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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
O Príncipe 
 Resumo 
 
 
 
 
 
 
 Talita Bachega de Loiola Osorio 
RA: B719460 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
2024 
Maquiavel enfatizou a necessidade de se ter boas armas e boas leis, além de comandar e 
defender os principados mais fracos que estiverem em torno do território principal. Esta 
medida é preventiva, pois fortalece a fronteira contra possíveis inimigos. 
Os principados hereditários são mais fáceis de governar. Eles já são vistos como sendo de 
famílias que têm direito ao poder. 
Os principados novos são os primeiros de alguma família ou são recentes porque foram 
conquistados por outros estados que têm seus príncipes hereditários. 
Neste caso, o principado é considerado misto. 
 
“…as alterações nascem principalmente de uma dificuldade natural a todos os principados 
novos, que consiste no fato de os homens gostarem de mudar de senhor, acreditando com 
isso melhorar”. 
Os principados novos encontram mais dificuldades para se estabelecerem, pois precisarão de 
apoio para manter o território conquistado. 
Caso um cidadão particular se torne o príncipe de sua pátria, seu governo será chamado de 
principado civil. Será necessária uma grande astúcia, governando em benefício do povo e não 
dos poderosos. Se o povo for hostil, este abandonará o príncipe. 
“Aqueles que, somente pela fortuna, de cidadãos particulares se tornam príncipes fazem-no 
com pouco esforço, mas com muito esforço se mantêm. E não encontram dificuldade no 
caminho por que passam voando por ele: mas todas as dificuldades surgem quando chegam 
ao destino”. 
Os principados eclesiásticos são adquiridos por virtude ou pela fortuna e são mantidos pela 
religião. Permanecem fortes e estarão sempre no poder. 
Além disso, não precisam ser defendidos, pois são considerados seguros e felizes. Nestes 
exemplos, o poder é aumentado com mais armas e mais virtudes. 
 
Como o príncipe deve governar para permanecer no poder? 
Para ganhar forças, o príncipe precisa considerar como inimigos todos aqueles que se 
incomodaram ou se ofenderam por terem sido conquistados. Será necessário reconquistar 
regiões rebeladas. 
Não oprimir o povo é a regra de ouro para se manter no poder. Os súditos precisam ver o 
príncipe como alguém que promove a segurança e a estabilidade. O príncipe sábio se 
certificará de que o povo sempre precise do Estado e o veja como o provedor de suas 
necessidades. 
Os problemas do Estado são como a tuberculose. Fácil de tratar no início, mas difícil de 
detectar. Com o tempo, o diagnóstico se torna mais fácil e o tratamento mais difícil. Por esta 
razão, é necessário prevenir a ocorrência de problemas. 
Outro passo da estratégia de Maquiavel é não mudar os costumes, as leis e os impostos das 
províncias conquistadas por povos de costumes iguais. No entanto, os novos governantes 
terão dificuldades. 
Para amenizá-las, será necessário habitar a província, dominar as desordens e estabelecer 
colônias. 
Se o príncipe dá a seus súditos uma boa condição de vida, alimento e trabalho, ele é amado. 
E, se os súditos forem fiéis, deverão ser amados. Os que não aceitarem o príncipe devem ser 
empregados como conselheiros ou considerados inimigos. 
Primeiro, o povo deve ser considerado amigo, e é melhor não o oprimir. O príncipe deve estar 
preparado para ver os cidadãos fugirem nas adversidades. Entretanto, se um povo espera o 
mal e recebe o bem, ele é mais fiel do que aquele que espera apenas o bem. 
A liberalidade prejudica o príncipe se for usada de uma forma conhecida por todos, levando-o 
a ser desprezado e odiado. O que usa seu exército para saquear fortunas alheias é benquisto 
pelo povo. 
O miserável é considerado correto, pois gasta pouco e não rouba seus súditos, sendo um 
defeito que colabora na manutenção do poder. 
 
