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Atualidades para Concursos

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Atualidades
 
AUTORIA: Profª Cassio Albernaz 
 
PROFESSOR DA DISCIPLINA: Prof. Ddo. Cassio Albernaz 
(cassioalbernaz@hotmail.com) 
 
 
 
 
CONTEÚDOS DE ATUALIDADES EDITAL MAIO 2011 
 
 
Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como: 
1. política 
2. economia 
3. sociedade 
4. educação 
5. tecnologia e energia 
6. relações internacionais 
7. desenvolvimento sustentável e responsabilidade 
socioambiental 
8. segurança e ecologia e suas vinculações históricas 
 
PREVISÃO DE QUESTÕES: 10 de um total de 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
   
POLÍTICA  .............................................................................................................. 03 
ECONOMIA  .......................................................................................................... 05 
SOCIEDADE  .......................................................................................................... 14 
EDUCAÇÃO  .......................................................................................................... 18 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS  ............................................................................... 23 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, RSA E ECOLOGIA  ....................................... 34 
SEGURANÇA  ........................................................................................................ 43 
 
EXERCÍCIOS  .......................................................................................................... 47 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
CONCURSO BANCO DO BRASIL (2011) 
Prof. Ddo. Cássio Albernaz1 
cassioalbernaz@hotmail.com 
 
O que é uma prova de atualidades? Corriqueiramente, os alunos, dos mais diversos 
níveis, me direcionam essa pergunta. A resposta não é tão óbvia quanto parece, pois 
existem entendimentos diversos sobre o seu conteúdo. A origem de tal confusão, começa 
nos programas de prova das diferentes instituições organizadoras. Diferentes bancas 
possuem diferentes entendimentos sobre o que vem a ser uma prova de atualidades. 
Apesar das dificuldades e dos questionamentos que se podem levantar existem alguns 
terrenos seguros aos quais podemos nos debruçar. Como uma possibilidade de desvendar 
esse “nó” devemos, por bom senso, definir algumas prioridades. Inicialmente, entender 
“atualidades” como o domínio global de tópicos atuais e relevantes. A relevância de tais 
tópicos, se dá em função dos objetivos que se almejam, ou seja, do “conteúdo 
programático” do concurso que procura orientar o candidato destacando os tópicos em 
que se deverá estar atento. 
 
No caso específico da prova do Banco do Brasil, e de sua organizadora a Fundação 
Carlos Chagas, deve-se ter atenção aos tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais 
como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações 
internacionais, desenvolvimento sustentável, responsabilidade socioambiental, segurança 
e ecologia, e suas vinculações históricas. 
Assim, já sabemos que nem tudo nos interessa, mas será que é importante saber o nome 
do Presidente da Costa do Marfim? Ou se ele esta cumprindo com suas promessas de 
campanha? Ou qual é o déficit da balança comercial da Venezuela? Afinal, todas essas 
questões, a princípio, encontram-se ligadas aos tópicos relacionados. 
Uma possível solução desse problema, por ora levantada, não se encontra explicitamente 
no programa do concurso, mas fica subentendido por questão de bom senso. Ou seja, 
refere-se a “atualidades” e seus tópicos, através da definição de prioridades e de um 
desencadeamento global de conhecimentos e noções de fatos que se relacionam a 
atualidade brasileira e internacional. Temporalmente, isso abrange fatos mais relevantes 
relacionados aos tópicos, durante o ano corrente, e fatos anteriores relevantes para os 
desdobramentos atuais dos mesmos. 
 
Desde já chama-se a atenção para o fato que o conteúdo de atualidades é muito 
diferente de outros conteúdos. Não existem fórmulas, macetes, atalhos, resumos, 
 
 Material Exclusivo para os alunos do curso CASA DO CONCURSEIRO. 
1 Pesquisador doutorando em História das Sociedades Ibéricas e Americanas (PUCRS) com doutorado sanduíche na Université Paris 
I/PANTHÉON SORBONNE. Desenvolve pesquisa sobre as elites políticas e o pensamento político brasileiro. Atualmente, em fase de 
pesquisa na Universidade de São Paulo (USP). Professor de atualidades com experiência em diversos concursos há mais de 6 anos, 
ministrando aulas no Rio Grande do Sul, São Paulo e Brasília. 
 
ATUALIDADES 
 
 
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musiquinhas, ou qualquer outro estratagema capaz preparar um aluno para tal 
empreitada. O que existe é interesse e leitura. O que o nosso curso oferece, então, são 
algumas chaves de interpretação, modos de pensar e relacionar os conteúdos, bem como 
o direcionamento para a prova. 
Portanto, dispomos a seguir um “clipping” de notícias e textos suplementares atuais 
e relevantes retirados de diversas fontes de imprensa e sites nacionais e internacionais. 
Essa “clipagem” permite não só “colocar em dia” as discussões como orientar quais temas 
são relevantes para se acompanhar. Tais notícias extraídas de fontes diversas por ora se 
repetem, o que possibilita a leitura crítica de diferentes fontes. Alerta-se desde já, que não 
adianta “decorar” as notícias, mas sim é importante interpretá-las e relacioná-las. 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
 
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LEI DA FICHA LIMPA 
STF decide que só vale a partir de 2012 
O STF (Supremo Tribunal Federal) anulou no dia 23 de março a validade da Lei da 
Ficha Limpa nas eleições passadas. Com isso, 149 candidatos impedidos de tomar posse 
devido a condenações judiciais poderão assumir os cargos em todo o Brasil. 
A Lei Ficha Limpa tornou mais rigorosos os critérios que impedem os políticos 
condenados pela Justiça de se candidatarem nas eleições. Ela foi aprovada no ano 
passado e saudada como um mecanismo de combate à corrupção no país. 
Os ministros do Supremo decidiram que a lei não tem validade para as eleições de 
2010 – quando foram escolhidos presidente, governadores, deputados e senadores – em 
razão do princípio de anualidade. De acordo com a Constituição Federal, qualquer 
mudança na legislação eleitoral só é válida se for promulgada um ano antes das eleições. 
Ou seja, não se podem mudar as regras do jogo no meio do processo eleitoral. 
Por isso, a lei só será aplicada a partir das eleições municipais de 2012. Mas, até lá, 
o Supremo irá ainda analisar recursos que questionam outros aspectos da 
constitucionalidade da lei. 
 
Barrados 
 
Com base na Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de 
candidatura de 149 candidatos nas eleições de 2010. Os candidatos agora poderão ter os 
votos validados. 
A decisão cabe aos magistrados que cuidam de cada processo. Contudo, como o 
STF é o órgão máximo da Justiça brasileira, o que ele decide acaba sendo estendido para 
as demais instâncias. 
Entre os políticos beneficiados com a decisão do Supremo estão Jader Barbalho 
(PMDB-PA), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), João Capiberibe (PSB-AP) e Marcelo Miranda 
(PMDB-TO), eleitos para o Senado, e João Alberto Pizzolatti (PP-SC), Janete Capiberibe 
(PSB-AP) e Nilson Leitão (PSDB-MT), eleitos para a Câmara dos Deputados. 
As mudanças devem alterar também a composição de Assembleias Legislativas e 
Câmara dos Deputados estaduais. 
A proposta chegou ao Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular 
(PLP), que é quando o projeto tem origem na sociedade civil. Ela entrou na pauta de 
votações do Congresso por pressão popular. 
A Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64 de 1990. Esta lei estabelece 
critérios de impedimento paraa candidatura de políticos, de acordo com a Constituição. 
A principal mudança com a Ficha Limpa é que ela proíbe que políticos condenados 
por órgãos colegiados, isto é, por grupos de juízes, de se candidatem às eleições. Pelas 
regras anteriores (que vigoraram nas eleições passadas), o político ficaria impedido de se 
candidatar somente quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado de 
decisão transitada em julgado. O trâmite pode demorar até uma década, o que acaba 
beneficiando os réus. 
A Lei Ficha Limpa, ao contrário, torna inelegível o réu que for condenado por um 
grupo de juízes que mantiver a condenação de primeira instância, além daqueles que 
tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado. 
Depois de anularem a validade da lei para as eleições passadas, os ministros do 
Supremo devem debater se essa mudança é constitucional ou não. Acontece que o artigo 
5º da Constituição afirma que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória”. 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
Se a Corte Suprema entender que a Ficha Limpa contraria o artigo, condenando o 
réu antes de esgotadas todas as possibilidades de recursos, a lei poderá perder sua 
principal contribuição para a legislação eleitoral brasileira. 
 
FONTE: atualidades Uol. 
 
 
PALOCCI PROBLEMA 
 
Na versão solução, ele é um bálsamo para o governo e para o país. Na versão 
encrenca, ele deixa muita gente assustada. 
Antonio Palocci angariou tamanho respeito desde que apareceu do nada para ser 
ministro da Fazenda no primeiro governo Lula que fica difícil encontrar um exemplo 
histórico que ilustre essa situação excepcional. Nos governos militares, Delfim Netto era 
poderoso demais para ter de cativar as pessoas pelo convencimento como Palocci se viu 
obrigado a fazer. Na redemocratização, houve personagens mais remidos, com maior 
influência sobre o presidente da República e até mais populares do que Palocci, mas 
nenhum combinou melhor todas essas características em uma única pessoa do que o atual 
ministro da Casa Civil. 
Por isso, quando Palocci aparece na região do inferno, todo o mapa do zodíaco 
político, não apenas o de Brasília, entra em turbilhão. É o que vem ocorrendo desde que o 
jornal Folha de S. Paulo revelou que o patrimônio dele se multiplicou por vinte no período 
de quatro anos - justamente aqueles em que Palocci passou em aparente ostracismo, 
cumprindo o mandato de deputado federal pelo PT de São Paulo, apeado que fora do 
núcleo do poder do governo Lula por um bizarro escândalo cujo lance final e menos 
republicano foi a quebra do sigilo bancário de um pobre caseiro que teve o azar de 
testemunhar certos fatos ocorridos em certa mansão na capital federal. Palocci superou 
tudo e, no governo Dilma Rousseff, voltou ainda mais forte ao coração do poder em 
Brasília. Agora, a origem da súbita fortuna do médico sanitarista feito mestre da política e 
da economia volta a assombrar. Palocci não deve ser investigado, mas deve uma 
explicação aos brasileiros. 
Tão hábil, transparente, afável e conciliador na vida pública, Palocci consegue de 
tempos em tempos destruir tudo o que construiu - talvez pelo excesso de confiança de 
que pode recolocar tudo no lugar. Se valer a vontade do mundo empresarial brasileiro, 
que Palocci conquistou por ser um raro elemento de racionalidade em Brasília, ele 
consegue se pôr de pé puxando os próprios cadarços dos sapatos. "Se em um almoço com 
o PIB Palocci disser na salada que precisa de alguns milhões, quando chegar a sobremesa 
o dinheiro estará na conta dele ou de quem ele mandar, diz um grande banqueiro, 
perplexo com o escândalo que envolve o atual ministro da Casa Civil. 
O que pesa contra Palocci? Resumindo, o patrimônio declarado por ele parece 
incompatível com os ganhos de deputado federal. Segundo a reportagem do jornal 
paulistano, em 2009 o então deputado federal pelo PT comprou um escritório na capital 
paulista por 882 000 reais. No ano seguinte, adquiriu outro apartamento por 6,6 milhões 
de reais. As aquisições não poderiam ser feitas apenas com os vencimentos e outras 
vantagens percebidas por um deputado federal. Palocci explicou que o dinheiro para a 
compra dos apartamentos veio de ganhos auferidos por sua empresa de consultoria, a 
Projeto, que funcionou a plena carga nos quatro anos em que ele esteve no plenário da 
Câmara dos Deputados - e foi desativada antes que assumisse o mais conspícuo cargo no 
governo Dilma Rousseff. 
 
