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metodologia do design aula 2

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA DO DESIGN 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Nivaldo Simoes Gomes
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Dando continuidade ao caminho do projetual, nesta etapa, falaremos mais 
a respeito das ações envolvidas na etapa de preparação. Após a identificação 
da oportunidade, vamos explorar o conceito do projeto, buscar a compreensão 
do problema e a montagem do briefing, além de entender o público-alvo e como 
explorar visualmente as características dos elementos do projeto. 
CONTEXTUALIZANDO 
A observação atenta e crítica do entorno – aquilo que nos cerca – permite 
ao designer identificar possibilidades de intervenção – nas diferentes áreas da 
prática profissional – e há, também, a possibilidade de essa necessidade ser 
trazida já definida, por um chefe ou cliente. 
Com a definição de necessidade, oportunidade, demanda ou problema, é 
muito importante que o designer, ou a equipe responsável, possa obter todas as 
informações necessárias disponíveis para deixar muito claro a todos os 
envolvidos quais são os objetivos e como se pode alcançá-los. A comunicação 
entre os diferentes integrantes da equipe, ou outras pessoas interessadas no 
processo, pode ser feita textualmente, mas, especialmente na área do design, 
de forma visual. 
Nesse sentido, é importante ter o conceito do projeto bem definido, um 
vasto levantamento de informações e um briefing organizado e o mais completo 
possível, para que os caminhos sejam mais facilmente percorridos e 
compreendidos. 
Conforme citado anteriormente, a documentação textual é acompanhada 
de referências visuais – originadas nas pesquisas feitas na compreensão do 
problema – que podem ser compiladas em painéis visuais para produzir um 
resumo gráfico das ideias. 
Neste contexto, as ideias apresentadas nesta etapa farão parte da 
composição das bases teóricas e visuais para a construção do projeto. 
 
 
 
 
3 
TEMA 1 – BRIEFING 
O briefing – do inglês brief, que significa sumário, resumo – é incluído no 
projeto como o compilado de todas as informações importantes que devem ser 
observadas ao longo de todo o processo. 
1.1 Para que e como apresentar um briefing? 
Conforme apontado por Pazmino (2015), o briefing é um documento no 
qual constam o tipo de projeto e todas as informações necessárias para dar início 
ao desenvolvimento. A autora complementa que podem ser incluídas muitas 
variáveis com objetivo de obter o sucesso do produto no mercado, por exemplo: 
“custo, tecnologia, ergonomia, inovação, impacto ambiental, estética entre 
outras” (Pazmino, 2015, p. 14). 
É importante que o briefing seja escrito e nunca seja algo apenas verbal, 
mas, neste sentido, o formato da apresentação dependerá da complexidade do 
projeto e das pessoas envolvidas (Philips, 2017). As informações podem partir 
de um texto descritivo, ou estruturado em tópicos, o importante é que sejam 
facilmente compreendidas por todos. 
O briefing, no contexto profissional do projeto, também pode ter a função 
de contrato entre o designer e o cliente – contratante, empresa… –, pois 
formaliza todas as informações pertinentes ao projeto, evitando desencontros de 
ideias. 
Ou seja, o briefing é um documento muito importante no projeto de design, 
pois formaliza todas as informações significativas para o processo e, neste 
sentido, permite a todos os envolvidos o acesso aos dados de forma clara e 
organizada e uma compreensão mais uniforme dos objetivos. 
1.2 O que deve conter no briefing? 
Assim como na compreensão do problema, a quantidade de informações 
que deve constar no briefing pode variar, conforme aponta Pazmino (2015), de 
acordo com a complexidade do projeto, as características do cliente ou o objetivo 
do projeto – inovação radical, redesign, reposicionamento, conceitual. 
As informações contidas no briefing, seja um documento mais completo 
ou mais simplificado, basicamente buscam responder a quatro questões iniciais 
(Pazmino, 2015): 
 
