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TEP - Técnicas de Exame Psicológico - Luiz Pasquali

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LUIZ PASQUALI
TEPTÉCNICAS DE EXAME
PSICOLÓGICO
OS FUNDAMENTOS
2a edição
2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Pasquali, Luiz
Técnicas de Exame Psicológico: os fundamentos /
Luiz Pasquali. -- 2. ed. -- São Paulo : Vetor, 2016.
Bibliografia.
1. Psicometria 2. Testes psicológicos
I. Título.
15-10350 CDD – 150.287
Índices para catálogo sistemático:
1. Avaliação psicológica 150.287
ISBN: 978-65-8616-304-9
CEO - Diretor Executivo: Ricardo Mattos
Gerente de Livros: Fábio Camilo
Criação capa: Rodrigo Ferreira de Oliveira
Projeto gráfico: Adriano Oliveira dos Santos
Revisão: Mônica de Deus Martins
© 2016 – Vetor Editora Psico-Pedagógica Ltda.
É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por qualquer meio existente
e para qualquer finalidade, sem autorização por escrito dos editores.
Edição digital: dezembro 2018
Arquivo ePub produzido pela Simplíssimo Livros
http://www.simplissimo.com.br/
Agradecimentos
Um agradecimento especial à Universidade de Brasília por seu
programa de Pesquisador Associado Sênior. Incentivos dessa
natureza redefinem o significado e a vivência da aposentadoria
acadêmica.
Também, agradeço comovido a pessoas íntimas da família, que
tornam a vida prazerosa, valiosa e sublime.
1.
1.1
1.1.1
1.1.2
1.2
1.3
1.4
1.4.1
1.4.2
1.4.3
1.5
1.5.1
1.5.2
1.5.3
1.5.4
1.5.5
1.5.6
1.5.7
1.5.8
Sumário
Introdução
Testes psicológicos: conceitos, história, tipos e comercialização
A avaliação psicológica
Avaliação não profissional
Avaliação profissional
Conceituação de teste psicológico
História recente dos testes psicológicos
Tipos de testes psicológicos
Testes psicométricos e testes impressionistas
Os testes segundo a forma de resposta
Os testes segundo o construto que medem
Uso dos testes psicológicos
Classificação
Intervenção psicoterápica (psicodiagnóstico) e psicopedagógica
Promoção de autodesenvolvimento
Avaliação de programas
Pesquisa científica
Satepsi
Casas editoras de testes no Brasil
Distribuidoras de testes no Brasil
2.
2.1
2.1.1
2.1.2
2.1.3
2.1.4
2.1.5
2.1.6
2.1.7
2.1.8
2.2
2.2.1
2.2.2
2.2.3
2.2.4
2.2.5
2.2.6
3.
3.1
3.1.1
3.1.2
3.2
3.2.1
3.2.2
Referências
Fundamentos científicos dos testes psicológicos
Introdução
Teoria da medida
Introdução: ciência e matemática
A natureza da medida
A base axiomática da medida
Níveis de medida (escalas de medida)
Formas e unidades de medida
A medida em ciências psicossociais
O problema do erro
Importância da medida
Conclusão
Referências
A medida psicométrica
Introdução
Comportamento versus traço latente
O traço latente
Sistema
Propriedade
Magnitude
O problema da representação comportamental
Referências
Parâmetros psicométricos dos testes psicológicos
Introdução
Análise dos itens
Análise teórica dos itens
Análise empírica dos itens
Conclusão
Análise do teste
A validade dos testes psicológicos
A precisão (fidedignidade) dos testes psicológicos
Referências
4.
4.1
4.1.1
4.1.2
4.2
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
5.
5.1
5.2
6.
6.1
6.1.1
6.1.2
6.2
6.3
6.4
7.
7.1
7.2
7.2.1
7.2.2
7.2.3
7.2.4
7.2.5
Padronização dos testes: as normas
Introdução
Padronização das condições de aplicação dos testes psicológicos
O material de testagem
Aplicação dos testes psicológicos
Normatização dos testes psicológicos
Normas de desenvolvimento
Normas intragrupo
Normas referentes a critério
Expressão dos escores em faixas
Referências
O laudo psicológico
Roteiro de laudo psicológico
Exemplo concreto de laudo psicológico (empresarial fictício)
Referências
Princípios éticos dos testes psicológicos
Fundamentos: os direitos das pessoas
O princípio do consentimento livre e esclarecido
O bem-estar dos sujeitos da pesquisa como prioridade e os
comitês de ética
Os direitos dos testandos segundo o código de ética da APA
Os direitos dos testandos segundo o código do psicólogo no Brasil
Sumarizando
Referências
Os testes psicológicos no Brasil
Os marcos da testagem psicológica no mundo
Os marcos da testagem psicológica no Brasil
O Conselho Federal de Psicologia (CFP)
Anppep
Encontros profissionais
Sociedades
Revistas
7.2.6
7.2.7
7.2.8
7.2.9
7.2.10
7.2.11
7.2.12
7.2.13
7.2.14
Internet
Laboratórios
Programas
Testes credenciados pelo CFP
Pioneiros da reconstrução dos testes no Brasil
Pesquisadores da reconstrução dos testes (segunda geração)
Pesquisadores da reconstrução dos testes (terceira geração)
Pesquisadores do grupo de avaliação da ANPPEP
Entidades de psicologia no Brasil
Referências
Índice Onomástico
Índice Remissivo
Introdução
Este livro constitui uma edição revista e ampliada da primeira edição,
publicada em 2001, tendo inúmeras reedições. A avaliação psicológica
comporta vários enfoques, tais como entrevistas, questionários, observação
de comportamento, escalas e testes psicológicos. Este livro visa oferecer os
fundamentos de legitimidade e uso dos chamados testes psicológicos,
embora vários dos temas abordados possam ser aplicados as demais
técnicas na área. Ademais, o livro objetiva dar suporte a uma série de outros
volumes que serão publicados sob o nome de Análise crítica dos testes
psicológicos1, que pretendem dar apoio ao ensino dessas técnicas nos
institutos superiores de ensino no país, bem como à prática dos psicólogos
profissionais. A coleção contém trabalhos elaborados por especialistas
brasileiros na área da avaliação psicológica e procura responder a uma
preocupação manifestada por esses mesmos especialistas e usuários com
referência à inexistência de manuais atualizados e que apresentem
criticamente os fundamentos e as técnicas disponíveis no Brasil sobre a
avaliação psicológica.
1 O primeiro volume foi publicado por LabPAM Saber e Tecnologia, Brasília, DF. O segundo volume já
está pronto para publicação.
•
•
•
•
•
Testes psicológicos: conceitos,
história, tipos e comercialização
Este capítulo discute alguns tópicos preliminares sobre os testes
psicológicos, enfocando os seguintes temas:
avaliação psicológica e testes psicológicos;
conceituação de teste psicológico;
história dos testes psicológicos;
tipos de testes psicológicos;
usos dos testes psicológicos.
1.1
1.1.1
 
A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
(Parafraseando o cap. 1 de Barclay, 1991, pp. 1-20).
Esta introdução visa alertar o leitor da relação e das diferenças que
existem entre avaliação psicológica e testes psicológicos. Estes últimos são
uma das manifestações ou técnicas da avaliação psicológica, a qual, por sua
vez, também é uma das manifestações de uma atividade humana mais geral
que é a avaliação como um processo de atuação de todo o ser humano
quando faz julgamentos sobre os outros e seus comportamentos. A avaliação
visa, mediante os mais variados métodos e técnicas, descrever e classificar
o comportamento dos outros com o objetivo de enquadrá-lo dentro de
alguma tipologia, que permite ao sujeito tirar conclusões sobre os outros e,
assim, saber como ele mesmo deve se comportar e agir em relação a esses
outros. A avaliação psicológica quer acrescentar a essa atividade universal
do ser humano algo de cunho científico, por estar baseada no método
científico da observação em que são mantidas certas características de
cientificidade: observações confiáveis e válidas, bem como inferências
obtidas a partir delas, seguindo os processos legítimos de teste de hipóteses
e de inferência (essa parte será discutida melhor quando falarmos dos
parâmetros psicométricos dos testes psicológicos). Esse alerta é para
enfatizar que existem diferentes tipos de avaliação, pelo menos um de
caráter de senso comum (digamos, não profissional), que todo o mundo faz, e
outro de caráter científico, que os psicólogos fazem ou devem fazer
(digamos, profissional), que é o objeto de estudo de uma disciplina
universitária do tipo Técnicas de Exame Psicológico (TEP).
Avaliação não profissional
Este tipo de avaliação, que todos nós fazemos dos outros, constitui uma
habilidade necessária para a própria sobrevivência; ela pode ser mais bem
ou mais mal desenvolvida em diferentes indivíduos.Em que ela consiste?
Trata-se da habilidade do ser humano de poder interpretar o comportamento
1.1.2
dos outros e, assim, realizar as adaptações necessárias em seu próprio
comportamento para se inserir na comunidade e poder nela sobreviver1. Essa
habilidade deriva da capacidade do indivíduo de decodificar o
comportamento verbal e não verbal dos outros e de relacionar tais
comportamentos dentro de categorias diante das quais o sujeito já aprendeu
como deve ele mesmo se comportar. Por exemplo, se em uma festa você vê
alguém com um copo na mão, cara vermelha e cambaleando, você de
imediato o classifica na categoria dos beberrões e procura se esquivar dele;
ou se um rapaz percebe que uma moça sorri para ele, pode concluir que ela
está interessada em uma aproximação e se aproxima dela. Certo?
Obviamente, às vezes, isso não dá certo, e a gente fica com cara de tacho,
porque as interpretações que são sistemática e intuitivamente feitas do
comportamento dos outros nem sempre são adequadas. De qualquer forma,
essas interpretações tendem a criar no outro indivíduo respostas de caráter
afetivo a favor ou contra o sujeito que se comporta deste ou daquele modo,
dependendo de como aquele que observa vai interpretar o comportamento do
outro.
