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Resumo de cada APG em 1Pagina - psiquiatria N1

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Carla Bertelli – 5° Período 
Consciência 
É empregado no sentido de um estado vígil, que iguala a 
consciência ao grau de clareza do sensório. É o estado de estar 
desperto, lúcido, trata-se do nível de consciência. Ela é classificada 
em nível (quantitativo) e conteúdo (qualitativo) e eles são 
responsáveis pela nossa consciência. O principal controlador é o 
Sistema Reticular Anterior Ascendente que se projeta do tronco 
encefálico até todo córtex cerebral, principalmente envolvido com 
estruturas do tálamo e mesencéfalo. As áreas pré-frontais são 
fundamentais na organização da atividade mental consciente. Por 
fim, reconhece-se a importância das interações talamocorticais na 
ativação e na integração da atividade neuronal cortical relacionada 
à consciência. O tálamo é uma estrutura posicionada no centro do 
cérebro para filtrar, integrar e regular as informações que chegam 
ao córtex cerebral, dados que partem da periferia do organismo e 
meio externo e se dirigem ao córtex cerebral. O tálamo é 
extensiva e reciprocamente interligado a todas as áreas do córtex 
cerebral, de forma que uma pequena lesão talâmica pode produzir 
graves alterações do nível de consciência 
Alterações Fisiológicas Normais da Consciência – 
Envolve principalmente o Sono. É caracterizado por ser um estado 
reversível, tipicamente expresso pela postura de repouso, 
comportamento quieto e redução da responsividade com uma 
arquitetura neurofisiológica complexa com estados cíclicos de sono 
não REM (Sono sincronizado, sem movimentos oculares rápidos) e 
sono REM (Sono dessincronizado, com movimentos oculares 
rápidos). Durante o sono não REM ocorre 4 estágios, sendo o 4° 
o estágio mais profundo. A duração do sono REM perfaz de 20 a 
25% do tempo total do sono, não é um sono leve e nem 
profundo. O sono se inicia com o tipo não REM, havendo a 
sucessão dos Estágios de 1 a 4 e ao longo da noite os períodos 
REM vão se tornando mais frequentes, até o despertar. (pessoas 
sonham mais no estágio REM) 
Alterações Quantitativas da Consciência - Obnubilação 
– Turvação da consciência ou sonolência patológica leve. 
Rebaixamento leve a moderado. Paciente pode estar acordado, 
porém há sempre diminuição do grau de clareza do sensório, com 
lentidão da compreensão e dificuldade de concentração. Tem 
dificuldade para integrar as informações do ambiente. No geral, o 
indivíduo diminui a atenção para as solicitações externas, dirigindo-
se para a sonolência Torpor – Grau + acentuado do 
rebaixamento da consciência. Paciente evidentemente sonolento, 
responde ao ser chamado apenas de forma enérgica e depois 
volta ao estado de sonolência. A resposta aos estímulos externos, 
quando solicitado energicamente, é mais curta do que nos estados 
de obnubilação, mas menos frustra que no estado de sopor Sopor 
– Estado de marcante e profunda turvação da consciência, de 
sonolência intensa, da qual o indivíduo pode ser despertado apenas 
por um tempo muito curto, por estímulos muito enérgicos, do 
nível de uma dor intensa. Nesse momento, o paciente pode revelar 
fácies de dor e ter alguma gesticulação de defesa. Retorna, então, 
muito rapidamente, em segundos, à quase ausência de atividade 
consciente. Coma – É a perda completa da consciência, o grau 
mais profundo de rebaixamento de seu nível. No estado de coma, 
não é possível qualquer atividade voluntária consciente. Os 
seguintes sinais neurológicos podem ser verificados: movimentos 
oculares errantes com desvios lentos e aleatórios, nistagmo, 
transtornos do olhar conjugado, anormalidades dos reflexos 
oculocefálicos (cabeça de boneca) e oculovestibular (calórico) e 
ausência do reflexo de acomodação. 
