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Atualidades AUTORIA: Profª Cassio Albernaz PROFESSOR DA DISCIPLINA: Prof. Ddo. Cassio Albernaz (cassioalbernaz@hotmail.com) CONTEÚDOS DE ATUALIDADES EDITAL MAIO 2011 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como: 1. política 2. economia 3. sociedade 4. educação 5. tecnologia e energia 6. relações internacionais 7. desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental 8. segurança e ecologia e suas vinculações históricas PREVISÃO DE QUESTÕES: 10 de um total de 80 Sumário POLÍTICA .............................................................................................................. 03 ECONOMIA .......................................................................................................... 05 SOCIEDADE .......................................................................................................... 14 EDUCAÇÃO .......................................................................................................... 18 RELAÇÕES INTERNACIONAIS ............................................................................... 23 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, RSA E ECOLOGIA ....................................... 34 SEGURANÇA ........................................................................................................ 43 EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 47 1 ATUALIDADES ATUALIDADES CONCURSO BANCO DO BRASIL (2011) Prof. Ddo. Cássio Albernaz1 cassioalbernaz@hotmail.com O que é uma prova de atualidades? Corriqueiramente, os alunos, dos mais diversos níveis, me direcionam essa pergunta. A resposta não é tão óbvia quanto parece, pois existem entendimentos diversos sobre o seu conteúdo. A origem de tal confusão, começa nos programas de prova das diferentes instituições organizadoras. Diferentes bancas possuem diferentes entendimentos sobre o que vem a ser uma prova de atualidades. Apesar das dificuldades e dos questionamentos que se podem levantar existem alguns terrenos seguros aos quais podemos nos debruçar. Como uma possibilidade de desvendar esse “nó” devemos, por bom senso, definir algumas prioridades. Inicialmente, entender “atualidades” como o domínio global de tópicos atuais e relevantes. A relevância de tais tópicos, se dá em função dos objetivos que se almejam, ou seja, do “conteúdo programático” do concurso que procura orientar o candidato destacando os tópicos em que se deverá estar atento. No caso específico da prova do Banco do Brasil, e de sua organizadora a Fundação Carlos Chagas, deve-se ter atenção aos tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, responsabilidade socioambiental, segurança e ecologia, e suas vinculações históricas. Assim, já sabemos que nem tudo nos interessa, mas será que é importante saber o nome do Presidente da Costa do Marfim? Ou se ele esta cumprindo com suas promessas de campanha? Ou qual é o déficit da balança comercial da Venezuela? Afinal, todas essas questões, a princípio, encontram-se ligadas aos tópicos relacionados. Uma possível solução desse problema, por ora levantada, não se encontra explicitamente no programa do concurso, mas fica subentendido por questão de bom senso. Ou seja, refere-se a “atualidades” e seus tópicos, através da definição de prioridades e de um desencadeamento global de conhecimentos e noções de fatos que se relacionam a atualidade brasileira e internacional. Temporalmente, isso abrange fatos mais relevantes relacionados aos tópicos, durante o ano corrente, e fatos anteriores relevantes para os desdobramentos atuais dos mesmos. Desde já chama-se a atenção para o fato que o conteúdo de atualidades é muito diferente de outros conteúdos. Não existem fórmulas, macetes, atalhos, resumos, Material Exclusivo para os alunos do curso CASA DO CONCURSEIRO. 1 Pesquisador doutorando em História das Sociedades Ibéricas e Americanas (PUCRS) com doutorado sanduíche na Université Paris I/PANTHÉON SORBONNE. Desenvolve pesquisa sobre as elites políticas e o pensamento político brasileiro. Atualmente, em fase de pesquisa na Universidade de São Paulo (USP). Professor de atualidades com experiência em diversos concursos há mais de 6 anos, ministrando aulas no Rio Grande do Sul, São Paulo e Brasília. ATUALIDADES 2 musiquinhas, ou qualquer outro estratagema capaz preparar um aluno para tal empreitada. O que existe é interesse e leitura. O que o nosso curso oferece, então, são algumas chaves de interpretação, modos de pensar e relacionar os conteúdos, bem como o direcionamento para a prova. Portanto, dispomos a seguir um “clipping” de notícias e textos suplementares atuais e relevantes retirados de diversas fontes de imprensa e sites nacionais e internacionais. Essa “clipagem” permite não só “colocar em dia” as discussões como orientar quais temas são relevantes para se acompanhar. Tais notícias extraídas de fontes diversas por ora se repetem, o que possibilita a leitura crítica de diferentes fontes. Alerta-se desde já, que não adianta “decorar” as notícias, mas sim é importante interpretá-las e relacioná-las. Bom estudo! 3 ATUALIDADES POLÍTICA ATUALIDADES 4 LEI DA FICHA LIMPA STF decide que só vale a partir de 2012 O STF (Supremo Tribunal Federal) anulou no dia 23 de março a validade da Lei da Ficha Limpa nas eleições passadas. Com isso, 149 candidatos impedidos de tomar posse devido a condenações judiciais poderão assumir os cargos em todo o Brasil. A Lei Ficha Limpa tornou mais rigorosos os critérios que impedem os políticos condenados pela Justiça de se candidatarem nas eleições. Ela foi aprovada no ano passado e saudada como um mecanismo de combate à corrupção no país. Os ministros do Supremo decidiram que a lei não tem validade para as eleições de 2010 – quando foram escolhidos presidente, governadores, deputados e senadores – em razão do princípio de anualidade. De acordo com a Constituição Federal, qualquer mudança na legislação eleitoral só é válida se for promulgada um ano antes das eleições. Ou seja, não se podem mudar as regras do jogo no meio do processo eleitoral. Por isso, a lei só será aplicada a partir das eleições municipais de 2012. Mas, até lá, o Supremo irá ainda analisar recursos que questionam outros aspectos da constitucionalidade da lei. Barrados Com base na Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de candidatura de 149 candidatos nas eleições de 2010. Os candidatos agora poderão ter os votos validados. A decisão cabe aos magistrados que cuidam de cada processo. Contudo, como o STF é o órgão máximo da Justiça brasileira, o que ele decide acaba sendo estendido para as demais instâncias. Entre os políticos beneficiados com a decisão do Supremo estão Jader Barbalho (PMDB-PA), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), João Capiberibe (PSB-AP) e Marcelo Miranda (PMDB-TO), eleitos para o Senado, e João Alberto Pizzolatti (PP-SC), Janete Capiberibe (PSB-AP) e Nilson Leitão (PSDB-MT), eleitos para a Câmara dos Deputados. As mudanças devem alterar também a composição de Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados estaduais. A proposta chegou ao Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP), que é quando o projeto tem origem na sociedade civil. Ela entrou na pauta de votações do Congresso por pressão popular. A Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64 de 1990. Esta lei estabelece critérios de impedimento paraa candidatura de políticos, de acordo com a Constituição. A principal mudança com a Ficha Limpa é que ela proíbe que políticos condenados por órgãos colegiados, isto é, por grupos de juízes, de se candidatem às eleições. Pelas regras anteriores (que vigoraram nas eleições passadas), o político ficaria impedido de se candidatar somente quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado de decisão transitada em julgado. O trâmite pode demorar até uma década, o que acaba beneficiando os réus. A Lei Ficha Limpa, ao contrário, torna inelegível o réu que for condenado por um grupo de juízes que mantiver a condenação de primeira instância, além daqueles que tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado. Depois de anularem a validade da lei para as eleições passadas, os ministros do Supremo devem debater se essa mudança é constitucional ou não. Acontece que o artigo 5º da Constituição afirma que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. 