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O Surrealismo foi uma das mais produtivas vanguardas estéticas do Modernismo. Seu idealizador foi 
André Breton, que, nos manifestos de 1924 e de 1930, propôs uma arte livre das amarras da razão. Sob 
influência da Psicanálise, o artista surrealista entende que é possível conectar a arte ao inconsciente e ao 
mundo dos sonhos. Na literatura, praticou-se a linguagem automática, não raro sob influência do álcool e 
outras drogas. Apesar dessas características, ao contrário de levar os artistas a estados duvidosos de 
alucinação e de alienação, a prática surrealista associou-se, para a maioria de seus adeptos, a uma crítica 
política das formas de repressão do Estado, sobretudo sob o domínio capitalista. O próprio André Breton fazia 
parte do Partido Comunista Francês desde 1927 e em seus manifestos deixou clara sua filiação à dialética 
que remonta a Hegel e que passa necessariamente por Marx:
(...) o surrealismo e o pensamento de André Breton são talvez o ponto 
de convergência ideal, este lugar supremo do espírito onde se encontram a 
trajetória libertária e a trajetória do marxismo revolucionário. Mas não se 
pode esquecer que o surrealismo contém aquilo que Ernst Bloch chamava de 
"um excedente utópico", um excedente de luz negra que escapa aos limites 
de qualquer movimento social ou político, por mais revolucionário que seja. 
Esta luz emana do núcleo inquebrantável de noite do espírito surrealista, de 
sua busca obstinada pelo ouro do tempo, de seu mergulho perdido nos 
abismos do sonho e do maravilhoso.
(LÖWY, Michael. A estrela da manhã: surrealismo e marxismo. Rio de 
Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 36) 
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