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Resumo livro - Unidade I - MECANICA DOS SOLOS E FUNDAÇÕES

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Geologia de Engenharia
A geologia, é a ciência que estuda a matéria que compõe a crosta terrestre, bem como sua origem e alterações até a configuração da sua superfície atual.
A geologia da engenharia é um campo das ciências geológicas que estuda e soluciona os problemas envolvendo as interfaces com solos e rochas, aplicando conceitos geológicos.
1.1 A Crosta Terrestre
A perfuração mais funda já feita foi para exploração de petróleo, tendo aproximadamente 5 quilômetros. 
Composta por:
Núcleo – A parte da Terra onde se concentram os maiores níveis de pressão e temperatura, sendo a camada mais profunda.
	 Dividida em duas partes, núcleo interno (composto de ferro e níquel) e núcleo externo (composto de ferro metálico e outros elementos).
Manto – É a maior camada da Terra, com maior volume, massa e extensão.
	 Composto por rochas em estado pastoso ou fluído.
Crosta – Considerada como a camada sólida do planeta, se manifesta externamente.
	 Composta por rochas e minerais.
1.2 Minerais 
Mineral é um corpo sólido, cristalino que resulta da interação de diversos processos físico-químicos em ambientes geológicos.
Os mais comuns são:
	Anfibólios – Extremamente complexos, constituídos por pelo menos 86 silicatos diversos de dupla cadeia de .
	Feldspatos – Constituintes de rochas que compõem 60% da crosta terrestre.
	Hematita – Comum na natureza e principal constituinte do minério de ferro, com cor cinza ou preta.
	Magnetita – Mineral magnético formado por óxido de ferro (II, III) dado pela fórmula .
	Piroxênios – Cristais que cristalizaram antes ou durante a erupção, ficando embebidos na rocha derretida resultante do resfriamento do magma.
	Quartzo – Formado por cristais trigonais compostos por tetraedros de sílica (), onde cada oxigênio fica dividido entre dois tetraedros. 
Rochas
As rochas são agregados naturais de um ou mais minerais e que constituem unidades mais ou menos definidas, mas distintas entre si na crosta terrestre.
Quanto à quantidade de minerais formantes de uma rocha:
	Rocha simples – Formada por um mineral (como quartzito: quartzo).
	
	Rocha composta – formada por mais de uma espécie de mineral (como o granito: presentes o quartzo, feldspato e mica).
Quanto à origem, são divididas em:
· Magmáticas/Ígneas
· Sedimentares
· Metamórficas
2.1 Rochas Magmáticas ou Ígneas 
Formadas a partir do resfriamento e consolidação do magma, em estado ou comportamento líquido devido a sua fusão à elevadas pressões e temperaturas.
Os tipos de minerais presentes dependem da composição química do magma que lhe deram origem:
	Extrusivas ou Vulcânicas – Formadas pela consolidação do magma na superfície da Terra, a partir de derrames de lava.
	Intrusivas ou Plutônicas – Formadas pela consolidação do magma em profundidade, formando-se em tempos geológicos bem mais longos. As formas mais comuns sendo:
· Dique: corpo intrusivo discordante da estratificação da rocha que atravessa;
· Sill; corpo intrusivo concordante com a estratificação da rocha que atravessa;
· Batólito: grande massa consolidada internamente, que abraça grandes áreas se for exposta pela erosão.
Os diques, se forem mais resistentes que a rocha que atravessam (rocha encaixante) formam “muros” na topografia após a erosão e exposição à superfície. 
Ao ser cortados por rios provocam o surgimento de corredeiras e cachoeiras.
	O tamanho dos cristais (minerais componentes da rocha) é determinado pela velocidade com que o magma se resfria.
	Em rochas intrusivas, o magma foi resfriado lentamente e os cristais chegam a tamanho considerável.
	Em rochas extrusivas, o magma extravasou como lava e sua salificação progrediu rápido, dando origem a rocha resultante de granulação fina.
