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Resumo: A produção cultural do corpo e Corpo Sígnico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CURSO DE ODONTOLOGIA
ATIVIDADE DE TÓPICO DE SOCIOLOGIA DA SAÚDE
TERESINA- PI 
2018
Análise do texto: A produção cultural do corpo.
 A autora inicia o texto com a reflexão: Pensar o corpo como algo produzido na e pela cultura é, simultaneamente, um desafio e uma necessidade. Percebeu-se que a relação do homem com o corpo ultrapassa a esfera biológica e que todo homem é portador de características culturais especificas em seu corpo, manifestadas através de seus sentimentos, gestos, técnicas e etiquetas que são e estão sendo recortadas e moldadas inconscientemente. Representações e imaginários apreendidos em uma dimensão que engloba tais manifestações afetivas e de laço social que os atores estabelecem entre si através do tempo. Com isso, nesse contexto torna-se complicado analisar corpo de forma individual sem atentar para as interferências externas das quais está sujeito e inserido.
 O corpo é uma construção sobre a qual são conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, grupos sociais, técnicos, etc. O corpo não é Universal, é provisório, mutável e mutante, suscetível a inúmeras intervenções consoante o desenvolvimento científico e tecnológico de cada cultura bem como suas leis, seus códigos morais, as representações que cria sobre os corpos, os discursos que sobre ele produz e reproduz. Não são as semelhanças biológicas que o definem, mas, fundamentalmente, os significados culturais e sociais que a ele se atribuem. O corpo é construído, também, pela linguagem, ela tem o poder de nomeá-lo, classificá-lo, definir- lhe normalidades e anormalidades, instituir, por exemplo, o que é considerado um corpo belo, jovem e saudável. Exemplos de produção do corpo: Adornos, cosméticos, roupas inteligentes, tatuagens, próteses, dietas, suplementos alimentares, academias, cirurgias, estéticas, medicamentos e drogas químicas etc. 
 O texto é subsidiado pelos Estudos Culturais e a História do Corpo, um dos principais motivos é a possibilidade que estes campos permitem para um olhar que possa desnaturalizar o corpo, ou seja, questionar os saberes considerados pela teorização como verdadeiros ou, por vezes, únicos. É importante ressaltar que estes campos não negam a materialidade biológica do corpo, porém, não compartilham da ideia de justificar as determinações culturais pela biologia.  Exemplo de explicações centradas na biologia: atividades esportivas (ginástica, esportes e lutas) não eram recomendadas às mulheres porque poderiam ser prejudiciais à natureza de seu sexo considerado mais frágil em relação ao masculino. Porém, a partir do século XIX, apesar das exigências, muitas mulheres rompiam estas fronteiras e praticavam diversas atividades consideradas masculinas e nem por isso deixaram de ser mulheres ou sucumbiram frente às exigências de força física.
 É necessário problematizar o corpo, por exemplo, os significados e a valorização que determinadas culturas atribuem a alguns corpos, as práticas narrativas a eles associados, as hierarquias que a partir da sua anatomia se estabelecem. A partir do final do século XVIII e no decorrer do século XIX, a ciência passa a tentar entender o corpo no detalhe, assim algumas teorias científicas o analisam a partir de suas características biológicas, conferindo-lhes diferentes lugares sociais, assim este período tem grande importância para o entendimento do corpo contemporâneo;
 A ciência do século XIX que classifica e analisa o corpo em seu detalhe é aquela que vai legitimar uma educação do corpo visando torná-lo útil e produtivo; Em nome da saúde e do bem-estar, o corpo passou a ser alvo de diferentes métodos disciplinares, entendidos como um conjunto de saberes e poderes que investigam no corpo e nele se instauram. A higiene passa a ser “um campo específico da medicina que objetiva qualificar não apenas a higiene do corpo, mas a higiene da cidade conferindo, a ambos, mais energia e vigor“. Assim, duas transformações se põem em curso neste período, no que se relaciona com a educação do corpo: o banho e as prática de atividades físicas. Muitos daqueles hábitos, ainda existem em nosso corpo de hoje, corpo que simultaneamente mantém vínculos com o passado e carregam em si potencialidades do futuro.
