Prévia do material em texto
b) um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas. c) a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma. d) o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto médio do público consumidor. e) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto no mercado. Resposta:B Não pode ser submetida aos mesmos critérios que regem a razão, diferentemente da autonomia libertária na qual o uso da razão conduz o indivíduo para um fim. Este fim é intencional e serve para tornar o homem mais consciente de si e promover sua independência racional, criando assim, condições para agir de forma direcionada e intencional. Já autonomia estética não possui um fim em si, ela serve como forma de fruição, ou seja, sua apreciação não direciona a uma elevação, a uma intenção para algo. Desta forma, quando tornamos a arte racional, desprovemo-la de suas qualidades intrínsecas e a tornamos um instrumento que não promove uma autonomia por si. Quando se direciona a arte por meio da razão instrumental, descaracteriza-se sua fruição. Em outras palavras, para que a arte seja preservada, não submeter à arte ao mercado (razão instrumental), pois se tem aí o empobrecimento de sua capacidade representativa e expressiva. 10. (Unesp 2015) Para o teórico Boaventura de Sousa Santos, o direito se submeteu à racionalidade cognitivo-instrumental da ciência moderna e tornou-se ele próprio científico. Existe a necessidade de repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos instiga a pensar que eles possuem um caráter racional e regulador da vida humana. Esses direitos não colaboram para eliminar as assimetrias políticas, culturais, sociais e econômicas existentes, especialmente nos países periféricos. Os direitos humanos, num plano universalista e aberto a todos, não modificam as estruturas desiguais, mas ratificam a ordenação normativa para comandar uma sociedade. (Adriano São João e João Henrique da Silva. “A historicidade dos direitos humanos”. Filosofia, ciência e vida, dezembro de 2014. Adaptado.) De acordo com o texto, os direitos humanos são passíveis de crítica, porque a) desempenham um papel meramente formal de proteção da vida. b) inexistem padrões universalistas aplicáveis à totalidade da humanidade. c) são incompatíveis com os valores culturais de nações não ocidentais. d) sua estrutura normativa carece de racionalidade e de cientificidade. e) são destituídos de uma visão religiosa e espiritualista de mundo. Resposta:A No texto da questão dois pontos são destacados como referente ao papel dos direitos humanos, sendo eles: o “caráter racional e regulador da vida humana” e “ratificam a ordenação normativa para comandar a sociedade”. Estas afirmações encontram respaldo na filosofia política dos contratualistas que estabelece que os direitos inerentes aos seres humanos, e que não estão sujeitos à discussão, pois surgem devido à conveniência dos homens que abrem mão de sua liberdade para viverem em sociedade. Assim, surge o direito natural como polo regulador dos limites que a sociedade organizada não pode ultrapassar na consolidação de sua estrutura. Contudo, o texto nos coloca que devido ao progresso das ciências atualmente se descaracterizou sua fundamentação passando estes, a serem tratados como conceito obsoleto que pode ser questionado livremente sem que haja qualquer empecilho caso se julgue que eles não atendam mais as concepções vigentes. Portanto, da mesma forma, os direitos humanos não se fazem mais uma garantia absoluta para a proteção a vida, mas constituem-se como meras referências formais na realidade universal. 11. (Unesp 2015) IHU On-Line – A medicalização de condutas classificadas como “anormais” se estendeu a praticamente todos os domínios de nossa existência. A quem interessa a medicalização da vida? Sandra Caponi – A muitas pessoas. Em primeiro lugar ao saber médico, aos psiquiatras, mas também aos médicos gerais e especialistas. Interessa muito especialmente aos laboratórios farmacêuticos que, desse modo, podem vender seus medicamentos e ampliar o mercado de consumidores de psicofármacos de modo quase indefinido. Porém, esse interesse seria irrelevante se não existisse uma demanda social que aceita e até solicita que uma ampla variedade de comportamentos cotidianos ingresse no domínio do patológico. Um exemplo bastante óbvio é a escola. Crianças com problemas de comportamento mais ou menos sérios hoje recebem rapidamente um diagnóstico psiquiátrico. São medicadas, respondem à medicação e atingem o objetivo social procurado. Essas crianças que tomam ritalina ou antipsicóticos ficam mais calmas, mais sossegadas, concentradas e, ao mesmo tempo, mais tristes e isoladas. http://www.ihuonline.unisinos.br. Adaptado. Podemos considerar como uma importante implicação filosófica da medicalização da vida a) a incorporação do conhecimento científico como meio de