ATUALIDADES 
 
 
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Não é crime nem agride a ética um deputado ser também empresário. Ele só não 
pode fazer três coisas. A primeira é negociar diretamente com o governo. A segunda é 
intermediar negócios que facilitem o acesso de empresas privadas aos cofres públicos. A 
terceira - bem, a terceira é ampla e universalmente desrespeitada - é usar as informações 
obtidas no exercício parlamentar para ajudar sua própria empresa ou a de terceiros a 
influenciar a trarnítação de projetos no Congresso Nacional. Palocci garante não ter 
cometido nenhum dos deslizes acima, mas se negou a nomear seus clientes, alegando 
estar impedido de fazer isso pelos termos de confidencialidade dos contratos que assinou.
A reação pública de Palocci foi um desastre. Ele divulgou uma nota na qual, em 
resumo, desafiava: "Fiz, mas quem não faz?". Lembrou que existe muito político que 
também é empresário e que, no passado, banqueiros viraram servidores públicos e 
funcionários públicos viraram banqueiros ao abandonar seus cargos oficiais. Dos 513 
deputados e 81 senadores, 273 exercem atividades empresariais. Nesse universo, as 
consultorias desempenham um papel preponderante, que é justamente aquele que 
Palocci garante não ter feito: atalhar os caminhos que levam ao sucesso de um projeto em 
tramitação no Congresso Nacional. A inadequação da resposta pública de Palocci, enviada 
por e-mail a centenas de aliados e adversários, foi total. A certa altura, a mensagem 
lembra que o "valor de um ex-ministro da Fazenda é muito alto". Não haveria maneira 
mais eficiente de causar desconfiança. Mas, tomando o mote, onde empresas teriam 
enxergado valor no ex-ministro Palocci a ponto de lhe dar alguns milhões de reais? 
O Grupo WTorre admitiu ter contratado a Projeto. A WTorre é uma empreiteira que 
fez doações às campanhas de Palocci em 2006 e de Dilma em 2010. Nos últimos quatro 
anos, fechou negócios com fundos de pensão, estatais e com a Petrobras. Palocci admite 
ter ido a "reuniões pagas, mas sem contratos" com a WTorre quando a empresa estava 
em via de abrir o capital em bolsa. As reuniões teriam ocorrido muito antes de a empresa 
ter sido brindada com a generosidade de aportes financeiros dos fundos de pensão. 
Palocci fez palestras pagas pela Amil, operadora de saúde que tem sua atuação 
fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde e cujos diretores nomeados passam pelo crivo 
da Casa Civil. Difícil ver nisso agressão à ética. As duas palestras que ele fez por 27 000 
reais cada uma a convite do setor de açúcar e de álcool caem na mesma categoria. Não 
sugerem falta de ética e não explicam o aumento do patrimônio. A presidente Dilma pediu 
explicações. Palocci contou que ganhou dinheiro dando consultoria sobre riscos cambiais 
entre julho e setembro de 2008. Palocci disse que, por ter sido ministro da Fazenda e se 
tomado um competente economista sem diploma (o que ninguém discute), viu com maior 
clareza o tamanho do perigo cambial. Ele teria ajudado diversas empresas a desmontar 
suas arriscadas operações com os voláteis derivativos cambiais. A uma delas, com 
exposição de 250 milhões em derivativos, ele teria evitado um prejuízo de 5 bilhões. É 
ruim quando um ministro da estatura de Palocci tem de dar explicações - mas péssimo 
mesmo é não dá-las e apostar que as nuvens negras se dissipem. 
 
Fonte: Veja - 23/05/2011 
 
SUPERMINISTRO, SUPERALVO 
Homem mais forte do governo Dilma, Palocci entra na mira de aliados contrariados 
e tem variação patrimonial questionada pelosadversários. Antônio Palocci é o homem 
forte do governo Dilma Rousseff. Todas as nomeações de segundo e terceiro escalões 
passam pelo crivo do ministro da Casa Civil. As negociações com a base aliada só 
avançam após a sua intervenção. Os contatos com os empresários lhe foram delegados, 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
até porque ele mantém os canais abertos com o setor produtivo desde que ocupou o 
Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula. Por determinação de Dilma, também 
cabe à Casa Civil fazer a triagem das demandas dos demais ministros, antes das 
audiências oficiais no Palácio do Planalto. Com tanto poder nas mãos, Palocci virou 
vidraça. 
No domingo 15, o jornal “Folha de S. Paulo” revelou que em quatro anos o 
patrimônio do ministro cresceu 20 vezes. Em 2006, ele declarou possuir bens que 
somavam R$ 375 mil, mas no ano passado comprou um apartamento de luxo por R$ 6,6 
milhões, em apenas duas parcelas. Em 2009, já havia adquirido um escritório por R$ 882 
mil. Como deputado federal, entre 2006 e 2010 Palocci recebeu R$ 974 mil. Os dois 
imóveis, no entanto, estão em nome da empresa de consultoria Projeto, da qual o 
ministro possui 99,9% do capital. Palocci não negou o aumento de seu patrimônio e na 
noite do próprio domingo disse que comprou os imóveis com a renda dos serviços de 
consultoria econômico-financeira prestados pela Projeto durante o período em que era 
deputado federal. “O patrimônio auferido pela consultoria foi fruto desta atividade e é 
compatível com as receitas realizadas nos anos de exercício”, ressaltou o ministro. Ele 
disse ainda que, depois das eleições do ano passado, mudou o objeto social da empresa –
que hoje apenas administra os próprios imóveis – para não haver conflito de interesses 
com suas atividades na Casa Civil. Palocci afirmou também que todas as informações 
sobre a Projeto foram prestadas à Comissão de Ética Pública da Presidência, antes de sua 
posse no ministério. 
O presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, ratificou as explicações de Palocci. 
No Palácio do Planalto, as justificativas do ministro para a variação patrimonial foram 
consideradas satisfatórias e Palocci passou a ser defendido pelos mais próximos da 
presidente. “Ele é fundamental. Tem demonstrado competência e incrível empenho no 
apoio à presidente e na coordenação do governo”, disse o ministro da Secretaria-Geral da 
Presidência, Gilberto Carvalho, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.
Durante a semana passada, a multiplicação do patrimônio de Palocci continuou a rondar o 
Planalto. Embora pesos pesados da oposição como José Serra e Aécio Neves tenham 
optado pela cautela no lugar dos ataques virulentos, o PPS e o DEM tentaram convocar o 
ministro para explicar no Congresso a origem do dinheiro movimentado por sua empresa 
de consultoria. Querem que Palocci diga quais eram os seus clientes e como em pouco 
tempo a empresa conseguiu movimentar recursos suficientes para comprar à vista imóveis 
no valor de aproximadamente R$ 7,5 milhões. Saíram derrotados. O plenário da Câmara, 
por 266 votos a 73, derrubou o requerimento de convocação. 
Na noite da quinta-feira 19, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, única 
autoridade com competência para investigar o ministro, recebeu de Palocci novos 
esclarecimentos. O ministro se antecipou a uma eventual investigação na procuradoria e 
disse que, durante os quatro anos em que foi deputado, prestou serviços de consultoria 
empresarial para cerca de 20 empresas, entre elas bancos, montadoras e indústrias. 
Afirmou que um de seus clientes fatura R$ 350 milhões por mês. Palocci disse ainda ao 
procurador-geral que cerca de 70% do faturamento de sua empresa ocorreu no segundo 
semestre do ano passado, quando teria comunicado aos clientes que iria deixar as 
consultorias. Segundo o ministro, os recursos vieram com o fim dos contratos. Na sexta-
feira 20, a “Folha de S. Paulo” informa que em 2010 a Projeto faturou R$ 20 milhões. 
No Brasil é permitido legalmente que um parlamentar possua empresas de 
consultoria desde que não transforme sua atividade parlamentar em lobby. A variação 
patrimonial do ministro só se tornou pública em razão de divergências políticas ocorridas 
no PT. Como suas decisões não têm o condão de agradar a todos, ele se torna alvo de 
fogo amigo. No PT, é dado como certo que a origem do ataque a Palocci é o ex-ministro 
 
ATUALIDADES 
 
 
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José Dirceu, que não tem conseguido emplacar alguns afilhados no segundo escalão. Além 
disso, Dirceu também credita a Palocci a responsabilidade por denúncias recentes de que 
teria praticado tráfico de influência no governo Lula. Segundo as apurações feitas pelo 
Planalto, as informações sobre a empresa de Palocci teriam chegado à imprensa por 
intermédio de pessoas ligadas ao PT de São Paulo. 
Há ainda o fato de que setores do PT e de partidos da base aliada estariam 
insatisfeitos com a forma de atuar do ministro. Isso teria ficado mais evidente há cerca de 
duas semanas, na negociação do novo código florestal. Líderes do governo e dos partidos 
aliados discutiam com o relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB – SP), em um 
apartamento em Brasília, alguns pontos do projeto. Foram surpreendidos quando Palocci 
chegou e ditou todos os pontos que deveriam defender, sem dar o menor espaço para 
discussão. Até aqui Palocci tem resistido e continua superpoderoso em Brasília, o que 
permite prever que seus desafetos não desistirão dos ataques. Novas investidas são bem 
mais que prováveis. 
 