5 ATUALIDADES Se a Corte Suprema entender que a Ficha Limpa contraria o artigo, condenando o réu antes de esgotadas todas as possibilidades de recursos, a lei poderá perder sua principal contribuição para a legislação eleitoral brasileira. FONTE: atualidades Uol. PALOCCI PROBLEMA Na versão solução, ele é um bálsamo para o governo e para o país. Na versão encrenca, ele deixa muita gente assustada. Antonio Palocci angariou tamanho respeito desde que apareceu do nada para ser ministro da Fazenda no primeiro governo Lula que fica difícil encontrar um exemplo histórico que ilustre essa situação excepcional. Nos governos militares, Delfim Netto era poderoso demais para ter de cativar as pessoas pelo convencimento como Palocci se viu obrigado a fazer. Na redemocratização, houve personagens mais remidos, com maior influência sobre o presidente da República e até mais populares do que Palocci, mas nenhum combinou melhor todas essas características em uma única pessoa do que o atual ministro da Casa Civil. Por isso, quando Palocci aparece na região do inferno, todo o mapa do zodíaco político, não apenas o de Brasília, entra em turbilhão. É o que vem ocorrendo desde que o jornal Folha de S. Paulo revelou que o patrimônio dele se multiplicou por vinte no período de quatro anos - justamente aqueles em que Palocci passou em aparente ostracismo, cumprindo o mandato de deputado federal pelo PT de São Paulo, apeado que fora do núcleo do poder do governo Lula por um bizarro escândalo cujo lance final e menos republicano foi a quebra do sigilo bancário de um pobre caseiro que teve o azar de testemunhar certos fatos ocorridos em certa mansão na capital federal. Palocci superou tudo e, no governo Dilma Rousseff, voltou ainda mais forte ao coração do poder em Brasília. Agora, a origem da súbita fortuna do médico sanitarista feito mestre da política e da economia volta a assombrar. Palocci não deve ser investigado, mas deve uma explicação aos brasileiros. Tão hábil, transparente, afável e conciliador na vida pública, Palocci consegue de tempos em tempos destruir tudo o que construiu - talvez pelo excesso de confiança de que pode recolocar tudo no lugar. Se valer a vontade do mundo empresarial brasileiro, que Palocci conquistou por ser um raro elemento de racionalidade em Brasília, ele consegue se pôr de pé puxando os próprios cadarços dos sapatos. "Se em um almoço com o PIB Palocci disser na salada que precisa de alguns milhões, quando chegar a sobremesa o dinheiro estará na conta dele ou de quem ele mandar, diz um grande banqueiro, perplexo com o escândalo que envolve o atual ministro da Casa Civil. O que pesa contra Palocci? Resumindo, o patrimônio declarado por ele parece incompatível com os ganhos de deputado federal. Segundo a reportagem do jornal paulistano, em 2009 o então deputado federal pelo PT comprou um escritório na capital paulista por 882 000 reais. No ano seguinte, adquiriu outro apartamento por 6,6 milhões de reais. As aquisições não poderiam ser feitas apenas com os vencimentos e outras vantagens percebidas por um deputado federal. Palocci explicou que o dinheiro para a compra dos apartamentos veio de ganhos auferidos por sua empresa de consultoria, a Projeto, que funcionou a plena carga nos quatro anos em que ele esteve no plenário da Câmara dos Deputados - e foi desativada antes que assumisse o mais conspícuo cargo no governo Dilma Rousseff. ATUALIDADES 6 Não é crime nem agride a ética um deputado ser também empresário. Ele só não pode fazer três coisas. A primeira é negociar diretamente com o governo. A segunda é intermediar negócios que facilitem o acesso de empresas privadas aos cofres públicos. A terceira - bem, a terceira é ampla e universalmente desrespeitada - é usar as informações obtidas no exercício parlamentar para ajudar sua própria empresa ou a de terceiros a influenciar a trarnítação de projetos no Congresso Nacional. Palocci garante não ter cometido nenhum dos deslizes acima, mas se negou a nomear seus clientes, alegando estar impedido de fazer isso pelos termos de confidencialidade dos contratos que assinou. A reação pública de Palocci foi um desastre. Ele divulgou uma nota na qual, em resumo, desafiava: "Fiz, mas quem não faz?". Lembrou que existe muito político que também é empresário e que, no passado, banqueiros viraram servidores públicos e funcionários públicos viraram banqueiros ao abandonar seus cargos oficiais. Dos 513 deputados e 81 senadores, 273 exercem atividades empresariais. Nesse universo, as consultorias desempenham um papel preponderante, que é justamente aquele que Palocci garante não ter feito: atalhar os caminhos que levam ao sucesso de um projeto em tramitação no Congresso Nacional. A inadequação da resposta pública de Palocci, enviada por e-mail a centenas de aliados e adversários, foi total. A certa altura, a mensagem lembra que o "valor de um ex-ministro da Fazenda é muito alto". Não haveria maneira mais eficiente de causar desconfiança. Mas, tomando o mote, onde empresas teriam enxergado valor no ex-ministro Palocci a ponto de lhe dar alguns milhões de reais? O Grupo WTorre admitiu ter contratado a Projeto. A WTorre é uma empreiteira que fez doações às campanhas de Palocci em 2006 e de Dilma em 2010. Nos últimos quatro anos, fechou negócios com fundos de pensão, estatais e com a Petrobras. Palocci admite ter ido a "reuniões pagas, mas sem contratos" com a WTorre quando a empresa estava em via de abrir o capital em bolsa. As reuniões teriam ocorrido muito antes de a empresa ter sido brindada com a generosidade de aportes financeiros dos fundos de pensão. Palocci fez palestras pagas pela Amil, operadora de saúde que tem sua atuação fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde e cujos diretores nomeados passam pelo crivo da Casa Civil. Difícil ver nisso agressão à ética. As duas palestras que ele fez por 27 000 reais cada uma a convite do setor de açúcar e de álcool caem na mesma categoria. Não sugerem falta de ética e não explicam o aumento do patrimônio. A presidente Dilma pediu explicações. Palocci contou que ganhou dinheiro dando consultoria sobre riscos cambiais entre julho e setembro de 2008. Palocci disse que, por ter sido ministro da Fazenda e se tomado um competente economista sem diploma (o que ninguém discute), viu com maior clareza o tamanho do perigo cambial. Ele teria ajudado diversas empresas a desmontar suas arriscadas operações com os voláteis derivativos cambiais. A uma delas, com exposição de 250 milhões em derivativos, ele teria evitado um prejuízo de 5 bilhões. É ruim quando um ministro da estatura de Palocci tem de dar explicações - mas péssimo mesmo é não dá-las e apostar que as nuvens negras se dissipem. Fonte: Veja - 23/05/2011 SUPERMINISTRO, SUPERALVO Homem mais forte do governo Dilma, Palocci entra na mira de aliados contrariados e tem variação patrimonial questionada pelosadversários. Antônio Palocci é o homem forte do governo Dilma Rousseff. Todas as nomeações de segundo e terceiro escalões passam pelo crivo do ministro da Casa Civil. As negociações com a base aliada só avançam após a sua intervenção. Os contatos com os empresários lhe foram delegados, 7 ATUALIDADES até porque ele mantém os canais abertos com o setor produtivo desde que ocupou o Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula. Por determinação de Dilma, também cabe à Casa Civil fazer a triagem das demandas dos demais ministros, antes das audiências oficiais no Palácio do Planalto. Com tanto poder nas mãos, Palocci virou vidraça. No domingo 15, o jornal “Folha de S. Paulo” revelou que em quatro anos o patrimônio do ministro cresceu 20 vezes. Em 2006, ele declarou possuir bens que somavam R$ 375 mil, mas no ano passado comprou um apartamento de luxo por R$ 6,6 milhões, em apenas duas parcelas. Em 2009, já havia adquirido um escritório por R$ 882 mil. Como deputado federal, entre 2006 e 2010 Palocci recebeu R$ 974 mil. Os dois imóveis, no entanto, estão em nome da empresa de consultoria Projeto, da qual o ministro possui 99,9% do capital. Palocci não negou o aumento de seu patrimônio e na noite do próprio domingo disse que comprou os imóveis com a renda dos serviços de consultoria econômico-financeira prestados pela Projeto durante o período em que era deputado federal. “O patrimônio auferido pela consultoria foi fruto desta atividade e é compatível com as receitas realizadas nos anos de exercício”, ressaltou o ministro. Ele disse ainda que, depois das eleições do ano passado, mudou o objeto social da empresa – que hoje apenas administra os próprios imóveis – para não haver conflito de interesses com suas atividades na Casa Civil. Palocci afirmou também que todas as informações sobre a Projeto foram prestadas à Comissão de Ética Pública da Presidência, antes de sua posse no ministério. O presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, ratificou as explicações de Palocci. No Palácio do Planalto, as justificativas do ministro para a variação patrimonial foram consideradas satisfatórias e Palocci passou a ser defendido pelos mais próximos da presidente. “Ele é fundamental. Tem demonstrado competência e incrível empenho no apoio à presidente e na coordenação do governo”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, após reunião com a presidente Dilma Rousseff. Durante a semana passada, a multiplicação do patrimônio de Palocci continuou a rondar o Planalto. Embora pesos pesados da oposição como José Serra e Aécio Neves tenham optado pela cautela no lugar dos ataques virulentos, o PPS e o DEM tentaram convocar o ministro para explicar no Congresso a origem do dinheiro movimentado por sua empresa de consultoria. Querem que Palocci diga quais eram os seus clientes e como em pouco tempo a empresa conseguiu movimentar recursos suficientes para comprar à vista imóveis no valor de aproximadamente R$ 7,5 milhões. Saíram derrotados. O plenário da Câmara, por 266 votos a 73, derrubou o requerimento de convocação. Na noite da quinta-feira 19, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, única autoridade com competência para investigar o ministro, recebeu de Palocci novos esclarecimentos. O ministro se antecipou a uma eventual investigação na procuradoria e disse que, durante os quatro anos em que foi deputado, prestou serviços de consultoria empresarial para cerca de 20 empresas, entre elas bancos, montadoras e indústrias. Afirmou que um de seus clientes fatura R$ 350 milhões por mês. Palocci disse ainda ao procurador-geral que cerca de 70% do faturamento de sua empresa ocorreu no segundo semestre do ano passado, quando teria comunicado aos clientes que iria deixar as consultorias. Segundo o ministro, os recursos vieram com o fim dos contratos. Na sexta- feira 20, a “Folha de S. Paulo” informa que em 2010 a Projeto faturou R$ 20 milhões. No Brasil é permitido legalmente que um parlamentar possua empresas de consultoria desde que não transforme sua atividade parlamentar em lobby. A variação patrimonial do ministro só se tornou pública em razão de divergências políticas ocorridas no