valorização da autonomia emocional e intelectual. b) a institucionalização de procedimentos de análise e de cura psiquiátrica absolutamente objetivos e eficientes. c) a proliferação social de conhecimentos e procedimentos médicos que pressupõem a patologização da vida cotidiana. d) a contribuição eticamente positiva da psiquiatrização do comportamento infantil e juvenil na esfera pedagógica. e) o caráter neutro do progresso científico em relação a condicionamentos materiais e a demandas sociais. Resposta:C O desenvolvimento das ciências médicas e sociais possibilitou de um lado o avanço na compreensão detalhada do funcionamento do corpo/mente e comportamento humano, de outro lado, colaborou para a classificação e criação de um referencial de normalidade. Por meio deste referencial, classifica-se como “anormal”, ou “patológico”, tudo o que não se adéqua ao padrão estabelecido, em outras palavras, reduz-se toda a complexidade da vida humana a um conjunto de fatores normais ou patológicos. Assim, no intuito de poder corrigir esta “distorção” faz-se uso de medicamentos e procedimentos que atingem objetivos definidos. No caso, uma maior eficiência e adequação do comportamento escolar. Condiciona-se assim, o comportamento às necessidades colocadas pela dinâmica social. 12. (Unesp 2015) Texto 1 Karl Popper se diferenciou ao introduzir na ciência a ideia de “falibilismo”. Ele disse o seguinte: “O que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”. Para ele, nenhuma teoria científica pode ser provada para sempre ou resistir http://www.ihuonline.unisinos.br/ para sempre à falseabilidade. Ele desenvolveu um tipo de teoria de seleção das teorias científicas, digamos, análoga à teoria darwiniana da seleção: existem teorias que subsistem, mas, posteriormente, são substituídas por outras que resistem melhor à falseabilidade. MORIN, Edgar. Ciência com consciência, 1996. Adaptado. Texto 2 O paralelismo entre macrocosmos e microcosmos, a simpatia cósmica e a concepção do universo como um ser vivo são os princípios fundamentais do pensamento hermético, relançado por Marcílio Ficino com a tradução do Corpus Hermeticum. Com base no pensamento hermético, não há qualquer dúvida sobre a influência dos acontecimentos celestes sobre os eventos humanos e terrestres. Desse modo, a magia é a ciência da intervenção sobre as coisas, os homens e os acontecimentos, a fim de dominar, dirigir e transformar a realidade segundo a nossa vontade. REALE,Giovanni. História da filosofia, vol. 2, 1990. Baseando-se no conceito filosófico de empirismo, descreva o significado do emprego da palavra “ciência” nos dois textos. Explique também o diferente emprego do termo “ciência” em cada um dos textos. Resposta: No primeiro texto o emprego da palavra ciência esta no sentido de que o conhecimento, ou seja, as teorias científicas não são absolutas, elas são temporais e podem ser desmentidas, ou “falseadas”. Segundo Karl Popper as explicações fornecidas pelas teorias científicas não podem assumir um caráter infalível, com o desenrolar do tempo, formas de conhecimento, isto é, teorias mais gerais e mais amplas substituirão as teorias antigas assim como na teoria darwiniana da evolução das espécies, nas quais espécies mais adaptadas ao meio superar seus antecessores. No segundo texto o termo ciência é utilizado como um conhecimento integrado no qual não se pode prever ou determinar com exatidão seu sentido, separado do todo. O hermetismo propõe uma síntese do universo que recebe influências da realidade suprassensível, ou seja, a influência do pensamento de Platão, mas destacadamente de Plotino, marca esta concepção de ideal que não pode ser alcançado plenamente, mas que pode ser apenas contemplado. O conhecimento da ciência seria então uma compreensão divinizada da natureza. 13. (Unesp 2015) A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a física, parte de uma visão do mundo que é, de acordo com a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que se faz. É assim porque pedimos para que se admita, à escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o mundo assuma uma determinada forma. Os outros pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente quanto possível, nesse pedido fundacional. Mas nunca perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em dogmas é perturbar a ciência com atitudes que lhe deveriam ser totalmente estranhas. (Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”. Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.) Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação entre ciência e verdades absolutas. Explique também a diferença entre uma visão de mundo baseada em “pedidos” e uma visão de mundo dogmática. Resposta: A ciência propõe teorias e hipóteses como forma de se produzir conhecimento a partir do exercício da observação da realidade empírica e da experimentação. Tal forma de