante 
aprender sobre os diferentes tipos de argamassas e suas diferentes aplicações. 
Uma escolha incorreta da argamassa pode prejudicar um trabalho integral-
mente. A argamassa consiste em uma massa formada por agregados miúdos 
(como a areia), água, aglomerantes (material que reage com a água fazendo a 
massa endurecer proporcionando dureza e elasticidade) e, por vezes, aditivos 
(utilizados para cariar as características da argamassa).
Além disso, conforme o acordo com o Manual da Construção Civil (2010), 
as argamassas são classificadas segundo seu emprego, tipo de aglomerante, 
número de elementos ativos, dosagem e consistência:
 � de acordo com seu emprego: argamassas para assentamento, para re-
juntamento, para revestimentos, etc.;
 � de acordo com o tipo de aglomerante: aéreas (de cal aérea e gesso), 
hidráulicas (de cimento) ou mistas (de cal aérea e cimento);
 � de acordo com o número de elementos ativos: simples (apenas um 
elemento ativo) ou composta (mais de um elemento ativo);
 � de acordo com a dosagem: pobres ou magras (quando volume de pasta 
é menor que o volume de vazios do agregado) e ricas ou gordas (quando 
o volume de pasta é maior que o volume de vazios do agregado);
 � de acordo com a consistência: secas, plásticas ou fluidas.
Propriedades das argamassas
As propriedades essenciais na caracterização da qualidade de uma argamassa 
são a trabalhabilidade, a resistência mecânica, a aderência, a durabilidade, a 
retração e a retenção de água, as duas últimas importantes para as argamassas 
de revestimento, mas não para as de assentamento de alvenaria. É importante 
lembrar que argamassas com finalidades específicas exigem a definição de 
inúmeras outras propriedades, como impermeabilidade, resistência a agentes 
3Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas
químicos, isolamento termoacústico, etc. Além disso, de maneira geral, as 
propriedades se alterarão substancialmente com a variação das proporções 
entre os materiais constituintes (composições) e com a variação nas qualidades 
desses materiais.
De acordo com o Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002), 
a granulometria do agregado tem grande influência nas proporções dos ma-
teriais constituintes, ou seja, a origem mineral e a forma particulada dos 
agregados influenciam nas proporções de aglomerantes e água da mistura e, 
consequentemente, de maneira direta nas propriedades das argamassas, con-
forme mostra o Quadro 1. Assim, por exemplo, quando existem deficiências 
nas curvas granulométricas ou, ainda, quando se tem um excesso de finos, há 
um maior consumo de água de amassamento, isto é, a resistência mecânica 
fica reduzida e há, ainda, um aumento na retração por secagem da argamassa.
Fonte: Adaptado de ABCP (2002).
Propriedade 
Quanto 
mais fino
Quanto mais 
descontínua 
for a 
granulometria
Quanto maior 
o teor de grãos 
angulosos
Trabalhabilidade Melhor Pior Pior
Retenção de água Melhor — Melhor
Retração na 
secagem
Aumenta Aumenta —
Porosidade — Aumenta —
Aderência Pior Pior Melhor
Resistência 
mecânica
— Pior —
Impermeabilidade Pior Pior —
Quadro 1. Influência dos agregados nas propriedades das argamassas
Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas4
A trabalhabilidade de uma argamassa é difícil tanto de definir quanto de 
medir, pois envolve fatores subjetivos — uma mesma argamassa pode ser mais 
ou menos trabalhável conforme o manuseio do pedreiro. De maneira geral, 
diz-se que uma argamassa é trabalhável quando se distribui facilmente ao ser 
assentada, não segrega ao ser transportada, não endurece em contato com 
superfícies absortivas e, ainda, permanece plástica por tempo suficiente para 
que a operação seja completada. Quando otimizada, alémde tornar o trabalho 
mais produtivo, menos cansativo e mais econômico, essa propriedade tem 
grande influência na otimização de todas as outras propriedades essenciais.
Medimos a trabalhabilidade indiretamente, por meio de uma correlação com a con-
sistência da argamassa, a qual pode ser medida com ensaios do tipo abatimento 
de cone (slump test). Apesar de não se tratar de uma correlação exata, pelo sentido 
subjetivo da trabalhabilidade, quase sempre é eficiente. Saiba mais a respeito lendo 
a norma ABNT NBR NM 67:1998.