Esse tipo de avaliação se constitui igualmente em um organizador de
expectativas de como nós mesmos e os outros devemos nos comportar em
diferentes situações, o que torna a vida em sociedade possível e, assim, nos
comportarmos de uma forma eficiente e também evitar punição. Desde a
infância, a criança é bombardeada pelos adultos e pelos colegas com
indicações de que tipos de comportamentos são ou não toleráveis em dadas
situações. Desenvolvemos, assim, um arsenal de regras segundo as quais
(quase automaticamente) julgamos nossos comportamentos e os dos outros.
Isto é, avaliamos continuamente o comportamento de todo mundo dentro de
um sistema de expectativas.
Avaliação profissional
Quanto mais se modernizava a sociedade, mais variadas e urgentes iam e
vão se tornando as necessidades de se poder avaliar o comportamento das
pessoas de uma forma mais precisa, porque com base em tais avaliações são
tomadas decisões que afetam profundamente a vida dessas mesmas pessoas.
Dessa forma, faz-se necessário realizar avaliações confiáveis no processo
educacional, na orientação profissional, na saúde, na seleção de pessoal, etc.
Quando você faz perguntas do tipo: “Esta criança precisa de educação
especial?, Este sujeito tem aptidão para este trabalho?, Esta pessoa tem
problemas emocionais?, A agressividade deste sujeito é condenável?”, você
está atrás de respostas. Mas respostas sensatas a perguntas dessa natureza
exigem algum sistema de avaliação confiável.
Para atender a tais demandas é que existe a avaliação mais formal do que
aquela não profissional discutida anteriormente. Essa necessidade induziu a
procedimentos formais de avaliação há cerca de 3.000 a.C. (Dubois, 1970;
Pasquali, 2010) entre os chineses, que a utilizavam para a seleção de
funcionários públicos civis.
Hoje em dia, a avaliação afeta toda a atividade humana: na educação
existe a preocupação em saber quem tem ou não condições de aproveitar o
ensino e para que tipo de especialidade está mais bem equipado; no campo
do trabalho, precisa-se saber se o candidato tem certo perfil psicológico que
garanta retorno do investimento que a empresa pretende fazer nele; na área
da saúde, precisa-se saber quem necessita de tratamento e qual tratamento,
etc. Verificando que a sociedade moderna ficou tão complexa, o mercado de
trabalho tão diversificado e especializado e os recursos disponíveis cada
vez mais escassos e procurados em uma competitividade desenfreada, surge
a necessidade de parâmetros para a distribuição eficaz desses recursos. É a
avaliação que produzirá tais parâmetros.
Com a diversificação das necessidades e das tecnologias de avaliação,
tornou-se necessária a existência de um perito na área: o psicólogo. Assim, a
avaliação passou a ser uma habilidade primordial do profissional
psicólogo. Essa história teve início, mais tecnicamente, no princípio do
século XX com Spearman (1904a,b; 1907; 1913) e Binet e Simon (1905), um
desenvolvendo a teoria da Psicometria, o outro criando o primeiro teste de
aptidão para crianças. A orientação, intencional ou não, dada por esses e
outros autores infelizmente enviesou a história da avaliação para uma linha
que, embora seja a mais típica e precisa das técnicas de fazer a avaliação,
tornou-se, contudo, imperialista no campo dos testes psicológicos. Dessa
forma, a avaliação perdeu em grande parte seu caráter multifacetado, tanto
nos tipos de comportamentos que afere (aptidão, personalidade, atitudes,
saúde, trabalho, etc.) quanto nos instrumentais de que deve fazer uso. A
redução da avaliação psicológica aos testes psicológicos tem sido um
infortúnio para o psicólogo e, sobretudo, a sociedade. Tal ocorrência
acarretou uma onda gigantesca de críticas contra os testes e, por
contaminação, contra todo tipo de avaliação. Felizmente, essa crítica perdeu
muito de seu ânimo com a intervenção do Conselho Federal de Psicologia ao
criar um sistema de avaliação dos testes psicológicos para uso profissional
(Satepsi), avaliação feita por uma Comissão Consultiva em Avaliação
Psicológica2.
Mesmo assim, a utilidade e a exigência da avaliação estão
fundamentadas na necessidade de que a atividade do ser humano deve ser
responsável, isto é, ele deve dar conta do que faz, no sentido de poder
afirmar que seus atos são legítimos, benéficos e condizentes com o
investimento dos recursos da natureza e da sociedade que ele faz uso. E para
tal aferição devem ser utilizadas as técnicas apropriadas de avaliação que,
obviamente, precisam ser variadas, considerando a gama enorme de tipos de
atividades de processos psicológicos nelas envolvidos. Por sua vez, os
testes psicológicos são apenas uma dessas possíveis técnicas de avaliação,
úteis e prioritárias em certas áreas e objetivando certos fins, mas ineficazes
e perigosas em outras áreas (como veremos ao tratar do uso dos testes).
Disso tudo resulta que a avaliação psicológica profissional deve se
constituir em um processo integrado, utilizando aquelas técnicas mais
apropriadas para diagnosticar o problema de um dado caso, visando a
alguma intervenção. Assim, o processo de avaliação pode ser sumarizado no
esquema da tabela 1.1 (adaptada de Barclay, 1991; este tema será mais bem
desenvolvido ao falarmos do laudo psicológico), que comporta quatro
etapas sucessivas:
- identificar
- integrar
- inferir
- intervir
1.2
 
Tabela 1.1 Etapas do processo de avaliação psicológica
Assim, conclui-se que a avaliação psicológica consiste em um processo
que verifica a integração de informação obtida de fontes múltiplas, incluindo
testes psicológicos e entrevistas individuais com o sujeito e com pessoas
que conhecem o sujeito, bem como o histórico pessoal, ocupacional e
médico do sujeito.
CONCEITUAÇÃO DE TESTE PSICOLÓGICO
Nota introdutória: Antes de abordar o tema do inciso, parece oportuno
alertar sobre a ambiguidade de um inúmero elenco de termos utilizados no
contexto da avaliação psicológica, sobretudo os seguintes:
Instrumento psicológico: qualquer técnica de aferição do
comportamento humano que o relaciona a construtos psicológicos (ou seja,
processos mentais). Ex.: testes, entrevista, observação de comportamento,
etc.
Teste de aptidão: instrumento que avalia construtos onde os itens
possuem resposta certo ou errado. Ex.: testes de inteligência, testes de
atenção, testes de memória.
Teste motor: teste que avalia processos mentais via tônus muscular,
utilizando escalas de razão. Ex.: PMK, Palográfico.
Teste projetivo: teste que avalia construtos mediante criações
(projeções) dos respondentes. Ex.: Rorschach, Zulliger, TAT.
Teste de personalidade tipo Likert: teste que avalia construtos fazendo
uso de escala de resposta do tipo Likert. Ex.: a grande maioria dos testes
nessa área.
Escala de personalidade: instrumento que avalia construtos fazendouso
de escala de resposta do tipo Likert. Nesse sentido, Teste De Personalidade
Tipo Likert e Escala de Personalidade são sinônimos.
Bateria de testes: instrumento que avalia mais de um construto na área
das aptidões. Ex.: BRD, Testes de Aptidão de Thurstone, BPR-5.
Inventário de testes: instrumento que avalia mais de um construto na
área da personalidade. Ex.: NEO PI-R, EdAAI, Idate.
Definir o que é um teste psicológico parece, à primeira vista, uma tarefa
muito fácil. Contudo, os teóricos nesta área se complicam quando querem
caracterizar o que é um teste psicológico. O problema não é tanto em
descrever o que ele é, mas sim o que representa.
Descrever um teste psicológico não parece complicado e é possível
facilmente chegar a uma descrição consensual. Uma descrição pode ser
como a de Cronbach (1996, p. 51): “Um teste é um procedimento sistemático
para observar o comportamento e descrevê-lo com a ajuda de escalas
numéricas ou categorias fixas.” Ou seja, um teste psicológico consiste em
uma medida objetiva e padronizada de características comportamentais de
um sujeito. Isso significa que um teste psicológico consiste em inserir o
sujeito numa situação em que ele deve executar algumas tarefas, também
previamente definidas e estabelecidas, sendo suas respostas
(comportamentos) descritas geralmente por meio de números. Mais adiante,
ao se falar sobre a normatização e padronização da testagem psicológica,
serão caracterizadas uma situação arranjada e tarefas arranjadas. Por ora,
basta saber que um teste psicológico é um conjunto de tarefas predefinidas,
que o sujeito precisa executar em uma situação geralmente artificializada ou
sistematizada, em que seu comportamento na situação vai ser observado,
descrito e julgado, e essa descrição é geralmente feita utilizando-se números.
Definir um teste psicológico, em um sentido mais epistemológico (isto
é, em termos de concepções de ciência), já é tarefa controvertida, porque
depende de posições e suposições de caráter filosófico. Isso decorre de uma
definição mais completa de teste psicológico, ou seja, teste psicológico
consiste no uso de amostras de comportamento com o objetivo de avaliar
traços latentes ou construtos psicológicos. É essa história dos construtos
psicológicos que torna controversa a definição ou a compreensão do que
seja um teste psicológico. Aqui a resposta depende diretamente de a pessoa
ter uma visão monista (no caso, tipicamente materialista) ou dualista do ser
humano. Todos concordam em definir o ser humano como um animal
racional. Mas na hora de explicar o que isso significa, essas posições
filosóficas preconcebidas ditam o que cada um vai entender. A posição
monista materialista entende, no fundo, o homem como um puro animal ou
macaco, um tanto sofisticado, e expressa essa sofisticação no adjetivo
“racional” da definição de ser humano. Em contrapartida, quem toma mais
seriamente este adjetivo, entende que o ser humano não é apenas um animal,
e sim um animal mais uma mente, esta última sendo o que o adjetivo
“racional” define. Assim, o psicólogo de orientação monista vai definir teste
como um conjunto de tarefas ou comportamentos para prever ou representar
outro conjunto de comportamentos ou comportamentos futuros do sujeito. O
psicólogo de orientação dualista, por sua vez, definirá o teste como um
conjunto de tarefas ou comportamentos, sim, mas estes como representação
física do objeto de interesse do psicólogo, sendo esses os processos da
mente (processos mentais, processos latentes, traços latentes, construtos).