 
4 
• O que deve ser esse novo produto ou serviço? 
• Por que deve ser desenvolvido? 
• Quais são as necessidades ou desejos que devem ser atendidos? 
• Quem participará efetivamente do projeto? 
De forma geral, pode-se compreender o briefing como uma listagem de 
requisitos que direcionarão o projeto. No Quadro 1, pode ser vista uma lista mais 
completa dos principais tópicos a serem abordados no briefing e os conteúdos 
relacionados a cada um deles, de acordo com a proposta de Philips (2017). 
Quadro 1 – Elementos do briefing 
Tópicos Conteúdos 
Natureza do projeto e 
contexto 
Sumário executivo incluindo: 
• Justificativas 
• Objetivo do projeto 
• Resultados desejáveis 
• Responsáveis pelo projeto 
Análise setorial • Lista de produtos (abrangidos pelo projeto) 
• Concorrentes 
• Preços e promoções 
• Marcas 
• Estudo de tendências 
• Estratégia da empresa 
Público-alvo Características do público-alvo: 
• Sexo, faixa etária, escolaridade, nível de renda, ocupação, 
hobbies 
Diferenças: 
• Regionais, culturais, hábitos de consumo 
Características da empresa • Marca 
• Imagem corporativa 
• Segmentação do mercado 
Objetivos do negócio e 
estratégias de design 
• Principais resultados visados pelo projeto 
• Atividades de design, correspondentes aos resultados 
visados 
Objetivo, prazo e orçamento 
do projeto 
Descrição das fases do projeto 
• Tempo previsto – cronograma 
 
 
5 
Tópicos Conteúdos 
• Orçamento 
• Recursos humanos necessários 
• Responsável pelo projeto 
Aprovação, implementação 
e avaliação 
Aprovação do projeto 
• Preparação dos materiais de apresentação 
• Responsáveis pelas aprovações 
Implementação 
• Providências necessárias para implementação 
Avaliação 
• Critérios para avaliar resultado do projeto 
Informações de pesquisas • Tendências do mercado 
• Avanços tecnológicos 
• Lançamento de novos produtos 
Apêndices e/ou anexos Materiais suplementares 
• Catálogos de produtos, fotos, mostruários, artigos científicos, 
artigos de jornais e revistas, manuais, patentes, legislação 
Fonte: elaborado por Gomes, 2023, com base em Philips, 2017, p. 58. 
No caso de projetos muito simples, muitas vezes a confecção de um 
briefing completo não é necessária. Nessas situações, é possível apresentar um 
documento com informações básicas para o entendimento geral do projeto, entre 
elas: indicar o que precisa ser feito; para que ou para quem; quando deverá ser 
concluído; como deve ser feito (materiais, processos de fabricação); quantos 
devem ser feitos; quanto deve ser seu custo; qual é a necessidade a ser satisfeita 
dos usuários finais; e quais são as características do contexto social e cultural 
(Pazmino, 2015). 
É importante entender que, assim como o método, o briefing não deve ser 
um limitador do processo criativo, mas um direcionador do projeto. A criatividade 
deve ser explorada ao máximo durante a geração de alternativas, tendo em 
mente os requisitos estabelecidos no briefing, que serão também muito 
necessários na avaliação das alternativas. 
 
 
 
6 
Saiba mais 
Para se aprofundar a respeito do briefing, você pode consultar o livro: 
PHILLIPS, P. L. Briefing: a gestão do projeto de design. 2. ed. São Paulo: 
Blucher, 2017. 
TEMA 2 – ANÁLISE DO PROBLEMA 
Deve-se entender que para projetar não é necessário apenas criatividade, 
mas muito conhecimento; e para compreender a necessidade – e buscar a 
solução –, é preciso observar e analisar a questão sob os mais diferentes pontos 
de vista. Conforme apontado por Löbach (2001), nesta fase inicial, é importante 
recolher todas as informações possíveis, “sem censura”, pois todos os dados 
podem ser importantes durante as demais etapas. 
Neste sentido, no Quadro 2, apontamos direcionamentos de pesquisa 
quanto aos tipos de informações a serem coletadas para melhor compreender o 
problema e buscar soluções e como podem ser obtidos esses dados. 
Quadro 2 – Métodose técnicas para exploração do problema 
Exploração do 
problema 
O que buscar e como 
Definição das 
motivações iniciais 
Devem ser descritos os principais motivadores do projeto – problema, 
necessidade, oportunidade 
Com base em investigações rápidas, em ambientes virtuais, inclusive – 
bases de dados, redes sociais… 
Estimativa de 
mercado 
O designer deve buscar informações a respeito da relevância econômica 
do projeto, identificando potenciais usuários e projetando um volume de 
mercado 
Podem ser utilizadas bases de dados de ambientes virtuais e 
comparação com resultados de concorrentes 
Comparação de 
similares 
Identificar as principais características positivas e negativas dos produtos 
similares. 
É importante registrar os produtos similares, suas características e, 
sempre que possível, ter o exemplo com imagens 
 