Fonte: Isto é - 23/05/2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
 
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REUNIÃO DO G20 
Entenda o que é a "guerra cambial" 
O G20, grupos das vinte maiores economias do mundo, se reúne esta semana, 
entre os dias 10 e 12 de novembro, em Seul, capital da Coreia do Sul. O principal assunto 
do encontro será a chamada "guerra cambial". A disputa monetária vem afetando 
sobretudo países emergentes, como o Brasil. 
"Guerra cambial" é um conjunto de medidas econômicas adotada por governos 
para desvalorizar suas moedas. Os países fazem isso porque, com a moeda nacional 
"fraca", os produtos para exportação ficam mais baratos no mercado internacional e, 
assim, ganham competitividade. 
Para entender como isso acontece e como prejudica países como o Brasil, vamos 
primeiro analisar as estratégias dos dois maiores protagonistas da "guerra cambial": os 
Estados Unidos e a China. Não por acaso, são também, atualmente, as duas maiores 
potências econômicas mundiais. 
Os economistas entendem que a disputa se iniciou quando os Estados Unidos 
colocaram mais dólares em circulação no mercado. Somente no dia 3 de novembro, o 
Federal Reserve (Fed, o banco central americano), anunciou a "injeção" de US$ 600 
bilhões (R$ 1 trilhão) nos mercados até 2011. 
É a mesma coisa, por exemplo, se um país tivesse uma safra muito grande de 
milho numa determinada estação. Com mais milho na praça, o produto seria 
desvalorizado, isto é, seu preço iria cair nas feiras livres e supermercados. Com a moeda 
acontece o mesmo. Com mais dólares em circulação, o dinheiro americano se desvaloriza 
frente às outras moedas, como o real. 
O governo americano adotou essa medida porque precisava exportar mais para 
recompor sua economia, afetada pela crise financeira internacional de 2008. Como o 
mercado interno não dava conta disso, pois as pessoas estão desempregadas ou 
poupando mais do que gastando, a solução foi apelar para o mercado externo. 
Para isso, é preciso tornar os preços mais competitivos (principalmente em relação 
aos chineses). Daí as medidas para "enfraquecer" a moeda. 
Desse modo, um brasileiro que pagava três vezes mais por um produto americano, 
em dólar, hoje, com a moeda americana a menos de R$ 2, paga, o mesmo produto, bem 
mais barato, ou seja, este se torna mais atrativo para o consumidor. 
 
China 
 
Mas o grande vilão da história, dizemos especialistas, é a China. O país 
desvalorizou primeiro sua moeda, o yuan, por meio do câmbio fixo. Câmbio fixo significa 
que a cotação da moeda local é controlada pelo Estado. Ou seja, é o governo que 
determina o quanto vale o dinheiro em relação ao dólar. É o contrário do que acontece na 
maioria dos países, onde se adota o chamado câmbio livre, que é quando a cotação é 
definida pelas operações no mercado financeiro. 
Soma-se a isso o fato da China ser o maior exportador mundial e está criado um 
problema e tanto. A reação dos demais países, como os Estados Unidos, foi o que deu 
início à "guerra cambial". 
Recentemente, até o presidente Luis Inácio Lula da Silva reclamou da "guerra 
cambial" travada entre a China e os Estados Unidos. E ele não está sozinho nessa queixa. 
A desvalorização da moeda americana prejudica as economias de outros países, tanto no 
mercado externo (pois os produtos ficam mais caros e perdem na concorrência com os 
estrangeiros) quanto no interno, pois as importações ficam mais baratas. 
11 
ATUALIDADES 
 
 
 
 
Imagine um empresário brasileiro que vende uma câmera digital por R$ 300 no 
mercado nacional. Aí chega ao Brasil um produto chinês que custa US$ 90, o que dá 
pouco mais de R$ 150 - a metade do que custa o mesmo artigo brasileiro. Mesmo que o 
empresário reduza os custos de produção para tentar tornar seu eletrônico mais 
competitivo com o chinês, ele não irá conseguir. Sua única opção será demitir 
funcionários. Fazendo isso, ele cria um "efeito dominó": com mais gente desempregada, 
cai o consumo e outras empresas também vendem menos. 
Para evitar um estrago maior, alguns governos promoveram intervenções cambiais 
(isto é, na moeda) e fiscais (em tributos). O objetivo é frear a queda do dólar e do yuan. 
Países emergentes, com economias estáveis e, por isso, atrativas para investidores, ficam 
mais vulneráveis à "guerra cambial". 
O governo brasileiro, entre outras medidas, elevou de 2% para 4% (e depois, para 
6%) o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este imposto é cobrado sobre 
investimentos estrangeiros em rendas fixas, como títulos do governo. Na prática, o ajuste 
visa a conter a enxurrada de dólares no país. 
 
Negociações 
 
Porém, a solução definitiva, segundo economistas, depende da manutenção do 
câmbio livre com algumas medidas de controle por parte dos governos. Isso vai depender 
de negociações entre os líderes mundiais. A China, por exemplo, teria que valorizar mais a 
sua moeda. Para discutir estas propostas, o G20 reúne, em seu quinto encontro, 
presidentes e ministros da Fazenda do mundo todo. Representando o Brasil, estarão 
presentes, além de Lula, a presidente eleita, Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda 
Guido Mantega. 
O G20 foi criado em 1999 com o objetivo de propor soluções em conjunto para a 
economia mundial. O primeiro encontro foi realizado em Berlim, capital da Alemanha. 
Juntos, os países membros representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto) e 80% do 
comércio globais, assim como dois terços da população mundial. 
A Coreia do Sul é o primeiro país asiático e o único que não faz parte do G8 (grupos 
das oito maiores economias do mundo) a sediar a cúpula. Ao final do evento, a 
presidência do G20 será passada para a França. 
 
Fonte: Atualidades Uol. 
 
CRISE NO FMI 
 
19/05/2011- O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique 
Strauss-Kahn, renunciou ontem (18) ao cargo. Ele está preso desde o último dia 14 em 
Nova York, após ser acusado de abuso sexual e tentativa de estupro por uma camareira 
de um hotel de Manhattan, onde estava hospedado. Mesmo depois de renunciar, Strauss-
Kahn continua se declarando inocente das acusações. 
Em comunicado divulgado pelo FMI, Strauss-Kahn, de 62 anos, disse ter informado 
ao comitê executivo do órgão sua intenção de deixar o cargo imediatamente. Ele afirmou 
que decidiu apresentar a renúncia “com infinita tristeza”. 
“Neste momento penso primeiro em minha mulher – a quem amo mais do que 
qualquer coisa –, em meus filhos, em minha família, em meus amigos. Também penso em 
 
ATUALIDADES 
 
 
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meus colegas no Fundo; juntos, alcançamos tantas coisas grandes nos últimos três anos”, 
disse. 
Strauss-Kahn, que está detido na Prisão de Rikers Island, em Nova York, deve fazer 
um novo pedido de liberdade sob fiança ainda hoje (19). No começo desta semana, a 
Justiça de Nova York negou um pedido de fiança, no valor de US$ 1 milhão, alegando que 
ele poderia fugir dos Estados Unidos para a França, seu país de origem. 
Após reafirmar que nega “com a maior firmeza possível” as acusações contra ele, 
Strauss-Kahn disse querer proteger o FMI e dedicar toda a força e energia em provar sua 
inocência. O FMI afirmou que informará “no futuro próximo” sobre o processo de seleção 
de um novo diretor-geral. 
O atual vice-diretor-geral, o americano John Lipsky, vem exercendo o cargo 
interinamente desde a prisão de Strauss-Kahn. A relação de potenciais candidatos, com o 
apoio dos europeus e norte-americanos, inclui a ministra das Finanças da França, Christine 
Lagarde, e o ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha Gordon Brown. 
Dos países emergentes, querem concorrer ao cargo o ex-ministro da Economia da 
Turquia Kemal Dervis, o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, e o ex 
ministro das Finanças da África do Sul Trevor Manuel. 
 
Fonte: Abin 
 
BRASIL TEM 16,2 MILHÕES DE PESSOAS EM EXTREMA POBREZA, O 
EQUIVALENTE À POPULAÇÃO DO RIO 
 
Nos preparativos para o plano nacional de combate à miséria, o governo detectou pelo 
menos 16,2 milhões de pessoas vivendo hoje em condições extremas de pobreza, o equivalente à 
população do Estado do Rio de Janeiro, o terceiro mais populoso do Brasil. A informação foi dada 
nesta terça-feira (3), quando o Ministério do Desenvolvimento Social estabeleceu o valor de R$ 70 
per capita ao mês como referência para definir quem são os brasileiros mais carentes. 
Por essa medida, a região Nordeste é a que conta com mais pessoas em extrema pobreza. 
São 18,1% da população, em comparação com os 8,5% nacionais. Em seguida aparecem o Norte 
(16,8), Centro-Oeste (4), Sudeste (3,4) e Sul (2,6). 
Os números, baseados em dados do Censo 2010, ajudarão a formular o plano Brasil Sem 
Miséria, uma das principais bandeiras eleitorais da presidente Dilma Rousseff. Eles indicaram que 
8,5% da população nacional contam com renda mensal até R$ 70 – quantia próxima a indicadores 
internacionais para aferir pobreza extrema, de acordo com a ministra Tereza Campello. Ela afirmou 
que essa população tem difícil acesso a serviços públicos apesar de ser foco de ações 
governamentais. 
“Essa é a população mais vulnerável e, mesmo assim, os serviços públicos não estão 
chegando. Queremos que os serviços que já existem sirvam a essa população”, disse Campello, ao 
lado dos presidentes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, e do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eduardo Nunes. “Pretendemos ir a essa 
população, não fazer um chamamento e dizer que os equipamentos do Estado estão lá.” 
 Conforme a linha de extrema pobreza anunciada nesta terça-feira, entre cada dez 
brasileiros um vive nas piores condições, incluindo aí beneficiários do programa Bolsa Família. O 
presidente do IPEA afirmou que essa informação ajudará a separar níveis de falta de recurso e 
focar melhor as políticas. “Não tínhamos na área social uma linha que estabelecesse parâmetros 
nem tínhamos metas para a área social. Essa linha de R$ 70 define”, disse. 
Os dados obtidos pelo Censo, feito em meados do ano passado, são preliminares e podem 
ser ajustados mais adiante. A ministra do Desenvolvimento Social disse ainda que o valor de R$ 70 
deve revisto no futuro de acordo com um índice ainda a ser definido. 
 
