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MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO João Paulo Caixeta Estrutura atômica e ligações químicas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever a estrutura atômica e suas consequências no tipo de ligação química. � Verificar a influência da eletronegatividade no tipo de ligação química e suas consequências na formação das diferentes classes de materiais. � Identificar todas as forças químicas importantes para a formação dos materiais. Introdução Todo componente da natureza constitui-se por átomos, uma vez que estes são unidades fundamentais da matéria, que identificam os elementos químicos conhecidos e interagem entre si para formar os mais diversos compostos, tornando-se a compreensão atômica indispensável para o surgimento de novos materiais. Assim como a sociedade, o conceito de átomo evoluiu com os anos — vários modelos foram propostos até chegar no atual, constituído por um núcleo, no qual se encontram os prótons e nêutrons, e regiões nas quais há maior probabilidade de localizar um elétron (nuvens eletrônicas). Como a maioria dos elementos encontra-se instável na natureza, são necessárias ligações (forças intramoleculares) entre os átomos para a formação de novos compostos e moléculas, combinação que busca uma configuração eletrônica mais estável proporcionada pela interação das camadas de valência. Estas serão afetadas pela eletronegatividade, propriedade que diz respeito à capacidade de um átomo atrair elétrons para si, que define a polaridade de determinada molécula e, consequen- temente, auxilia no entendimento das forças atuantes em sua formação por meio das forças intermoleculares. Estrutura atômica Evolução do modelo atômico As primeiras premissas relacionadas ao átomo surgiram na Grécia Antiga (século V a.C.) a partir dos filósofos Demócrito e Leucipo, que defendiam que toda matéria era constituída por átomos. Porém, essas postulações foram perdidas ao longo dos anos com teorias contrárias que defendiam a matéria contínua, e apenas no século XIX o conceito de átomo voltou a ser discutido na comunidade científica a partir de John Dalton. Modelo de Danton De acordo com Dalton, os elementos são constituídos por partículas extrema- mente pequenas chamadas átomos; todos os átomos de um dado elemento são idênticos e de elementos diferentes têm massas diferentes. Já os compostos contam com combinações específicas de átomos de mais de um elemento. Por fim, definiu-se que uma reação química diz respeito à troca entre átomos para dar origem a novas substâncias, sem que estes sejam criados ou destruídos. Dalton realizou inúmeras medidas da razão entre as massas de elementos que se juntavam para formar substâncias, verificando que apresentavam certa tendência; anos depois, propôs um modelo atômico no qual o átomo era a unidade básica de um elemento, uma partícula bastante pequena, maciça e indivisível (SMITH; HASHEMI, 2012). Modelo de Thomson Na segunda metade do século XIX, foram realizados vários estudos simul- taneamente àqueles associados à radiação, até chegar à conclusão de que existiam partículas ainda menores do que o átomo, mostrando, assim, a sua não indivisibilidade. Por meio de um tubo de raios catódicos, de vidro e evacuado, John Thom- son conseguiu definir alguma dessas partículas subatômicas. Em uma das extremidades desse tubo, havia duas placas metálicas conectadas a uma fonte de alta tensão — a placa carregada negativamente (cátodo) emitia uma radia- ção na forma de raios catódicos, atraída pela placa carregada positivamente (ânodo). Com um furo no centro do ânodo, essa radiação passava até a outra extremidade do tubo, onde se encontrava uma placa com tela fluorescente, Estrutura atômica e ligações químicas2 produzindo, assim, luminosidade (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018; CHANG, 2010) (Figura 1). Figura 1. Experimento de Thomson. Fonte: Adaptada de Chang (2010, p. 31). A B C S Tela �uorescente + N – Ânodo Cátodo Fonte de alta tensão Como os raios catódicos eram atraídos pela placa carregada positivamente e repelidos pela placa carregada negativamente, Thomson concluiu que os