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Mensuração, valor da empresa e modelo de Ohlson

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Mensuração, valor da empresa e 
modelo de Ohlson
Mensuração, valor da empresa e modelo de Ohlson
1. Finanças comportamentais
2. Teoria dos Prospectos
3. Beta
4. Modelo de avaliação de Ohlson
5. O que é a abordagem da avaliação
6. Contabilidade para fins de avaliação
Teoria da Racionalidade
Teoria do mercado eficiente => investidores reagem às informações contábeis/outras informações novas
Reação do mercado (decisão do investidor) é medida pelo comportamento do preço das ações
Decisões não alinhadas com a eficiência de mercado, ou seja, não seguem a lógica da racionalidade
Teoria da racionalidade => decisão do investidor está voltada para a maximização da utilidade (ganhos).
Utilidade da contabilidade???????????? Necessidade de aperfeiçoamentos constantes
Enfraquecimento na eficiência de mercado
Falhas na teoria da racionalidade x finanças comportamentais (anomalias do mercado)
Comportamento do mercado depende das necessidades dos usuários, estes podem;
• ter interesse restritos:
• ao faturamento bruto
• ao LL
• ao ebitda
• ao endividamento
• ao PL
• ser investidores conservadores
• Reação tímida em relação ao retorno proporcionado pela empresa (aquém do esperado), provavelmente, 
em função de outras variáveis (até não contábeis);
• ter excesso de confiança (provavelmente, com base em que informações privadas
Finanças comportamentais
O estudo de como as características comportamentais dos investidores 
podem levar a efeitos sobre os preços dos títulos que são inconsistentes 
com o comportamento eficiente do mercado é chamado de finanças 
comportamentais (Scott e O’Brien 2020).
“Finanças Comportamentais se baseia na limitação da racionalidade dos entes e não só nas informações que 
são disponibilizadas nos mercados” (Correia e Panhoca, 2010, Latin American Journal. V.1,n.1.)
“Em contraposição à teoria de mercados eficientes, a teoria comportamental assume que indivíduos tomam 
decisões governados por heurísticas, ou regras práticas, baseados em raciocínio que se desvia de regras 
estatísticas. A psicologia cognitiva, que estuda o processo mental hipoteticamente por detrás do 
comportamento, está na base dessa abordagem e mostra que os indivíduos valorizam excessivamente as 
experiências recentes e são demasiadamente confiantes em suas próprias habilidades, o que leva a distorções 
em seu pensamento (RITTER, 2003). (Aguiar, Sales e Souza, 2007, RAE v. 48, n.3
Teoria dos Prospectos
ou teoria das perspectivas
Simplificação do processo de decisão/atalhos mentais.
Segundo Kahneman e Tversky (1979), as pessoas tendem a atribuir pesos 
maiores às possibilidades conforme aumentam suas respectivas probabilidades. 
... as possibilidades altamente prováveis têm seu peso subvalorizado e maiores 
pesos são atribuídos a eventos certos, porém com ganhos menores, 
demonstrando aversão ao risco quando se tem a possibilidade de ganhos 
seguros (Pedrosa e Batista, 2022, RECFIN, v.10, n2.
Teoria dos prospectos
(Daniel Kahnemman)
Processo de decisão
Teoria da 
racionalidade 
(utilidade esperada
Probabilidade 
de maior ganho
b)
Vc fica com R$ 450.
Teoria dos 
prospectos
Preferência pelo 
que já está 
garantido
Sem cálculo ou 
probabilidades
a)
Se der cara, vc ganha $ 1.000;
Se der coroa, vc fica com zero
jogo
a) $ 1.000 x 0,5)+(0 x 0,5)= $ 500
b) $ 450
Teoria dos Prospectos
(Daniel Kahnemman)
2º exemplo
Duas decisões para um investimento
D1
a) Investimento com ganho garantido de $ 240,00;
b) Investimento com probabilidade de ganhar 25% de $ 1.000 e 75% de ganhar 0
Teoria da utilidade esperada => (0,25 x $ 1.000) + (0,75 x 0) = $ 250,00
Teoria dos prospectos ????
D2
a) Investimento com perda garantido de $ 740,00;
b) Investimento com probabilidade de perder 75% de $ 1.000 e 25% de perder 0
Teoria da utilidade esperada => (0,75 x $ 1.000) + (0,25 x 0) = $ 750,00
Teoria dos prospectos ????
“...os investidores assumirão riscos na esperança de evitar perdas, mas serão avessos ao risco quando o prospecto oferecer um ganho” 
Scott & O’Brien, 2020, p.195
Exemplo 6.1 Scott & O’Brien
Hossain e List (2009) conduziram um experimento em uma fábrica
chinesa de alta tecnologia. Alguns trabalhadores foram informados de
que receberiam um bônus de 80 yuans se cumprissem uma meta de
produção semanal.
Outros foram informados de que já tinham recebido o mesmo bônus,
mas que o perderiam se não cumprissem a meta. Aqui, a decisão era o
quanto trabalhar, mas a recompensa era considerada um ganho para
alguns e uma perda para outros.
Em ambos os casos, a produtividade melhorou, mas a melhoria foi 1%
maior no segundo caso. Parece que o medo da perda teve um efeito
um pouco mais forte sobre a produtividade do que a perspectiva de
ganho.
