Buscar

Elaboração do Luto pós-Análise

Prévia do material em texto

BIANCA OLIVEIRA DE SÁ. RGM 29891612
CAIO BATISTA DO CARMO. RGM 29618266
CAMILA GONÇALVES CABRAL.RGM 29693896
DANIELE DA SILVA ANDRADE. RGM 29382106
ELIANE CABRAL DA SILVA. RGM 30393604
ISABELLE VITORIA MARTINS. RGM 30065721
JÚLIA CÂMARA CARDOSO. RGM 30157072
KATHLEEN DE FRANÇA TELES. RGM 29693802
LUANALARISSA FERREIRA BIANCHINI. RGM 29614040
PAMELA PACCES DE NÓBREGA. RGM 29459842
STHEPHANY BARBOSA DOS SANTOS. RGM 29447216
VITÓRIA FERREIRA DA SILVA. RGM 29540224
Turma: 4º E
A elaboração do luto e as dificuldades no desligamento pós - termino da análise
Universidade Cidade de São Paulo
Teorias da Personalidade
Curso de Psicologia
2023
1. RESUMO 
Muitos autores relatam no artigo que, analisando passam por um processo de luto pelo fim de suas relações analíticas no período pós-término às suas análises. Não se trata de um sofrimento pelo fim da análise, mas sim pelo encerramento da relação analítica entre analista e analisando. O texto ressalta o fim da Análise Psicanalíticas para seus pacientes como uma perda, um luto, ocorre também uma ressurgência desses lutos primordiais que são revisados com a analista por meio da transferência.
Balint descreve o término da análise como uma experiência intensamente emocional, como se fosse se despedir de alguém que goste muito, apesar da tristeza tem também um sentimento de segurança, nas novas possibilidades para felicidade real, tanto para o paciente quanto para o analista. O analista tem como objetivo quando chegar nessa fase, lidar com diversas respostas emocionais do paciente, enfrentando seus próprios lutos durante esse processo. Para o paciente a transição para ficar sozinho após a análise não é algo fácil, envolvendo a perda do suporte emocional fornecido pelo analista.
Alguns pacientes podem encontrar dificuldade em se separar da analista, enquanto outros, após um processo adequado, consegue alcançar um estado de sustentação e autonomia emocional. É muito importante abordar as emoções do paciente na separação que surge no final, pois essas emoções podem estar presentes como a ansiedade a angústia e o desespero que deixa o paciente com um sofrimento antecipado, a melancolia de uma perda e a sensação de como se fosse um ente querido que se foi, não sabendo como será dali para frente já que terão que seguir sozinhos pois não terá mais a rotina de um analista para ajudá-los, e o conforto de se sentir em casa, e ter um lar. 
O analista deve estar preparado para qualquer tipo de reação do analisando que está em processo de término de análise, tendo em vista que uma das dificuldades é desbloquear o sentimento de perda já vivido por esse paciente no passado, fazendo com que o analista tenha que adiar o término para melhor prepara-lo para o encerramento. 
Pacientes com graves distúrbios narcísicos de personalidade podem demonstrar maiores dificuldades para o desligamento, há também casos de pacientes que criam uma dependência na análise. É dito que o analista deve saber a hora de parar, vendo as vantagens e desvantagens para o analisando.
Uma análise com longos intervalos de retorno facilitara o desligamento, diminuindo as chances do analisando criar determinada dependência no analista, muitos autores concordam que deve ser trabalhada a ansiedade de separação, para que não traga complicações para o paciente. 
O desligamento do analisando até mesmo bem-sucedido o leva ao luto, mas sendo bem preparado, ele irá conseguir lidar com a "solidão", ressaltando que um término feito de forma indevida trará grandes problemas para o analisando, fazendo-o se sentir mal, depressivo e outros diversos sentimentos ruins, o analista deve então estar atento aos sinais e a sua forma de encerramento, para que o paciente tenha autonomia para seguir tranquilamente.