Perdas Abruptas da Consciência podem estar associadas 
a fatores e condições médias e/ou psicopatológicas. Tal perda 
pode ser causada por fatores emocionais, neurofuncionais ou 
orgânicos de diversas naturezas. As perdas abruptas e transitórias 
(duram geralmente segundos a minutos) da consciência recebem 
várias denominações médicas e populares: lipotimia, síncope, 
desmaios e perdas da consciência de outra natureza 
Delirium – O delirium é uma das síndromes mais frequentes na 
prática clínica diária, principalmente em pacientes com doenças 
somáticas (emergências e enfermarias médicas e geriátricas) e 
idade avançada. O delirium diz respeito, portanto, aos vários 
quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de 
consciência, acompanhados de desorientação temporoespacial, 
dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus 
variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e 
confuso e ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. Trata-se 
de um quadro que oscila muito ao longo do dia. Geralmente, o 
paciente está com o sensório claro pela manhã, e, no início da 
tarde, o nível de consciência “afunda”, piorando no fim da tarde e à 
noite 
Alterações Qualitativas - Estado Crepuscular – Estado 
patológico transitório no qual uma obnubilação leve da consciência, 
acompanhada de relativa conservação da atividade motora 
coordenada. os estados crepusculares, há, portanto, estreitamento 
transitório do campo da consciência e afunilamento da consciência 
com a conservação de uma atividade psicomotora. O estado 
“crepuscular” caracteriza-se por surgir e desaparecer de forma 
abrupta e ter duração variável, de poucos minutos ou horas a 
algumas semanas. Durante esse estado, ocorrem, com certa 
frequência, atos explosivos violentos e episódios de descontrole 
emocional Estado Segundo – Transitório semelhante ao estado 
crepuscular, caracterizado por uma atividade psicomotora 
coordenada, a qual, entretanto, permanece estranha à 
personalidade do sujeito acometido e não se integra a ela. 
Dissociação da Consciência – Fragmentação ou a divisão do campo 
da consciência, ocorrendo perda da unidade psíquica comum do 
ser humano. A dissociação da consciência ocorre com mais 
frequência nos quadros anteriormente chamados histéricos (crises 
histéricas de tipo dissociativo). Transe – Estado de alteração 
qualitativa da consciência que se assemelha a sonhar acordado, 
diferindo disso, porém, pela presença em geral de atividade motora 
automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos 
movimentos voluntários.. Ocorre sobretudo em contextos religiosos 
e culturais Estado Hipnótico – É um estado de consciência 
reduzida e estreitada e de atenção concentrada, que pode ser 
induzido por outra pessoa (hipnotizador). Nesse estado, podem ser 
lembradas cenas e fatos esquecidos e podem ser induzidos 
fenômenos como anestesia, paralisias, rigidez muscular, alterações 
vasomotoras É uma técnica de concentração da atenção e de 
alteração induzida por um estado de consciência. 
 
 
Carla Bertelli – 5° Período 
Memória 
Capacidade de codificar, armazenar e evocar experiências, impressões e 
fatos que ocorrem em nossas vidas. Ocorre por diferentes vias, é 
complexo e depende da integração de redes múltiplas de informações. A 
capacidade de memorizar depende de vários fatores, como nível de 
consciência e atenção, estado emocional, interesse motivacional, contexto, 
lugar, momento. A memória é armazenada por todo córtex cerebral, em 
vias conhecidas como traços da memória. O hipocampo é considerado 
uma importante estrutura de aprendizado e memória. Quando um 
estímulo chega ao SNC, primeiro vai para a memória de curta duração, 
uma área de armazenamento limitado, e elas desaparecem caso não seja 
feito um esforço. Os elementos básicos da memória constituem: 
Codificação, Armazenamento e Recuperação ou Evocação. 
As estruturas límbicas temporomediais, principalmente relacionadas 
ao hipocampo, à amígdala e ao córtex entorrinal, são fundamentais. 
Elas atuam, em especial, na consolidação dos registros e na 
transferência das unidades de memória de curto e médio prazos, 
para a de longo prazo. O substrato neuralda memória de longo 
prazo (registros bem consolidados) repousa basicamente no córtex 
cerebral, ou seja, nas áreas de associação neocorticais, 
principalmente frontais e temporoparietoccipitais. Em memórias 
recentes há mudanças e consolidações de sinapses neuronais 
relacionadas a complexas cascatas de eventos moleculares e 
celulares necessárias para a primeira estabilização de informações 
recentemente adquiridas, nas redes neuronais coordenadas pelo 
hipocampo. Em contraste, as memórias lentas e de longo prazo, a 
consolidação das memórias se baseia em processos de nível 
sistêmico (redes neuronais), lentos, tempo-dependentes, que 
convertem os traços lábeis de memória recente em formas mais 
permanentes, estáveis e ampliadas, baseadas na reorganização de 
redes neurais de suporte à memória, também coordenadas pelos 
hipocampos A codificação é o processo inicial da memorização. A 
evocação é a capacidade de acessos os dados fixados. Lembrança é a 
capacidade de acessar elementos no banco da memória de longo prazo. 