1.3
1)
Como esse problema de monismo versus dualismo dá uma visão muito
distinta na compreensão e interpretação dos testes psicológicos, devemos
dizer mais alguma coisa sobre ele. Em primeiro lugar, ser monista ou
dualista não se resolve com demonstrações científicas, pois se trata de
opções de caráter filosófico e devem ser resolvidas nesse nível. Assim,
essas opções são preliminares à atividade do cientista, mas elas afetam
decisivamente essa sua atividade e, por isso, parece importante que o
cientista, e psicólogo, no caso, esteja pelo menos consciente da opção que
fez, deliberada ou até implicitamente. Em segundo lugar, como se deve
entender essa oposição monismo versus dualismo? No capítulo sobre os
parâmetros psicométricos dos testes daremos uma resposta mais
compreensiva sobre esse problema; por ora, basta dizer que, para o dualista,
o teste é um conjunto de comportamentos que querem expressar, em termos
físicos, traços latentes, isto é, processos mentais, e não outros
comportamentos. Naquele capítulo também definiremos mais claramente o
que são traços latentes; no momento, é suficiente entendê-los como a
realidade que constitui o que chamamos de mente, que para o psicólogo de
orientação dualista é o objeto específico da Psicologia científica.
HISTÓRIA RECENTE DOS TESTES PSICOLÓGICOS
Os testes psicológicos, como os conhecemos hoje em dia, são de data
relativamente recente, do início do século 20. Há uma dúzia de cientistas
relevantes na história dos testes e cada um deles tem representado a
avaliação psicológica sucessivamente por cerca de uma década, de sorte que
podemos falar da década de Binet, da década de Cattell e assim por diante.
Vamos rapidamente ver alguns deles.
A década de Galton: 1880. Os trabalhos do inglês Francis Galton
visavam à avaliação das aptidões humanas por meio da medida sensorial;
sua obra mais importante nesta área é Inquiries into human faculty, de
1883. O trabalho de Galton terá enorme impacto tanto na orientação mais
prática da Psicometria (James McKeen Cattell e outros psicometristas
norte-americanos) quanto na teórica (Pearson e Spearman). Galton (1883)
acreditava que as operações intelectuais poderiam ser avaliadas mediante
2)
medidas sensoriais, uma vez que, segundo ele, toda a informação do
homem chegaria pelos sentidos, de modo que quanto melhor o estado
destes, melhores seriam as operações intelectuais. Dessa forma, ele se
preocupou em estabelecer os parâmetros das dimensões ideais dos
sentidos, fazendo um levantamento amplo de medidas sensoriais. Ele
considerava particularmente importante nos indivíduos a capacidade de
discriminação sensorial do tato e dos sons. De fato, a contribuição de
Galton para a teoria dos testes ou da Psicometria ocorreu em três áreas:
a) criação de testes antropométricos – medida da discriminação
sensorial, na qual desenvolveu testes cujos conceitos são ainda utilizados
(barras para medir percepção de comprimento, apito para percepção de
altura do tom); b) criação de escalas de atitude – escalas de pontos,
questionários e associação livre, que ele utilizava após as medidas
sensoriais para investigar as reações mais afetivas e emocionais dos
sujeitos durante os testes que fazia; c) desenvolvimento e simplificação
de métodos estatísticos – métodos de análise quantitativa dos dados que
coletava com seus testes, tarefa esta levada adiante por seu famoso
discípulo Karl Pearson. Galton foi um prolífico escritor com mais de 300
obras, falando de praticamente tudo, desde religião a testes psicológicos.
Era formado em medicina e matemática. Alguns autores o consideram até
o criador da Psicometria, embora seu interesse maior fosse a
antropometria. Ele também é muito conhecido por causa de suas ideias de
eugenia, dizendo que se devia favorecer o nascimento de pessoas mais
aptas por meio da seleção artificial, porque, dizia ele, um homem notável
teria filhos notáveis; ideias estas que ele defendeu em seu famoso livro
Hereditary genius, de 1869. Essas ideias lembram as teorias de Charles
Darwin sobre a evolução, de quem, aliás, ele era primo.
A década de Cattell: 1890. James McKeen Cattell era eugenista
influenciado pelas teorias de Darwin, bem como um contestador contra a
Primeira Guerra Mundial que lhe rendeu ser demitido da universidade de
Columbia, mas foi, sobretudo, importante na área da Psicologia, tanto
como defensor de seu status científico e, particularmente, na área da
avaliação psicológica, pois os processos psicológicos podiam ser
medidos,o que, aliás, dava à psicologia seu caráter de ciência séria3. Sob
a influência de Galton, Cattell desenvolveu suas medidas das diferenças
individuais e apresentou sua experiência no Mental Tests and
3)
Measurements, de 1890, inaugurando a terminologia de mental test (teste
mental). James McKeen Cattell, psicólogo norte-americano, elaborou em
Leipzig sua tese (1886) sobre diferenças individuais no tempo de reação,
apesar de Wilhelm Maximilian Wundt, seu orientador e estudioso do
mesmo tema, não gostar desse tipo de pesquisa, já que este estava à
procura de uniformidades e não de diferenças individuais. Mais tarde,
como professor em Cambridge em 1886 (trabalhando em um laboratório
dentro do Cavendish Physics Laboratory da University of Cambridge,
Inglaterra, que pesquisava precisamente temas de Psicometria,
considerado inclusive, o laboratório que deu origem à própria
Psicometria), Cattell ficou mais animado com sua orientação vendo e
sentindo a influência de Galton, que também trabalhava com a medida das
diferenças individuais. Famoso é seu artigo de 1890, porque nele Cattell
usa pela primeira vez a expressão, que fez sucesso internacional e
histórico de teste mental (mental test) para provas aplicadas anualmente
aos alunos universitários, a fim de avaliar seu nível intelectual nos EUA.
Cattell seguiu as ideias de Galton, dando ênfase às medidas sensoriais,
porque elas permitiam maior precisão. Percebeu que medidas objetivas
para funções mais complexas, que vinham sendo usadas, sobretudo, na
Alemanha, por exemplo, testes com operações simples de aritmética,
testes de memória e resistência à fadiga (Kraepelin, 1895), bem como
testes de cálculo, duração de memória e complementação de sentenças
(Ebbinghaus, 1897), não produziam resultados condizentes com o
desempenho acadêmico. Contudo, os próprios testes de Cattell4 também
não apresentavam resultados congruentes entre si (Sharp, 1899; Wissler,
1901) nem correlacionavam com a avaliação que os professores faziam
do nível intelectual dos alunos (Bolton, 1892; Gilbert, 1894), nem mesmo
correspondiam ao desempenho acadêmico desses alunos (Wissler, 1901).
A década de Binet: 1900. Nessa década predominaram os interesses da
avaliação das aptidões humanas visando à predição na área acadêmica e
na área da saúde. Alfred Binet e Victor Henri (1896) começaram com
uma séria crítica a todos os testes até então utilizados, afirmando que
eles: 1) ou eram puramente medidas sensoriais que, embora permitindo
maior precisão, não tinham relação importante com as funções
intelectuais (irrelevância) ou 2) se eram testes de conteúdo intelectual,
dirigiam-se a habilidades demasiadamente específicas, como puro
4)
memorizar, calcular etc., quando os testes deveriam se orientar para
medir funções mais amplas como a memória, imaginação, atenção,
compreensão, etc. De fato, Binet e Simon (1905; revisto em 1908 e 1911)
desenvolveram seu famoso teste de 30 itens para cobrir uma gama
variada de funções (como julgamento, compreensão e raciocínio) com o
objetivo de avaliar o nível de inteligência de crianças e adultos, por meio
do qual estavam especialmente interessados em detectar o retardo mental,
ou melhor, identificar estudantes que necessitavam de ajuda especial para
lidar com o currículo escolar. Essa orientação de Binet e Simon em
elaborar testes de conteúdo mais cognitivo (e não sensorial) e cobrindo
funções mais amplas (não específicas) fez grande sucesso nos anos
subsequentes, especialmente nos EUA com a tradução do seu teste por
Lewis M. Terman (1916), inaugurando de vez a era dos testes, inclusive
com a introdução do QI (idealizado por William Stern em 1900), sendo:
Esse quociente substituiu a forma de Binet e Simon de expressar o nível
intelectual do sujeito em termos de Idade Mental (Age Mentale), a saber, a
criança teria aquela idade mental se respondesse corretamente às questões
que crianças de tal idade cronológica eram capazes de responder
corretamente.
De fato, embora Binet predomine nessa época, outros expoentes
aparecem, salientando-se, sobretudo, Charles Spearman na Inglaterra,
psicólogo e estatístico, pioneiro da análise fatorial e criador da primeira
teoria da inteligência (o famoso fator G). Na verdade, no que se refere
propriamente à teoria psicométrica ou dos testes, a década de 1900 deve
ser considerada a era de Spearman, que foi quem deu os fundamentos da
teoria da Psicometria clássica com suas obras The proof and
measurement of association between two things (1904a), “General
5)
6)
intelligence” objectively determined and measured (1904b),
Demonstration of formulae for true measurement of correlations (1907)
e Correlations of sums and differences (1913).
