Viagens na Minha Terra

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Em Viagens na minha terra, Garrett narra a viagem que fez a Santarém. É um relato de 
viagens com comentários e reflexões sobre temas diversos, retratando a vida social 
portuguesa à época do governo miguelista. Insere uma história de amor entre Joaninha, 
menina dos rouxinóis, e seu primo Carlos. Influências: Viagem sentimental, de Sterne, e 
Viagem à roda de meu quarto, de Xavier de Maistre. Leia-se o primeiro capítulo da obra:
LEITURA COMPLEMENTAR
Cap 1 Viagens na minha terra (Visite a aula online para realizar download deste 
arquivo.)
O arco de Santana (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
Na poesia, embora a produção do autor ainda tenha traços neoclássicos apresenta 
também características do espírito romântico, como a diversidade de métricas, versos 
brancos (sem rima), mistura ou combinação de gêneros literários, exacerbação do “eu”, 
presença incisiva de sentimentos como nostalgia, melancolia, sofrimento, paixão, e, 
principalmente as diversas faces do amor. Como poeta romântico, sua poesia apresenta um 
eu-lírico que se projeta para a interioridade, da qual flui um diverso conteúdo sentimental e, 
muitas vezes, melancólico sobre a vida, o amor e, às vezes, a própria morte. Por outro lado, 
Garrett produziu uma poética sem pretensões filosóficas, voltada também para a identidade 
nacional em sua variedade e espontaneidade dos metros e da forma popular e tradicional. 
ESTE INFERNO DE AMAR
Este inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele sonhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
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