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e-Tec Brasil89 Aula 20 – Impostos dos Municípios O objetivo dessa aula é que você conheça as peculiaridades dos impostos de competência dos Municípios. 20.1 Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de bens a título oneroso - ITBI O Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos tem como hipótese de incidência tributária a transmissão a qualquer título, por ato oneroso (isto é, que não seja doação) e “inter vivos”, a propriedade ou domínio útil de bens imóveis, direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos de garantia. O recolhimento do ITBI se dá no “momento de transcrição do instru- mento translativo do domínio do imóvel” no Registro Imobiliário. Em resumo, o registro imobiliário é o fato gerador do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. Como o imposto é de competência dos Municípios, o ITBI é pago no Município onde se localiza o imóvel. A base de cálculo do ITBI é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. O valor venal é o valor de mercado, o valor pelo qual foi comprado o imóvel. O contribuinte do ITBI é a pessoa indicada na lei municipal e pode variar de acordo com cada município. Em regra, é o comprador do imóvel. 20.2 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU De acordo com o artigo 32 do Código Tributário Nacional o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a proprieda- de, o domínio útil ou a posse de bem imóvel localizado na zona urbana do Município. A função do IPTU é predominantemente fiscal. Essa aula foi desenvolvida a partir do contido na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional. Ao final desta aula você saberá identificar as ca- racterísticas muito particulares de cada um dos impostos municipais. Os impostos dos Municípios são: a transmissão inter vivos de bens a título oneroso (ITBI); propriedade predial e territorial urbana (IPTU) e sobre serviços de qualquer natureza (ISS). A hipótese de incidência do IPTU é a circunstância de uma pessoa física ou jurídica ser proprietária de imóvel (prédio ou terreno urbano). A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, ou seja, o valor de com- pra e venda que esse imóvel alcançaria em condições normais no mercado. O valor venal do imóvel é obtido por meio de avaliação realizada pelas Pre- feituras, que inserem os dados no Cadastro Imobiliário. O Município só pode atualizar os valores dos imóveis mediante decreto. Figura 20.1: Apartamentos: Cada um paga um IPTU. Fonte: http://pt.wikipedia.org Na composição do valor venal são considerados o padrão ou tipo de cons- trução, a área construída, a conservação e os serviços públicos existentes nas imediações. O artigo 156, §1º da Constituição Federal estabelece que o IPTU será pro- gressivo em razão do valor do imóvel e terá alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. Assim, é comum municípios estabe- lecerem que terrenos baldios paguem uma alíquota maior, justamente para combater a especulação imobiliária. 20.3 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS - tem como fato gerador a prestação de serviços, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços de qualquer natureza, desde que não este- jam compreendidos na competência dos Estados. Dessa forma, só pode ser cobrado o ISS dos serviços que não estejam compreendidos na área do ICMS. Legislação aplicada à Logísticae-Tec Brasil 90 e-Tec Brasil91Aula 20 – Impostos dos Municípios A função do ISS é fiscal, ou seja, é importante receita tributária para os mu- nicípios. Os municípios têm autonomia para fixar as alíquotas, porém a Lei Complementar nº 116/2003, estabeleceu a alíquota máxima de 5% (cinco por cento) e a Emenda Constitucional nº 37/2002 fixou a alíquota mínima de 2% para o ISS. O ISS incide sobre serviço, que nada mais é do que um bem imaterial, fruto do esforço humano aplicado à produção ou, ainda, uma conduta humana destinada a satisfazer uma necessidade, para o qual é estabelecido um valor econômico. Estão sujeitos ao ICMS, e não ao ISS, os serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. Já o serviço de transporte de natureza municipal está sujeito ao ISS. Figura 20.2: Serviços sujeitos ao ISS: Cabeleireiros Fonte: http://pt.wikipedia.org A base de cálculo do ISS, para as empresas, é o preço do serviço executado. Agora, tratando-se do trabalho pessoal do contribuinte, o imposto tem alí- quota fixa e determinada conforme a atividade desenvolvida. O Contribuinte do ISS é a empresa, ou o trabalhador autônomo, que presta serviço tributável. Nesta aula, vimos em detalhes os 3 impostos de competência dos Municípios. Resumo Vimos os Impostos dos Municípios (e que o DF também pode instituir e co- brar): ITBI, IPTU e ISS. • Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens a título oneroso • Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana • Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza Acesse o site www.planalto.gov. br, procure em legislação a lei 116/2003 e leia na íntegra o artigo 3º da LC 116/2003. Atividades de aprendizagem 1. Pesquise no poder legislativo ou na secretaria de finanças de seu muni- cípio a(s) alíquotas do IPTU (terrenos urbanos edificados e terrenos sem construções), ISS (serviços de limpeza e conservação, guarda e estaciona- mento de veículos, serviços de medicina e serviços de diversões e entre- tenimento) e ITBI. Anotações Legislação aplicada à Logísticae-Tec Brasil 92