	Destacam-se dentre os tipos de rochas magmáticas:
		Basalto – A rocha extrusiva mais abundante da crosta terrestre, vem de extensos derrames de lava. De granulação fina e cor escura, sua decomposição dá origem às argilas vermelhas.
			 Os minerais mais comuns sendo feldspato, piroxênio e magnetita.
		Diabásio – Rocha intrusiva de composição idêntica ao basalto, ocorre nas formas de diques e sills. Granulação mais grossa, visível a olho nu.
		Granito – Rocha intrusiva, ocorre na forma de batólitos. Com coloração clara e textura uniforme, granular. 
			 Minerais presentes: quartzo, feldspato e mica, geralmente biotita.
2.2 Rochas Sedimentares
Formadas por materiais resultantes da decomposição e desintegração de rochas preexistentes, devido a ação do intemperismo. 
Os materiais sendo transportados por agentes como vento, água, gelo ou gravidade, sendo levados para topografias mais baixas (bacias e depressões).
Sofrendo o processo chamado de diagênese, a consolidação pelo peso das camadas superiores ou ação cimentante de águas superficiais/subterrâneas. 
São classificadas de acordo com a sua origem:
	Mecânicas ou Clásticas – O processo de deposição (que se dá em meio aquoso) ocorreu pela ação da gravidade, sendo uma deposição de suspenções.
	Químicas – Os materiais foram dissolvidos na água, e enquanto ela evapora, ocorre a precipitação química., sendo uma deposição de solutos.
	Orgânicas – Devido aos organismos que usam do carbonato de cálcio dissolvido na água para construir suas conchas, e sua morte, essas partículas se acumulam no fundo do mar. Ao serem consolidadas, produzem os calcários.
	Nas rochas de origem mecânica encontram-se:
· Conglomerados (diferencia-se pelo tamanho das partículas: o pedregulho);
· Arenitos;
· Siltitos (formado por silte);
· Argilitos (formado por argila);
· Folhelheos (formado por argila, se distinguindo do argilito por ser estruturado em lâminas finas e paralelas).
As rochas de granulação mais fina sofrem consolidação principalmente pelo peso das camadas subjacentes, devido a compactação. 
As de granulação mais grossa se consolidam por cimentação (em um mecanismo químico).
	
De origem química, há o sal-gema e o calcário oolítico.
Na origem orgânica há diversas variedades de calcários. 
2.3 Rochas Metamórficas
Formadas pela ação da temperatura, pressão e soluções químicas. Agindo em rochas preexistentes, magmáticas ou sedimentares.
	A rocha não sofre fusão pois os agentes do metamorfismo agem no estado sólido da rocha.
	Durante o metamorfismo há a formação de um novo arranjo estrutural, com a composição química original. Sendo resultante da reorientação dos minerais em decorrência do aumento da pressão e da recristalização dos materiais devido ao aumento da temperatura.
	
A rocha metamórfica resultante depende da composição da rocha original e da temperatura e pressão durante o metamorfismo. Classificadas em:
	Metamorfismo Regional – Em áreas extensas, gerando mudanças em massa de rochas de grandes dimensões.
	Metamorfismo de Contato – Quando o magma se introduz na costa, e devido ao calor e soluções que o acompanham, gera o metamorfismo da rocha encaixante em áreas adjacentes à intrusão.
Podendo ser termal (aquecimento da rocha encaixante) ou hidrotermal (aquecimento e soluções provenientes da rocha ígnea que reagem com a rocha encaixante).
As principais rochas metamórficas são:
Gnaisse – Originada do metamorfismo do granito. Apresenta minerais de mica orientados numa mesma direção e tem granulação grossa em faixas. Minerais da sua composição sendo o quartzo, feldspato e mica.
Quartzito – Originado do arenito. Distingue-se do arenito pelo exame de fratura, passando através dos grânulos (e nos arenitos, entre eles). Geralmente branco, mas apresenta cores escuras devido ao cimento. Mineral presente sendo o quartzo.