Meta para 2016 
 
13 
ATUALIDADES 
 
 
 
 
O Ipea já divulgou estudos com previsão de fim da pobreza extrema no Brasil até 2016. Em 
seu discurso de posse, Dilma afirmou que acabarcom a miséria será o foco de sua gestão, até 
2014. O principal plano da área social do governo, a ser anunciado nos próximos dias, visará 
universalizar o acesso a programas de transferência de renda, ampliar e melhorar serviços públicos 
e capacitar mão-de-obra, com investimentos em saúde e educação. 
De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), que nos próximos 
anos ajudará a ajustar os números da linha de pobreza extrema, com renda de até meio salário 
mínimo por mês, quase 25 milhões de brasileiros deixaram as condições mais carentes entre 1995 
e 2008. 
FONTE: UOL 
 
GASTO DE BRASILEIROS NO EXTERIOR SOBE PARA US$ 1,943 BILHÃO EM 
ABRIL 
 
No mesmo mês de 2010, gasto ficara em US$ 1,229 bilhão.De janeiro a abril, brasileiros já 
deixaram US$ 6,667 bilhões lá fora. 
 
Investimento externo direto no Brasil somou US$ 5,5 bilhões em abril 
 
Os turistas brasileiros gastaram US$ 1,943 bilhão no exterior em abril. Nos primeiros quatro 
meses deste ano, o valor deixado pelos brasileiros durante viagem a outros países já soma US$ 
6,667 bilhões. 
Em abril do ano passado, este gasto foi de US$ 1,229 bilhão. E entre janeiro e abril de 
2010, ficou em US$ 4,570 bilhões. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (25) pelo 
Banco Central. 
O déficit no saldo das viagens (diferença entre o que os brasileiros deixaram no exterior e o 
que estrangeiros gastaram aqui) foi de US$ 1,404 bilhão em abril e chega a US$ 4,330 bilhões no 
primeiro quadrimestre. Ambos os valores são os mais altos de toda a série histórica do BC. 
Fonte: G1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
 
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SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
MOVIMENTOS SOCIAIS TERÃO PAPEL FUNDAMENTAL PARA AJUDAR A 
ERRADICAR A MISÉRIA 
 
Os movimentos sociais terão um papel de destaque na erradicação da miséria, segundo a 
ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que participou, nesta 
terça-feira (23) da reunião de ministros e assessores com a presidenta Dilma Rousseff, para 
debater o plano Brasil sem Miséria. "A rede de organizações não governamentais será 
importante instrumento para ajudar o governo federal a identificar pessoas que ainda estão fora 
de alcance das políticas públicas", disse a ministra, destacando o papel que os segmentos sociais 
vão desempenhar na proposta de superação da extrema pobreza. 
Para a ministra, a idéia que orienta o plano é que a pobreza seja olhada em suas várias 
dimensões. "O objetivo é chegar a 2014 com elevação de renda e de melhoria das condições de 
vida dos 16,2 milhões de pessoas que ainda permanecem na extrema pobreza, apesar dos 
avanços dos últimos anos", ressaltou a ministra. Ela sinalizou que o Cadastro Único será o grande 
instrumento de planejamento para o conjunto das ações do setor público. O plano está sendo 
desenhado sobre três eixos: transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão 
produtiva. 
Estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 16,267 
milhões de brasileiros têm renda per capta de até R$ 70 por mês, o público alvo da campanha. O 
estudo apontou que os brasileiros extremamente pobres – 8,5% da população – estão 
concentrados principalmente na região Nordeste, totalizando 9,61 milhões de pessoas (59,1%), 
sendo a maioria no campo (56,4%). 
O debate sobre o Plano do Brasil sem Miséria com os movimentos sociais continua nesta 
semana. Estão programados diálogos representantes de entidades patronais, sindicatos de 
trabalhadores e igrejas. 
Segundo o IBGE, dos brasileiros extremamente pobres nas áreas urbanas (8,67 milhões), 
pouco mais da metade vive no Nordeste (52,6%) e cerca de um em cada quatro na região 
Sudeste (24,7%). De um total de 29,83 milhões de brasileiros residentes no campo, cerca de um 
quarto se encontra na extrema pobreza (25,5%), totalizando 7,59 milhões de pessoas. As regiões 
Norte e Nordeste apresentam valores relativos próximos (35,7% e 35,4%, respectivamente) de 
população rural extremamente pobre. 
Fonte: Portal Brasil 
Publicado em: 24/05/2011 
 
MARANHÃO CONCENTRA MAIS MISERÁVEIS; SC É O ESTADO QUE TEM MENOS 
 
O Maranhão é o Estado que tem proporcionalmente a maior concentração de pessoas em 
condições extremas de pobreza. Da população de 6,5 milhões de habitantes, 1,7 milhão está 
abaixo da linha de miséria (ganham até R$ 70 por mês). Isso representa 25,7% dos habitantes -
mais que o triplo da média do país, que é de 8,5%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira 
pelo IBGE. 
O conceito de miséria foi estabelecido oficialmente na semana passada pelo governo 
federal, que resolveu considerar em estado de pobreza extrema quem ganha até R$ 70 por mês 
Fonte: UOL Economia 
 
OMS DIZ QUE BRASIL É QUINTO PAÍS COM MAIS MORTES NO TRÂNSITO 
Dados de 2007 mostram que 35,1 mil brasileiros perderam a vida, enquanto no mundo foram 1,2 
milhão 
O Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito de todo o mundo. O alerta é da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), que nesta semana publica o maior estudo já realizado 
sobre o impacto dos desastres para a saúde. 
 
ATUALIDADES 
 
 
16
Para poder comparar todos os países, a OMS utilizou dados de 2007. Naquele ano, houve 
35,1 mil mortes causadas por veículos no Brasil. Em termos absolutos, esse número só é inferior 
ao de outros quatro países: Índia (105,7 mil), China (96,6 mil), Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia 
(35,9 mil). 
Percentualmente, o Brasil ocupa uma posição intermediária, com 18 mortes para cada 100 
mil habitantes. Nesse caso, a taxa é superior à dos Estados Unidos (13) e inferior à da Rússia (25), 
por exemplo. Os maiores índices se concentram no Leste do Mediterrâneo e nos países africanos. 
Holanda, Suécia e Reino Unido têm as menores taxas, segundo a pesquisa. 
 
 
APENAS 15% DOS PAÍSES TÊM LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Hoje, os acidentes nas estradas já são a décima maior causa de mortes no mundo. 
Segundo a organização, esses desastres matam 1,2 milhão de pessoas por ano. Quase metade das 
vítimas não estava de carro – foram 584 mil pedestres e ciclistas mortos em acidentes, 
representando 46% do total das mortes. No Sudeste Asiático, esse índice é ainda mais alarmante: 
80% das mortes no trânsito envolveram pessoas que sequer têm carro. 
Para os especialistas, preocupa que o número de acidentes continue crescendo nos países 
emergentes. Diante do aumento da renda nesses países, o número de carros também cresceu. 
Mas não necessariamente os dispositivos de segurança. Os dados também indicam que, nos países 
ricos, a taxa de mortes está estável. Nos países em desenvolvimento, é diferente. 
 Cerca de 90% dos acidentes ocorrem nesses países mais pobres, mesmo que essas 
economias tenham metade dos carros do mundo – afirmou Etienne Krug, diretor do Departamento 
de Violência da OMS. Apenas 15% dos 178 países avaliados têm uma legislação completa em 
relação ao trânsito, incluindo limites alcoólicos, limites de velocidade dentro de cidades e 
obrigatoriedade no uso de capacetes. O problema é que, mesmo nos países onde existem as leis, 
o cumprimento é falho. 
A pesquisa mostra que menos de 60% dos países têm leis que exigem o cinto de 
segurança para todos os ocupantes do veículo. Entre os países mais pobres, a taxa é de apenas 
38%. Diante desses dados, a OMS alerta: se o ritmo de crescimento das mortes for mantido como 
nos últimos 10 anos, o mundo terá 2,4 milhões de mortes em 2030, o dobro do índice atual. 
FONTE: Zero Hora 
 
 
IDH DO BRASIL SOBE IMPULSIONADO PELA RENDA, MAS MANTÉM 75ª 
POSIÇÃO 
 
O IDH varia de 0 a 1 e tenta medir o desenvolvimento humano dos 182 países comparados 
a partir de três dimensões: saúde, educação e PIB per capita. De 2006 para 2007 (os relatórios 
sempre se referem a dois anos antes), o IDH brasileiro variou de 0,808 para 0,813. Um valor 
acima de 0,800 é considerado nível de alto desenvolvimento humano. 
Neste ano, o tema principaldo relatório foi migração. Para facilitar as análises sobre este 
tópico, pela primeira vez, o Pnud separou nações com IDH acima de 0,900 num grupo considerado 
de muito alto desenvolvimento humano. Fazem parte desta elite, que concentra a maioria dos 
imigrantes, 38 países, liderados por Noruega (0,971), Austrália (0,970) e Islândia (0,969). 
Na base do ranking encontram-se Níger (0,340), Afeganistão (0,352) e Serra Leoa (0,365). 
O Pnud destaca que uma criança que nascer hoje em Níger terá expectativa de viver apenas até 
os 51 anos, enquanto uma norueguesa deverá chegar aos 81. "Muitos países testemunharam 
retrocessos nas últimas décadas devido às retrações econômicas, crises induzidas por conflitos e 
epidemias de HIV", afirma a principal autora do relatório deste ano, Jeni Klugman. Como os dados 
divulgados no relatório deste ano vão somente até 2007, ainda não é possível mensurar o impacto 
da crise econômica mundial, iniciada no fim do ano passado. 
 Alison Kennedy, chefe da equipe de estatística do IDH, no entanto, diz esperar que os 
efeitos não sejam tão grandes: "O PIB per capita de muitos países pode ter sido bastante afetado, 
17 
ATUALIDADES 
 
 
 
 
mas os indicadores de saúde e educação não reagem tão rapidamente a crises, o que poderá fazer 
com que a oscilação não seja tão significativa." 
 