 
7 
Com base no tema do projeto, podem ser utilizadas palavras-chave em 
pesquisas na internet; identificar revistas ou livros da área 
Evolução histórica Devem ser reunidas, com o máximo de detalhes, informações sobre a 
evolução do produto ao longo do tempo. 
Pode-se construir uma linha do tempo, apontando as características de 
cada momento e o que foi modificado. É significativo compreender as 
justificativas das modificações 
Com base no tema do projeto, podem ser utilizadas palavras-chave em 
pesquisas na internet; identificar revistas ou livros da área. 
* A evolução histórica será melhor detalhada posteriormente 
Análise de 
tendências 
Identificar novas tecnologias e inclinações de comportamento dos 
usuários. 
Além de identificar produtos com função similar, registrar o que as 
pessoas estão querendo e quais são as principais inovações tecnológicas 
relacionadas ao projeto 
Com base no tema do projeto, podem ser utilizadas palavras-chave em 
pesquisas na internet; identificar revistas ou livros da área 
Pesquisa por 
imersão 
Investigar os pontos positivos e negativos da relação entre os usuários e 
os produtos similares ao que se pretende projetar 
Podem ser pesquisadas informações textuais e imagens, com uso de 
palavras-chave em comunidades ou redes sociais na internet 
Neste sentido, identificar comentários indiretos dos usuários ou utilizar 
entrevistas realizadas diretamente com membros dessas comunidades 
Definição de 
personas 
Especificar personagens que representem os perfis dos potenciais 
usuários 
Deve ser feito com base nos dados levantados anteriormente. 
*A criação de personas será melhor explorada posteriormente 
Fonte: elaborado por Gomes, 2023, em Neves et al., 2008. 
É importante compreender que o aprofundamento das pesquisas, o tipo e 
a quantidade dos dados a serem levantados deverão levar em consideração a 
complexidade do projeto, o que também engloba a quantidade de pessoas 
envolvidas. Por exemplo, em projetos destinados a um cliente individual, 
informações sobre o público-alvo e a persona terão um direcionamento mais 
específico; assim como nem todos os dados propostos no quadro precisarão ser 
 
 
8 
coletados, por exemplo estimativas de mercado – que são mais direcionadas a 
projetos de larga escala. 
Percebe-se que, com a compreensão mais detalhada a respeito do 
problema e das possibilidades de soluções, pode-se definir com precisão qual é 
o problema central a ser atingido e qual é o objetivo do projeto. 
TEMA 3 – PÚBLICO-ALVO E PERSONA 
Neste tópico, vamos tratar da identificação e caracterização do público-
alvo e da persona, que são dados muito relevantes no desenvolvimento de 
projetos de design. 
Conforme apontado anteriormente, a depender do projeto – se para um 
cliente individual ou para produção em larga escala –, as definições do público e 
da persona terão características específicas para cada caso, mas é sempre 
importante ter em mente quem é o seu consumidor/usuário, seja ele uma pessoa, 
uma família ou um determinado grupo social. 
3.1 Público-alvo 
Ao desenvolver projetos, o designer, de forma geral, não pode levar em 
conta apenas suas próprias concepções e gostos pessoais, pois nem todos 
possuem as mesmas preferências; por outro lado, também se entende que é 
muito difícil projetar um produto que atenda às necessidades de toda e qualquer 
pessoa. Neste sentido, percebe-se a necessidade de estabelecer um público-
alvo para o projeto, ou seja, identificar como foco um grupo de usuários com 
características semelhantes. 
De acordo com Silva (2023) e Pazmino (2015), o público-alvo refere-se a 
uma perspectiva social, econômica e demográfica sobre o grupo de pessoas, 
com homogeneidade de preferências, que tem maior possibilidade de consumir, 
ou utilizar, o seu produto. Assim, como forma de segmentar o público-alvo, é 
preciso buscar informações a respeito dos potenciais clientes com base em 
definições geográfica, demográfica, psicográfica e comportamental. 
De forma geral, a segmentação geográfica corresponde a bairro, 
município, região e país; a demográfica diz respeito a gênero, idade, profissão, 
escolaridade e estrutura familiar; a psicográfica corresponde a personalidade, 
relacionamentos interpessoais, ambições, entre outros; e a comportamental 
 
