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Prova de Direito Administrativo I: 1. Defina o conceito de administração pública e explique suas principais características. R - A administração pública é um conjunto de órgãos, serviços e agentes públicos que têm por objetivo executar as políticas públicas e prestar serviços à sociedade. Suas principais características são: ser regida pelo direito público, ter finalidade pública, ser hierarquizada, ser impessoal, ter continuidade e ser controlada pelo Estado. 2. Cite e explique pelo menos cinco princípios que regem a administração pública. R - Os princípios que regem a administração pública são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O princípio da legalidade determina que a administração pública só pode agir de acordo com a lei. O princípio da impessoalidade exige que os agentes públicos tratem todos os cidadãos de forma igual, sem privilégios ou discriminação. O princípio da moralidade exige que a administração pública aja com ética e honestidade. O princípio da publicidade exige que os atos da administração pública sejam divulgados e acessíveis à sociedade. Por fim, o princípio da eficiência exige que a administração pública busque alcançar os melhores resultados com os recursos disponíveis. 3. Quais são as principais formas de atuação da administração pública? Explique cada uma delas. R - As principais formas de atuação da administração pública são: poder de polícia, serviços públicos, fomento e intervenção na propriedade privada. O poder de polícia é a atividade da administração pública que limita o exercício dos direitos individuais em prol do interesse público. Os serviços públicos são atividades oferecidas pela administração pública aos cidadãos, como saúde, educação, segurança, entre outros. O fomento é a atuação da administração pública no sentido de incentivar e apoiar atividades privadas que tenham interesse público. A intervenção na propriedade privada é a atuação da administração pública que restringe o direito de propriedade para garantir o interesse público. 4. Explique o que é o princípio da legalidade e como ele se aplica à administração pública. R - O princípio da legalidade determina que a administração pública só pode agir de acordo com a lei. Isso significa que a administração pública não pode fazer o que não está previsto em lei, nem deixar de fazer o que a lei determina. Esse princípio é fundamental para garantir a segurança jurídica e a proteção dos direitos dos cidadãos. 5. Quais são os órgãos da administração pública direta e indireta? Explique a diferença entre eles. R - A administração pública pode ser direta ou indireta. A administração pública direta é formada pelos órgãos que pertencem à estrutura do Estado, como ministérios, secretarias, autarquias, entre outros. Já a administração pública indireta é composta pelas entidades que foram criadas pelo Estado para executar atividades específicas, como empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entre outras. A principal diferença entre elas é que a administração pública direta é hierarquizada e controlada diretamente pelo Estado, enquanto a administração pública indireta tem mais autonomia. L. I. M. P. E. 6. Explique o que é a responsabilidade civil do Estado e cite pelo menos três situações em que essa responsabilidade pode ser acionada. R - A responsabilidade civil do Estado é a obrigação que o Estado tem de reparar os danos causados a terceiros em decorrência de suas a vidades administra vas. Três situações em que essa responsabilidade pode ser acionada são: 1. quando o Estado causar danos por omissão ou negligência; 2. quando o Estado causar danos por ação de seus agentes públicos; 3. quando o Estado causar danos em razão de a vidade legí ma, como obras públicas ou a vidades policiais. 