De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 
2002), por meio do Manual de Revestimentos de Argamassa, a resistência 
mecânica consiste na capacidade dos revestimentos de suportar esforções 
das mais diversas naturezas, que resultam em tensões internas de tração, 
compressão e cisalhamento. Avalia-se indiretamente a resistência de uma arga-
massa às diversas ações de origem mecânica por sua resistência à compressão: 
pressupõe-se que, quanto maior a sua resistência à compressão, maiores serão 
as resistências frente a outras solicitações.
O Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002) também conceitua 
aderência como a propriedade que proporciona resistência às tensões normais 
e tangenciais atuantes na interface da base para a camada de revestimento. 
O mecanismo de aderência se dá em razão da ancoragem da pasta aglomerante 
nos poros da base em que se aplica a argamassa, o que mostra que parte da 
água de amassamento contendo os aglomerantes é succionada pelos poros 
da base na qual ocorre o seu endurecimento. Ainda, a aderência também se 
deve à ancoragem mecânica nas reentrâncias e saliências macroscópicas da 
superfície a ser revestida, conforme o processo mostrado na Figura 1.
5Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas
Figura 1. Adesão adequada entre o revestimento e o substrato.
Fonte: ABCP (2002, p. 16).
A durabilidade dos revestimentos de argamassa compreende uma pro-
priedade complexa que pode ser entendida, de acordo com o Manual de 
Revestimentos de Argamassa (ABCP, 2002), como a propriedade capaz de 
manter, por um longo período, o desempenho das funções da argamassa, sendo 
dependente de procedimentos adequados desde o início da obra até o seu 
uso final. Além disso, torna-se importante ressaltar que os materiais devem 
ser compatibilizados de acordo com as condições às quais estarão expostos 
durante toda a sua vida útil, em que se deve observar integralmente as técnicas 
de execução. Entre os fatores que, com mais frequência, comprometem a 
durabilidade dos revestimentos, estão as movimentações de origem térmica, 
higroscópica ou imposta por forças externas, a espessura dos revestimentos 
e a cultura e proliferação de microrganismos.
Com a inserção do cimento Portland, se, por um lado, quanto maior a 
quantidade de cimento presente na mistura, maior é a sua retração, por outro, 
maior também será a aderência com a base. A retração nada mais é do que o 
processo de redução de volume da massa por uma perda de água excedente da 
mistura pelo processo de evaporação. Conforme o Manual de Revestimentos 
de Argamassa (ABCP, 2002), a retração promove tensões internas de tração, 
resistidas ou não pelo revestimento, fenômeno que regula o grau de fissuração 
nas primeiras idades. Uma técnica utilizada para diminuir a retração consiste 
em trabalhar as argamassas com menos água.
Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas6
Quando se trabalha com partículas com a finura da cal, por exemplo em 
argamassas mistas de cal e cimento, ocorre uma retenção de água em volta 
das partículas finas, o que leva a uma subsequente retenção de água na arga-
massa. Quando ocorre esse processo, além da cal contribuir para a capacidade 
de absorver deformações e trabalhabilidade da argamassa, ajuda para uma 
melhor hidratação do cimento. Retentores de água são utilizados para reduzir 
a evaporação e a exsudação de água da argamassa fresca, além de conferir 
capacidade de retenção de água frente à sucção por bases absorventes (ABCP, 
2002).
A partir do momento da sua aplicação, uma argamassa pode ter a sua 
integridade comprometida por fatores como retração na secagem, penetração 
de água de chuva, temperaturas excessivamente baixas, choque térmico e 
reações químicas de agentes corrosivos externos. Portanto, é importante um 
estudo aprofundado das propriedades e dos fatores causadores da degeneração 
precoce de uma argamassa.
Argamassas de assentamento e revestimento
As argamassas mais utilizadas em obras de construção civil são as de as-
sentamento de alvenaria e as de revestimento de paredes, normatizadas pela 
ABNT NBR 13281:2005. Segundo Isaía (2011), a argamassa de assentamento 
de alvenaria é utilizada para elevação de paredes e muros de tijolos ou blocos 
(Figura 2) e, entre as principais funções das juntas dessa argamassa, estão:
 � unir as unidades de alvenaria para constituir um elemento monolítico, 
contribuindo para a resistência aos esforços laterais; 
 � distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área 
resistente dos blocos;
 � selar as juntas garantindo a estanqueidade da parede à penetração de 
água das chuvas;
 � absorver as deformações naturais, como as de origem térmica e as de 
retração por secagem (origem higroscópica), a que a alvenaria estiver 
sujeita.
7Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas
Figura 2. Assentamento de alvenaria.
Fonte: bogdanhoda/Shutterstock.com.
Nos processos tradicionais de assentamento de componentes de reves-
timento, como azulejos e pisos (Figura 3), estes são colocados sobre uma 
camada relativamente grossa de argamassa, que deve proporcionar a aderên-
cia adequada entre os componentes e a parede. A camada tem uma grande 
espessura, principalmente pela necessidade de regularizar as superfícies da 
alvenaria tradicional. À medida que se executa a alvenaria com maior perfeição 
de acabamento superficial, abre-se o campo para as camadas mais finas de 
argamassa de assentamento e, nesse quadro, para as argamassas pré-dosadas.
As argamassas pré-dosadas para o assentamento de componentes de revestimento, 
as chamadas argamassas adesivas, são aquelas que apresentam a introdução de um 
aditivo. Saiba mais a respeito lendo o artigo “Comparativo da resistência à compressão 
de argamassas de assentamento” (MANFREDO JUNIOR; NASCIMENTO; PINTO, 2018).
Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas8
Figura 3. Assentamento de piso.
Fonte: franco lucato/Shutterstock.com.
Conforme Isaía (2011), a argamassa de revestimento é aquela utilizada 
para revestir paredes, muros e tetos, geralmente recebendo acabamentos como 
pintura, revestimento cerâmico, etc. Entre suas principais funções, estão:
 � proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação do intemperismo, no 
caso dos revestimentos externos;
 � integrar o sistema de vedação dos edifícios, contribuindo com diversas 
funções, como isolamento térmico, acústico, segurança ao fogo, etc.
O revestimento de argamassa pode ser constituído por várias camadas com 
características e funções específicas, como:
 � chapisco;
 � emboço;
 � reboco;
 � camada única;
 � revestimento decorativo monocamada.
9Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas
O revestimento de argamassa mais tradicional é formado por chapisco, 
emboço e reboco (Figura 4), cada um dos quais constituído por uma argamassa 
que deve atender a funções diferenciadas. O chapisco consiste na camada de 
preparo da base, aplicada de maneira contínua ou descontínua, com finalidade 
de uniformizar a superfície quanto à absorção e, ainda, melhorar a aderência 
do revestimento. O emboço é a camada de revestimento executada para cobrir 
e regularizar a base, propiciando uma superfície que permita receber outra 
camada, de reboco ou de revestimento decorativo. Já o rebococonsiste na 
camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando 
uma superfície que permita receber o revestimento decorativo (p. ex., pintura) 
ou que se constitua no acabamento final.
Figura 4. Camadas do revestimento em argamassa.
Fonte: ABCP (2002, documento on-line).
A camada única representa um revestimento de um único tipo de argamassa 
aplicado à base, sobre a qual se emprega uma camada decorativa, como a 
pintura, sendo também chamado popularmente de massa única ou reboco 
paulista e compreendendo, hoje, a alternativa mais empregada no Brasil. Já o 
revestimento decorativo monocamada (RDM) é um revestimento aplicado em 
uma única camada com a função simultânea de regularizar e decorar, muito 
utilizado na Europa (ISAÍA, 2011).
Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas10
Aditivos para argamassas
Frequentemente, de acordo com Neville e Brooks (2013), em vez de utilizar um 
cimento especial, é possível alterar algumas das propriedades dos cimentos de 
uso mais comum pela incorporação de uma adição, um aditivo para cimento 
ou um aditivo para argamassa e concreto; em alguns casos, essa incorporação 
é a única maneira de alcançar determinado efeito. Existe um grande número 
de produtos registrados disponíveis, cujos efeitos desejados são descritos pelos 
fabricantes, embora outros efeitos possam ser conhecidos, de modo que um 
enfoque cauteloso, incluindo ensaios de desempenho, é sensato.