 A tecnociência produz novos corpos, potencializados pelo uso de diferentes produtos e técnicas e temos como exemplo: próteses, suplementos alimentares, lentes de contato, vitaminas, vacinas, drogas químicas, estimulantes etc. A produção do corpo se opera, simultaneamente, no coletivo e no individual. Nem a cultura é um ente abstrato a nos governar nem somos meros receptáculos a sucumbir às diferentes ações que sobre nós se operam. O corpo é uma unidade biopolítica, por isso, podemos pensá-lo como algo que se produz historicamente.
Análise do texto : O Corpo Sígnico.
 O estudo de Jaqueline Ferreira teve o objetivo buscar a representação de corpo doente, mais especificamente a expressão do corpo doente apresentada ao médico pelos pacientes, através dos sintomas. Analisando o artigo, inicialmente se compara bastante com a ´´A produção cultural do corpo´´, onde se discute o quanto a tradição ocidental do corpo tem se constituído como o lugar da natureza, do primitivo, do instintivo, do animal, em oposição ao racional, ao humano, à cultura, à política. Porém, ao mesmo tempo em que tem sido desqualificado, o corpo tem sido alvo de inúmeros investimentos das práticas escolares e também de outras instituições sociais, como é o caso das pedagogias culturais.
 O corpo é necessariamente uma construção simbólica e cultural, para ele, toda sociedade se utiliza de formas para marcar o corpo de seus membros. Por isso, os limites da dor, da excitabilidade, da resistência são diferentes em cada cultura. Pode perceber que o corpo é um grande e eficiente meio de comunicação. É através dele que podemos perceber a comunicação interna. Ele é um facilitador de tudo o que precisa ser comunicado para que o nosso sistema mental possa agir em nosso benefício. Mas a normalização dos meios técnicos da educação, da saúde, do transporte de pessoas e de mercadorias, é a expressão de exigências coletivas cujo conjunto, mesmo na falta de uma tomada de consciência por parte dos indivíduos, define numa dada sociedade histórica sua forma de remeter à sua estrutura, ou talvez suas estruturas, ao que ela estima ser seu bem singular.
 A saúde em si necessita de uma excelente comunicação interior proporcionando equilíbrio em todos os sistemas mental, emocional, corporal e energético. Só assim, poderemos desfrutar de plenitude em nossa saúde. É, entendendo o sistema corporal e estando receptivo para as suas falas, que tornamos consciente o que precisamos para modificar e desenvolver em nós mesmos. O respeito precisa começar em nosso corpo trazendo o amor essencial do autocuidado e da gratidão por termos o mesmo contribuindo para a nossa evolução nesta existência.
 Somos chamados para entender que o nosso corpo físico é um grande templo de nosso interior e através dele podemos perceber todas as sensações manifestando a linguagem de como ele está se sentindo e como registramos tudo o que está sendo vivenciado. Tornar plena as nossas sensações é um ato de profundo amor que transforma formas de vida em espetáculos de vida sendo intensificado cada momento e cada experiência em sua linguagem mais profunda e sutil. Este é o começo de uma grande nova etapa de vida e, assim, ela permanece, pois, se mantivermos as nossas vibrações em viver o que tem e existe de mais profundo vamos potencializar as nossas vidas e viver com o que realmente faz sentido de existir.
 Refere-se no texto também noções do processo saúde-doença, que é uma expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou população e considera queambas estão interligadas e são consequência dos mesmos fatores. Afirmando que o estudo dos sintomas e sinais diz respeito à semiologia médica, uma disciplina no campo da medicina destinada ao estudo dos métodos e procedimentos do exame clínico, de modo a buscar o corpo como gerador de signos, da mesma forma que a semiologia geral preocupa-se com a linguagem enquanto geradora de signos. É na procura dos sintomas e sinais que o médico coordena todos os elementos para construir o diagnóstico e deduzir o prognóstico.
 Foucault é abordado destacando suas afirmações de sintomas de doenças no século XVIII, enfatizando a importância da semiologia médica e com isso conseguir chegar a um diagnóstico específico para que os sinais e sintomas sejam tratados. Com isto, não é mais uma determinada patologia que se insere no corpo, mas é o próprio corpo que se torna doente e com isso, o conjunto sistematizado dessa semiologia médica permite aliar a leitura dos sintomas com a pesquisa dos sinais. Com a evolução da medicina, o avanço tecnológico, a modernização e o acesso ampliado de informações através da mídia, a população toma consciência da influência dos determinantes sociais na saúde, onde também se estabelece, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, que os comportamentos humanos podem se apresentar como ameaça a saúde de todos dentro da sociedade e consequentemente do Estado. 