 
9 
apresenta informações sobre hobbies, hábitos e local de compras, mídias 
preferidas, entre outros (Silva, 2023; Pazmino, 2015). 
Essas informações, normalmente, são obtidas com uso de pesquisas de 
mercado ou de uma análise do histórico de vendas da empresa – que contratou 
o designer –, levando-se sempre em consideração que devem ser fontes 
confiáveis (Silva, 2023; Pazmino, 2015). 
É preciso entender que o público-alvo é uma representação estatística 
dos potenciais, ou já existentes, consumidores de um determinado produto, mas 
não é excludente quanto a outros usuários. 
Por exemplo, no estudo feito por Marcheni (2021), foi identificado que as 
Lojas Renner desenvolvem vestuário para diferentes gostos e vende roupas, 
calçados e moda íntima para mulheres, homens, adolescentes e crianças, 
contudo o público-alvo são mulheres de 18 a 38 anos, de classe média/alta. Ou 
seja, por mais diversificados que sejam os compradores nas lojas, existe uma 
média de clientes mais comum, ou que mais consome, e que pode ser o foco 
para o desenvolvimento mais constante de novos produtos. 
Para negócios em andamento, assim como no exemplo anterior da 
Renner, é possível estabelecer o público-alvo por meio dos relatórios de vendas, 
porém, no desenvolvimento de um novo empreendimento, ou de um projeto 
inovador, a definição do público-alvo torna-se uma tarefa de abstração. 
Neste sentido, Silva (2023) apresenta alguns exemplos: 
• Para uma loja virtual de roupas plus size femininas, seu público-alvo pode 
ser o seguinte: 
o “Mulheres, de 20 a 50 anos, que tenham renda de até R$ 5 mil e que 
façam compras pela internet”. 
• Se for uma confeitaria no bairro Butantã, São Paulo, para venda de bolos 
decorados comuns e, também, específicos para dietas restritivas, podem 
ser criados diferentes perfis, para cada produto: 
o “Mulheres, de 20 a 45 anos, de classe média ou alta, casadas, com 
filhos, que moram próximas à Zona Oeste de São Paulo.” 
o “Mulheres, de 20 a 45 anos, que tenham dieta restritiva, de classe 
média ou alta, ensino superior completo, praticam atividades físicas e 
que tenham fácil acesso à Zona Oeste de São Paulo.” 
Ainda que seja uma projeção, é importante que as definições sejam 
pautadas em informações concretas, observando, inclusive, o comportamento 
 
 
10 
dos clientes dos concorrentes. Neste sentido, é importante identificar no 
mercado atual quais são as características, em média, dos consumidores do 
produto que se pretende vender e utilizá-los como foco. 
Caso a ideia seja construir um novo mercado, é importante compreender 
as características de comportamento, gostos, hábitos de consumo do público 
que pretende atingir para que o seu novo produto possa criar uma identificação 
com esses potenciaisusuários. 
3.2 Persona 
Conforme apontado por Pazmino (2015), a persona é uma ferramenta 
utilizada no projeto de design para descrever, com mais eficiência e detalhes, o 
público-alvo. Neste sentido, o desenvolvimento da persona é feito pautada nos 
dados coletados a respeito do público-alvo, aos quais são acrescentadas 
informações com intuito de “humanizar os números”, criando uma personagem 
representativa, que tem rosto/imagem, inclusive. 
Compreende-se, então, que a personificação do público-alvo em uma 
personagem, a persona, parte dos dados estatísticos, como gênero, faixa etária, 
classe social, entre outros, citados anteriormente, para a criação de uma história 
e de comportamentos contextualizados, aproximando o potencial usuário do 
designer de maneira afetiva (Pazmino, 2015). 
Como exemplo, com base na proposta apresentada por Silva (2023), 
citada anteriormente, para o público-alvo de uma loja virtual de roupas plus size 
femininas – “Mulheres, de 20 a 50 anos, que tenham renda de até R$ 5 mil e que 
façam compras pela internet” –, pode-se criar uma persona para representar 
esse público; podemos criar uma imagem, como na Figura 1. 
Figura 1 – Criação da imagem da persona 
 
Créditos: shurkin_son/Shutterstock. 
 