7. Qual é a diferença entre concessão e permissão de serviços públicos? Cite exemplos de cada uma. Concessão e permissão de serviços públicos são formas de delegação da prestação de serviços públicos a par culares, mas existem diferenças significa vas entre elas. A concessão é uma forma de delegação por prazo determinado, em que a administração pública transfere a prestação de um serviço público a uma empresa privada, que assume a responsabilidade integral pela prestação do serviço, mas fica sujeita a uma série de obrigações e limitações estabelecidas em contrato. Exemplo de concessão de serviços públicos é a concessão de uma rodovia para exploração comercial de pedágios. A permissão, por sua vez, é uma forma de delegação por prazo indeterminado, em que a administração pública autoriza um par cular a prestar um serviço público, mantendo a responsabilidade pelo serviço e fiscalizando a sua prestação. Exemplo de permissão de serviços públicos é a autorização para um ambulante vender produtos em uma praça pública. Em resumo, a principal diferença entre concessão e permissão é que, na concessão, a responsabilidade pela prestação do serviço é transferida ao par cular, enquanto, na permissão, a responsabilidade con nua sendo da administração pública. 8. Explique o que é uma licitação e quais são seus principais objetivos. R - Licitação é o processo administra vo u lizado pela administração pública para selecionar a melhor proposta de prestação de serviços ou fornecimento de bens para o Estado. Seus principais obje vos são: garan r a observância dos princípios cons tucionais da administração pública; selecionar a proposta mais vantajosa para o Estado; promover a concorrência e combater a corrupção. 9. O que é um ato administrativo? Cite pelo menos três características que o distinguem de outros tipos de atos jurídicos. R: Ato administra vo é a manifestação unilateral da administração pública que tem por obje vo produzir efeitos jurídicos. Três caracterís cas que o dis nguem de outros pos de atos jurídicos são: a submissão aos princípios da administração pública, a prerroga va de autoexecutoriedade e a sujeição ao controle judicial. 10. Explique o que é o princípio da eficiência e como ele se aplica à administração pública. R - O princípio da eficiência exige que a administração pública alcance seus obje vos com o menor custo possível, u lizando os recursos disponíveis de forma adequada e eficaz. Isso significa que a administração pública deve buscar a excelência na prestação de serviços e na u lização dos recursos públicos, de forma a atender às necessidades da sociedade de forma eficaz e eficiente. 11 - O que é a Supremacia do Interesse Público? R - A Supremacia do Interesse Público é um princípio fundamental do Direito Administra vo que estabelece que os interesses e obje vos da administração pública devem prevalecer sobre os interesses privados quando há conflito entre eles. Isso significa que a administração pública, ao exercer suas competências e poderes, deve sempre buscar a sa sfação do interesse público, que é o bem-estar cole vo da sociedade como um todo. Assim, em situações em que há conflito entre o interesse público e o interesse privado, a administração pública deve priorizar o interesse público, mesmo que isso implique em restrições aos direitos e interesses individuais. Isso não significa, porém, que os interesses privados sejam completamente ignorados, mas sim que devem ser analisados e conciliados com o interesse público de forma a se buscar o equilíbrio entre ambos. A Supremacia do Interesse Público é um princípio que está presente em diversas áreas do Direito Administra vo, como na atuação da administração pública em geral, na concessão de serviços públicos, na desapropriação de bens par culares para fins públicos, entre outras. 12 - Prerrogativas da Supremacia do Interesse Público? As prerrogativas da Supremacia do Interesse Público são poderes e privilégios conferidos à administração pública para que ela possa exercer suas atividades de forma eficiente e eficaz, sempre buscando a satisfaçãodo interesse público. Algumas das principais prerrogativas da Supremacia do Interesse Público incluem: 1. Poder de polícia: é o poder conferido à administração pública para editar normas e regulamentos que visam disciplinar a conduta das pessoas e empresas, de forma a garantir a ordem e a segurança pública, a saúde, o meio ambiente, entre outros. 2. Desapropriação: é o poder conferido à administração pública para adquirir bens particulares de forma compulsória, mediante indenização justa, quando necessário para a realização de obras e serviços públicos. 3. Requisição: é o poder conferido à administração pública para utilizar bens e serviços particulares em situações de emergência ou calamidade pública, sem a necessidade de autorização prévia do proprietário. 