No Brasil, utiliza-se o termo “adição” para os produtos, em geral, em forma 
de pó, adicionados tanto ao cimento quanto à argamassa, também conhecidos 
como adições minerais, ou simplesmente adições. Os aditivos para cimento 
são produtos adicionados ao moinho, com o clínquer Portland e os demais 
materiais, para melhorar as condições de moagem. A norma ABNT NBR 
11768:2019 define aditivo como o produto que, adicionado durante o processo 
de preparação da argamassa, em quantidade geralmente não superior a 5% da 
massa de material cimentício, modifica suas propriedades no estado fresco 
e/ou endurecido. A norma ainda estabelece os seguintes tipos de aditivos: 
redutor de água/plastificante, alta redução de água/plastificante, alta redução 
de água/superplastificante, incorporador de ar, acelerador de pega, acelerador 
de resistência e retardador de pega.
Essencialmente, os aditivos químicos são os redutores de água (plastifi-
cantes), os retardadores de pega e os aceleradores, classificados pela ASTM 
C 494-05a (norma norte-americana), respectivamente, como tipos A, B e C. 
A classificação dos aditivos pela norma BS 5075-1:1982 (norma britânica) 
é praticamente a mesma, mas a BS EN 934-2:2001 abrange mais tipos de 
aditivos. O Quadro 2 lista as exigências especificadas pela BS EN 934-2:2001.
11Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas
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13Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas
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Conceitos básicos, propriedades, principais tipos e aditivos utilizados em argamassas14
Segundo Neville e Brooks (2013), os aditivos aceleradores são aqueles 
que aceleram o endurecimento ou o desenvolvimento da resistência inicial da 
argamassa ou de um concreto, em que o aditivo não deve ter efeitos específicos 
sobre o tempo de início de pega (enrijecimento). Por sua função específica 
de reduzir o tempo de pega, podem afetar negativamente a resistência, mas 
possibilita a realização de reparos urgentes. Já os aditivos retardadores de 
pega são úteis para trabalhos em climas quentes, em que o tempo de pega 
normal é diminuído pela alta temperatura, e para a prevenção da formação 
de juntas frias entre camadas sucessivas. Em geral, com o uso do retardador 
também ocorre um atraso no endurecimento, uma propriedade útil para a 
obtenção de acabamentos superficiais arquitetônicos com agregados expostos. 
A ação do retardo é obtida por adição de açúcar, derivados de carboidratos, 
sais solúveis de zinco, boratos solúveis e outros. Na prática, retardadores que 
também são redutores de água são mais comumente empregados. 
O mecanismo de retardo não é bem conhecido. Os aditivos modificam o crescimento 
dos cristais ou a morfologia, de modo que existe uma barreira mais eficiente à continui-
dade da hidratação do que sem retardador. Eventualmente, o retardador é removido 
da solução pela incorporação ao material hidratado, mas a composição ou os tipos de 
produtos da hidratação não mudam. Esse também é o caso de aditivos retardadores 
de pega e redutores de água (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Os aditivos plastificantes ou redutores de água são utilizados, conforme 
Neville e Brooks (2013), para três propósitos:
1. obter resistência mais elevada pela redução da relação água/cimento 
para a mesma trabalhabilidade de uma mistura sem aditivo;
2. obter a mesma trabalhabilidade pela redução do teor de cimento, bem 
como para reduzir o calor de hidratação em concreto massa;
3. para aumentar a trabalhabilidade,de modo a facilitar o lançamento em 
locais inacessíveis.
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Os aditivos superplastificantes têm função similar à dos plastificantes, 
no entanto os mesmos efeitos podem ser adquiridos com menores dosagens. 
Existem também os aditivos incorporadores de ar, que reduzem a tensão 
superficial da água e incorporam ou adicionam ar à argamassa, tornando-
-a mais coesiva, além de aumentarem a resistência mecânica. Seu grau de 
eficiência depende da presença de finos, ou seja, quanto mais finos, menos 
ar é incorporado.
Assim, torna-se importante conhecer os aditivos, visto que estes modificam 
as propriedades físicas das argamassas. A escolha adequada da argamassa 
pode facilitar muito seu manuseio e emprego, oferecendo vantagens que 
naturalmente não seriam obtidas por traços-padrão.
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