Mármore – Originado do calcário. Quando puro é branco com granulação, que varia de muito fina a grossa. Apresentando efervescência em contato com solução ácida. Mineral presente sendo a calcita.
Xisto – Originado de rochas ígneas e metamórficas. Sua variação mais comum é micaxisto. A mica, visível, se dispõe paralelamente (xistosidade). Minerais presentes são mica e quartzo.
Filito – Semelhante ao xisto, com granulação mais fina.
Ardósia – Resultante do folhelho,de granulação muito fina.
2.4 Ciclo de Transformação das Rochas
2.5 Rochas na Construção
O uso das rochas pode ser classificado em quatro grandes grupos, de acordo com o formato apresentado e o grau de processamento aos quais os materiais tenham sido submetidos:
		Agregados – Constituídos por brita pedrisco, areia e seixos;
		Blocos – Maiores que os agregados, usados para proteção de talude, encostas e portos marítimos na forma de enrocamentos e muros de arrimo;
		Placas – Formato tabular, servindo para revestimentos de paredes e de pisos;
		Matéria-prima – Pulverulentas, originadas de rochas ou solos e são empregadas na confecção de cerâmica, cal e cimento.
	Na questão da extração as formas tradicionais são em blocos, placas e brita. Os sedimentos e solos são utilizados na forma de materiais de empréstimo: como areia, cascalho, argila e solo.
Utilização como Revestimento
Com formas e geometrias regulares (geralmente), normalmente tabulares que se destinam ao embelezamento e propiciam funcionalidade. Servem de elemento durável e decorativo de exteriores e interiores (pisos ou acabamentos de paredes/muros).
As rochas ornamentais recebem tratamento superficial de polimento, ao contrário que a de revestimento que é in natura.
Ardósia – Apresenta beleza natural, superfície muito lisa e leveza. Sendo usada de diversas formas (telhas, pisos, sanitários lousas etc.).
Arenitos – Ao apresentar nível mínimo de dureza podem ser usados para revestimento e petit-pavé.
Basalto – Usado como agregado ou em petit-pavé, a caracterização comercial costuma incluir os diabásios.
Calcários – Bom polimento e brilho natural intenso, normalmente macios. Sendo usado para revestimentos e esculturas.
Gnaisses – Usadas como agregado e lastro de rodovia. Quando apresentam pouca mica, podem ser usados em revestimento onde há escassez de rocha com boa resistência mecânica.
Granitos – Bons para quase todo tipo de uso. Ao apresentar beleza e características tecnológicas são usadas para revestimento e similares. 
Grande variedade de cores e padrões, englobam em sua caracterização comercial outros tipos de rochas como andesitos, dioritos, gabros, riolitos, sienitos (todos conhecidos pela denominação de granito).
Mármores – Grande variedade de cores e padrões, seu uso se dando em revestimento de pisos, paredes, tampos de mesas, esculturas etc.
Quartzito – Geralmente usado em placas para calçamento, por ser antiderrapante. Bom isolante térmico, fácil substituição e grande rendimento.
Agregados
Materiais granulares sem forma e volume definidos, de dimensões e propriedades adequadas para o uso como materiais construtivos.
Naturais – Extraídos diretamente na forma de fragmentos (areia e pedregulho).
Artificiais – Passam por processos de fragmentação (pedra e areia britada).
Nas obras, os fragmentos podem unidos por ligantes, como no caso dos concretos (hidráulico e betuminoso). Ou sem ligantes, como na construção de lastro de ferrovias, filtros e enrocamentos.
Concreto hidráulico – Originado da mistura de agregado, que pode apresentar granulometria graúda ou miúda, cimento e água. 
			 Deve ter plasticidade adequada para o manuseio e lançamento em formas, adquirir coesão e resistência mecânica com o tempo de cura.
