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Centro Universitário Leonardo Da Vinci
ALISSON SOARES LIMA – NUTRIÇÃO
LILAN RAFAELA SANTOS DO NASCIMENTO – BIOMEDICINA
TURMA: (FLC20751BBI)
O PAPEL DA PESQUISA CIENTÍFICA NA PREVENÇÃO DA HIPERTENÇÃO 
 O TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO COMO FORMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA HIPERTENÇÃO 
 
Tutor(a): Prof.ª Esp. Thaís de Vargas Brasil
SANTA IZABEL - PA
2022
SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO
Hipertensão (pressão alta) acomete pessoas em todas as fases da vida, de todas as classes sociais. Os sintomas costumam aparecer apenas em fases mais avançadas ou quando a hipertensão aumenta de forma abrupta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a hipertensão arterial é responsável por 17 milhões de óbitos por ano no mundo e está intimamente associada a 45% dos infartos agudos do miocárdio a 51% dos acidentes vasculares encefálicos. Em dados acolhidos em 2008, a OMS mostrou 40% dos adultos com idade maior que 25 anos eram portadores de hipertensão arterial.
A Atenção Primária em Saúde (APS) é primordial na prevenção de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT). Contudo, no Brasil, a atenção primária mostra-se pouco eficiente na produção de resultados no que tange à prevenção da HAS (RABETTI; FREITAS, 2011).
Diante disso, vários estudos demonstram que os municípios brasileiros possuem Estratégia de Saúde da Família (ESF), entretanto a mesma é pouco eficiente em resultados 
Ainda sobre a Hipertensão (pressão alta) é uma doença democrática que acomete crianças, adultos e idosos, homens e mulheres de todas as classes socias e condições financeiras. Popularmente conhecida como “pressão alta’’, está relacionada a força que o sangue faz contra as paredes das artérias para conseguir circular por todo o corpo. O estreitamento das artérias aumenta a necessidade de o coração bombear com mais força para impulsionar o sangue e recebê-lo de volta. Como consequência, a hipertensão dilata o coração e danifica as artérias.
A hipertensão arterial é uma doença basicamente detectável por meio da medida da pressão arterial. Apesar dos progressos expressivos da indústria farmacêutica na produção de medicamentos cada vez mais eficazes para o seu tratamento, associado ao tratamento não farmacológico, e dos benefícios comprovados na redução da mortalidade e morbidade relacionadas a eventos cardiovasculares, continua havendo um número muito grande de indivíduos hipertensos não tratados ou tratados inadequadamente.
A maior razão para o controle inadequado da pressão arterial elevada, de acordo com CLARCK (1991) seria a falta de adesão. HORWITZ; HORWITZ (1993) caracteriza adesão como sendo a extensão em que o comportamento do indivíduo, em termos de tomar os medicamentos, seguir a dieta, realizar mudanças no estilo de vida e comparecer às consultas médicas, coincide com o conselho médico ou de saúde, conceito também corroborado por MION (1987). 
Além disso, o tratamento não medicamentoso é a peça fundamental no controle dos níveis pressóricos dos pacientes hipertensos. Dentre as diversas vertentes, pode-se destacar: o controle do peso, alimentação saudável, diminuição na ingestão de sal, exercícios físicos e moderação no consumo de álcool (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Conclui-se, então, que o compromisso do profissional de saúde vai, portanto, além do programa de orientação. Abrange a avaliação das condições individuais, sociais e ambientais e adoção de estratégias que auxiliem o indivíduo a adotar um novo comportamento em relação a doença. 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Tratamento não-Farmacológico (não medicamentoso) está indicado em todos os estágios da hipertensão, independente do nível pressórico como forma de prevenção e controle da Hipertensão. Para auxiliar nesse trabalho, vamos listar alguns exemplos: 
1. Controle de peso
O excesso de peso é um fator predisponente para a hipertensão. Estima-se que 20% a 30% da prevalência da hipertensão pode ser explicada pela presença do excesso de peso. Todos os hipertensos com excesso de peso devem ser incluídos em programas de redução de peso. A meta é alcançar um índice de massa corporal (IMC) inferior a 25 kg/m² e circunferência da cintura da inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, embora a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já capaz de produzir redução da pressão.
