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clínica médica Nefrolitíase Questão 1 Paciente, 72 anos, com queixa de dor em flanco esquerdo, intensidade 8/10, pouco definida, com irradiação para fossa ilíaca E, sem fatores de melhora e piora, há 3 horas, acompanhada por náuseas e disúria. Negou febre, piora ao movimento e não relatou fator desencadeante. Em breve relato, referiu ser diabético, em uso de metformina 850 mg BID. Ao exame: BNF, 2T, RCR s/ sopros; MVF s/ RA. Abdome atípico, RHA +, dor à palpação profunda de flanco E. Giordano positivo; a) Quais as hipóteses diagnósticas para o quadro e diagnósticos diferenciais? b) Qual a conduta a ser tomada na urgência? c) Qual os exames complementares podem ser solicitados? d) Qual o tratamento tardio mais indicntarado? Nefrolitíase Fatores de risco: obesidade, DM2, ganho de peso, dieta rica em proteínas, dieta pobre em citratos, sexo masculino, história pessoal ou familiar, alterações anatômicas, Tipos de cálculo? Cálcio; Ácido úrico; Estruvita; Cistina; Questão 2: Sobre a nefrolitíase, julgue as alternativas a seguir: I - O cálculo de oxalato de cálcio é o tipo mais comum de cálculo renal, isolado ou associado a fosfato. II - O cálculo de ácido úrico está associado a pouca ingesta de água e a pH urinário básico. III - O cálculo composto de estruvita (fosfato amoníaco magnesiano) está relacionado à infecção urinária por germes produtores de urease, principalmente Proteus mirabilis e Klebsiella. a) Todas as alternativas são verdadeiras. b) Todas as alternativas são falsas. c) Somente as alternativas I e III são verdadeiras. d) Somente as alternativas II e III são verdadeiras. e) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. Calculos de cálcio • Cálculos radiopacos, presentes em 75% dos pacientes; • Alta recorrência em 10 anos, chegando a 75%!!! • Oxalato de cálcio – mais comum; • Fosfato de cálcio => hidroxapatita é o mais comum; • Pode estar presente na hipercalciúria, hipocitratúria, hiperoxalúria ou hiperuricosúria; • Hipercalciúria idiopática (30-60% dos adultos): cálcio, fósforo e PTH normais, diante da ausência de hiperparatiroidismo primário, sarcoidose, síndrome de Cushing, hipertiroidismo, uso de glicocorticoides, acidose tubular renal e doença de Paget; • Hiperparatiroidismo primário => hipercalcemia com níveis elevados de PTH; • Doenças granulomatosas => aumento de calcitriol; • Hipocitratúria => citrato liga ao cálcio o tornando solúvel, sendo produzido pelo próprio rim; a concentração é reduzida por acidose (diarreia, hipocalemia, alta ingesta proteica) ou idiopática; • Hiperoxalúria: o Dieta => baixa ingesta de cálcio aumenta a absorção intestinal de oxalato livre, assim como redução da bactéria Oxalobacter formigenes, capaz de metabolizar; o Entérica => situações de má absorção de gorduras, visto que cálcio se liga a ácidos graxos livres deixando o oxalato; o Primária => tipo I (deficiência de alanina glioxilato aminotransferase) ou II (def. glioxilato redutase e hidroxipiruvato redutase); Ácido Úrico • Associação com DM2, obesidade e ganho de peso; • Aumento da síntese de novo, lesão tecidual e dieta; • Baixo volume tecidual facilita a formação (diarreia crônica, ambiente de trabalho muito quente, atividade física extenuante); clínica médica • Alterações genéticas e dietéticas fazem parte das causas; • Em idiopáticos, a redução do pH urinário é marcante; Cálculo Infeccioso • Fosfato amoníaco magnesiano = estruvita; • Cálculos coraliformes; • Formam em pH alcalino; • Bactérias que produzem urease (Proteus mirabilis, Bordetella pertussis, Klebsiella sp., Pseudomonas aeruginosa, S. aureus, S. epidermides, Mycoplasma), que atua ainda que em pH ácido, elevando mais o pH; Manifestações Clínicas • Dor típica = mobilização e obstrução do fluxo de urina; • Pontos de constrição = o junção ureteropélvica => Giordano + precocemente com dor em flanco; o terço médio do ureter (cruzamento com ilíaca interna) => dor abdominal com irradiação para testículos/grandes lábios; o junção vesicureteral => disúria, polaciúria, urgência e dor uretral; Giordano pode ser negativo; • Hematúria; • Sobreposição de infecção => pielonefrite complicada => sepse rápida; • Obstrução não desfeita => hidronefrose progressiva com perda de parênquima renal; • Nefrocalcinose => deposição difusa, geralmente assintomática, presente nos cálculos de fosfato de cálcio; • Cálculos coraliformes => perda importante de parênquima renal; Diagnóstico Clínico • Cólica nefrética + hidronefrose + hematúria; • Imagem => o TC não constratada; USG de TU(ruim para cálculos migrantes), RX de abdome (somente evidencia cálculos radiopacos); Urografia excretora (já foi padrão-ouro); • Laboratorial => EAS + urocultura; urina 24h (pH, ureia, creatinina, cálcio, ácido úrico, citrato, fosfato, magnésio, sódio, potássio, vol. Urinário, cloreto, amônia, sulfato); séricos (cloro, bicarbonato, ácido úrico, ureia, creatinina, PTH, fosfato, cálcio); Tratamento: • analgesia => o AINES (reduzem espasmo ureteral); o Opioides (pacientes não responsivos); • Terapia médica expulsiva (4 a 6 semanas), cálculos </= 10 mm): o Bloqueadores alfa-1-adrenérgicos (relaxa musculatura lisa) – Tansulosina; o BCC – nifedipino; • Hidratação mínima x hidratação vigorosa? • Seguimento clínico se cálculo </= 10 mm; • Obstrução => cateter duplo-J; Questão 3: Paciente de 30 anos, sexo feminino, atendida em hospital de urgência de alta complexidade, referindo cólica nefrética direita há 3 dias e, no momento, assintomática. Realizou ultrassom que evidenciou imagem sugestiva de cálculo ureteral distal, localizada na junção ureterovesical, medindo 0,8 cm, sem dilatação do trato urinário. Exames de urina rotina e urocultura foram negativas. Qual a melhor conduta? a) Implante endoscópico de catéter duplo J. b) Terapia medicamentosa expulsiva. clínica médica c) Ureterolitotripsia transureteroscópica semirrígida. d) Litotripsia extracorpórea por ondas de choque. Questão 4: Mulher, 50a, com infecções urinárias de repetição e dor lombar esquerda. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2. Ultrassonografia de abdome total: cálculo único de 2,5 cm de diâmetro no polo inferior do rim esquerdo, sem hidronefrose. Tomografia computadorizada de abdome: cálculo no cálice inferior posterior de rim esquerdo, de alta intensidade, sem hidronefrose, parênquima renal preservado, distância da pele ao cálculo de 8 cm. A CONDUTA É: a) Litotripsia extracorpórea por ondas de choque. b) Nefrolitotripsia percutânea. c) Ureteroscopia flexível e fragmentação com laser. d) Nefrolitotomia radial por laparoscopia. Tratamento intervencionista • Ponto de corte > 10 mm, sintomas refratários ao tratamento clínico, obstrução persistente, IRA; • (1) Litotripsia com Ondas de Choque Extracorpórea (LOCE) • (2) Litotripsia por ureterorrenoscopia (endourológica); • (3) Nefrolitotomia percutânea (cirurgia minimamente invasiva); • (4) Nefrolitotomia aberta (“anatrófica”). LOCE • Geração de ondas mecânicas que pulverizam o cálculo; • Indicação: o Cálculos < 20 mm; o Cálculos renais e ureterais proximais; o Cálculos em ureter médio (pode-se utilizar LOCE ou ureterorrenoscopia); • Cálculos > 20 mm, de cistina e em polo renal inferior dificilmente respondem; Litrotripsia por ureterrenoscopia • Cálculos de ureter distal; • Em terços médico = LOCE; • Segunda escolha para cálculos proximais; Nefrolitotomia percutânea • Indicações: o Cálculo > 20 mm; o Cálculos coraliformes; o Cálculo do polo renal inferior; o Cálculo refratário à LOCE; • Cálculos residuais => terapia sanduíche (nefrolitotomia percutânea – LOCE – nefrolitotomia percutânea); Nefrolitotomia Aberta • Jáfoi a principal abordagem; • Reservada a refratariedade aos métodos não invasivos ou minimamente invasivos e anatomicamente complexos e extensoso; • Nefrectomia => indicada em caso de cálculo impactado ou coraliforme com perda de função renal; Questão 5: A nefrolitíase é uma condição bastante comum. Para a sua prevenção, são recomendadas algumas medidas como ingestão adequada de líquidos e restrição de proteínas na dieta. Alguns medicamentos também podem ser empregados para a prevenção da nefrolitíase. Assinale a opção que contém apenas medicamentos recomendados para a prevenção da nefrolitíase. a) Diuréticos de alça, alopurinol, citrato de potássio e magnésio. b) Diuréticos tiazídicos, alopurinol, citrato de potássio e magnésio. c) Diuréticos de alça, probenecida, citrato de potássio e magnésio. d) Diuréticos tiazídicos, probenecida, citrato de potássio e magnésio. Prevenção: • Ingesta hídrica entre 2-3 litros/dia => diluição e eliminação; • Dieta rica em cálcio, pobre em proteínas e sal; • Tiazídicos (menor reabsorção de NaCl e maior de cálcio); • Quelantes => fosfato inorgânico/fosfato de celulose e citrato de potássio; clínica médica • Em caso de hiperoxalúria => evitar espinafre, tomate, amêndoas, beterraba, amêndoas, chocolate, pimentão e chás; • Reposição de citrato de potássio se citrato U < 300 mg em mulheres e 250 mg em homens; • Cálculos de ácido úrico => restrição de purinas (fígado, miolos, aves, aspargos, espinafres, sardinha, arenque). clínica médica Infecções do trato urinário Introdução Patologia bastante frequente em todas as faixas etárias, com predomínio no sexo feminino e picos no início ou relacionado as atividades sexuais e durante a gestação ou menopausa. Chega a ser 50:1 devido a menor extensão anatômica da