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Emergências oncológicas 1 🚑 Emergências oncológicas Por que saber sobre neutropenia febril? Mais comum na oncologia, e que mais gera pacientes que acabam evoluindo pra mortalidade. situação frequente, relacionada ao tratamento oncológico, relacionada a uma morbidade de 2030% e mortalidade de 10%. Qual a definição da neutropenia febril? Febre = temperatura axilar 37.8, ou temperatura oral 38.3. Necessário realizar hemograma buscando algum foco infeccioso, alem de raio X e exame de urina. Neutropenia = contagem de neutrófilos 500 ou entre 500 e 1000 com tendencia a queda → se paciente chega com historia clinica de que fez quimioterapia há 1 semana e já apresenta queda de neutrofilos provavelmente esta com tendencia a queda (margem de 10 a 14 dias). Se nao tiver esse dado melhor tratar de cara. Regra de ouro neutropenia febril → tempo e vida, 60 minutos tempo máximo pra terapia com ATB. Quando ir ao hospital se neutropenia febril? Qualquer sinal de que a pessoa esta diferente de se estado nasal, deve ir pro hospital. sintoma de febre durante período de neutropenia induzida pelo quimio pode ser a única manifestação de uma infecção grave. Importante identificar os grupos de risco. Os quadros infecciosos podem ser atípicos. Manejo do paciente com neutropenia, como funciona? Emergências oncológicas 2 Avaliação clinica e laboratorial Monitorização do paciente Fundamental avaliações periódicas do paciente neutropenico febril. Como e a validação diagnostica inicial da neutropenia? Anamnese, história oncologica adequada, ATB profilático (tem certas incoerências, depende da bactéria), uso de dispositivos invasivos, diagnósticos infecciosos prévios, alergias medicamentosas, exame físico completo. coleta de exames → hemograma, bioquímica, parcial de urina e UC, RX de tórax PA e perfil, TC de tórax se RX alterado, HMC. Se diarreia coprocultura, exames pra investigação diagnostica complementar direcionada se houver sinais e sintomas específicos. Quando liberar ou internar o paciente com neutropenia febril? Analisar o perfil clinico do paciente. Índice MASCC tem critérios → sintomas leves ou moderados, hipotensão, DPOC, tumor sólido ou hematológico, sem desidratação, paciente ambulatorial, idade 60. Baixo risco MASCC21 Emergências oncológicas 3 Quais os critérios de alto risco de neutropenia febril? Escore MASC21 e qualquer um dos itens abaixo: neutropenia grave e prolongada 100 neutrofilos 7 dias), comorbidades significativas, instabilidade hemodinâmica, insuficiência hepática e renal, alteração nível de consciência, pneumonia e presença de mucosite 2. O principal marcador aqui e os neutrofilos, os leucócitos contam todas as células. Como e a mortalidade da neutropenia febril? Varia de acordo com MASCC menor que 5% se MASCC 21 pode ultrapassar 40% se MASCC15. Quais os agentes mais comuns na neutropenia febril? Os mais comuns sao gram-positivas resistentes a meticilina. → mas o agentes infecciosos responsáveis pelos quadros mais graves sao os gram-negativo → sendo foco do tratamento empírico inicial E.COLI, Klebsiella e pseudomonas). Não tem indicação pra uso de rotina de ATB profilático com quinolona. Como e a escolha de local de tratamento e ATB empírico inicial? Emergências oncológicas 4 Como sao as reavaliações periódicas do tratamento da NF? Emergências oncológicas 5 O que fazer após 96 horas no tratamento da NF? Se mantem a febre → considerar infecções subsequentes ou concomitantes, alem de avaliar cobertura empírica fúngica invasiva. Terapia antifúngica → anfotericina B Quais as indicações de vancomicina? 15mg/kg 2 x ao dia instabilidade hemodinâmica Mucosite grave e extensa Infecções relacionadas ao cateter e comprovadas Uso de quinolonas como profilaxia primaria Emergências oncológicas 6 Pneumonia documentada por exame de imagem Infecção de pele ou partes moles Cultura isolando germe gram + resistente a meticilina → suspender vanco apos 2 dias se nao tiver evidencia de infecção por gram + Quais indicações de filgrastima? 