Concreto asfáltico – Vem da mistura de agregados e ligante asfáltico, destinado ao uso de construção de pavimentos. Sendo requerido coesão, flexibilidade e resistência mecânica entre outros parâmetros. Essa mistura sendo usada como camada de rolamento, denominada capa.
BGS (brita graduada simples) ou BGTC (brita graduada tratada com cimento) – São agregados com diferentes granulometrias e normalmente utilizados como camada de base ou sub-base na estrutura do pavimento.
Lastros de ferrovia – Formados por fragmentos de rochas de corpo granular, com uma distribuição granular escolhida, sobre o qual se assentam os dormentes (que suportam os trilhos).
Enrocamentos – Constituídos por um corpo granular, com uma distribuição granular escolhida, onde os agregados exercem funções:
· Compor o maciço da barragem de núcleo da terra;
· Constituir muros de arrimo para estabilizar/conter taludes, ou para muro de gabião; constituído por pedras possíveis de se carregar manualmente (adicionadas em gaiolas metálicas).
Mecânica dos Solos
	Estuda a origem e natureza dos solos e aplicações em obras civis por meio de reconhecimento, investigação e caracterização do subsolo.
	Ao conhecer as propriedades dos solos (a partir de ensaios), dados da investigação in situ do subsolo (juntamente com conhecimentos teóricos dos solos, elementos construtivos e tipos de fundações) é possível dimensionar as fundações mais adequadas à estrutura projetada.
3.1 Intemperismo
	Para entender como o solo se comporta é necessário dominar conceitos e a relação com o seu comportamento.
	Intemperismo é o conjunto de processos que ocasionam a desintegração e decomposição das rochas pela ação de agentes atmosféricos e biológicos. Podendo ser físico e químico.
	Intemperismo físico (desintegração) é a ação de esforços mecânicos sobre a rocha, tendo como agentes:
		Variação de temperatura – Expansões e contrações da rocha produzidas por variações de temperatura, repetidas seguidamente, provocando fraturas que se alargam com o passar do tempo e desintegram a rocha.
		Congelamento – A água ao congelar aumenta 10% seu volume, caso as fendas das rochas estiverem preenchidas com água, ao congelar vai exercer pressão sobre as paredes da rocha. Sendo um processo mais agressivo que o ciclo de congelamento e degelo.
		Cristalização de sais – A água que circula pelas fendas da rocha pode ter sais dissolvidos. Com a evaporação, os sais se precipitam, cristalizando e podem exercem pressão sobre as paredes e a desagregando. Sendo um fenômeno comum nas regiões costeiras, onde as fendas são preenchidas por água do mar.
		Ação física e química dos vegetais – As rochas podem sofrer desagregação causada pelo crescimento de raízes ao longo das fraturas, além da ação química que os vegetais podem causar na superfície.
	Intemperismo químico (decomposição) é ação química de substância presentes na água sobre a rocha. 
	Os processos de ação são:
· Hidrólise;
· Hidratação;
· Oxidação;
· Carbonatação.
Os fatores que influenciam na velocidade da ação do intemperismo e na natureza dos solos são:
· Clima (temperatura e pluviosidade) – Em regiões geladas/desertas onde há maior predominância do intemperismo físico. Em regiões quentes/úmidas, predomina o intemperismo químico.
· Tipo de rochas (resistência e estrutura)
· Topografia
· Vegetação
· Condições de drenagem
3.2 Origem e Natureza dos Solos
	Todo solo tem origem imediata ou remota na ação do intemperismo sobre as rochas. 
		Solo Residual – Quando resultante do intemperismo, permanece no próprio local que ocorreu o fenômeno.
		
		Solo Transportado – Quando é carregado pela água das enxurradas/rios, vento ou gravidade.
Solos Residuais
	Para sua formação é necessário que a velocidade da decomposição da rocha seja maior que a velocidade com que os produtos da decomposição são removidos. 
	
	Mais abundantes e profundos em regiões de clima quente e úmido, devido ao intemperismo químico que acontece mais facilmente e há vegetação suficiente para impedir que os produtos resultantes sejam transportados de forma mais fácil.