PT. Como suas decisões não têm o condão de agradar a todos, ele se torna alvo de fogo amigo. No PT, é dado como certo que a origem do ataque a Palocci é o ex-ministro ATUALIDADES 8 José Dirceu, que não tem conseguido emplacar alguns afilhados no segundo escalão. Além disso, Dirceu também credita a Palocci a responsabilidade por denúncias recentes de que teria praticado tráfico de influência no governo Lula. Segundo as apurações feitas pelo Planalto, as informações sobre a empresa de Palocci teriam chegado à imprensa por intermédio de pessoas ligadas ao PT de São Paulo. Há ainda o fato de que setores do PT e de partidos da base aliada estariam insatisfeitos com a forma de atuar do ministro. Isso teria ficado mais evidente há cerca de duas semanas, na negociação do novo código florestal. Líderes do governo e dos partidos aliados discutiam com o relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB – SP), em um apartamento em Brasília, alguns pontos do projeto. Foram surpreendidos quando Palocci chegou e ditou todos os pontos que deveriam defender, sem dar o menor espaço para discussão. Até aqui Palocci tem resistido e continua superpoderoso em Brasília, o que permite prever que seus desafetos não desistirão dos ataques. Novas investidas são bem mais que prováveis. Fonte: Isto é - 23/05/2011 9 ATUALIDADES ECONOMIA ATUALIDADES 10 REUNIÃO DO G20 Entenda o que é a "guerra cambial" O G20, grupos das vinte maiores economias do mundo, se reúne esta semana, entre os dias 10 e 12 de novembro, em Seul, capital da Coreia do Sul. O principal assunto do encontro será a chamada "guerra cambial". A disputa monetária vem afetando sobretudo países emergentes, como o Brasil. "Guerra cambial" é um conjunto de medidas econômicas adotada por governos para desvalorizar suas moedas. Os países fazem isso porque, com a moeda nacional "fraca", os produtos para exportação ficam mais baratos no mercado internacional e, assim, ganham competitividade. Para entender como isso acontece e como prejudica países como o Brasil, vamos primeiro analisar as estratégias dos dois maiores protagonistas da "guerra cambial": os Estados Unidos e a China. Não por acaso, são também, atualmente, as duas maiores potências econômicas mundiais. Os economistas entendem que a disputa se iniciou quando os Estados Unidos colocaram mais dólares em circulação no mercado. Somente no dia 3 de novembro, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), anunciou a "injeção" de US$ 600 bilhões (R$ 1 trilhão) nos mercados até 2011. É a mesma coisa, por exemplo, se um país tivesse uma safra muito grande de milho numa determinada estação. Com mais milho na praça, o produto seria desvalorizado, isto é, seu preço iria cair nas feiras livres e supermercados. Com a moeda acontece o mesmo. Com mais dólares em circulação, o dinheiro americano se desvaloriza frente às outras moedas, como o real. O governo americano adotou essa medida porque precisava exportar mais para recompor sua economia, afetada pela crise financeira internacional de 2008. Como o mercado interno não dava conta disso, pois as pessoas estão desempregadas ou poupando mais do que gastando, a solução foi apelar para o mercado externo. Para isso, é preciso tornar os preços mais competitivos (principalmente em relação aos chineses). Daí as medidas para "enfraquecer" a moeda. Desse modo, um brasileiro que pagava três vezes mais por um produto americano, em dólar, hoje, com a moeda americana a menos de R$ 2, paga, o mesmo produto, bem mais barato, ou seja, este se torna mais atrativo para o consumidor. China Mas o grande vilão da história, dizemos especialistas, é a China. O país desvalorizou primeiro sua moeda, o yuan, por meio do câmbio fixo. Câmbio fixo significa que a cotação da moeda local é controlada pelo Estado. Ou seja, é o governo que determina o quanto vale o dinheiro em relação ao dólar. É o contrário do que acontece na maioria dos países, onde se adota o chamado câmbio livre, que é quando a cotação é definida pelas operações no mercado financeiro. Soma-se a isso o fato da China ser o maior exportador mundial e está criado um problema e tanto. A reação dos demais países, como os Estados Unidos, foi o que deu início à "guerra cambial". Recentemente, até o presidente Luis Inácio Lula da Silva reclamou da "guerra cambial" travada entre a China e os Estados Unidos. E ele não está sozinho nessa queixa. A desvalorização da moeda americana prejudica as economias de outros países, tanto no mercado externo (pois os produtos ficam mais caros e perdem na concorrência com os estrangeiros) quanto no interno, pois as importações ficam mais baratas. 11 ATUALIDADES Imagine um empresário brasileiro que vende uma câmera digital por R$ 300 no mercado nacional. Aí chega ao Brasil um produto chinês que custa US$ 90, o que dá pouco mais de R$ 150 - a metade do que custa o mesmo artigo brasileiro. Mesmo que o empresário reduza os custos de produção para tentar tornar seu eletrônico mais competitivo com o chinês, ele não irá conseguir. Sua única opção será demitir funcionários. Fazendo isso, ele cria um "efeito dominó": com mais gente desempregada, cai o consumo e outras empresas também vendem menos. Para evitar um estrago maior, alguns governos promoveram intervenções cambiais (isto é, na moeda) e fiscais (em tributos). O objetivo é frear a queda do dólar e do yuan. Países emergentes, com economias estáveis e, por isso, atrativas para investidores, ficam mais vulneráveis à "guerra cambial". O governo brasileiro, entre outras medidas, elevou de 2% para 4% (e depois, para 6%) o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este imposto é cobrado sobre investimentos estrangeiros em rendas fixas, como títulos do governo. Na prática, o ajuste visa a conter a enxurrada de dólares no país. Negociações Porém, a solução definitiva, segundo economistas, depende da manutenção do câmbio livre com algumas medidas de controle por parte dos governos. Isso vai depender de negociações entre os líderes mundiais. A China, por exemplo, teria que valorizar mais a sua moeda. Para discutir estas propostas, o G20 reúne, em seu quinto encontro, presidentes e ministros da Fazenda do mundo todo. Representando o Brasil, estarão presentes, além de Lula, a presidente eleita, Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda Guido Mantega. O G20 foi criado em 1999 com o objetivo de propor soluções em conjunto para a economia mundial. O primeiro encontro foi realizado em Berlim, capital da Alemanha. Juntos, os países membros representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto) e 80% do comércio globais, assim como dois terços da população mundial. A Coreia do Sul é o primeiro país asiático e o único que não faz parte do G8 (grupos das oito maiores economias do mundo) a sediar a cúpula. Ao final do evento, a presidência do G20 será passada para a França. Fonte: Atualidades Uol. CRISE NO FMI 19/05/2011- O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, renunciou ontem (18) ao cargo. Ele está preso desde o último dia 14 em Nova York, após ser acusado de abuso sexual e tentativa de estupro por uma camareira de um hotel de Manhattan, onde estava hospedado. Mesmo depois de renunciar, Strauss- Kahn continua se declarando inocente das acusações. Em comunicado divulgado pelo FMI, Strauss-Kahn, de 62 anos, disse ter informado ao comitê executivo do órgão sua intenção de deixar o cargo imediatamente. Ele afirmou que decidiu apresentar a renúncia “com infinita tristeza”. “Neste momento penso primeiro em minha mulher – a quem amo mais do que qualquer coisa –, em meus filhos, em minha família, em meus amigos. Também penso em ATUALIDADES 12 meus colegas no Fundo; juntos, alcançamos tantas coisas grandes nos últimos três anos”, disse. Strauss-Kahn, que está detido na Prisão de Rikers Island, em Nova York, deve fazer um novo pedido de liberdade sob fiança ainda hoje (19). No começo desta semana, a Justiça de Nova York negou um pedido de fiança, no valor de US$ 1 milhão, alegando que ele poderia fugir dos Estados Unidos para a França, seu país de origem. Após reafirmar que nega “com a maior firmeza possível” as acusações contra ele, Strauss-Kahn disse querer proteger o FMI e dedicar toda a força e energia em provar sua inocência. O FMI afirmou que informará “no futuro próximo” sobre o processo de seleção de um novo diretor-geral. O atual vice-diretor-geral, o americano John Lipsky, vem exercendo o cargo interinamente desde a prisão de Strauss-Kahn. A relação de potenciais candidatos, com o apoio dos europeus e norte-americanos, inclui a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, e o ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha Gordon Brown. Dos países emergentes, querem concorrer ao cargo o ex-ministro da Economia da Turquia Kemal Dervis, o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, e o ex ministro das Finanças da África do Sul Trevor Manuel. Fonte: Abin BRASIL TEM 16,2 MILHÕES DE PESSOAS EM EXTREMA POBREZA, O EQUIVALENTE À POPULAÇÃO DO RIO Nos preparativos para o plano nacional de combate à miséria, o governo detectou pelo menos 16,2 milhões de pessoas vivendo hoje em condições extremas de pobreza, o equivalente à população do Estado do Rio de Janeiro, o terceiro mais populoso do Brasil. A informação foi dada nesta terça-feira (3), quando o Ministério do Desenvolvimento Social estabeleceu o valor de R$ 70 per capita ao mês como referência para definir quem são os brasileiros mais carentes. Por essa medida, a região Nordeste é a que conta com mais pessoas em extrema pobreza. São 18,1% da população, em comparação com os 8,5% nacionais. Em seguida aparecem o Norte (16,8), Centro-Oeste (4), Sudeste (3,4) e Sul (2,6). Os números, baseados em