De forma recíproca, o analisando passa pelas mesmas condições de luto, onde o mesmo pode enfrentar turbulências mentais em decorrência da perda do outro ser que se tornou muito prezado. 
A princípio, esse período pós-término retira do analisando alguns estímulos de vivência, como a vontade de realizar outras tarefas e dar importância a acontecimentos externos. No entanto, essa condição é desestruturada no momento em que há o entendimento de que seus recursos podem ser investidos em outras atividades, causando o retorno da libido que será atribuída a novas experiências, e, também, quando o analisando pode exercer por si só as habilidades que antes eram exercidas pelo analista em sua vida, gerando uma nova liberdade e autonomia ao mesmo
Melanie Klein relata que a desenvoltura do luto será favorecida pelo trabalho realizado durante o período da relação, que irá determinar se o analisando irá atribuir à perda aspectos positivos, como seu desenvolvimento e novas capacidades, ou se irá negativar essa separação, como se a outra parte estivesse o desamparando e junto à partida levasse o que já havia conquistado de bom. Melanie equipara essa separação ao processo de desmame.
Klein também nos diz que mesmo quando foram atingidos resultados satisfatórios, ainda sim o analisando passará por um processo doloroso de luto e ansiedades arcaicas, sendo então responsável por si mesmo a lidar com o luto. O elo criado entre analista e analisando gera um vínculo transferencial, onde o analista desenvolve um papel quase que de mediador e decisor na vida do analisando, e ao término da relação analítica, ocorre a contratransferência desse papel, trazendo o analisando novamente à frente (e sozinho) às suas decisões.
Pellanda divide os pacientes em dois grupos: os que são capazes de seguirem sozinhos a vida do pós-término e os que irão necessitar de acompanhamento analista no decorrer de grande parte ou toda a vida.
2. PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO DESLIGAMENTO
Considerando os principais pontos, a principal dificuldade encontrada no desligamento pós-término de análise é quando o paciente recebe a notícia de que o seu tempo com o analista vai ter um prazo para acabar ou ele mesmo toma essa decisão que muitas vezes acaba gerando um sentimento ruim internamente, várias emoções ao mesmo tempo e pode até desenvolver alguns conteúdos reprimidos ou conteúdo que não haviam antes, gera aquele sentimento de que nada foi “resolvido” ou “tratado”, pois em alguns casos pode gerar aquela sensação de impotência por parte do analisando. 
 Em “Análise Terminável e Interminável”, Freud (1937/1975) já escrevia: 
Ocasiona-lhe um alto grau de turbulência em seu mundo mental e funciona como pressão sobre conteúdos reprimidos, podendo também desencadear fantasias de rejeição e abandono, antes não trabalhadas. (P. 250)
Freud nos alerta que “pode levar ao sepultamento de material psíquico comprometendo sua elaboração” (p. 252).
 O analisando em alguns casos acaba depositando a sua segurança no analista, isso quer dizer em outras palavras que o paciente começa a acreditar que só vai ficar bem, ou só está bem por conta do analista, e se por acaso um dia essa relação chegue ao fim, o analisando vai se ver desamparado e começar a se auto sabotar, o luto prolongado pode levar a depressão ou a outros transtornos mentais, além de levar ao um estado de angústia ou sofrimento intenso. 
Além disso, é importante lembrar que uma pessoa no estado de luto, pode ter muitas dificuldades para aceitar a perda de quem foi, e continua apegada com aquilo que se foi. 
Porém em outros casos é diferente, pois o próprio paciente também já percebeu que chegou ao fim a sua relação com esse analista e que “não tem mais sobre o que falar” nas sessões. E sente que é necessário o encerramento desse ciclo, e se sente pronto para criar sua própria autonomia, e nesse caso o luto pode ajudar as pessoas a se prepararem para enfrentar as mudanças de suas vidas, dando-lhes o tempo necessário para se adaptar.
