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1 CLÍNICA MÉDICA II CARDIOLOGIA COMPARTIMENTOS CARDÍACOS: 1) Hipertensão Arterial: • Clínica: Assintomático / Lesão de órgão-alvo • Retinopatia Hipertensiva = Classificação KWB: • Leve: I - estreitamento arteriolar / II - cruzamento AV patológico • Grave: III - hemorragia ou exsudato / IV - papiledema • Nefroesclerose Hipertensiva: • Benigna: insidiosa, arterioloesclerose hialina, hipertrofia da camada média • Maligna: arterioloesclerose hiperplásica (bulbo de cebola), necrose fibrinoide • Diagnóstico: • Em ≥ 2 consultas • Média da PA ≥ 140x90 • MAPA (padrão-ouro, em vigília) / MRPA (medidas com aparelho 3x/manhã e noite por 5 dias, residencial) com média ≥ 135 / 85 • Exames: análise de urina, creatinina, TFG, ácido úrico, potássio, GJ e glicada, perfil lipídico e ECG • Classificação: Diretriz Brasileira Diretriz Americana Classificação PAS PAD Classificação PAS PAD Normal ≤ 120 ≤ 80 Normal < 120 < 80 Pré-HAS < 140 < 90 Elevada < 130 < 80 HAS I ≥140 ≥ 90 HAS I ≥ 130 ≥ 80 HAS II ≥ 160 ≥ 100 HAS II ≥ 140 ≥ 90 HAS IIII ≥ 180 ≥ 110 *Na dúvida classifica-se pelo maior estágio • Tratamento: • PA alvo <140 / 90 (Brasil) ou <130 / 80 (EUA) • Após introduzir medicamento, esperar 1 mês para resposta —> Otimizar dose OU Associar 3ª droga Classificação Terapia Normal / Elevada MEV (reduzir peso**, atividade física, reduzir sódio) HAS I 1 droga: IECA / BRA / Tiazídico / Bloq de cálcio Se baixo risco (HAS pura): MEV por 3-6 meses HAS II 2 drogas: IECA + Bloq cálcio (melhor) / IECA + Tiazídico (prevenção de novo AVE) Não pode: IECA + BRA • Anti-hipertensivos de 1ª linha: 2 Indicações Efeitos adversos IECA / BRA • Jovens / Brancos • Doença renal / IC / IAM • Hiperuricemia (losartana) *Nefro/Cardioprotetoras • IRA e HiperK não usar se: • Cr > 3 (contraindicação relativa) • K > 5,5 • Estenose bilateral ou de rim único • Tosse e angioedema (IECA) Tiazídicos (clortalidona, HCTZ) • Negro / Idoso • Osteoporose (retém cálcio) • Nefrolitíase • 4 Hipos: • Hipovolemia / HipoNa / HipoK* / HipoMg • 3 Hiper: • Hiperglicemia / Hiperlipidemia / Uricemia (não usar na gota) • Ca de pele não melanoma (CEC) Bloq cálcio (dipinas, diltiazem, verapamil) • Negro / Idoso (dipinas - vasoseletiva, dilatando o vaso) • Arteriopatia periférica / FA (diltiazem e verapamil - cardioseletivas) • Dipinas: cefaleia e edema • Outros: bradiarritmias, IC • Drogas de 2ª linha: • Betabloqueadores: usar se DAC, IC, enxaqueca • Clonidina: faz sedação, confusão mental, efeito rebote • Prazosin (bloqueador alfa-adrenérgico): faz hipotensão, usar se HPB • Metildopa: usar se gestante, faz hepatite autoimune e anemia • Hidralazina: usar se gestante, faz síndrome Lupus-Like • Crise hipertensiva: • Aumento súbito e expressivo da PA, geralmente ≥ 180 / 120 • Emergência: • Lesão aguda de órgão-alvo • Reduzir 20-25% da PAM em 1h (não é para normalizar) • Principais: encefalopatia hipertensiva (piora neurológica progressiva sem sinais focais), AVE, EAP, eclampsia, dissecção, SCA, hipertensão maligna • Drogas IV: • Nitroprussiato • Nitroglicerina (preferível em SCA) • Beta-bloqueador (Esmolol) • Urgência: • Risco de lesão de órgão-alvo • Pico hipertensivo ou PAD > 120 • PA 160x100 em 24-48h • Drogas VO: • Captopril (meia vida mais curta, não é SL) • Furosemida • Clonidina • Situações especiais: • Dissecção aórtica / AVCh = Normalizar a PA (<140/90) 3 • Dissecção: dor interescapular, diferença de PA entre membros e sopro diastólico / TC tórax (estável) ou ECO transesofágico (instável) / PA < 110 / 70 e FC > 60-70bpm / Betabloqueador IV e, se refratário, Nitroprussiato de sódio / Cirurgia se dissecção na aorta ascendente (tipo A) • AVCi: Reduzir apenas se PA > 220 / 120 ou > 185 / 110 + Trombolítico • Complicação: • Intoxicação por Nitroprussiato: • Metabólitos = cianeto e/ou tiocianato (IR) • Usar o menor tempo (< 48h) e menor dose possível • Confusão, acidose e insuficiência respiratória • Reduzir ou suspender a droga / Hidroxicobalamina (B12) / Nitrito ou Tiosulfato de sódio / Hemodiálise • Hipertensão resistente: • PA não controlada com 3 drogas (incluindo diurético) • PA controlada com 4 drogas (como quarta droga, adicionar a espironolactona) • Causas: Baixa aderência* / Jaleco branco / Drogas erradas / Medida errada / Secundária • Prova: HAS secundária: • Início precoce ou tardio (< 30 ou > 50 anos) • HAS grave e resistente • Doença parenquimatosa renal (aumento da creatinina, proteinúria, USG alterado) • Em crises adrenérgicas (feocromocitoma, cocaína) • Feocromocitoma: crises adrenérgicas típicas (palpitação, cefaleia e sudorese) e alternância com hipotensão (por abuso prévio de anti-hipertensivo) / urina de 24h com dosagem de catecolaminas e metanefrinas ou VMA* / após confirmação, localizar o tumor por TC, RNM ou PET, se não localizado = cintilo com MIBG / tratamento é cirurgico / preparo cirúrgico: alfa-bloqueio 10 dias antes da cirurgia com fenoxibenzamina (prazosin) + betabloqueador após o bloqueio alfa = bloqueio alfabético • Sinais de endocrinopatia (fáscies cushingoide) • Apneia do sono = Roncos e sonolência diurna —> Polissonografia: ≥5 episódios por hora de sono (principal medida no tratamento é perda de peso) • Hiperaldosteronismo (primário ou secundário por estenose renal) = Hipocalemia + Alcalose: • Aldosterona > 15 ou relação com renina ≥ 30 (confirmar: Aldo > 5 após sobrecarga de sal) • Primário (suprarrenal): Adenoma / Hiperplasia = HIPOrreninêmico —> Espironolactona • Secundáro (HAS renovascular): Estenose de artéria renal = HIPERreninêmico —> IECA / BRA 2) Síndrome Coronariana Aguda (SCA): • Abordagem combinada = Anti-trombótica + Anti-isquêmica • Conduta Inicial = ABC: • Antiplaquetários + Anticoagulantes: • Dupla antiagregação = AAS + antagonista do ADP (ticagrelor*, clopidogrel) • Anticoagulante = heparina • Betabloqueador: • Sempre por VO • Evitar se sinais de IC, BAV e broncoespasmo • Pode associar: Nitrato SL / Nitroglicerina IV (NÃO alteram a sobrevida!!!) • Captopril + Colesterol: • IECA + Estatina (Atorvastatina / INDEPENDE de LDL!!!) 4 • Internação em CTI/UC + MOVD (monitoração / oxímetro / veio / desfibrilador) • Detalhes: • Morfina: só em dor refrataria ao BB e ao nitrato • O2 se SAT <90-95% • Nitrato SL (IV se dor refrataria, EAP ou HAS) • Não usar: • morfina / nitrato / betabloqueador em IAM de VD • betabloqueador se usou cocaína • nitrato se sildenafil • Adicionar IECA se IAM anterior +/- IC +/- FE ≤40% +/- Nefropata cronico • Adicionar estéticas assim que estiver estável • ECG (1 minuto para definir): • Sem Supra = Sub oclusão: infraST ou inversão T (simétrica*) = angina instável (troponina -) ou IAM subendocárdico (troponina +) • Com Supra = Oclusão: fecha o diagnóstico de IAM transmural (troponina positiva) • IAMSST: • Não usar trombolítico • Estratificar o risco: • Clínica + ECG + Troponina • Alto risco = Alteração em algum parâmetro • Alto risco = CATE em 2-72h • Baixo risco = Estratificação: não invasiva (cintilografia ou ECO) ou invasiva (CATE) • IAMCST: • Reperfusão até delta-T de 12h (desde o início da dor) • Angioplastia (preferência): dentro de 90-120 minutos (se for transferir é 120 minutos) • Trombólise (rtPA, TNK, STK) • Ordem das paredes: • Lateral: D1 e avL (circunflexa) • Inferior: D2, D3, avF (coronária direita) = fazer V3R e V4R (olhar VD + dar volume + não fazer morfina, nitrato e betabloqueador) • Anterior: V1-V6 (descendente anterior) 3) Cardiomiopatias: • DILATADA: • Idiopática / Álcool / Chagas • RESTRITIVA: • Amiloidose • HIPERTRÓFICA: • Genética / Jovem / Septal • Morte súbita • ≠ Atleta = Essa é assimétrica • Clínica: • Sopro sistólico —> Aumenta: Valsalva / Melhora: Agachamento • Síncope• Conduta = Controlar FC (coração cheio) ± CDI (morte súbita abortada ou TV sustentável) 5 DISTÚRBIOS DO RITMO: 1) Taquiarritmias: • Se R-R <3 quadradões (FC >100) • Se ≥3 extrassístoles • Diagnóstico: 1. Existe taquicardia? 2. Existe onda P positiva e regular em D2? Se existir: é atrial ou sinusal? • Atrial = taquicardia com onda P diferente ou negativa (DPOC) • Sinusal = taquicardia com onda P + e regular (febre) 3. Existe onda F de flutter atrial? Se existir = Flutter: • Taquicardia com ondas serrilhadas em D2, D3 e aVF 300x/min (FC 150 se 2:1) • Típico = 2:1 4. QRS estreito ou alargado (>3 quadradinhos)? Se alargado = Ventricular: • TV monomórfica sustentada = QRS iguais e >30 segundos ou instável • Torsades de Point = inversão de polaridade / obrigatório intervalo QT prolongado (>11 quadradinhos ou >440ms) / acontece no uso de antiarritmico e outras drogas como loratadina, ADT, azitromicina, hipoK/Ca/Mg, BAVT) 5. R-R regular ou irregular? Se regular = Taqui Supraventricular / Se irregular = Fibrilação Atrial • Conduta: • Instabilidade (dor, congestão pulmonar, síncope) = Cardioversão (sincronizado) / Desfibrilação (TVSP, FV) • Sinusal / Atrial = Tratar a causa de base • Flutter atrial = Choque (50J) ou Ibutilida • Ventricular = PAS: Procainamida / Amiodarona / Sotalol • Torsades = Sulfato de Mg • TaquiSupra = 1º é Manobra vagal / Adenosina (6 —>12mg) • Fibrilação Atrial: • Inicialmente = Controlar a FC ou Reverter: 1. Controlar FC: betabloq, ant Ca, digital 2. Reversão: Choque / Amiodarona ou Propafenona —> Não é obrigatório / Não altera a mortalidade • Pré-reversão: Trombo? • FA >48h / Tempo indeterminado / Alto risco = ACO 3-4 semanas antes • FA <48h / FA >48h com ECOTE negativo = Heparina e reverte • Pós-reversão (miocárdio “atordoado”) = ACO 4 semanas • Manutenção = Amiodarona (muito EC) / Propafenona / Sotalol • ACO crônica = Alto risco: • FA valvar (estenose mitral moderada-grave / prótese) = Warfarin (preferência) • Escore CHA2DS2VASC ≥2 (homem) ou ≥3 (mulher) = Novos ACO: Dabigatran / Rivaroxaban / Apixaban / Edoxaban • Congestive (IC) • HAS • A2ge ≥75 anos = Pontua 2 • Diabetes • S2troke (AVE, AIT, embolia) = Pontua 2 • Vascular (doença vascular coronária ou periférica) • Age 65-74 anos • Sexo feminino 6 2) Bradiarritmias: • Se R-R >5 quadradões (FC<60) • Sinusal: • Onda P positiva em D2 / Cada P é seguida por QRS • Intervalo PR correto (120-200ms ou 5 quadrados ou onda P + QRS em um quadradão) • Pausa Sinusal: >3 segundos / Faz síncope • Bloqueio Atrioventricular (BAV): • 1º Grau = PR alargado (>200ms ou >5 quadradinhos) / Nunca bloqueia / Responde à atropina • 2º Grau: • Mobitz I = Às vezes bloqueia / Responde a atropina / PR aumentando até onda P bloqueada / Wenckebach • Mobitz II = Às vezes bloqueia / Não responde a atropina / PR normal com onda P bloqueada às vezes sem avisar / Hay / Pode evoluir com assistolia • BAVT / 3º Grau = Sempre bloqueia / Não responde a atropina / Onda P batendo regularmente e independentemente do QRS / Pode evoluir com assistolia • Conduta: • Benignas = Sinusal / BAV 1º Grau / BAV 2º Grau Mobitz I: • Assintomáticos = Nada • Sintomáticos = Atropina 0,5mg a cada 3-5 minutos (máximo é 3mg) / Não respondeu a atropina: marca-passo ou adrenalina ou dopamina em doses altas • Malignas = Pausa sinusal / BAV 2º Grau Mobitz II / BAVT: • Marca-passo: Provisório (reversível) ou Definitivo (maior vantagem quanto maior o QT) • Sem MP provisório = Adrenalina / Dopamina INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: 1) IC com FE reduzida (Sistólica): • Conduta guiada por estágio: • A: Só fatores de risco = Tratar fatores de risco (HAS, DM…) • B: Doença estrutural assintomática = IECA ou BRA + Betabloqueador • Se não tolera IECA ou BRA = Hidralazina + Nitrato (melhor em pacientes negros) • Betabloqueadores = Metoprolol / Carvedilol / Bisoprolol • C: Sintomáticos = Espironolactona + Diurético • Aumentam a sobrevida (ABC) = Aldactone / Betabloqueador / Captopril • IC persistente +: • QRS alargado = Ressincronização ventricular • IECA em alta dose = Valsartan + Sacubitril • FC >70 = Ivabradina (inibe correte IF) —> Não interfere com BB • Pode-se usar digital mas é preferível usar outros medicamentos • D: Refratários = Suporte / Transplante 2) IC com FE preservada (Diastólica): • Conduta guiada por “problemas”: • Controlar PA / FC / Congestão = IECA, betabloqueador, diurético em baixa dose • Contraindicação = Digital!!! 3) IC Descompensada (Aguda): • Conduta guiada por perfil hemodinâmico 7 CONGESTÃO NÃO SIM BAIXA PERFUSÃO NÃO Quente + Seco Outra causa (TEP, anemia…)? Quente + Úmido Vasodilatadores (IECA / Nipride) e Diurético SIM Frio + Seco Hidratação cautelosa Frio + Úmido Inotrópicos (dobutamina) • BNP: Pode auxiliar no diagnóstico / Marcador de mau prognóstico HEPATOLOGIA SÍNDROME ICTERÍCA (AGUDO): 1) Hepatite Viral: • Visão geral: • Colestase: A • Fulminante: B • Manifestações extra-hepáticas: B* (PAN e nefropatia membranosa) e C (crioglobulinemia) • Material genético DNA: B • Crônica: B e C* (principal causa de cirrose e transplante hepático) • Transmissão fecal-oral: A e E • Maior gravidade na gestante: E • Soro e vacina para prevenção: A e B • Hepatite aguda com tratamento antiviral específico: B e C • Leucopenia com “linfocitose” / Necrose periportal (agressão imunológica) ou em ponte (+ grave) • Diagnóstico: • Hepatites A / D / E: IgM • Hepatite C: Anti-HCV + HCV-RNA (sempre pedir RNA quando anti-HCV positivo) • Hepatite B = 3 passos: • HBsAg = + Tem hepatite!!! Se >6 meses: Crônica // Se negativo = Pode ser… Pode não ser… • Anti-HBc total = + Já teve contato!!! IgM: agudo / IgG: antiga // Se negativo = Nunca teve hepatite B • Anti-HBs = + Teve e curou (se isolado = vacina!!!) // Se negativo = Ainda tem (crônica) • HBeAg = + Alta replicação viral // Se negativo = Não replica ou é Mutante Pré-Core (Pedir HBV-DNA) • Profilaxias (A / B): • Pré-Exposição = Vacina —> Hepatite A em idade <1 ano = Imunoglobulina (vacina tem maior efeito quando realizada >1 ano) • Pós-Exposição = Imunoglobulina: • Hepatite A: • Não vacinados até 2 semanas (idade ≥ 1 ano preferir vacina) • Indicação = Contactante íntimo (domicílio, sexual e institucional) • Hepatite B: • Não vacinados até 7 dias (via percutânea) ou 14 dias (via sexual) • Indicação = Pós-exposição profissional ou sexual / Imunodeprimidos (mesmo que vacinados) / RN: nas primeiras 12h (tenofovir para gestante com HBeAg+ no 3º trimestre) • Co-infecção (anti-Hbc IgM+): • D + B agudas —> não aumenta o risco de cronicidade (piora o prontostico em usuários de drogas injetaveis) 8 • Superinfecção (anti-Hbc IgG+): B crônica —> ↑ risco de fulminante (20%) / cirrose • Hepatite E: Gravidas: fulminante em 20% • Hepatite A: • Isolamento = até 7-15 dias após icterícia • Tratamento = suporte (6 meses sem álcool) *ALT = L de Liver (+ específica) 2) Hepatite Tóxica: • Paracetamol: • Em países desenvolvidos é a principal causa de hepatite fulminante • Necrose hepatocelular • Dose-dependente (>10-15g/24h) • Álcool potencializa • Antídoto = N-Acetilcisteína • Álcool: • Esteatose —> Hepatite (10-20%) —> Cirrose (8-10%) • AST ÷ AST >1 • Tratamento = Prednisona quando (IFD ≥32 ou encefalopatia) / Opção: pentoxifilina 3) Hepatite Autoimune: TIPO 1 Mais comum / Mulher jovem ou menopausa / FAN+ / Antimusculo liso (AML) TIPO 2 Meninas / Homens mais velhos / Anti-LKM1 ≥1:80 e Anti-citosol hepático 1 TIPO 3 Anti-SLA • Agressão autoimune aos hepatócitos • Vírus, álcool e drogas excluídos / Hipergama policlonal >2,5 (↑IgG) e níveis baixos de IgA • Pior prognostico: hipergama, hipoalbuminemia, 10x transalpinas, HLA B8 e DR3, histologia com necrose em ponte e BB que não caem após duassemanas de tratamento. • Tratamento: Prednisona ± Azatioprina (imunossuprimir por 12-18 meses após remissão da doença) —> Exceto em formas leves ou assintomáticos INSUFICIÊNCIA HEPATOCELULAR: • Cirrose - Classificação Funcional: • CHILD-PUGH = A (5-6 pontos) / B (7-9 pontos) / C (≥10 pontos) —> BEATA BILIRRUBINA <2 2-3 >3 ENCEFALOPATIA Ausente Grau I e II Grau III e IV ALBUMINA >3,5 2,8 - 3,5 <2,8 TAP <1,7 1,7 - 2,3 >2,3 Paciente - Controle 0 a 4 4 a 6 >6 ASCITE Ausente Leve Moderada • MELD = Prioridade para transplante: Bilirrubina / INR / Creatinina (BIC) 1 2 3 9 1) Hepatite Viral: • Hepatite B: • Tratamento: • Indicações (RECIF): 1. Doença ativa: • Replicação viral (HBeAg, HBV-DNA) + Lesão hepática (ALT 2x LSN, Biópsia, Elastografia) • Idade >30 anos + HBeAg positivo • Pré-core: HBV-DNA > 2.000UI/ml 2. Cirrose 3. Manifestações extra-hepáticas 4. Imunodepressão: • Coinfecção HIV ou HCV • Quimioterapia • Reativação 5. História familiar de hepatocarcinoma • Opções: • Alfapeg-IFN: via SC, 48 semanas • NÃO = Doença hepática grave (cirrose)* / Gestante / Citopenia / Câncer / Doença autoimune / Doença psiquiátrica • Só em HBeAg + • Tenofovir: via oral, tempo indefinido (Tenefrovir) • NÃO = Doença renal* / Osteoporose • Prioritário em: HBeAg negativo / HIV / Sem resposta ao IFN • Entecavir: via oral, tempo indefinido • Usar em: Doença renal / Cirrose* / Imunossupressão e Quimioterapia • Objetivo = HBsAg negativo • Hepatite C: • Tratamento: • Indicação: Todos que tenham o vírus C / Sempre solicitar a genotipagem • Com inibidores de protease / Pequena chance de intoxicação e efeitos adversos • Opções: • Regra 1 - Para todos os genótipos = Sofosbuvir + Daclatasvir (SoFoDa) ± Ribavirina • Regra 2 - Tempo de tratamento = 12 semanas, exceto: Cirrose Child B e C = 24 semanas • Regra 3 - Opcional para melhorar resposta = Adicionar Ribavirina (adjuvante), principalmente na cirrose ou em pacientes com mau prognóstico (>40 anos, homem, genotipo 3 e que falharam com esquemas de interferon) • Objetivo = Resposta virológica sustentada (RVS) —> HCV-RNA indetectável • Sucesso terapêutico: genotipo viral que não seja o 1, carga viral <600.000, sem fibrose, atividade inflamatória mínima, sem obesidade 2) Hepatite Tóxica: • Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica (DHGNA): • Resistência à insulina e Aumento de triglicerídeos • Esteatose —> Esteato-Hepatite - NASH (25%) —> Cirrose (10-50%: >45 anos, DM e obesos) 10 HEPATITE ALCOÓLICA NASH Laboratório AST > ALT ALT > AST História >20-40g/dia de etanol Febre / Dor abdominal Icterícia Corpúsculos de Mallory Síndrome metabólica Assintomática Maior risco de evoluir para cirrose: diabetes, obesos e >45 anos Tratamento Abstinência / Corticóide MEV (perda de peso!!!) / Glitazona / Vitamina E? • Doença de Wilson: • Mutação autossômica recessiva na ATP7B • Diminuição da taxa de excreção biliar = Acúmulo de cobre • Jovem (5-30 anos) e rara (1:30.000) • Acometimento hepático e neurológico = Jovem + Hepatopatia + Parkinsonismo • Clínica: • Hepatite aguda (fulminante) ou crônica* • Alteração do movimento e personalidade • Anéis de Kayser-Fleisher (KF) = Lesão no SNC (98% tem KF) • Hemólise (anemia hemolítica Coombs negativo) • Tubulopatia • Diagnóstico: • Triagem: redução da ceruplasmina • Confirmação = Anéis de KF / Aumento de cobre urinário e do Cobre livre / Genética / Bx hepática • Cobre total está reduzido por causa da ceruloplasmina • Tratamento: • Quelante de cobre (trientina*, D-penicilamina) / Transplante (fase avançada) • Hemocromatose: • Mutação no gene HFE • Aumento da absorção do ferro (enterócito desregrado) • Comum (1:250) • Suspeitar se: astenia, artrite e aminotransferases elevadas • Clínica (6H): • Hepatomegalia (dor no HD) • Alterações cardíacas (Heart) • Hiperglicemia (diabético bronzeado) • Hiperpigmentação cutânea • Hipogonadismo • Artrite (Hartrite) • Diagnóstico: • Triagem: Aumento de Ferritina / Aumento de saturação da transferrina • Confirmação: Genética* / Biópsia hepática • Tratamento: Flebotomia* (até cair ferritina e IST para 50 = espaçar) / Quelantes? / Transplante 3) Hepatite Autoimune: • Colangite Biliar Primária (CBP): • Agressão autoimune aos pequenos ductos biliares = Colestase intra-hepática 11 • COLESTASE + USG NORMAL!!! • Mulher meia idade / fadiga / AR / Sjogren / Hashimoto / CREST • Primeiro sintoma é o prurido • Icterícia colestática + Prurido + Fadiga + Xantelasma + Esteatorreia • Cirrose porque os SB lesam os hepatócitos (= CEP) • Colestase: icterícia, prurido, hiperpigmentação cutânea, xantelasma • Disabsorção: esteatorreia, diminuição de vitaminas lipossolúveis (ADEK) • ↑ FA (aumento precoce e acentuado) e ↑ GGT • Diagnóstico: Antimitocôndria (95%) positivo —> Bx hepática • Eosinofilia é comum / Bb só se alteram na fase avançada / Aumento característico de IgM • Tratamento: UDCA / Transplante • Colangite Esclerosante Primária (CEP): • Icterícia colestática + Prurido + Fadiga / Cirrose porque os SB lesam os hepatócitos (= CBP), chamada de cirrose biliar secundária • Diagnóstico CEP: CPRE mostrando vias biliares extra-hepáticas em “contas de rosário” por causa da constricção e resolução COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA COLAGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA Ductos do espaço porta Grandes vias biliares Mulheres Homens Artrite reumatóide / Sjogren / Hashimoto RCU (70%) Ac antimitocôndria p-ANCA Tratamento: - Retardar evolução: UDCA (comprovadamente benéfico para CBP), na CEP, se estenose de ducto único = stent via CPRE - Caso avançado: transplante hepático HIPERTENSÃO PORTA: • Definição: Aumento de pressão no Sistema Porta > 5mmHg (mesentérica superior + esplênica), devido ao aumento da resistência por obstrução ou ao hiperfluxo por vasodilatação esplâncnica • Classificação: • Pré-hepática: • Tromboses: • Veia porta: hipercoagulabilidade • Esplênica (Hipertensão Porta Segmentar): varizes de fundo gástrico isoladas, sugestivo de pancreatite crônica = Esplenectomia • Mesentérica superior: muito raro • Intra-hepática: • Pré-sinusoidal: Esquistossomose (principal causa no Brasil) —> Muitas varizes / Pouca ascite • Sinusoidal: Cirrose (Poucas varizes + Muita ascite) • Pós-sinusoidal: Doença veno-oclusiva (pensar em DECH) / Chá da Jamaica (Poucas varizes / Muita ascite) • Pós-hepática: • Budd-Chiari: trombose da veias suprahepáticas (hipercoagulabilidade) • Obstrução de veia cava inferior: trombose / neoplasia pulmonar 12 • Doenças cardíacas: pericardite constrictiva / insuficiência de tricúspide • Pode haver hepatomegalia 1) Varizes: • O gradiente de pressão deve ser > 10mmHg / Se pressão > 12mmHg = risco elevado de ruptura • Varizes de esôfago são formadas pela gástrica esquerda / Mais frequentes no terço distal • Rastreio: 2-3 anos se sem varizes, 1-2 anos se varizes e anualmente se child B ou C • Abordagem: • Nunca sangrou: • Cirrose = rastreamento com EDA • Profilaxia primária: • Calibre médio e grande (F2/F3 = aumentadas e tortuosas que ocupam 1/3 do lúmen 3-5mm ou grandes e tortuosas que ocupam mais que 1/3 do lúmen com mais que 5mm) • Child B e C • Cherry-red spots (pontos avermelhados) = Betabloqueador (propanolol / nadolol / carvedilol) OU Ligadura elástica • Sangrou / Sangrando: • 1º Estabilização hemodinâmica: cristaloides, sangue, plasma… • 2º Descobrir a fonte e tratar: • EDA: • Escleroterapia • Ligadura elástica: melhor • Cianoacrilato: varizes gástricas • Drogas IV (vasoconstrictores esplâncnicos): • Somatostatina / Octreotide / Terlipressina (concomitante à terapia endoscópica) • Balão (caso as drogas não resolvam - 5%): • Sangstaken-Blakemore (3 vias) / Minnesota (4 vias) • No máximo 24 horas • TIPS (Shunt Portossistêmico Intra-hepático Transjugular):• Passagem de cateter transjugular + Cateterização da artéria femoral • Indicado: ressangramento, aguardam Tx, ascite refratária • Vantagens: Sangramento / Ascite / Permite transplante (NÃO é cirúrgico) • Desvantagens: Encefalopatia / Estenose eventual (voltando a ter HP) • Contraindicado em ICC direita e Doença policística hepática • Cirurgia de urgência: • Shunts não seletivos: • Shunt porto-cava término-lateral —> desvantagens: insuficiência hepática (vascularização hepática é quase toda pelo sistema porta) e encefalopatia (ausência de metabolismo de primeira passagem) • Shunt latero-lateral (+ comum) —> vantagem: rápida / desvantagem: encefalopatia • Shunt parcial calibrado —> vantagem: diminuição do fluxo portal / desvantagem: disponibilidade (prótese) e obstrução • 3º Prevenir complicações: • Peritonite bacteriana espontânea (sangramento, hipoperfusão e translocação) = Ceftriaxone 1g IV seguido por Norfloxacin 400mg 12/12h até completar 7 dias • Ressangramento: 13 • Profilaxia secundária: • 60-70% de ressangramento em 1 ano • Betabloqueador + Ligadura elástica • TIPS / Transplante • Cirurgias eletivas (Shunt seletivo / Desconexão) • Shunt Seletivo Esplenorrenal Distal (Warren - ligadura da veia esplênica) —> vantagem: mantém o fluxo mesentérico (mantém o metabolismo de primeira passagem, logo não causa encefalopatia), desvantagem —> ascite refratária, esplenectomia prévia é contraindicação • Desconexão Ázigo-Portal: ligadura de veias gástricas + esplenectomia —> vantagem: mais simples, boa para esquistossomose 2) Ascite: GASA ETIOLOGIAS ≥ 1,1 Hipertensão porta (transudato): cirrose / IC / Budd-Chiari *Líquido ascítico com pouca proteína = PBE (baixa quantidade de acs) e hepatorrenal (hipovolemia) < 1,1 Doença do peritonio (exsudato): neoplasia / TB / pâncreas • Cirrose: proteína <2,5 • Neoplasia / Cardíaca: proteína >2,5 • Ascite é mantida pela aldosterona pela ativação renal do SRAA devido à hipovolemia • USG a partir de 100ml • Diagnóstico: paracentese • Avaliação de rotina: contagem celular e diferencial, proteína total e albumina • Tratamento: • Restrição de sódio (2g/dia) • Restrição hídrica se paciente tiver hiponatremia dilucional <125 (quando não pode restringir sódio)!!! • Diuréticos (restrição foi inefetiva): • Espironolactona 100-400mg/dia + Furosemida 40-160mg/dia • Perda de peso: 0,5kg/dia ou 1kg/dia no paciente com edema • Ascite refratária: • Conceito: efeito colateral da diureticoterapia, dose máxima dos diuréticos sem perda de peso necessário ou perda menor que 200g em 4 dias, paracentese com necessidade de repetição em menos de 4 semanas e sódio urinário menor que o sódio sérico • Paracenteses terapêuticas seriadas: Paracentese de grande volume (>5L) = Síndrome hepatorrenal: repor albumina (6-10g) por litro de volume retirado (total) • TIPS / Transplante / Shunt peritônio-venoso • Complicação: • Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE): • Translocação monobacteriana (e. coli) • Deve ser pensada toda vez que houver deterioração do quadro clínico do paciente com ascite • Clínica: Febre / Dor abdominal difusa / Encefalopatia • Diagnóstico: • PMN >250/mm3 + cultura monobacteriana positiva ==> Tratar se >250 PMN enquanto espera a cultura Ascite neutrofílica: >250/mm3 PMN + cultura negativa = Continuar o tratamento Bacterascite: <250/mm3 PMN + cultura positiva = Tratar se sintomático, se assintomático proceder com nova punção 14 • Tratamento: Cefalosporina de 3G (Cefotaxima) por 5 dias —> Sobrevida de 9 meses • Profilaxia: • Primária: Se proteína ascite ≤1,5 = Norfloxacin 400mg/dia / Se sangramento • Secundária para evitar nova PBE: Norfloxacin 400mg/dia por tempo indefinido ou transplante • Profilaxia para evitar SHR = Albumina 1,5g/Kg no 1º dia e 1g/Kg no 3º dia • Diagnóstico diferencial = Peritonite Bacteriana Secundária (PBS): • Leucocitose com desvio / Polimicrobiana • Clínica de peritonite franca / Tem foco infeccioso • Diagnóstico = +2 na ascite: • Proteína >1g/dl • Glicose <50mg/dl • LDH elevada • Conduta: Associar metronidazol / Imagem + Cirurgia (avaliar a causa, geralmente é cirúrgica) ENDOCRINOLOGIA DIABETES MELLITUS: • Classificação: • Tipo 1: • Hipoinsulinismo absoluto • Genético / Auto-imune —> HLA DR3-DR4 + anti-ICA / anti-GAD* • Jovem < 30 anos, magros • Sintomático (poliúria e polidipsia) • Outras doenças autoimunes - Hashimoto e Celíaca • Peptídeo C indetectável (totalmente sem insulina) ou < 0,1 • Tipo 2: • Resistência à insulina • Genético (o mais genético) / Ambiental (doença genética precipitada por fatores ambientais) • Mais velhos > 45 anos, obesos centrais (obesidade androgenética) • Assintomático + Complicações tardias • HOMA-IR (índice de resistência à insulina) • DM Gestacional • DM Específico (endocrinopatia, droga, MODY) • Diagnóstico: • Rastrear (3/3 anos): • ADA: • IMC > 25 (asiáticos > 23) + Fator de risco —> História familiar de 1º grau / Doença CV, HAS, Dislipidemia, Sedentarismo / SOP, Acantose, DM gestacional • Idade > 45 anos • Preventiva = 40-70 anos + Sobrepeso • Diabético: • Glicemia aleatória ≥ 200 + sintomas (poliúria, polidipsia e perda de peso) • Dois testes positivos (mesma amostra ou amostras diferentes): • Glicemia de jejum ≥ 126 • HbA1c ≥ 6,5% • Glicemia 2h após TOTG ≥ 200 15 • Se testes discrepantes, solicitar o teste alterado em nova amostra (2 amostras) • Pré-diabético: • Glicemia de jejum ≥ 100 • HbA1c ≥ 5,7% • Glicemia 2h após TOTG ≥ 140 • Rastreio anual com TOTG e albuminúria e semestral com GJ, glicada e lipidograma • Considerar Metformina em jovens, DMG e IMC > 35 • Alvo: • HbA1C < 7% (mais importante) • Glicemia capilar: • Pré-prandial: 80-130 • Pós-prandial: < 180 • Tratamento - DM tipo 1: • Não farmacológico • Insulinoterapia: 0,5 - 1U/Kg/dia • Basal: NPH (dura ± 12h) / Glargina (detemir e degludeca) • Pós-prandial: Regular (demora 30min) / Lispro (asparte e glulisina - ação imediata) • Esquema Intensivo: • Clássico: NPH 50% (2x/d) + Regular 50% (3x/d) —> 2/3 manhã e 1/3 noite da NPH e pós-prandial ± 1/3 mudando conforme alimentação (30 min antes) • Alternativo: Glardina 50% (1x/d) + Lispro 50% (3x/d) —> Glardina 1x/manhã (não faz pico, logo tem menos risco de hipoglicemia) e Lispro na hora da refeição (usar ppte em criança) = Menor incidência de hipoglicemia • Infusão contínua (padrão-ouro): Lispro 50% basal + 50% bolus = Mais fisiológico • Esquema PSF: 2 aplicações com 2/3 NPH + 50% Regular e 1/3 NPH + 50% regular (manhã / noite) • Hiperglicemia matinal: • Fenômeno do Alvorecer (manhã desprotegida - hormônios contrainsulínicos): insulina não alcança até a manhã = Adiar dose da insulina (NÃO aumentar dose) • Efeito Somogyi (hipoglicemia da madrugada) = Reduzir NPH ou lanche à noite • Pramlintida (análogo da amilina): inibe o glucagon • Transplante de pâncreas / Pâncreas artificial • Tratamento - DM tipo 2: • Diminui a resistência periférica à insulina: • Metformina: Fígado / Perda de peso / Deficiência de vitamina B12 e Acidose láctica (não usar nas insuficiências avançadas —> Não é tão comum, se ClCr ainda preservado, pode usar) • Glitazona: Músculo / Aumento de peso / Edema / Piora da IC / Fraturas • Aumento de secreção de insulina (secretagogas): • Sulfonilureia: Aumenta insulina basal / Hipoglicemia / Ganho de peso • Glinidas: Aumenta insulina pós-prandial / Hipoglicemia / Ganho de peso —> Só essas dão hipoglicemia • Diminui absorção de glicose: • Acarbose: Inibe alfaglicosidase / Ação pós-prandial / Flatulência (“acabose") • Aumentam incretinas (aumentam insulina dependente da glicemia e inibem o glucagon): • Gliptina: Inibidores da DPP-IV / Degrada incretinas / Peso neutro • Liraglutida: Agonista do receptor de GLP-1 / Injetáveis / Diminui peso / Pancreatite (?) / Liraglutida = Maior benefíciocardiovascular 16 • Inibem a reabsorção tubular de glicose: • Gliflozin: Inibidores da SGLT2 / Túbulo proximal / Diminui peso e PA / Candidíase, ITU e poliúria / Empaglifozin = Maior benefício cardiovascular, desfecho de ICC e doença renal (“rim") • Antidiabéticos - Como fazer: • 1ª droga sempre Metformina (500-2.550mg) —> Esperar 3-6 meses para avaliar • HbA1C ≥ 10% / sintomas francos / disfunção de órgão = INICIAR COM INSULINA • Não atingiu o alvo = Terapia combinada: Metformina + 1-2 drogas • Perda ponderal necessária / Doença aterosclerótica / IC* / Doença renal* = Usar Empaglifozin* / Liraglutida • Risco de hipoglicemia = Evitar Sulfonilureia / Glinida • Custo importa = Usar Sulfonilureia / Glitazona • Não alcançou o alvo com terapia combinada em 3-6 meses = Insulina basal (NPH noturna = 10U) • Suspender hipoglicemiantes • Progredir dose de insulina: NPH 2x/dia + Regular 3x/dia • Complicações Agudas: • Cetoacidose Diabética: • Insulina ausente (DM1) • Hiperglicemia + Lipólise elevada (Ácido beta-hidroxibutínico + Ácido acetoacético + Acetona) + Acidose metabólica com ânion GAP elevado normoclorêmica • Clínica: Poliúria e desidratação / Hiperventilação / Dor abdominal intensa • Hiponatremia com hiperosmolaridade + HiperK e Hiperfosfatemia • Diagnóstico: • Glicose >250mg/dL • Cetonemia / Cetonúria (3+/4+) • pH <7,3 e HCO3 <15 • Conduta (VIP): • Volume: • SF 0,9% 1L/h (medida mais importante) • Pode haver hiponatremia dilucional por aumento da glicemia (+100mg/dL = -1,6mEq/L): Se Na > 135 ou normal, mudar para NaCl 0,45% / Se Na < 135, manter SF 0,9% • Insulina rápida ou ultrarrápida: 0,1U/Kg (bolus, dispensável) + 0,1U/Kg/h • Objetivo: queda da glicemia 50-80mg/dL/h —> HGT 1-2/1-2h • Glicemia ± 200mg/dL = Adicionar SG 5% (Não desligar insulina) • Potássio: • 20-30mEq por L de soro (preferencialmente de 0,45%) se paciente estiver urinando (50ml/h) —> 10% 13mEq e 19,1% 25mEq • Se > 5,2: adiar reposição de potássio / Se < 3,3: adiar infusão insulina • Bicarbonato: se pH < 6,9 = 100mEq • Compensado (= melhora da acidose): • HCO3 > 15 • pH > 7,3 • AG ≤ 12 • Não parar a BI antes de corrigir a acidose!!! • Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar: • Pouca insulina (DM2) • Hiperglicemia + Sem acidose + Osmolaridade plasmática elevada 17 • Incapacidade de tomar água (intoxicado pela glicose) • Diagnóstico: • Glicemia > 600mg/dl • Sem acidose = pH > 7,3 e HCO3 > 18 • Osmolaridade > 320 (compensado = queda da osmolaridade < 310) • Conduta = CAD —> Atentar para HiperNa (desidratada = SF 0,45%) • Complicações crônicas: • Macrovasculares: IAM / AVE —> DM e outros fatores / maior causa de óbito • Microvasculares: Retino / Nefro / Neuropatia —> Maior relação com hiperglicemia / Debilitantes • Rastreamento anual das complicações microvasculares: DM tipo 1 com 5 anos após diagnóstico e DM tipo 2 no momento do diagnóstico (>10 anos de idade) / Gestante trimestral e um ano após o parto • Retinopatia diabética: • Rastreamento: fundoscopia • Principal fator de risco é a hiperglicemia • Não-proliferativa: • Microaneurismas / Exsudatos duros / Hemorragia em chama de vela / Mancha algodonosa / Veias em rosário —> “Mico duro chama algodão de rosa” • Tratamento = Controlar glicemia* / Atenção com gestantes (realizar fundoscopia, acelera a progressão de doença) • Proliferativa: • Neovascularização • Tratamento = Anti-VEGF / Fotocoagulação • Nefropatia diabética: • Rastreamento: Albuminúria (mais precoce) na relação confirmada em 2 de 3 amostras num período de 3-6 meses + Creatinina sérica para TFG • Microalbuminúria (≥ 30mg/g) = Controle da glicemia / albuminúria (IECA ou BRA-II) • Macroalbuminúria (≥ 300mg/g) = Controle da PA (IECA ou BRA-II + Outro anti-hipertensivo) —> Síndrome nefrótica (urina espumosa) e Azotemia (perda da função renal) = Diálise mais precoce • Lesão mais comum na biópsia: Glomeruloesclerose Difusa • Lesão mais específica: Glomeruloesclerose Nodular (Kimmelstiel-Wilson) • Neuropatia diabética: • Mononeuropatia (Mediano = túnel do carpo / III par = motilidade ocular exceto midríase) • Disautonomia (digestiva, cardiovascular, genitourinária) —> PA em pé e deitado e FC em repouso • Polineuropatia Simétrica Distal (em luva e bota): mais comum / + sensitiva / pé diabético (principal FR) / rastreamento através de exame neurológico (monofilamento) / tratamento é controlar a glicemia + pregabalina ou gabapentina ou duloxetina ou amitriptilina SÍNDROMES TIREOIDIANAS: 1) Disfunção Tireoidiana: • Hipotireoidismo: • Quadro clínico: • Diminuição dos receptores beta-adrenérgicos: sonolência, HAS convergente, bradicardia • Diminuição do metabolismo basal: displipidemia, ganho de peso, anemia ou pancitopenia • Diminuição da produção de calor: intolerância ao frio, diminuição da temperatura do corpo • Outros: hiperprolactinemia e mixedema • Hashimoto cursa com bócio em 75% das vezes 18 • Diagnóstico: • TSH e T4L • Primário: T4L baixo e TSH alto • Central / Secundário: T4L baixo e TSH baixo/normal • Subclínico: T4 normal e TSH alto —> estágio inicial do hipotireoidismo primário • Causas: • Primário / Subclínico: Hashimoto (+ comum) / Outras tireoidites / Iatrogênica / Droga / Carência de iodo (principal causa no mundo) • Doença de Hashimoto (Linfocítica Crônica): • Imunidade celular e humoral • Mulheres a partir dos 60 anos • Autoimune (Anti-TPO 95-100% e anti-tireoglobulina) • Clínica: tireotoxicose (hashitoxicose, não é o padrão, faz isso porque possui diferentes anticorpos anti-receptores de TSH) / hipotireoidismo com bócio (maioria) • Risco de linfoma de tireoide (raro) —> desconfiar no aumento súbito ou sintomas compressivos • Principal causa de hipotireoidismo • Central: Doença hipofisária* ou hipotalâmica • Conduta: • Primário / Subclínico = Anti-TPO (≠ Hashimoto de outras tireoidites) • Central = RNM de sela túrcica • Tratamento: • Levotiroxina (T4) —> 1,6mcg/Kg/dia, 1x ao dia pela manhã, em jejum • Idoso / Coronariopata: iniciar com 25-50mcg/dia (aumenta o consumo cardíaco) e ajustar a cada mês • Acompanhar com TSH a cada 4-6 semanas (nos jovens o ajuste de dose pode ser semanal) • No hipo central, o acompanhamento se faz com o T4 livre • Subclínico: • Grávida* / Infértil / Deseja engravidar • TSH > 10* / anti-TPO + • Dislipidemico e/ou doença cardíaca • Sintomático • Coma mixedematoso: hipercapnia, hipocortisolismo, bradicardia = Doses altas de hormônio • Efeito de Wolff-Chaikoff: dá iodo (contraste, amiodarona, excesso de sal) e faz hipotireoidismo —> Pode manter • Fenômeno de Jod-Basedow: dá iodo e faz hipertireoidismo —> Deve-se suspender • Hipertireoidismo: • Definição: hiperfunção da glândula • Em idoso: mascarado ou apático (fibrilação atrial, confusão e fraqueza) • Hipertireoidismo primário: T4 elevado / TSH diminuido • Hipertireoidismo secundário: T4 elevado / TSH elevado • Tireotoxicose (≠): síndrome do excesso de hormônio tireoidiano (uso de hormônio, inibindo a glândula, por isso deve-se fazer o desmame lento) • Quadro clínico: • Aumento de receptores beta-adrenérgicos: insônia, tremor, taquicardia, sudorese, HAS divergente (PAD é diretamente dependente da RVP, e os receptores beta dilatam os vasos) • Aumento do metabolismo basal: polifagia, emagrecimento, hipercalcemia (maior turnover ósseo), células sanguíneas defeituosas 19 • Aumento da produção de calor: intolerância ao calor, aumento da temperatura corporal • Causas: • Com hipertireoidismo: doenças de Graves, bócio multinodular tóxico (mulheres mais velhas, múltiplos nódulos) sinal de Pemberton), adenoma tóxico (nódulo único, doença de Plummer - elevação de T3) e tumor hipofisário produtor de TSH • Sem