Reconhecimento é a capacidade de identificar uma informação 
apresentada ao sujeito com informações já disponíveis na memória de 
longo prazo. Esquecimento, por sua vez, é a denominação que se dá à 
impossibilidade de evocar e recordar. 
As memórias podem ser divididas em 4 momentos temporais 
(segundo o tempo de aquisição, armazenamento e evocação), e 
constitui: memória sensorial ou depósito sensorial, memória 
imediata ou de curtíssimo prazo, memória recente ou de curto 
prazo e memoria de longo prazo ou remota. As informações a 
serem guardadas na memória de longo prazo são armazenadas de 
modo organizado, em sistemas que proporcionam uma estrutura 
organizacional. Assim, as informações são arquivadas e conservadas 
de acordo com seu significado, em redes semânticas nas quais 
conceitos semelhantes ou semanticamente relacionados são 
armazenados de maneira vinculada, próximos uns dos outros. 
Tipos de memória Dependente do Caráter Consciência ou não Consciente 
do processo mnêmico: Memória Explícita (declarativa) relacionada ao 
conhecimento consciente, obtido com algum esforço. 
Memória Implícita (sem consciência ou não declarativa) adquirimos 
e utilizados sem perceber, sem esforço, como algumas habilidades 
motoras e conhecimentos gerais como saber que o céu é azul. 
Está envolvida com sensações de familiaridade. Além disso há os 
tipos de memórias classificadas segundo a estrutura cerebral 
envolvida. Memória de Trabalho (explícita, consciência, que exige 
esforço, é ativa, permite manter e manipular informações novas. 
Córtex Pré-Frontal). Memória Episódica (Explícita, de longo prazo, 
experiências, Face medial dos lobos temporais). Memória Semântica 
(Explícita, aprendizado, conservação e utilização dos 
conhecimentos gerais que temos, lobos temporais) Memória de 
Procedimentos (automática, implícita, consiste em habilidades 
motores e perceptuais mais ou menos complexas, como andar de 
bicicleta) 
Alterações Patológicas da Memória se dividem em Quantitativas 
(Hipermnésia ou Hipo/Amnésica) e Qualitativas (Ilusões mnêmicas, 
alucinações, confabulações, criptomnésia, ecmnésia e lembrança 
obsessiva). 
Hipermnésia – Pode acontecer em pacientes com mania ou 
hipomania, representações afluem rapidamente, uma tempestade 
de informações ou imagens, em grande número, porém com 
pouca clareza e precisão, aceleração geral do ritmo psíquico. 
Existe a hipermnésia para memória autobiográfica. Amnésia – 
Perda da memória, seja a capacidade de fixar, manter, e evocar 
conteúdos mnêmicos antigos. A perda da memória segue uma 
regra, primeiro perde as lembranças no sentido inverso que as 
adquiriu, perde primeiro conhecimentos recentemente adquiridos e 
depois os mais antigos, perde os mais complexos e depois os mais 
simples. Pode ser Dissociativas/Psicogênicas (perda de elementos 
mnêmicos seletivos), ou Orgânico (perda menos seletiva) 
Anterógrada (não consegue mais fixar elementos mnêmicos a 
partir do evento que lhe causou o dano cerebral) e Retrógrada 
(perde a memória para fatos ocorridos antes do início do 
transtorno (ou trauma). 
Ilusões Mnêmicas – Acréscimo de elementos falsos a elementos da 
memória de fatos que realmente aconteceram, a lembrança 
adquire caráter fictício. 
Alucinações Mnêmicas – Criações imaginativas, dotadas de 
sensorialidade, tem aparência de lembranças que não 
correspondem a qualquer elemento mnêmico ou qualquer 
lembrança verdadeira. 