Brasil 
Os indicadores brasileiros no IDH serão detalhados hoje pelo escritório do Pnud no país, 
mas, na comparação com o relatório de 2008, é possível verificar que o avanço se deu 
principalmente por causa do PIB per capita. 
Educação e saúde também melhoraram, mas em ritmo menor, já que o analfabetismo 
adulto tem caído pouco no país e a expectativa de vida ao nascer (único componente do índice de 
saúde) não costuma sofrer oscilações bruscas de um ano para o outro. Além do próprio IDH, o 
Relatório de Desenvolvimento Humano permite comparar outros indicadores. 
É possível destacar, por exemplo, que apesar de ter registrado queda na desigualdade 
desde o início da década, o Brasil ainda permanece no grupo de dez países mais desiguais do 
relatório, atrás apenas de Namíbia, Ilhas Comores, Botsuana, Haiti, Angola, Colômbia, Bolívia, 
África do Sul e Honduras. No Brasil, os 10% mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto 
os 10% mais pobres, apenas 1%. 
Na Noruega, país que lidera o ranking, os 10% mais ricos concentram 23% da riqueza, 
enquanto os 10% mais pobres respondem por 4%. Outro indicador em que o Brasil destoa dos 
líderes é o investimento público em educação e saúde. Noruega, Austrália e Islândia investem, 
respectivamente, 35%, 31% e 36% de seu gasto público nessas áreas. No Brasil, a proporção é de 
apenas 22%. O maior desnível acontece na saúde, setor em que o Brasil investe 7% dos gastos, 
menos da metade do que Noruega (18%), Austrália (17%) e Islândia (18%). 
 
Fonte: Folha de São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
 
18
 
 
 
EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
OS ADVERSÁRIOS DO BOM PORTUGUÊS 
 
 
Doutrinar crianças com a tese absurda de que não existe certo ou errado no uso da 
língua é afasta-las do que elas mais precisam para ascender na vida.Em um mundo em 
que o sucesso na vida profissional depende cada vez mais do rigor intelectual e do 
conhecimento, causa perplexidade a bandeira que vem sendo empunhada em escolas 
públicas e particulares brasileiras por uma corrente de professores de linguística. 
Eles defendem a ideia de que não existe certo ou errado na língua portuguesa, 
mas que a norma culta, ancorada na gramática, é só mais uma entre as várias maneiras 
de expressar-se. Para esse grupo, chamar a atenção do aluno que infringe tais regras -
papel fundamental de um bom professor - é "preconceito linguístico". 
Adotado nas aulas de português de meio milhão de estudantes do ensino 
fundamental, o livro Por uma Vida Melhor é uma amostra do que propaga esse círculo de 
falsos intelectuais.Escreve Heloisa Ramos, uma das autoras: "Você pode estar se 
perguntando: "Mas eu posso falar os livro?". Claro que pode". O erro crasso de 
concordância seria apenas uma "variação popular", segundo a autora. Certamente um 
desserviço aos jovens de uma nação de iletrados sedenta de conhecimentos. Mas as 
autoridades já estão cientes desse desastre e cuidam de reverter seus efeitos, certo? 
Errado. A ignorância prospera sob a chancela oficial. O Ministério da Educação (MEC), que 
pagou pelos livros e os distribuiu, decidiu não retirá-los das escolas. Diz a educadora Maria 
Inês Fini: "A escola que não enfatiza a norma culta da língua está excluindo seus alunos 
da cultrura dominante, que todos devem almejar e à qual devem ter acesso". 
O motor ideológico dos obscurantistas se move em tomo da visão de que a língua 
culta é um instrumento de dominação das elites. Essa tolice é disseminada nas faculdades 
brasileiras de pedagogia. Resume o historiador Marco Antonio Villa: "O discurso dominante 
nessas instituições valoriza a ignorância". Essa visão mesquinha deturpa a sociolinguística, 
ramo de estudo focado nas variações do uso de um idioma - o que é bem diferente de 
menosprezar a norma culta e ensinar às crianças que elas podem falar "nós vai" ou "nós 
pegou o peixe” e que, se alguém as admoestar, é por "preconceiro linguístico". 
Esses desvarios são o retraro da atual situaçào política brasileira, comandada por 
uma ortodoxia cada vez mais ousada em sua destruição impune de todo bem cultural que 
não se encaixa na sua estreita visão de mundo. "A ideia de que a língua culta é um 
instrumento de dominação da elite é um absurdo que não se vê em nenhuma outra nação 
desenvolvida", diz o linguista Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras 
e autor de dezenas de livros. Um dos expoentes dos talibãs da linguística no Brasil é um 
certo Marcos Bagno, professor da Universidade de Brasília (UnB), hoje o grande madraçal 
da ortodoxia dessa estupidez. Bagno criou o termo "preconceito linguístico" em um livro 
de mesmo nome lançado na década de 1990. 
Já é um escândalo planetário que o suado dinheirinho dos brasileiros honestos e 
trabalhadores esteja sendo usado para sustentar os desvarios dos talibãs acadêmicos. A 
preguiça mental desses doutores do atraso é sustentada por brasileiros de quem o Fisco 
arranca a maior carga de imposros do mundo entre os países emergentes, por pais e 
mães que gastam metade do que ganham para pagar uma boa escola privada aos filhos, 
suprindo com seu suor o que deveria ser obrigação do estado. 
Para a procuradora da República Janice Ascari, está-se diante de um crime "contra 
nossos jovens ... um desserviço à ,educação já deficientíssima no país". E espantoso que 
as crianças brasileiras estejam sendo expostas a esse tipo de lixo acadêmico travestido de 
vanguarda cultural, quando deveriam estar aprendendo as disciplinas obrigatórias e 
 
ATUALIDADES 
 
 
20
acumulando o conhecimento e as habilidades que as tornarão capazes de enfrentar com 
sucesso os desafios do mundo real. O crime apontado pela procuradora Janice Ascari 
ocorre em um país em que, ao final do ciclo escolar, 62% dos estundantes são incapazes 
de interpretar textos, onde 1 milhão de vagas abertas pelas empresas brasileiras não 
podem ser preenchidas por falta de gente qualificada. Enquanro isso, nas salas de aula 
das escolas públicas, as crianças brasileiras carentes de "aprender a pescar", no sentido 
do provérbio. são ensinadas que é certo falar "nós pega o peixe". 
 
Fonte: Veja - 23/05/2011 
 
TECNOLOGIA E ENERGIA 
 
NOVA CHANCE PARA O ETANOL DE CANA 
 
Uma das agências de proteção ambiental mais poderosas dos EUA está prestes a 
aprovar uma resolução que deverá provocar a reavaliação profunda dos benefícios 
gerados por biocombustíveis como o etanol, criando novas oportunidades para os 
usineiros brasileiros interessados em aumentar as exportações do produto para o cobiçado 
mercado americano. 
A medida está há mesesem estudos no Conselho de Qualidade do Ar do Estado da 
Califórnia, organismo encarregado de definir regras para a execução de um ambicioso 
programa lançado há dois anos para incentivar o consumo de combustíveis limpos e 
combater o aquecimento global. A iniciativa poderá levar à adoção de políticas 
semelhantes em outros Estados americanos e na esfera federal. 
No centro do debate está a possibilidade de os EUA adotarem um método novo e 
controverso para calcular a contribuição da indústria dos biocombustíveis para as 
mudanças climáticas, contabilizando efeitos indiretos como o impacto da produção no 
desmatamento na Amazônia e no uso da terra em outras partes do globo. 
Diversos estudos científicos demonstram que a substituição da gasolina pelo etanol 
reduz de forma significativa as emissões de dióxido de carbono e outros gases 
responsáveis pelo efeito estufa. Mas essas análises consideram apenas as emissões que 
podem ser atribuídas diretamente à produção e à distribuição do combustível e não 
incluem efeitos indiretos, difíceis de medir com exatidão. 
Os ambientalistas americanos temem que o avanço dos biocombustíveis empurre a 
produção agrícola mundial para regiões como a Amazônia, o que poderia anular seus 
benefícios para o planeta. Mas os estudos que estão sendo feitos nos EUA têm servido 
para realçar as vantagens que o etanol brasileiro oferece em relação a outros tipos de 
biocombustível. 
Cálculos preliminares do Conselho de Qualidade do Ar da Califórnia sugerem que o 
etanol produzido no Brasil permite reduzir em 72% a emissão de gases-estufa associados 
ao consumo de gasolina, em linha com estudo recente da estatal brasileira Embrapa . Se 
forem incluídos na conta desmatamento e outros efeitos indiretos atribuídos pelos 
ambientalistas à produção de álcool, a redução seria bem menor: 24%. 
Ainda assim, o álcool brasileiro sairia ganhando na comparação com o etanol 
produzido nos EUA, onde o combustível é feito de milho em vez de cana-de-açúcar. Os 
cálculos da Califórnia sugerem que a substituição da gasolina por etanol de milho 
aumentaria em 4% as emissões de carbono, depois de computados os efeitos indiretos. 
A resolução em discussão no Conselho de Qualidade do Ar deve ser aprovada no 
próximo dia 24 e dará enorme força a esses números. O programa de combate ao 
aquecimento global lançado pela Califórnia estabelece como meta para a próxima década 
21 
ATUALIDADES 
 
