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Concepções Científicas e Racionalismo

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15. (Ufpr 2015)  Segundo Kuhn, apesar de presentes na histórica da ciência, a sucessão
entre concepções científicas distintas – tal como ocorreu entre os modelos heliocêntrico
e geocêntrico acima – não são episódios que deveriam ocorrer com grande frequência
nas ciências maduras, tais como a astronomia. Por quê?
 
16. (Ufpr   2015)   As   imagens   representam   duas   concepções   científicas   que   se
sucederam. Como Kuhn denomina esses tipos de acontecimentos e o que os caracteriza?
 
17. (Enem 1999)   (…) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o
Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o
centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que
circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor
do Sol. (…) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem
dar-se ao  trabalho  de  tomar conhecimento,  não superficialmente  mas duma maneira
aprofundada,  das  demonstrações  que  darei  nesta  obra.  Se  alguns  homens   ligeiros   e
ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura
(sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas
não devem ser julgadas senão por matemáticos.
(COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium)
Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em
um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria.
Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique
se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se
considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas.
(VINCI, Leonardo da. Carnets)
O   aspecto   a   ser   ressaltado   em   ambos   os   textos   para   exemplificar   o   racionalismo
moderno é
a) a fé como guia das descobertas.
b) o senso crítico para se chegar a Deus.
c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos.
d) a importância da experiência e da observação.
e) o princípio da autoridade e da tradição.
 
18. (Uel  2005)   “As experiências e erros do cientista  consistem de hipóteses.  Ele  as
formula em palavras, e muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em
qualquer   uma   dessas   hipóteses,   criticando-a   experimentalmente,   ajudado   por   seus
colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha nela. Se a
hipótese  não suportar  essas  críticas  e  esses   testes  pelo  menos   tão  bem quanto  suas
concorrentes, será eliminada”.
(POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp &
Itatiaia, 1975. p. 226.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é correto
afirmar:
a) O método científico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio
de experimentos cruciais.
b) A crítica no meio científico significa o fracasso do cientista que formulou hipóteses
incorretas.
c) O conflito de hipóteses científicas deve ser resolvido por quem as formulou, sem
ajuda de outros cientistas.
d) O método crítico consiste em impedir que as hipóteses científicas tenham brechas.
e) A atitude crítica é um empecilho para o progresso científico.
 
19. (Ufma 2006)   Identifique as afirmativas que contêm proposições corretas quanto à
objetividade   requisitada   pelo   conhecimento   científico.   A   seguir,   marque   a   opção
correta.
I. A neutralidade científica necessária para a efetivação da objetividade não pode ser
pensada de forma absoluta.
II. O evento investigado pelo cientista possibilita sua plena compreensão e, portanto, a
obtenção de um conhecimento infalível e verdadeiro.
III. A ciência avança por uma série de aproximações para uma verdade objetiva jamais
alcançada, sendo possível afirmar apenas que há um certo grau de objetividade.
IV. O uso de métodos, testes, amostras significativas, preservaria o rigor, garantindo por
si só a objetividade do conhecimento científico.
Estão corretas apenas:
a) II e III
b) I, II e IV
c) I e III
d) I e IV
e) II, III e IV
 
20. (Uel 2006)  Uma das afirmações mais conhecidas e citadas de Galileu, que reflete o
novo   projeto   da   ciência   da   natureza,   é   a   seguinte:   “A   filosofia   está   escrita   neste
grandíssimo livro que aí está aberto continuamente diante dos olhos (digo, o universo),
mas não se pode entendê-lo se primeiro não se aprende a entender a língua e conhecer
os caracteres nos quais está escrito.
Ele está escrito em língua matemática, e os caracteres são triângulos, círculos e outras
figuras geométricas, meios sem os quais é humanamente impossível entender-lhe sequer
uma palavra; sem estes trata-se de um inútil vaguear por obscuro labirinto.”
(NASCIMENTO, Carlos Arthur R. De Tomás de Aquino a Galileu. 2. ed. Campinas:
UNICAMP, 1998. p. 176.)
 Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de ciência em Galileu, é
correto afirmar:
a) Ciência é o conhecimento fixo, estável e perene da essência constitutiva da realidade,
alcançável por meio da abstração.
b)  A   autonomia  da   explicação   científica   baseia-se   em  argumentos  de   autoridade   e
princípios metafísicos que justificam a verdade imutável do mundo natural.
c)   A   verdade   natural   é   conhecida   independente   de   teorias   e   da   realização   de
experiências, já que o fator primordial da ciência é o uso da matemática para decifrar a
essência do mundo.
d) A compreensão da natureza por meio de caracteres matemáticos significa decifrar a
obra da criação e, consequentemente, ter acesso ao conhecimento do próprio criador.
e) A ciência busca construir o conhecimento assentado na razão do sujeito e no controle
experimental dos fenômenos naturais representados matematicamente.
 
 
 
Gabarito: 
Resposta da questão 1:D
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Biologia]
A teoria evolucionista de Charles Darwin propõe que as espécies evoluíram a partir de
modificações   de   ancestrais   aparentados   entre   si.   As   espécies   extintas   deixaram
descendentes que formaram as espécies atuais.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]
Na frase do enunciado, Darwin evoca, de maneira irônica, a possibilidade de sua teoria
poder estar errada. Para ele, a ancestralidade é uma característica comum a todas as
espécies de seres vivos, que, por isso, são considerados como sendo aparentados entre
si,  mesmo que  através  de  um ancestral   longínquo.  Vale   ressaltar  que  sua  teoria  da
Evolução contraria tanto o criacionismo religioso quanto o essencialismo platônico ao
desconsiderar a existência de espécies únicas e diferentes entre si em essência.  
 
Resposta da questão 2: E
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]
Galileu era não só um sujeito capaz da mais convincente retórica, como também um
sujeito capaz das afirmações mais difíceis. Perante o forte discurso religioso – forte,
porém inapropriado para a ciência –, Galileu cumpriu a delicada tarefa de afirmar uma
ciência nova baseada puramente na matemática, distante da fé e de qualquer autoridade
que não fosse a experiência.
“E   talvez   tenha   ocorrido   em  Siena   o   efetivo   pronunciamento   do   famoso  Eppur   si
muove. Vejamos que história é essa. Segundo dois livros de meados do século XVIII,
logo depois de abjurar,  Galileu  teria  dito “E,  no entanto,  se move”,   referindo-se ao
movimento   da  Terra   que   acabara   de   renegar.  Os   estudiosos   sempre   acharam   esse
rompante impossível, ou porque não haveria testemunhas favoráveis para registrá-lo ou
porque Galileu saberia das terríveis consequências de tal gesto, se fosse percebido por
um inquisidor. Porém, o restauro em 1911 de um quadro espanhol de 1643, no qual
aparece inscrita aquela frase, mostra que a história quase certamente já era divulgada
com Galileu   ainda  vivo.  E   é   bastante   possível   que   ele   tenha   altiva   e   jocosamente
pronunciado tal afirmação numa dasrecepções de Picolomini”. (P. R. Mariconda & J.
Vasconcelos. Galileu – e a nova Física.   In Coleção Imortais  da ciência.  São Paulo:
Odysseus Editora, 2006, p. 184)
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]

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