4. Interdição de atividades: é o poder conferido à administração pública para suspender ou proibir atividades particulares que coloquem em risco a saúde, a segurança ou o meio ambiente. 5. Autoexecutoriedade: é a prerrogativa conferida à administração pública para tomar decisões e praticar atos que produzem efeitos imediatos, sem a necessidade de autorização prévia do Poder Judiciário. 6. Autotutela: é o poder conferido à Administração Pública para rever seus próprios atos, podendo anulá-los ou revogá-los, caso sejam ilegais ou contrários ao interesse público. 7. Prescrição administra va: é o poder conferido à Administração Pública de ex nguir o direito dos par culares de contestar decisões administra vas após o decurso de um determinado prazo, estabelecido em lei. 8. Vinculação ao instrumento convocatório: é o poder conferido à Administração Pública de estabelecer, em editais de licitação ou concorrência pública, regras e critérios para a seleção dos par cipantes, bem como de exigir dos concorrentes o cumprimento das obrigações previstas no edital. 9. Regime jurídico único: é o conjunto de regras que estabelecem o regime jurídico dos servidores públicos, incluindo as condições de ingresso, remuneração, direitos e deveres, bem como as normas disciplinares e de processo administra vo. 10. Poder de delegação: é o poder conferido à Administração Pública para delegar competências e atribuições a outras autoridades ou órgãos, de forma a garan r a eficiência e a efe vidade do serviço público. 13 – Principais diferenças entre Atos e Fatos Administrativos Os atos administrativos são as manifestações de vontade da Administração Pública que produzem efeitos jurídicos, ou seja, são as decisões ou determinações tomadas pelos órgãos ou agentes públicos que afetam direitos e interesses dos particulares. Esses atos podem ser de natureza vinculada, quando a Administração está obrigada a praticá-los de acordo com os requisitos legais, ou de natureza discricionária, quando a Administração tem uma margem de escolha na sua decisão. Exemplos de atos administrativos incluem a concessão de uma licença para construção, a aplicação de uma multa de trânsito, a demissão de um servidor público, entre outros. Já os fatos administrativos são acontecimentos que ocorrem independentemente da vontade da Administração Pública, mas que produzem efeitos jurídicos relevantes. São situações que decorrem da atividade administrativa e que afetam direitos e interesses dos particulares. Exemplos de fatos administrativos incluem a interdição de uma rua para a realização de uma obra pública, a interrupção do fornecimento de energia elétrica para a realização de manutenção na rede elétrica, a abertura de um concurso público, entre outros. 14 -Quais são os requisitos ou elementos da validade dos atos administrativos? Os atos administrativos devem observar alguns requisitos ou elementos para que sejam considerados válidos e eficazes. Esses requisitos são: CO-MO-O-FIO-FO 1. Competência: o ato deve ser praticado pelo agente público competente, ou seja, aquele que tem atribuição legal para praticar aquele tipo de ato. 2. Finalidade: o ato deve ter um objetivo lícito e adequado ao interesse público, não podendo ser praticado com desvio de finalidade. 3. Forma: o ato deve ser praticado de acordo com as formalidades exigidas pela lei, respeitando-se o procedimento previsto para cada tipo de ato. 4. Motivo: o ato deve ser fundamentado em razões de fato e de direito, que justifiquem a sua prática. 5. Objeto: o objeto do ato deve ser possível, determinado ou determinável, e estar em conformidade com a lei. 15 - Características da competência dos atos administrativos do poder público A competência é um dos requisitos básicos de validade dos atos administrativos e se refere à capacidade do agente público para praticar determinado ato. Algumas das principais características da competência dos atos administrativos do poder público são: 1. Legalidade: a competência para a prática de atos administrativos deve estar prevista em lei ou em regulamentos administrativos. Isso significa que o agente público só pode agir dentro dos limites estabelecidos pela legislação. 2. Indelegabilidade: a competência para a prática de certos atos administrativos é exclusiva de determinados agentes públicos e não pode ser delegada a terceiros. Por exemplo, a competência para nomear ou exonerar servidores públicos é exclusiva do chefe do Poder Executivo. 