A era dos testes de inteligência: 1910-1930. Esta era se desenvolveu sob
a influência de: a) teste de inteligência de Binet-Simon (1905); b) artigo
de Spearman sobre o fator G (1904a); c) a revisão do teste de Binet para
os EUA (Terman, 1916); d) o impacto da Primeira Guerra Mundial com a
imposição da necessidade de seleção rápida, eficiente e universal de
recrutas para o exército (os testes Army Alpha e Beta). Na verdade, temos
uma série de psicólogos trabalhando nessa área, especialmente nos
Estados Unidos. Henry Herbert Goddard avaliava os imigrantes que
entravam no país, vindos, sobretudo do sul e do leste europeu. Cattell
fundou um laboratório de psicologia na Universidade da Pensilvânia,
onde escreveu seu famoso artigo Mental tests and their measurements,
publicado no Mind (1890); mais tarde fundou outro laboratório na
Universidade de Columbia. Por sua vez, Joseph Jastrow (1863-1944)
desenvolveu 15 testes quando professor na Universidade de Wisconsin
(1892-1927 apud Boring, 1957). Em 1904, um discípulo de Cattell,
Edward L. Thorndike, lançou o primeiro livro tratando de medidas
mentais e educacionais, e seu discípulo, Cliff W. Stone, publicou o
primeiro teste padronizado em aritmética, o Stone Arithmetic Test (1908
apud Boring, 1957). Com o advento da Primeira Guerra Mundial, vários
psicólogos (Robert Yerkes, Edward L. Thorndike, Carl Emil Seashore,
James Rowland Angell) desenvolveram, entre 1917 e 1918, testes de
seleção para soldados. Nos anos 1920 surgiu uma avalanche de novos
testes, ultrapassando as centenas deles, dos quais poucos resistiram até o
presente.
A década da análise fatorial: 1930. Já por volta de 1920, o entusiasmo
com os testes de inteligência diminuíra muito, sobretudo quando se
demonstrou que eles eram bastante dependentes da cultura na qual eram
criados, o que contrariava a ideia de um fator geral universal do estilo
Spearman. Tais eventos fizeram os psicólogos estatísticos começarem a
repensar as ideias de Spearman. De fato, T. L. Kelly quebrou com a
tradição de Spearman em 1928. Essa tendência foi seguida, na Inglaterra,
por Sir Godfrey Hilton Thomson (1939) e Cyril Burt (1941), e nos EUA,
7)
por Louis Leon Thurstone (Mental aptitude tests, 1935, 1947). Este
último autor é especialmente relevante nessa época, pois além de
desenvolver a análise fatorial múltipla, atuou no desenvolvimento da
escalonagem psicológica (1927, 1928, Thurstone & Chave, 1929),
fundando, em 1936, a Sociedade Psicométrica Americana e a revista
Psychometrika, ambas dedicadas ao estudo e ao avanço da Psicometria.
A era da sistematização: 1940-1980. Essa época é marcada por duas
tendências opostas: os trabalhos de síntese e os de crítica. Nas obras de
síntese, temos Joy Paul Guilford (1936, Psycometric Methods, reeditado
em 1954), tentando sistematizar os avanços em Psicometria até então
conseguidos; Harold Gulliksen (1950, Theory of mental tests),
sistematizando a teoria clássica dos testes psicológicos e Warren S.
Torgerson (1958, Theory and methods of scaling) sistematizando a teoria
sobre a medida escalar. Além disso, Thurstone (1947) e Harry H. Harman
(1967) recolheram os avanços na área da análise fatorial; Raymond
Bernard Cattell (1965, Cattell & Warburton, 1967) procurou sistematizar
os dados da medida em personalidade e Guilford (1967) buscou
sistematizar uma teoria sobrea inteligência. Por sua vez, Oscar K. Buros
(1938) da Universidade de Nebraska iniciou uma coletânea de todos os
testes existentes no mercado, a qual vem sendo refeita periodicamente
(mais ou menos a cada cinco anos) e que se intitula Mental Measurement
Yearbook. Na mesma época, a American Psychological Association –
APA (1954, 1974, 1985, 1999 – Standards for Educational and
Psychological Testing) introduziu as normas de elaboração e uso dos
testes psicológicos.
Entre os trabalhos de crítica, destaca-se Stanley Smith Stevens (1946),
que levantou o problema das escalas de medida responsável por muita
polêmica na área (Lord, 1953; Gaito, 1980; Michell, 1986; Townsend &
Ashby, 1984). Divulgou-se também a primeira grande crítica à teoria
clássica dos testes na obra de Frederic M. Lord e Melvin R. Novick
(1968, Statistical theory of mental tests scores), que iniciou o
desenvolvimento de uma teoria alternativa, a teoria do traço latente, que
vai desembocar na atual Teoria de Resposta ao Item – TRI, mais tarde
sintetizada por Lord (1980). Outra tendência de crítica para superar as
dificuldades da Psicometria clássica foi iniciada pela psicologia
cognitiva de Robert J. Sternberg (1977, 1982, 1985; Sternberg &
8)
1.4
Detterman, 1979; Sternberg & Weil, 1980) com seu modelo,
procedimentos e pesquisas sobre os componentes cognitivos na área da
inteligência.
A era da Teoria de Resposta ao Item – TRI: 1980 até o presente. Chamar
a era atual de era da TRI talvez seja inadequado, porque a) esta teoria,
embora seja o modelo na Psicometria moderna, ainda não resolveu todos
os seus problemas fundamentais para se tornar o modelo moderno
definitivo da Psicometria; b) ela não veio para substituir toda a
Psicometria clássica, apenas partes dela. De qualquer forma, é o que há
de mais novo no campo.
TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS
Há muitas maneiras de distinguir entre os variados testes psicológicos,
dependendo do ponto de vista que se queira tomar. Assim, os testes podem
ser divididos e subdivididos nas seguintes categorias:
Objetividade e padronização:
Testes psicométricos
Testes impressionistas
Construto (processo psicológico) que medem:
Capacidade ou aptidão:
- aptidão geral
- aptidões específicas
- psicomotricidade
Preferência:
- personalidade
- atitudes e valores
- interesses
Forma de resposta:
Verbal
Escrito: papel e lápis
1.4.1
Motor
Via computador
Testes psicométricos e testes impressionistas
A diferença fundamental entre estes dois tipos de testes é que os testes
psicométricos se baseiam na teoria da medida e, mais especificamente, na
Psicometria, isto é, usando números para descrever os fenômenos
psicológicos, enquanto os testes impressionistas, ainda que possam utilizar
números, não se fundamentam na teoria da medida, mas na descrição
linguística. Como consequência, os testes psicométricos fazem uso
obrigatório da estatística, enquanto os impressionistas não necessitam de tal
procedimento. Assim, diz-se que os testes psicométricos “medem”, ao passo
que os impressionistas “caracterizam” os indivíduos, ou melhor, os atributos
dos indivíduos. Os testes psicométricos fazem a suposição de que os traços
que eles medem são dimensões, isto é, atributos que apresentam diferentes
magnitudes, grandezas estas que são expressas por meio dos números.
Exemplos de testes psicométricos: testes que medem a inteligência (o QI);
testes de atitudes, nos quais você deve responder se está de acordo ou não
(numa escala de 3, 5 ou mais pontos de intensidade de concordância) com
afirmações do tipo “gosto de feijão e arroz”. Exemplos de testes
impressionistas ou projetivos: desenho de uma casa ou figura humana; dizer
que você vê em um borrão de tinta; desenhar uma árvore.
Outra diferença entre esses testes: os testes psicométricos são
maximamente padronizados em suas tarefas e em sua interpretação, de tal
sorte que qualquer aplicador deve poder chegar aos mesmos resultados,
enquanto os testes impressionistas normalmente apresentam tarefas não
estruturadas, sendo a decodificação e a interpretação dependentes em grande
parte do aplicador, de modo que diferentes aplicadores podem chegar a
interpretações e resultado até contrastantes. Por isso, os testes psicométricos
preferem utilizar técnicas de resposta do tipo escolha forçada, escalas de
resposta enunciadas com números (tipo escala Likert de 5, 7 ou outro número
de pontos) que o sujeito deve simplesmente marcar; tornando, assim, a sua
resposta sem ambiguidade para o aplicador apurar. Já os testes
impressionistas requerem respostas livres dos sujeitos, tornando sua
apuração mais ambígua e sujeita aos vieses de interpretação do aplicador.
Outra diferença, que decorre do formato da resposta exigida do sujeito, é
que os testes psicométricos aparecem menos ricos do que os testes
impressionistas. A razão disso é que, ao se querer fechar ou estruturar ao
máximo o tipo de respostas possíveis para o sujeito, os testes psicométricos
oferecem certo número de alternativas, não todas as possíveis, para uma
dada tarefa, empobrecendo ou restringindo, dessa forma, as respostas dos
sujeitos; isso não ocorre com os testes impressionistas, nos quais as
respostas são livres e, portanto, abertas a todas as alternativas possíveis.
Diz-se, também, que os testes psicométricos estão mais interessados no
produto, enquanto os impressionistas se interessam mais pelo processo de
testagem, isto é, com os comportamentos que o sujeito exibe durante a
resolução de uma tarefa ou item.
Disso tudo resulta uma questão muito importante, que constitui uma
diatribe. Trata-se da validade da própria testagem. O psicometrista prima
pela objetividade: as tarefas são padronizadas, a correção ou apuração das
respostas é mecânica, a interpretação é realizada em cima de perfis de
números e seu significado é dado por regras de interpretação derivadas de
pesquisas anteriores feitas com outros grupos de sujeitos, isto é, os testes
produzem um índice ou perfil de índices que podem ser tratados
estatisticamente para ver o montante de erro que se comete ao fazer esta ou
aquela interpretação. Pelo contrário, o psicólogo impressionista trabalha
muito com a subjetividade: suas tarefas são pouco ou nada estruturadas, a
apuração das respostas deixa margem para interpretações subjetivas do
próprio avaliador e a interpretação dos resultados está quase totalmente
dependente do avaliador. Assim, descreve-se o psicólogo psicometrista
como um fotógrafo, porque do mesmo objeto sempre e qualquer um pode
tirar a mesma fotografia; do psicólogo impressionista se diz que é um artista,
um sábio, porque um pode produzir descrições melhores ou piores que outro
sobre o mesmo sujeito avaliado. Dissemos no início deste parágrafo que esta
é uma questão polêmica, isso porque os psicometristas procuram o rigor e
consideram os procedimentos dos impressionistas uma farsa, puras
especulações, isto é, que eles estão “viajando”, andam em areia movediça.
No entanto, os impressionistas acreditam que os psicometristas não estão
1.4.2
medindo coisa nenhuma de processos psicológicos, utilizam apenas artefatos
estatísticos, de fato aniquilam o psicológico com seus procedimentos,
reduzindo a riqueza da personalidade humana à secura árida e fria de um
número. Você pode ser o juiz dessa controvérsia; contudo, parece importante
ressaltar que em ciência deve haver objetividade, validade, replicabilidade,
etc. de resultados. A tabela seguinte sintetiza anedoticamente as distinções
entre teste psicométrico e teste impressionista.