uretra feminina e a proximidade com o anus.. Estima-se que cerca de 50% a 80% das mulheres terão pelo menos um episódio de ITU durante a vida. Após 50 anos aumenta a incidência em homens. Em UTIs é a terceira infecção mais frequente. A Escherichia coli é o patógeno mais frequente em ambos os sexos com 70 a 85% dos casos. O restante dos casos encontra-se associado a outras bactérias como Sthaphylococus saprophyticus, enterococus faecalis, proteus e klebsiellaa. Vale a pena ressaltar os MO causadores de DST – Clamydia, neisseria, trichomonas- em homens. Lembrar da candida sp. Como causa fúngica. Fatores predisponentes • Sexo feminino; • Ato sexual; • Uso de geis e lubrificantes espermicidas; • Gestação e menopausa; • DM; • Higiene deficiente; • Manipulação da via urinária; • Hiperplasia prostática; • Uso de ATB. Definições e classificações ITU – infecção do trato urinário de etiologia bacteriana em sua grande maioria dos casos, podendo ser classificada de acordo com a sua localização anatômica e de acordo com os fatores de risco em complicada e não complicada. Bacteriúria assintomática – cultura de urina + com mais de 100.000 unidades formadoras de colônia sem sintomas. Não é sinônimo de infecção e só deve ser tratada na vigência de sintomas clínicos ou em situações específicas. Em amostra de urina colhida suprapúbica, qualquer quantidade de bactéria é relevante. E coleta por sonda vesical é positiva se acima de 100. Cistite – Infecção limitada ao trato urinário inferior. Apresenta-se habitualmente com disúria, polaciúria, nictúria, urgência miccional e dor supra púbica. A urina se torna turva e pode haver hematúria e piúria. Sempre interrogar presença de leucorreia e avaliar possivel causa ginecológica. Pielonefrite – infecção limitada ao trato urinário superior. Inicia-se habitualmente com quadro de cistite acompanhada de febre a 38, calafrios, dor lombar e comprometimento sistêmico. Uretrite – comum em sexo masculino, especialmente por bactérias causadoras de DST, consiste em presença de algúria ou disúria associado a saída de secreção purulenta peniana. Epididimte e orquidite – geralmente causadas pelos mesmos patógenos das ITUs. Prostatite – inflamação e infecção da prostata causadas pelas mesmas bacterias da ITU. Sintomas incluem dor em baixo ventre, sintomas gerais, dificuldade miccional e disúria. Se não tratada corretamente, pode evoluir para formas crônicas (sintomas da cistit e tratamento por 4 a 6 semanas). ITU não complicada - mulher em idade reprodutiva, não grávida, sem histórico de anormalidade anatômica ou funcional do trato urinário, com sintomas há menos de 7 dias. Não necessita de colher hemocultura. ITU complicada – sintomas > 7 dias, DM, gestação, uso de imunossupressores, doença imunossupressora, injúria renal, litíase renal, alterações anatômicas do TGU, presença de SVD, manipulação do TGU recente, infecção nosocomial, falha terapêutica de ITU não complicada, ITU em homens. É obrigatório a coleta de hemocultura. ITU recorrente – dois ou mais episódios de ITU em seis meses ou três ou mais episódios ao ano após a cura da primeira infecção, e ocorre aproximadamente 30 a 50% das mulheres que desenvolvem cistite. Se não houver alterações estruturais não é necessário exames de imagem constratados de rotina, e o que muda no tratamento é a profilaxia realizada por 6 a 12 meses. Diagnóstico O diagnostico é clínico. Os exames complementares se limitam aos pacientes com manifestações recorrentes, não usuais e aos casos complicados. clínica médica Tratamento Bacteriúria assintomática: • Não tratar: mesmo em diabéticos, idosos (ocorre em 90% dos institucionalizados) ou usuários de SVD. • Tratar: gestantes, transplantados renais, pré- operatório de cirurgia urológica. Paciente com SVD: Acima de 28 dias todas as urculturas são +; só colher urocultura se apresentar febre, clínica sugestiva ou sinais de sepse. Nem dor, piúria ou turvação da urina são preditivos de ITU. ITU baixa não combinada: • Norfloxacino 400mg VO de 12 em 12h • Nitrofurantoína 10mg VO de 6 em 6h • Cefuroxima 250mg VO 12 em 12h • Cefalexina 500 mg VO de 6 em 6 h • Fosfomicina 3g dose única em jejum antes de dormir; • Amoxicilina com clavulanato 500mg de 8 em 8h • Sulfametoxazol-trimetropim apenas se cultura sensível de 12 em 12 h. ITU baixa complicada: • Ciprofloxacino 500mg VO 12 em 12h • Cefuroxim 250mg VO de 12 em 12h • Para prostatites pode-se usar Cipro ou SMT; • Para uretrites: ceftriaxone 1g IM ou Cipro 500mg VO + Azitromicina 1g DU ou Doxaciclina 100mg de 12 em 12h por 7dias. Medicamentos evitados em gestantes: quinolonas (nefrotoxicidade fetal), sulfas (risco de kernicterus) e nitrofurantoína (hemólise em fetos com incidência de glicose-6-fosfato desidrogenase). Podendo usar fosfomicina, cefalexina, cefuroxima, ceftriaxone e amoxicilina+clavulanato. ITU alta: 10 a 14 dias • Ciprofloxacino 500mg VO 12 em 12h • Cefuroxima 500mg VO de 12 em 12 h Reavaliações a cada 48h se não houver gravidade e o tratamento for ambulatorial. Se sinais de complicação e gravidade o tratamento deve ser feito hospitalar com cipro, ceftriaxone ou gentamicina injetáveis. Algumas fontes trazem coleta de cultura 7 dias após o termino do tratamento, mas não tem nível de evidência, exceto em gestantes. Tratamento não medicamentoso • Aumentar a ingestão de líquidos; • Urinar em intervalos de 2 a 3h; • Urinar sempre antes de dormir; • Urinar sempre antes e após coito; • Evitar uso de espermicidas; • Evitar banho de espumas com aditivos; • Aplicação de estrogênio vaginal em mulheres menopausadas; • Suco de cranberry; Encaminhar para internação: • Vômitos; • Intolerância a medicação oral; • Sinais de sepse; • Idade > 60 anos; • DM descompensado; • Imunossuprimido; Profilaxia para ITUs de repetição: Deve ser realizado por 6 a 12 meses e pode ser usado continuamente ou no pós-coito. • Ciprofloxacino 125mgpor dia • Norfloxacino 200-400mg por dia • Nitrofurantoína 50-100 mg por dia • Cefalexina 250mg por dia • Sulfametoxazol-trimetoprima 200 – 40 mg por dia. clínica médica Pneumonia comunitária Introdução: • Penumonia adquirida na comunidade; • Pneumonia lobar: consolidação alveolar extensa; • Broncopneumonia (mais frequente): consolidação alveolar multifocal; • Pneumonia típica x pneumonia atípica. Quadro típico: • Febre; • Tosse • Expectoração purulenta • Calafrios • Dor torácica pleurítica • Tremores • Hipertermia, estertoração pulmonar, taquipneia, taquicardia, sindrome de consolidação pulmonar e sindrome de derrame pleural. Quadro atípico • Instalação subaguda (média de 10 dias), iniciando com sintomas gripais inespecíficas: odinofagia, febre baixa, mialgia, cefaleia, tosse (principal sintomas após 7 dias); • Hemograma pouco alterado, dissociação clínico-radiológica. Diagnóstico: • Quadro clínico em conjunto com o laboratório e imagem (RX de tórax em PA e perfil); • A coleta de culturas (hemo e cultura do escarro) é reservada para pacientes hospitalizados ou para fins de estudo epidemiológico. Escore de gravidade: CURB – 65 • Confusão mental: 1 • Ureia (maior ou igual a 50): 1 • Respiração (maior ou igual a 30): 1 • Baixa PA (PAS<90 ou PAD<60): 1 • 65 anos: 1 Sendo: • 0-1 Ambulatório • Maior ou igual 2: internação o Se instabilidade, IRpA – CTI (choque séptico, necessidade de vasopressores e VM); Tratamento Previamente hígido, sem fator de risco: • Macrolídeo (azitro 500mg por dia por 5 dias • claritromicina 500mg de 12 em 12h por 7 dias) • Doxaciclina (amoxicilina por 7 dias). Uso de ATB recente ou doenças associadas (DPOC, DM, ICC, neoplasias, etilismo, imunossupressão): • Levofloxacino 750mg por dia por 7 dias ou gemifloxacino ou moxifloxacino; • Macrolídeo + betalactamico (cefuroxima, amoxicilina); Suspeita de Aspiração: • Betalactâmico + betalactamase ou clindamicina Internação ou contra-indicação de fluorquinolona • Betalactâmico (ceftriaxone ou ampi-sulbactan) + macrolídeo; clínica médica Derrame pleural parapneumônico • Derrames septados e o empiema = toracostomia + drenagem em selo d’agua Ausência de resposta ou piora clínica ou radiológica em 48 a 72h • ATB errado, considerar outras doenças (TEP, pneumonia eosinofílica), infecções fúngicas, complicações; Prevenção: • Vacina anti-influenza: anual; indicada para idosos, pessoas de alto risco (doenças crônicas, gestantes, imunossupressão), profissionais da saúde. • Vacina antipneumocócica: uma dose e um reforço 5 anos após. Mesmas indicações acima. clínica médica Derrame Pleural Definição: Líquido pleural é formado pela pleura parietal e constatemente drenado pela rede de vasos linfáticos, não há variação superior a 5-15ml. Transudato tem por causa o aumento da pressão hidrostática ou redução da pressão coloidosmótica do plasma. Podendo ocorrer em: ICC, cirrose hepática, embolia pulmonar, síndrome nefrótica, síndrome da veia cava superior, atelectasia. Exsudato tem por causa o aumento da permeabilidade capilar, bloqueio da drenagem pleural. Pode ocorrer em: derrame parapneumônico, infecções pleurais, CA, embolia pulmonar, colagenoses, uremia, doenças pancreaticas, sarcoidose. Manifestações Clínicas: Dispneia, tosse, dor torácica ventilatório dependente. Trepopneia (dispneia ao decúbito lateral com lado de derrame voltado para cima). Além de macicez à percussão, redução de MV, desaparecimento de frêmito toracovocal. Exames de Imagem: RX de torax PA e perfil, necessário, respectivamente 200 e 100 ml para velar seio