dados do Censo 2010, ajudarão a formular o plano Brasil Sem Miséria, uma das principais bandeiras eleitorais da presidente Dilma Rousseff. Eles indicaram que 8,5% da população nacional contam com renda mensal até R$ 70 – quantia próxima a indicadores internacionais para aferir pobreza extrema, de acordo com a ministra Tereza Campello. Ela afirmou que essa população tem difícil acesso a serviços públicos apesar de ser foco de ações governamentais. “Essa é a população mais vulnerável e, mesmo assim, os serviços públicos não estão chegando. Queremos que os serviços que já existem sirvam a essa população”, disse Campello, ao lado dos presidentes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eduardo Nunes. “Pretendemos ir a essa população, não fazer um chamamento e dizer que os equipamentos do Estado estão lá.” Conforme a linha de extrema pobreza anunciada nesta terça-feira, entre cada dez brasileiros um vive nas piores condições, incluindo aí beneficiários do programa Bolsa Família. O presidente do IPEA afirmou que essa informação ajudará a separar níveis de falta de recurso e focar melhor as políticas. “Não tínhamos na área social uma linha que estabelecesse parâmetros nem tínhamos metas para a área social. Essa linha de R$ 70 define”, disse. Os dados obtidos pelo Censo, feito em meados do ano passado, são preliminares e podem ser ajustados mais adiante. A ministra do Desenvolvimento Social disse ainda que o valor de R$ 70 deve revisto no futuro de acordo com um índice ainda a ser definido. Meta para 2016 13 ATUALIDADES O Ipea já divulgou estudos com previsão de fim da pobreza extrema no Brasil até 2016. Em seu discurso de posse, Dilma afirmou que acabarcom a miséria será o foco de sua gestão, até 2014. O principal plano da área social do governo, a ser anunciado nos próximos dias, visará universalizar o acesso a programas de transferência de renda, ampliar e melhorar serviços públicos e capacitar mão-de-obra, com investimentos em saúde e educação. De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), que nos próximos anos ajudará a ajustar os números da linha de pobreza extrema, com renda de até meio salário mínimo por mês, quase 25 milhões de brasileiros deixaram as condições mais carentes entre 1995 e 2008. FONTE: UOL GASTO DE BRASILEIROS NO EXTERIOR SOBE PARA US$ 1,943 BILHÃO EM ABRIL No mesmo mês de 2010, gasto ficara em US$ 1,229 bilhão.De janeiro a abril, brasileiros já deixaram US$ 6,667 bilhões lá fora. Investimento externo direto no Brasil somou US$ 5,5 bilhões em abril Os turistas brasileiros gastaram US$ 1,943 bilhão no exterior em abril. Nos primeiros quatro meses deste ano, o valor deixado pelos brasileiros durante viagem a outros países já soma US$ 6,667 bilhões. Em abril do ano passado, este gasto foi de US$ 1,229 bilhão. E entre janeiro e abril de 2010, ficou em US$ 4,570 bilhões. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (25) pelo Banco Central. O déficit no saldo das viagens (diferença entre o que os brasileiros deixaram no exterior e o que estrangeiros gastaram aqui) foi de US$ 1,404 bilhão em abril e chega a US$ 4,330 bilhões no primeiro quadrimestre. Ambos os valores são os mais altos de toda a série histórica do BC. Fonte: G1 ATUALIDADES 14 SOCIEDADE 15 ATUALIDADES MOVIMENTOS SOCIAIS TERÃO PAPEL FUNDAMENTAL PARA AJUDAR A ERRADICAR A MISÉRIA Os movimentos sociais terão um papel de destaque na erradicação da miséria, segundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que participou, nesta terça-feira (23) da reunião de ministros e assessores com a presidenta Dilma Rousseff, para debater o plano Brasil sem Miséria. "A rede de organizações não governamentais será importante instrumento para ajudar o governo federal a identificar pessoas que ainda estão fora de alcance das políticas públicas", disse a ministra, destacando o papel que os segmentos sociais vão desempenhar na proposta de superação da extrema pobreza. Para a ministra, a idéia que orienta o plano é que a pobreza seja olhada em suas várias dimensões. "O objetivo é chegar a 2014 com elevação de renda e de melhoria das condições de vida dos 16,2 milhões de pessoas que ainda permanecem na extrema pobreza, apesar dos avanços dos últimos anos", ressaltou a ministra. Ela sinalizou que o Cadastro Único será o grande instrumento de planejamento para o conjunto das ações do setor público. O plano está sendo desenhado sobre três eixos: transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva. Estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 16,267 milhões de brasileiros têm renda per capta de até R$ 70 por mês, o público alvo da campanha. O estudo apontou que os brasileiros extremamente pobres – 8,5% da população – estão concentrados principalmente na região Nordeste, totalizando 9,61 milhões de pessoas (59,1%), sendo a maioria no campo (56,4%). O debate sobre o Plano do Brasil sem Miséria com os movimentos sociais continua nesta semana. Estão programados diálogos representantes de entidades patronais, sindicatos de trabalhadores e igrejas. Segundo o IBGE, dos brasileiros extremamente pobres nas áreas urbanas (8,67 milhões), pouco mais da metade vive no Nordeste (52,6%) e cerca de um em cada quatro na região Sudeste (24,7%). De um total de 29,83 milhões de brasileiros residentes no campo, cerca de um quarto se encontra na extrema pobreza (25,5%), totalizando 7,59 milhões de pessoas. As regiões Norte e Nordeste apresentam valores relativos próximos (35,7% e 35,4%, respectivamente) de população rural extremamente pobre. Fonte: Portal Brasil Publicado em: 24/05/2011 MARANHÃO CONCENTRA MAIS MISERÁVEIS; SC É O ESTADO QUE TEM MENOS O Maranhão é o Estado que tem proporcionalmente a maior concentração de pessoas em condições extremas de pobreza. Da população de 6,5 milhões de habitantes, 1,7 milhão está abaixo da linha de miséria (ganham até R$ 70 por mês). Isso representa 25,7% dos habitantes - mais que o triplo da média do país, que é de 8,5%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. O conceito de miséria foi estabelecido oficialmente na semana passada pelo governo federal, que resolveu considerar em estado de pobreza extrema quem ganha até R$ 70 por mês Fonte: UOL Economia OMS DIZ QUE BRASIL É QUINTO PAÍS COM MAIS MORTES NO TRÂNSITO Dados de 2007 mostram que 35,1 mil brasileiros perderam a vida, enquanto no mundo foram 1,2 milhão O Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito de todo o mundo. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que nesta semana publica o maior estudo já realizado sobre o impacto dos desastres para a saúde. ATUALIDADES 16 Para poder comparar todos os países, a OMS utilizou dados de 2007. Naquele ano, houve 35,1 mil mortes causadas por veículos no Brasil. Em termos absolutos, esse número só é inferior ao de outros quatro países: Índia (105,7 mil), China (96,6 mil), Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia (35,9 mil). Percentualmente, o Brasil ocupa uma posição intermediária, com 18 mortes para cada 100 mil habitantes. Nesse caso, a taxa é superior à dos Estados Unidos (13) e inferior à da Rússia (25), por exemplo. Os maiores índices se concentram no Leste do Mediterrâneo e nos países africanos. Holanda, Suécia e Reino Unido têm as menores taxas, segundo a pesquisa. APENAS 15% DOS PAÍSES TÊM LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Hoje, os acidentes nas estradas já são a décima maior causa de mortes no mundo. Segundo a organização, esses desastres matam 1,2 milhão de pessoas por ano. Quase metade das vítimas não estava de carro – foram 584 mil pedestres e ciclistas mortos em acidentes, representando 46% do total das mortes. No Sudeste Asiático, esse índice é ainda mais alarmante: 80% das mortes no trânsito envolveram pessoas que sequer têm carro. Para os especialistas, preocupa que o número de acidentes continue crescendo nos países emergentes. Diante do aumento da renda nesses países, o número de carros também cresceu. Mas não necessariamente os dispositivos de segurança. Os dados também indicam que, nos países ricos, a taxa de mortes está estável. Nos países em desenvolvimento, é diferente. Cerca de 90% dos acidentes ocorrem nesses países mais pobres, mesmo que essas economias tenham metade dos carros do mundo – afirmou Etienne Krug, diretor do Departamento de Violência da OMS. Apenas 15% dos 178 países avaliados têm uma legislação completa em relação ao trânsito, incluindo limites alcoólicos, limites de velocidade dentro de cidades e obrigatoriedade no uso de capacetes. O problema é que, mesmo nos países onde existem as leis, o cumprimento é falho. A pesquisa mostra que menos de 60% dos países têm leis que exigem o cinto de segurança para todos os ocupantes do veículo. Entre os países mais pobres, a taxa é de apenas 38%. Diante desses dados, a OMS alerta: se o ritmo de crescimento das mortes for mantido como nos últimos 10 anos, o mundo terá 2,4 milhões de mortes em 2030, o dobro do índice atual. FONTE: Zero Hora IDH DO BRASIL SOBE IMPULSIONADO PELA RENDA, MAS MANTÉM 75ª POSIÇÃO O IDH varia de 0 a 1 e tenta medir o desenvolvimento humano dos 182 países comparados a partir de três dimensões: saúde, educação e PIB per capita. De 2006 para 2007 (os relatórios sempre se referem a dois anos antes), o IDH brasileiro variou de 0,808 para 0,813. Um valor acima de 0,800 é considerado nível de alto desenvolvimento humano. Neste ano, o tema principaldo relatório foi migração. Para facilitar as análises sobre este tópico, pela primeira vez, o Pnud separou nações com IDH acima de 0,900 num grupo considerado de muito alto desenvolvimento humano. Fazem parte desta elite, que concentra a maioria dos imigrantes, 38 países, liderados por Noruega (0,971), Austrália (0,970) e