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EXAME DO ESTADO MENTAL Aparência Atividade psicomotora Atitude Comunicação FUNÇÕES COGNITIVAS E AVALIAÇÃO CLÍNICA PARA PSICOTERAPEUTA CASOMI = Consciência, Atenção, Sensopercepção, Orientação, Memória, Inteligência interligado a síndromes cerebrais orgânicas = delirium, alzheimer… APeJuCol = Afetividade, Pensamento, Juízo crítico, Conduta e Linguagem. interligado a síndromes psicóticas e transtornos de humor Consciência - estado de alerta ou lucidez. Alterações de consciência: Obnubilação\sonolência: alterado a capacidade de pensar claramente, tende a cair no sono se não for estimulado. Confusão: dificuldade de compreensão, é um grau mais acentuado de obnubilação. Estupor: não responde a estímulos (não responde) somente a estímulos vigorosos, (que causa dor) Coma: há abolição completa de consciência, não responde estímulos externos e internos. Hiperalerta: encontra-se mais ansioso, respostas aumentadas dos estimulos. ATENÇÃO capacidade para manter um foco em uma atividade vigilância: voltar o foco da atenção para estímulos externos aumentada: hipervigil = prejuízo da atenção para outros estímulos diminuída: hipovigil = desatento em relação ao meio tenacidade: capacidade de manutenção de atenção tem relação com a motivação hipo ou hipertenaz concentração: capacidade de manter a atenção voluntária em processos internos do pensamento desatenção: incapacidade de voltar o foco para determinado estímulo distração: incapacidade de manter o foco em determinado estímulo SENSOPERCEPÇÃO ilusão: quando os estímulos sensoriais são confundidos ou interpretados erroneamente ou redução do nível de consciência (delirium) dismegalopsias: nas quais os objetos ou pessoas tomam tamanho ou distâncias irreais macropsias = os objetos parecem mais próximos e maiores micropsias = parecem menores e mais distantes alucinações: percepção sensorial sem ter estímulo externo pseudoalucinações = sentidas, mas percebidas como falsas despersonalização: impressão de que o corpo está mudando, perda de identidade desrealização: sensação de que o ambiente está mudando ou mudou ORIENTAÇÃO Capacidade de situar-se no tempo, espaço ou situação e reconhecer sua própria pessoa. tempo espaço a própria pessoa demais pessoas DESORIENTAÇÃO Alteração na atenção e na consciência MEMÓRIA É a capacidade de registrar, fixar, reconhecer objetos, pessoas, experiências ou estímulos sensoriais. Está fortemente ligada a emoções. memória imediata: números e repetir imediatamente memória recente ou curto prazo: conversa e pede para repetir os números memória remota: um evento importante do passado. amnesia: incapacidade de evocar experiências passadas amnesia imediata: comprometimento cerebral agudo amnésia anterógrada: paciente esquece tudo o que ocorreu após um fato ou acidente importante amnésia retrógrada: esquecimento de situações ocorridas anteriormente a um trauma, doença ou fato importante amnésia lacunar: esquecimento dos fatos ocorridos entre duas datas amnesia remota: esquecimento de fatos ocorridos no passado, pacientes idosos com algum grau de demência pela extensão: parciais = esquecimento de um nome, um local, uma língua total = perda total de lembranças pelo mecanismo: de fixação = por falta de lógicas, referências cronológicas… de evocação = por inibição emocional da evocação conservação = por extinção definitiva das lembranças antigas paramnésias: déjà vu = sensação de familiaridade com uma percepção efetivamente nova jamais vu = sensação de estranheza em relação a uma situação familiar hipermnésia = capacidade aumentada de registrar e evocar fatos INTELIGÊNCIA Capacidade de assimilar conhecimentos factuais, compreender relações entre eles, raciocinar logicamente,e de forma abstrata, conceitos, resolver situações novas. idade mental = nível intelectual médio de determinada idade. Binet QI. desenvolvimento e rendimento escolar. pensamentos abstratos. dinheiro, distância aproximada, nomes de presidentes, informações de tv, conhecimentos gerais. vocabulário. deficiência mental: atraso ou insuficiência de desenvolvimento intelectual, com interferência no desempenho social e ocupacional. demência: deterioração global e orgânica do funcionamento intelectual sem alteração do nível de consciência. AFETIVIDADE Experiência imediata e subjetiva das emoções sentidas pelo paciente em relação ao que cerca, abrangendo sentimentos. Afeto é a experiência da emoção subjetiva ligada a ideias ou representações