 
11 
Assim como podemos descrever a persona como uma representação real 
da cliente, como no Quadro 3. 
Quadro 3 – Descrição da persona 
Roberta, 28 anos, brasileira, está em um relacionamento há dois anos e mora 
sozinha. É formada em Administração e ocupa um cargo de gerência em uma 
empresa de consultoria, o que garante a ela uma boa renda. No seu 
relacionamento, gostaria de estar morando junto, mas quer primeiro formalizar a 
relação. Tem trabalhado de forma remota nos últimos anos e, por passar muito 
tempo em casa, costuma usar o computador para diversas tarefas do dia a dia, 
além do trabalho, como praticar exercícios guiados e fazer compras. Quando sai 
de casa, gosta de frequentar parques e praias e estar ao ar livre. É uma pessoa 
muito confiante e extrovertida e gosta que suas roupas expressem sua 
personalidade. 
Fonte: Gomes, 2023. 
Deve-se lembrar que não existe uma receita para a criação da persona, 
mas é importante nessa construção, conforme apontado anteriormente, ter como 
base as características demográficas do público-alvo – dados pessoais – e 
acrescentar, conforme apontado por Pazmino (2015), ideias de gostos, 
preferências, desejos, profissão e pretensões, entre outros, como visto no 
Quadro 3. 
TEMA 4 – CONCEITO DO PROJETO 
O conceito é uma definição abstrata do projeto, que servirá como base 
para compreensão geral do problema e dos objetivos a serem trabalhados. 
Definir o conceito do projeto é definir qual é o benefício básico – qual 
problema será solucionado – com base na compreensão das necessidades do 
consumidor e da análise dos concorrentes (Baxter, 2000). Pazmino (2015) 
complementa que o conceito define o significado do produto e também pode 
incluir quais emoções, ou sensações, o usuário poderá sentir. Desta forma, 
percebe-se que o conceito engloba princípios de funcionamento e de estilo, ou 
seja, definir o conceito envolve a compreensão e a abstração das funções 
prática, estética e simbólica dos produtos. 
 
 
12 
Com base nas definições apresentadas, pode-se perceber que o conceito 
pode ser uma descrição textual da ideia, mas, quando se fala em estética e 
simbolismo, percebe-se a importância de externalizar o pensamento também 
utilizando imagens. 
Como exemplo, podemos citar a concepção do logo da Amazon, uma 
empresa que vende, realiza entregas e tem uma grande variedade de produtos. 
Nesta construção, são consideradas as ideias que o site quer comunicar aos 
seus clientes e quais símbolos permitem essa compreensão. 
Figura 2 – Logo da Amazon 
 
Créditos: Sanur Karib/Shutterstock. 
Compreende-se, nesse contexto, que o logo tem a função prática de 
comunicar os valores da empresa – e identificá-la –, e essa comunicação é 
realizada por meio das formas traduzidas em funções estéticas e simbólicas. Na 
Figura 2, percebemos a ideia de levar algo de um ponto a outro pela seta, assim 
como a seta que sai do A para o Z, indicando que há uma variedade de produtos 
“de A a Z” – além de lembrar um sorriso, que seria a satisfação. 
Neste sentido, pode-se entender o conceito como um resumo do projeto, 
baseado em uma descrição em poucas palavras – que apontem as funções 
práticas, estéticas e simbólicas –, que podem ser acompanhadas de rascunhos. 
Apesar de resumido, o conceito aponta as direções a serem percorridas durante 
o processo projetual e será complementado com as informações levantadas 
durante a preparação. 
 