Scott & O’Brien, 2020
• Avaliação isolada de ganhos e perdas
• Ganhos => forma côncava
• Perdas => forma convexa
• GR => maior pequenos lucros
• => menor pequenas perdas
Teoria dos Prospectos
Validade do Beta como Única Medida de Risco
• Risco sistemático da ação
• Premissas: mercado eficiente e teoria da racionalidade
• CAPM (capital asset pricing model) = apuração da taxa de retorno esperada pelos investidores
E (Rjt) = Rf + Bj (E(RMt) - Rf)
onde
Rf = taxa livre de risco
Bj = taxa de risco sistemático da carteira em relação ao mercado (co-variância do retorno da ação e a do mercado)
E (RMt) = retorno esperado da carteira
Validade do Beta como Única Medida de Risco
Segundo Assaf Neto, 2005:
Beta = 1 => o movimento da ação será semelhante ao do mercado;
Beta > 1 => investimento + agressivo;
Beta < 1 => investimento com perspectiva de retorno menor que o mercado.
PORÉM, pode haver outros indicadores que refletem melhor o risco do 
investimento, como:
• PL/Valor de mercado => relação positiva de risco; ou 
• Tamanho => relação negativa de risco.
PL < mercado 1/2 = 0,5
PL = mercado 1/1 = 1
PL > mercado 2/1 = 2
Investidor racional X overconfident – que tem excesso de confiança em outras informações
Validade do Beta como Única Medida de Risco
Outras medidas:
• Excesso de confiança = desestabiliza o mercado 
• Anomalias: a) mudanças de expectativas do mercado após anúncios
• b) resposta/reação do mercado às provisões
Modelo de Ohlson para avaliação empresas
(1995)
Premissas:
• Valor presente dos dividendos esperados => valor de mercado da empresa
• Dados contábeis e os dividendos consideram todas as transações que alteraram o PL, portanto, passando 
pela DRE
• Comportamento estocástico dos lucros residuais => lucros anormais são lucros contábeis ajustados por uma 
taxa de remuneração do capital (custo de oportunidade do capital próprio).
P = y + x
r-g
y = PL
x = resultado anormal
g = taxa de crescimento constante
r = taxa livre de risco
O que é a abordagem da avaliação
Nesta abordagem os contadores assumem a responsabilidade de incorporar valores 
correntes nas demonstrações financeiras propriamente ditas, desde que isso possa ser 
feito com confiabilidade razoável, reconhecendo assim a obrigação de fornecer 
informações atualizadas aos investidores. 
Scott e O’Brien (2020)
Abordagem de avaliação para a utilidade da decisão
Expressão abordagem de avaliação significa a introdução de informações mais 
prospectivas nas demonstrações financeiras propriamente ditas. 
Os principais pontos envolvidos são os seguintes: 
(i) implicações da eficiência do mercado de valores mobiliários para os relatórios 
financeiros, no pressuposto de que este pode digerir rapidamente toda informação 
disponível. 
A literatura de relevância de valor trata do conteúdo de informações de relatórios 
financeiros históricos baseados em custos, as quais são consideradas decisões úteis, 
uma vez que os preços das ações respondem de forma previsível ao lucro líquido 
reportado.
A questão então é: se as demonstrações financeiras históricas baseadas em custos são relevantes, 
por que os criadores de padrões estão avançando no sentido de introduzir mais medição em padrões 
contábeis?
Scott e O’Brien (2020)
2022
1996
0026
20222010
0012
Petrobras, 2022
30,8 anos
30,1 anos
Abordagem de avaliação para a utilidade da decisão
Distorções custo histórico X valor justo
Abordagem de avaliação para a utilidade da decisão
valores correntes
valor justo / valor de saída: melhor auxílio aos tomadores de 
decisão/investidores
LIMITAÇÕES 
Abordagem de avaliação para a utilidade da decisão
(ii) Rever o conceito de valor atualizado, uma vez que os valores atuais são mais
prospectivos do que os custos históricos. Existem duas abordagens para valor atual:
– valor em uso e
- valor justo.
Scott e O’Brien (2020)
Abordagem de avaliação para a utilidade da decisão
(iii) Vincular ambas as abordagens do valor atual ao conceito de utilidade da decisão.
Dada a ampla evidência de que o lucro líquido baseado em custos históricos tem 
conteúdo informativo para investidores, por que tentar "consertar" a contabilidade 
histórica de custos se "não está quebrado"? 
Uma resposta é que talvez a utilidade da decisão possa ser ainda mais aumentada pela 
incorporação de valores mais atuais nas demonstrações financeiras propriamente ditas, 
portanto, na medição dos ganhos. 
Por que os normatizadores adotaram uma abordagem de avaliação/medição?
Scott e O’Brien (2020)
Scott e O’Brien (2020)
Abordagem de avaliação para a utilidade da decisão
(iv) Confiabilidade. 
Se a abordagem de avaliação/medição pretende melhorar utilidade da decisão, não deve 
haver uma redução significativa na confiabilidade. 
A inexistência de informações suplementares nas demonstrações financeiras, propriamente 
ditas, ilustra como a projeção de informações pode sofrer com problemas de confiabilidade. 
Além disso, muitos casos de reconhecimento prematuro resultou em baixa confiabilidade. Às 
vezes, isso pode ser atribuído ao sistema de informação. Ou seja, a capacidade da informação 
contábil prever o desempenho futuro da empresa só será melhorado se aumentar a relevância 
sob a abordagem de avaliação/medição, sem anular a confiabilidade.

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