 
 
 
uma redução de 10% na intensidade de carbono dos combustíveis usados por carros e 
outros veículos no Estado. 
A partir de 2011, as refinarias do Estado precisarão de volumes crescentes de 
combustíveis limpos para cumprir essa meta. Se as regras propostas pelo governo 
prevalecerem, os cálculos que incluem o desmatamento e outros efeitos indiretos na 
análise dos biocombustíveis terão peso decisivo nas escolhas das refinarias e poderão 
favorecer o álcool produzido no Brasil. 
Mais rico dos Estados americanos, a Califórnia consumiu quase 57 bilhões de litros 
de gasolina em 2008. Se as refinarias substituíssem um décimo disso por etanol, 
misturando o álcool à gasolina para cumprir as exigências da legislação do Estado, a 
demanda gerada pela iniciativa seria equivalente a três vezes o volume de etanol vendido 
pelos usineiros brasileiros para os EUA no ano passado. 
Se a proposta dos ambientalistas da Califórnia vingar, o álcool do Brasil terá uma 
vantagem significativa sobre o etanol feito de milho nesse mercado. "O combustível que 
proporcionar uma redução maior das emissões de carbono poderá cobrar um prêmio por 
isso", disse o representante da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nos EUA, 
Joel Velasco, que tem acompanhado de perto a discussão do tema na Califórnia. 
O etanol brasileiro enfrenta atualmente diversas barreiras para entrar nos EUA. Os 
produtores americanos recebem subsídios oficiais generosos para extrair o combustível do 
milho. Tarifas impostas ao álcool importado encarecem o produto brasileiro, reduzindo sua 
competitividade. As normas em debate na Califórnia podem reduzir a importância dessas 
barreiras se de fato gerarem um aumento na demanda pelo etanol do Brasil. 
Políticos, cientistas e grandes corporações com interesses no setor tem se 
mobilizado para influir na discussão. Vários grupos estão pressionando as autoridades da 
Califórnia a abandonar a ideia de incluir os efeitos indiretos nas suas análises, por causa 
das perdas que isso pode causar especialmente às usinas americanas. É provável que 
diversos grupos recorram à Justiça contra a decisão da Califórnia. 
Os modelos matemáticos usados para calcular os efeitos indiretos são imperfeitos. 
Se uma floresta é destruída porque fazendeiros precisam de terra para produzir alimentos, 
o carbono armazenado nas árvores é liberado na atmosfera, contribuindo para o efeito 
estufa. Mas inúmeros fatores podem contribuir para que isso ocorra, e o avanço dos 
biocombustíveis em áreas que eram dedicadas à produção de comida é só um deles. 
A premissa básica dessa discussão, a de que os biocombustíveis também são 
responsáveis por emissões que ocorrem fora da sua cadeia produtiva, está errada", disse 
o professor Bruce Dale, um especialista da Universidade de Michigan. "Outro problema é 
achar que temos condições de analisar todas as variáveis envolvidas no processo e tomar 
decisões com base em modelos tão pouco confiáveis". 
Mas os ambientalistas têm muito poder na Califórnia e neste ano passaram a 
ocupar postos-chave em Washington também, com a posse do presidente Barack Obama. 
"Não há como fugir dessa discussão", disse Nathanael Greene, um analista do Conselho de 
Defesa dos Recursos Naturais, um influente grupo de pressão. "Pode haver dúvidas sobre 
a melhor forma de calcular isso, mas é certo que o impacto dos biocombustíveis sobre o 
uso da terra não é zero e precisamos desenvolver a indústria de forma mais sustentável". 
Há no momento uma discussão muito semelhante em curso na esfera federal. A 
Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla inglês) também está prestes a 
definir uma nova metodologia para calcular as emissões de gases-estufa associadas aos 
vários tipos de biocombustíveis, incluindo os efeitos indiretos sobre o uso da terra. A 
proposta da EPA ainda está em análise na Casa Branca. 
Metas fixadas pela legislação americana impõem limites à expansão das usinas de 
etanol de milho no país e determinam que no futuro o consumo de outros biocombustíveis 
 
ATUALIDADES 
 
 
22
só poderá aumentar se eles emitirem 50% menos gases-estufa do que a gasolina. 
Cálculos preliminares feitos pela EPA indicaram uma redução de 44% com o uso do etanol 
de cana, numa conta que inclui os efeitos indiretos. 
Fonte: Abin 
 
MENOS DE 2% DOS POBRES NO BRASIL TÊM ACESSO À INTERNET, DIZ CEPAL 
 
No entanto, somente 1,7% das casas mais pobres do Brasil contam com esta forma 
de comunicação. Em relação à distância entre os que têm maior poder aquisitivo e os mais 
carentes, com disponibilidade de internet em casa, o Brasil está dentro da média regional, 
detectada pela pesquisa. Em segundo lugar na lista da Cepal, aparece o Chile, com 42% 
das residências mais ricas com acesso à internet e em seguida vem Uruguai com 38% e 
México com 36,8%. 
Segundo a Cepal, em onze dos 14 países analisados, o acesso à internet na casa 
dos mais ricos é cerca de 30 vezes maior do que nos lares menos beneficiados da América 
Latina. Apesar desta desigualdade tecnológica, o Brasil também aparece entre os países 
nos quais os mais carentes, mesmo com o baixo índice, mais têm acesso a esta rede. 
De acordo com a pesquisa, Chile, México e Brasil (nessa ordem) são os países onde 
os mais pobres mais têm acesso a esta rede. No Chile e no México, esta média é de 3%, 
mas em países como Bolívia e Paraguai a pesquisa mostra que as casas mais carentes não 
têm internet. E nos dois casos são poucos os que contam com este serviço em suas 
residências - 12% na Bolívia e 9% no Paraguai. 
O levantamento, realizado em 2007e divulgado agora, foi possível, como destacou 
o organismo num comunicado, graças ao novo Sistema de Informação Estatístico regional, 
criado pelo Observatório para a Sociedade da Informação da América Latina e Caribe 
(OSILAC), da Cepal. Este sistema permite processar, como informou a Cepal, dados sobre 
o uso e acesso às chamadas "Tecnologias da Informação e as Comunicações" (TIC) da 
região. 
De acordo com assessores da Cepal, o levantamento regional sobre o acesso das 
residências à internet foi feito por institutos oficiais de pesquisas de cada país. A mesma 
pergunta foi feita em todos os países: se o habitante tem ou não internet em casa. "O 
(novo) sistema permite constatar brechas no acesso e uso de tecnologias, segundo fatores 
sócio-econômicos", diz a Cepal. 
Além da pesquisa que revelou a distância do acesso à internet entre as casas dos 
que têm maior e menor poder aquistivo, a Cepal realizou levantamento sobre a 
disponibilidade de computador nas residências das áreas urbanas e rurais. Nesse caso, a 
brecha entre o acesso nas casas da região urbana e da região rural é, em média, de 17%. 
No Brasil, 30,4% das casas nas áreas urbanas têm acesso à internet e apenas 4,9% 
têm esta disponibilidade nas áreas rurais. Os resultados destes levantamentos, segundo a 
Cepal, são "poderosas ferramentas" para a elaboração e avaliação de políticas públicas e 
estratégias ligadas ao TIC na região. De acordo com a Cepal, com o novo sistema será 
possível definir "variáveis sócio-econômicas" no próprio país e na região. Os itens, além do 
acesso ao computador desde casa, podem ser ainda sobre o acesso ao sistema bancário 
eletrônico, entre outros. 
Fonte: Abin 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
 
 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
 
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BIN LADEN 
MORRE O TERRORISTA MAIS PROCURADO DO MUNDO 
Osama bin Laden, responsável pelo maior ataque terrorista em solo norte-
americano, foi morto no último domingo (1º. de maio) por forças especiais da Marinha dos 
Estados Unidos. Ele estava escondido em uma cidade próxima à Islamabad, capital do 
Paquistão. O saudita, de 54 anos, era o homem mais procurado no mundo. 
A morte de Bin Laden foi anunciada pelo presidente norte-americano Barack Obama 
a poucos meses do aniversário de dez anos dos atentados de 11 de setembro de 2001. De 
acordo com a Casa Branca, o líder da Al-Qaeda resistiu à prisão e foi baleado na cabeça e 
no peito. O corpo foi lançado ao mar após um ritual religioso feito conforme a tradição 
islâmica. O motivo do sepultamento no oceano seria o fato de que dificilmente algum país 
aceitaria receber os restos mortais do terrorista para um funeral. 
O anúncio da morte do terrorista foi comemorado em Nova York e em Washington, 
cidades alvos dos ataques do 11 de setembro. O governo dos Estados Unidos decretou 
alerta máximo em bases militares e para viagens turísticas, em vista de eventuais 
retaliações de radicais islâmicos. 
As consequências da morte de Bin Laden, porém, ainda são incertas. Os seguidores 
do extremista em todo mundo poderão se unir em torno de sua figura de mártir, ou então, 
o fim da caçada ao terrorista poderá abreviar o término da guerra no Afeganistão, iniciada 
para promover sua captura e de outros líderes da Al Qaeda. 
O que é certo, dizem os analistas, é que o episódio não foi o capítulo final da luta 
contra o terrorismo globalizado. 
Nos últimos anos, Bin Laden exercia uma influência mais simbólica do que efetiva 
no comando da Al Qaeda. Os esforços por sua captura o obrigavam a viver em 
esconderijos e com poucos contatos. Na prática, o egípcio Ayman al-Zawahiri, sucessor de 
Bin Laden, responderia pelo controle da rede terrorista. Al-Zawahiri ocupa o segundo lugar 
na lista dos mais procurados do governo norte-americano. 
Autoridades paquistanesas só ficaram sabendo da operação militar após seu 
término, numa clara violação da soberania do país asiático. O atrito diplomático entre as 
duas nações foi alimentado por desconfianças, por parte dos americanos, de que o 
terrorista tenha tido apoio de pessoas ligadas ao governo do Paquistão. 
Bin Laden nasceu em Riad, na Arábia Saudita, em 10 de março de 1957. Era um 
dos 52 filhos de Muhamad Bin Laden, um camponês que se tornou magnata da construção 
civil e que usou sua fortuna para financiar uma "guerra santa" contra as duas 
superpotências militares do século 20, os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Após 
a invasão do Afeganistão por tropas soviéticas em 1979, pai e filho receberam apoio da 
CIA, o serviço secreto americano, para combater os comunistas. A Al Qaeda foi fundada 
por Bin Laden em 1988, um ano antes da retirada dos soviéticos do território afegão. 
Em 1989, o terrorista retornou ao país de origem. Com o início da Guerra do Golfo 
(Kuwait), em 1991, ele criticou a monarquia saudita por abrigar soldados americanos no 
país durante a guerra contra Saddam Hussein. Ele então fugiu para o país vizinho, o 
Sudão, onde passou a financiar campos de treinamento de terroristas. A pressão de 
Washington o levou a ser expulso do país africano e buscar abrigo no Afeganistão. 
Em 7 de agosto de 1998 Bin Laden foi responsabilizado pelo ataque contra 
embaixadas norte-americanas na Tanzânia e no Quênia, que deixaram 224 mortos e 
milhares de feridos. Por conta disso, no ano seguinte ele foi incluído na lista do FBI das 
dez pessoas mais procuradas do mundo. 
Em 11 de setembro de 2001, terroristas sequestraram quatro aviões americanos de 
passageiros. Dois deles foram jogados contra as torres gêmeas do World Trade Center em 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
Nova York, e outro sobre o Pentágono, em Washington. A quarta aeronave, a United 
Flight 93, caiu no interior da Pensilvânia depois que os passageiros reagiram e lutaram 
contra os agressores. Cerca de 3.000 pessoas morreram nos ataques. 
A Al Qaeda foi responsabilizada pelos atentados e Bin Laden se tornou o terrorista 
mais procurado em todo o mundo. Outras dezenas de crimes foram reivindicadas pela 
rede terrorista, entre eles os atentados aos trens de Madri, em 2004, e ao metrô londrino, 
em 2005. Desde então, Bin Laden só aparecia em vídeos gravados, em que fazia ameaça 
de novos ataques. 
No entanto, as atuais revoltas árabes em curso em países como Líbia, Egito, Iêmen 
e Síria abrem uma série de questões. Como exemplo, o mundo islâmico poderia vislumbrar 
um futuro mais democrático? O extremismo religioso está perdendo força e a herança de 
Bin Laden estaria desbotada? 
FONTE: Adaptação atualidades UOL. 
 