O príncipe deve manter sua palavra? 
Maquiavel diz que não deve, caso isso lhe cause prejuízo ou quando a circunstância que o levou 
a prometer algo não exista mais. Para amenizar a palavra quebrada, será necessário desenvolver 
a habilidade de transformar o intelecto das pessoas e dissuadi-las de promessas outrora feitas. 
O príncipe deve ser como a raposa, que sabe como escapar das armadilhas. Também deve ser 
como o leão, que sabe aterrorizar seus inimigos. Quando ser raposa ou ser leão vai depender 
das circunstâncias. 
Não há razão para manter a palavra com os homens, porque eles são maus e igualmente não 
mantêm sua palavra. E mesmo que o príncipe mude, ele deve sempre parecer ter uma palavra 
que é como uma rocha. 
Como conquistar principados que já tinham suas leis? 
Em resumo, Maquiavel apresenta três formas: 
• Arruiná-los como a estratégia mais segura; 
• Habitá-los pessoalmente; 
• Criar gradualmente um governo, deixando os súditos com suas próprias leis. 
Estados que possuíam outro príncipe governando são mais facilmente conservados. Os que 
foram conquistados com armas e fortunas de outros não são mantidos por causa da corrupção 
do exército e da sociedade que não possui alicerce; não é fortalecida. 
Assim, estes governantes terão que se submeter à vontade de quem lhes concedeu o Estado. É 
um caso em que o príncipe não tem poder, pois quem comanda o Estado é o dono da fortuna. 
Como usar a crueldade? 
O governante deve agir difundindo a fama de ser cruel, já que os príncipes, em geral, querem 
manter um ar de piedade. Segundo Maquiavel, um bom príncipe não deve se preocupar se seus 
súditos o considerem cruel, pois isso os manterá unidos e fiéis. 
Para sustentar a reputação de crueldade, ele cita os exemplos dos governantes que permitiram 
o nascimento da desordem por um excesso de piedade. 
Os que alcançam o poder por meio de crimes não são celebrados como homens de virtude. Mas 
Maquiavel descreveu duas possibilidades para o uso da crueldade. 
• Se o crime for de extrema necessidade, a maldade é justificável se, depois disso, apenas 
o bem for praticado; 
• Se o crime se perpetuar, o príncipe faltará com escrúpulos. 
O mal deve ser feito de uma só vez, e a bondade aos poucos. Os homens se lembram dos 
benefícios recentes mais do que de todo um mal infligido anteriormente. 
A Itália do século XVI estava em péssimas condições por ter confiado suas forças às milícias 
e aos mercenários. 
O amor é preservado pelo vínculo de obrigação, que é quebrado quando os homens o acham 
necessário. O medo mantém os súditos unidos por causa do medo do castigo, que não 
desaparece. 
A importância do exército do príncipe 
O objetivo principal do príncipe é cuidar da arte da guerra, de sua organização e disciplina. Os 
que não pensam na guerra perdem seu estado, os que pensam, tornam-se príncipes ou 
aumentam seu poder. 
A organização das tropas deve acontecer pensando constantemente na guerra, sendo mantidas 
organizadas e treinadas. Nem mesmo em tempos de paz um exército deve estar ocioso. 
A força de um principado deve ser medida de acordo com o poder de seu exército, ou seja, pela 
força de suas armas. Reinados com muita fortuna e muitos homens devem ter um bom exército. 
Se o príncipe não tiver bons fundamentos, ele cairá na ruína. Poder e prestígio vêm das boas 
armas, que são uma condição para que existam boas leis. Maquiavel não recomenda o uso de 
tropas mercenárias e auxiliares, pois são desunidas, ambiciosas e infiéis. 
As boas tropas dependem da presença do príncipe e da atuação como seu capitão. O perigo das 
tropas mercenárias é a covardia, e o das auxiliares é seu valor. 
As tropas auxiliares não são boas, porque são chamadas para combater outro principado mais 