Teste
psicométrico
Teste
impressionista
Fotógrafo Artista
Medida Descrição
Padronização Não
padronização
Pobreza Riqueza
Produto Processo
Objetividade Subjetividade
Os testes segundo a forma de resposta
A resposta do sujeito a um teste pode ser dada verbalmente, como no
caso da entrevista com crianças pequenas e com analfabetos ou com pessoas
deficientes. Outros testes exigem resposta puramente motora, como em testes
de psicomotricidade, situações nas quais é utilizada a observação de
comportamento como técnica de coletada informação (inclusive vídeo e
similares). Entretanto, o tipo de resposta mais utilizado em testes
psicológicos é a resposta escrita, a saber, lápis e papel. A grande vantagem
dessa técnica é que os testes podem ser aplicados coletivamente a grandes
amostras de sujeitos, ocorrência difícil de acontecer em situações nas quais
as respostas são dadas verbalmente ou se exige a observação do
1.4.2.1
-
-
-
-
-
-
comportamento do sujeito testado. Os testes psicométricos, em praticamente
sua totalidade, são de tipo lápis e papel.
Mais modernamente, com a popularização do computador, vem se
tornando cada vez mais prática a utilização desse aparelho na testagem, e no
futuro ela será certamente a forma privilegiada no uso dos testes
psicológicos, particularmente no caso da testagem dita adaptativa, da qual
falaremos em seguida.
No caso do computador, é preciso distinguir dois usos muito distintos do
mesmo: de fato, ele pode ser utilizado como aplicador ou executor de testes.
A seguir, essa distinção será discutida.
O computador como aplicador de testes (aplicação
automatizada)
Neste caso, o computador substitui tanto o material utilizado (folheto do
teste, folha de resposta, crivos de correção, etc.) quanto o próprio psicólogo
aplicador. Na verdade, o computador pode:
Apresentar de modo muito melhor as questões do teste: maior qualidade
do material, maior clareza, repetir sem se cansar as explicações, pode
moldar desenhos, modificar cores, dar intervalos exatos de tempo, de
distâncias, de intervalos, de níveis de estímulos, etc.
Corrigir as respostas, com muita rapidez e sem erro.
Produzir o perfil de respostas do sujeito e enquadrá-lo imediatamente nas
tabelas de interpretação.
Interpretar o perfil psicológico do sujeito.
Produzir registros legíveis, em número sem fim e transmiti-los a distância
imediatamente.
Motivar os testandos, porque estes normalmente se fascinam ao interagir
com o computador, já que ele não se cansa de atender, não se irrita, não
azucrina o testando, segue o ritmo normal do testando e deixa-o se
expressar livremente sem o constrangimento que um experimentador pode
produzir.
1.4.2.2
Obviamente, o computador não substitui (ainda) o aplicador humano na
observação do comportamento do sujeito, quando isso for importante em
uma testagem. Também a interpretação do perfil psicológico é mais limitada
do que aquela realizada por um psicólogo. O computador é certamente muito
superior ao aplicador humano naqueles aspectos do teste que são mais
mecânicos, exigindo rapidez e precisão e, quiçá, como redutor da ansiedade
na tomada de testes; porém é mais limitado na interpretação psicológica dos
resultados.
O computador como executor de testes (testagem
adaptativa)
A função do computador como executor de testes é muito mais elaborada
do que ser um simples aplicador. De fato, o computador cria o teste na hora
para cada testando diferente, adapta a testagem a cada testando. Como
assim? Vejamos.
Para o computador se apresentar como executor de testes, duas
condições devem ser satisfeitas: banco de itens e algoritmo de sorteio.
O computador, na verdade, não cria testes nem itens. Ele pode analisar a
qualidade psicométrica de um número sem fim de itens e incluí-los em um
banco de dados, no qual estes têm sua carteira individual de identi-dade.
Com esse arsenal de itens, aí sim o computador pode criar testes sem fim:
quanto maior for esse arsenal, chamado de banco de itens, mais testes o
computador pode criar. Agora, quem cria os itens é o psicólogo pesquisador
e é ele que vai coletar a informação empírica sobre cada item por meio da
pesquisa científica. O computador analisa essa informação e produz a
carteira de identidade do item. Essa carteira contém dados, tais como: que
traço psicológico o item mede, quais seus índices de dificuldade e de
discriminação, qual a porcentagem de “chute” que ele provoca, se o item tem
sentidos diferentes para diferentes sujeitos ou populações e alguns dados
mais. A grande riqueza futura daqueles que trabalham com testes é
precisamente esses bancos de itens. Sua construção exige pesquisa científica
laboriosa e demorada (cogita-se que são necessários pelo menos três anos
para construir um único banco de itens), pois se trata de criar centenas e
milhares de itens para cada processo psicológico. Além disso, é preciso
fazer a manutenção periódica dos bancos de itens, porque, com o tempo, eles
podem perder suas características de bons itens, isto é, sua validade. Nos
EUA, por exemplo, a cada três anos são revistos os itens da bateria nacional
que avalia o desempenho dos alunos. Como é que se faz isso? Pela técnica
moderna da Psicometria chamada de Teoria de Resposta ao Item (TRI), essa
tarefa é facilitada, porque permite estabelecer os parâmetros dos itens
independentemente da amostra de sujeitos utilizada. Daí é possível, com
cada nova pesquisa que se faz sobre o processo psicológico em questão,
incluir sempre novos itens diretamente comparáveis com os já incluídos no
banco. A técnica para essa façanha, entre outras, consiste em aplicar os
novos itens, com uma amostra de itens já incluídos no banco, a uma amostra
razoável de sujeitos e estimar os parâmetros dos novos itens em confronto
com os dos itens utilizados do banco de itens. Assim, os novos itens entram
no banco nas mesmas condições que os velhos, e os velhos ficam assim
também revalidados.
Criado e mantido o banco de itens, o computador somente precisa de um
algoritmo que lhe diga que itens extrair dele para compor o teste ou para
testar um dado sujeito. Por exemplo, se quero um teste de 30 itens para
medir raciocínio verbal, digo ao computador (por meio de um algoritmo
matemático): pegue 30 itens do banco de itens que medem raciocínio verbal,
que tenham uma dificuldade média de 0 (a escala é normalmente em escores-
padrão, que vão de menos infinito a mais infinito, com média em 0) e cuja
amplitude vá de -2z a +2z, e que tenham um bom índice de discriminação,
entre 1 e 2 (a escala de discriminação vai de 0 a 4, mas dificilmente passa
de 2). Se o banco de itens for realmente grande, então o computador pode
criar uma série elevada de testes de 30 itens, perfeitamente comparáveis,
com itens repetidos ou não entre os vários testes. Assim, o examinador ou o
computador poderá aplicar indiferentemente esses testes a qualquer sujeito e
a informação sobre os sujeitos é diretamente comparável, qualquer que seja
o elenco de 30 itens que o computador escolheu para essa testagem. Evita-
se, assim, também a praga de os testes terem sido decorados
antecipadamente pelos sujeitos, o que tornaria sua aplicação inválida.
Pode-se, igualmente, colocar o sujeito diante do computador e dizer a
ele: agora descubra qual é o nível de raciocínio verbal deste sujeito! Se eu
dei antes ao computador um algoritmo de como proceder na seleção dos
itens para cada sujeito, então ele vai resolver esse problema em um piscar
1)
2)
3)
4)
5)
1.4.3
de olhos (claro, se você piscar devagar!). De fato, ele pode resolver o
problema com até três itens somente. Como é que ele faz isso? Obviamente
há muitas maneiras de fazer isso e os pesquisadores da área ainda estão à
cata de algoritmos melhores todos os dias. Mas um deles pode ser o
seguinte:
apresente um item de dificuldade média (z = 0);
se o sujeito errou, então descarte todos os itens do banco que tenham essa
dificuldade ou maior;
apresente um item com dificuldade de 0,5 desvio abaixo do primeiro;
se o sujeito acertou, então descarte todos os itens com dificuldade menor
do que -0,5;
apresente um item com dificuldade a meio caminho entre z = 0 e z = -0,5 e
siga os passos de 1 a 4 com as novas faixas de dificuldade dos itens.
Dessa forma, depois de meia dúzia de tentativas, o computador vai
acertar o nível de habilidade verbal do sujeito, a qual corresponderá ao item
de dificuldade mais elevada que ele conseguiu resolver.
Para o próximo sujeito, o computador vai fazer a mesma coisa, utilizando
itens inteiramente diferentes, mas ainda medindo o raciocínio verbal. Assim,
ocomputador pode criar na hora um teste diferente e adaptado para cada
candidato, por isso que se chama de testagem adaptativa. A palavra
adaptativa não é muito boa em português, mas é utilizada como tradução da
inglesa adaptive; em português essa testagem talvez seria mais
adequadamente descrita se fosse chamada de testagem sob medida ou
testagem à medida ou testagem ao gosto do freguês; mas a terminologia já foi
criada e é assim usada.
Os testes segundo o construto que medem
Dividir os testes psicológicos segundo o processo psicológico que
medem é uma tarefa arriscada, porque existe um número sem fim de tais
processos e, assim, a divisão se tornaria inútil pelo seu tamanho e também
confusa, porque muitos desses processos psicológicos se encontram ainda
mal concebidos e definidos. Cattell e Warburton, já em 1967, achavam
1.5
pouco frutífera uma taxonomia dos testes em termos de traços latentes,
precisamente por serem eles em número ilimitado. Entretanto, grande parte
dos manuais sobre testes apresenta uma divisão destes em termos de traços
latentes, ainda que bem gerais. Resumidamente, essa tentativa pode ser
apresentada como segue:
Testes de capacidade intelectual
Aptidão geral
- Testes de inteligência geral (QI)
- Testes de inteligência diferencial (aptidões diferenciais: numérica,
abstrata, verbal, espacial, mecânica, inteligência fluida versus
inteligência cristalizada, inteligência social, etc.).