REVOLTAS ÁRABES 
GADDAFI PODE SER O PRÓXIMO A CAIR 
atualizado 02/03/2011 
Muammar Gaddafi é considerado o pior ditador no mundo árabe. Ele está há 41 
anos no poder – é o mais longevo entre os governantes – e não hesitou em usar as Forças 
Armadas para reprimir protestos, que são proibidos na Líbia. 
Agora, cada vez mais isolado, ele pode ser o próximo líder muçulmano a deixar o 
cargo por conta das manifestações que se espalharam pela África do Norte e o Oriente 
Médio. O movimento já derrubou dois presidentes, da Tunísia e do Egito, em menos de 
dois meses. 
A queda de ditadores é algo inédito na história da região. Os países árabes são 
governados por monarquias ou ditaduras. O aumento no preço dos alimentos, o 
desemprego e a insatisfação dos jovens deram início às revoltas por abertura política. Os 
levantes chegaram a Bahrein, Marrocos, Iêmen, Jordânia, Irã e Arábia Saudita. 
Na Líbia, o governo reagiu com violência. Quase 300 pessoas morreram em 
conflitos com forças de segurança desde o dia 16 de fevereiro. O ditador líbio chegou a 
usar aviões e tanques contra as multidões. 
Os protestos começaram após a prisão de um advogado ligado à causa dos Direitos 
Humanos. O maior foco dos distúrbios é Benghazi, segunda maior cidade, localizada na 
região leste. 
A cada dia a situação fica mais difícil para Gaddafi. Dentro do país, os revoltosos 
assumiram o controle de cidades no leste. Na região nordeste, militares aderiram à 
"revolução dopovo". No exterior, a pressão diplomática é a cada vez maior para que ele 
deixe o poder. 
Em um pronunciamento raivoso na TV, em 21 de fevereiro, o líder líbio, de 68 anos, 
desafiou os revoltosos e disse que iria “morrer como um mártir”. Antes, seu filho Saif al-
Islam advertiu para o risco de guerra civil. 
No dia 22 de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU condenou o uso da 
violência contra manifestantes na Líbia e pediu a responsabilização dos culpados. A 
decisão deve ser seguida se novos embargos contra o regime. 
 
ATUALIDADES 
 
 
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 A Líbia é um país rico em petróleo. É o quarto maior produtor da África, depois da 
Nigéria, Argélia e Angola, com reservas estimadas em 42 bilhões de barris (para efeito de 
comparação, as reservas brasileiras são de 14 bilhões de barris). A maior parte da 
produção é exportada para a Europa. O país, de 6,4 milhões de habitantes (equivalente à 
população do Rio de Janeiro), tem ainda o maior Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH) da África. A riqueza, porém, não é bem distribuída entre a população. A despeito 
das melhorias em relação ao período anterior à Gaddafi, um terço vive na pobreza e a 
taxa de desemprego é de cerca de 30%. Esse é um dos principais motivos dos protestos. 
A Líbia foi província romana, domínio do Império Otomano e colônia italiana. Após a 
Segunda Guerra Mundial, o território foi repartido entre a França e o Reino Unido. Em 1º 
de janeiro de 1952, a ONU aprovou a independência, reunindo os territórios no Reino 
Unido da Líbia. O emir Sayyid Idris al-Sanusi foi coroado rei Idris I, primeiro e único 
monarca a governar a nação. 
Nos anos seguintes, Estados Unidos e Reino Unido instalaram bases militares em 
solo libanês. Mas a descoberta de petróleo levou o governo a pedir a retirada das tropas 
estrangeiras. O minério também mudou o perfil econômico e social do país, que até então 
era um dos mais pobres do continente africano. 
Um golpe de Estado depôs a monarquia em 1º de setembro de 1969, sem 
derramamento de sangue. Gaddafi, com apenas 27 anos, assumiu o comando. Até hoje, a 
Líbia não tem Constituição ou partidos políticos, e a oposição é proibida. 
Nas décadas seguintes, o ditador se tornou inimigo do Ocidente, comparável ao 
iraquiano Saddam Hussein. Nos últimos anos, entretanto, conseguiu se reaproximar das 
potências ocidentais. 
Gaddafi ficou conhecido pelo jeito extravagante de se vestir, os discursos 
incoerentes e a habilidade diplomática. Nos anos 1980, foi monitorado pelos serviços de 
inteligência por ligações com grupos terroristas. 
O governo da Líbia foi responsabilizado por atentados na Europa e no Oriente 
Médio. O mais conhecido foi o ataque à bomba no voo da Pan Am sobre Lockerbie, na 
Escócia, que matou 270 pessoas em 1988. Dois anos antes, em 1986, o ex-presidente 
americano Ronald Reagan (que chamou Gaddafi de "cachorro louco”) autorizou um ataque 
aéreo à capital Trípoli. A investida ocorreu em represália a um atentado contra uma 
discoteca em Berlim Ocidental, que matou dois militares americanos. Entre os mortos no 
ataque à Trípoli estava a filha adotiva de Gaddafi. 
Depois do 11 de Setembro, Gaddafi passou a colaborar com os americanos na 
guerra contra o terrorismo. Em 2003, ele assumiu a autoria do atentado de Lockerbie e 
pagou uma indenização bilionária às famílias das vítimas. 
A estratégia visava suspender as sanções impostas pela ONU. Deu certo. Nos 
últimos anos, Trípoli reatou ligações diplomáticas e comerciais com a Europa e com 
Estados Unidos, atraindo investidores estrangeiros. A crise atual mudou o panorama. Os 
governos ocidentais agora pedem a saída do ditador e fazem a retirada em massa de 
estrangeiros. 
 
FONTE: Atualidades Uol 
 
 
 
 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
CRISE NO EGITO 
PROTESTOS DERRUBAM DITADOR 
Depois de 18 dias de manifestações populares, o presidente egípcio Hosni Mubarak 
renunciou ao cargo no dia 11 de fevereiro de 2011, encerrando três décadas de ditadura. 
O feito, considerado histórico, foi comemorado em todo o mundo. 
O Egito é o mais populoso e influente país árabe. Nunca antes um governante havia 
sido deposto por força de um movimento popular. A primeira vez que isso aconteceu no 
mundo árabe foi na Tunísia, em 14 de janeiro. Na ocasião, o presidente Zine El Abidine 
Ben Ali também cedeu aos protestos e renunciou, após 23 anos no poder. 
Rapidamente, a onda de protestos pró-democracia se espalhou por outros países 
do Norte da África e do Oriente Médio. Os especialistas, entretanto, eram céticos quando à 
possibilidade de queda do ditador egípcio. Isso porque o Egito possui o maior aparato 
policial da região, financiado pelos Estados Unidos. 
Porém, os manifestantes desafiaram o toque de recolher imposto pelas autoridades 
e transformaram a praça Tahrir (libertação, em árabe), localizada no centro do Cairo, num 
monumento de resistência ao regime. No local, eles confrontaram a polícia e simpatizantes 
de Mubarak. Mais de 300 pessoas morreram em duas semanas de distúrbios. 
O presidente tentou de todas as formas evitar a renúncia. Ele prometeu que não 
iria concorrer às próximas eleições, marcadas para setembro, trocou o ministério e indicou 
um vice. Menos de 24 horas antes da renúncia, anunciou na TV que delegaria alguns 
poderes ao vice-presidente, Omar Suleiman, e faria reformas constitucionais. 
Nada disso adiantou. O último discurso do presidente somente serviu para revoltar 
mais a população, que exigia sua saída. Nos bastidores, os Estados Unidos faziam pressão 
diplomática para que fosse feita a transição de poder. Sem apoio das Forças Armadas, que 
sustentou sua ditadura por três décadas, só restou a renúncia, que foi festejada nas ruas 
do país. 
No lugar de Mubarak assumiu o Conselho Militar do Egito. Os militares dissolveram 
o Parlamento e o gabinete ministerial, ambos ligados ao ex-presidente. Em seguida, 
prometeram revogar a Lei de Emergência – que há 30 anos restringe as liberdades civis – 
e fazer um referendo para mudar a Constituição. As Forças Armadas devem permanecer 
por seis meses no controle, até a formação de um novo governo. 
Hosni Mubarak chegou à Presidência em 14 de outubro de 1981, oito dias depois do 
assassinato do presidente Anwar Al Sadat por extremistas islâmicos. Na época, os radicais 
estavam descontentes com o acordo de paz assinado com Israel em 1979. 
Nos anos seguintes, com a justificativa de conter o terrorismo, Mubarak adotou 
medidas cada vez mais restritivas às liberdades políticas e civis. Ele também foi reeleito 
sucessivas vezes em eleições fraudulentas e com apoio das potências ocidentais. 
A situação do Egito não é diferente dos demais Estados árabes. Eles são 
governados por monarquias absolutistas, ditaduras militares ou teocracias. Por isso, as 
revoltas atuais são comparadas àquelas que levaram à queda dos regimes comunistas no 
Leste Europeu, no final dos anos 1980. 
Durante décadas, os árabes toleraram a falta de liberdade em troca de estabilidade 
econômica. A alta do preço dos alimentos e o desemprego mudaram este quadro nos 
últimos meses. Outro fator que originou o movimento foi o crescimento da população mais 
jovem e mais instruída, que reivindica abertura democrática. Os jovens usam a internet e 
as redes sociais para praticarem ativismo político, o que levou os Estados árabes a 
aumentarem a censura à rede. 
 