poderoso. Em caso de derrota, o principado estará arrasado. Porém, se vencer, ficará refém das 
tropas que o ajudaram. 
As armas dos outros não só são danosas e prejudiciais, como também são motivos de vergonha 
e constrangimento. O principado não será seguro e estável se não estiver fundamentado em 
suas próprias forças. 
É melhor ser mais amadodo que temido ou mais temido do que amado? 
O príncipe deve aprender a não ser muito bom e piedoso, assim como deve ser prudente e fugir 
dos vícios que o levariam a perder seu poder. 
De acordo com Maquiavel, é melhor que o príncipe seja mais temido do que amado. Segundo 
ele, o governante temido mantém o povo em paz, unido e leal. É preferível que um indivíduo 
seja prejudicado do que todo o reino, por causa da fraqueza de um príncipe piedoso. 
Os homens traem facilmente suas amizades e são bons quando lhes convém. A natureza 
humana é ingrata, inconstante e teme o perigo. 
“Os homens têm menos receio de ofender a alguém que se faça amar do que alguém que se 
faça temer. […] Deve, porém, fazer-se temer de modo que, se não atrair o amor, afaste o 
ódio”. 
Mas ser temido não é o mesmo que ser odiado. O melhor caminho é o do equilíbrio, com 
prudência e humanidade. É inteligente não ter demasiada confiança nas pessoas. O príncipe 
deve saber quando ser bom e quando ser mal, punindo com leis ou com violência. 
“… deve um príncipe viver com seus súditos de forma que nenhum incidente, mau ou bom, 
faça variar seu comportamento: porque, vindo às vicissitudes em tempos adversos, não terás 
tempo para o mal, e o bem que fizeres não te será creditado, porque julgarão que o fizeste 
forçado…” 
Para afastar o ódio, é preciso ser dissimulado, demonstrando um certo conjunto de habilidades, 
mesmo que o príncipe não as tenha. Maquiavel explica que é necessário parecer tê-las. 
A postura do príncipe deve ser sempre a de um soberano com cinco qualidades: 
1. Piedoso; 
2. Fiel; 
3. Humano; 
4. Íntegro; 
5. Religioso. 
Em caso de necessidade, agirá de forma contrária a estas qualidades. 
“… deves parecer clemente, fiel, humano, integro, religioso – e sê-lo, mas com a condição de 
estares com o ânimo disposto a, quando necessário, não os seres de modo que possas e saibas 
como tornar-te o contrário”. 
Para ser odiado pelo povo, será suficiente os bens de seus súditos, seduzir suas mulheres e 
desonrá-los. Se nenhuma dessas coisas acontecer, o povo viverá feliz. 
Para ser amado, ele deve manifestar atos de grandeza e coragem em ações irrevogáveis. 
“Nada torna um príncipe tão estimado quanto realizar grandes empreendimentos e dar de si 
raros exemplos”. 
O povo também precisará de distrações, como festas e espetáculos. O Estado deve contar com 
os melhores e ter bons ministros. É imprescindível que haja confiança mútua entre o príncipe 
e seus ministros para a manutenção do poder. 
Os conselheiros devem ser sábios e devem falar somente se solicitados. O príncipe, por sua 
vez, deve escutá-los e manter a prudência. 
Mas os conselheiros não podem receber muito poder, pois o povo estará confuso sobre quem é 
seu senhor. A França, segundo Maquiavel, teve vários barões locais que faziam com que o rei 
tivesse pouca autoridade. 
 
“… aquele que não detecta no nascedouro os males de um principado não são verdadeiramente 
sábio”. 
Em suma, o príncipe deve estar constantemente atento quanto às armas, evitar a inimizade do 
povo e saber se defender dos grandes. Ao seguir estas instruções, seu principado não será 
perdido. 
 
 
	Como conquistar principados que já tinham suas leis?
	Como usar a crueldade?
	A importância do exército do príncipe
	É melhor ser mais amado do que temido ou mais temido do que amado?