raios catódicos apresentavam partículas menores com cargas negativas, às quais deu o nome de elétrons. A relação entre massa e carga foi definida de 5,6 × 10–19 g/C, em que Coulomb (C) era a unidade de carga. Posteriormente, pode-se definir a carga de um elétron — 1,6 × 10–19 C — e a sua massa — 8,96 × 10–28 g. O modelo atômico de Thomson propunha que os átomos continham elétrons e eram eletricamente neutros, neutralidade resultante da interação entre o átomo em si com carga positiva uniforme com elétrons embutidos com carga negativa, como se fosse um pudim de passas. Modelo de Rutherford Segundo Chang e Goldsby (2013), no início do século XX, Ernest Ruther- ford conduziu um experimento em uma lâmina bem fina de ouro, a qual foi bombardeada por partículas α: observou-se que, além de algumas partículas atravessarem a lâmina, outras eram refletidas ou sofriam desvio. Assim, 3Estrutura atômica e ligações químicas deduziu-se que o átomo era constituído principalmente por espaços vazios (justificando as partículas que atravessaram a lâmina, conforme esperado no modelo de Thomson) em que se encontravam os elétrons que realizavam órbitas circulares, além de um núcleo bastante denso no qual se localizavam partículas carregadas positivamente (justificando as partículas defletidas ou desviadas) (Figura 2). Figura 2. Experimento de Rutherford e visão ampliada das partículas α. Fonte: Adaptada de Chang (2010, p. 33). Lâmina de ouro Emissor de partículas α Fenda (a) Tela de detecção (b) Essas partículas positivas passaram a ser denominadas prótons, posterior- mente definindo-se que a massa de cada próton é de 1,672 × 10–24 g, número bem maior que a massa do elétron. Já a carga era idêntica à do elétron, porém com sinal positivo (e a do elétron, negativo). Como os átomos eletricamente neutros apresentavam massa bem maior do que a massa dos prótons em si, em 1932, James Chadwick realizou expe- rimentos semelhantes aos de Rutherford e definiu nêutron como a partícula sem carga elétrica e com massa ligeiramente superior à do próton (1,674 × 10–24 g) (SMITH; HASHEMI, 2012). Modelo de Rutherford-Bohr Com o início das descrições quânticas da radiação eletromagnética, em especial aquelas estabelecidas por Max Planck, Neils Bohr complementou o modelo atômico de Rutherford, com o conceito de energia quântica: além de os elétrons girarem em torno do núcleo, realizavam tal movimento em níveis quantizados, uma vez que cada elétron só pode ter determinada a quantidade de energia. Estrutura atômica e ligações químicas4 O modelo de Rutherford-Bohr conta com os níveis de energia, representados pelas letras K, L, M, B, O, P e Q, em que K representa o nível mais próximo do núcleo (n = 1) e Q o mais afastado (n = 7). Quando um elétron salta de um nível menor para um mais elevado, ele absorve energia; caso contrário, o elétron emite uma radiação em forma de luz (CALLISTER JUNIOR, 2008; SMITH; HASHEMI, 2012) (Figura 3). Figura 3. Modelo atômico de Rutherford-Bohr (elétron saltando para um nível de maior energia e menor energia, respectivamente). Fonte: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 24). Elétron hv fóton hv fóton Elétron n n n n n n 1 2 3 1 2 3 (a) Energia absorvida (a) Energia emitida Modelo de Schroedinger De acordo com Smith e Hashemi (2012), Chang (2010) e Rosenberg, Epstein e Krieger (2014), as hipóteses de Louis de Broglie (elétrons podem ser trata- dos como partículas ondas) e Werner Heisenberg (é impossível determinar a posição e o momento de um elétron ao mesmo tempo) contribuíram para explicar finalmente o comportamento de um átomo. Erwin Schroedinger conseguiu determinar as regiões em que há maior probabilidade de encontrar um elétron, redefinindo o conceito de orbitais, os quais se assemelhariam a “nuvens eletrônicas”.No modelo de Schroedinger, devem ser analisados quatro números inteiros denominados quânticos, os quais permitem o endereçamento de um dado elétron em um átomo: 5Estrutura atômica e ligações químicas � principal (n) — indica o nível de energia em que o elétron se encontra; � secundário (l) — indica o subnível em que o elétron se encontra; � magnético (m) — indica a orientação dos