300mcg SC 1x dia Indicações → profilaxia primaria em esquema quimioterápicos com alto risco de NF, profilaxia secundaria apos 1 episódio de NF em adjuvantes, durante episódio de NF apenas em pacientes que não estão respondendo ao ATB na vigência de sepse grave ou choque séptico. O que e síndrome de lise tumoral? Tumores que crescem rápido também morrem rápido, multiplicação celular tão intensa que nao tem como as células se manterem vivas. Turn over celular alto. célula morre e começa a soltar o que tem dentro dela pro sangue periferico → principalmente eletrólitos. terapia alvo ou radioterapia, + frequente em tumores hematológicos. Como a lise tumoral pode ocorrer? Espontânea →tumores com alta TX de proliferação Induzida por tratamento citotóxico, terapia alvo ou radioterapia. O que temos devido a síndrome da lise tumoral? Segundo classificação de Cairo-Bishop presença de 2 ou mais das seguintes alterações laboratoriais entre 3 dias antes e 7 dias apos terapia citotóxica. Clinica presença de síndrome da lise tumoral laboratorial associada a uma ou mais complicações clinicas: IRA, Arritmia, morte súbita e convulsões. Emergências oncológicas 7 Quais os fatores de risco pra síndrome da lise tumoral? Neoplasias hematológicas (alto risco) Neoplasias sólidas quimiossensiveis (risco intermediário) Elevada carga tumoral DHL elevado 2 Hiperuricemia ou hiperfosfatemia pré tratamento citotoxico Desidratação Nefropatia preexistente ou exposição a nefrotoxinas Infiltração tumoral renal Qual a profilaxia da síndrome da lise tumoral? Reconhecer os fatores de risco Emergências oncológicas 8 risco alto → linfoma de Burkitt, linfoma linfoblastico, leucemias agudas, tumores sólidos com altas taxas de proliferação celular e resposta rápida a terapia Hiper hidratação + rasburicase Risc intermediário → hiper-hidratação + alopurinol. Usar rasburcase apenas se nível sérico de ácido urino estiver 8 Risco baixo apenas hiper-hidratacao Alcalinizacão da urina e síndrome da lise tumoral? Não é recomendado como prevenção ou tratamento da SLT pelo risco de induzir alcaloide metabólica e precipitação de cristais de fosfato de cálcio e de xantinas, com prejuízo na função renal. Como e a abordagem terapêutica da SLT? Instituir de forma precoce → hidratação agressiva, diuréticos de alça se necessário Corrigir distúrbios metabólicos Se nao usou antes, usar rasburicase na dose de 0,20 na tentativa de lavar os cristais de ácido úrico. Manejo da hipercalemia ECG, se for severa e tiver alterações no eletro, usar insulina e glicose e gluconato de cálcio. Como e o manejo da hipocalcemia da SLT? Tratar somente a hipocalcemia sintomática (tetania ou arritmia cardíaca), nao corrigir hipocalcemia assintomática e associada a hiperfosfatemia, pois a infusão de cálcio pode induzir a precipitação de cristais agravando a disfunção renal. Como e o manejo da hiperfosfatemia da SLT? Considerar uso de hidróxido de alumínio 50150 VÓ, cada 6h pra estimular a excreção de fosfato. Importante → se dosou o cálcio sérico total, seu valor te que ser corrigido para o valor da albumina. Emergências oncológicas 9 O que e hipercalcemia da malignidade? Cálcio sérico superior a 10,5 mg/do, ou cálcio iônico acima do valor de normalidade devido a condição oncológica predisponente. 1020% dos pacientes com câncer durante evolução da doença. Quando pode ocorrer a hipercalcemia da malignidade? Desequilíbrio de mecanismos homeostaticos. secreção tumoral de proteína relacionada ao PTH 80% Presença de metástases osteoliticas 20% Secreção tumoral de calcitriol Secreção ectopica de PTH pela neoplasia. Qual o quadro clinico da hipercalcemia? Sintomas inespecíficos. Leve → constipação intestinal, fadig, alteração comportamental, depressao. Moderada → poluiria, polidíssima, desidratação, anorexia, nausea, fraqueza muscular, alteração nívelde consciência. Laboratorial → dosagem PTH (geralmente tá reduzido), dosagem do fósforo sérico (geralmente reduzido) Qual o tratamento da hipercalcemia? Inibição da reabsorção ossea, aumentar a excreção urinaria de cálcio, diminuir a absorção intestinal de cálcio. Emergências oncológicas 10 O que e síndrome de compressão medular? 