Testes de aptidões específicas: mecânicos, música, psicomotricidade
Testes de desempenho acadêmico (provas educacionais)
Testes neuropsicológicos: testes de disfunções cerebrais e neurológicas.
Testes de preferência individual
Testes de personalidade
Testes de atitudes, valores
Testes de interesses
Testes projetivos
Testes situacionais, de observação de comportamento, biografias.
USO DOS TESTES PSICOLÓGICOS
Os testes servem para fornecer informações sobre os indivíduos, a partir
das quais alguém deve tomar alguma decisão com respeito a estes; ou seja,
os testes visam fornecer dados confiáveis para alguma intervenção. Como o
comportamento humano ocorre nas mais variadas situações de vida e por
razões e objetivos também os mais diferentes, é possível prever que os
testes, que procuram avaliar esses comportamentos, deverão ter objetivos
diferenciados, tanto assim que um mesmo teste pode ser útil e adequado
numa situação e menos apropriado em outra. Então, para que propósitos se
utilizam os testes psicológicos? Poder-se-ia responder que eles servem para
1.5.1
qualquer propósito. Mas discriminando melhor, pode-se dizer que os testes
psicológicos são utilizados basicamente para cinco finalidades:
- classificação (psicotécnico);
- promoção de autodesenvolvimento;
- intervenção psicoterápica (psicodiagnóstico) e psicopedagógica;
- avaliação de programas;
- pesquisa científica.
Classificação
Classificar uma pessoa significa colocá-la dentro de uma categoria de
preferência a outra categoria ou, se houver somente uma categoria, verificar
se tal pessoa é apta para entrar nessa categoria. Um termo mais corrente,
porém mais restritivo e até com ressaibos negativos, é o de seleção ou
triagem. Aliás, aqui existe uma terminologia variada, cujo uso depende do
contexto em que os testes são empregados, tais como, triagem, seleção,
licenciamento, certificação, etc. Dessa forma, fala-se de triagem quando se
quer fazer uma investigação mais rápida para localizar o sujeito numa dada
categoria, como, por exemplo, decidir quais alunos necessitam de um
tratamento especial. Normalmente, após a triagem segue um estudo mais
aprofundado dos sujeitos que foram alocados na categoria em questão.
Certificação tipicamente é requerida ou aconselhada em certas profissões;
por exemplo, os médicos se submetem a testes ou provas para obter o
certificado de prática médica. Outras profissões, como os advogados,
também fazem uso de tais requisitos. Seleção é uma atividade corriqueira em
qualquer profissão, em que se fala de concurso público, concurso interno,
etc. No Brasil, fala-se muito de psicotécnico, que vem sendo mais e mais
exigido por disposições legais: para motorista, para agentes de segurança
pública (polícia), por exemplo. Este normalmente indica uma situação na
qual os sujeitos são submetidos a baterias de testes específicos para
averiguar se satisfazem os requisitos psicológicos definidos na
especificação do cargo que pretendem ocupar. Este talvez seja o campo em
que os testes são mais usados e criticados; são criticados porque quase não
existem testes construídos especificamente para esta ou aquela profissão, o
1.5.2
1.5.3
1.5.4
que revela que não se sabe se os que estão sendo utilizados são válidos para
tal fim.
Intervenção psicoterápica (psicodiagnóstico)
e psicopedagógica
Os testes psicológicos são também utilizados para definir o problema
mental de uma pessoa, objetivando orientar o planejamento de um tratamento
para o problema. Isso pode ocorrer em clínicas psicológicas, em hospitais
ou mesmo na escola, onde se procura detectar problemas de saúde mental, de
patologias, de distúrbios de aprendizagem e similares. O psicodiagnóstico
visa caracterizar em detalhes o problema da pessoa para, assim, planejar
uma intervenção adequada e eficaz, a fim de remover ou contornar tal
problema.
Promoção de autodesenvolvimento
Uma pessoa pode querer se submeter a testes simplesmente para se
conhecer melhor, para ver seus pontos fortes e fracos em habilidades e
personalidade. O objetivo de tais testagens é o desejo da pessoa de fazer uso
útil do autoconhecimento para melhorar seu modo de ser. Algo mais técnico
do que isso ocorre no que chamamos de orientação profissional; por
exemplo, para entrar na universidade ou, até mesmo, no mercado de
trabalho, as pessoas procuram saber para que área de estudos ou de trabalho
elas se sentem mais atraídas (testagem de interesses) ou habilitadas
(testagem de aptidões). Digo que é uma área mais técnica, porque existem
muitos estudos sobre a orientação vocacional, de tal sorte que ela se tornou
um ramo de formação em cursos universitários de Psicologia.
Avaliação de programas
Em vez de avaliar pessoas, os testes podem ser utilizados para avaliar
programas e instituições. Essa orientação foi iniciada por Joseph Mayer
Rice, por volta de 1890 (Rice, 1893, 1913, 1915; Houston, 1965). Esse
professor se insurgiu contra a técnica das escolas de insistir no ensino de
“soletração”, para empregar o tempo em atividades escolares mais
enriquecedoras. Sob sua influência, várias escolas fizeram a seguinte
pesquisa: algumas realizaram longos exercícios de soletração e outras não.
Foi dado no final um teste de ortografia e verificou-se que os alunos
submetidos a intensivo exercício de soletração não obtiveram escores
melhores do que aqueles que não fizeram tais exercícios. Assim, surgiu a
ideia de que não somente os alunos, mas também os programas, devem ser
avaliados.
O que é um programa? Um programa e, até mesmo, uma instituição
consistem em um planejamento de ações visando prestar algum serviço à
comunidade. Assim, há programas na área da educação, da saúde, de
assistência social, de serviços comunitários (transporte, água, luz, telefone
etc.), de campanhas as mais variadas. O que se quer com tais programas é
resolver algum problema social ou melhorar a vida das pessoas, isto é, levar
essas pessoas de uma situação pior para uma situação melhor. A avaliação,
nesse contexto, visa verificar se o objetivo, ou seja, elevar a qualidade de
vida da comunidade para um nível melhor, foi ou não alcançado, ou até que
ponto ele o foi, e se não, porque isso ocorreu. Sem tais avaliações, muitas
vezes se gastam quantias enormes de recursos financeiros, humanos e
materiais em programas que resultam em nada ou que não compensam os
esforços empregados. Basta lembrar que no Brasil, não muito tempo atrás, o
governo investiu enormes recursos na alimentação escolar, esperando
resolver os problemas da educação no país ou na saúde por meio de
campanhas as mais diversas, também para resolver de vez o problemada
saúde no país. Obviamente, nenhuma delas resolveu o que pretendia. De
qualquer forma, para se saber se resolveu ou não, ou até que ponto resolveu
ou, ainda, descobrir por que não resolveu a contento, é preciso fazer a
avaliação de programas ou avaliação institucional. Nessa área existe todo
um planejamento e avaliação de atividades que se costuma pôr sob a etiqueta
de planejamento estratégico, no qual muitas vezes falta precisamente a etapa
de avaliação, não se permitindo poder, assim, aferir a efetividade de tais
programas, por mais bem planejados que tenham sido.
1.5.5
Na era moderna, essa área se tornou tão importante a ponto de se
constituir em um ramo de formação universitária. A importância dela é fácil
de ser visualizada diante do aumento exponencial das necessidades da
humanidade e da diminuição concomitante dos recursos (naturais,
financeiros e humanos) disponíveis. A competitividade por tais recursos
impõe mais e mais a necessidade da avaliação institucional e de programas,
sobretudo programas educacionais e sociais.
Pesquisa científica
Os testes psicológicos, além de serem empregados nas áreas práticas já
apontadas, são muito utilizados também na própria investigação em
Psicologia. De fato, eles são um dos instrumentos privilegiados nesse
particular. A ciência em geral, e a Psicologia em particular, trabalha com a
verificação de hipóteses. Para se decidir sobre estas, é maximamente útil se
dispor de dados válidos e precisos, e os testes permitem coletar dados de tal
natureza para, em seguida, serem apropriadamente analisados. Aqui aparece
a grande vantagem que testes psicométricos, por exemplo, têm sobre
avaliações de tipo impressionista, porque aqueles coletam dados em termos
de medidas, que podem ser mais objetivamente analisadas e com maior
precisão. O que resulta em uma verificação mais exata das hipóteses
científicas.
Podemos concluir esse segmento do uso dos testes com a seguinte
asserção e esquema: os testes são usados para tomar decisões, em geral
sobre a vida das pessoas, tais como em:
1.5.6 Satepsi
Nos anos 1980, a sociedade brasileira iniciou uma grande crítica ao uso
de testes psicológicos. No jornal Folha de São Paulo (1980) apareceu uma
reportagem de página inteira com o título As empresas aposentam os testes,
provocando pânico na classe dos psicólogos. Em 1998, o então presidente
Fernando Henrique Cardoso vetou a necessidade do psicotécnico incluída no
novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), veto que foi em seguida
suspenso dada a reação de lobby dos psicólogos. Diante de tais reações da
sociedade, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) iniciou movimentos
para enfrentar tal situação dos testes psicológicos. Já em 1981, o CFP
constituiu uma comissão de seis peritos na área para estudar e recomendar
medidas com respeito aos testes psicológicos. O relatório da comissão não
produziu efeitos e ela foi renovada em 1986, cujo relatório também não
produziu efeitos eficazes. Após várias outras tentativas, finalmente o CFP,
em 1997, divulgou o documento Notas para orientar a intervenção do CFP
na questão dos instrumentos de avaliação psicológica, propondo a criação
de uma câmara nacional (Câmara Setorial Interinstitucional dos Instrumentos
de Avaliação Psicológica) para construir uma política nacional para os
instrumentos de avaliação psicológica que fosse capaz de combinar os
interesses presentes nesse campo, negociando as parcerias que
contemplassem o benefício coletivo e que pudesse enfrentar os vários
problemas existentes em relação à pesquisa, criação, validação, produção
comercial, comercialização, ensino, uso e defesa social da utilização. A
câmara funcionou por dois anos e foi dissolvida sem ter podido realizar seus
propósitos.
