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Terceirização e Relações de Trabalho

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Relações de Trabalho III
DIREITO DO TRABALHO
RELAÇÕES DE TRABALHO III
• Voltando-se ao estudo da subordinação como elemento de existência fundamental na 
relação de emprego, o TST, classicamente, não admite a terceirização em atividade 
fim. Para interpretar o que seria a atividade fim, o TST analisa circunstâncias, em que 
uma delas é a de se naquela terceirização havia subordinação estrutural.
• Na circunstância da subordinação estrutural, o que importava era se o trabalhador 
estava inserido em uma dinâmica produtiva fazendo parte da estrutura corporativa, 
viabilizando o pleno exercício da atividade finalística. Ou seja, mesmo que não fosse 
possível visualizar a uma atuação finalística, mas permitisse que concretizasse a ativi-
dade finalística, seria situação que o TST relatava que havia terceirização na atividade 
fim e, com base na subordinação estrutural, há várias circunstâncias em que o traba-
lhador terceirizado havia vínculo empregatício, conseguindo vínculo de emprego com 
o tomador de serviços.
• Dessa forma, no exemplo do Banco, a condenação envolvia a empresa prestadora de 
serviços condenada solidariamente.
• Porém, a subordinação estrutural foi enfraquecida pelo STF, que entendeu que é cons-
titucional a terceirização na atividade finalística.
c) subordinação jurídica
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE 
DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. 1. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATUA-
ÇÃO NAS ATIVIDADES-FIM DA TOMADORA DE SERVIÇOS. ATIVIDADES FINANCIÁRIAS. 
FORMAÇÃO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO DIRETO COM A TOMADORA DE SERVIÇOS. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ENQUADRAMENTO COMO FINANCIÁRIO. SÚMULAS 
331, I, E 126/TST. 2. DURAÇÃO DO TRABALHO. HORAS EXTRAS. FINANCIÁRIO. (...) 
Destaca-se, por pertinente, que a subordinação jurídica, elemento cardeal da relação de 
emprego, pode se manifestar em qualquer das seguintes dimensões: a tradicional, de natu-
reza subjetiva, por meio da intensidade de ordens do tomador de serviços sobre a pessoa 
física que os presta; a objetiva, pela correspondência dos serviços deste aos objetivos per-
seguidos pelo tomador (harmonização do trabalho do obreiro aos fins do empreendimento); 
a estrutural, mediante a integração do trabalhador à dinâmica organizativa e operacional do 
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tomador de serviços, incorporando e se submetendo à sua cultura corporativa dominante. 
(...) (AIRR - 175-91.2016.5.06.0017, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de 
Julgamento: 15/08/2018, 3º Turma, Data de Publicação: DEJT 17/08/2018)
Obs.: Aplicação da subordinação estrutural tende a perder amplitude diante de dois pontos.
b) Julgamento do Tema 725 da Lista de repercussão geral pelo STF
Tese do Tema:
• É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas 
jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, 
mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.
• Ou seja, a tese mostra que pode haver terceirização na atividade finalística.
c) Julgamento da ADPF 324 pelo STF
• Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceiri-
zação de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade. 1. A Constituição não 
impõe a adoção de um modelo de produção específico, não impede o desenvolvimento 
de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a terceirização. Todavia, a jurispru-
dência trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições 
claras e objetivas, que permitam sua adoção com segurança. O direito do trabalho e o 
sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na 
sociedade. 2. A terceirização das atividades-meio ou das atividades-fim de uma empresa 
tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que 
asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indu-
toras de maior eficiência econômica e competitividade. 3. A terceirização não enseja, por 
si só, precarização do trabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito a 
direitos previdenciários. É o exercício abusivo da sua contratação que pode produzir tais 
violações. (...) 7. Firmo a seguinte tese: “1. É lícita a terceirização de toda e qualquer 
atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o 
empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a ido-
neidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo 
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descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na 
forma do art. 31 da Lei 8.212/1993”. 8. ADPF julgada procedente para assentar a licitude 
da terceirização de atividade-fim ou meio. Restou explicitado pela maioria que a decisão 
não afeta automaticamente decisões transitadas em julgado. (ADPF 324, Relator(a): 
ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 30/08/2018, PROCESSO ELETRÔ-
NICO DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019)
• Dessa forma, o STF afirmou que pode haver terceirização na atividade finalística, cau-
sando impacto no âmbito do direito do trabalho, afetando a subordinação no aspecto 
estrutural, porque era utilizada para reconhecer o vínculo de emprego com o tomador 
dos serviços, ressaltando-se que não foi eliminada, mas enfraquecida. 