mentais. HUMOR O espectro de sentimentos predominantes e mais constantes podem influenciar a percepção de si mesmo ou do mundo ao seu redor. eutímico = o paciente que está com o afeto/humor normal. afeto achatado /aplainado ou embotado = casos de severa redução na expressão afetiva afeto grandioso ou expansivo = nos casos de exagero na valorização das próprias capacidades, posses ou importância. afeto inapropriado ou incongruente = disparidade entre afeto e o conteúdo do pensamento labilidade afetiva = rápidas alterações de afetos opostos incontinência emocional = transparece todas emoções que sente, de forma intensa indiferença afetiva = muito indiferente que está acontecendo, apático , não demonstra afetividade afeto inapropriado ou incongruente: em relação ao que está sendo relatado afetivo hipomaníaco ou maníaco exaltado: euforia e êxtase, sendo desproporcional as circunstância transtornos mais comuns: transtornos afetivo bipolar (tristeza e euforia intercaladas) esquizofrenia (afeto embotado, inapropriado) transtornos de ansiedade (medo e ansiedade) demência (labilidade) PENSAMENTO associar conhecimentos novos e antigos, integrar estímulos externos e internos, sintetizar, julgar, concluir e criar. três formas: produção, curso e conteúdo. produção: organiza as ideias, em que sequência, se segue ou não as leis da sintaxe e da lógica. curso: quantidade de ideias que vem ao pensamento, podendo ser abundante ou escassa, na velocidade ou fuga de ideias. perda de associações: quando se perde no meio do discurso tangencialidade: não tem aprofundamento nos assuntos circunstancialidade: detalhes desnecessários que não chega no ponto importantes perseveração: permanecia no mesmo assunto associação por rimas: semelhante a fuga de ideias apenas pelo som conteúdo: ideias propriamente ditas ideias supervalorizadas: crença exagerada, desconfiança, implicância gratuita ideias de referência: como se as outras pessoas referem-se a so pobreza de pensamento: poucas informações, repetições vazias obsessões: toc, repetitivos, quer se livrar mas não consegue IDEIAS SUPERVALORIZADAS OU DELÍRIOS persecutórias ou paranóides: está sendo seguido, observado, procurado de grandeza: acredita ser um rei desvalia: avaliação negativa de si mesmo ruína: em mundo completo de desgraças, ele e sua família, o futuro de sofrimento infidelidade: ser traído erotomania: sendo amado por alguém de posição social muito proeminente controle: suas ações, pensamentos são controlados por radiações, máquinas de inimigos JUÍZO CRÍTICO Perceber e a avaliar a realidade externa e separá-la dos aspectos do mundo. impulsos e fantasias da proprias pessoas. insight = forma mais complexa de juízo, grau de compreensão do paciente sobre si mesmo. alterações: fala inapropriadas ser inconveniente não medir consequências não se dar conta de gravidade conduta: comportamentos observáveis compulsão: urgência de realizar um ato motor aparentemente sem motivo, repetitivo com função de alívio psíquico. inquietação, agitação, agressividade, sadismo, masoquismo, catatonico, bizarro, negativismo, tiques, cacoetes ou autista, histriônico, risos imotivados, álcool, drogas, fissura, roubo, vandalismo, mesquinhez, anorexia, tentativa de suicidio, homicídio, parafilias, tricotilomania, impulsividade, rituais, limpezas, evitações, somatizações, aparência excêntrica, isolamento social, cuidados pessoais. transtornos mais comuns: personalidade antissocial depressão mania esquizofrenia t alimentar tp borderline toc fobia LINGUAGEM: como a pessoa se comunica quantidadevelocidade volume gramática vocabulário neologismos disartria bradilalia taquilalia ecolalia afasia logorreia mutismo vulgaridade coprolalia disgrafia VISÃO CRÍTICA DA PSICOPATOLOGIA O movimento anti-psiquiátrico patologização em excesso de comportamentos que são normais e uma forma de experienciar a realidade. eustachio portella nunes - manual do exame psíquico alguns pensamentos sexistas sobre os maiores diagnósticos das mulheres ESTUDO DIRIGIDO - FEITO EM GRUPO Defina os termos a seguir: Consciência e Suas Alterações a) Sensação Define-se a sensação como o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. Os estímulos sensoriais fornecem a alimentação sensorial aos sistemas de informação do organismo. As diferentes formas de sensação são geradas por estímulos sensoriais específicos, como visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos e cinestésicos (Goldstein, 2010). A sensação é considerada, portanto, um fenômeno passivo; estímulos físicos (luz, som, pressão) ou químicos atuam sobre sistemas de recepção do organismo. b) Consciência É a soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado momento. Nesse sentido, consciência é o que se designa campo da consciência. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. Na relação do Eu com o meio ambiente, a consciência é a capacidade do indivíduo de entrar em contato com a realidade, perceber e conhecer os seus objetos. Já no conceito ético-filosófico, a consciência é utilizada mais frequentemente no campo da ética, da filosofia, do direito ou da teologia. O termo “consciência” refere-se à capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades, os direitos e os deveres concernentes a essa ética. Assim, a consciência ético-filosófica é atributo do homem desenvolvido e responsável, engajado na dinâmica social de determinada cultura. Refere-se à consciência moral, ética e política. c) Memória A memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiências, impressões e fatos que ocorrem em nossas vidas. Tudo o que uma pessoa aprende em sua existência depende intimamente da memória. A capacidade específica de memorizar relaciona-se com vários fatores, entre eles o nível de consciência e atenção, o estado emocional e o interesse motivacional e, particularmente importante, os contextos, como lugar, momento, com que pessoas, em que tipo de atividade e em que fase da vida a codificação, o armazenamento e a evocação das informações ocorrem (para uma revisão acessível e de qualidade, ver Foster, 2011). De forma genérica, podem-se distinguir, para os seres humanos, os seguintes tipos de memória: Memória psicológica (cognitiva ou neuropsicológica)- É uma atividade altamente diferenciada do sistema nervoso, que permite ao indivíduo codificar, conservar e evocar, a qualquer momento, os dados aprendidos da experiência; Memória genética e epigenética -Esse tipo de memória abrange conteúdos de informações biológicas adquiridos ao longo da história filogenética da espécie e ao longo das vivências do indivíduo e de seus ancestrais, contidos no material biológico (DNA, RNA, cromossomos, mitocôndrias, mudanças 3. 4. epigenéticas) dos seres vivos; Memória imunológica- Esse tipo de memória reúne informações registradas e potencialmente recuperáveis pelo sistema imune de um ser vivo; Memória coletiva, social ou cultural - Envolve conhecimentos e práticas sociais e culturais (costumes, valores, práticas, linguagem, habilidades artísticas, conceitos e preconceitos, ideologias, estilos de vida, rituais, gesticulações, etc.) produzidos, acumulados e mantidos por um grupo social. Esse tipo de memória tem importância fundamental para as sociedades humanas. Cabe, agora, apresentar a memória psicológica em suas três fases, ou elementos básicos: Codificação: captar, adquirir e codificar informações. Armazenamento: reter as informações de modo fidedigno. Recuperação ou evocação: também denominada de lembranças ou recordações; é a fase em que as informações são recuperadas para fins distintos. d) Percepção Por percepção, entende-se a tomada de consciência, pelo indivíduo, do estímulo sensorial. Arbitrariamente, então, se atribui à sensação a dimensão neuronal, ainda não plenamente consciente, no processo de sensopercepção. Já a percepção diz respeito à dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica do processo, à transformação de estímulos puramente sensoriais em fenômenos perceptivos conscientes (Grondin, 2016). Nessa linha de raciocínio, Piéron (1996) define percepção como a tomada de conhecimento sensorial de objetos ou de fatos exteriores mais ou menos complexos. A percepção seria fenômeno ativo; o sistema nervoso e a mente do sujeito constroem um percepto por meio da síntese dos estímulos sensoriais, confrontados com experiências passadas registradas na memória e com o contexto sociocultural em que vive o indivíduo e que atribui significado às experiências. Tal percepto, ou seja, a percepção final, é, dessa forma, apreendido pelo sujeito consciente. Atenção e suas Alterações e) Atenção A atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto (Cuvillier, 1937). A fim de explicitar o que os mecanismos de atenção representam para o funcionamento psíquico normal. A atenção se refere, portanto, ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas. Os termos “consciência” e “atenção” estão estreitamente relacionados. A determinação do nível de consciência é essencial para