 
13 
TEMA 5 – PAINÉIS VISUAIS OU PAINÉIS SEMÂNTICOS 
O projeto de design requer bases teóricas com bastante levantamento de 
informações apresentadas e documentadas em forma de texto, mas, conforme 
pode ser visto, inclusive na definição do conceito e na construção do briefing, a 
representação visual das ideias pode ser imprescindível. 
De acordo com Reis e Merino (2020), painéis visuais – ou painéis 
semânticos – são uma ferramenta qualitativa de inspiração, ou referência, visual 
para, especialmente, transmitir as características estéticas e simbólicas do 
projeto. Os painéis podem apontar significados, experiências e valores, além de 
evitar mal-entendidos, gerados por diferentes interpretações de descrições 
verbais. Neste sentido, podemos construir painéis semânticos sobre diversos 
tópicos, como concorrentes, estilo de vida, decoração, materiais, facilidade de 
uso, evolução histórica, evolução formal, entre outros. 
Reis e Merino (2020) apontam ainda que painéis visuais são tecnicamente 
simples para serem elaborados, pois são compostos por dois elementos básicos: 
uma base de apoio e uma mensagem a ser transmitida por meio das imagens 
fixadas à base. A base pode ser qualquer área de fácil visualização, como uma 
placa, uma parede, um tecido ou mesmo uma área definida digitalmente. A 
mensagem é uma composição formada por imagens selecionadas, impressas 
ou projetadas – a depender do meio utilizado –, mas também podem fazer parte 
palavras-chave ou frases curtas. Caso seja utilizado um meio físico, podem ser 
utilizados, ainda, objetos físicos, como amostras de material (Reis; Merino, 
2020), mais comuns no design de interiores, moda e produto. 
Conforme apontam Makara e Merino (2022), tomando como base o 
design de moda, podem ser elaborados painel de tema, painel de parâmetros ou 
tendências, painel de público-alvo, painel de materiais e de cores, entre outros. 
Entende-se, desta forma, que podem ser utilizados diferentes tipos de painéis 
visuais, com diferentes objetivos, ao longo do projeto, de acordo com a área 
específica, os objetivos e a complexidade. 
Segundo Jacques e Santos (2009), a elaboração de um painel semântico 
pode ser organizada em etapas, que passam por: 
• Compreensão do problema projetual. 
• Transformação do entendimento verbal em linguagem escrita. 
 
 
14 
• Transformação da linguagem escrita em visual, ou seja, buscar imagens 
que identifiquem, ou traduzam, as palavras ou os termos listados. 
• Montagem da ambiência visual, construída pela composição do painel. 
Jacques e Santos (2009) complementam que as imagens devem ser 
escolhidas por seu significado, pela carga de significado na tradução estética e 
simbólica das palavras definidas nos processos. 
Desta forma, serão apresentados o painel do público-alvo e o painel de 
conceito, como exemplos e bases para compreensão do processo construtivo 
dos painéis visuais; permitindo que, com o entendimento desse processo, a 
técnica possa ser expandida e/ou adaptada às diferentes necessidades 
projetuais específicas. 
5.1 Painel do público-alvo 
De acordo com o que foi discutido, o painel deve ser utilizado para traduzir 
as informações verbais/textuais em imagens. Desta forma, tomando como 
exemplo asinformações desenvolvidas anteriormente a respeito do público-alvo, 
pode-se construir um painel semântico do público-alvo da loja virtual de roupas 
plus size femininas – “Mulheres, de 20 a 50 anos, que tenham renda de até R$ 
5 mil e que façam compras pela internet”. 
Figura 3 – Painel visual do público-alvo da loja de roupas femininas 
 
Créditos: Ground Picture/Shutterstock; shurkin_son/Shutterstock; ADVTP/Shutterstock; Michael 
Kraus/Shutterstock; Pressmaster/Shutterstock; Image Source Collection/Shutterstock; 
Alie04/Shutterstock; Peshkova/Shutterstock; Andrey_Nikitin/Shutterstock; fancy/Shutterstock. 
 
 
15 
Como apontado anteriormente, as imagens na Figura 3 buscam 
representar características geográfica – foto São Paulo –, demográfica – 
mulheres, plus size, 20 a 50 anos, renda até R$ 5000 (objetos de casa, viagens) 
–, psicográfica – extrovertida (roupas coloridas, estampadas), tem um grupo de 
amigas, economiza para fazer viagens – e comportamental – faz exercícios, 
gosta de cafés –, de forma que essas informações textuais possam ser 
compreendidas também visualmente, facilitando a comunicação entre os 
envolvidos no projeto. 
5.2 Painel de conceito 
De acordo com Pazmino (2015), o painel de conceito representa o 
significado – ecológico, tecnológico, infantil… – e a emoção – fofo, robusto, frágil, 
elegante… – que o produto físico ou digital transmitirá. As imagens devem 
apresentar o estilo buscado e as necessidades e comportamento do público-
alvo, o que envolve não apenas imagens de produtos em si, mas representações 
de material, cores, formas, texturas, assim como as inspirações a serem 
aplicadas no desenvolvimento do projeto (Pazmino, 2015). 
Para ilustrar, serão tomados como base o público e a persona definidos 
anteriormente, tendo como foco as roupas para prática de exercícios, tanto em 
ambientes fechados quanto ao ar livre, e com apelo ecológico. Retomando a 
ideia do conceito, podemos estabelecer: “Calçado feminino, com apelo 
ecológico, para prática de exercícios”. 
Figura 4 – Painel de conceito para calçados femininos 
 