		
Solos Transportados
	Sendo classificados de acordo com o agente transportador em aluvião, coluvião e solos eólicos.
		Aluvião – O agente transportador é a água. Ocorrendo uma seleção natural pela granulometria ao longo do curso d’água. Ficando próximo da cabeceira os materiais mais grossos, e os mais finos são transportados a grande distância.
			 Dependendo do regime do rio, os depósitos podem ser heterogêneos e os grãos de areia e pedregulho tendem a ser arredondados.
		Coluvião – O agente transportador é a gravidade. Ocorrência localizada, e em geral em encostas/pé de elevações. As partículas de areia e pedregulho tendem a ser angulares.
		Solos eólicos – O agentetransportador é o vento. Dado como exemplo as dunas litorâneas brasileiras. As partículas apresentam alto grau de arredondamento dos grãos, também com seleção do material segundo a granulometria.
Solos Orgânicos
	Solos transportados com alta presença de matéria orgânica (húmus.) Quando constituídos com excesso de restos vegetais, são denominados turfa.
	
	A condição de má drenagem é necessária para formar solos orgânicos, acumulando-se sobretudo em baixadas – lagos, pântanos e ambientes similares.
3.3 Ensaios de Caracterização
	São ensaios para determinar índices e parâmetros do solo para identificar, classificar e prever o comportamento mecânico dos solos.
	A primeira característica para diferenciar os solos é o tamanho das partículas constituintes. A princípio podendo ser notado a presença de partículas identificáveis a olho nu de outras que precisam de instrumentos adequados. 
Sobre a citação PINTO, 2002, p. 9 – grãos de areia podem estar envoltos em uma grande quantidade de partículas argilosas, finas, tendo aspecto de outro tipo de partícula. Quando secas as duas formações são semelhantes, porém, quando úmidas as partículas argilosas se transformam em uma pasta fina e a partícula arenosa é facilmente distinguível.
Os índices físicos relacionam as proporções constituintes do solo (sólida, água e ar). Sendo importante a caracterização imediata com o ensaio táctil-visual. 
Em sequência são feitos ensaios de granulometria por peneiramento e sedimentação, e para caracterizar a fração fina dos solos é preciso fazer ensaios para estimar os limites de consistência.
3.4 Granulometria
	Para reconhecer o tamanho dos grãos de um solo é feita a análise granulométrica, em duas fases: peneiramento e sedimentação. Produzindo a curva granulométrica como resultado.
	
	O material passa em cada peneira (seu peso referente ao peso seco total da amostra), são chamadas de “porcentagens que passam” ou “porcentagens passantes”.
É representado graficamente de acordo com a abertura da peneira, em escala logarítmica. A abertura nominal da peneira é considerada como o diâmetro das partículas.
A análise por peneiramento é limitada pela abertura da malha das peneiras, sendo a menor usada é a de número 200 – com abertura de malha de 0,075mm.
A granulometria é a medida do tamanho das partículas do solo, representado pela curva de distribuição granulométrica – desenhada em gráfico semilogarítmico.
	Nas abcissas, há o logaritmo do tamanho das partículas. Nas ordenadas, à esquerda, a porcentagem retida acumulada. Na direita a porcentagem que passa.
	De um lado, a porcentagem retida acumulada representa a quantidade relativa de partículas maiores de determinado diâmetro.
Do outro lado, a porcentagem passante representa a porcentagem de solo com partículas menores que determinado diâmetro.
Para conhecer a distribuição granulométrica da porção mais fina dos solos é usado a sedimentação, que é baseada na Lei de Stokes.
A velocidade (v) de queda das partículas num fluído atinge um valor limite que depende do peso específico do material da esfera (), do peso específico do fluído (), da viscosidade do fluído (µ) e o diâmetro da esfera (D). 
 v 	 velocidade da queda das partículas no fluído
	 peso específico do material da esfera
	 peso específico do fluído
µ	 viscosidade do fluído
				 D	 diâmetro da esfera
Ao colocar certa quantidade do solo em suspensão na água, as partículas caem em velocidades proporcionais ao quadrado do seu diâmetro.