• Com isso, o STF declarou que a fraude não é aceita, mas que o simples fato de ter-
ceirizar a atividade fim não significa que há irregularidade. Portanto, a estrutura ainda 
existe, mas foi enfraquecida, porque era bastante utilizada para reconhecer o vínculo.
• Além disso, antes das decisões do STF, já havia impacto na legislação, porque a 
reforma trabalhista já tratava do tema.
a) Reforma trabalhista (lei n. 13.467/17)
Lei n. 6.019/74
Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela con-
tratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à 
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica 
compatível com a sua execução. (Redação dada pela Lei n. 13.467, de 2017)
§ 2º. Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empre-
sas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.
• Assim, essa alteração foi introduzida na lei N. 6.019 dizia que se há uma empresa 
tomadora de serviços, também chamada de “contratante”, que por sua vez contrata 
uma empresa prestadora de serviços e ela possui empregado trabalhador, que presta 
serviços para essa, poderia haver transferência para a prestadora de serviços até 
mesmo na sua atividade principal.
– O legislador descreveu até mesmo no art. 5º-A:
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Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de pres-
tação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.
(...)
• Com isso, mostrou claramente que poderia haver terceirização na atividade fim. Logo, 
tanto pela decisão do STF e legislação, a subordinação estrutural acabou perdendo 
força significativa, porque a lógica de estar na estrutura e por isso ter terceirização não 
é acolhida mais.
• A subordinação pode existir também na prestaçãode serviços à distância:
Quanto à subordinação à distância, o art. 6º determina:
CLT, Art. 6º (...)
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e super-
visão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de 
comando, controle e supervisão do trabalho alheio.
• Assim, nota-se que não importa se o serviço é prestado à distância, porque se há 
meios telemáticos de controle e supervisão, há subordinação, especialmente nesse 
momento em que é comum o teletrabalho, com o empregado podendo prestar servi-
ços até mesmo de outro país, podendo ter dimensão tradicional com recebimento ou 
dimensão objetiva. 
TRABALHO EVENTUAL
• Deixando a relação de emprego, em que foi estudado os elementos de existência 
da relação empregatícia, com trabalho por pessoa física, não eventualidade, onerosi-
dade, subordinação e pessoalidade. Nesse momento, o estudo se direciona para outra 
espécie de trabalho, que é o trabalho eventual.
• O trabalho eventual surgiu de quatro teorias para explicar o que é a eventualidade. 
Enquanto o empregado é um não eventual, nesse caso se analisará o trabalha-
dor habitual.
• Para identificar essa situação, existem quatro teorias, que serão estudadas a seguir:
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1. Teorias
a) Descontinuidade
• Trabalhador eventual é o que presta serviços descontínuos, ou seja, fracionados no 
tempo, fragmentados. Diante desse quadro, o ordenamento jurídico não aceita o traba-
lhador eventual. Isso porque, por exemplo, a pessoa que trabalha somente aos finais 
de semana, presta um serviço fracionado no tempo, sendo um serviço contínuo, em 
que esses trabalhadores são empregados, ou seja, não eventuais.
• Assim, quando ordenamento jurídico afirma que empregado é a pessoa que presta 
serviços não eventuais, ou seja, serviços habituais, não podendo a teoria da desconti-
nuidade servir para explicar a eventualidade.
• Ao estudar a não eventualidade, foi dito que seria o caso de uma habitualidade. Assim, 
o garçom, por exemplo, é habitual.
• É diferente da não eventualidade, que não há habitualidade. Assim sendo, a continui-
dade está dentro da habitualidade, e aqueles que estão fora da continuidade são os 
descontínuos, ou seja, estão em descontinuidade, mas ainda são habituais. Dessa 
forma, se a descontinuidade está dentro da habitualidade, que é a mesma coisa que 
não eventualidade, não se pode usar a descontinuidade para explicar o eventual. 
• Ressalte-se que a teoria da descontinuidade é rejeitada pela CLT, pela definição da 
habitualidade.
b) Evento
• O eventual é aquele que presta serviços de forma pontual, específica, esporádica, de 
curtíssima duração.
Ex.: Um encanador é chamado para resolver uma questão pontual, sendo esse um tra-
balhador eventual, que é apenas para um evento específico.
• Entretanto, essa teoria possui algumas falhas. Primeiro, nem todo trabalho eventual é 
esporádico.
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Ex.: Um quadro de energia que é complexo, que leva três dias para consertar e ocorre 
de forma recorrente.
• Portanto, essa teoria não se adequa melhor a todos os casos.
c) Fins do empreendimento
• Eventual é o que presta serviços na atividade meio. Se for um empregado, esse atua na 
atividade fim; com isso, o eventual atua somente na atividade fim, por isso o nome da teoria.
