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Mundo Contemporâneo 2 AP1 2023.2 Profa Dra Julia Andrade A grave crise de combustível que levou Cuba a pedir socorro à sua antiga aliada Rússia Em Cuba, motoristas precisam enfrentar longas filas para conseguir abastecer seus veículos diante da escassez de combustível. Por Will Grant, BBC 10/07/2023 05h03 O taxista cubano Jorge Lloro se lembra dos laços históricos de seu país com a Rússia toda vez que se senta ao volante de seu Lada azul marinho produzido durante a era soviética. Seu carro de fabricação russa é um dos cerca de 100 mil importados pela ilha caribenha durante a Guerra Fria. Essas máquinas ajudam Cuba a contornar as limitações impostas pelo embargo econômico dos Estados Unidos há décadas. Cuba vive um dos piores momentos de sua endêmica crise econômica, acentuada por uma implacável falta de combustível que fez o país recorrer à ajuda de seu antigo aliado, a Rússia. Jorge luta para manter seu carro andando. As peças de reposição são escassas e caras. Encher o tanque com combustível é uma tarefa que leva dias. No pior momento da crise, as filas de carros nos postos de gasolina se estendiam por vários quarteirões. O problema chegou a um ponto em que o Estado precisou organizar as filas de motoristas por meio de grupos de WhatsApp. Um funcionário recolhe o contato do motorista e lhe dá um número. Quando chega a sua vez de abastecer, ele é contatado para vir com o carro. "Tenho o número 426", explica Jorge enquanto dirige até um posto de gasolina em Havana após receber a notificação. (...) As dificuldades de Cuba decorrem dos problemas de gestão de seu governo e do embargo econômico dos Estados Unidos, mas se agravaram com o colapso do turismo durante a pandemia de covid-19. (...) O problema da dependência cubana Os acordos são apresentados pela mídia estatal cubana como prova dos longos laços que unem as duas nações. Mas o economista independente Omar Everleny teme que relações mais próximas com Moscou sejam apenas uma solução de curto prazo para Cuba. As empresas russas vão exigir o pagamento integral e pontual pelo fornecimento dos recursos de que Cuba necessita, acrescenta o economista. "Não são empresas soviéticas que fornecem crédito ao governo. São empresas privadas que vão pedir benefícios em seus investimentos”, afirma Everleny. “Isso implicará mais sacrifícios para as famílias cubanas porque teremos que pagar esses empréstimos ou Putin perdoará a dívida?”, diz ele, referindo-se à decisão de Vladimir Putin, em 2014, de perdoar cerca de US$ 32 bilhões (cerca de R$ 155 bilhões, em valores atuais) da dívida cubana. O economista Omar Everleny insiste que Cuba não pode repetir o erro de depender de um único benfeitor para mitigar sua crise. "Aconteceu primeiro com a Espanha, depois com os Estados Unidos, depois com a União Soviética e finalmente com a Venezuela. Não se pode depender de um único mercado”, afirma. “Acho que Cuba precisa de uma produção estratégica própria, na qual as pequenas e médias empresas cubanas desempenhem um papel vital”. Ao final de um dia sufocante no posto de gasolina, Jorge Lloro consegue encher o tanque de seu Lada. Questões: Acima reproduzi algumas partes da recente reportagem publicada pela agencia de notícias BBC sobre a crise que Cuba enfrenta pós período de Pandemia de Covid 19. Para entender a gravidade da situação, precisamos conhecer a origem desta crise. Explique, com suas próprias palavras, as seguintes perguntas: Questão 1 (5 pontos) O que é o Embargo Econômico, quando ele se iniciou e qual era sua finalidade? Questão 2 (5 pontos) Por que Cuba se tornou o epicentro da Guerra Fria e como ela sofre por essas consequências até os dias atuais?