a avaliação da atenção. Assim, a atenção é um construto psicológico complexo que se refere a uma variedade de componentes, sendo eles, principalmente: 1) início da atividade consciente e focalização; 2) atenção sustentada e nível de alerta (vigilance); 3) atenção seletiva ou inibição de resposta a estímulos irrelevantes; e 4) capacidade de mudar o foco de atenção (set-shifting), ou atenção alternada. f) Motivação A psicologia clássica e a contemporânea utilizam, com muita frequência, o construto motivação. A partir dele, busca-se estudar os fatores que energizam e moldam os comportamentos. Também pela motivação, investiga-se como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado. Para a psicologia contemporânea, a motivação é tanto intencional (estimula e orienta as ações) como reguladora (permite ao sujeito controlar seu comportamento e o dos outros) (Gazzaniga; Heatherton, 2005). g) Volição A vontade, ou volição, é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas instintiva, afetiva e intelectual (que envolve avaliar, julgar, analisar, decidir), bem como com o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas éticas socioculturais do indivíduo. Não é ponto pacífico se ela depende mais da esfera instintiva, de forças inconscientes, do âmbito afetivo, de valores culturais ou de componentes intelectuais conscientes. h) Obnubilação É a turvação da consciência ou sonolência patológica leve. Trata-se do rebaixamento da consciência em grau leve a moderado. À inspeção inicial, o paciente pode já estar claramente sonolento ou parecer desperto, o que pode dificultar o diagnóstico desse estado. De qualquer forma, há sempre diminuição do grau de clareza do sensório, com lentidão da compreensão e dificuldade de concentração. Nota-se que o indivíduo tem dificuldade para integrar as informações sensoriais oriundas do ambiente. Assim, mesmo não se notando a sonolência do paciente de forma evidente, observa-se, nos quadros de obnubilação, que a pessoa se encontra um tanto perplexa, com a compreensão dificultada, podendo o pensamento que expressa revelar confusão mental. No geral, o indivíduo diminui a atenção para as solicitações externas, dirigindo-se para a sonolência.Já se pode observar alguma lentificação do traçado eletroencefalográfico. i) Sopor É um estado de marcante e profunda turvação da consciência, de sonolência intensa, da qual o indivíduo pode ser despertado apenas por um tempo muito curto, por estímulos muito enérgicos, do nível de uma dor intensa. Nesse momento, o paciente pode revelar fácies de dor e ter alguma gesticulação de defesa. Retorna, então, muito rapidamente, em segundos, à quase ausência de atividade consciente. Portanto, aqui, ele sempre se mostra intensamente sonolento, quase em coma. j) Coma É a perda completa da consciência, o grau mais profundo de rebaixamento de seu nível. No estado de coma, não é possível qualquer atividade voluntária consciente. Além da ausência de qualquer indício de consciência, os seguintes sinais neurológicos podem ser verificados: movimentos oculares errantes com desvios lentos e aleatórios, nistagmo, transtornos do olhar conjugado, anormalidades dos reflexos oculocefálicos (cabeça de boneca) e oculovestibular (calórico) e ausência do reflexo de acomodação. Os graus de intensidade de coma são classificados de I a IV: I, semicoma; II, coma superficial; III, coma profundo; e IV, coma dépassé. k) Delirium Refere-se ao quadro sindrômico causado por alteração do nível de consciência, em pacientes com distúrbios cerebrais agudos. Diz respeito, portanto, aos vários quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. Trata-se de um quadro que oscila muito ao longo do dia. l) Delírio Ideia delirante; alteração do juízo de realidade encontrada principalmente em psicóticos esquizofrênicos ou em outras psicoses. m) Alucinação A alucinação é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença de objeto estimulante real. Alucinações, muitas vezes, geram desconforto, ansiedade e sentimentos negativos. Entretanto, há uma consistente linha de pesquisa que revela como humor e emoções negativas, ansiedade, estresse e disforias em geral têm o poder de desencadear as alucinações em pessoas vulneráveis. n) Ilusão A ilusão se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Na ilusão, há sempre um objeto externo real, gerador do processo de sensopercepção, mas tal percepção é deformada, alterada, por fatores patológicos diversos. As ilusões ocorrem basicamente