Diante do fracasso de tantas tentativas, o CFP iniciou uma série de
resoluções sobre o uso dos testes psicológicos no Brasil, resoluções que
culminaram na criação do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI), em 20015. Esse sistema consiste em um elenco de testes
psicológicos que podem ser utilizados no Brasil para fins profissionais dos
psicólogos. A lista é elaborada por uma comissão de meia dúzia de
especialistas na área (Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica); a
comissão é apontada pelo CFP e ela tem como tarefa avaliar sistemática e
periodicamente todos os testes propostos para uso profissional no Brasil. A
1.5.7
lista dos testes com parecer favorável pode ser acessada em
www2.pol.org.br/satepsi.
Casas editoras de testes no Brasil
No Brasil existem algumas editoras especializadas na publicação
legítima de testes psicológicos. Entre elas, destacam-se:
Vetor Editora Psico-pedagógica Ltda.
Rua Cubatão, 48, Paraíso
São Paulo, SP 04013-000
Tel.: (11) 3146-0333
www.vetoreditora.com.br
Casa do Psicólogo (Pearson)6
Rua Simão Álvares, 1020, Pinheiros
São Paulo, SP 05417-020
Tel.: (11) 3034-3600
www.casadopsicologo.com.br
CEPA – Centro de Psicologia Aplicada
Rua Evaristo da Veiga, 16 – Cobertura, Centro (Cinelândia)
Rio de Janeiro, RJ, 20031-040
Tel.: (21) 2220-6545 (21) 2220-5545
e-mail: psicocepa@psicocepa.com.br
EDITES – Empresa Distribuidora de Testes Ltda.
Rua Cerro Corá 155/181
São Paulo, SP, 05061-050
Tel.: (11) 3713-8020
www.editespsico.com.br
Hogrefe/Cetepp Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia
Rua Com. Norberto Jorge, 30, Campo Belo
http://www2.pol.org.br/satepsi
http://www.vetoreditora.com.br/
http://www.casadopsicologo.com.br/
mailto:psicocepa@psicocepa.com.br
http://www.editespsico.com.br/
1.5.8
São Paulo, SP, 04602-020
Tel.: (11) 5535-9858
LabPAM Saber e Tecnologia
Caixa Postal, 2407 – EQN 204/404
Brasília, DF 70842-970
www.labpam.com.br
Distribuidoras de testes no Brasil
As editoras de testes, elencadas anteriormente, têm representações
(distribuidoras) em muitas cidades brasileiras. A seguir podem ser
encontradas as principais delas.
Região Norte
CEPAM - Centro de Estudos Psicologia do
Amazonas Ltda
Estado: AM - Amazonas
Cidade: Manaus - AM
End.: Av. Ipexuna, 1886 C
CEP: 69020-260
Telefone: (92) 3233-5224 / 3234-1654
psylivrarialtda@uol.com.br
psylivraria@hotmail.com
Ethos Psicotestes Ltda
Estado: PA - Pará
Cidade: Belém - PA
End.: Trav. Benjamim Constant, 525 - Reduto
CEP: 66053-040
Telefone: (91) 3230-5493 / 8352-9554
ethos@ethospsicotestes.com.br
NAP - Núcleo de Atividade Psicológica
Pedagógica Ltda
Estado: PA - Pará
Cidade: Belém - PA
End.: Trav. Alm. Wandenkolk, 811 Sala 503 -
Nazaré
CEP: 66055-280
Telefone: (91) 3230-3815
napsic@uol.com.br
A & M Comércio Livraria e Papelaria Ltda
Estado: RO - Rondônia
Cidade: Porto Velho - RO
End.: Av. Abuna, 2914 - Liberdade
CEP: 78902-230
Telefone: (69) 4141-2265 / (69) 3224-2529
novaletra@gmail.com
mercedespsi@bol.com.br
Psicotestes Livraria Ltda
Estado: TO - Tocantins
Cidade: Palmas - TO
End.: Av. Teotonio Segurado, S/N, QD 401 -
Plano Diretor Norte
CEP: 77001-676
Telefone: (63) 3224-4430
psicotesteslivraria@hotmail.com
Sapiens Livraria e Consultoria
Estado: RR – Roraima
Cidade: Boa Vista – RR
End.: Av. Getúlio Vargas, 4.856, Sala 1
CEP: 69306-700
Telefone: (95) 99175-4984
sapiensrr@gmail.com
Região Nordeste
http://www.labpam.com.br/
mailto:psylivrarialtda@uol.com.br
mailto:psylivraria@hotmail.com
mailto:ethos@ethospsicotestes.com.br
mailto:napsic@uol.com.br
mailto:novaletra@gmail.com
mailto:mercedespsi@bol.com.br
mailto:psicotesteslivraria@hotmail.com
mailto:sapiensrr@gmail.com
CIDEP - Centro Integrado de Desenvolvimento
Humano
Estado: MA - Maranhão
Cidade: São Luís - MA
End.: Av. dos Franceses, 38-A - Vila Palmeira
CEP: 65036-280
Telefone: (98) 3249-0449 / 3223-2135
recursoshumanos@cidep.com.br
goreth@cidep.com.br
www.cidep.com.br
Cantinho do Psicólogo
Estado: AL - Alagoas
Cidade: Maceió - AL
End.: Av. Álvaro Otacílio, 3731 Sala 801 - Jatiuca
CEP: 57036-850
Telefone: (82) 3432-7271
pedidos@cantinhodopsicologo.com.br
contato@cantinhodopsicologo.com.br
www.cantinhodopsicologo.com.br
Centro de Desenvolvimento Psicológico Ltda
Estado: PI - Piauí
Cidade: Teresina - PI
End.: Av. Rio Poti, 650 - Fátima
CEP: 64049-410
Telefone:(86) 3303-7874
cdptestes@hotmail.com
Psicoarte Comércio de Brinquedos
Estado: SE - Sergipe
Cidade: Aracaju - SE
End.: Rua Vila Cristina, 470 - São José
CEP: 49015-000
Telefone: (79) 3041-6862
psicoarte_equilibrius@yahoo.com.br
Gestão RH Centro - Recursos Humanos Ltda
Estado: BA - Bahia
Cidade: Salvador - BA
End.: Av. Antonio Carlos Magalhaes, 2501 -
Brotas
CEP: 41800-700
Telefone: (71) 3341-3321
atendimento@gestaorhbahia.com.br
www.gestaorhbahia.com.br
Fluência Recursos Humanos e Serviços Ltda
Estado: BA - Bahia
Cidade: Salvador - BA
End.: Av. Tancredo Neves, 1485, Sala 1004 -
Caminho das Árvores
CEP: 41820-021
Telefone: (71) 3341-1804 / 3272-1757
contato@fluenciarh.com.br
comercialfluencia@gmail.com
www.fluenciarh.com.br
Psicoclínica - Clínica de Psicologia e
Medicina do Ceará
Estado: CE - Ceará
Cidade: Fortaleza - CE
End.: Rua João Carvalho, 800, Sala 504 - Aldeota
CEP: 60140-140
Telefone: (85) 3224-1587 / 3261-1470
psicoclinica@socionomia.com.br
www.socionomia.com.br
Edézia Maria de Almeida Gomes
Estado: PB - Paraíba
Cidade: João Pessoa - PB
End.: Av. Dom Moises Coelho, 142 - Sl. 104 -
Torre
CEP: 58040-760
Telefone: (83) 3244-1884 / 32185902
livraria.edezia@yahoo.com.br
CEPPA - Centro Pernambucano de Psicologia
Aplicada Ltda
Estado: PE - Pernambuco
Cidade: Recife - PE
End.: Rua Dona Benvinda, 252 - Boa Vista
CEP: 50070-220
Telefone: (81) 3231-0039 / (81) 3126-0038
contato@ceppa-pe.com.br
Orient - Consultoria de Psicologia Ltda
Estado: BA - Bahia
Cidade: Vitória da Conquista - BA
End.: Rua Otávio Santos, 261, Sala 6 - Recreio
CEP: 45020-750
Telefone: (77) 3422-2305 / 3422-1461
orientconsultoria@hotmail.com
Insight Psicologia
Estado: RN – Rio Grande do Norte
Cidade: Natal – RN
End.: Av. Lima e Silva, 1611, Sala 108 – Cond.