costofrênico. Incidencia de Lawrel (decúbito lateral com raios horizontais), serve para tirar dúvida diagnóstica. Se lâmina >10 mm deve-se fazer toracocentese. TC é exame mais sensível, sendo indicado para identificação da etiologia. Diagnóstico: Toracocentese; Critérios de Light ( 1 critério basta para exsudato): • Relação proteina do derrame com proteina do plasma > 0,5; • Relação HLD do derrame com o HLD do plasma >0,6 • HLD do derrame > 2[3 do limite superior da normalidade do plasma. Avalia-se ainda o pH, celularidade, glicose, bacterioscopia, cultura e citologia oncótica. Eventualmente avalia-se ainda amilase, triglicerídeos, colesterol e BAAR. Parapneumômico: purulento com alta celularidade. TB pleural: seroso ou serossanguinolento <5% de células mesoletiais. Neoplásico: turvo ou serossanguinolento, celularidade alta, glicose proxima do plasma >5% de células mesoteliais. Tratamento: Transudato: Causa base; Parapneumônico: simples ou não complicado (conduta expectante); complicado se: Glicose < 60, pH < 7,2 ou pH entre 7,2 – 7,3 e HLD do líquido pleural > 1000, (ATB + drenagem); empiema (ATB + drenagem) Neoplasia: Quimio, radio; toracocentese terapeutica clínica médica Asma Brônquica Definição: Doença inflamatória crônica caracteriza por hiper-responsividade de vias aéreas inferiores, com limitação variável de fluxo, reversível ao tratamento ou espontaneamente; Manifesta-se por sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, principalmente à noite e pela manhã; Fenótipos: Asma alérgica – mais comum no Brasil, é sensível a aeroalérgenos como ácaros, baratas, grãos de pólen, fungos, cães e gatos; manifesta-se por uma reação de hipersensibilidade IgE-mediada, com uma resposta mediata causada por eosinófilos e uma tardia por outros leucócitos; Não alérgica – não envolve reação IgE mediada, sendo uma expressão de uma irritação da mucosa por substâncias tóxicas, como agentes químicos; Asma de início tardio – ocorre pela primeira vez na vida adulta, os pacientes que a tem geralmente são refratários ao tratamento de corticoide; Asma com limitação e fluxo de ar – representa uma história alongada de asma; Asma com obesidade – sintomas proeminentes com pouca inflamação eosinofílica; Manifestação Clínica Sibilos, tosse, dispneia, cansaço aos esforços, aperto no peito. Os sintomas pioram à noite ou pela manhã. A intensidade dos sintomas é variável, sendo piores durante infecção de vias aéreas. Sintomas são desencadeados por exposição a alérgenos, exercício, mudança climática, riso, choro ou irritantes respiratórios. Exame físico: sibilos; em quadro muito grave pode estar ausente com redução de MV. Diagnóstico: Espirometria – confirma diagnóstico, no entanto pode ser normal: • VEF1 – volume expiratório forçado do primeiro segundo; é reduzido na crise asmática e aumenta após prova broncodilatadora; • (1) asma leve: VEF1,0 > 80% do previsto; (2) asma moderada: VEF1,0 60-80% do previsto; (3) asma grave: VEF1,0 < 60% do previsto. O VEF1,0 de um adulto de 70 kg deve estar em torno de 2 litros; • CVF – na asma grave a moderada, o aprisionamento do ar aumenta esse parâmetro; • VEF1/CVF (índice de Tiffenau) < 0,75 é sugestivo de asma; Espirometria mostrando aumento do VEF1,0 ≥ 200 ml (valor absoluto) e ≥12% do valor pré- broncodilatação ou ≥ 200 ml (valor absoluto) e ≥ 7% do valor previsto. Teste broncoprovocativo: • Agentes broncoconstritores (metacolina, histamina ou carbacol) produzido queda≥ 20% do VEF1; • Asma induzida por exercícios – queda de mais de 10-15%; Peak flow com variação ≥ 20% em relação a basal após inalação de um broncodilatador ou em período de 2-3 semanas, considerando múltiplas medidas matinais; Exames na crise asmática • Rx de tórax – não deve ser pedido de rotina; • SatO2 – deve ser verificada em todos os pacientes; • Gasometria arterial – para pacientes com desconforto respiratório importante; PaCO2 > 45 mmHg, são candidatos a UTI; • Hemogramase febre e expectoração purulenta; • Eletrólitos para pacientes com indicação de internação; • Peak-flow para pacientes com exacerbação aguda monitorados na emergência; Tratamento: • O2 se sat < 92%; • Beta2-adernérgico agonista 3x na primeira hora e, após, 1x a cada hora: clínica médica o 4-8 puffs de salbutamol 20-20 min, até 3x, após a cada 1 a 4 horas; o Fenoterol ou salbutamol10 a 20 gotas em 3 a 5 mL de SF0,9%; • Anticolinérgicos: o Brometo de ipatrópio 40 gotas, junto ao beta2-agonista; diminui internação hospitalar; • Corticoide o Todos os pacientes, exceto os com boa resposta e célere ao Beta-2 agonista inalado; o Prednisona 40 a 80 mg, 1 a 2 x/dia; o Metilprednisolona 20 a 60 mg a cada 6/6 ou 12/12 h – melhor penetração pulmonar; o Hidrocortisona 200 a 300 mg EV, com manutenção de 100 mmg EV a cada 8/8 ou 6/6 h; • Metilxantinas o Tradicionalmente utilizadas, porém aumentam efeitos adversos, não sendo recomendadas em boa parte dos DE atuais o Aminofilina 240 • Sulfato de magnésio o Na asma grave, reduz necessidade de internação (VEF1 < 30%, falha em responder à terapêutica inicial, ausência de melhora na 1ª hora); o Sulfato de Magnésio 1,2 a 2 g em SF0,9% 100 a 500 mL EV, em 20 min; • VM: o Paciente bradicárdico, com alteração do nível de consciência e outros achados de crise grave, com eminência de parada cardiorrespiratória; o Quetamina é medicação de escolha por ser broncodilatadora; o Tubo deve ser o maior possível; Quando internar Quando internar na UTI Alta Hospitalar: clínica médica Cefaleias Cefaleia Tensional • Não é agravda por atividade física rotineira; • Pacientes jovens; • Dor em aperto; • Quando palpa couro cabeludo doi; • Tratamento: o Analgesia simples o AINES o Profilaxia: Amitriptilina Questão 1: Qual das caracteristicas abaixo é sugestivo de cefaleia tensional a) Não é agravada por atividade física rotineira; b) Localização Unilateral; c) Dor pulsátil; d) Intensidade de moderada a grave. Enxaqueca (Migrânea) • Fonofobia e fotofobia durante as crises; • Prescedida de sintomas neurológicos • Aura (5 a 60 min antes da dor), mas pode ser também durante, após ou não ter relação com a dor. São sintomas neurológicos focais, principalmente visuais. o Escotomas cintilantes, parestesias periorais ou dimidiadas, vertigem, diplopia, hemianopsia, hemiplegia. • Prodromos (até 24h): alterações de humor, paladar e mal-estar. • Dor Unilateral, pulsatil, duração de 4h a 72h; • Tratamento o Analgesia simples o AINES o Cefaliv e sulmax pro o Profilaxia: amitriptilina, nortriptilina, propanolol, topiramato • Elementos desencadeantes: o Café o Amendoim o Atividade física. • Em caso de URG: AINES + dexametasona. Questão 2: Mulher de 22 anos procura assistência médica em função de cefaleia crônica e recorrente de forte intensidade. Informa cefaleia unilateral e pulsatil que inicia de forma mais leve e acentua-se com o passar das horas, durando mais de 4h na ausência de tratamento adequado. Ás vezes, o quadro é precedido por escotomas, caracterizados com falhas periféricas no campo visual. A avaliação sugere migrânea, pois além dos dados apresentados há: a) Fonofobia e fotofobia durante as crises; b) Anorexia isolada, sem nauseas ou vômitos; c) Hiperemia conjuntival e miose ipsilateral à dor; d) Alívio da dor ao subir escadas ou fazer atividade física similar. Cefaleia em salvas • Homens • Intensa, mais forte, pior dor sentida • Sintomas autonômicos • Dura 30 minutos • Lacrimejamento ipsilateral e rinorreia • Tratamento o O2, cateter nasal em alto fluxo o Profilaxia: BCC não hidropiridinicos – Verapamil ou diltiazem Questão 3: Paciente sexo masculino, 26 anos chega ao pronto socorro com queixa de cefaleia unilateral intensa, sendo a pior dor já sentida, iniciada há cerca de uma hora. Nega cefaleia prévia. Ao exame físico, observa-se hiperemia conjutival unilateral, lacrimejamento, rinorreia e rubor facial. Nesse caso, qual a principal hipótese a) Hemorragia subaracnoide b) Migranea com aura c) Cefaleia tensional d) Cefaleia em salvas Questão 4: São típicos da cefaleia em salva: a) Inicio gradual, aagravado pela atividade física rotineira. b) Unilateral em 70%, bifrontal ou global em 30% dos casos. clínica médica c) Duração de 30 min a 7 dias d) Lacrimejamento ipsilateral e rinorreia e) Paciente prefere ficar em ambiente escuro e silencioso. Cefaleia deve ser investigada quando: (SNNOOP 10) • Sintomas sistemicos • História de neoplasia • Deficit neurologico • Inicio súbito ou agudo • Idade > 50 anos • 10 P: mudança no padrão; cefaleia posicional; precipitada por espirros, tosse ou exercicios; papiledema; progressiva ou com apresentações Questão 5: Alguns sinais e sintomas são considerados alerta para cefaleias secundarias e indicam a necessidade de investigação por exames (red flags) como, por exemplo, episódios recorrentes de: a) Cefaleia unilateral, pulsatil, de forte intensidade, com duração de 6h, com nauseas, foto e fonofobia, de inicio aos 60 anos. b) Cefaleia bifrontal, em aperto, de moderada intensidade, como fonofobia e pontos de gatilho a palpaçã cervical em paciente de 30 anos. c) Cefaleia grave, unilateral orbitária, cm hiperemia conjutival, lacrimejamento e rinorreia ipsilaterais por 10 minutos, 8 vezes. d) Cefaleia precedida de fosfenos, de forte intensidade, com vomitos, fono e fotofobia, que piora quando o paciente caminha. Questão 6: Umaa mulher de 42 anos, apresenta quadro súbito de cefaleia intensa e desesperadora, nauseas, vômitos e perda transitoria de consciencia