hipertireoidismo: tireotoxicose factícia (uso inadvertido do hormônio, tireoglobulina diminuída) e tireoidite • RAIU: índice decaptação do iodo radioativo (cintilografia quantitativa) • Doença de Graves x Tireoidite • Quente (vermelha, alta captação) / Fria (não capta iodo) • Normal = 5-30% de captação em 24h • Hipertireoidismo (Graves) = 35-95% • Sem hipertireoidismo (Tireoidite): < 5% • Doença de Graves: • Doença autoimune (bócio difuso tóxico) • Anticorpos: • Anti-TRAb (estimulador —> anti-receptor de TSH) —> específico • Anti-TPO (indica doença autoimune tireoideana) • Quadro clínico: • Além da tireotoxicose • Bócio difuso / Sopro / Frêmito • Mixedema (edema duro, proteico, pré-tibial) = Dermopatia • Exoftalmia (pode ser assimétrica) • Baqueteamento digital • Diagnóstico: • Clínica + T4 alto e TSH baixo (se T4 normal mas clínica compatível, dosar T3) • Na dúvida = Anticorpos / RAIU com alta captação / Tireoglobulina aumentada • Tratamento: • Medicamentoso: • Betabloqueador: sintomático • Metimazol (escolha!!!) ou Propiltiuracil (1º tri gestação) —> acompanhar com T4 após 4-6 semanas (o pior efeito do MMZ é a aplasia medular com agranulocitose) • Iodeto: após radioablacao e antes da tireodectomia (7-10 dias antes) e controle da crise tireotoxica grave • Corticoide: quando o alívio da tireotoxicose se torna urgente • Iodo radioativo: recidiva ou reação tóxica às drogas / CI em gravidez, crise tireotoxica e grandes bócios (em idosos, cardiopatas e sintomáticos usa-se MMZ pelo menos um mês antes para prevenir a tireoidite) —> deve-se manter esses pacientes em isolamento por uma semana / piora a oftalmopatia • Tireoidectomia (subtotal é a mais comum): sem melhora farmacológica + CI ao iodo radioativo (preparo: usar MMZ 6 semanas antes, suspender 2 dias antes e retornar 7 dias após a cirurgia + iodo 7-10 dias antes) / Indicação: descartar neoplasia e bócio grande com sintomas compressivos 2) Tireoidite: • Inflamação —> Tireotoxicose (liberação de hormônio armazenado após falência celular) —> Hipotireoidismo 20 CHAMMAS (avalia a vascularização): • I - sem vascularização • II - vascularização periférica • III - vascularização central e periférica (em maior grau) • IV - vascularização central (em maior grau) e periférica • V - vascularização central • Subaguda tem tireotoxicose / Crônica geralmente faz hipotireoidismo sem tireotoxicose • Classificação: • Aguda: Piogênica = Bacteriana • Subaguda: • Granulomatosa Subaguda (De Quervain): IVAS (pós-viral) / dolorosa / VHS elevado / AINES • Linfocítica: esporádica ou pós-parto / indolor • Crônica: • Doença de Hashimoto (Linfocítica Crônica) • Fibrosante (Tireoidite de Riedel): outras fibroses associadas • Tratamento: • Tireotoxicose = Betabloqueador • Hipotireoidismo = Levotiroxina 3) Câncer de Tireoide: • Abordagem do nódulo de tireoide: • Anamnese e exame físico + TSH = primeira abordagem • TSH suprimido = Cintilografia —> Nódulo quente indica adenoma tóxico (cirurgia ou radioiodo) / Nódulo frio deve-se proceder com USG • TSH normal = USG: • > 1cm e/ou suspeito = PAAF • < 1cm = Acompanhar • Nódulo suspeito: • < 30 ou > 60 anos / Irradiação • História positiva / Rouquidão / Crescimento • USG Chammas IV e V (vascularização central) • Classificação de BETHESDA (PAAF): TIPO DEFINIÇÃO CONDUTA 1 Insatisfatório Repetir PAAF 2 Benigno Seguimento 3 Atipia indeterminada Repetir PAAF 4 Folicular Cirurgia *3-4: poderia ser realizada análise genética 5 Suspeito 6 Maligno • Maior risco = sólido não funcionantes • Subtipos: • Bem diferenciado: • Mais comum / mulher jovem (típico) / bom prognóstico • Papilífero / Folicular • Pouco diferenciado: • Mais rara (9%) / Pior prognóstico • Medular / Anaplásico QT curto: hipercalcemia / hipercalemia / digital *Aumenta nas hipo *Diminui nas hiper 21 PAPILÍFERO FOLICULAR CARACTE RÍSTICAS Mais comum Mulher jovem (20-40 anos) Excelente prognóstico Disseminação linfática FR: irradiação prévia (ras) Presença de Corpos Psamomatosos 2º mais comum Mulher 40-60 anos Bom prognóstico Disseminação hematogênica FR: carência de iodo ↑ ↑ ↑ células foliculares DIAGNÓS TICO PAAF (diagnóstico citológico) Histopatológico (PAAF com ↑ céls foliculares) TRATAME NTO < 1cm e baixo risco = Tireoidectomia parcial ≥ 1cm ou alto risco = Tireoidectomia total < 15 anos ou radiação prévia = Tireoidectomia total ≤ 2cm e baixo risco= tireoidectomia parcial (avaliar AP: adenoma -> parar / câncer -> totalizar) > 2cm = tireoidectomia total *Ideal não é congelação Alto risco = >40 anos, homem, invasão capsular, metástase, pouco diferenciado Lindonodos palpáveis = Linfadenectomia SEGUIME NTO Supressão do TSH (levotiroxina) USG 6 meses Tireoglobulina (> 1-2ng/dl) ou Cintilografia positiva = Ablação com iodo 131 • Carcinoma Medular de Tireoide (CMT): • Células C ou Parafoliculares (produtoras de calcitonina) • Marcador: Calcitonina e Protoncogene RET • CEA também pode estar elevado • Diagnóstico: PAAF • Clínica: diarreia • Apresentação: • Esporádico (80%) • Familiar (20%): associação com NEM 2 —> A: CMT + feocromocitoma + hiperparatireoidismo / B: CMT + feocromocitoma + neuromas e hábito marfanoide • Proto Oncogene RET: • Pesquisar em parentes de 1º grau • Se positivo = Tireoidectomia profilática (cças > 5 anos) • Tratamento: Tireoidectomia total + Linfadenectomia • Seguimento: Calcitonina (6m) • Anaplásico ou Indiferenciado: • Pior prognóstico / Supressão do p53 • Mais raro e mais agressivo • Idoso / Deficiência de iodo • Diagnóstico: PAAF (céls gigantes) • Tratamento: Traqueostomia + QT/RT • Carcinoma de Células de Hurthle: • Variante mais agressiva e menos diferenciada do folicular (mtx para linfonodos regionais) • Tratamento = Tireoidectomia total + Linfadenectomia • Complicação da tireoidectomia: hipocalcemia (por hipopara) / rouquidão (lesão unilat do laringeo recorrente) / alteração do timbre (lesão laringeo superior) OUTRAS GLÂNDULAS: 22 1) Paratireoide: • Hipercalcemia em prova: • Hiperparatireoidismo primário = ↑ PTH + lesão óssea + Hipercalcemia e Hipofosfatemia • Câncer (metástase osteolitica ou PTH-rP = peptídeo liberado pelo tumor que simula o PTH fazendo reabsorção óssea) = ↓ ↓ ↓ PTH e lesão óssea —> paciente hospitalizado > 60 anos • Hipervitaminose D (excesso de ingestão ou sarcoidose) = ↓ PTH + osso saudável • Hiperparatireoidismo primário: • Causas: • Adenoma único (85%) • Hiperplasia • Carcinoma • Laboratório: ↑ PTH e ↑ Cálcio e ↓ Fosfato • Clínica: • Assintomático (diagnóstico acidental, até 80%) • Mulher na pós-menopausa • Sintomas: fraqueza (mais comum), mialgia • QT curto • Poliuria (lesão tubular) / Constipação • Condrocalcinose (pseudo-gota) • Nefrolitíase (complicação mais comum) • Doença óssea (osteíte fibrosa cística): reabsorção óssea subperiosteal, em FD e crânio (sal e pimenta), coluna em rugger-jersey, cistos ósseos e tumor marrom de ossos longos, osteoporose e fraturas • Acidose metabólica por ATR I e II • Tratamento (Paratireoidectomia): • Pré operatório = Cintilo • Sintomático = Sempre tratar • Assintomático se (RICO): • Rim: clearence < 60 / nefrolitíase / calciúria > 400/24h • Idade < 50 anos • Cálcio: > 1 do limite normal / calcinose • Osso: fratura vertebral / osteoporose • Complicação da cirurgia: Hipocalcemia (Hipopara) • Crise hipercalcemica: hidratação vigorosa, furosemida?, inibidores da reabsorção óssea, glicocorticoides, hemodiálise • Hiperparatireoidismo normocalcemico = deficiência de vitamina D • Hipoparatireoidismo: • Pós-operatório de tireoidectomia • QT longo / Tetania / Trousseau / Chvostek • PTH baixo: ↓ Calcio e ↑ Fosfato • Tratamento = Reposição de cálcio 2) Adrenal: • Hipocortisolismo: • Primária: Doença de Addison = ↓ Cortisol e ↓ Aldosterona diminuídos, com ACTH normal ou ↑ 23 • Secundária: Eixo HHA =↓ ACTH e ↓ Cortisol, com Aldosterona normal • Diagnóstico = ↓ Cortisol matinal / ACTH (≠): PRIMÁRIA (ADDISON) SECUNDÁRIA CAUSA Destruição glandular: adrenalite autoimune* ou infecções (BK, paracoco) Interrupção do eixo: suspensão abrupta de corticoide* ou lesão em hipotálamo / hipófise CLÍNICA E LABORATÓRIO ↓ Cortisol: ↓ PA, hipoglicemia, hipovolemia, dor abdominal e eosinofilia ↓ Aldosterona: hipoNa, hipoK, acidose (↑ H) ↑ ACTH: pigmentação Hipoglicemia e hipercalcemia ACTH normal = Mais comum TRATAMENTO Volume: SF 0,9% + SG 5% Glicocorticoide: Hidrocortisona Mineralocorticoide: Fludrocortisona Crônico = Prednisona ± Fludrocortisona • Desmame de corticoide: • Até 2-3 semanas de terapia: suspender abruptamente independente da dose • Mais que 3 semanas, independente da dose: fazer desmame —> Reduzir dose a cada 2 semanas • Síndrome de Cushing (hipercortisolismo): • Causas: • Iatrogênica (+ comum, >7,5mg prednisona) • Doença de Cushing (microadenoma de hipófise produtor de ACTH): principal causa de cushing endógeno / mais comum (70%) / mulheres jovens / tratamento: ressecção / faz complicações em pós- operatório • Secreção ectópica de ACTH: oat cell de pulmão, carcinóide brônquico, CA medular de tireoide, feocromocitoma / tratamento é cetoconazol!!! • Causas ACTH independentes = Tumores (15-30%): adenoma <3cm / hiperplasia suprarrenal e carcinoma suprarrenal (>6cm) • Manifestação clínica e laboratorial: • Obesidade central • Gibosidade / Face em lua cheia • Hiperglicemia / Hipocalemia / Alcalose • Hipertensão • Hirsutismo • Estria violácea • Osteopenia / Dislipidemia • Hiperpigmentação se ↑ ACTH • Algoritmo diagnóstico e terapêutico: • Suspeita = Triagem (Screening): • 1 mg de Dexametasona às 23h —> Positivo se não houver ↓ do cortisol de 8h • Cortisol livre urinário (24h) —> Positivo se cortisol elevado • Cortisol salivar a meia-noite —> Positivo se