As dimensões das partículas finas são representadas por um diâmetro equivalente, tendo suas formas diferentes de esferas. Partículas coloidais (possuem D<0,002mm) não sedimentam.
Os ensaios de peneiramento e sedimentação podem ser usados para obter uma curva granulométrica completa do solo. No ensaio conjunto: 
· Primeiro se obtém a curva referente à porção de partículas grossas por ensaio de peneiramento;
· Complementa-se com a curva de ensaio de sedimentação, que ocorre nesse passo a passo:
1. A amostra do solo deve conter de 40 a 70g, deve ser passada na peneira nº 100. As partículas finas são dispersas com um defloculante (silicato de sódio/hexametafosfato de sódio/etc.) – para evitar a aglutinação de partículas na água.
2. É feita a dispersão pelo peneiramento e lavagem da mistura solo-defloculante, recolhe-se o material passante em uma proveta graduada em 1000ml.
3. O material retido é seco em estufa e submetido ao ensaio de peneiramento com vibração (sendo a parte relativa ao ensaio de peneiramento).
4. O material da proveta é agitado e homogeneizado, sendo realizado em seguida leituras periódicas das densidades da suspensão – com densímetros, correlacionando com a queda de partículas (z).
5. É posto o defloculante na concentração de 45,7g/l (equivalente no solo a 125ml) e deixa-se 24h de repouso. As partículas devem ser dispersas por meio de um dispersor por 15min. Sendo feita leituras em ,, 1, 2, 4, 8, 15 e 30min – depois em 1, 2, 4, 8 e 24h.
6. Os 4min iniciais são feitos sem tirar o densímetro do local – após é retirado e recolocado a cada leitura (procedimento usado para evitar imprecisões no início, quando se deposita partículas mais rápido).
7. Ao determinar os dados é aplicada a Lei de Stokes.
O intemperismo físico gera partículas com diâmetro maior que a do químico. Desta forma, em solos granulares/grossos é predominante a ação da gravidade na formação, e a forma é mais arredondada quanto maior for a distância do transporte. 
	Em solos finos, as formas são lamelares/circulares, sendo determinadas pelo mineral constituinte e a atuação das forças de superfície e água.
No Brasil as escalas granulométricas mais utilizadas são da ABNT e do MIT.
Os solos granulares são divididos em:
Pedregulhos – acumulações incoerentes de fragmentos de rocha (comum em margem de rio).
Areias – material áspero ao tato, isento de finos, que não se contrai ao secar.
Estes são subdivididos em grossos, médios e finos. Onde os solos finos são subdivididos em: 
Siltes – todo material fino de baixa plasticidade.
Argila – material fino de alta resistência e plasticidade.
A curva granulométrica sendo representada por dois parâmetros, o diâmetro efetivo ( ou De) e o coeficiente de não uniformidade (Cu ou CNU), de acordo com a ASTM D-2487 (2006).
O primeiro parâmetro é o diâmetro , tal que 10% das partículas do solo (em massa) apresentam diâmetros menores que ele – as partículas finas definem melhor o comportamento do solo.
O CNU é a medida da inclinação da curva granulométrica.
Outro parâmetro é o coeficiente de curvatura (CC), que determina o formato da curva granulométrica – que verifica a presença de descontinuidades da curva granulométrica e/ou concentração de material grosso.
Um solo mal graduado tem CNU tendendo a 1 são compostos de partículas com o mesmo tamanho.
Os solos que possuem valores de CC menores que 1 são os que apresentam curvas descontínuas.
Solos com CC maiores que 3 possuem curvas uniformes na parte central.
3.5 Plasticidade e Estados de Consistência
	A fração fina dos solos tem importância na caracterização do comportamento dos solos. 