Independente do valor do IMC, a distribuição de gordura, com localização predominantemente no abdome, está frequentemente associada com resistência à insulina e elevação da pressão arterial. Assim, a circunferência abdominal acima dos valores de referência é um fator preditivo de doença cardiovascular. A redução de ingestão calórica leva à perda de peso e à diminuição da pressão arterial, mecanismo explicado pela queda da insulinemia, redução da sensibilidade ao sódio e diminuição da atividade do sistema nervoso autônomo simpático. 
Segundo Bouchard (2000), o peso corporal é uma função do balanço de energia e de nutrientes ao longo de um período de tempo. O balanço energético é determinado pela ingestão de macronutrientes, pelo gasto energético e pela termogênese dos alimentos. Assim, o balanço energético positivo por meses resultará em ganho de peso corporal na forma de gordura, enquanto o balanço energético negativo resultará no efeito oposto. 
2. Adoção de hábitos alimentares saudáveis
A dieta desempenha um papel importante no controle da hipertensão arterial. Uma dieta com conteúdo reduzido de teores de sódio (<2,4 g/dia, equivalente a 6 gramas de cloreto de sódio), baseada em frutas, verduras e legumes, cereais integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados, quantidade reduzida de gorduras saturadas, trans e colesterol mostrou ser capaz de reduzir a pressão arterial em indivíduos hipertensos. As linhas gerais de recomendação dietética para o paciente hipertenso estão resumidas no quadro 1.
Quadro 1. Linhas gerais de recomendação dietética para hipertensos
	· Manter o peso corporal adequado;
· Reduzir a quantidade de sal no preparo dos alimentos e retirar o saleiro da mesa;
· Restringir as fontes industrializadas de sal: temperos prontos, sopas, embutidos como salsicha, linguiça, salame e mortadela, conservas, enlatados, defumados, e salgados de pacote, fast food; 
· Limitar ou abolir o uso de bebidas alcoólicas;
· Dar preferência a temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, ao invés de similares industrializados;
· Substituir bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas por frutas in natura;
· Incluir, pelo menos, seis porções de frutas, legumes e verduras, no plano alimentar diário, procurando variar os tipos e cores consumidos durante a semana;
· Optar por alimentos com reduzido teor de gorduras e, preferencialmente, do tipo mono ou poli-insaturada, presente nas fontes de origem vegetal, exceto dendê e coco;
· Manter ingestão adequada de cálcio pelo uso de vegetais de folhas verde-escuras e produtos lácteos, de preferência, desnatados;
· Identificar formas saudáveis e prazerosas de preparo de alimentos: assados, crus, grelhados, etc.;
· Estabelecer plano alimentar capaz de atender às exigências de uma alimentação saudável, do controle do peso corporal, das preferências pessoais e do poder aquisitivo do indivíduo e sua família. 
Fonte: Cadernos de Atenção Básica- nº 15, 2006. Hipertensão Arterial Sistêmica.
3. Redução do consumo de bebidas alcoólicas
A relação entre o alto consumo de bebidas alcoólicas e a elevação da pressão arterial tem sido relatada em estudos observacionais e a redução da ingestão de álcool pode reduzir a pressão arterial em homens normotensos e hipertensos que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas. Recomenda-se limitar a ingestão de bebida alcoólica a menos de 30 ml/dia de etanol para homens e a metade dessa quantidade para mulheres, preferencialmente com as refeições. Isso corresponde, para homem, a ingestão diária de no máximo 720 ml de cerveja (uma garrafa); 240ml de vinho (uma taça) ou 60 ml de bebida destilada(uma dose). Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas. 
4. Abandono do tabagismo
O risco associado ao tabagismo é o proporcional ao número de cigarros fumados e à profundidade da inalação. Parece ser maior em mulheres que em homens. Em avaliação por MAPA, a PA sistólica de hipertensos fumantes foi significativamente mais elevada do que em não-fumantes, revelando o importante efeito hipertensivo transitório do fumo. Portanto, os hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar esse hábito por meio de aconselhamento e medidas terapêuticas de suporte específicas. Abordagem ao indivíduo tabagista está descrita no Manual de Prevenção das Doenças Cardiovasculares, Cerebrovascular e renal. 
O tabagismo aumenta o risco de complicações cardiovasculares secundárias em hipertensos e aumenta a progressão da insuficiência renal. Além disso, a cessão do tabagismo pode diminuir rapidamente o risco de doença coronariana entre 35% a 40% (FERREIRA et.al.,2009). 