orbitais; � spin (s) — indica o sentido da orientação do elétron. Para interagir com a tabela periódica e obter informações referentes aos elementos químicos (como propriedades, distribuição eletrônica, números quânticos, etc.), acesse a tabela periódica interativa da Ptable, disponível no link a seguir. www.ptable.com Íons e moléculas Um elemento químico é o conjunto de átomos com mesmo número de prótons (ou mesmo número atômico), encontrado na natureza geralmente na forma de moléculas e íons formados por átomos, uma vez que apenas os seis gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn) existem na natureza como átomos isolados. � Molécula — grupo de pelo menos dois átomos do mesmo elemento ou dois ou mais elementos ligados por ligações químicas denominadas covalentes. É eletricamente neutra; � Íon — átomo ou grupo de átomos com carga elétrica, associada ao número de elétrons. A perda de um elétron origina um cátion (íon com carga positiva) e o ganho de um elétron, um ânion (íon com carga negativa). A interação entre um cátion e um ânion a partir de ligações químicas denominadas iônicas dá origem a um composto iônico estável. O conceito de configuração eletrônica, com o desenvolvimento da tabela periódica, permitiu explicar a formação de moléculas e compostos. Segundo Gilbert Lewis, a combinação dos átomos busca a configuração eletrônica mais estável, alcançada quando um átomo se torna isoeletrônico a um gás nobre (WELLER, 2018). Quanto às ligações químicas, recebem destaque as camadas de valência de determinado átomo, aquelas mais distantes do núcleo, uma vez que que Estrutura atômica e ligações químicas6 interagirão com as camadas de outros átomos. Essas camadas doarão ou rece- berão elétrons, buscando, assim, a estabilidade. O símbolo de Lewis possibilita visualizar os elétrons de valência presentes em um átomo de determinado elemento, facilitando a compreensão das ligações químicas possíveis. Eletronegatividade Trata-se de uma propriedade periódica que diz respeito à medida da intensi- dade com que determinado átomo atrai íons pra si mesmo, sendo os metais os elementos com menor eletronegatividade e os não metais com maior ele- tronegatividade, obedecendo à ordem de eletronegatividade (F > O > N > Cl > Br > I > S > C > P > H). Na tabela periódica, tal propriedade aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômico, isto é, de baixo para cima e da esquerda para a direita (Figura 4). Figura 4. Eletronegatividade dos elementos comuns. Fonte: Chang e Goldsby (2013, p. 383). Conforme Chang (2010), por meio da eletronegatividade é possível definir a polaridade, que diz respeito à separação de cargas elétricas, formando, assim, dipolos elétricos. A atração dos dipolos elétricos contidos nos átomos ou nas moléculas é o que impulsiona as forças químicas, sendo dipolo elétrico defi- nido como o conjunto de duas cargas elétricas iguais com sinais contrários e o momento dipolar elétrico a magnitude da carga vezes a distância entre elas, sendo a direção definida em relação à carga positiva. Se não houver diferença 7Estrutura atômica e ligações químicas de eletronegatividade entre os átomos ligados, a molécula ou o composto será apolar. Caso contrário, se houver diferença de eletronegatividade, será polar. No caso dos gases nobres, a eletronegatividade é a menor possível, já que apresentam estabilidade eletrônica. Forças químicas Em relação à formação de novos compostos ou moléculas, devem ser observa- das as forças intramoleculares e as intermoleculares (CALLISTER JUNIOR, 2008; SMITH; HASHEMI, 2012; ATKINS; JONES, 2012; CHANG, 2010): � Forças intramoleculares — dizem respeito às ligações químicas entre os átomos para formar novas moléculas ou compostos, sendo as prin- cipais responsáveis por suas propriedades químicas. Podem ser classi- ficadas em ligações iônicas, ligações covalentes e ligações metálicas; � Forças intermoleculares — associam-se às forças necessárias para que as moléculas permaneçam unidas, sendo as principais responsáveis por suas propriedades físicas. As forças intermoleculares são mais fracas que as intramoleculares (> 10 kcal/mol) e podem ser classificadas em forças íon-dipolo, forças