Islândia (0,969). Na base do ranking encontram-se Níger (0,340), Afeganistão (0,352) e Serra Leoa (0,365). O Pnud destaca que uma criança que nascer hoje em Níger terá expectativa de viver apenas até os 51 anos, enquanto uma norueguesa deverá chegar aos 81. "Muitos países testemunharam retrocessos nas últimas décadas devido às retrações econômicas, crises induzidas por conflitos e epidemias de HIV", afirma a principal autora do relatório deste ano, Jeni Klugman. Como os dados divulgados no relatório deste ano vão somente até 2007, ainda não é possível mensurar o impacto da crise econômica mundial, iniciada no fim do ano passado. Alison Kennedy, chefe da equipe de estatística do IDH, no entanto, diz esperar que os efeitos não sejam tão grandes: "O PIB per capita de muitos países pode ter sido bastante afetado, 17 ATUALIDADES mas os indicadores de saúde e educação não reagem tão rapidamente a crises, o que poderá fazer com que a oscilação não seja tão significativa." Brasil Os indicadores brasileiros no IDH serão detalhados hoje pelo escritório do Pnud no país, mas, na comparação com o relatório de 2008, é possível verificar que o avanço se deu principalmente por causa do PIB per capita. Educação e saúde também melhoraram, mas em ritmo menor, já que o analfabetismo adulto tem caído pouco no país e a expectativa de vida ao nascer (único componente do índice de saúde) não costuma sofrer oscilações bruscas de um ano para o outro. Além do próprio IDH, o Relatório de Desenvolvimento Humano permite comparar outros indicadores. É possível destacar, por exemplo, que apesar de ter registrado queda na desigualdade desde o início da década, o Brasil ainda permanece no grupo de dez países mais desiguais do relatório, atrás apenas de Namíbia, Ilhas Comores, Botsuana, Haiti, Angola, Colômbia, Bolívia, África do Sul e Honduras. No Brasil, os 10% mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto os 10% mais pobres, apenas 1%. Na Noruega, país que lidera o ranking, os 10% mais ricos concentram 23% da riqueza, enquanto os 10% mais pobres respondem por 4%. Outro indicador em que o Brasil destoa dos líderes é o investimento público em educação e saúde. Noruega, Austrália e Islândia investem, respectivamente, 35%, 31% e 36% de seu gasto público nessas áreas. No Brasil, a proporção é de apenas 22%. O maior desnível acontece na saúde, setor em que o Brasil investe 7% dos gastos, menos da metade do que Noruega (18%), Austrália (17%) e Islândia (18%). Fonte: Folha de São Paulo ATUALIDADES 18 EDUCAÇÃO 19 ATUALIDADES OS ADVERSÁRIOS DO BOM PORTUGUÊS Doutrinar crianças com a tese absurda de que não existe certo ou errado no uso da língua é afasta-las do que elas mais precisam para ascender na vida.Em um mundo em que o sucesso na vida profissional depende cada vez mais do rigor intelectual e do conhecimento, causa perplexidade a bandeira que vem sendo empunhada em escolas públicas e particulares brasileiras por uma corrente de professores de linguística. Eles defendem a ideia de que não existe certo ou errado na língua portuguesa, mas que a norma culta, ancorada na gramática, é só mais uma entre as várias maneiras de expressar-se. Para esse grupo, chamar a atenção do aluno que infringe tais regras - papel fundamental de um bom professor - é "preconceito linguístico". Adotado nas aulas de português de meio milhão de estudantes do ensino fundamental, o livro Por uma Vida Melhor é uma amostra do que propaga esse círculo de falsos intelectuais.Escreve Heloisa Ramos, uma das autoras: "Você pode estar se perguntando: "Mas eu posso falar os livro?". Claro que pode". O erro crasso de concordância seria apenas uma "variação popular", segundo a autora. Certamente um desserviço aos jovens de uma nação de iletrados sedenta de conhecimentos. Mas as autoridades já estão cientes desse desastre e cuidam de reverter seus efeitos, certo? Errado. A ignorância prospera sob a chancela oficial. O Ministério da Educação (MEC), que pagou pelos livros e os distribuiu, decidiu não retirá-los das escolas. Diz a educadora Maria Inês Fini: "A escola que não enfatiza a norma culta da língua está excluindo seus alunos da cultrura dominante, que todos devem almejar e à qual devem ter acesso". O motor ideológico dos obscurantistas se move em tomo da visão de que a língua culta é um instrumento de dominação das elites. Essa tolice é disseminada nas faculdades brasileiras de pedagogia. Resume o historiador Marco Antonio Villa: "O discurso dominante nessas instituições valoriza a ignorância". Essa visão mesquinha deturpa a sociolinguística, ramo de estudo focado nas variações do uso de um idioma - o que é bem diferente de menosprezar a norma culta e ensinar às crianças que elas podem falar "nós vai" ou "nós pegou o peixe” e que, se alguém as admoestar, é por "preconceiro linguístico". Esses desvarios são o retraro da atual situaçào política brasileira, comandada por uma ortodoxia cada vez mais ousada em sua destruição impune de todo bem cultural que não se encaixa na sua estreita visão de mundo. "A ideia de que a língua culta é um instrumento de dominação da elite é um absurdo que não se vê em nenhuma outra nação desenvolvida", diz o linguista Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de dezenas de livros. Um dos expoentes dos talibãs da linguística no Brasil é um certo Marcos Bagno, professor da Universidade de Brasília (UnB), hoje o grande madraçal da ortodoxia dessa estupidez. Bagno criou o termo "preconceito linguístico" em um livro de mesmo nome lançado na década de 1990. Já é um escândalo planetário que o suado dinheirinho dos brasileiros honestos e trabalhadores esteja sendo usado para sustentar os desvarios dos talibãs acadêmicos. A preguiça mental desses doutores do atraso é sustentada por brasileiros de quem o Fisco arranca a maior carga de imposros do mundo entre os países emergentes, por pais e mães que gastam metade do que ganham para pagar uma boa escola privada aos filhos, suprindo com seu suor o que deveria ser obrigação do estado. Para a procuradora da República Janice Ascari, está-se diante de um crime "contra nossos jovens ... um desserviço à ,educação já deficientíssima no país". E espantoso que as crianças brasileiras estejam sendo expostas a esse tipo de lixo acadêmico travestido de vanguarda cultural, quando deveriam estar aprendendo as disciplinas obrigatórias e ATUALIDADES 20 acumulando o conhecimento e as habilidades que as tornarão capazes de enfrentar com sucesso os desafios do mundo real. O crime apontado pela procuradora Janice Ascari ocorre em um país em que, ao final do ciclo escolar, 62% dos estundantes são incapazes de interpretar textos, onde 1 milhão de vagas abertas pelas empresas brasileiras não podem ser preenchidas por falta de gente qualificada. Enquanro isso, nas salas de aula das escolas públicas, as crianças brasileiras carentes de "aprender a pescar", no sentido do provérbio. são ensinadas que é certo falar "nós pega o peixe". Fonte: Veja - 23/05/2011 TECNOLOGIA E ENERGIA NOVA CHANCE PARA O ETANOL DE CANA Uma das agências de proteção ambiental mais poderosas dos EUA está prestes a aprovar uma resolução que deverá provocar a reavaliação profunda dos benefícios gerados por biocombustíveis como o etanol, criando novas oportunidades para os usineiros brasileiros interessados em aumentar as exportações do produto para o cobiçado mercado americano. A medida está há mesesem estudos no Conselho de Qualidade do Ar do Estado da Califórnia, organismo encarregado de definir regras para a execução de um ambicioso programa lançado há dois anos para incentivar o consumo de combustíveis limpos e combater o aquecimento global. A iniciativa poderá levar à adoção de políticas semelhantes em outros Estados americanos e na esfera federal. No centro do debate está a possibilidade de os EUA adotarem um método novo e controverso para calcular a contribuição da indústria dos biocombustíveis para as mudanças climáticas, contabilizando efeitos indiretos como o impacto da produção no desmatamento na Amazônia e no uso da terra em outras partes do globo. Diversos estudos científicos demonstram que a substituição da gasolina pelo etanol reduz de forma significativa as emissões de dióxido de carbono e outros gases responsáveis pelo efeito estufa. Mas essas análises consideram apenas as emissões que podem ser atribuídas diretamente à produção e à distribuição do combustível e não incluem efeitos indiretos, difíceis de medir com exatidão. Os ambientalistas americanos temem que o avanço dos biocombustíveis empurre a produção agrícola mundial para regiões como a Amazônia, o que poderia anular seus benefícios para o planeta. Mas os estudos que estão sendo feitos nos EUA têm servido para realçar as vantagens que o etanol brasileiro oferece em relação a outros tipos de biocombustível. Cálculos preliminares do Conselho de Qualidade do Ar da Califórnia sugerem que o etanol produzido no Brasil permite reduzir em 72% a emissão de gases-estufa associados ao consumo de gasolina, em linha com estudo recente da estatal brasileira Embrapa . Se forem incluídos na conta desmatamento e outros efeitos indiretos atribuídos pelos ambientalistas à produção de álcool, a redução seria bem menor: 24%. Ainda assim, o álcool brasileiro sairia ganhando na comparação com o etanol produzido nos EUA, onde o combustível é feito de milho em vez de cana-de-açúcar. Os cálculos da Califórnia sugerem que a substituição da gasolina por etanol de milho aumentaria em 4% as emissões de carbono, depois de computados os efeitos indiretos. A resolução em discussão no Conselho de Qualidade do Ar deve ser aprovada no próximo dia 24 e dará enorme força a esses números. O programa de combate ao aquecimento global lançado