cortisol elevado • Se dois exames alterados = Síndrome de Cushing: Dosar ACTH • ACTH alto / normal = ACTH dependente: Doença de Cushing ou ACTH ectópico —> Exame de imagem!! • RM de sela túrcica (hipófise) • Testes (atuam no eixo): 24 • 8 mg de Dexametasona por 2 dias: ↓ cortisol na doença de Cushing • Teste do CRH: ↑ cortisol e ↑ ACTH na doença de Cushing • RM e testes positivos = Doença de Cushing (adenoma e hiperplasia bilateral das adrenais) — > Cirurgia transesfenoidal • RM e testes negativos = ACTH ectópico —> Exames de imagem + Cirurgia • ACTH suprimido = ACTH independente: Adenoma / Hiperplasia ou Carcinoma Adrenal = TC de abdome (localizar a lesão) + Adrenalectomia • Reposição de glicocorticoide em todo paciente que vai se submeter a adrenalectomia por Cushing 3) Feocromocitoma: • Regra dos 10%: Malignos / Bilateral / Extra-adrenal / Familiar / Sem HAS / Recidivam / Incidentaloma • Suprarrenal = Adrenalina / Paraganglioma = Noradrenalina • Clínica: HAS + paroxismos de sintomas adrenérgicos (palpitações, cefaleia, sudorese) • Diagnóstico: • Catecolaminas / Metanefrinas urinárias (melhores que as plasmáticas) e fracionadas (melhora a acurácia) • Localizar: TC de abdome (90% está nas adrenais) ou Cintilo MIBG (10% está em qualquer outro local) / Outros: PET, RM • Biópsia é contraindicada!!! • Tratamento = Cirurgia: • Adrenalectomia + Alfabloqueador por 14 dias (fazer Betabloqueador somente após bloqueio alfa = bloqueio alfabético) —> Prazozin NEUROLOGIA ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): • AVE Isquêmico: • Mais comum (85%) • Déficit neurológico focal súbito + HAS, DM • Principal fator de risco é HAS • Causas: • Aterotrombótico: pequenas (lacunar) e grandes artérias = principalmente a carótica interna e, em segundo, a vertebral; evolui mais insidiosamente que o cardioembólico; acomete > 50 anos com fatores de risco; precedido por episódios de AIT; território mais acometido é a ACM • Cardioembólico: trombos em AE ou VE decorrentes da estase atrial (FA); geralmente o déficit é súbito. • AVE lacunar: acometimento de artérias perfurantes, <2cm, quando sintomáticos podem pegar a cápsula interna provocando paresia contralateral; geralmente em hipertensos • Conduta: • Neuroimagem de escolha = TC de crânio sem contraste (em 20 minutos): • Isquêmico: na primeira hora o exame é normal / nas primeiras 24-72h = Lesão hipodensa 24-72h • Hemorrágico: lesão hiperdensa desde o primeiro momento • Logo, TC na primeira hora tem como objetivo procurar hemorragia!! • No caso de clínica típica e TC normal, tratar como AVE isquêmico e repetir a TC dentro de 72h • Neuroimagem padrão-ouro = Ressonância magnética por Difusão • RM Convencional —> enxerga melhor as lesões na fossa posterior (raras) em relação à TC 25 • RM por difusão (DWI) —> enxerga a lesão do AVE deste o primeiro momento (edema citotóxico, que a TC não vê) = PRECOCIDADE • RM por perfusão (PWI) —> enxerga área de penumbra • Tratamento agudo (primeiros 3 dias): • Tecido viável = Área de penumbra isquêmica —> Tratamento é direcionado para salvar essa área • Estabilização clínica: • Controlar glicemia, temperatura (evitar hipertermia) e sódio (evitar solução hipotônicas / tratar hiponatremia <130 para evitar edema) / elevar cabeceira se HIC • HAS permissiva: • Reduzir apenas se PA > 220/120 ou > 185/110 se trombolítico (e manter 180/105 24h após trombolítico) ou associação com emergência hipertensiva • Evitar a transformação hemorrágica • 1ª linha = labetalol • Nutrição e reabilitação precoce • Terapia antitrombótica: • Sempre solicitar a glicemia antes • Trombólise IV: rTPA (alteplase é o único autorizado) 0,9mg/Kg (máximo 90mg) • Delta-T até 4,5h (do início dos sintomas, idealmente 60 minutos) / Se paciente acordou com o déficit usar a hora que ela foi dormir para o cálculo do delta-T • Critérios: Sem AVE, TCE nos últimos 3 meses / Sem AVEh prévio / Neo intracraniana, dissecção, punção arterial não compressível / Endocardite infecciosa / Malignidade ou Sangramento GI ≤ 21 dias • Contra-indicação: >4,5h do início dos sintomas / Passado de AVEh / AVEi ou TCE significativo nos últimos 3 meses / Plaquetas <100.000 / INR >1,7 • Medicamentoso para evitar recorrências: • AAS nas primeiras 24-48h (prevenção precoce) —> exceto na trombólise • Heparina profilática (contra TVP) ==> Plena NÃO: Se for necessário anticoagulantes (FA, SAF) = Após 1-2 semanas se AVE grande • Se fez trombólise = Aguardar 24h após trombolítico para iniciar AAS e Heparina profiláticos • Endovascular = Trombectomia Mecânica se: até 6-24h e oclusão de grande artéria da circulação anterior proximal (carótida interna ou ACM M1), ASPECTS e NIHSS ≥ 6 (ainda sim, se preenche critérios, deve-se trombolisar e depois, caso não resolva a trombectomia) • Tratamento crônico (prevenção 2ª): • Depende da causa: • Investigar por ECG, ECO e doppler (carótidas e vertebrais) • Cardio-embólico (FA) —> mais comum: Anticoagulação plena (se extenso = aguardar 14 dias) • Atero-trombótico: • Antiagregação plaquetária e Controle de FR (HAS, DM, tabagismo) • Endarterectomia se obstrução sintomática ≥ 70% compatível com o déficit neurológico (preferencialmente 48h-7dias) • Ataque Isquêmico Transitório (AIT): • Definição: Clínica transitória + Sem infarto (por neuroimagem —> RM por difusão sendo o padrão) • Cuidado com amaurose fugaz —> Pode ser considerado AIT • Conduta: • Investigar a causa (= isquêmico) e tratar a causa • Tratamento crônico para prevenir AVEi (+ risco) —> = terapia de prevenção secundária 26 • AVE Hemorrágico: • Menos comum (15%) • Hemorragia intraparenquimatosa (começa com déficit focal súbita) ou HSA (déficit focal somente se complicado) • Hemorragia Subaracnoide (HSA): • Causa: Ruptura de aneurisma sacular (principalmente na artéria comunicante anterior, quando é na posterior pode causar síndrome do 3 par) • Manifestações: Cefaleiasúbita (“pior da vida”) + Diminuição do nível de consciência (síncope 50%) + Rigidez de nuca (após 12-24h) • Diagnóstico: • Primeiro = TC de crânio sem contraste: contraste com o parênquima do mesencéfalo (coração / mickey) • Clínica típica + TC normal = Fazer PL: Xantocromia Liquórica (amarelo) e >100.000 hemácias • Hemorragia sub-hialoide à fundoscopia • Após diagnóstico = Exame vascular: angioTC, angioRM, arteriografia • Complicações: • Ressangramento: • No momento do atendimento provavelmente já parou de sangrar, mas o problema é ressangrar • Entre 1-7 dias (maioria nas primeiras 24h) • Prevenção = Intervenção precoce • Vasoespasmo: • Por irritação química do sangue nas paredes de outros vasos (principalmente na ACM) • Faz clínica de AVE isquêmico = Déficit focal • Entre 3-14 dias (acompanha com doppler transcraniano) • Tratamento = Indução de Hipertensão (antigo 3Hs -> hipervolemia, hipertensão e hemodiluição) • Hidrocefalia: • Coágulo no LCR —> bloqueia a drenagem liquórica • Tratamento = Se hiperbárica é Derivação ventricular (externa ou peritonial) / Se normobárica (incontinência, parkinsonismo, demência e ataxia de marcha) é DVP • Hiponatremia: • Primeiras 2 semanas • Hipovolemia (BNP): Síndrome Perdedora de Sal = Repor volume com sódio • Normovolemia (ADH): SIADH = Restringir volume • Tratamento: • Intervenção precoce!!! • Porém não intervir durante o período de maior risco de vasoespasmo (3-14º dia) • Idealmente até 3 dia, depois somente após 14 dia • Clipagem cirúrgica / Endovascular (tendência) • Controle da PA: PAS < 160mmHg com PPC 40-70mmHg (quando aneurisma não clampeado) • Neuroproteção: Nimodipina VO ou SNG 60mg 4/4h por 21 dias • Hemorragia Intraparenquimatosa: • AVEh mais comum Escala de Hunt-Hess (prognóstico): • Grau 1 - lúcido, leve cefaleia • Grau 2 - cefaleia + rigidez • Grau 3 - sonolento • Grau 4 - torpor, déficit focal • Grau 5 - coma Escala de Fisher (TC crânio): • Grau 1 - sem sangue • Grau 2 - lâmina de sangue fina < 1mm • Grau 3 - lâmina > 1mm • Grau 4 - hemorragia intracerebral / ventricular 27 • Causas: • HAS (microaneurismas de Charcot-Bouchard) = mais comum • Angiopatia amiloide (idoso, Alzheimer) • Manifestações: • HIC = Cefaleia + Diminuição da consciência • Déficit Neurológico Focal Súbito • Diagnóstico: • Primeiro = TC de crânio sem contraste —> Putâmen é onde sangra mais facilmente (local mais comum) e fica próximo da cápsula interna (=AVEisq da cápsula —> hemiparesia contralateral) • Tratamento: • Suporte para HIC • HAS: • Se 150-220mmHg = Reduzir agudamente para 140mmHg • Se >220mmHg = Reduzir para 140-160mmHg • Cirurgia se: • Hematoma Cerebelar > 3cm = Para drenar o hematoma • Microaneurismas não são acessados cirurgicamente CEFALEIA: • Primária = Recorrência / EF normal / Diagnóstico é clínico • Secundária = Sinais de alarme: - Início após os 50-55 anos - Súbita - Progressiva - Sinal neurológico focal - Achados sistêmicos / Doenças sistêmicas (neoplasia ou HIV) - História de queda ou TCE recente - Edema de papila = Exame complementar • Migrânea: • 2ª primária mais comum • Mulheres / História familiar • Clínica: • Dor: • Pulsátil / Latejante • Unilateral • Moderada a forte intensidade • Incapacitante • Piora com movimento • Duração 4-72 horas • Sintomas associados: • Náuseas (+ comum) • Vômitos • Criança: dor abdominal recorrente • Fotofobia / Fonofobia / Osmofobia 28 • Aura: • Sinal neurológico focal (mais comum = visão —> escotomas cintilantes em adultos e fotopsia em crianças) • Frequentemente se inicia durante, mas pode aparecer antes ou depois • Mais comum é sem aura (80%) • Duração ± 60 minutos = Enxaqueca clássica • Tratamento: • Abortivo (crise): • Triptanos (agonistas 5HT) = ESCOLHA —> CI: HAS descontrolada, doença coronariana