de Van der Walls (forças dipolo-dipolo, for- ças dipolo-dipolo induzido, forças dipolo induzido-dipolo induzido) e ligações de hidrogênio. A força de ligação está associada à força atrativa e repulsiva existente entre os átomos e as moléculas. Quanto mais próximos, maior a força atrativa entre eles, e, consequentemente, maior ainda as forças repulsivas. Módulo de elasticidade alto, pontos de fusão e ebulição elevados e resistência mecânica são características de materiais com ligações fortes, enquanto baixo coeficiente de expansão térmica daqueles que apresentam ligações fracas. Ligação iônica Refere-se à ligação química resultante do processo de atração eletrostática entre cátions e ânions, pela diferença de eletronegatividade destes. Enquanto os metais apresentam baixa eletronegatividade, tendem a perder elétrons e formam cátions, os não metais têm eletronegatividade superior, tendem a ganhar elétrons e formam assim ânions. Estrutura atômica e ligações químicas8 Para tal ligação, a energia dos átomos ligados precisa ser mais baixa que a dos átomos livres, e, quanto mais forte essa variação, mais forte será a ligação. A força de ligação envolvida é forte, com uma energia de ligação entre 150 e 370 kcal/mol. Feita a interação, o metal cederá elétrons para o não metal, possibilitando, então, a estabilidade destes e a obtenção de eletrosferas equi- paráveis com a dos gases nobres. Na Figura 5, é possível observar a ligação iônica do sódio (cátion) e do cloro (ânion), resultando no cloreto de sódio. Figura 5. Ligação iônica: cloreto de sódio. Fonte: OSweetNature/Shutterstock.com. Os compostos originados por ligações iônicas são polares, uma vez que há um polo positivo e negativo, formando, assim, um dipolo. Além disso, em consequência das altas forças eletrostáticas envolvidas, tais materiais apresen- tam alta temperatura de fusão, são duros e quebradiços, têm alta resistência, são rígidos e conduzem bem eletricidade quando dissolvidos em água. Os materiais cerâmicos são típicos desse tipo de ligação. Ligação covalente Trata-se da ligação química resultante do processo de compartilhamento de elétrons entre átomos, estes dispostos em pares, pela quase similaridade de eletronegatividade entre eles. São as ligações mais comuns na natureza, geralmente entre os não metais, que apresentam alta eletronegatividade. Considerando dois átomos, o núcleo de um atrairá a nuvem eletrônica do outro, possibilitando, assim, a sua aproximação e, consequentemente, o compartilhamento de elétrons até que haja um equilíbrio, quando será formada uma ligação covalente, permitindo a complementação das respectivas cama- das de valência e atingindo um estado de energia mais baixo pela obtenção de moléculas. Na Figura 6, é possível observar a ligação covalente entre os 9Estrutura atômica e ligações químicas átomos de hidrogênio e oxigênio, os quais compartilham elétrons e formam a molécula da água. Figura 6. Ligação covalente: água. Fonte: Ligações... ([2015?], documento on-line). H H H HO O H H O O+2H Os compostos originados por ligações covalentes podem ser polares — se entre átomos com mesma eletronegatividade e que compartilham igualmente os elétrons — e apolares — se for entre átomos com eletronegatividades diferentes, induzindo o acúmulo de carga negativa ao redor do elemento mais eletronegativo (obedecendo à escalade eletronegatividade), gerando polos, já que os elétrons não são igualmente compartilhados. As forças envolvidas nesse tipo de ligação são fortes, havendo uma energia de ligação entre 125 e 300 kcal/mol, o que faz os materiais associados apresen- tarem baixos pontos de fusão e ebulição quando comparados aos compostos iônicos, serem maus condutores de eletricidade, terem alta solubilidade em solventes orgânicos e apresentarem baixa tenacidade, o que implica serem quebradiços. Os materiais poliméricos são típicos desse tipo de ligação. Ligação metálica Trata-se de uma ligação química entre metais em que elétrons fluem livremente em uma estrutura cristalina definida. Os metais apresentam baixa eletronega- tividade e formam cátions, necessitando, assim, ceder elétrons. Em um sólido metálico, os átomos se