Confabulações – Produção de relatos, narrativas e ações que são 
involuntariamente congruentes com a história passada do indivíduo, 
com uma situação presente e futura. São memórias ou 
recordações falsas, a pessoa que confabula não sabe da falsidade 
das suas recordações, são recordações plausíveis, ou seja, se 
parecem com o que poderia ter acontecido mas não aconteceu. 
Criptomnésia – Falseamento da memória, lembranças aparecem 
como fatos novos ao paciente, que não as reconhece e as 
interpreta como novidade. 
Ecmnésia – Recapitulação e revivência intensa, abreviada e 
panorâmica da existência, uma recordação condensada de muitos 
eventos passados, que ocorre em breve período. 
Lembrança Obsessiva – Ideia fixa ou representação prevalente. 
Surgimento espontâneo de memórias ou conteúdos ideativos do 
passado, que uma vez instalados na consciência não podem ser 
repelidos voluntariamente pelo indivíduo. 
Carla Bertelli – 5° Período 
Sensopercepção 
A sensação é um fenômeno passivo, físico, periférico e objetivo 
que resulta das alterações produzidas por estímulos externos 
sobre os órgãos sensoriais. Podemos distinguir qualidades mais 
elementares dos objetos, como cor, forma, peso, temperatura, 
consistência. Já a Percepção é um fenômeno ativo, psíquico, 
central e subjetivo. É um fenômeno consciente que resulta da 
integração das impressões sensoriais parciais e da associação 
destas às representações. Relacionada a identificação, 
reconhecimento e discriminação dos objetos. 
As vias sensoriais são constituídas pelo Neurônio de Primeira, 
Segunda (decussa) e Terceira Ordem. Temos vários tipos de 
receptores no nosso corpo, e cada estímulo pode chegar ao 
córtex e se tornar consciente ou chegar apenas ao tronco e o 
cerebelo (propriocepção) Via do Funículo Posterior Lemnisco 
Medial (tato fino, vibração, propriocepção), composto pelos 
fascículos grácil (inferior do corpo) e cuneiforme (superior). Via 
Anterolateral ou Espinotalâmica (tato protopático, dor, temperatura 
e prurido), trato espinotalâmico lateral (dor e temperatura) e 
anterior (tato e pressão). 
O elemento básico do processo de sensopercepção é a Imagem 
Representativa Real que é caracterizada por nitidez, corporeidade, 
estabilidade, extrojeção, ininfluenciabilidade voluntária, completude. 
Já a Representação pode ser revivência de uma imagem sem que 
esteja presente o objeto que a produziu, tem pouca nitidez, pouca 
corporeidade, instabilidade, introjeção, incompletude. Existem alguns 
tipos de imagem representativa: 
Imagem Eidética (Eidetismo) – Evocação de uma imagem guardada 
na memória, representação precisa com características 
semelhantes à percepção, é voluntária. 
Pareidolias – Misto de percepção e representação. Imagens 
visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do 
ambiente, como olhar para uma nuvem e perceber uma imagem. 
Imaginação – Atividade psíquica, geralmente voluntária, evocação 
de imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou criação 
de novas. Ocorre na ausência de estímulos sensoriais. 
Fantasias – Forma de imaginação, uma produção imaginativa. 
Alterações Quantitativas – Intensidade anormal das imagens 
perceptivas, para mais ou para menos. 
Agnosia – Distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, 
auditivos ou táteis na ausência de déficits sensoriais. As sensações 
ocorrem normalmente, porém não são associadas as 
representações. Relacionada a distúrbiosem áreas associativas 
corticais. 
Hiperestesia – Aumento da intensidade perceptiva. As imagens 
sensoriais se tornam mais intensas, vívidas ou nítidas. Presente na 
intoxicação por algumas drogas, crises epilépticas, quadros 
dissociativos, etc. Hipoestesia – Diminuição global da intensidade 
perceptiva. O mundo parece mais escuro e sem brilho, a comida é 
insossa, os sons são abafados etc. Observa-se principalmente em 
quadros estuporosos 
Anestesia – Abolição da sensibilidade. Encontrada nas mesmas 
situações de hipoestesia e ainda quadros conversivos e coma 
Macropsia – Objetos parecem aumentados de tamanho 
Micropsia – Objetos parecem menores do que realmente são 
Dismegalopsia – Objetos parecem deformados, algumas partes 
aumentadas e outras diminuídas 
Alterações Qualitativas 
Ilusão – Percepção falseada, deformada de um objeto real e 
presente. No lugar deste, um outro objeto é percebido. A 
deturpação da imagem perceptiva se dá em função da mescla 
desta com uma imagem representativa Não é necessariamente 
patológica. São classificadas em ilusão por Desatenção, Ilusão 
Catatímica e Ilusão Oniroide. 