e gestante • Analgésicos e AINH • Limite de doses mensal para os analgésicos e triptanos = 10 doses • Metolopramida: antiemético de escolha (também tem benefício na dor) • Falha terapêutica = Corticoide, Clorpromazina / Proclorperazina • Profilático (≥ 3-4 crises / mês): • Betabloqueador = ESCOLHA • Antidepressivos tricíclicos • BCC (flunarizina) • Anticonvulsivantes (valproato / topiramato) • 5-6 meses de profilaxia para resposta terapêutica (+ evitar fatores desencadeantes) • Cefaleias Tensional: • Mais comum • Mulheres • Clínica: • Dor: • Opressiva • Bilateral • Leve a moderada • Duração de 30 min - 7 dias • Sintomas associados: • Hiperestesia e hipertonia da musculatura pericraniana • Tratamento: • Abortivo (crise): • Analgésicos / AINH (10 doses = abuso) • Profilático (≥ 15 dias crise/mês): • Amitriptilina / Nortriptilina • Cefaleia em Salvas: • Grupo das cefaleias trigêmino-autonômicas • Rara • Homens jovens / Etilismo • Clínica: • Dor: • Facada • Unilateral (sempre o mesmo lado!!!) • Periorbitária 29 • Insuportável • Duração de 15-180 minutos durante 10 semanas seguidas de um longo período assintomático • Sintomas associados: • Hiperemia conjuntival, lacrimejamento • Congestão nasal, sudorese facial • Miose, ptose e edema palpebral • Conduta: • No primeiro episódio sempre fazer exame de imagem para excluir outras patologias • Abortivo (crise): • O2 suplementar 100% 12L/min • Triptanos (SC / Spray nasal): associação • Profilático (a partir da 1ª crise): • Verapamil (escolha) • Valproato e corticoide • Dd: • Hemicraniana Paroxística = Indometacina (crises mais curtas e mais frequentes) • SUNCT = lacrimejamento e hiperemia conjuntival (crises mais curtas, crise com Lido e profilaxia com lamotrigina) • SUNA = sintomas autonômicos (crises mais curtas, crise com Lido e profilaxia com lamotrigina) • Aneurisma de comunicante posterior (síndrome do III par) • Trombose de seio cavernoso DOENÇAS MOTORAS: 1) Guillain-Barré: • Polineuropatia Desmielinizante Aguda • Polirradiculoneuropatia aguda (polineuropatia simétrica) • Auto-imune pós-infecciosa por Campylobacter jejuni (75%) • Contra bainha de mielina do nervo periférico = DESMIELINIZANTE • Adultos homens • Clínica: • Fraqueza ou paraparesia flácida, arreflexia, simétrica e ASCENDENTE (pode começar assimétrica, mas não é o padrão clássico) • Disautonomias (arritmia, hipotensão) / Dor lombar • Pode haver comprometimento dos nervos cranianos (3-12º) de forma simétrica • Inicia com disestesias nos membros • Sensibilidade e esfíncteres geralmente preservados • Ausência de atrofia muscular significativa (porque é aguda) • Principal causa de mortalidade é respiratória • Miller-Fisher = oftalmoplegia + ataxia + arreflexia • Diagnóstico: • LCR: Dissociação proteinocitológica no líquor (característico) —> apenas 10% alterado na primeira semana = não exclui (máx 4-6 semanas após) —> Classicamente alterado na 2ª semana de doença • ENMG: Polirradiculopatia motora com padrão desmielinizante • Tratamento: • Não é curativo (doença autolimitada), porém estabiliza a evolução 30 • Mesmos resultados = Plasmaférese ou Imunoglobulina • Corticoide não tem benefício!!! 2) Esclerose Múltipla: • Auto-imune / Mulheres 20-40 anos (jovem) e branca • Desmielinizante do SNC (contra a substância branca) sem comprometimento periférico • Clínica: • Mais comuns: • Neurite óptica (geralmente não visualizada no FO por ser retrobulbar) • Síndrome do 1º Neurônio Motor • Sintomas Sensitivos • Sinais Medulares / Cerebelares • Incontinência urinária / Neuralgia do trigêmio (em pacientes jovens sempre afastar EM) • Sintomas de Uhthoff (piora com calor) / Lhermitte (choque) • 85% forma surto-remissão (por definição: duração do surto > 24h e remissão > 30 dias) • Surto = déficit novo ou piora • Múltiplas manifestações neurológicas (pelo menos dois territórios ≠) que disseminam ao longo do tempo• Diagnóstico: • Clínica • LCR: Bandas oligoclonais de IgG / Aumento de IgG (característicos) • RM com contraste: Múltiplas placas desmielinizantes (hiperdensas em T2 acometendo duas áreas) = Dedos de Dawson • HLA DRB1 • Tratamento: • Surto = Corticoide (pulso com metil) / Plasmaférese • Manutenção = Interferon beta / Glatirâmer 3) Miastenia Gravis: • Auto-imune (antirreceptor da acetilcolina = pós-sináptico) • FRAQUEZA PIORA COM MOVIMENTOS REPETIDOS • Bimodal (mulheres —> homens) • Clínica: • Fraqueza + Fatigabilidade (tem que ter os dois) • Forma ocular = Ptose / Diplopia / Oftalmoparesia (principalmente) • Generalizada = Olho —> Musculatura bulbar (garganta) —> Proximal de membros => Descendente • Sensibilidade motora (é doença da placa motora) • Pupilas normais (não afeta musculatura intrínseca) + Sensibilidade normal + Reflexos normais • Melhora pela manhã e com repouso (repõe as vesículas de Ach na fenda sinápticas) = Queixas noturnas • Timo anormal (75%) = Hiperplasia (65%) ou Timoma (10%) • Diagnóstico: • Eletroneuromiografia = Potencial decremental (onda diminui com o tempo) *mais sensível • Anticorpos = Anti-AchR (anti-receptor da acetilcolina) / Anti-MuSK (só na forma generalizada e menor associação com doença do timo) 31 • Outros: • TC/RM de tórax • Teste da anticolinesterase (edrofônio) *CI em DCV e asma / Gelo (ice pack test) • Tratamento: • Piridostigmina (age nos sintomas / anticolinesterásico) + Timectomia (forma generalizada na puberdade e <55 anos ou timoma independente da idade) • Sem melhora = associar imunossupressor (age na causa) • Crise miastênica: • Piora súbita da MG (falência pulmonar) geralmente desencadeada por infecções • CVF é o melhor parametro • Na urgência = Ig ou plasmaférese (salvar parte respiratória) + Retirar os anticolinérgicos (pode ser uma crise colinérgica) • NÃO: • Clindamicina, macrolídeos, aminoglicosídeos, quinolonas • Fenotoína, lítio, clorpromazina • BB, verapamil, lidocaína • Mg, D-penicilinamina, cloroquina, botox 4) Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): • Doença degenerativa do 1º e 2º neurônios motores • Homem idosos • Clínica: • Fraqueza • 1º neurônio = Babinski, Espasticidade e Hiperreflexia • 2º neurônio = Atrofia, *Miofasciculações* e Câimbras • Mantém: musculatura ocular extrínseca e controle esfincteriano • SEM alteração sensitiva!!! • Geralmente também não encontramos déficit cognitivo • Sobrevida média 2-3 anos • Diagnóstico: • Exclusão (procurar alteração sensitiva, se presente considerar outro diagnóstico) • Tratamento: • Suporte + Riluzol / Edavarone (aumentam sobrevida sem melhorar qualidade de vida) DEMÊNCIAS E PARKINSON: 1) Síndrome Demencial: • Tem que haver perda de funções cognitivas (memória, linguagem, destreza (apraxia), agnosia, desorientação) que interfere nas atividades usuais ou profissionais • Somente a perda de memória não caracteriza a síndrome => Não depende de alteração do nível de consciência • Passos para diagnóstico: • 1 - Caracterizar perda cognitiva: Minimental, Teste do desenho do relógio, Fluência verbal • 2 - Afastar falseadores (3Ds do esquecimento): • Demência: progressiva e gradual (meses ou anos) • Delirium: orgânico (sepse, IAM, eletrólitos) e agudo (dias) 32 • Depressão: tristeza, pessimismo, desesperança • 3 - Excluir causas reversíveis: • Função renal, hepática, TSH, B12, Cálcio, VDRL, HIV, Neuroimagem (TC ou RM*) = Solicitar para todos • Doenças: hipotireoidismo, neurosífilis, tumor, HIV, hidrocefalia de pressão normal, hematoma subdural crônico, def b12, intoxicações crônicas • Doença de Alzheimer: • Causa mais comum (>50%) • Fisiopatologia: • Deposição de proteína amiloide = Placas senis ou neuríticas • Fosforilação da proteina Tau (emaranhados neurofibrilares) • Atrofia do hipocampo = Déficit de Acetilcolina!!! • Fatores de risco: • Idade > 60 anos • História familiar • Genético (apoE E4) • Estilo de vida sedentário • Atividade intelectual baixa (obs: quem estuda pouco DURANTE a demência ela fica leve) • Quadro clínico: • Inicia com amnésia anterógrada (fatos recentes) + Exame neurológico normal • Afasia (linguagem) + Apraxia (destreza) + Agnosia (reconhecimento) • Desorientação + Incontinência + Imobilidade • História natural da doença = 10 anos • Causa de morte = TEP e broncoaspiração • Diagnóstico: • Clínico —> por exclusão • TC/RM: áreas de atrofia cortical com hidrocefalia compensatória • SPECT/PET scan: diminuição da perfusão e metabolismo temporal-parietal • Tratamento: • Anticolinesterásicos de ação central: Donepezil / Rivastigminina / Galantamina • Vitamina E (?) • Antagonista do receptor do Glutamato (NMDA): Memantina —> quando os anticolinesterásicos já não funcionam mais = Fase moderada e avançada • Demência vascular: • 2ª causa mais comum • Doença aterosclerótica / Fatores de risco (DM, HAS) • Progressão em degraus + Exame neurológico normal • Tipos: CORTICAL SUBCORTICAL Vasos calibrosos Vasos perfurantes Multi-infartos = sinais focais Infarto lacunar, periventricular, leucoaraiose Evolução súbita, em degraus Evolução insidiosa • Tratamento: 33 • Aterosclerose: DM, HAS, DLP • Demência: anticolinesterásicos (?) • AAS • Outras demências: • Com corpos de Lewy: • Demência + Alucinação visual + Flutuação da consciência • Com síndrome parkisoniana • Tratamento = Rivastigmina • Doença de Pick: • Alteração do comportamento (desinibição sexual) seguida de demência • Demência fronto-temporal (atrofia) ± Parkinsonismo • Hidrocefalia normobárica = Síndrome de Hakim-Adams: • Demência + Ataxia de marcha + Incontinência urinária • Idiopática ou sequela (TCE, hemorragia) • TC/RM: dilatação ventricular sem atrofia cortical / TAP test: punção lombar repetida • Tto: DVP • Paralisia supranuclear progressiva: • Desvio