em três condições: Estados de rebaixamento do nível de consciência. Por turvação da consciência, a percepção torna-se imprecisa, fazendo os estímulos sensoriais reais serem percebidos de modo deformado. Estados de fadiga grave ou de inatenção marcante. Podem ocorrer ilusões transitórias e sem muita importância clínica. Alguns estados afetivos. Por sua acentuada intensidade, o afeto pode deformar o processo de sensopercepção, gerando as chamadas ilusões catatímicas. o) Transe Estado de alteração qualitativa da consciência que se assemelha a sonhar acordado, diferindo disso, porém, pela presença em geral de atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários. O estado de transe ocorre sobretudo em contextos religiosos e culturais (espiritismo kardecista, religiões afro-brasileiras e religiões evangélicas pentecostais e neopentecostais). O transe dito extático pode ser induzido por treinamento místico-religioso, ocorrendo geralmente a sensação de fusão do eu com o universo. Não se deve confundir o transe religioso, culturalmente contextualizado e sancionado, com o chamado transe histérico, que é um 5. estado dissociativo da consciência relacionado frequentemente a conflitos interpessoais e alterações psicopatológicas. Orientação alopsíquica p) Orientação A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente é elemento básico da atividade mental é fundamental para a sobrevivência do indivíduo. A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência, da percepção, da atenção, da memória e de toda a cognição. As alterações da orientação também podem ser decorrentes de déficits cognitivos graves (como nas demências) e de qualquer transtorno mental grave que desorganize de modo marcante o funcionamento mental global. A capacidade de orientar-se requer, de forma consistente, a integração das capacidades de nível de consciência preservado, atenção, percepção e memória. Alterações de atenção e retenção (memória imediata e recente), moderadas ou graves, costumam resultar em alterações globais da orientação. q) Distraibilidade Atenção voluntária diminuída, e espontânea, aumentada. Aumento de atividade dirigida a objetivos (no trabalho, na escola, na sexualidade) ou agitação psicomotora. r) Hiperestesia A hiperestesia, no sentido psicopatológico, é a condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade ou duração. Os sons são ouvidos de forma muito amplificada; um ruído parece um estrondo; as imagens visuais e as cores tornam-se mais vivas e intensas. A hiperestesia ocorre nas intoxicações por alucinógenos, como a dietilamida do ácido lisérgico (LSD) (eventualmente também após a ingestão de substâncias como cocaína, maconha, harmina e harmalina, estas duas últimas contidas na beberagem Ayahuasca, de uso ritual nas religiões Santo Daime e União do Vegetal), em algumas formas de epilepsia e na enxaqueca. Embora raramente, também pode surgir no hipertireoidismo, na esquizofrenia aguda e em certos quadros maníacos. s) Desorientação Distinguem-se vários tipos de desorientação, de acordo com a alteração de base que a condiciona. É preciso lembrar que geralmente a desorientação ocorre, em primeiro lugar, em relação ao tempo. Só após o agravamento do transtorno o indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, por fim, quanto a si mesmo. t) Orientação alopsíquica Diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço (orientação espacial ou topográfica) e quanto ao tempo (orientação temporal). u) Sinestesia As sinestesias são fenômenos em que a estimulação em um sistema ou via sensorial desencadeia percepções também em outro sistema sensorial. Assim, ao escutar um som, o indivíduo percebe uma luz vermelha em seu campo visual, ou sente um cheiro, ao ouvir uma música. A sinestesia ocorre em 1 a 2% da população geral (van Leeuwen et al., 2015). Memória e suas alterações v) Memória de trabalho e outros tipos de memória A memória de trabalho tem um papel central em toda a cognição. Ela corresponde à habilidade de manter itens, percepções e tarefas ativos na mente (on-line), sem se apoiar em mais estímulos do mundo externo. A memória de trabalho age como um núcleo gerenciador de trabalho, no qual percepções e pensamentos, constantemente atualizados, são processados, transformados e manipulados. Para a memória de trabalho funcionar adequadamente, é necessária uma central executiva que controle e manipule os conteúdos da memória de trabalho; essa central executiva seria a atenção. A memória de