Comercial Blue Tower Center
Instituto Geist
Estado: MA – Maranhão
Cidade: São Luís – MA
End.: Av. Daniel de La Touche, n° 987, Centro
Empresarial Shopping da Ilha, 4° Andar, sala 412,
mailto:recursoshumanos@cidep.com.br
mailto:goreth@cidep.com.br
http://www.cidep.com.br/
mailto:pedidos@cantinhodopsicologo.com.br
mailto:contato@cantinhodopsicologo.com.br
http://www.cantinhodopsicologo.com.br/
mailto:cdptestes@hotmail.com
mailto:psicoarte_equilibrius@yahoo.com.br
mailto:atendimento@gestaorhbahia.com.br
http://www.gestaorhbahia.com.br/
mailto:contato@fluenciarh.com.br
mailto:comercialfluencia@gmail.com
http://www.fluenciarh.com.br/
mailto:psicoclinica@socionomia.com.br
http://www.socionomia.com.br/
mailto:livraria.edezia@yahoo.com.br
mailto:contato@ceppa-pe.com.br
mailto:orientconsultoria@hotmail.com
CEP: 59075-710
Telefone: (84) 3345-3345 / 98897-0304
insight.psi@hotmail.com
torre 1 - Cohama
CEP: 65074-115
Telefone: (98) 3227-0006
institutogeist@institutogeist.com.br
Daltier Recursos Humanos
Estado: RN - Rio Grande do Norte
Cidade: Natal - RN
End.: Ed. Way Office - Senador Salgado Filho, 1o
andar, salas 102/103, 1718 - Tirol
CEP: 59022-000
Telefone: (84) 3211-0606
daltier_rh@hotmail.com
 
Centro-oeste
Expand Solução em Desenvolvimento Ltda
Estado: MS - Mato Grosso do Sul
Cidade: Campo Grande - MS
End.: Rua Vitorio Zeolla, 408 - Carandá Bosque
CEP: 79032-360
Telefone: (67) 3326-3901
expand.consultoriacgde@hotmail.com
IPMAT - Instituto de Psicologia Médica Mato
Grosso
Estado: MS - Mato Grosso do Sul
Cidade: Campo Grande - MS
End.: Av. Mato Grosso, 759 - Centro
CEP: 79002-231
Telefone: (67) 3382-3631
ipmat@uol.com.br
Dimensão Editora e Distribuidora Ltda
Estado: GO - Goiás
Cidade: Goiânia - GO
End.: Rua 1121, 249 Qd 217, Lote 10 - Setor
Marista
CEP: 74175-120
Telefone: (62) 3242-1366
dimens@terra.com.br
CENOPP - Centro de Orientação Psicológica e
Pedagógica
Estado: DF - Distrito Federal
Cidade: Brasília - DF
End.: SHLS 716, Bloco F, Salas 101/102
CEP: 70390-700
Telefone: (61) 3245-2300 / 3245-2200
cenopp@cenopp.com.br
www.cenopp.com.br
Motivari
Estado: MT - Mato Grosso
Cidade: Cuiabá - MT
End.: Av. Fernando Correa da Costa, 1610, Sala
09 - Jd. Kennedy
CEP: 78065-000
Telefone: (65) 3028-2522 / 3052-5404
motivari@motivari.com.br
Nepneuro-Núcleo de Ensino e Pesquisa em
Neurociências LTDA - ME
Estado: GO – Goiás
Cidade: Goiânia – GO
End.: Rua 147, 303, Quadra 65 Lote 11 Edif
Pequeno Hans, Sala 105
CEP: 74170-100
Telefone: (62) 3624-9901
contato@nepneuro.com.br
Sudeste
Espaço Psi
Estado: SP - São Paulo
Cidade: Ribeirão Preto - SP
End.: Rua Dr. Soares Romeu, 55
CEP: 14020-370
Telefone: (16) 3911-7563 / 3813-1031
albuquerque.livros@gmail.com
Psicovita: Testes, Livros e Brinquedos
Estado: SP - São Paulo
Cidade: Bauru - SP
End.: Rua Saint Martin 24-78 - Vila Santa Tereza
CEP: 17012-056
Telefone: (14) 3879-7629
psicovitaloja@gmail.com
Didática Materiais Psicológicos e Psicoteste
mailto:insight.psi@hotmail.com
mailto:institutogeist@institutogeist.com.br
mailto:daltier_rh@hotmail.com
mailto:expand.consultoriacgde@hotmail.com
mailto:ipmat@uol.com.br
mailto:dimens@terra.com.br
mailto:cenopp@cenopp.com.br
http://www.cenopp.com.br/
mailto:motivari@motivari.com.br
mailto:contato@nepneuro.com.br
mailto:albuquerque.livros@gmail.com
mailto:psicovitaloja@gmail.com
Pedagógicos
Estado: SP - São Paulo
Cidade: Araçatuba - SP
End.: Rua Saldanha Marinho, 748 - Paraiso
CEP: 16010-080
Telefone: (18) 3301-8756
lojadidaticaaracatuba@hotmail.com
Estado: ES - Espírito Santo
Cidade: Vitória - ES
End.: Av. Nossa Senhora da Penha, 699, Torre B
- Vitória
CEP: 29056-250
Telefone: (27) 3315-2690
psicoteste@psicoteste-es.com.br
www.psicoteste-es.com.br
CEPEL - Centro Psicotécnico Ltda
Estado: MG - Minas Gerais
Cidade: Belo Horizonte - MG
End.: Av. Alvares Cabral, 1148 - Lourdes
CEP: 30170-001
Telefone: (31) 3293-5650
cepel@cepelpsicologia.com.br
vendas@cepelpsicologia.com.br
www.cepelpsicologia.com.br
Lógica Comércio de Materiais Psicológicos
Ltda
Estado: SP - São Paulo
Cidade: São José do Rio Preto - SP
End.: Rua Independência, 2292 - Boa Vista
CEP: 15025-095
Telefone: (17) 3234-4635/ 3222-4899
logica.livraria@terra.com.br
rosana.logica@hotmail.com
Omega Integrada
Estado: SP - São Paulo
Cidade: Sorocaba - SP
End.: Rua Paes Bettin, 41 - Centro
CEP: 18035-510
Telefone: (15) 3234-7148 / 3234-6842
omegaintegrada@uol.com.br
www.omegalivraria.com.br
Fabricamais
Estado: SP - São Paulo
Cidade: São José dos Campos - SP
End.: Av. Dr. João Guilhermino, 429, Sala 165 -
Centro
CEP: 12210-130
Telefone: (12) 3302-5276
comercial@fabricamais.com
Mago Psico Testes Ltda
Estado: RJ - Rio de Janeiro
Cidade: Rio de Janeiro - RJ
End.: Av. Presidente Vargas, 509, 13o Andar -
Centro
CEP: 20071-003
Telefone: (21) 2507-3535
vendas@magopsi.com.br
mago@magopsi.com.br
www.magopsi.com.br
Circular Distribuidora de Materiais
Psicológicos
Estado: MG - Minas Gerais
Cidade: Uberlândia - MG
End.: Rua dos Pereira, 467
Telefone: (34) 3210-8690
circular@circularpsicologia.com.br
Espaço Santista Recursos Ltda
Estado: SP - São Paulo
Cidade: Santos - SP
End.: Av Ana Costa, 374
Telefone: (13) 3234-3466
testes@esrh.com.br
juliana@esrh.com.br
 
Sul
Psicoshop
Estado: SC - Santa Catarina
Cidade: Florianópolis - SC
End.: Av. Rio Branco, 404, 6o Andar, Sala 608 -
Centro
Projecto Estudos Avançados em Educação
Ltda
Estado: RS - Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre - RS
End.: Av. Cel. Lucas Oliveira, 1580 - Petropolis
CEP: 90460-001
mailto:lojadidaticaaracatuba@hotmail.com
mailto:psicoteste@psicoteste-es.com.br
http://www.psicoteste-es.com.br/
mailto:cepel@cepelpsicologia.com.br
mailto:vendas@cepelpsicologia.com.br
http://www.cepelpsicologia.com.br/
mailto:logica.livraria@terra.com.br
mailto:rosana.logica@hotmail.com
mailto:omegaintegrada@uol.com.br
http://www.omegalivraria.com.br/
mailto:comercial@fabricamais.com
mailto:vendas@magopsi.com.br
mailto:mago@magopsi.com.br
http://www.magopsi.com.br/
mailto:circular@circularpsicologia.com.br
mailto:testes@esrh.com.br
mailto:juliana@esrh.com.br
CEP: 88015-200
Telefone: (48) 3206-1453
psicoshop@psicoshop.com.br
daniela@psicoshop.com.br
www.psicoshop.com.br
Telefone: (51) 3330-4000
projecto@terra.com.br
www.projecto-psi.com.br
Sapiens Instituto de Psicologia
Estado: PR - Paraná
Cidade:Maringá - PR
End.: Av. Brasil, 4312 - 13o Andar, Sala 1304
CEP: 87013-000
Telefone: (44) 3028-6999
maringa@sapiens-psi.com.br
anaelisa@sapiens-psi.com.br
www.sapiens-psi.com.br
Racional Comércio de Material Didático Ltda
Estado: PR - Paraná
Cidade: Curitiba - PR
End.: Av. Candido de Abreu, 526, Torre B, Cj 811
- Centro Cívico
CEP: 80530-905
Telefone: (41) 3352-2623
supervisao@racionalrh.com.br
racional@racionalrh.com.br
www.racionalrh.com.br
Avaliar Psicologia
Estado: SC - Santa Catarina
Cidade: São José - SC
End.: Rua Irmãos Vieira, 221, Sala 20 - Campinas
CEP: 88101-290
Telefone: (48) 3035-6456
contato@avaliarpsicologia.com.br
avaliarpsicologia@yahoo.com.br
Sapiens Instituto de Psicologia
Estado: PR - Paraná
Cidade: Londrina - PR
End.: Rua Augusto Severo, 10 - Jd. Santos
Dumon
CEP: 86039-650
Telefone: (43) 3336-8081
londrina@sapiens-psi.com.br
anaelisa@sapiens-psi.com.br
www.sapiens-psi.com.br
Sapiens Instituto de Psicologia
Estado: PR - Paraná
Cidade: Curitiba - PR
End.: Rua Itupava, 200 - Alto da XV
CEP: 80045-140
Telefone: (41) 3044-5600
curitiba@sapiens-psi.com.br
anaelisa@sapiens-psi.com.br
www.sapiens-psi.com.br
PSI -Testes Psicológicos e Pedagógicos Ltda
Estado: PR - Paraná
Cidade: Cascavel - PR
End.: Rua Paraná, 3033, 14o Andar, Sala 141 -
Centro
CEP: 85810-010
Telefone: (45) 3038-7542 / 3038-5327
psi.testes@gmail.com
contato@psitestes.com.br
www.psitestes.com.br
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mailto:psicoshop@psicoshop.com.br
mailto:daniela@psicoshop.com.br
http://www.psicoshop.com.br/
mailto:projecto@terra.com.br
http://www.projecto-psi.com.br/
mailto:maringa@sapiens-psi.com.br
mailto:anaelisa@sapiens-psi.com.br
http://www.sapiens-psi.com.br/
mailto:supervisao@racionalrh.com.br
mailto:racional@racionalrh.com.br
http://www.racionalrh.com.br/
mailto:contato@avaliarpsicologia.com.br
mailto:avaliarpsicologia@yahoo.com.br
mailto:londrina@sapiens-psi.com.br
mailto:anaelisa@sapiens-psi.com.br
http://www.sapiens-psi.com.br/
mailto:curitiba@sapiens-psi.com.br
mailto:anaelisa@sapiens-psi.com.br
http://www.sapiens-psi.com.br/
mailto:psi.testes@gmail.com
mailto:contato@psitestes.com.br
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