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Questões Objetivas - Filosofia-41

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5. (Unesp 2012) Se um governo quer reduzir o índice de abortos e o risco para as
mulheres em idade reprodutiva, não deveria proibi-los, nem restringir demais os casos
em que é permitido. Um estudo publicado em “The Lancet” revela que o índice de
abortos é menor nos países com leis mais permissivas, e é maior onde a intervenção é
ilegal ou muito limitada. “Aprovar leis restritivas não reduz o índice de abortos”,
afirma Gilda Sedgh (Instituto Guttmacher, Nova York), líder do estudo, “mas sim
aumenta a morte de mulheres”. “Condenar, estigmatizar e criminalizar o aborto são
estratégias cruéis e falidas”, afirma Richard Horton, diretor de “The Lancet”. “É
preciso investir mais em planejamento familiar”, pediu a pesquisadora, que assina o
estudo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os seis autores concluem que
“as leis restritivas não estão associadas a taxas menores de abortos”. Por exemplo, o
sul da África, onde a África do Sul, que o legalizou em 1997, é dominante, tem a taxa
mais baixa do continente.
 (http://noticias.uol.com.br, 22.01.2012. Adaptado.)
Na reportagem, o tema do aborto é tratado sob um ponto de vista
a)   fundamentalista-religioso,   defendendo   a   validade   de   sua   proibição   por  motivos
morais.
b) político-ideológico, assumindo um viés ateu e materialista sobre essa questão.
c) econômico, considerando as despesas estatais na área da saúde pública em todo o
mundo.
d) filosófico-feminista,  defendendo a autonomia da mulher na relação com o próprio
corpo.
e) estatístico, analisando a ineficácia das restrições legais que proíbem o aborto.
 
Resposta: E
Somente   a   alternativa   [E]   está   correta.   Ainda   que   todas   as   outras   alternativas
apresentem formas plausíveis de se analisar o tema do aborto, nessa reportagem ele é
analisado especificamente sob o prisma estatístico.
 
6. (Unesp 2014) Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam
e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando
eficiência:   servirá   aos   propósitos  morais   a   decisão   que   diminuir   o   sofrimento   ou
aumentar   a   felicidade   geral   da   sociedade.  No   caso   da   situação   dos   povos   nativos
brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão de terra equivalente a 13%
do território nacional, quase o dobro do espaço destinado à agricultura, de 7%. Mas a
mortalidade   infantil  entre  a  população  indígena  é  o dobro da média  nacional  e,  em
algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é
um ponto  em que  o  cômputo  utilitarista  de  prejuízos  e  benefícios  viria  a  calhar:  a
felicidade dos índios não é proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar.
(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)
A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada
em
a)   uma   ética   de   fundamentos   universalistas   que   deprecia   fatores   conjunturais   e
históricos.
b) critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios.
c) princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à
vida humana.
d) uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais.
e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza
étnica.
http://noticias.uol.com.br/
 
Resposta:B
A   alternativa   [B]   é   a   correta,   pois   a   questão   central   abordada,   esta   centrada   no
utilitarismo.   Esta   corrente   de   pensamento   desconsidera,   em   sua   análise,   as
consequências “menores”, ou em outras palavras a “menor porção de felicidade” gerada
pelas escolhas em comparação com a eficiência daquilo  que se propõe.  No caso do
problema   indígena,   a   justificativa   para   rever   a   questão   do   assentamento   destas
populações, tendo como base a ética utilitarista,  verifica-se que esta ética utiliza um
comparativo entre a proporção de terras cedidas aos indígenas, utilizando a agricultura
como   referencial   e   a   elevação   dos   casos   de  mortalidade,   havendo   ainda   assim,   a
necessidade de mais intervenção do Estado para garantir condições de vida aos índios.
As demais alternativas não abordam o tema central  do utilitarismo que é o aumento
felicidade da população em relação a um menor sofrimento.  Desta maneira,  pode-se
justificar ideologicamente a revisão dos assentamentos, com base de que isto não esta
proporcionando melhoria na qualidade de vida dos índios.
 