3. Imprescritibilidade: a competência para a prática de atos administrativos não pode ser adquirida pelo decurso do tempo, ou seja, não pode ser objeto de prescrição. Mesmo que um agente público exerça uma competência que não lhe é atribuída por lei durante muitos anos, a sua atuação continua sendo inválida. 4. Imodificabilidade: a competência para a prática de atos administrativos não pode ser modificada ou ampliada por decisão do agente público. Isso significa que o agente público só pode agir dentro dos limites estabelecidos pela lei. 5. Impessoalidade: a competência para a prática de atos administrativos é atribuída ao cargo ou função exercida pelo agente público, e não a ele como pessoa física. Isso significa que a competência não é uma característica pessoal do agente público, mas sim uma atribuição que decorre da sua função ou cargo. 16 - Quais são os atributos do ato administra vo? Os atributos dos atos administrativos são características que devem estar presentes em todo e qualquer ato praticado pela Administração Pública. São eles: 1. Presunção de legitimidade: os atos administrativos são considerados verdadeiros e válidos até prova em contrário, ou seja, presume-se que eles foram praticados de acordo com a lei e com observância dos princípios da Administração Pública. 2. Imperatividade: os atos administrativos são dotados de coercibilidade, ou seja, podem ser impostos e cumpridos à força. Isso significa que, caso o destinatário do ato não cumpra suas determinações, a Administração Pública poderá adotar medidas para fazer valer a sua vontade. 3. Autoexecutoriedade: alguns atos administrativos podem ser executados diretamente pela Administração Pública, sem a necessidade de autorização judicial. É o caso, por exemplo, da demolição de uma construção irregular em área pública. 4. Tipicidade: os atos administrativos são classificados em tipos previstos em lei, cada qual com suas características próprias. Isso significa que, para a prática de um ato administrativo, é necessário que sejam preenchidos todos os requisitos previstos em lei para aquele tipo de ato. 17 - O que significa convalidação dos atos administrativos A convalidação dos atos administrativos é um procedimento pelo qual a Administração Pública reconhece a invalidade de um ato anteriormente praticado e adota medidas para sanar os vícios que o tornam inválido. Ou seja, é uma forma de corrigir os erros que tenham sido cometidos na prática do ato, a fim de torná-lo válido e eficaz. A convalidação pode ocorrer de duas formas: por meio da ratificação ou da conversão. A ratificação ocorre quando a autoridade competente confirma o ato anteriormente praticado,mesmo que ele tenha sido praticado com vícios, desde que os vícios sejam sanáveis. Já a conversão ocorre quando o ato é modificado, para se adequar à legislação, sem perder a sua eficácia. A convalidação dos atos administrativos é importante para evitar que os atos inválidos gerem prejuízos para a Administração Pública ou para os particulares envolvidos. Além disso, ela garante a segurança jurídica e a estabilidade das relações jurídicas estabelecidas a partir da prática do ato. Quando pode acontecer a nulidade dos atos administrativos? A nulidade dos atos administrativos ocorre quando um ato é praticado com vícios ou ilegalidades que o tornam inválido desde o momento de sua produção. Ou seja, o ato é considerado inexistente juridicamente, como se nunca tivesse sido praticado. Os atos administrativos podem ser nulos quando: 1. Viciados por incompetência do agente que o praticou; 2. Viciados por vício de forma; 3. Viciados por ilegalidade do objeto ou do fim; 4. Viciados por violação a princípios administrativos, como o da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A nulidade dos atos administrativos pode ser declarada pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. A declaração de nulidade pode ser feita a qualquer momento, não estando sujeita a prazo prescricional, e tem efeitos ex tunc, ou seja, retroage ao momento da prática do ato. Os efeitos da nulidade dos atos administrativos são a sua ineficácia jurídica, a obrigação de anular os efeitos que possam ter gerado e a possibilidade de responsabilização do agente público que o praticou. Além disso, os particulares prejudicados pelo ato nulo podem buscar a reparação dos danos sofridos por meio de ação judicial.