durante a relação sexual. No momento do atendimento, apresenta-se confusa, com rigidez de nuca, e sem deficits motores. Em que diagnóstico o quadro melhor se encaixa a) Hemorragia subaracnoide b) Hemorragia intraparenquimatosa c) Hematoma exradural d) Meningite viral Questão 7: Considere um paciente de 65 anos, com claudicação de mandíbula, cefaleia pulsatil hemicraniana, arteria temporal ipsilateral pulsatil endurecida, rigidez matinal, VHS 110 mmHg. Qual o diagnóstico mais provável. a) Artrite de Takayasu b) Vasculite isolada do SNC c) Enxaqueca com aura d) Arterite temporal e) Granulomatose de Wegener Cefaleias Secundárias • Cefaleia por uso excessivo de medicação (CEM): o Cefaleia superior a 15 dias por mês (tipo de cefaleia cronica diária) o Associada ao uso abusivo de analgesicos por pelo menos 3 meses o Dor surge ou piora durante uso excessivo de analgesicos (analgesicos isolados > 15 dias por mês; analgesicos combinados >10 dia por mês. • Cefaleia cervicogênica o Desenvolve a partir de lesoes ou distúrbios da coluna cervical ou partes moles do pescoço • Cefaleia da Hipertensão Intracraniana o Costuma ser intensa, continua, matinal e progressiva; o Associada a nauseas ou vomitos em jato; o Exame físico: papiledema, paralisia do VI par craniano (n abducentte), sinais neurológicos focais, rigidez de nuca (alteração do nível de consciência. clínica médica o Exames: TC de crânio, exame de liquir, medida de PIC. o 30-40 anos o Hipertensão craniana idiopática. • Cefaleia da arterite temporal o Frontotemporal ou tempocciptal; o Uni ou bilateral o Mais comum em idosos (>60 anos) o Tipo de vasculite sistemica relacionada com os sintomas gerais o Perda ponderal, astenia, febre, sindrome de polimialgia reumatica (dor e rigidez da cintura escapular e pelvica) o Associa ainda a claudicação de madíbula; o Podem ser palpados nódulos dolorosos nas têmporas; o Laboratório: anemia normo e VHS aumentado (>55 mmHg) o Diagnóstico: biopsia da arteria temporal (arterite de celulas gigantes)o Complicação: amaurose por vasculite de arteria oftálmica. o Tratamento: resposta dramática aos corticoides, sendo a prednisona em altas doses o tratamento de escolha. Questão 8: Criança 9 anos de idade, consulta na UBS devido a queixa de cefaleia. Apresentou cinco crises anteriores de cefaleia, que se iniciaram há um ano. A dor é frontotemporal, as vezes unilateral, as vezes bilateral, de intensidade moderada. Nega horário preferencial e observa que é mais comum em situações de estresse. Relata piora da dor com atividade física e com barulho. Quando sente dor, ela asa dipirona, deita- se no quarto mais escuro e dorme até melhorar, o que ocorre em aproximadamente duas a três horas. Há dois dias, a mãe foi chamada na escola pois a criança apresentou vomito associado a cefaleia. Ela relatou que estava fazendo prova e meia hora antes de sentir a dor, começou a enxergar pontos escuros que a dificultavam enxergar. No momento, está sem dor e o exame físico está normal. Assinale a alternativa que contém a hipótese diagnostica mais provável e a conduta mais adequada. a) Cefaleia tensional. Encaminha para realizar exame de imagem para excluir outras causas. b) Cefaleia tensional. Solicitar avaliação oftalmológica para excluir cefaleia por erro de refração. c) Enxaqueca. Iniciar a profilaxia medicamentosa com Topiramato ou propanolol. d) Enxaqueca. Orientar o uso de analgésico ou anti-inflamatório não esteroide no inicio da crise. Questão 9: Assinale alternativa correta em relação ao tratamento abortivo e preventivo da enxaqueca, respectivamente: a) Triptanos e inibidores da recepção de serotonina; b) Triptanos e antidepressivos tricíclicos c) Valproato e ergotamina d) Paracetamol e triptanos e) Anti-inflamatórios e corticoides. Questão 10: Mulher, 25 anos, procura PSF devidoo episodios frequentes de cefaleia hemicraniana esquerda de forte intensidade, com duração até 24h, há 1 ano. As crises ocorrem de 4 a 5x no mês, acompanhadas de nauseas, pioram em ambientes barulhentos e não respondem ao uso de paracetamol. O médico que a examinou prescreveu 2 medicamentos. O 1º de uso diário para previnir as crises de dor, e o 2º para ser usado somente quando tiver dor. Dentre os medicamentos citados a seguir, aqueles adequados são respectivamente: a) Rizatriptana e verapamil; b) Amitriptilina e fluoxetina c) Propanolol e sumatriptano d) Sertralina e atenolol e) Prednisona e ergotamina clínica médica Acidente Vascular Cerebral AIT – Ataque Isquêmico Transitório Classicamente definida como déficit neurológico agudo com remissão total num período inferior a 24horas. Ou AIT constitui qualquer episódio de disfunção neurológica transitória causada por isquemia focal cerebral, da medula espinhal ou retiniana, sem evidências de infarto agudo nos exames de neuroimagem. Questão 1: Mulher 90 anos, procura atendimento na UBS, por orientação de vizinhos, devido a insistentes afirmações de ter apresentado nove derrames nos ultimos 5 anos. Os relatos eram atribuídos a algum processo de demência devido à idade. Porém, um dos episódios foi presenciado por um casal de vizinhos, que relatou alteração na fala e visão, perda de força no braço e na perna direitos e queixa de dor de cabeça. Voltou à normalidade após 15 minutos. Qual a hipótese diagnóstica mais provável. a) Acidente vascular cerebral isquêmico b) Ataque isquêmico transitório c) Acidente vascular cerebral hemorragico d) Sindrome de Meniere AVC Isquêmico O AVC é definido classicamente como um deficit neurológico, geralmente focal, de instalação súbita ou com rápida evolução, sem outra causa aparente que não vascular com duração maior que 24h (ou menos, mas levando a morte). Isquemia do tecido cerebral é ocasionada pela interrupção do fluxo sanguíneo. Patogenia • AVC embólico: 45% dos casos o Cardioembólico: mais comum (FA, IAM parede anterior, cardiomiopatias dilatadas) o Arterioembólico: típico de pacientes hipertensos, sendo placas ateroscleróticas instáveis em carótida a sua principal fonte. • AVE Criptogênico: 30% dos casos • AVE trombótico lacunar ou de artérias penetrantes: 20% (infarto inferior a 2cm, por oclusão de artérias que nutrem o tálamo, cápsla interna, gânglios da base, ou ramos do tronco cerebral). Fisiopatologia • Infarto cerebral (isquemia prolongada e grave) – dano irreversível. • Penumbra isquêmica (area de baixo fluxo, irrigada pelas colaterais) – dano reversível Após a instalação do infarto ocorre edema neuronal citotóxico, com pico entre 3-4 dias. A migração inicial de neutrófilos e monócitos e posteriormente a fagocitose leva a uma necrose de liquefação. Fatores de risco • HAS • DM • Dislipidemia • Idade > 60 anos • AVC prévio ou HF de doença cerebro- vascular • Tabagismo, obesidade • FA, cardiopatias dilatadas, IAM parede anterior • Outras: trombofilias, overdose de cocaina, vasculites. Anatomia dos vasos • Território carotídeo: irrigação dos 23 anteriores do encéfalo o Sintomas: hmiparesia, disfagia, disgrafia, dislexia, disartria, estereoagnosia, amusia, agnosia. • Territória vertebro-basilar: irrigação do 13 posterior do encefalo, incluindo cerebelo, bulbo e tronco clínica médica o Sintomas: ataxia, vertigem, disfagia, disturbios visuais e respiratórios, alterações de consciência, cefaleia Questão 2: homem 72 anos, hipertenso, tabagista, apresentou quadro de mal súbito, permanecendo inconsciente por cerca de 10 min. Foi levado ao pronto socorro onde após 6h do início do quadro permanece consciente, afásico, com desvio de comissura labial para esquerda e hemiparesia à direita, pressão arterial de 145x100 mmHg. O diagnóstico e tratamento para este paciente são, respectivamente: a) AVC isquemico da arteria cerebral média direita, tratamento trombolítico b) AVC isquemico da arteria cerebral media direita, tratamento conservador c) AVC isquemico da arteria cerebral media esquerda, tratamento conservador d) AVC hemorragico subaracnoide direita, tratamento conservador Anatomia dos vasos: • ACM : principal arteria do cerebro e a mais acometida. Seu ramo superior irriga quase todo lobo frontal (cortex motor, olhar conjugad, area de Broca), todo lobo parietal (somatossensorial e associativa) e parte superior do lobo temporal (area de Wernick). • Arteria Cerebral anterior: porção anterior, medial e orbitária do lobo frontal. Nutre porção anterior e capsula interna, corpo amigdaloide, hipotálamo anterior. • Arteria cerebral posterior: irrigação de mesencéfalo, tálamo, pendúculos cerebelares superiores e lobo occipital. Diagnóstico • Deficit neurológico focal súbito com duração superior há 15min. • TC de crânio sem contraste: Descartar hemorragias o Imagem Isquêmica aparece hipodensa (cinza) em 24h a 72h o Após 7 a 10 dias surge maior hipodensidade (preta) • RNM encéfalo: exame de maiior acurácia, com detecção de isquemia mais precocemente. o Seu alto custo, baixa disponibilidade e maior tempo para realização contraindicam o seu uso na emergencia. • Liquor: deve ser colhido na suspeita de hemorragia subaracnoidea com TC admissional normal o Liquor hemorragico e hipertenso Exames complementares: • Ecodopplercardiograma • ECG • Ecodoppler de carótidas e vertebrais, doppler transcraniano e angiorressonância (má formações, estenoses, placas aterosclerótidas) • Pesquisa de trombofilias, sindrome do anticorpo, antifosfolípide, processos autoimunes, disturbios de coagulação, etc. Tratamento da fase aguda • Cabeceira elevada a 30º • Dieta zero a princípio (após avaliar SNE) • Manter hidratação e controle de eletrólitos • Controle de temperatura (<37,5 – evitar hipertermia) clínica médica • Controle de glicemia(checar de 6 em 6h e manter entre 70-180) • Controle de PA (só tratar se > 220x120 ou >185x105 se candidato à trombólise ou apresentar IAM, EAP, dissecção aórtica e encefalopatia hipertensiva); • Antiagregante plaquetário 160-300mg (AAS – não usar se trombólise) • Controle de crises convulsivas • Heparina – não se tem evidência de benefício de anticoagulação plena; enoxaparina 40mg 1x ao dia, não administrar na fase afuda se trombólise; • Hipertensão intracraniana (tratamento cirurgico descompressivo, manitol) • Oxigenação – SAT > 95% • Estatina: Rosuvastatina Trombólise Para indicação do tratamento trombolíticoo intravenoso, o tempo de evolução do quadro neurológico não deve ultrapassar o limite de 4,5horas até o início da infusão. A administração intravenosa do rt-PA deve ser feita na dose de 0,9mg por KG, em periodo de 60min, sendo 10% da dose administrada em bolus durante 1 min. Questão 3: Uma paciente de 65 anos foi trazida para a emergencia com uma queixa recente de hemiparesia esquerda. A tomografia de crânio descartou hmorragia, e a paciente está sendo avaliada para uso de alteplase. Qual das condições abaixo Não é contraindicação para a terapia trombolítica: a) Endocardite infecciosa b) Neurocirurgia recente c) Plaquetas abaixo de 100.000 d) Cancer gástrico e) INR de 1,5 em paciente usando warfarin Trombectomia mecânica • Realizada via cateterismo intra-arterial pode ser utilizada até 6-8h após o início dos sintommas desde que oclusão de grandes vasos intracerebrais. • AngioTC, angio-RNM ou arteriografia devem mostrar grande obstrução. • > 18 anos • Oclusão proximal (ACI até segmento M1 da ACM) • Incapacidade mínima pré-AVC • E a regra do 666 o Ictus até 6h o NIHSS > 6 o ASPECTS > 6 Complicações • Convulsões • Edema cerebral • Transformação hemorragica (o uso de trombolíticos aumenta o risco). AVC Hemorrágico O AVC hemorrágico corresponde a 20% de todos os casos de AVC, sendo divido em 2 tipos: • Hemorragia intraparenquimatosa (HIP) • Hemorragia Subaracnoidea (HSA) HEMORRAGIA INTRAPAREQUIMATOSA: • Mecanismo mais comum é a hipertensão arterial; • HAS leva a alterações patológicas crônicas na parede de pequenas artérias e arteríolas, com excessivo espiralamento destas, conhecidas como aneurisma de Chartcot-Bouchard (arterias penetrantes) • A ruptura destes determina o aparecimento da HIP; • Os locais mais frequentes são: região dos núcleos da base (principalmente no nível do putame e tálamo), ponte, cerebelo, substância branca dos diversos lobos cerebrais (hemorragia lobar); • Após a hemorragia, ocorre edema em torno da lesão, organização do coágulo e compressão dos tecidos adjacentes (isquemia peri-hemorragia) clínica médica • Pode haver rompimento desses vasos próximos aos ventrículos determinando dilatação ventricular; • Há possibilidade de atingir o espaço subaracnoide, se muito próximo doo cortex • Letalidade de 50% (ocorre herniação cerebral); • Outras causas de HIP incluem: malformações vasculares, aneurismas saculares e micóticos rotos, disturbios da coagulação, sangramento de tumores cerebrais, Arterites, drogas, angiopatia amiloide. • Clínica: deficit neurológico focal súbito, dependente da topografia da hemorragia. Geralmente acompanha cefaleia, nauseas, vomitos, redução do nível de consciencia e níveis pressóricos bastante elevados. Crises convulsivas podem ocorrer, principalmente nas hemorragias lobares. • Regiões acometidas: o Putamem (30-50%) quadro súbito de hemiplegia fáscio-braquio-crural contralateral; o Tálamo (15-20%) quadro subito de hemiplegia fáscio-braqui-crural associado a hemianestesia para todas as sensibilidades acompanhado a hemiplegia. Pupilas mióticas, afasia e desvio dos olhos podem ocorrer; o Cerebelo (10-30%) vertigem, nauséas, vômitos e ataxia cerebelar. Pode ocorrer herniação das amigdalas cerebelares com compressão do bulbo (apneia); o Ponte (10-15%) quadro súbito de quadriplegia, coma e pupilas puntiformes e fotorreagentes. • Achados tomográficos: o Imagem hiperantenuante (branca) dentro do parenquima encefálico geralmente com boa definição dos seus limites, localização e eventuais complicações estruturais como: Inundação ventricular, hidrocefalia, edema cerebral, desvio hemisféricos e herniação. o Em alguns casos, a fase constratada possibilita o diagnóstico etiológico, revelando malformações arteriovenosas aneurismas e tumores. • Tratamentos: o Suporte clínico semelhante ao AVC isquêmico; o Cabeceira elevada, dieta zero, controle de volemia e eletrólistos, controle da glicemia e temperatura, manejo da PA (mesmos valores e medicações para AVCi) o Evita-se o uso de heparina profilática (pelo menos os primeiros 5 dias) e AAS; o Pacientes com monitor de PIC objetiva-se a PPC entre 70 e 110 mmHg; o Hipertensão craniana é uma importante causa de mortalidade. Sendo definida por uma pressão intracraniana > ou = a 20mmHg por mais de 5 min. Qualquer das alternativas terapeuticas nesse caso tem como objetivo principal mantê- la abaixo de 20 mmHg e a pressão de perfusão cerebral acima de 70 mmHg. Medidas para HIC: Manitol a 20% EV em 5 a 30 min; hiperventilação PaCO2 entre 30-35 mmHg; Sedação e ou bloqueio neuromuscular com benzodiazepínicos, barbitúricos ou propofol; Corticosteroides; o Tratamento Cirúrgico controverso sendo indicado: Hemorragia cerebelar acima de 3cm de clínica médica diâmetro, especialmente se há deterioração neurológica ou compressão do tronco encefálico e hidrocefalia secundária à obstrução ventricular; hemorragia lobar com deterioração neurológica, principalmente em doentes jovens; o Pacientes com pequenas hemorragias (<10cm), deficits neurológicos discretos, bem como pacientes com hemorragias extensas e quadro neurológico muito grave, em gerak, não tem indicação cirurgica. o Anticonvulsivantes, especialmente a fenitoína, são recomendados em doentes que apresentaram convulsões. Alguns autores recomendam em hemorragias lobares e profundas com inundação ventricular. HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA (HSA) • A ruptura de aneurismas saculares intracranianos congênitos é a principal causa dos quadros espontâneos de HSA, seguida de MAV. • É uma situação extremamente grave, levando à morte em 32% a 67% dos casos. • Esses aneurismas ocorrem principalmente em bifurcações arteriais próximos ao polígono de Willis, como na arteria comunicante anterior, arteria comunicante posterior e arteria cerebral média. • Clínica: cefealeia súbita, intensa e holocraniana, é o sintoma inicial mais frequente (pior cefaleia da vida). Outros sintomas são: náuseas e vômitos, vertigem e sinais de irritação meníngea. Pode ocorrer perda de consciência e outras manifestações neurológicas como deficits motores, sensitivos, distúrbios de linguagem, crises convulsivas e alteração de nervos cranianos; Distúrbios autonômicos como bradicardia, taquicardia, alterações eletrocardiográficas, alterações da pressão arterial, sudorese profusa, hipertermia e alterações do ritmo respiratório podem ocorrer. Em decorrencia da ruptura do aneurisma, complicações podem ocorrer, como ressangramento, vasoespasmo, hidrocefalia e crises convulsivas. • Achados tomográficos: imagem hiperatenuante, ocupando as cisternas e os sulcos cerebrais. Aproximadamente 90% dos casos agudos podem ser diagnosticados pela tomografia de crânio. A sensibilidade desse exame relaciona-se diretamente à quantidade de sangue presente no espaço subaracnoide, o que determina aumento da densidade do LCR hemorrágico em relação ao normal. Após aproximadamente uma semana do sangramento, a sensibilidade desse método cai para cerca de 50%. • Escala de Fisher:o Grau I: ausência de sangramento o Grau II: Lâmina fina de sangramento < 1 mm o Grau III: Lâmina de sangramento > 1 mm o Grau IV: Hemorragia intracerebral, hemorragia intraventricular com ou sem sangramento difuso. • Tratamento HSA: o Suporte clínico; tratamento das complicações neurológicas (ressangramento, vasoespasmo, hidrocefalia, convulsões); o Tratamento do aneurisma roto propriamente dito: a escolha do método terapeutico depende de vários aspectos, como o estado clínico do paciente, a localização e características autonômicas do clínica médica aneurimas roto, a experiência do médico assistente. o Recomenda-se o tratamento precoce do aneurisma roto, a fim de se previnir ressangramento e outras complicações. o Ressangramento é uma das complicações mais temidas na HSA por ruptura de aneurisma cerebral. O indice de mortalidade de até 70%, e é mais frequente nas primeiras 24 horas. Sua prevenção baseia-se em medidas gerais (repouso absoluto, ansiolíticos, analgesia, laxantes) tratamento de pressão arterial muito elevada, além do tratamento do próprio aneurisma roto. o Vasoespasmo é uma causa importante de sequelas neurológicas. Ocorre em 70% dos casos, podendo ocorrer mais tardiamente. Sua prevenção e tratamento incluem: hipertensão arterial farmacologicamente induzida, hipervolemia e hemodiluição. O uso oral de um bloqueador de canal de cálcio, a nimodipina, melhora prognóstico do vasoespasmo sem modificar sua incidência. A dose é de 60mg via oral de quatro em quatro horas durante 21 dias. o Hidrocefalia é aguda, subaguda ou tardia. Relaciona-se à quantidade de sangue no espaço subaracnoide e à dificuldade