7. (Unesp 2015) Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada pela
quase totalidade dos estudiosos como criação própria do gênio dos gregos. Sendo assim,
a superioridade dos gregos em relação aos outros povos nesse ponto específico é de
caráter   não   puramente   quantitativo,   mas   qualitativo,   porque   o   que   eles   criaram,
instituindo a filosofia, constitui novidade que, em certo sentido, é absoluta. Com efeito,
não   é   em   qualquer   cultura   que   a   ciência   é   possível.   Há   ideias   que   tornam
estruturalmente   impossível   o   nascimento   e   o   desenvolvimento   de   determinadas
concepções – e, até mesmo, ideias que interditam toda a ciência em seu conjunto, pelo
menos a ciência como hoje a conhecemos.  Pois bem, em função de suas categorias
racionais, foi a filosofia que possibilitou o nascimento da ciência, e, em certo sentido, a
gerou. E reconhecer isso significa também reconhecer aos gregos o mérito de terem
dado uma contribuição verdadeiramente excepcional à história da civilização.
(Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, vol. 1, 1990. Adaptado.)
Baseando-se no texto, explique por que a definição apresentada de “filosofia” pode ser
considerada   eurocêntrica.   Explique   também   que   tipo   de   ideias   apresentaria   a
característica de impedir o desenvolvimento do conhecimento científico.
Resposta:
 A filosofia enquanto forma de conhecimento é considerada pela quase totalidade de
estudiosos   como   de   origem   grega   devido   às   condições   específicas   ocorridas   na
antiguidade  que permitiram seu surgimento.  Fatores  como: navegações,   invenção da
moeda, da escrita, das leis e principalmente da “pólis” (cidade), somados a insatisfação
intelectual   em   relação   à   forma  de   como  compreendiam  o  mundo,   possibilitaram  o
estabelecimento de um modo mais coerente de pensar a realidade.  Com o passar do
tempo, esta forma de saber, desenvolveu-se autonomamente, se expandindo por todos os
povos   que   tiveram   contato   com   a   cultura   grega.  A   filosofia   pode   ser   considerada
eurocêntrica, pois o continente Europeu foi o lugar que herdou dos gregos esta forma de
saber.   Foi   principalmente   na  Europa   onde   ocorreu   o   desenvolvimento,   expansão   e
divulgação da reflexão filosófica e forma sistematizada.
A Filosofia tem como características: o caráter reflexivo, a argumentação racional, a
investigação radical, a sistematização do saber e a análise de conjunto.
O   desenvolvimento   da   filosofia   possibilitou   por   sua   vez   o   desenvolvimento   do
conhecimento   científico.   Desta   forma,   as   ideologias,   as   doutrinas   dogmáticas,
mitologias não refletidas e senso comum vão contra as características do saber filosófico
e científico e se constituem como impeditivos para o desenvolvimento do conhecimento
científico.
 
8. (Unesp 2015) Do ponto de vista do Iluminismo, a ilusão deixa de ser uma simples
deficiência subjetiva, e passa a enraizar-se em contextos de dominação, de onde a ilusão
deriva e se incumbe de estabilizar. O preconceito – a opinião falsa, não controlável pela
razão e pela experiência – revela seu substrato político. É no interesse do poder que a
razão  é  capturada  pelas  perturbações  emocionais,  abstendo-se  do  esforço  necessário
para libertar-se das paixões perversas, e para romper o véu das aparências, que impedem
uma reflexão emancipatória. Deixando-se arrastar pelas interferências,a razão não pode
pensar o sistema social em sua realidade. Prisioneira do dogmatismo, que nem pode ser
submetido ao tribunal da experiência nem permite a instauração desse tribunal, a razão
está   entregue,   sem  defesa,   às   imposturas   da   religião   e   de   todos  os   outros   dogmas
legitimadores.
(Sérgio Paulo Rouanet. A razão cativa, 1990. Adaptado.)
Considerando o texto e o título sugestivo do livro de Rouanet, explique as implicações
políticas do cativeiro da razão e defina o que significa a reflexão emancipatória referida
pelo autor.
 
Resposta:
 O papel das ideologias é dar um sentido legitimador para as contradições sociais, a fim
de que pareçam coerentes e até desejáveis. Assim, as ideologias produzidas pela classe
dominante,  possuem um papel vital  no condicionamento da razão humana dentro do
espaço social.  Esta  condição  imposta  à consciência  submete a  razão a  um domínio,
tornando-a impotente e legitimando a dominação de uma classe que lucra, de algum
modo, sobre a outra, criando um cativeiro. Sob tal cativeiro, fica impossível traçar vias
para consolidar  valores  democráticos,  acessíveis  a   todos,  assim como construir  uma
sociedade menos desigual e mais equitativa.
A   reflexão   emancipatória   é   alcançada   quando   se   percebe   que   as   ideologias   não
coincidem com a realidade. Para que isto seja possível é necessário deixar de lado os
dogmas   impostos   pela   classe   dominante,   transcender   os   preconceitos   e   criar   uma
consciência de si enquanto ser existente na realidade coletiva. Por meio da emancipação
da razão se é possível propor projetos honestos e democráticos para a transformação
social.
 
9. (Unesp 2015) A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento estético de
Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida é o oposto da apreciação estética, pois
praticamente   tudo   o  que   fazemos   serve   para   alguma   coisa,   ainda   que   apenas   para
satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, uma coisa não obedece a
essa   razão   instrumental:  enquanto   tal,   ela  não   serve  para  nada,   ela  vale  por   si.  As
hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é,
nas coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto
tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim submeter também a arte
à razão instrumental, isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude
da   qual,   sem   servir   para   nada,   ela   vale   por   si.   Trata-se,   em   suma,   da   luta   pelo
empobrecimento do mundo.
(Antônio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de São Paulo, 13.12.2008. Adaptado.)
De acordo com a análise do autor,
a) a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os
fundamentos para a apreciação estética.

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