pela Califórnia estabelece como meta para a próxima década 21 ATUALIDADES uma redução de 10% na intensidade de carbono dos combustíveis usados por carros e outros veículos no Estado. A partir de 2011, as refinarias do Estado precisarão de volumes crescentes de combustíveis limpos para cumprir essa meta. Se as regras propostas pelo governo prevalecerem, os cálculos que incluem o desmatamento e outros efeitos indiretos na análise dos biocombustíveis terão peso decisivo nas escolhas das refinarias e poderão favorecer o álcool produzido no Brasil. Mais rico dos Estados americanos, a Califórnia consumiu quase 57 bilhões de litros de gasolina em 2008. Se as refinarias substituíssem um décimo disso por etanol, misturando o álcool à gasolina para cumprir as exigências da legislação do Estado, a demanda gerada pela iniciativa seria equivalente a três vezes o volume de etanol vendido pelos usineiros brasileiros para os EUA no ano passado. Se a proposta dos ambientalistas da Califórnia vingar, o álcool do Brasil terá uma vantagem significativa sobre o etanol feito de milho nesse mercado. "O combustível que proporcionar uma redução maior das emissões de carbono poderá cobrar um prêmio por isso", disse o representante da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nos EUA, Joel Velasco, que tem acompanhado de perto a discussão do tema na Califórnia. O etanol brasileiro enfrenta atualmente diversas barreiras para entrar nos EUA. Os produtores americanos recebem subsídios oficiais generosos para extrair o combustível do milho. Tarifas impostas ao álcool importado encarecem o produto brasileiro, reduzindo sua competitividade. As normas em debate na Califórnia podem reduzir a importância dessas barreiras se de fato gerarem um aumento na demanda pelo etanol do Brasil. Políticos, cientistas e grandes corporações com interesses no setor tem se mobilizado para influir na discussão. Vários grupos estão pressionando as autoridades da Califórnia a abandonar a ideia de incluir os efeitos indiretos nas suas análises, por causa das perdas que isso pode causar especialmente às usinas americanas. É provável que diversos grupos recorram à Justiça contra a decisão da Califórnia. Os modelos matemáticos usados para calcular os efeitos indiretos são imperfeitos. Se uma floresta é destruída porque fazendeiros precisam de terra para produzir alimentos, o carbono armazenado nas árvores é liberado na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Mas inúmeros fatores podem contribuir para que isso ocorra, e o avanço dos biocombustíveis em áreas que eram dedicadas à produção de comida é só um deles. A premissa básica dessa discussão, a de que os biocombustíveis também são responsáveis por emissões que ocorrem fora da sua cadeia produtiva, está errada", disse o professor Bruce Dale, um especialista da Universidade de Michigan. "Outro problema é achar que temos condições de analisar todas as variáveis envolvidas no processo e tomar decisões com base em modelos tão pouco confiáveis". Mas os ambientalistas têm muito poder na Califórnia e neste ano passaram a ocupar postos-chave em Washington também, com a posse do presidente Barack Obama. "Não há como fugir dessa discussão", disse Nathanael Greene, um analista do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, um influente grupo de pressão. "Pode haver dúvidas sobre a melhor forma de calcular isso, mas é certo que o impacto dos biocombustíveis sobre o uso da terra não é zero e precisamos desenvolver a indústria de forma mais sustentável". Há no momento uma discussão muito semelhante em curso na esfera federal. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla inglês) também está prestes a definir uma nova metodologia para calcular as emissões de gases-estufa associadas aos vários tipos de biocombustíveis, incluindo os efeitos indiretos sobre o uso da terra. A proposta da EPA ainda está em análise na Casa Branca. Metas fixadas pela legislação americana impõem limites à expansão das usinas de etanol de milho no país e determinam que no futuro o consumo de outros biocombustíveis ATUALIDADES 22 só poderá aumentar se eles emitirem 50% menos gases-estufa do que a gasolina. Cálculos preliminares feitos pela EPA indicaram uma redução de 44% com o uso do etanol de cana, numa conta que inclui os efeitos indiretos. Fonte: Abin MENOS DE 2% DOS POBRES NO BRASIL TÊM ACESSO À INTERNET, DIZ CEPAL No entanto, somente 1,7% das casas mais pobres do Brasil contam com esta forma de comunicação. Em relação à distância entre os que têm maior poder aquisitivo e os mais carentes, com disponibilidade de internet em casa, o Brasil está dentro da média regional, detectada pela pesquisa. Em segundo lugar na lista da Cepal, aparece o Chile, com 42% das residências mais ricas com acesso à internet e em seguida vem Uruguai com 38% e México com 36,8%. Segundo a Cepal, em onze dos 14 países analisados, o acesso à internet na casa dos mais ricos é cerca de 30 vezes maior do que nos lares menos beneficiados da América Latina. Apesar desta desigualdade tecnológica, o Brasil também aparece entre os países nos quais os mais carentes, mesmo com o baixo índice, mais têm acesso a esta rede. De acordo com a pesquisa, Chile, México e Brasil (nessa ordem) são os países onde os mais pobres mais têm acesso a esta rede. No Chile e no México, esta média é de 3%, mas em países como Bolívia e Paraguai a pesquisa mostra que as casas mais carentes não têm internet. E nos dois casos são poucos os que contam com este serviço em suas residências - 12% na Bolívia e 9% no Paraguai. O levantamento, realizado em 2007e divulgado agora, foi possível, como destacou o organismo num comunicado, graças ao novo Sistema de Informação Estatístico regional, criado pelo Observatório para a Sociedade da Informação da América Latina e Caribe (OSILAC), da Cepal. Este sistema permite processar, como informou a Cepal, dados sobre o uso e acesso às chamadas "Tecnologias da Informação e as Comunicações" (TIC) da região. De acordo com assessores da Cepal, o levantamento regional sobre o acesso das residências à internet foi feito por institutos oficiais de pesquisas de cada país. A mesma pergunta foi feita em todos os países: se o habitante tem ou não internet em casa. "O (novo) sistema permite constatar brechas no acesso e uso de tecnologias, segundo fatores sócio-econômicos", diz a Cepal. Além da pesquisa que revelou a distância do acesso à internet entre as casas dos que têm maior e menor poder aquistivo, a Cepal realizou levantamento sobre a disponibilidade de computador nas residências das áreas urbanas e rurais. Nesse caso, a brecha entre o acesso nas casas da região urbana e da região rural é, em média, de 17%. No Brasil, 30,4% das casas nas áreas urbanas têm acesso à internet e apenas 4,9% têm esta disponibilidade nas áreas rurais. Os resultados destes levantamentos, segundo a Cepal, são "poderosas ferramentas" para a elaboração e avaliação de políticas públicas e estratégias ligadas ao TIC na região. De acordo com a Cepal, com o novo sistema será possível definir "variáveis sócio-econômicas" no próprio país e na região. Os itens, além do acesso ao computador desde casa, podem ser ainda sobre o acesso ao sistema bancário eletrônico, entre outros. Fonte: Abin 23 ATUALIDADES RELAÇÕES INTERNACIONAIS ATUALIDADES 24 BIN LADEN MORRE O TERRORISTA MAIS PROCURADO DO MUNDO Osama bin Laden, responsável pelo maior ataque terrorista em solo norte- americano, foi morto no último domingo (1º. de maio) por forças especiais da Marinha dos Estados Unidos. Ele estava escondido em uma cidade próxima à Islamabad, capital do Paquistão. O saudita, de 54 anos, era o homem mais procurado no mundo. A morte de Bin Laden foi anunciada pelo presidente norte-americano Barack Obama a poucos meses do aniversário de dez anos dos atentados de 11 de setembro de 2001. De acordo com a Casa Branca, o líder da Al-Qaeda resistiu à prisão e foi baleado na cabeça e no peito. O corpo foi lançado ao mar após um ritual religioso feito conforme a tradição islâmica. O motivo do sepultamento no oceano seria o fato de que dificilmente algum país aceitaria receber os restos mortais do terrorista para um funeral. O anúncio da morte do terrorista foi comemorado em Nova York e em Washington, cidades alvos dos ataques do 11 de setembro. O governo dos Estados Unidos decretou alerta máximo em bases militares e para viagens turísticas, em vista de eventuais retaliações de radicais islâmicos. As consequências da morte de Bin Laden, porém, ainda são incertas. Os seguidores do extremista em todo mundo poderão se unir em torno de sua figura de mártir, ou então, o fim da caçada ao terrorista poderá abreviar o término da guerra no Afeganistão, iniciada para promover sua captura e de outros líderes da Al Qaeda. O que é certo, dizem os analistas, é que o episódio não foi o capítulo final da luta contra o terrorismo globalizado. Nos últimos anos, Bin Laden exercia uma influência mais simbólica do que efetiva no comando da Al Qaeda. Os esforços por sua captura o obrigavam a viver em esconderijos e com poucos contatos. Na prática, o egípcio Ayman al-Zawahiri, sucessor de Bin Laden, responderia pelo controle da rede terrorista. Al-Zawahiri ocupa o segundo lugar na lista dos mais procurados do governo norte-americano. Autoridades paquistanesas só ficaram sabendo da operação militar após seu término, numa clara violação da soberania do país asiático. O atrito diplomático entre as duas nações foi alimentado por desconfianças, por parte dos americanos, de que o terrorista tenha tido apoio de pessoas ligadas ao governo do Paquistão. Bin Laden nasceu em Riad, na Arábia Saudita, em 10 de março de 1957. Era um dos 52 filhos de Muhamad Bin Laden, um