5. Pratica da atividade física regular
Pacientes hipertensos devem iniciar a atividade física regular, pois além de diminuir a pressão arterial, o exercício pode reduzir consideravelmente o risco de doença arterial coronária e de acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral, facilitando ainda o controle de peso.
A recomendação da atividade física baseia-se em parâmetros de frequência, duração, intensidade e modo de realização. Portanto, a atividade física deve ser realizada por pelo menos 30 minutos, de intensidade moderada, na maior parte dos dias da semana (5) de forma contínua ou acumulada. A orientação ao paciente deve ser clara e objetiva. As pessoas devem incorporar a atividade física nas atividades rotineiras como caminhar, subir escadas, realizar atividades domésticas dentro e fora de casa, optar sempre que possível pelo transporte ativo nas funções diárias, que envolvam pelo menos 150 minutos/semana (equivalente a pelo menos 30 minutos realizados em 5 dias por semana). O efeito da atividade de intensidade demorada realizada de forma acumulada é o mesmo daquela realizada de maneira contínua, isto é, os trinta minutos podem ser realizados em uma única sessão ou em duas de 15 minutos (p.ex. manhã e tarde) ou ainda, em três sessões de dez minutos (p.ex. manhã, tarde e noite).
De forma prática, a atividade física moderada é aquela que pode ser realizada mantendo-se conservação. Por exemplo, uma caminhada com o passo acelerado, com a percepção do aumento da frequência cardíaca e da frequência respiratória, sem impedir a possibilidade de diálogo com a outra pessoa. Em outras palavras, a atividade não deve ser fatigante, pois aí ela deixaria de ser moderada e passaria a ser intensa. Para a prática de atividades moderadas, não há necessidade de realização de avaliação cardiorrespiratória de esforço para indivíduos iniciarem um programa de atividade física.
A avaliação médica e de esforço em indivíduos assintomáticos deve se restringir apenas a pacientes com escore de Framinghan alto ou aqueles que desejam desenvolver programas de exercícios estruturados ou atividades desportivas que exijam níveis de atividade física de altas intensidade. A pratica de regular de atividades físicas pode ajudar no tratamento para hipertensão a base de remédio ou até mesmo suspendê-lo. 
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“A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco para acidente vascular encefálico e infarto agudo do miocárdio. Estudos epidemiológicos têm demonstrado que intervenções não farmacológicas, como fatores coadjuvante a tratamentos clínicos, no manejo de doenças crônicas, tais como HAS, diabetes e insuficiência cardíaca (IC), são cada vez mais relevantes na prática clínica. O exercício pode ser entendido tanto como intervenção preventiva quanto reabilitante’’[...] (TAVARES, 2012, p.18).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desta pesquisa bibliográfica procurou-se esclarecer sobre o papel da pesquisa cientifica na prevenção da hipertensão arterial e o tratamento não medicamentoso como forma de prevenção e controle da hipertensão que está ganhando campo na atualidade. Buscou-se mostrar que é possível prevenir e controlar a hipertensão arterial aderindo o tratamento não medicamentoso, que é indicado em todos os estágios da hipertensão, independente do nível pressórico. Como já vimos, este tratamento consiste em: adoção de alimentação saudável, hipossódica, redução do estresse, restrição ao consumo de álcool, cessão do tabagismo e prática do exercício físico que pode levar, inclusive, à diminuição da dosagem dos anti-hipertensivos ou até mesmo sua suspensão. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 162 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 35)
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 58 p. – (Caderno de Atenção Básica; 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) 
FERREIRA, S. R. S. et al. Protocolo de hipertensão arterial sistêmica para a atenção primária em saúde. Porto Alegre: Gerência de Saúde Comunitária. Grupo Hospitalar Conceição, 2009.
RABETTI, Aparecida de Cássia; FREITAS, Sergio Fernando Torres de. Avaliação das ações em hipertensão arterial sistêmica na atenção básica. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 2, p. 258- 68, 2011.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA/SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO/SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq. Bras. Cardio l, v. 95 (1 supl. 1), p. 1-51, 2010.
TAVARES, Ângela M.V. Avaliação e prescrição de Exercícios para pacientes hipertensos. CREF2/RS em revista, Porto Alegre, v. I, n. 2, p.18-19, julho.2012.

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