Créditos: Pheelings media/Shutterstock; ORION PRODUCTION/Shutterstock; Monkey 
Business Images/Shutterstock; Zaleman/Shutterstock; Black Salmon/Shutterstock; 
Fotovika/Shutterstock; sematadesign/Shutterstock. 
 
 
16 
Nas imagens da Figura 4, podem ser identificados: o público-alvo 
feminino, as práticas nas quais se pretende utilizar a roupa, as inspirações para 
cores, formas e texturas, sensações de conforto e liberdade, apelo ecológico – 
reciclagem/reciclado. 
Saiba mais 
Você pode ver outros exemplos de painéis visuais nos capítulos 23 e 
24 do livro: 
• PAZMINO, A. V. Como se cria: 40 métodos para design de produtos. 
São Paulo: Blucher, 2015. 
TROCANDO IDEIAS 
Conforme foi visto nesta etapa, existem diferentes tipos de painéis visuais 
que podem ser utilizados nos projetos de design. Pesquise na biblioteca virtual, 
em sites de busca ou em fontes confiáveis quais tipos de painéis visuais são 
mais utilizados nos seus cursos especificamente. 
Converse com os colegas a respeito das diferenças e semelhanças entre 
esses painéis nas diferentes práticas projetuais. 
NA PRÁTICA 
Em etapa anterior, foi feita uma proposta de identificação das funções 
práticas, estéticas e simbólicas de diferentes produtos – sugeridos como 
exemplo utensílio doméstico, uma peça de roupa, um flyer de publicidade, um 
conjunto de mesa e cadeiras da sala de jantar. 
Com base nas questões identificadas, explore o problema de forma 
detalhada, busque na internet informações a respeito do produto e faça um breve 
resumo com evolução histórica, produtos similares e público-alvo. 
Utilizando essas informações, estabeleça que mudanças gostaria de 
propor ao produto para que melhor atenda a uma necessidade específica ou 
para atingir um público-alvo diferente. 
Represente o público com uma persona e monte um painel visual com 
imagens coletadas na internet. 
 
 
 
17 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, foram abordados os temas que poderão auxiliar a 
compreensão geral do projeto, com base no estabelecimento de características 
práticas, estéticas e simbólicas – mencionadas em etapa anterior. 
Pode-se perceber que ter um conceito claramente estabelecido permite 
construir um caminho mais evidente e objetivo para alcançar o resultado final, 
pois deste conceito são derivadas as informações que são buscadas na 
compreensão do problema e que compõem o briefing do projeto. 
Neste sentido, com um briefing detalhado, pode-se partir para a fase de 
criação e, alimentados por todas as informações coletadas a respeito do 
problema, gerar as mais diferentes alternativas na busca pela resposta para as 
necessidades identificadas. 
Na compreensão do papel do designer em solucionar necessidades de 
um público-alvo, é importante retomar a discussão a respeito das funções dos 
produtos. A necessidade básica, cuja resposta é dada, normalmente, pela 
função prática, pode ser a mesma para diferentes grupos. Contudo, quando se 
fala em preferências, gostos, desejos pessoais, muitas vezes as respostas 
deverão partir das funções estéticas e simbólicas aplicadas aos produtos. 
Ao identificar comportamentos e hábitos de consumo do público-alvo, 
podem ser percebidas características formais dos produtos que determinam 
diferentes segmentos de mercado. Nos painéis visuais apresentados 
anteriormente, esses atributos estéticos e simbólicos são apresentados de forma 
mais explícita e devem ser usados como referência no processo criativo. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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