camponês que se tornou magnata da construção civil e que usou sua fortuna para financiar uma "guerra santa" contra as duas superpotências militares do século 20, os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Após a invasão do Afeganistão por tropas soviéticas em 1979, pai e filho receberam apoio da CIA, o serviço secreto americano, para combater os comunistas. A Al Qaeda foi fundada por Bin Laden em 1988, um ano antes da retirada dos soviéticos do território afegão. Em 1989, o terrorista retornou ao país de origem. Com o início da Guerra do Golfo (Kuwait), em 1991, ele criticou a monarquia saudita por abrigar soldados americanos no país durante a guerra contra Saddam Hussein. Ele então fugiu para o país vizinho, o Sudão, onde passou a financiar campos de treinamento de terroristas. A pressão de Washington o levou a ser expulso do país africano e buscar abrigo no Afeganistão. Em 7 de agosto de 1998 Bin Laden foi responsabilizado pelo ataque contra embaixadas norte-americanas na Tanzânia e no Quênia, que deixaram 224 mortos e milhares de feridos. Por conta disso, no ano seguinte ele foi incluído na lista do FBI das dez pessoas mais procuradas do mundo. Em 11 de setembro de 2001, terroristas sequestraram quatro aviões americanos de passageiros. Dois deles foram jogados contra as torres gêmeas do World Trade Center em 25 ATUALIDADES Nova York, e outro sobre o Pentágono, em Washington. A quarta aeronave, a United Flight 93, caiu no interior da Pensilvânia depois que os passageiros reagiram e lutaram contra os agressores. Cerca de 3.000 pessoas morreram nos ataques. A Al Qaeda foi responsabilizada pelos atentados e Bin Laden se tornou o terrorista mais procurado em todo o mundo. Outras dezenas de crimes foram reivindicadas pela rede terrorista, entre eles os atentados aos trens de Madri, em 2004, e ao metrô londrino, em 2005. Desde então, Bin Laden só aparecia em vídeos gravados, em que fazia ameaça de novos ataques. No entanto, as atuais revoltas árabes em curso em países como Líbia, Egito, Iêmen e Síria abrem uma série de questões. Como exemplo, o mundo islâmico poderia vislumbrar um futuro mais democrático? O extremismo religioso está perdendo força e a herança de Bin Laden estaria desbotada? FONTE: Adaptação atualidades UOL. REVOLTAS ÁRABES GADDAFI PODE SER O PRÓXIMO A CAIR atualizado 02/03/2011 Muammar Gaddafi é considerado o pior ditador no mundo árabe. Ele está há 41 anos no poder – é o mais longevo entre os governantes – e não hesitou em usar as Forças Armadas para reprimir protestos, que são proibidos na Líbia. Agora, cada vez mais isolado, ele pode ser o próximo líder muçulmano a deixar o cargo por conta das manifestações que se espalharam pela África do Norte e o Oriente Médio. O movimento já derrubou dois presidentes, da Tunísia e do Egito, em menos de dois meses. A queda de ditadores é algo inédito na história da região. Os países árabes são governados por monarquias ou ditaduras. O aumento no preço dos alimentos, o desemprego e a insatisfação dos jovens deram início às revoltas por abertura política. Os levantes chegaram a Bahrein, Marrocos, Iêmen, Jordânia, Irã e Arábia Saudita. Na Líbia, o governo reagiu com violência. Quase 300 pessoas morreram em conflitos com forças de segurança desde o dia 16 de fevereiro. O ditador líbio chegou a usar aviões e tanques contra as multidões. Os protestos começaram após a prisão de um advogado ligado à causa dos Direitos Humanos. O maior foco dos distúrbios é Benghazi, segunda maior cidade, localizada na região leste. A cada dia a situação fica mais difícil para Gaddafi. Dentro do país, os revoltosos assumiram o controle de cidades no leste. Na região nordeste, militares aderiram à "revolução dopovo". No exterior, a pressão diplomática é a cada vez maior para que ele deixe o poder. Em um pronunciamento raivoso na TV, em 21 de fevereiro, o líder líbio, de 68 anos, desafiou os revoltosos e disse que iria “morrer como um mártir”. Antes, seu filho Saif al- Islam advertiu para o risco de guerra civil. No dia 22 de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU condenou o uso da violência contra manifestantes na Líbia e pediu a responsabilização dos culpados. A decisão deve ser seguida se novos embargos contra o regime. ATUALIDADES 26 A Líbia é um país rico em petróleo. É o quarto maior produtor da África, depois da Nigéria, Argélia e Angola, com reservas estimadas em 42 bilhões de barris (para efeito de comparação, as reservas brasileiras são de 14 bilhões de barris). A maior parte da produção é exportada para a Europa. O país, de 6,4 milhões de habitantes (equivalente à população do Rio de Janeiro), tem ainda o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África. A riqueza, porém, não é bem distribuída entre a população. A despeito das melhorias em relação ao período anterior à Gaddafi, um terço vive na pobreza e a taxa de desemprego é de cerca de 30%. Esse é um dos principais motivos dos protestos. A Líbia foi província romana, domínio do Império Otomano e colônia italiana. Após a Segunda Guerra Mundial, o território foi repartido entre a França e o Reino Unido. Em 1º de janeiro de 1952, a ONU aprovou a independência, reunindo os territórios no Reino Unido da Líbia. O emir Sayyid Idris al-Sanusi foi coroado rei Idris I, primeiro e único monarca a governar a nação. Nos anos seguintes, Estados Unidos e Reino Unido instalaram bases militares em solo libanês. Mas a descoberta de petróleo levou o governo a pedir a retirada das tropas estrangeiras. O minério também mudou o perfil econômico e social do país, que até então era um dos mais pobres do continente africano. Um golpe de Estado depôs a monarquia em 1º de setembro de 1969, sem derramamento de sangue. Gaddafi, com apenas 27 anos, assumiu o comando. Até hoje, a Líbia não tem Constituição ou partidos políticos, e a oposição é proibida. Nas décadas seguintes, o ditador se tornou inimigo do Ocidente, comparável ao iraquiano Saddam Hussein. Nos últimos anos, entretanto, conseguiu se reaproximar das potências ocidentais. Gaddafi ficou conhecido pelo jeito extravagante de se vestir, os discursos incoerentes e a habilidade diplomática. Nos anos 1980, foi monitorado pelos serviços de inteligência por ligações com grupos terroristas. O governo da Líbia foi responsabilizado por atentados na Europa e no Oriente Médio. O mais conhecido foi o ataque à bomba no voo da Pan Am sobre Lockerbie, na Escócia, que matou 270 pessoas em 1988. Dois anos antes, em 1986, o ex-presidente americano Ronald Reagan (que chamou Gaddafi de "cachorro louco”) autorizou um ataque aéreo à capital Trípoli. A investida ocorreu em represália a um atentado contra uma discoteca em Berlim Ocidental, que matou dois militares americanos. Entre os mortos no ataque à Trípoli estava a filha adotiva de Gaddafi. Depois do 11 de Setembro, Gaddafi passou a colaborar com os americanos na guerra contra o terrorismo. Em 2003, ele assumiu a autoria do atentado de Lockerbie e pagou uma indenização bilionária às famílias das vítimas. A estratégia visava suspender as sanções impostas pela ONU. Deu certo. Nos últimos anos, Trípoli reatou ligações diplomáticas e comerciais com a Europa e com Estados Unidos, atraindo investidores estrangeiros. A crise atual mudou o panorama. Os governos ocidentais agora pedem a saída do ditador e fazem a retirada em massa de estrangeiros. FONTE: Atualidades Uol 27 ATUALIDADES CRISE NO EGITO PROTESTOS DERRUBAM DITADOR Depois de 18 dias de manifestações populares, o presidente egípcio Hosni Mubarak renunciou ao cargo no dia 11 de fevereiro de 2011, encerrando três décadas de ditadura. O feito, considerado histórico, foi comemorado em todo o mundo. O Egito é o mais populoso e influente país árabe. Nunca antes um governante havia sido deposto por força de um movimento popular. A primeira vez que isso aconteceu no mundo árabe foi na Tunísia, em 14 de janeiro. Na ocasião, o presidente Zine El Abidine Ben Ali também cedeu aos protestos e renunciou, após 23 anos no poder. Rapidamente, a onda de protestos pró-democracia se espalhou por outros países do Norte da África e do Oriente Médio. Os especialistas, entretanto, eram céticos quando à possibilidade de queda do ditador egípcio. Isso porque o Egito possui o maior aparato policial da região, financiado pelos Estados Unidos. Porém, os manifestantes desafiaram o toque de recolher imposto pelas autoridades e transformaram a praça Tahrir (libertação, em árabe), localizada no centro do Cairo, num monumento de resistência ao regime. No local, eles confrontaram a polícia e simpatizantes de Mubarak. Mais de 300 pessoas morreram em duas semanas de distúrbios. O presidente tentou de todas as formas evitar a renúncia. Ele prometeu que não iria concorrer às próximas eleições, marcadas para setembro, trocou o ministério e indicou um vice. Menos de 24 horas antes da renúncia, anunciou na TV que delegaria alguns poderes ao vice-presidente, Omar Suleiman, e faria reformas constitucionais. Nada disso adiantou. O último discurso do presidente somente serviu para revoltar mais a população, que exigia sua saída. Nos bastidores, os Estados Unidos faziam pressão diplomática para que fosse feita a transição de poder. Sem apoio das Forças Armadas, que sustentou sua ditadura por três décadas, só restou a renúncia, que foi festejada nas ruas do país. No lugar de Mubarak assumiu o Conselho Militar do Egito. Os militares dissolveram o Parlamento e o gabinete ministerial, ambos ligados ao ex-presidente. Em seguida, prometeram revogar a Lei de Emergência – que há 30 anos restringe as liberdades civis – e fazer um referendo para mudar a Constituição. As Forças Armadas devem permanecer por seis meses no controle, até a formação de um novo