Ex.: um encanador é chamado para consertar um encanamento em uma empresa que 
não presta esse tipo de serviços, atuou na atividade meio.
• Entretanto, também pode o trabalhador eventual atuar na atividade fim.
Ex.: em uma fábrica de tomates, que há uma máquina fundamental para o serviço, ao chamar 
o técnico para consertar, ainda que sendo chamado de forma eventual, atuou na atividade fim.
• Por isso, essa teoria ainda não é completa. 
d) Fixação jurídica
• Com essa teoria, o trabalhador eventual se vincularia a diversos tomadores de servi-
ços. Com isso, o trabalhador eventual como um eletricista, que presta serviços para 
várias pessoas, não teria a fixação em um lugar só e, segundo essa teoria, o empre-
gado se fixaria em um lugar só.
• Dessa forma, essa teoria também não é a mais adequada, primeiro porque o empre-
gado pode ter vários empregos; ainda, o empregado pode ter somente um tomador.
Ex.: O habitual que trabalha somente uma vez por mês para só uma empresa, ganhando 
o suficiente para não precisar trabalhar em outro lugar. Assim, não deixa de ser eventual.
• Portanto, as teorias não são completas, havendo conjugação das teorias, sendo usadas as 
do evento, fins do empreendimento ou fixação jurídica, em que a falha de uma delas não eli-
mina a condição de eventual, em que mesmo falhando alguma a pessoa pode ser eventual.
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• Com isso, somente a teoria da descontinuidade é excluída.
Obs.: Pode haver subordinação no trabalho eventual?
• A lógica principal do trabalhador eventual é que esse jamais será habitual. A caracte-
rística do trabalhador eventual é a eventualidade, em que pode ser subordinado, mas 
não é obrigatório.
Ex.: O técnico é chamado para analisar um computador, sem qualquer tipo de subordina-
ção, não se impedindo que haja subordinação também, seguindo as ordens do contratante. 
– Dessa forma, o eventual pode ser subordinado, mas nunca será habitual.
Conceito
Lei n. 8.212/91
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
V – como contribuinte individual:
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais 
empresas, sem relação de emprego;
• Essa definição não ajudou a mostrar quem é o trabalhador eventual, somente servindo 
para indicar, devendo-se usar as teorias para ajudar na definição.
DIRETO DO CONCURSO
11. (FUNDATEC/PGE-RS/Procurador do Estado/2015) Para distinguir entre as diversas re-
lações de trabalho, a relação de emprego deverá apresentar as seguintes caracterís-
ticas: pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação. Quanto a essas 
características, analise as assertivas abaixo:III. A não eventualidade manifesta-se pela 
relação do serviço prestado pelo trabalhador e a atividade empreendida pelo tomador 
dos serviços. Em outras palavras, serviço não eventual é o serviço essencial para o 
empregador, pois, sem ele, este não conseguiria desenvolver o seu fim empresarial.
COMENTÁRIO
• O serviço não eventual é essencial para o empregador, pois sem ele este não conse-
guiria desenvolver o seu fim empresarial. Assim, utiliza-se a lógica da teoria dos fins do 
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empreendimento para definir o que é eventual, em que o empregado é o que trabalha 
na atividade fim do empregador, ao passo que o eventual é o que presta serviços na ati-
vidade meio.
Obs.: Em uma prova discursiva, poder-se-ia debater a respeito da eventualidade de acor-
do com as teorias, porque não há formas conclusivas de definir a habitualidade. Portanto, 
na prova objetiva, deve-se seguir o disposto no enunciado, sem que haja definições de 
regras, ainda que as respostas sejam incompletas.
TRABALHO AUTÔNOMO 
• Em um trabalho autônomo, existe a ausência de subordinação, sendo essa uma regra 
inflexível, tratando-se de um elemento estrutural.
1. Elemento estrutural
CLT, Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidadeslegais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empre-
gado prevista no art. 3º desta Consolidação. (Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017)
• Se é autônomo, não é empregado, por isso o que efetivamente importa é a ausência 
de subordinação. Além disso, pode acontecer de o autônomo prestar serviços habitu-
ais, como uma diarista.
• Nesse caso, a diarista é uma autônoma, sem que haja subordinação, ainda que haja 
orientações, não havendo horários determinados pelo contratante. Portanto, pode 
haver um autônomo habitual, mas também um não habitual.
Ex.: A pessoa é chamada para ministrar uma palestra com toda a autonomia e ausên-
cia de subordinação. 
• Dessa forma, há os elementos de existências e, de outro lado, as características. A 
diferença é que os elementos de existência sempre existem, mas as características se 
encontram em grande parte, mas podem falhar.
GABARITO
11. C
30m
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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