Alucinações – Percepção sem objeto ou como uma percepção na 
ausência de estímulos externos correspondentes. As alucinações 
não se originam de transformações de percepções reais, o que as 
distinguem das ilusões. 
Alucinações Verdadeiras – Apresentam todas as características de 
uma imagem perceptiva real. 
Pseudoalucinações – Diferenciam-se das alucinações verdadeiras 
pela ausência de corporeidade e localização no espaço subjetivo 
interno. Os pacientes percebem com os “olhos (ou ouvidos) 
internos” com o termo interno referindo-se a dentro da mente (e 
não dentro do corpo ou da cabeça). Podem ser frequente na 
esquizofrenia 
Alucinoses – O objeto percebido é localizado no espaço objetivo 
externo. Elas diferenciam-se das alucinações verdadeiras por serem 
adequada e imediatamente criticadas pelo indivíduo, que reconhece 
o fenômeno como algo patológico 
Sinestesia – Estímulo sensorial em uma modalidade é percebido 
como uma sensação em outra modalidade, como ver sons e ouvir 
cores. 
Sensopercepção em transtornos mentais: 
Esquizofrenia – Riqueza alucinatória, especialmente de forma 
paranoide. Alucinações cenestésicas e auditivas. Sonorização do 
pensamento. 
Transtorno de Humor – Hiperestesia ou Hipoestesia e ilusões 
catatímicas. 
Delirium – Ilusões e alucinações visuais, podem ser auditivas ou 
táteis. Pode haver hipoestesia, micropsia, macropsia e dismegalopsia. 
No delirium tremens, são comuns as zoopsias (visões de pequenos 
animais) e as alucinações liliputianas, além de alucinações táteis. 
Epilepsia – Alucinoses 
Demência – Agnosia 
Carla Bertelli – 5° Período 
Pensamento, Juízo e Alterações 
O pensar está relacionado à antecipação de acontecimentos, a 
construção de modelos da realidade e simulação do seu 
funcionamento. Os atributos intelectivos fundamentais que 
sustentam o pensamento são: Compreensão Intelectual 
(apercepção), ideação, imaginação e a associação de 
representações e ideias. A ideia se difere da imagem 
representativa (ou mnêmica) por ser imaterial, abstrata e em geral 
não redutível ao sensorial. Associação é o processo psíquico 
através do qual se estabelecem relações significativas entre as 
imagens perceptivas, representativas e imaginarias e as ideias. 
Atividades fundamentais do pensamento incluem a: elaboração de 
conceitos, formação de juízos e o raciocínio. A Elaboração de 
Conceitos identifica os atributos ou qualidades mais gerais e 
essências de um objeto ou fenômeno, expresso por uma palavra. 
Juízo estabelece uma relação entre 2 ou mais conceitos, consiste 
no ato da consciência de afirmar algum atributo ou qualidade a um 
objeto ou fenômeno. O Raciocínio representa uma operação 
mental que relaciona juízos, levando a formação de novos juízos 
ou conclusões. O raciocínio pode ser Indutivo (do particular para o 
geral), dedutivo (do geral para o particular) ou analógico (do 
particular para o particular). 
Modalidades do pensamento incluem os princípios do pensamento 
lógico-formal ou aristotélico, composto por: Princípio da Identidade, 
Princípio da Causalidade e Princípio da Relação da Parte com o 
Todo. 
Aspectos do Pensamento são o Curso, Forma e Conteúdo. Curso 
refere-se a velocidade e ritmo do pensamento, quantidade de 
ideias ao longo do tempo. Forma está relacionada a estrutura do 
pensamento, a relação entre as ideias. Conteúdo fala sobre a 
temática do pensamento, as qualidades ou características das ideias. 
Alterações do pensamento são divididas em Quantitativas, relacionada 
ao Curso (aceleração, alentecimento, interrupção) e Qualitativas, 
relacionadas a Forma (fuga de ideias, desagregação, prolixidade, 
minuciosidade, perseveração) e Conteúdo (concretismo, ideias 
delirantes, deliroides e sobrevaloradas. 