510% Principal sintoma e dor em coluna e sabe que e paciente oncológico (dor qu não alivia com medicamento padrão) Tem evidencia radiológicas de compressão do saco medular ou seus componentes → dor que piora ao repouso com caráter progressivo. Mais em neoplasias frequentes → próstata, mama, pulmão. Qual a progressão da compressão medular? Dor em 83955 dos casos Déficit motor 6085% Déficit sensitivo Disfunção vesical e intestinal → evento mais tardio Emergências oncológicas 11 Como e o diagnostico da compressão medular? RNM método de escolha em 9397% dos casos. Tomografia com mielografia caso contra-indicação pra RNM. Qual o tratamento da compressão medular? Controle da dor Prevenção das complicações Preservação ou melhora da função neurológica Corticoide → dexametasona 20mg EV em bolus seguida de 4mg EV 6/6h → lesão recruta o sistema imunológico e o corticoide em altas doses vai ter efeito anti-inflamatório. as duas opções abaixo dependem da situação que a coluna se apresenta, do tipo tumoral, condição clínica e instabilidade ou nao da coluna: Emergências oncológicas 12 Radioterapia Cirurgia. Qual o tratamento definitivo da compressão medular? Dependem de vários fatores ESTABILIDADE DA COLUNA CLINICA DO PACIENTE DIAGNOSTICO � Coluna instável + boa performance → cirurgia de descompressão seguida de RT. � Coluna instável + ma perfomance RT isolado ou vertebroplastia/ quifoplastia seguida de RT � Coluna estável + boa performance + tumor sensível a RT Próstata, pulmão e mama) RT isolado ou cirurgia de descompressão seguida de RT. O que e a síndrome da veia cava superior? Paciente com pletora facial, distensão das jugulares, subclávia e axilar, paciente algumas vezes com dificuldade respiratória principalmente ao deitar. Podemos ter uma invasão direta da veia, compressão extrínseca ou trombose intraluminal. Qual a etiologia da veia cava superior? Neoplasias 6085% . 95% dos casos CÁ de pulmão e LNH. Causas nao neoplasicas 1540% mediastinite fibrosante e trombose. Emergências oncológicas 13 Como e o diagnostico da síndrome da veia cava superior? Dispneia → sintoma + comum Tosse, cefaleia, edema facial, cervical e de membros Superiores, dor toracica, disfagia, rouquidão. Exame físico → distensão das veias do pescoço e parede toracica, pletora facial e nos casos mais graves alteração do status mental e sinais de insuficiência respiratória por obstrução de vias aéreas. Exame de imagem TC de tórax com contraste. Qual o tratamento da síndrome da veia cava superior? Graves → tratamento intervencionista com stent endovascular. Medidas gerais → internação, cabeceira elevada, adequado balanço hídrico evitando sobrecarga de volume, O2 suplementar, heparinizacao, evitar venoclise nos MMSS, considerar uso de corticoide (linfoma). O que e carcinomatose meningea? Uma da complicações mais serias. Emergências oncológicas 14 Grande morbimortalidade Raro 5% dos tumores metastáticos → mama, pulmão melanoma Como e o diagnostico clinico da carcinomatose meningea? Envolvimento multifocal do SNC principal característica, com sintomas topografamos em pares cranianos 75%, medula espinhal 60% e córtex cerebral 15%. imagem, RNM, Punção liquórica lombar → pesquisa de cels neoplasicas, proteínas, glicose e contagem total de cels. Como e o tratamento da carcinomatose meningea? Avaliação prognóstica, mau prognostico → tratamento suporte. radioterapia neuro-eixo QT intra-tecal → metotrexato e dexametasona IT Seguimento → redução do numero absoluto de cels neoplasicas, se basear na amostra coletada apos 4 semanas de tratamento. Se recaída ou piora clinica, considerar parar tratamento ou inserção de paciente em estudo clinico.