	Quanto menor as partículas, maior a superfície específica (superfície da partícula dividida por seu peso/volume).
Um cubo com 1cm de aresta: tem área de 6cm² (área do cubo x 6), e volume de 1cm³. Já um conjunto de cubos de 0,05mm de aresta (siltes) apresenta 125cm² por cm³ de volume. Onde certos tipos de argilas chegam a apresentar 300m² de área por cm³.
Solos com maiores superfícies específicas precisam de maior quantidade de água para atingirem saturação. Portanto, para a mesma porcentagem de fração de argila, o solo pode ter comportamentos diferentes dependendo da característica dos minerais presentes – devido a como as partículas com superfícies específicas tão distintas se comportam perante a água.
O estudo dos argilo-minerais é complexo, sendo simplificado por uma análise indireta que se baseia no comportamento do solo na presença de água – ressaltando a importância da caracterização da plasticidadee do estado de consistência do solo para caracterizá-lo.
Plasticidade – propriedade que o solo possui de apresentar deformações relativamente rápidas sem que ocorra ruptura ou variação em seu volume.
A plasticidade é associada a solos finos (dependendo do argilo-mineral e quantidade de água presente) – a água atuando como lubrificante para deslizar as partículas umas sobre as outras, permitindo que solo seja moldado.
Os estados de consistência são: líquido, plástico, semissólido e sólido.
		Líquido – Apresenta propriedades de suspensão e tem características de um fluído viscoso sem resistência a cisalhamento. 
		Plástico – Apresenta propriedade de plasticidade.
		Semissólido – Apresenta-se como sólido, mas quando seco tem variação volumétrica.
		Sólido – Não apresenta variação volumétrica na secagem.
	O uso de ensaios e índices foi proposto pelo engenheiro químico Albert Atterberg e adaptados e padronizados pelo professor de mec. Solos Arthur Casagrande.
	Os limites se baseiam na constatação que um solo argiloso ocorre com aspectos de acordo com sua umidade. 
· Quando muito úmido, se comporta como líquido;
· Quando perde parte da água, se torna plástico;
· Quanto mais seco, se torna sólido (quebradiço).
Os teores de umidade que correspondem às mudanças de estado são definidos como limites de liquidez e de plasticidade dos solos. 
	O que os difere é o índice de plasticidade do solo.
Limite de Liquidez (LL) – teor de umidade que mostra o limite entre o estado líquido e o estado plástico.
Limite de Plasticidade (LP) – teor de umidade que mostra o limite entre o estado plástico e o estado semissólido.
Limite de Concentração (LC) - teor de umidade que mostra o limite entre o estado semissólido e o estado sólido.
		Índice de Plasticidade (IP) – quantidade de água necessária a ser acrescentada ao solo para que ele passe do estado plástico para o líquido.
IP = LL – LP
Apresentado como índice apenas LL e IP, sendo o LP usado para determinar o IP apenas. 
Relembrando que para determinar estes limites de plasticidade é usado a fração de solo que passa na peneira de malha com abertura de 0,42mm (correspondente às frações de silte e argila).
Determinando os Limites de Consistência
	A argila possui certa consistência, portanto seu estado é indicado pela resistência que ela apresenta (ao contrário das areias que se desmancham com facilidade).
	A consistência é quantificada por um ensaio de compressão simples – a ruptura de um corpo de prova de argila (geralmente cilíndrico).
	E de acordo com o valor desse ensaio, a consistência é determinada por esta tabela: 
	Quando uma argila é remoldada, seu estado é expresso pelo índice de vazios. Porém as argilas normalmente são encontradas saturadas, o índice de vazios depende diretamente da umidade, o seu estado é expresso pelo teor de umidade.
	Ainda sendo necessário analisar com relação aos teores de umidade correspondentes a comportamentos similares – os limites da consistência. 
	Ao manusear uma argila e avaliar sua umidade, o que se percebe é a umidade relativa e não o teor de umidade.
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