governo. Hosni Mubarak chegou à Presidência em 14 de outubro de 1981, oito dias depois do assassinato do presidente Anwar Al Sadat por extremistas islâmicos. Na época, os radicais estavam descontentes com o acordo de paz assinado com Israel em 1979. Nos anos seguintes, com a justificativa de conter o terrorismo, Mubarak adotou medidas cada vez mais restritivas às liberdades políticas e civis. Ele também foi reeleito sucessivas vezes em eleições fraudulentas e com apoio das potências ocidentais. A situação do Egito não é diferente dos demais Estados árabes. Eles são governados por monarquias absolutistas, ditaduras militares ou teocracias. Por isso, as revoltas atuais são comparadas àquelas que levaram à queda dos regimes comunistas no Leste Europeu, no final dos anos 1980. Durante décadas, os árabes toleraram a falta de liberdade em troca de estabilidade econômica. A alta do preço dos alimentos e o desemprego mudaram este quadro nos últimos meses. Outro fator que originou o movimento foi o crescimento da população mais jovem e mais instruída, que reivindica abertura democrática. Os jovens usam a internet e as redes sociais para praticarem ativismo político, o que levou os Estados árabes a aumentarem a censura à rede. ATUALIDADES 28 As lideranças jovens, por outro lado, resistem à alternativa de um Estado mulçumano. Por isso, há chances de que, após a queda dos ditadores, haja uma inédita transição democrática nestes países, como vem ocorrendo na Tunísia. A saída de Mubarak não resolveu os problemas no Egito. Os protestos prejudicaram a já debilitada economia, baseada no petróleo e no turismo. Várias categorias continuam em greve por melhores salários. Além disso, décadas de ditadura deixaram um vazio político no país, com ausência de lideranças políticas para disputar eleições livres. Um movimento influente entre as camadas mais pobresé a Irmandade Mulçumana, de caráter religioso, que representará risco ao Ocidente (sobretudo a Israel) caso conquiste espaço no novo governo. A irmandade, fundada em 1928, é o grupo fundamentalista islâmico mais antigo. Outra questão em aberto é o peso que a queda de Mubarak vai provocar nos países vizinhos. Nos últimos dias, manifestações ganharam força no Iêmen, na Argélia, na Líbia e em Bahrein, no Golfo Pérsico. No Irã, voltaram a ocorrer protestos, mesmo com a proibição do governo. Em 2009, o regime iraniano reprimiu com violência protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Alguns países anunciaram medidas econômicas, em benefício da população, e de segurança, com o objetivo de prevenir levantes populares. As revoltas árabes podem ainda alterar a geopolítica da região e a diplomacia com os Estados Unidos e países europeus, que antes toleravam ditaduras para conter o avanço dos radicais islâmicos. Fonte: Atualidades Uol. CRISE NA TUNÍSIA LEVANTES AMEAÇAM REGIMES ÁRABES Pela primeira vez na história, um líder árabe foi deposto por força de movimentos populares. Isso aconteceu na Tunísia, país mulçumano localizado ao norte da África. O presidente Zine Al-Abdine Bem Ali renunciou em 14 de janeiro após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23 anos no poder. Há décadas que governos árabes resistem a reformas democráticas. Agora, analistas acreditam que a revolta na Tunísia pode se espalhar por países do Oriente Médio e ao norte da África. O Egito foi o primeiro a enfrentar manifestações inspiradas pela “revolução do jasmim” (flor nacional da Tunísia). O novo ativismo no mundo árabe é explicado pela instabilidade econômica e pelo surgimento de uma juventude bem educada e insatisfeita com as restrições à liberdade. Na Tunísia, os protestos começaram depois da morte de um desempregado em 17 de dezembro do ano passado. Mohamed Bouazizi, 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid. Ele se autoimolou depois que a polícia o impediu de vender frutas e vegetais em uma barraca de rua. O incidente motivou passeatas na região, uma das mais pobres da Tunísia, contra a inflação e o desemprego. A partir daí, o movimento se espalhou pelo país e passou a reivindicar também mudanças políticas. O governo foi pego de surpresa e reagiu com violência. Estima-se que mais de 120 pessoas morreram em confrontos com a polícia. Na capital Tunis foi decretado estado de emergência e toque de recolher. Mesmo assim, milhares de manifestantes tomaram as ruas. 29 ATUALIDADES Ben Ali foi o segundo presidente da Tunísia desde que o país se tornou independente da França, em 1956. Ele ocupava o cargo desde 1987, quando chegou à presidência por meio de um golpe de Estado. Em 2009, foi reeleito com quase 90% dos votos válidos para um mandato de mais cinco anos. Depois de dissolver o Parlamento e o governo, Bem Ali deixou o país junto com a família, rumo à Arábia Saudita. No seu lugar, assumiu o primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi, um aliado político. Por isso, na prática, o regime foi mantido, e os manifestantes continuam em frente ao Palácio do Governo. Eles exigem a saída de todos os ministros ligados ao ex-presidente, que ainda ocupam cargos-chave no governo de transição. EGITO Sob certos aspectos, a Tunísia é o país mais europeu do continente africano, com classe média e liberal, alta renda per capta e belas praias mediterrâneas. Mas também possui um dos governos mais corruptos e repressivos de toda a região. A história do país é parecida com as demais nações árabes: foi domínio otomano, colônia europeia e, depois, ditadura. A falta de liberdades civis em países como a Tunísia sempre foi compensada por progresso econômico. Crises recentes como a do Irã, desencadeadas por jovens descontentes com os rumos econômicos e políticos do país, mostram que a população chegou ao seu limite. Há o risco da revolta se espalhar por países vizinhos como Egito, Líbia, Síria, Iêmen, Omã, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Na Líbia e em Omã, por exemplo, o ditador Muammar Gaddafi e o sultão Qaboos bin Said, respectivamente, estão no poder há mais de 40 anos. Os primeiros protestos inspirados pela Tunísia aconteceram no Egito. Em 25 de janeiro, policiais e manifestantes entraram em choque nas ruas da capital Cairo. Eles pediam a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no comando. Pelo menos quatro pessoas morreram. O movimento, chamado "dia da revolta" foi inspirado pela "revolução do jasmim" e organizado por meio do Twitter e do Facebook, a exemplo dos protestos iranianos, ocorridos em 2009. Não se sabe, por enquanto, quais as consequências destes distúrbios em países como o Egito. O impasse também persiste na Tunísia, onde, até agora, o regime persiste, mesmo com a saída do presidente. A ausência de lideranças políticas deixa o país sem alternativas para compor um novo governo. Mas pelo menos um tabu foi quebrado, numa região em que ditadores só eram depostos mediante golpes de Estado ou invasões estrangeiras. Fonte: atualidades Uol ATUALIDADES 30 NOBEL DA PAZ 2010 PREMIAÇÃO DE ATIVISTA PRESSIONA CHINA Uma cadeira vazia representou o vencedor do prêmio Nobel da Paz na cerimônia realizada em Oslo, na Noruega. O motivo é que o agraciado deste ano, o dissidente chinês Liu Xiaobo, está preso. Ele foi condenado a 11 anos de prisão por crimes políticos. A China é hoje a segunda economia do mundo e um dos poucos regimes comunistas remanescentes do século 20. Xiaobo é um dos ativistas políticos mais conhecidos do país. Ele enfrenta sua quarta detenção por conta de manifestações em defesa de liberdades civis. Sua mulher, a também dissidente Liu Xia, cumpre prisão domiciliar. Foi a segunda vez na história que nenhum representante de um laureado preso pôde ir à cerimônia. Em 1935, o prêmio foi entregue ao pacifista alemão Carl von Ossietzky (1889-1938), que estava detido em um campo de concentração nazista por contrariar Adolf Hitler. A escolha deste ano enfureceu o governo chinês. O Partido Comunista Chinês, que governa desde o país 1949, reagiu de duas formas. Externamente, usou a diplomacia para tentar boicotar a cerimônia – aderiram, entre outros, Rússia, Cuba e Venezuela. Internamente, bloqueou sites de notícias, interrompeu a transmissão do evento e reprimiu simpatizantes. É o segundo ano consecutivo em que o Nobel da Paz gera polêmicas. No ano passado, o laureado foi o presidente norte-americano Barack Obama, mesmo com os Estados Unidos envolvidos em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão. A decisão deste ano foi, mais uma vez, política. O objetivo do comitê do Nobel foi sinalizar a China de que a hegemonia no mercado e nas finanças deve vir acompanhada de avanços na área de direitos humanos. Nada indica, porém, que os governantes chineses irão libertar os dissidentes. PRAÇA DA PAZ CELESTIAL O professor de Literatura e escritor Liu Xiaobo, de 54 anos, ficou conhecido quando foi preso pela primeira vez após os protestos em prol da democracia em 1989. Nessa época, no clima do colapso dos regimes comunistas no Leste Europeu, estudantes chineses ocuparam a praça da Paz Celestial (Tiananmen). A repressão ao movimento, em 4 de junho de 1989, deixou mais de 7 mil mortos, segundo fontes extra-oficiais. Xiaobo ficou quase dois anos na cadeia por aderir à greve estudantil. Foi preso novamente em 1995 e 1996. No final de 2008, sofreu a quarta detenção. Desta vez, por ser o principal autor da “Carta 8”, documento que pedia a democratização e reformas políticas na China. O movimento foi inspirando na “Carta 77”, emblema do movimento pela democracia na Tchecoslováquia na década de 1970. A “Carta 8” foi assinada por cerca de 10 mil chineses e publicada por ocasião do 60ª aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por escrever o manifesto, Xiaobo foi condenado em dezembro