ATUALIDADES 
 
 
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As lideranças jovens, por outro lado, resistem à alternativa de um Estado 
mulçumano. Por isso, há chances de que, após a queda dos ditadores, haja uma inédita 
transição democrática nestes países, como vem ocorrendo na Tunísia. 
 
A saída de Mubarak não resolveu os problemas no Egito. Os protestos prejudicaram 
a já debilitada economia, baseada no petróleo e no turismo. Várias categorias continuam 
em greve por melhores salários. Além disso, décadas de ditadura deixaram um vazio 
político no país, com ausência de lideranças políticas para disputar eleições livres. Um 
movimento influente entre as camadas mais pobresé a Irmandade Mulçumana, de caráter 
religioso, que representará risco ao Ocidente (sobretudo a Israel) caso conquiste espaço 
no novo governo. A irmandade, fundada em 1928, é o grupo fundamentalista islâmico 
mais antigo. 
Outra questão em aberto é o peso que a queda de Mubarak vai provocar nos países 
vizinhos. Nos últimos dias, manifestações ganharam força no Iêmen, na Argélia, na Líbia e 
em Bahrein, no Golfo Pérsico. No Irã, voltaram a ocorrer protestos, mesmo com a 
proibição do governo. Em 2009, o regime iraniano reprimiu com violência protestos contra 
a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. 
Alguns países anunciaram medidas econômicas, em benefício da população, e de 
segurança, com o objetivo de prevenir levantes populares. As revoltas árabes podem 
ainda alterar a geopolítica da região e a diplomacia com os Estados Unidos e países 
europeus, que antes toleravam ditaduras para conter o avanço dos radicais islâmicos. 
 
Fonte: Atualidades Uol. 
 
CRISE NA TUNÍSIA 
LEVANTES AMEAÇAM REGIMES ÁRABES 
Pela primeira vez na história, um líder árabe foi deposto por força de movimentos 
populares. Isso aconteceu na Tunísia, país mulçumano localizado ao norte da África. O 
presidente Zine Al-Abdine Bem Ali renunciou em 14 de janeiro após um mês de violentos 
protestos contra o governo. Ele estava há 23 anos no poder. 
Há décadas que governos árabes resistem a reformas democráticas. Agora, 
analistas acreditam que a revolta na Tunísia pode se espalhar por países do Oriente Médio 
e ao norte da África. O Egito foi o primeiro a enfrentar manifestações inspiradas pela 
“revolução do jasmim” (flor nacional da Tunísia). O novo ativismo no mundo árabe é 
explicado pela instabilidade econômica e pelo surgimento de uma juventude bem educada 
e insatisfeita com as restrições à liberdade. 
Na Tunísia, os protestos começaram depois da morte de um desempregado em 17 
de dezembro do ano passado. Mohamed Bouazizi, 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo 
na cidade de Sidi Bouzid. Ele se autoimolou depois que a polícia o impediu de vender 
frutas e vegetais em uma barraca de rua. O incidente motivou passeatas na região, uma 
das mais pobres da Tunísia, contra a inflação e o desemprego. A partir daí, o movimento 
se espalhou pelo país e passou a reivindicar também mudanças políticas. 
O governo foi pego de surpresa e reagiu com violência. Estima-se que mais de 120 
pessoas morreram em confrontos com a polícia. Na capital Tunis foi decretado estado de 
emergência e toque de recolher. Mesmo assim, milhares de manifestantes tomaram as 
ruas. 
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ATUALIDADES 
 
 
 
 
Ben Ali foi o segundo presidente da Tunísia desde que o país se tornou 
independente da França, em 1956. Ele ocupava o cargo desde 1987, quando chegou à 
presidência por meio de um golpe de Estado. Em 2009, foi reeleito com quase 90% dos 
votos válidos para um mandato de mais cinco anos. 
Depois de dissolver o Parlamento e o governo, Bem Ali deixou o país junto com a 
família, rumo à Arábia Saudita. No seu lugar, assumiu o primeiro-ministro Mohammed 
Ghannouchi, um aliado político. Por isso, na prática, o regime foi mantido, e os 
manifestantes continuam em frente ao Palácio do Governo. Eles exigem a saída de todos 
os ministros ligados ao ex-presidente, que ainda ocupam cargos-chave no governo de 
transição. 
 
 
EGITO 
 
Sob certos aspectos, a Tunísia é o país mais europeu do continente africano, com 
classe média e liberal, alta renda per capta e belas praias mediterrâneas. Mas também 
possui um dos governos mais corruptos e repressivos de toda a região. A história do país 
é parecida com as demais nações árabes: foi domínio otomano, colônia europeia e, 
depois, ditadura. A falta de liberdades civis em países como a Tunísia sempre foi 
compensada por progresso econômico. Crises recentes como a do Irã, desencadeadas por 
jovens descontentes com os rumos econômicos e políticos do país, mostram que a 
população chegou ao seu limite. 
Há o risco da revolta se espalhar por países vizinhos como Egito, Líbia, Síria, Iêmen, 
Omã, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Na Líbia e em Omã, por 
exemplo, o ditador Muammar Gaddafi e o sultão Qaboos bin Said, respectivamente, estão 
no poder há mais de 40 anos. 
Os primeiros protestos inspirados pela Tunísia aconteceram no Egito. Em 25 de 
janeiro, policiais e manifestantes entraram em choque nas ruas da capital Cairo. Eles 
pediam a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no comando. Pelo menos quatro 
pessoas morreram. 
O movimento, chamado "dia da revolta" foi inspirado pela "revolução do jasmim" e 
organizado por meio do Twitter e do Facebook, a exemplo dos protestos iranianos, 
ocorridos em 2009. 
Não se sabe, por enquanto, quais as consequências destes distúrbios em países 
como o Egito. O impasse também persiste na Tunísia, onde, até agora, o regime persiste, 
mesmo com a saída do presidente. A ausência de lideranças políticas deixa o país sem 
alternativas para compor um novo governo. Mas pelo menos um tabu foi quebrado, numa 
região em que ditadores só eram depostos mediante golpes de Estado ou invasões 
estrangeiras. 
 
Fonte: atualidades Uol 
 
 
 
 
 
ATUALIDADES 
 
 
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NOBEL DA PAZ 2010 
PREMIAÇÃO DE ATIVISTA PRESSIONA CHINA 
Uma cadeira vazia representou o vencedor do prêmio Nobel da Paz na cerimônia 
realizada em Oslo, na Noruega. O motivo é que o agraciado deste ano, o dissidente chinês 
Liu Xiaobo, está preso. Ele foi condenado a 11 anos de prisão por crimes políticos. 
A China é hoje a segunda economia do mundo e um dos poucos regimes 
comunistas remanescentes do século 20. Xiaobo é um dos ativistas políticos mais 
conhecidos do país. Ele enfrenta sua quarta detenção por conta de manifestações em 
defesa de liberdades civis. Sua mulher, a também dissidente Liu Xia, cumpre prisão 
domiciliar. 
Foi a segunda vez na história que nenhum representante de um laureado preso 
pôde ir à cerimônia. Em 1935, o prêmio foi entregue ao pacifista alemão Carl von 
Ossietzky (1889-1938), que estava detido em um campo de concentração nazista por 
contrariar Adolf Hitler. 
A escolha deste ano enfureceu o governo chinês. O Partido Comunista Chinês, que 
governa desde o país 1949, reagiu de duas formas. Externamente, usou a diplomacia para 
tentar boicotar a cerimônia – aderiram, entre outros, Rússia, Cuba e Venezuela. 
Internamente, bloqueou sites de notícias, interrompeu a transmissão do evento e reprimiu 
simpatizantes. 
É o segundo ano consecutivo em que o Nobel da Paz gera polêmicas. No ano 
passado, o laureado foi o presidente norte-americano Barack Obama, mesmo com os 
Estados Unidos envolvidos em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão. 
A decisão deste ano foi, mais uma vez, política. O objetivo do comitê do Nobel foi 
sinalizar a China de que a hegemonia no mercado e nas finanças deve vir acompanhada 
de avanços na área de direitos humanos. Nada indica, porém, que os governantes 
chineses irão libertar os dissidentes. 
 
PRAÇA DA PAZ CELESTIAL 
 
O professor de Literatura e escritor Liu Xiaobo, de 54 anos, ficou conhecido quando 
foi preso pela primeira vez após os protestos em prol da democracia em 1989. Nessa 
época, no clima do colapso dos regimes comunistas no Leste Europeu, estudantes 
chineses ocuparam a praça da Paz Celestial (Tiananmen). A repressão ao movimento, em 
4 de junho de 1989, deixou mais de 7 mil mortos, segundo fontes extra-oficiais. 
Xiaobo ficou quase dois anos na cadeia por aderir à greve estudantil. Foi preso 
novamente em 1995 e 1996. No final de 2008, sofreu a quarta detenção. Desta vez, por 
ser o principal autor da “Carta 8”, documento que pedia a democratização e reformas 
políticas na China. O movimento foi inspirando na “Carta 77”, emblema do movimento 
pela democracia na Tchecoslováquia na década de 1970. 
A “Carta 8” foi assinada por cerca de 10 mil chineses e publicada por ocasião do 
60ª aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Por escrever o manifesto, Xiaobo foi condenado em dezembro