trabalho (working memory) situa-se entre os processos e habilidades da atenção e os da memória imediata. São exemplos de memória de trabalho ouvir um número telefônico e retê-lo na mente para, em seguida, disca-lo, assim como, ao dirigir em uma cidade desconhecida, perguntar sobre um endereço, receber a informação e a sugestão do trajeto e, mentalmente, executar o itinerário de forma progressiva. w) Amnésia Perda de memória, classificada como: - anterógrada: perda dos fatos após o dado. - retrógrada: -> retroceder<- não consegue recordar o que aconteceu antes de dano momento. - retroanterógrada: Incapacidade de fixar, recordar e reconhecer (anterógrada + retrógrada, ou seja, esquece o antes e o depois) Pensamento e suas alterações x) Conceitos, juízos e raciocínio Conceito: definição de características e representaçõesJuízos: relação entre os conceitos, formulação de frases Raciocínio: elaboração e junção dos conceitos e juízos, permitindo a criação de conceitos e juízos personalizados. y) Pensamento mágico Ideias fantasiosas de onipotência criam uma realidade psíquica em que o indivíduo vivencia, julgando ser “mais real” do que a realidade externa. [...a realidade não é a “da experiência, mas [a] do pensamento”] z) Pensamento obsessão ideias ou representações que impõe a consciência de forma persistente e incontrolável, assim, o indivíduo se vê em uma luta constante. - aceleração do pensamento - roubo de pensamento - angústia constante >Filme: toc toc< Afetividade e suas alterações aa) Humor, emoção, sentimento, afeto e paixão Humor: estado emocional expresso em determinado momento, considerando o estado físico e mental do indivíduo Emoção: reações agradáveis ou desagradáveis em determinada situação/momento, sua ocorrência e momentânea. Uma experiência psíquica e somática, tendo alterações hormonais e viscerais, como exemplo. Sentimento: dirigido a algo ou alguém de forma estável e pouco reativo, possui significado cultural, por exemplo, a definição de saudade. Afeto: estado de apego, modo de demonstrar carinho Paixão: estado de afetividade intenso, dirigindo a atenção e o interesse em um único foco bb) Anedonia: Perda de prazer por atividades antes agradáveis. cc) Labilidade afetiva: oscilação de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. É uma forma de hiperestesia emocional. Associado a depressão, mania, esquizofrenia e quadros orgânicos (encefalite, tumor, doença degenerativa, sd. frontal, pseudobulbar) dd) Pânico : reação de medo intenso, geralmente relacionado ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Quase sempre se manifesta como crises de pânico (crises agudas de ansiedade + medo intenso de morrer ou de perder o controle + descarga autonômica). Início abrupto, duração de alguns minutos, repetem-se com periodicidade variável. Vontade e suas Alterações ee) Hipobulia : diminuição da atividade volitiva (vontade). caracterizada por lentidão, uma mudança constante de projectos, dificuldade de decisão e/ou de execução. �) Abulia : abolição da atividade volitiva, tanto na Hipobulia quanto na Abulia, o paciente pode apresentar: falta de vontade, desânimo, que podem estar associados a apatia, fadiga e dificuldade de decisão ou depressão. gg) Compulsão :é reconhecido pelo paciente como indesejável -Há vivência de desconforto subjetivo. -É egodistônico: indesejado e contrário a seus valores -Há tentativa de resistir ou adiar. -Sensação de alívio ao realizar, porém com retorno do desconforto. -Associado a ideias obsessivas desagradáveis: é impuro, está sujo lava a mão ou toma banho. Linguagem e Suas Alterações hh) Afasia:Perda de linguagem (falada e escrita) por incapacidade de compreender e utilizar os símbolos verbais. • É distúrbio orgânico da linguagem, na ausência de incapacidade motora do órgão fonador. • Não deve haver perda global da cognição como um todo. ii) Agrafia: perda da linguagem escrita, sem qualquer déficit motor ou perda cognitiva global, por lesão orgânica em zonas frontais. jj) Alexia: perda de capacidade previamente adquirida para leitura. Pode ocorrer de forma pura ou isolada. Dislexia é mais branda. kk) Disfonia: alteração da sonoridade das palavras. Afonia é uma forma acentuada de disfonia, na qual o indivíduo não emite qualquer som. A causa é uma alteração no aparelho fonador ou na respiração. ll) Neologismo: palavras inteiramente novas criadas pelo paciente ou vocábulos já existentes com acepção totalmente nova.
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