agruparão em um retículo cristalino geometricamente Estrutura atômica e ligações químicas10 ordenado, no qual os elétrons da camada de valência formarão uma “nuvem de elétrons”, interagindo com os cátions que serão formados e consequentemente estabilizados. A força de uma ligação metálica é relativamente forte, com uma energia de ligação entre 25 e 200 kcal/mol. Como nenhum elétron estará vinculado a um cátion específico, os elétrons se movimentarão ao longo da estrutura, conferindo, assim, propriedades específicas para os metais, como boa con- dutibilidade elétrica e térmica, quando submetidos a uma corrente elétrica ou uma fonte térmica. Além disso, os materiais metálicos apresentam brilho metálico, ponto de fusão e ebulição elevados, boa tenacidade, maleabilidade e ductilidade. Força íon-dipolo Compreende a interação entre íons e moléculas polares (dipolo). Como as moléculas polares apresentam polos positivos e negativos, ao interagirem com um íon ou composto iônico, haverá interação entre os polos com os cátions e/ou ânions associados, sendo o polo positivo atraído por um ânion e/ou o negativo por um cátion (Figura 7). Trata-se de uma interação forte entre as forças intermoleculares, exemplificada pela dissolução de sal na água. Figura 7. Forças intermoleculares. Fonte: Adaptada de Rocha (1999, documento on-line). δ+δ– δ+ δ+ δ+ δ+ δ+δ–δ– δ– δ–δ– δ– δ–δ+ δ+ + + Íon — dipolo permanente Íon — dipolo induzido Dipolo permanente — dipolo permanente Dipolo induzido — dipolo induzido Dipolo permanente — dipolo induzido 11Estrutura atômica e ligações químicas Força dipolo-dipolo Força de interação entre moléculas polares (dipolos). Como as moléculas polares apresentam polos positivos e negativos, o polo positivo de uma dada molécula será atraído pelo polo negativo de outra e/ou o polo negativo de uma dada molécula será atraído pelo polo positivo de outro (Figura 7). Trata-se de uma interação média entre as forças intermoleculares, sendo associada às moléculas H2S e HCl. Força dipolo-dipolo induzido Força de interação entre uma molécula polar (dipolo) e uma molécula apo- lar. Ao aproximar a molécula polar de uma molécula apolar, esta distorcerá a sua distribuição eletrônica a partir da indução, formando um dipolo na molécula apolar. Após a criação dos polos na molécula apolar, as moléculas se comportarão como um dipolo-dipolo. Tal processo também aconteceria se aproximássemos um íon de uma molécula apolar (Figura 7). Trata-se de uma interação fraca entre as forças intermoleculares e pode ser associada às moléculas de H2O e I2. Força dipolo induzido-dipolo induzido (força de London) Força de interação entre duas moléculas apolares. Como há fluxo de elétrons dentro das moléculas, é possível que, em determinado momento, essas mo- léculas consigam induzir um dipolo, dando sequência ao fenômeno na outra (Figura 7). Trata-se da interação mais fraca entre as forças intermoleculares e está presente nas moléculas de I2. Ligações de hidrogênio Interação entre moleculares polares que contêm hidrogênio ligado a átomos muito eletronegativos (nitrogênio, oxigênio ou flúor). Os elétrons se encontram muito mais próximos do elemento muito eletronegativo do que do hidrogênio pela forte atração pelos elétrons. Por fim, o hidrogênio fica com carga parcial positiva e o outro átomo com carga parcial negativa em virtude da alta ele- tronegatividade. Trata-se de uma das interações fortes entre as forças inter- moleculares, sendo associada às moléculas de água e a alguns argilominerais. Estrutura atômica e ligações químicas12 ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 922 p. ATKINS, P. W.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Princípios de química: questionando a vida mo- derna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. 1094 p. CALLISTER JUNIOR, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 705 p. CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre: AMGH; Bookman, 2010. 778 p. CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. 11. ed. Porto Alegre: AMGH; Bookman, 2013. 1165 p. LIGAÇÕES químicas. Khan Academy, [s.l.], [2015?]. 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