 Na concepção proposta por Foucault, com a evolução do Estado, a saúde passa a ter “valor” dentro da sociedade, vista também como forma comercial e como fonte de poder e riqueza para o fortalecimento dos países. Consequência dessa perspectiva, a medicina do século XIX se modifica, introduzindo o controle dos corpos por meio da normatização dos espaços, dos processos e dos indivíduos, necessários para a sustentação do capitalismo emergente, sendo consolidada com estas características até os dias de hoje.
 Saúde implica poder adoecer e sair do estado patológico. Em outras palavras, a saúde é entendida por referência à possibilidade de enfrentar situações novas, pela margem de tolerância ou de segurança que cada um possui para enfrentar e superar as infidelidades do meio, ou ainda um guia regulador das possibilidades de reação. A mesma autora afirma que a saúde envolve muito mais que a possibilidade de viver em conformidade com o meio externo, implica a capacidade de instituir novas normas.
 A dor é o principal fator que impele as pessoas a procurarem auxílio médico; é a manifestação inquestionável da necessidade de buscar alívio a um sofrimento. Entretanto, ainda que dor e medicina caminhem lado a lado e a prática médica seja assunto frequente neste ensaio, o olhar, aqui, concentra-se sobre o homem padecedor. De uma condição social e cultural para outra, e conforme sua história pessoal, os homens não reagem da mesma forma a um ferimento ou a uma afecção idênticos. Seu limiar de sensibilidade não é o mesmo. Cada pessoa reage de forma diferente à dor, uns a sentem com mais intensidade do que outros. Esta relação depende também do estado emocional, social e cultural de cada um. A relação intima com a dor depende do estado que a reveste no momento em que a mesma esta sendo afetada.
 A dor é íntima, certamente, mas é também impregnada de social, de cultural, de relacional, é fruto de uma educação. Ela não escapa ao vinculo social. A dor é íntima, é uma forma particular de cada um, é um fato de situação, e pode ser amenizada a partir de uma conversa ou contato com uma pessoa querida, além de razões físicas, a dor possui razões emocionais e sociais por isso ela não escapa do vinculo social do individuo. Entretanto, para compreender as sensações que implicam o corpo, é necessário buscar sua razão de ser não no corpo do indivíduo, mas no próprio indivíduo com toda a complexidade de sua história pessoal. Para achar o motivo da dor, é preciso conhecer um pouco da vida do indivíduo, buscando assim fatos que levariam ao surgimento de determinada dor.
 O caminho da dor serve-se de portas que a tornam mais lenta, amortecem-na ou aceleram sua passagem. Algumas condições aumentam ou diminuem a intensidade da dor, ações positivas geram resultados positivos exemplo: relaxamento, diversão, etc. E ações negativas geram resultados negativos exemplo: medo, raiva, preocupação etc. Toda dor envolve uma dimensão moral, um questionamento da relação do indivíduo com o mundo. Isto é, o lado emocional e social influencia na dor do individuo, sua relação com o mundo e sua cultura estão relacionados a sua forma e intensidade de sentir a dor. A dor é uma manifestação ambígua de defesa do organismo. Privada da capacidade de senti-la, a existência humana torna-se terrivelmente vulnerável. 
 A dor mostra que algo não esta funcionando corretamente no corpo, e ou nos avisa que sofremos uma queimadura por exemplo, assim ela tenta nos prevenir de ameaças à integridade física. Na constituição de um mundo humano, isto é, um mundo de significações e de valores acessíveis à ação do homem, a dor é sem duvida um dado fundador. Sem ela estamos presos, ela nos protege das ameaças que pesam sobre a existência humana, protege o organismo através dos estímulos que ela provoca, como uma bussola ela aponta para o surgimento de uma doença. Mas o homem não é uma máquina, nem a dor um mecanismo. 
 O homem não funciona como uma máquina como muitas pessoas pensam, e a dor não é um mecanismo, e sim um instrumento de proteção, é uma defesa do corpo ao surgimento de doenças e outros males. Reações de defesa? Um alerta feliz? Mas, na verdade, a maior parte das doenças mais graves instala-se em nós sem avisar... Quando a dor chega, é tarde demais. Muitos indivíduos não sentem a dor de determinada doença, quando vão perceber já estão a beira da morte, um exemplo notável é o câncer, que em muitos casos só se revela depois de muito tempo, quando já não é mais possível obter a cura. Como a morte, a dor é o destino comum, ninguém pode pretender escapar-lhe.

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