do olhar conjugado (dificuldade em olhar para baixo) • Pode haver parkinsonismo • Vaca louca / Demência por Prions / Creutzfeldt-Jakob: • Evolução rápida + Movimentos mioclônicos • Pode haver parkisonismo e rigidez motora • Mutação de prions 2) Parkisonismo: • Síndrome extrapiramidal + Bradicinesia + Rigidez • Diminuição da dopamina na via nigro-estriatal, não inibindo os núcleos, que, por conseguinte, inibe muito o córtex pré-motor, culminando em bradicinesia e rigidez • Doença de Parkinson: • Causa mais comum (75%) • Mutação na alfa-sinucleína (SNCA) = aglomerados tóxicos (corpos de Lewy) • Doença degenerativa da substância negra mesencefálica com diminuição da dopamina • Fatores de risco: • Idade > 50 anos • Ambientais (pesticidas?) • Gene GBA • Quadro clínico: • Achados não motores (podem ser os primeiros): Hiposmia / Disautonomia / Seborreia / Depressão / SAHOS • Achados motores (sinais cardinais): 1. Tremor (85%): em repouso, contar dinheiro, unilateral, lento 2. Rigidez plástica: sinal da roda denteada 3. Bradicinesia: marcha em pequenos passos, fáscies mascarada 4. Instabilidade postural: quedas, mais tardio • No início os sintomas são assimétricos e de progressão lenta 34 SOS: B2 de curta duração (formoterol > 12 anos) + CTC inalatório (dose baixa) = “bud-form” ETAPA 1 • Diagnóstico = excluir parkisonismo secundário (3Ds): • Drogas: metoclopramida, flunarizina e haloperidol —> Preferir neurolépticos atípicos • Damage (dano direto): trauma, AVC, hidrocefalia • Degenerativas: Lewy • Tratamento = Levodopa (melhora confirma o diagnóstico!!!) • Efeitos adversos: discinesia / “on-off” • Opções: • Agonista dopaminérgico (pramipexol) —> nas formas iniciais para poupar o uso da levodopa (já que ela perde o efeito com o tempo) • Inibidor da MAO-B (selegilina, rasagilina) = neuroprotetor • Biperideno: para tremor, evitar >65 anos (é anticolinérgico e pode causar demência) • Estimulação cerebral profunda (ECP) —>nas formas avançadas que não respondem a drogas ASMA: PNEUMOLOGIA • Inflamação crônica com episódios reversíveis de hiperreatividade brônquica (crises asmáticas) • Quadro clínico da crise = Tosse / Dispneia / Sibilo / Aperto no peito • Diagnóstico: • VEF1 ÷ CVF <75% em adulto e <86% em criança + Prova broncodilatadora positiva • Espirometria Forçada: • Volume expirado x Tempo • VEF1 = Volume Expiratório Forçado do 1º Segundo • CVF = Capacidade Vital Forçada VEF1 CVF VEF1/CVF (Tiffenau) Obstrutivo ⬇ ⬇ ⬇ ⬇ / < 0,7 ou < 70% Restritivo ⬇ ⬇ Variável • Padrão: • Obstrutivo = Asma, DPOC: • ≠ Asma é parcialmente reversível e DPOC é irreversível —> Prova broncodilatadora: • Positiva (Asma) = VEF1 > 200ml e > 12% • Restritivas = Pneumopatias Intersticiais Difusas • Classificação de controle: • 4 variáveis nas últimas 4 semanas: • A - atividades limitadas • B - broncodilatador de alívio > 2x/semana • C - calada da noite (sintoma noturno) • D - dia (sintoma diurno) > 2x/semana • Controlada = 0 • Parcialmente controlada = 1-2 • Não controlada = 3-4 • Tratamento crônico: 35 ETAPA 2 SOS + CTC inalatório (dose baixa) ETAPA 3 SOS + CTC inalatório (dose baixa) + B2 de longa ETAPA 4 SOS + Aumentar a dose do CTC inalatório (dose média) + B2 de longa ETAPA 5 SOS + CTC inalatório (dose média) + B2 de longa + Especialista (anti-IgE / IL5 / Tiotrópio) • Gina 2019: CTC inalatório SEMPRE (inclusive no SOS) • Opção ao SOS: CTC inalatório + formoterol (“bud-form") • Se asma controlada por 3 meses = Descer uma etapa • Se asma parcialmente controlada = Considerar subir uma etapa • Não controlada = Subir etapa MAS antes avaliar adesão • Como começar? Pela etapa 2 ou 3 • Crise asmática: • Classificação da crise: • Clínica e Pico de Fluxo Expiratório (PFE - Peak Flow): LEVE A MODERADA PFE > 50% / Paciente bem GRAVE PFE ≤ 50% / Alcalose respiratória / Frases incompletas / FC > 120 / FR >30 / Musc acessória MUITO GRAVE Sonolência e confusão mental / Acidose respiratória / MV abolido / Sem sibilos = VA fechada • Tratamento da crise: • Alvo de Saturação: 93-95% no adulto / 94-98% na criança • B2-agonista de curta duração: 3 doses 20/20 minutos em 1h e após reavaliar = se pouca melhora ou crise grave/muito grave = repetir B2-agonista e adicionar ipratrópio (em crise grave = desde o início) • Corticoide sistêmico VO ou EV: iniciar na 1ª hora • Sem melhora = Considerar Sulfato de Mg IV • Alta hospitalar: • Manter: Corticoide sistêmico VO 5-7 dias (criança: 3-5 dias) • Iniciar ou otimizar tratamento crônico + B2 2-5 jatos por 48h DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC): • Obstrução cronica e geralmente irreversível • Diagnóstico: • VEF1 / CVF (Tiffenau) <70% mesmo após a prova broncodilatadora • Fisiopatologia: • Bronquite Crônica Obstrutiva (Inflamação / Fibrose) • Enfisema Pulmonar (Enzimas proteolíticas) • Fator de risco: Tabagismo (pelos 2 mecanismos) / Def Alfa1-Antitripsina (só pelo enfisema) • Manifestações: • Obstrução ao fluxo de ar: • Hiperinsuflação (“entra, mas sai pouco”) • Hipoventilação alveolar: • Retentor crônico de CO2 • Hipoxemia (dispneia, cianose) • Mudança do drive respiratório: dependente de hipoxemia (faz carbonarcose) = Corrigir apenas parcialmente a hipoxemia (conforto) 36 • Cor pulmonale: • Pela hipoxemia crônica da artéria pulmonar • Classificação / Terapia de manutenção: 0-1 Exarcebação/Ano ≥2 Exarcerbação/Ano OU 1 Internação GRUPO A: pouco sintoma GRUPO B: muito sintoma GRUPO C: pouco sintoma GRUPO D: muito sintoma Cessar tabagismo + Vacina (pneumococo e influenza) + Avaliar O2 domiciliar + Broncodilatador de resgate Broncodilatador de longa (B2 agonista e/ou anticolinérgico) + Reabilitação Grupo C = preferir iniciar com anticolinérgico Corticoide inalatório (se mantiver exacerbações) • Exacerbação aguda (DPOC descompensada): • Piora aguda dos sintomas respiratórios (com dispneia e mudança de cor ou volume do escarro) • Principal causa = Infecção • Tratamento: • A - Antibiótico por 5-7 dias se: escarro purulento / VNI / IOT (H. influenzae, S pneumoniae, M catarrhalis) • B - Broncodilatador inalatório de ação curta: B2-agonista e/ou anticolinérgico (ipratrópio) • C - Corticoide sistêmico por 5 dias: Prednisona VO ou Metilprednisolona IV • D - Dar oxigênio: O2 em baixo fluxo (1-3L/min) com alvo de Sat 88-92% / VNI: acidose respiratória descompensada (pH ≤ 7,35 e PaCO2 ≥ 45mmHg) / IOT: rebaixamento de consciência ou instabilidade hemodinâmica • Estadiamento: ESTÁGIO VEF1 (% do previsto) I ≥ 80% II 50-79% III 30-49% IV < 30% TROMBOEMBOLISMO PULMONAR: • Sempre surge através de uma TVP, mesmo que assintomática (sinal de Homans) • Dispneia súbita inexplicada • Manifestações clínicas: • Dor torácica (pleurítica) • Hemoptise • Sibilância • Taquipneia = Principal sinal • Dispneia = Principal sintoma • Ausculta pulmonar inocente • Se grave (TEP maciço): • Hipotensão (choque obstrutivo) • Cor pulmonale (insuficiência de VD por alteração pulmonar) = Óbito Indicações de O2 domiciliar: • PaO2 ≤55mmhg ou SatO2 ≤88% em repouso • PaO2 56-59 + Policitemia (Ht >55%) ou Cor Pulmonale • Só avaliar em paciente estável e compensado • Deve ser usado pelo menos 15h no dia para modificar sobrevida 37 • Eleva BNP e Troponina • Exames complementares: • ECG: • Mais comum é taquicardia sinusal • Padrão S1Q3T3 (S em D1 / Q em D3 / T invertida em D3) —> Não dá diagnóstico! • RX tórax: • Sinal de Westermark: Oligoemia localizada —> Não dá diagnóstico! • Corcova de Hampton: Hipotransparência triangular periférica = Infarto pulmonar • Sinal de Palla: Dilatação a pulmonar D • Ecocardiograma: Disfunção de VD = Pior prognóstico (Sinal de McConel) • Marcadores: • Aumento do BNP e Troponina = Pior prognóstico • D-dímero: é um produto de degradação da fibrina / negativo exclui diagnóstico • Algoritmo diagnóstico: • Suspeita: • Escore de Wells: • E - episódio prévio • M - malignidade • B - batata inchada • O - outro diagnóstico • L - lung bleeding • I - imobilização • A - alta frequência cardíaca • Baixa: Wells ≤ 4 pontos —> Pedir D-dímero (normal = exclui), se alto = Imagem • Alta: Wells > 4 pontos ou Hospitalizados —> Inicia-se a terapia + Imagem (não solicitar D-dímero) • Imagem (fecham diagnóstico): 5. AngioTC tórax 6. Cintilografia pulmonar 7. Doppler MMII 8. Arteriografia pulmonar = Padrão-ouro • Evoluir o exame conforme negatividade do anterior • Tratamento: • Anticoagulação plena por pelo menos 3-6 meses (trombofilia, malignidade intratável = indefinido) • Principais opções: • Heparina + Warfarin 5mg/dia (começar juntos) —> Suspender heparina com 2 INRs entre 2-3 • Heparina 5 dias, depois dabigatran 150mg 2x/dia • Rivaroxaban 15mg 2x/dia (sem heparina) • HPBM: monitorar em obesos, IR e gestante / HNF preferível se alto risco de sangramento • Se TEP maciço (instabilidade e IVD) = Trombolisar até 14º dia dos sintomas + Anticoagulação • Filtro de Veia Cava Inferior: se contraindicação ou falha na anticoagulação (embolia mesmo anticoagulada) CARCINOMA BRONCOGÊNICO: • É o câncer que mais mata Clínica de TVP 3 pts Sem outro diagnóstico mais provável 3 pts FC > 100 1,5 pts Imobilização ou cirurgia recente 1,5 pts Episódio prévio de TVP/TEP 1,5 pts Hemoptise 1 pt Malignidade 1 pt 38 Flávia Bresciani Medeiros Nódulo Pulmonar Solitário: • Nódulo: até 3cm (Harrison = 6cm) • Massa: a partir de 3cm BENIGNO MALIGNO Cicatriz BK Câncer RX / TC / PET em 3-6 meses por 2 anos Tabagismo Idade ≥ 35 anos > 0,8-2 cm ou Alta captação de contraste Crescimento em 2 anos Calcificação / Forma: Padrão salpicado ou excêntrico Biópsia (mínimo) / Ressecção (idealmente) • Localização = Brônquio, bronquíolos e alvéolos • Subtipo:
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