Aceleração do Curso ou Taqui-psiquismo – Fala rápida, maior 
produtividade ideativa e maior velocidade no processo associativo. 
Ocorre na mania, intoxicação por cocaína ou anfetamina, ansiedade 
e agitação psicomotora. 
Alentecimento do Curso ou bradipsiquismo – Fala lenta, redução no 
número de ideias e representações, inibição do processo 
associativo. Comum na depressão, demência, estopor. 
Interrupção do Curso – Bloqueio do pensamento, alteração quase 
exclusiva da esquizofrenia. Abruptamente e sem qualquer motivo 
aparente o paciente interrompe a sua fala deixando de completar 
a ideia. É um ‘’branco’’ 
Fuga de Ideias – Variação rápida e incessante de tema, com 
preservação da coerência do relato e da lógica de associações de 
ideias. A tendência dominante do pensamento está enfraquecida, 
causando um afastamento da ideia-alvo. Pode-se considerar que 
várias ideias alvos se sucedem em um pequeno espaço de tempo. 
O pensamento é facilmente desviado por estímulos externos e as 
associações muitas vezes se dão por assonância (rimas) ou 
aliteração (repetição de consoantes) das palavras. 
Desagregação do Pensamento – Perda no sentido lógico na 
associação das ideias. Há a formação de associações novas que 
são incompreensíveis, irracionais e extravagantes. Altera-se a 
sintaxe do discurso, que se torna incoerente, fragmentado. Ocorre 
na esquizofrenia, delírio. 
Prolixidade – Discurso repleto de detalhes irrelevantes, que torna 
tedioso, a ideia-alvo nunca é alcançada, ou só tardiamente. Decorre 
da incapacidade de síntese de distinguir o essencial do acessório. 
Encontrada no retardo mental e na demência. Pode ser dividido em 
Circunstancialidade, no qual a ideia-alvo ainda é atingida, ou 
tangencialidade, quando não se atinge. Sente dificuldade em 
responder de forma direta e objetiva uma pergunta. 
Minuciosidade – Discurso com número excessivo de detalhes 
relevantes. São introduzidos para enriquecer a comunicação e 
ansiosamente, para evitar quaisquer possíveis omissões. Encontrada 
no transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de personalidade 
obsessiva. Relatório pormenorizado. 
Perseveração – Recorrência excessiva e inadequada no discurso do 
mesmo tema, ou uma dificuldade em abandonar determinado 
tema. Consiste numa perda de flexibilidade do pensamento, fixação 
persistente de uma única ideia alvo e empobrecimento dos 
processos associativos. Ocorre na demência, retardo mental, 
delírium. Ideias obsessivas (obsessões) podem ser consideradas 
uma forma especial de perseveração. 
Concretismo – Pensamento empobrecido, discurso pobre em 
conceitos abstratos, em metáforas e analogias. 
Ideias delirantes ou Delírios – São consideradas como alterações do 
conteúdo do pensamento. 
Juízos patologicamente falsos, que possuem características 
externas: acompanham-se de uma convicção extraordinária, não 
são susceptíveis à influência e possuem um conteúdo impossível. 
Alteração relacionada a formação de juízos, através do juízo 
diferimos a verdade do erro. Através do juízodiscernimos o que é 
real do que é fruto da imaginação. Nem todos os juízos falsos são 
patológicos, O erro também consistiu um juízo falso, porém se 
origina da ignorância, julgamento apressado ou premissas falsas, e 
é passível de correção pelos dados da realidade. Há juízos que são 
considerados delirantes mesmo não sendo falsos, um juízo que 
coincide com a realidade é delirante quando há uma incoerência 
entre a crença e as evidencias apresentadas. Delírio Primário é a 
ideia delirante autentica que não deriva de nenhuma outra 
manifestação psíquica patológica, relacionada a profunda 
transformação da personalidade. O delírio secundário também 
chamado de ideia deliroide, podem ser relacionados a ideia de culpa 
na depressão, ideias de grandeza na mania. 
Classificado em Delírios Sistematizados e Delírios não Sistematizados . 
Além disso são classificados como Delírio intuitivo, imaginativo, 
catatímico, interpretativo, sensorial, onírico e mnêmico.

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