de trânsito e reabsorção do líquido cefalorraquidiano. Prevenção: corticosteroides (diminuem o processo inflamatório no espaço subaracnoide). Em casos graves usa DVE. o Convulsões podem ocorrer em até 25% dos casos, especialmente nas primeiras 24horas. o SIHAD • Exames complementares: o Laboratoriais: hemograma, glicemia, ureia, creatinina, sódio, cálcio, potássio, magnésio, coagulograma, gasometria arterial. o ECG e RX de Tórax o TC de Crânio o Líquor: deve ser coletado na suspeita clínica de HSA com TC normal. Características: hemorrágico, hipertenso, taxa proteica geralmente elevada. Até 24-48h persistente um aumento nas células hemáticas e nos leucócitos. o Angiografia cerebral digital: é o exame de referência para identificar o mecanismo da HSA, trazendo maior sensibilidade e especificidade ao diagnóstico de aneurismas cerebrais saculares. o Nesses casos, o exame deve ser sistematicamente realizado através dos quatro vasos cervicais que nutrem a circulação intracraniana, possibilitando o diagnóstico de aneurismas cerebrais multiplos, os clínica médica quais ocorrem em aproximadamente 20% dos casos. • Diagnósticos diferenciais: o Crises epiléticas; o Alterações metabólicas: hipoglicemia, hiperglicemia, hiponatremia, hipóxia, encefalopatia hepática; o Infecções sistêmicas: especialmente de idosos; o Neoplasias e infecções do SNC o Hematoma subdural crônico sem história de trauma em idosos. clínica médica Meningites Definição: Meningite é o processo inflamatório e infeccioso que atinge as meninges e o espaço delimitado por estas membranas (subaracnoideo – contém o liquor). As crianças correspondem a 90% dos casos. Fisiopatologia: A maioria dos casos tem como evento inicial a colonização das vias aéreas superiores por germes patogênicos. A depender da virulência e fatores do hospedeiro, os MO invadem o epitélio e plexo coroide, invadindo o liquor esse multiplicando no espaço subaracnoideo. A lise bacteriana resulta em liberação de citoninas inflamatórias, que alteram a permeabilidade da barreira hemato-encefálica e causam um edema vasogênico. Necrose cortical: causada pelas bactérias e toxinas. Infartos cerebrais arteriais ou venosos: por trombose ou espasmo dos vasos meníngeos. Isquemia cerebral: redução da PPC. Suspeitar de lesões expansivas com efeito de massa especialmente se associadas a déficit neurológico focal, imunodeficiencia e idade avancada; Etiologia: RN até 3 meses: enterobactérias, streptococus agalactiae, listeria monocytogenes, neisseria meningitides, haemophilus influenzae. A partir de 3 meses: Streptococus pneumoniae (pneumococo), neisseria meningitides, haemophilus influenzae. Etiologia específica: Idosos e imunodeprimidos: além dos 3 mais comuns listados, atentar para listeria monocytogenes, E. coli e alguns S. aureus e epidermis. Após procedimento neurológico: sthaphilocus aereus e Sthaphilococus epidermis. Após punçõa lombar: S aureus, Pseudomonas aeruginosa. Viral: enterovirus, arbovirus, herpes vírus, caxumba, influenza, saraampo, rotavirus, parvovirus. Fungos: raros predominando em imunodeprimidos (aspergliose, criptococose, paracococcidioidomicose) Parasitas: amebas e estrongiloides; Quadro Clínico: Inicio súbito de febre (95%), cefaleia intensa, nauseas, vômitos, rigidez nucal (88%), alteração do estado de consciencia (65%), convulsões (23%). Na etiologia meningocócica a evolução é rapida e grave, surgem petéquias, rush cutâneo, equimoses ou colapso circulatorio (meningococcemia). Pode complicar com HIC (cefaleia, nauseas e vômitos; pode ter bradicardia, HAS e depressão respiratória – tríade de cushing) Sinal de Kerning: em decúbito dorsal, flete-se a coxa sobre o quadril e a perna sobre a coxa. Ao tentar estirar o paciente refere dor lombar. Sinal de Brudzinski: Flexão involuntária da perna e coxa sobre o quadril ao tentar fletir a cabeça; Diagnóstico Laboratorial: • Coleta de hemoculturas; • Punção de líquor: entre L3-L4, L4-L5, L5-S1 • TC de crânio: especialmente se ocorrerem sintomas neurológicos focais e rebaixamento de sensório; • ECG o Bradi ou taqui sinusal o Aumento do intervalo QT; o Alterações de repolarização ventricular; o Isquemia sub-epicárdia (inversão de T) o Bloqueio AV 1º grau o Extrassístoles supraventriculares e ventriculares. Tratamento: Aplicação de uma dose inicial de antibiótico na suspeita de MBA pouco altera na sensibilidade diagnóstico, mas diminui enormemente a mortalidade. O tempo de antibióticos varia de 7-14 dias podendo ser estendido conforme a gravidade. Corticosteroides: dexametasona. A primeira dose deve ser administrada 20 minutos antes ou junto clínica médica com a primeira dose de antibiotico. Esse medicamento é utilizado apenas em infecções por H. influenza ou pneumococo. Outras medidas: isolamento respiratório por 24h, cabeceira elevada, hidratação, manitol, controle de convulsões. Complicações: • Coma; • Choque séptico; • Empiema subdural; • Ventriculite • Hidrocefalia • Sequelas: surdez, hidrocefalia, epilepsia, cegueira, hemiplegia, retardo psicomotor e deficit intelectual. Quimioprofilaxia: Meningococo: indicada para contatos familiares e intimos; individuos que permaneceram com o paciente 4h por dia de 5 a7 dias; profissionais de saúde envolvidos em procedimentos como intubação, aspiração de secreções; • 1 opção: Rifampicina 600mg 12h em 12h por 2 disas • 2 opção (mulheres grávidas): ceftriaxona 250mg IM DU. Haemophilos influenzae: indicada para contatos familiares e intimos quando houver criança menor de 4 anos de idade não vacinadaos, além do caso índice; indicado em creches e escolas se crianças < 24 meses na ocorrencia de um segundo caso confirmado. • 1 opção: Rifampicina 600mg 1x por dia por 4 dias • 2 opção: ceftriaxone 250mg IM DU clínica médica Parkisonismo Doença de Parkison: • Idade >55 anos • Tetrade: o Tremor em repouso do tipo contar dinheiro ou do tipo pronação- supinação.o Bradicinesia; o Rigidez em roda dentada; o Instabilidade postural. • Tremor geralmente é assimétrico • Marcha parkisoniana: passos curtos, braços e tronco para frente; • Perda de expressão facial; • Dificuldade de parar a marcha para frente, para trás ou para virar para o lado. Diagnóstico: • É por exclusão; • Outras causas de parkisionismo: drogas (haloperidol, metoclopramida, cinarizina, flunarizina) doença de Wilson, paralisia supranuclear progressiva, hidrocefalia comunicante normobárica (tríade de Hakim: marchando, maluco, molhado); demência vascular multi-infarto, tremor essencial. Parkisionismo Atípico – sinais de alerta: • Demência precoce e proeminente; • Alucinações precoces; • Sinais simétricos; • Disfunção bulbar precoce; • Disfunção precoce da marcha; • Redução, no primeiro ano, de sintomas; • Dependência de cadeira de rodas nos primeiros 5 anos; • Falência autonômica precoce; • Apneia do sono; • Membro alienígena (movimentos involuntários no membro afetado) • Perda sensitiva cortical; • Outros achados no exame neurológico, como síndrome cerebelar, sinais piramidais e distonia precoce; • Ausência de resposta à levodopa; Tratamento: • Selegilina,Rasagilina: inibe MAO-B, impedindo degradação de dopamina -> única droga neuroprotetora (indicada para casos iniciais da doença) • Biperideno,triexifenil (anticolinérgicos) – pacientes jovens (<65 anos) em que o tremor seja predominante, visto que em pacientes mais jovens leva a confusão mental, borramento visual, constipação e retenção urinária. • Amantadina (bloqueia recaptação de serotonina) – fraco antiparkisoniano, mas com baixa toxicidade – util em sintomas iniciais ou estágios em que discinesia é incapacitante. • Pramipexol (antagonista dopaminérgicos) – utilizada em monoterapia em fases iniciais ou combinação em fases avançadas da doença. o Retarda o uso da levodopa; • Levodopa (precurso da dopamina) + carbidopa (aumenta disponibilidade da primeira) – droga mais eficaz para o Parkinson; efeito é maior na bradicinesia, rigidez e instabilidade postural e menor no tremor. o Após 3 anos, efeito é menos e doses mais altas são exigidas – associar com amantadina e ou anticolinérgicos (<65 anos); o Tolcapona, entacapona (inibidores da COMT) – prolonga efeito da levodopa. • Parkisionismo refratário – tratamento cirúrgico estereotáxico palidotomia ou talimotomia) clínica médica Epilepsias Introdução: • 5-10% da população apresentará um episódio de convulsão durante a vida; • Etiologias – lesõs cerebrais, neurocisticercose, traumas, pós-AVC, sindromes epilépticas,. idiopática; Crises Focais: • Podem ser: motoras, sensoriais, autonômicas, cognitivas ou comportamentais; • Restritas a um único hemisfério cerebral; • Classificação atual: o Sem sintomas discognitivos: manifestações dependem da área afetada. EX. clônus de mão, auras (parestesias, alterações visuais, auditivas, psiquicas e autonômicas); marcha jacksoniana (evolução); paralisia de Todd (paralisia pós- ictal) o Com sintomas discognitivos: a perda de consciência, classicamente é precedida de aura. • Crises focais podem se generalizar; Crises Generalizadas: • Ausência típica: episódios breves e súbitos de perda de consciência, com manutenção do tônus postural, sem manisfetações pós- ictais; lapso. o Inicia na fase aguda, podendo ser desencadeada por hiperventilação; o Tende a se resolver espontaneamente na fase adulta • Ausência atípica: lapsos mais duradouros e gradativos, com sinais motores durante o evento; o Frequentemente se associa a retardo mental; • Crise Tônico – clônica o Comumente associada a fatores desencadeantes, como intoxicações e distúrbios metabólicos; o Fase tônica 10-20s – grito ictual, modedura de lábios e ou lingua, cianose, hiperatividade simpática (aum. FC, PA, Temperatura, midríase e sudorese). o Fase clônica – paralisia flácida generalizada (incontinência urinária e fecal). • Crise tônica ou atônicas puras: o Variante da tônico-clônica generalizada; • Crise atônica: o Perda de tônus súbita e breve + perda de consciência também rápida; o Fortemente associada a sindromes geneticas; • Crise mioclônica: o Costuma coexistir com outras formas convulsivas, sendo predominante na epilepsia mioclônica juvenil. Sem classificação: Espasmos epilépticos • Movimentos súbitos de flexão ou extensão de grupamentos proximais, principalmente tronco; • Acomete crianças <1 ano de vida; • Ocorre na síndrome de West: primária ou secundária o TTO: glicocorticoides (inibição do eixo hipotalâmico, CRH é provável estimulante); Síndromes Epilépticas Principais: • Síndrome de Janz (epilepsia mioclônica Juvenil) o Manifesta-se de 12 a 16 anos, caracterizada por miclonias bilaterais isoladas ou repitidas, mais clínica médica comuns pela manha, ao despertar, aumentam a frequência se privação de sono; pode se associar a outra crise em um terço dos pacientes; • Síndrome de Lennox-Gastaut o Multiplas crises convulsiva (tônico- clônica, atônica, tônica, ausência atípica) juntamente a alterações neuropsicomotoras; • Epilepsia do lobo temporal mensagial: o Crises focais com alterações cognitivas; o Alteração caracteristica – esclerose de hipocampo; o Resposta ruim a anticonvulsivantes o Necessita de intervenção neurocirurgica; o Curso da crise: aura – parada comportamental – perda de consciencia – amnésia anterógrada + autotismos – disfagia pós-ictal (se no lado dominate). Etiologias Principais – adultos • TCE; • Tumor cerebral; • Uso de drogas ilícitas (cocaína, anfetamina) • Abstinência alcóolica; • AVC (principal causa se >65 anos); • Distúrbios metabólico (uremia, falência hepática, hipo ou hiperglicemia); • Doenças degenerativas (alzheimer avançado); • Autoimune (idiopática, sindrome paraneoplasica) • Medicações (anestésicos, antimaláricos, analgésicos, imunomoduladores, contraste radiológico, psicotrópicos. Conduta: • 1 episódio: devemos fazer um diagnóstico diferencial: o Síncope – escurecimento visual progressivo – perda de consciência gradual – retorno em segundos – sintomas pós-ictais são pouco frequentes; o Crises psicogênicas – simulação (ECG normal), trantorno conversivo • Tratamento profilático: o Fenitoína, carbamazepina, topiramato e lamotrigina; o Ezogabina o Benzoadiazepínicos e barbitúrios o Ac. Valproico, gabapentina e tiagabina; o Levetiracetam Orientações sobre o tratamento: • Em gestantes: mantém o que já usa na menor dose possível; • Em epilepsia refratária deve-se associar segunda droga com mecanismo diferente; • Neurocirurgia . Tratamento da crise aguda Quando interromper o tratamento: • Ausência de crise por 1 a 5 anos; • Único episódio de crise; • Exame neurológico normal; • Incluindo inteligência; • ECG normal clínica médica Questão 1 : Homem 38 anos de idade, previamente em seguimento por epilepsia, depressão e transtorno de ansiedade generalizada, em uso continuo de valproato de sódio, amitriptilina e diazepam. Há 30 minutos, foi encontrado desacordaddo em casa, arresponsivo aos chamados. O acompanhante refere presença de 2 cartelas de diazepam 10mg vazias (aproximadamente 15 comprimidos por cartela) perto do paciente. Na sala de emergência: paciente sem abertura ocular ao chamado, sem resposta verbal, não localiza estímulo doloroso porém sem respostas patológicas, pupilas isocóricas fotorreagentes. FC: 88 bpm, FR: 10 ipm, PA: 108x74 mmHg, Sat O2: 95% em ar ambiente, glicemia capilar: 88. Sem alterações em semiologias pulmonar, cardíaca ou abdominal. Realizada monitorização e acesso venoso, qual deve ser a próxima conduta neste momento: a) Realizarintubação orotraqueal; b) Realizar carvão ativado via sonda nasogástrica; c) Prescrever naloxone IV; d) Prescrever flumazenil IV; e) Realizar lavagem gastrica com soro fisiológico. clínica médica Artrite Reumatoide Definição: Doença inflamatória crônica que atinge membrana sinovial e cartilagem, causando deformação articular e erosão óssea Epidemiologia: Mulheres, entre 25 e 55 anos, tabagistas, expostos à sílica, asbestos e madeira, parente de primeiro grau (HLA-DRB1); Apresentação clínica: Rigidez articular e dor, com sintomas constitucionais (mialgia, fadiga, mal-estar, hiporexia). Após meses: artrite simrética de pequenas articulações de mãos e punhos. Geralmente preserva interfalangianas distais e pequenas articulações de pés. Principal causa de óbito são doenças cardiovasculares: AR é fator de risco independente = estado inflamatório crônico. Manifestações extra-articulares • Cutâneas: nódulos subcutâneos (FR +), eritema palmar, vasculite necrosante; • Oftalmológicas: síndrome de Sjogren, espiclerite, escleromalácia perfurante; • Pulmonares: derrame pleura exsudativo, nódulos reumatóides, cavitação, fibrose intersticial difusa, bronquiolite constritiva; • Cardíacas: pericardite, IAM por vasculite coronariana, nódulos reumatoides, distúrbios de condução; • Neurológicas: nódulos meníngeos, vasculite cerebral, vasculite em vasa nervorum com mononeurite múltipla, neuropatia cervical, síndrome do túnel do carpo; • Renais: nefropatia membranosa, glomerulonefrite mesangial, amiloidose; Tratamento O tratamento busca a menor atividade possível da doença, baseado em abordagem agressiva e reavaliação frequente (3 a 5 semanas). Medidas gerais: • Acompanhamento multidisciplinar; • Repouso articularç • Fisioterapia; • Vacinação antipneumocócica (5 em 5 anos), anti-influenza, hep B (se drogas hepatotóxicas); Sintomático: AINEs e Corticoides (fornece rápido alívio sintomático, sendo pontes para drogas modificadoras, também são utilizados em surtos e em pulso nas manifestações sistêmicas graves). Drogas modificadoras da história natural da doença (6 meses até agirem): • Metrotexato – primeira escolha; repor ácido fólico; o HBV? HCV? FUNÇÃO RENAL? RX DE TÓRAX? HEMOGRAMA? HEPATOGRAMA? • Leflunomida – contraindicada na gestação; necessita de mesmo controle que metrotexato, com eficácia semelhante; • (Hidroxi)cloroquina – menor eficácia e potencial causadora de toxicidade retinaina (cloroquina); não reduzem progressão de erosão óssea; clínica médica • Sulfassalazina – reduz erosão ósseo, sendo DARMD verdadeira; causa granulocitopenia e anemia hemolítica (portadores de deficiência de G6PD); • Outras: sais de ouro; D-peniciliamina (reservada para d. de Wilson), minociclina Drogas biológicas: • Anti-TNF-ALFA – infliximabe, adalimumabe, golimumabe (estes são anticorpos monoclonais), certolizumabe pegol => infecção fúngica, TB latente; • Bloqueadores do receptor de IL-6 – tocilizumabe => pode ser usado em monoterapia ou em associação; • Bloqueadores do receptor IL-1 – anakira=> pouco benefício; tende a ser proscrito; • Análogos do CTLA-4 – abatacepte => deve ser usado associado a MTX ou lefunnomida em casos refratários; • Neutralizadores do CD20 – rituxiamabe =>efeitos superiores na AR soropositiva; risco de leucoencefalia multifocal progressiva; Cirurgia => sinovectomia; clínica médica Espondiloartropatias soronegativas Conjunto de artropatias com características clínicas comuns, sorologia negativa e predisposição familiar. Apresentam predileção por coluna vertebral, principalmente articulações sacroilíacas, apresentando neoformação óssea nos sítios de inflamação crônica. Se artrite periférica = assimetria. Uveíte anterior aguda é uma característica comum a todos os subtipos. • Espondilite Anquilosante = sacroileíte • Artrite reatava = dactilite; • Artrite enteropática = espondilite anquilosante; • Artrite psoríaca = poliartrite simétrica, dactilite, sinovite axial; Critério europeu de diagnóstico Medidas gerais: • Exercício físico – evitar alto impacto; • Controle da dor e rigidez: AINES; • Evitar corticoide sistêmicos = sem benefício; • Modificam doença: metrotexato (poucas provas que evite progressão radiológica da doença); ATB (artrite reativa) sulfassalazina; anti-TNF-alfa clínica médica Diabetes Mellitus Classificação: ♠ LADA: Adultos com DM (> 30 anos), anticorpos + (anti-GAD), ausência de necessidade de insulina por pelo menos 6 meses após o diagnóstico; ♠ DMG ♠ Outros tipos de DM: ♠ MODY: < 25 anos, 2 gerações, anticorpos - peptídeo C > 0,6 ng/dL após 5 anos; ♠ MODY-GCK (+ comum; hiperglicemia de jejum leve, desde o nascimento, assintomática, não progressiva e geralmente sem evolução para complicações), MODY-HNF4A (responde às sulfoniluréias, associado com macrossomia fetal e hipoglicemia neonatal), MODY-HNF1A (inicia na infância, com glicosúria importante, superior a esperada pela glicemia, responde às sulfoniluréias,); MODY-HNF1B (malformações urogenitais, cistos renais, atrofia pancreática, disfunção exócrina associada); ♠ Neonatal transitório ou permanente; Pancreatite, trauma, neoplasia pancreática, síndrome de Cushing, hemocromatose, feocromocitoma, glucagonoma, hipertireodismo, secundário a drogas (tiazídicos, agonistas beta adrenérgicos, diazóxido, glicocorticoides, ácido nicótico), secundário a infecções virais Diagnóstico de DM2 ♠ DM2 = GJ >/= 126 mg/dL ou após 2 h de 75 g de glicose >/= 200 ou HbA1c >/= 6,5 em 2 exames ou sintomas + glicemia ao acaso >/= 200 mg/dL ♠ GJ + HbA1c alteradas em mesma amostra ou mesmo exame em 2 amostras; clínica médica Insulinoterapia no DM1: ♠ Dosagem necessária habitualmente: 0,4 a 1,0 U/kg/dia; ♠ Puberdade, gestação e infecções exigem doses maiores; ♠ 50% de componente basal e 50% prandial (3 a 4 componentes); ♠ Infusão subcutânea contínua de insulina = alternativa para quem não obtém controle; clínica médica Insulinoterapia: ♠ Dose inicial 0,1 a 0,2 UI/kg/dia – à noite; ♠ Com monitoramento de jejum, ajustar 2 a 3 UI a cada 2 a 3 dias até a meta; ♠ Insulina basal-plus ♠ Adicação de uma ou mais insulinas prandiais (escolher refeição com maior variação glicêmica); ♠ Esquemas 70/30, 75/25 e 50/50 podem ser adotados; ♠ Insulina basal-bolus: ♠ Exige dosagem de 0,5 a 1,5 U/kg (insulinização plena); ♠ Combinação com medicação oral: ♠ Sulfonilureias => menor dose de insulina; ♠ Meformina => menor ganho de peso e mnor risco de hipoglicemias noturnas; ♠ IDPP4 => estímulo de secreção de insulina e menor secreção de glucagon; ♠ ISGLT2 => reduz HbA1c, mas facilita ganho de peso, menor dose diária de insulina clínica médica Pré-DM: ♠ Risco de progressão: obesidade, sobrepeso, história familiar de DM2, presença prévia de doença cardiovascular, DMG, uso crônico de antipsicóticos, HbA1c > 6%, GJ >/= 110 mg/dL; ♠ Metformina se: Idade > 60 anos, IMC > 35, DMG, síndrome metabólica, HAS, GJ > 110; ♠ MEV ainda é o que se tem com maior evidência!!!!! Neuropatia diabética periférica: ♠ Principal neuropatia diabética; ♠ Simétrica, distal, progressiva; presença de alteração de 2 ou mais sinais neurológicos: ♠ Fibras finas (sensibilidade térmica, dolorosa e função sudomotora), grossas (reflexos tendíneos, sensibilidade vibratória, tátil e de posição); ♠ Diagnóstico de exclusão; ♠ Rastrear após 5 anos na DM1 e no diagnóstico de DM2: reavaliação anual; ♠ Tratamento: ♠ Controle de fatores de risco; ♠ Fisioterapia, reposição de vit D e B12 s/n, ácido alfa-lipóico; ♠ Sintomáticos: 1ª linha – tricíclicos, duloxetina e venlafaxina, gabapentina, 2ªlinha – pregabalina e associação duloxetina e gabapentina; 3ª linha – acupuntura, terapia tópica, estimulação medular; ♠ Não possuem evidência: topiramato, valproato, vitamina E, AINES, campo magnético, laser de baixa intensidade, terapia com Reike, etc. DRC: ♠ Rastrear no dx de DM2 e após 5 anos em DM1; ♠ Rastreamento anual através de albumina urinária ou relaão albumina/creatinina em amostra de urina junto com cálculo de TFG por CKD-EPI: confirmar em 3 amostras coletadas com intervalo de 3 a 6 meses; ♠ Manter PA < 130x80 ♠ IECA ou BRA para albuminúria elevada, independente do valor da PA; ♠ Estatinas de alta potência se DRD e TFG < 60 não dialítica e pós-transplante renal; clínica médica ♠ Não se deve iniciar estatina em diálitico; ♠ DRD grave em fase pré-dialítica: restrição proteica 0,8g/kg de peso ideal/dia; Pé diabético: Infecção polimicrobiana => Staphylococcus aureus,Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli Tratamento: ♠ Leve: ♠ Cefalosporina de 1ª geração ou amoxiclavulanato, ampicilina-sulbactom, clindamicina, macrolídeo ♠ Moderado a grave: ♠ Amoxiclavulanato, ampicilina-sulbactan, cefalosporina de 2ª ou 3ª geração; carbapenêmicos. clínica médica CAD: ♠ GJ > 200, pH < 7,3, bicarbonato sérico < 18, cetonemia > 1,6; ♠ Euglicêmica (ISGLT2, alcoolismo, jejum prolongado, cocaína): GJ < 200; ♠ Manifestações: náuseas e vômitos, dor abdominal, desidratação, taquicardia, estado mental variável, febre, polidpsia/poliúria; Tratamento da CAD: ♠ REIDRATAÇÃO: ♠ SF0,9% 15 a 20 mL/kg na 1ª hora; ♠ Após dose inicial, reavaliar caso a caso: choque hipovolêmico: 500 mL/h nas primeiras 4 h e após 250 mL/h; ♠ INSULINOTERAPIA (Não fazer se K < 3,3): ♠ Insulina 0,1 U/kg bolus, após, 0,1 U/k/h em BIC => obj. red. 50 a 70 mg/dL/h, aumenta-se 1 U/h se objetivo não for encontado; ♠ Glicemia < 200 => 0,02 a 0,05 U/kg/h com SG0,5% ♠ CORREÇÃO DE DISTÚRBIOS METABÓLICOS clínica médica Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Definição: • Obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores, de caráter irreversível, com destruição progressiva do parênquima pulmonar por uma resposta inflamatória anormal do pulmão Epidemiologia: Doença características de adultos entre a 5º e 6º décadas de vida. Mais comum no sexo masculino Quarta causa de morte no EUA Intimamente relacionado a carga tabágica (>/= 40 maços-ano), principal fator de risco para DPOC e carcinoma broncogênico. Diagnóstico diferencial: Deficiência de alfa-1- antitripsina (DPOC em jovens + hepatopatia não explicada). Fisiopatogenia: • Tabagismo o Hiperprodução de muco o Bloqueia movimento ciliar das células epiteliais o Ativa macrófagos >> Secretam fatores quimiotáticos (IL-8) o Ativação de neutrófilos >> enzimas proteolíticas (elastase) o Inibem a atividade da alfa-1- antitripsina (inibidora fisiológica da elastase). • Bronquite obstrutiva crônica: o Hipertrofia e hiperplasia de glândulas submucosas associado ao aumento do número de células caliciformes (estado hipersecretor). o Redução do lúmen das vias aéreas distais devido ao espessamento da parede brônquica por edema e fibrose. • Enfisema pulmonar: alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, decorrente da destruição progressiva dos septos alveolares (perda da elasticidade). História natural da doença: Diagnóstico: História clínica / Quadro clínico Exame físico Imagem Laboratório Espirometria Quadro clínico: Dispnéia aos esforços Tosse: Também muito frequente, geralmente acompanha expectoração; E se cor pulmonale? Blue Bloater (bronquite); Pink Puffer (enfisema); Exame físico: Tórax hiperinsuflado (em tonel); Tempo expiratório prolongado; Uso de musculatura acessória; Diminuição de sons respiratórios; Ausculta rica na bronquite; Imagem: Rx de Tórax ▪ Retificação das hemicúpulas diafragmáticas e arcos costais; ▪ Hiperinsuflação pulmonar (mais de 9- 10 arcos costais visíveis; clínica médica ▪ Hipertransparência; ▪ Aumento dos espaços intercostais; ▪ Redução do diâmetro cardíaco (coração em gota); Eletrocardiograma: altera na presença de cor pulmonale. Eletrocardiograma: altera na presença de cor pulmonale: ▪ onda P alta e pontiaguda, medindo mais de 2,5 mm na amplitude (P pulmonale): aumento atrial direito; ▪ desvio do eixo do QRS para a direita; ▪ graus variados de bloqueio de ramo direito; ▪ relação R/S maior que 1 em V1. Laboratório: Hemograma: ▪ Eritrose (hematócrito maior que 55%): ocorre devido hipoxemia crônica que estimula os rins a aumentar a produção de EPO; Gasometria arterial: ▪ Hipoxemia em graus variados, considerada grave se PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 88%; ▪ Hipercapnia crônica compensada pelo bicarbonato com aumento do BE; ▪ Altos níveis de PaCO2, portanto, pode descompensar facilmente e causar carbonarcose e levar a morte; Espirometria: VEF1/CVF inferior a 70% do previsto, sem alteração significativa pós-BD. O VEF1 é utilizado também na classificação da doença em estágios. Classificação conforme intensidade dos sintomas – Escala mMRC: Classificação conforme grau de obstrução das vias aéreas: Tratamento: Cessar tabagismo - recomendar para todos os pacientes; Oxigenioterapia; Avaliação de transplante pulmonar ou cirurgia pneumorredutora; Tratamento farmacológico de manutenção; Tratamento farmacológico das exacerbações; Reabilitação cardiopulmonar; Vacinação anti-influenza e anti-pneumocócica; Indicações de O2 domiciliar: PaO2 ≤ 55 mmHg OU saturação ≤ 88% OU PaO2 56-59 mmHg ou sat O2 89% com cor pulmonale ou policitemia (HT 55%); 2 gasometrias em 3 meses; clínica médica Tratamento de manutenção: B2-agonista de curta duração (SABA) – 4 a 6 h: fenoterol 100 e 200 mcg; salbutamol 100 a 200 mcg; B2-agonista de longa duração (LABA) -12 a 24 h: formoterol 12 mcg; salmeterol 25 e 50 mcg; indacaterol 150 e 300 mcg; Anticolinérgico (anti-muscarínico) de longa duração (LAMA) 12 a 24 h: Tiotrópio 2,5 mcg; umeclídinio 62,5 mcg Costicosteróides inalatórios (ICS): beclometasona, triancinolona, fluticasona, flunisolida, budesonida; Inibidor seletivo da fosfodiesterase-4 (PDE4) : Roflumilaste 500 mg; Classificação e tratamento: Grupo C Grupo D 2 ou mais exacerbações ou 1 ou mais levando à internação Grupo A Grupo B 0 ou 1 exacerbações mMRC 0-1 CAT < 10 mMRC >/= 2 CAT >/=10 Tratamento do Grupo A: Poucos sintomas e baixo risco de exacerbação Broncodilatores => beta-2 agonistas de longa duração (LABA) e antimuscarínicos (LAMA) Tratamento do Grupo B: Mais sintomas e pouco risco de exacerbação; Pode ser necessária a combinação de diferentes classes; LABA e LAMA; Tratamento do Grupo C: Poucos sintomas com risco elevado de exacerbação; Tratamento preferencial é com LAMA, pois reduz o risco de exacerbações; Tratamento do Grupo D: Iniciar com combinação LAMA-LABA ou combinação CI-LABA; LAMA-LABA se altamente sintomático (CAT > 20); CI-LABA se eosinófilos >/= 300 cels./mL ou história de asma; Cuidado: CI aumenta risco de PNM; Progressão do tratamento – dispnéia: Se 1 broncodilatador não resolve quadro, associe um segundo de classe diferente; se ainda assim não resolver, suspenda e mude de tto; Para paciente com CI-LABA, LAMA pode ser acrescentado ou pode se substituir LAMA- LABA se indicação inicial inadequada; Progressão do tratamento – exacerbações: Em caso de exacerbações frequentes, dosar eosinófilos e avaliar CI-LABA ou
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