 É um processo saudável de aceitação e de elaboração interna e profunda, que pode servir como um passo importante na direção do crescimento pessoal. Da mesma forma, o luto é uma oportunidade de desenvolver melhor habilidades na maneira como as pessoas expressam seussentimentos e se relacionam com os outros.
É difícil estabelecer regras gerais para qualificar o processo de término da relação analítico, já que a maioria dos autores que escreveram sobre o tema são exemplos de casos clínicos e que se refere apenas ao período aqui definido como “pós-termino”. Não há nenhuma contribuição para oferecer uma pauta para aplicar após o término de análise. Portanto, é importante considerar que o analisando no pós-termino terá ganhos com a perda dos encontros com o analista, embora seja um processo doloroso, o analisando se dará conta que haverá “benefícios”. 
Incialmente o tempo seria o mais preciso e evidente, visto que o analisando abdicava de outras atividades diárias para estar em sessão, assim como o dinheiro pago para analista, onde ele pode utilizar para realizar outras atividades. Além desses ”benefícios” temos ganhos de ordem psíquica, um deles é a internalização por parte do paciente que antes era exercida pelo analista, desenvolvimento de confiança em sua autonomia, em outras palavras, a capacidade de resolver sozinho, trazendo novas sensações, como a liberdade em conseguir tal fato.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de pós-término de análise se dá sobre o princípio no qual o analista sabe que chegou ao fim do tratamento e dessa relação com o analisando. A fase de luto vem desse pós-término dessa relação na qual vem em muitas das vezes essa melancolia por trás desse luto e deste desligamento, a sensação é da perca de um ente querido, pela intimidade de ter trazido seu “mundo” ao analista, fazendo com que o analisando sinta em algumas vezes “perda” de seu tratamento por conta do término da relação com o analista. 
Destaca a importância entre analista e analisando, como essa conexão pode se tornar um objeto interno de apoio para o paciente. Isso é significativo, pois ajuda o paciente a desenvolver uma maior autonomia e confiança em si mesmo. Além disso, a recuperação e a sensação de renovação que podem ocorrer após a elaboração do luto, sugerindo que o término da análise não precisa ser percebido como uma perda definitiva, mas como um novo começo. Por outro lado, a parte desafiadora do texto está na descrição das dificuldades e do sofrimento que podem surgir no processo de elaboração do luto. 
Então a melhor forma de resolução, com que tenha uma melhoria de desligamento e que seja mais leve e menos dolorosa, que essa perca não traga tamanha melancolia e angústia ao paciente, é a preparação para um desligamento com o analista, onde o analista consegue mostrar os ganhos e onde o paciente chegou com o tratamento a melhoria que o causou e como agora é necessário com que ele leve a vida sozinho, sem o tratamento pois já não necessita mais, de qual forma ele poderá fazer com que isso não seja tão angustiante, o analista também precisará se preparar para as perguntas do paciente sejam elas sentimentais e de certa forma fazer com que ele encare este luto que será necessário e com o tempo o paciente se acostuma com a ideia de que terá que passar por essa fase e que no fim será de benefício dele, ver também a eficácia do tratamento mas sendo de qualquer forma um luto, um término de relação, então é doloroso e não será fácil, mas possível.
O autor do texto concluí então que os dois temas tratados no texto, elaboração do luto e dificuldade de desligamento, estão relacionados. Quando há um bom desenvolvimento no desligamento do analisando, existe o luto, e quando não há, existe a melancolia. Pessoas melancólicas são incapazes de se desvincularem das pessoas a qual foram desligadas, vivendo assim em situações insuportáveis de apego a matérias que arremetem a quem se separaram.
Resumidamente oferece uma perspectiva que esclarece sobre o processo de luto no contexto do término de análises psicanalíticas. Ele ressalta a experiência humana, com todos os seus altos e baixos, e destaca a importância de uma abordagem humanizada no campo da psicanálise.

Mais conteúdos dessa disciplina