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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Iniciamos esta aula com um convite para você pensar sobre a nossa Constituição e o projeto de Brasil que foi
constituído a partir dela. Por meio da Constituição Federal de 1988, o Brasil consolida um novo pacto político
para o país, através do qual o Estado se compromete a garantir a dignidade da pessoa humana, a democracia
e um conjunto de direitos sociais que garantiriam cidadania a toda a população. Por outro lado, desde os anos
90, os diversos governos que ocupam o Poder Executivo Federal estão cada vez mais compromissados com o
neoliberalismo, que tem como pano de fundo o desmonte das políticas sociais. Isso tudo mostra que vivemos
uma grande contradição no Brasil.
Bons estudos!
Aula 1
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Iniciamos esta aula com um convite para você pensar sobre a nossa Constituição e o projeto de Brasil
que foi constituído a partir dela.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NA CONTRAMÃO DO PROJETO
NEOLIBERAL
 Aula 1 - A Constituição Federal de 1988
 Aula 2 - A implantação do projeto neoliberal no Brasil part I
 Aula 3 - A implantação do projeto neoliberal no Brasil part II
 Aula 4 - Políticas sociais na década de 1990 
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
O CONSTITUCIONALISMO SOCIAL DA DÉCADA DE 80
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) é fruto da ação de amplos movimentos sociais que demandavam
melhorias nas condições de vida da população brasileira. Por isso, a CF/88 resultou em um constitucionalismo
social sem precedentes na história brasileira. Por constitucionalismo social, entende-se um movimento
universal que consiste na incorporação dos direitos sociais nas constituições dos Estados. Isso pode ser
observado no artigo 6º da CF/88, que estabelece inúmeras obrigações para o Estado no sentido de garantia de
um mínimo existencial, baseado em direitos sociais como educação, saúde, moradia, segurança alimentar e
nutricional, previdência social e outros. Contudo, o grande desa�o está na concretização dessa esfera de
direito.
Os direitos sociais demandam prestações positivas do Estado. Isso implica que os governos precisam alocar
recursos para concretização desses direitos, que podem ser efetivados por meio de programas sociais ou
serviços públicos. Além das receitas, os governos precisam ter condições técnicas e humanas para garantir
que os equipamentos públicos funcionem e concretizem os direitos sociais.
Bobbio (2004), ao analisar o século XX como a era dos direitos, mostra que os direitos sociais são difíceis de
serem garantidos, justamente porque demandam a inclusão orçamentária de seus custos. Para o autor, é
mais simples efetivar direitos civis e políticos, que dependem de ações negativas do Estado, do que direitos
sociais, que envolvem muitos gastos públicos. Sobre isso, explica o autor:
No Brasil, há diversos dilemas para a proteção efetiva de direitos sociais. Temos um ordenamento jurídico
amplamente compromissado com esses direitos, mas temos poucos mecanismos para obrigar o Estado a criar
programas sociais e serviços públicos. Isso ocorre porque nem todos os direitos sociais são exigíveis. 
Direitos exigíveis são aqueles que podem ser demandados junto ao Poder Judiciário, como os direitos
patrimoniais. Contudo, não há como uma família sem renda ajuizar uma ação pedindo a garantia de trabalho
ao Estado, ainda que o trabalho seja um direito. Você consegue perceber a contradição dessa ordem jurídica?
O direito está garantido na Constituição, mas como podemos obrigar o Estado a garanti-lo? 
Neves (1994) a�rma que existe, no Brasil, um fenômeno chamado de constitucionalização simbólica, na qual
um conjunto de direitos são determinados pela Constituição como forma de calar os movimentos sociais e
sindicais, mas sem que sejam de�nidas as condições que obriguem a sua efetivação pelos governos. 
Enquanto os direitos de liberdade nascem contra o super poder do Estado — e, portanto,
com o objetivo de limitar o poder —, os direitos sociais exigem, para sua realização prática,
ou seja, para a passagem da declaração puramente verbal à sua proteção efetiva,
precisamente o contrário, isto é, a ampliação dos poderes do Estado.
—  (BOBBIO, 2004, p. 35)
Esse constitucionalismo simbólico tem amplos efeitos nas políticas sociais, porque direitos são negados à
população em vulnerabilidade e não existem mecanismos legais para exigi-los. No próximo bloco, veremos os
inúmeros prejuízos para as políticas sociais diante da falta de direitos sociais não exigíveis.
CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA
Imagine que você comprou um carro. Fez o pagamento via transferências bancária à vista para a
concessionária e já realizou a transferência do carro para seu nome no cartório. Falta apenas ir até a loja e
levar o carro para casa. Você está muito feliz com essa conquista. Entretanto, quando você chega na loja, o
proprietário se recusa a entregar o carro para você. Você mostra o comprovante de pagamento e os
documentos, mas ainda assim, sem dar uma razão, ele se recusa a deixar você sair com o carro. O que você
faria?
Certamente iria até a delegacia mais próxima e faria um boletim de ocorrência. Talvez toda a situação
demande o ajuizamento de uma ação para que seu direito patrimonial ao carro seja garantido. Isso ocorre
porque os direitos patrimoniais no Brasil são exigíveis, ou seja, podem ser solicitados junto ao Poder
Judiciário. Isso é diferente na maior parte dos direitos sociais. Por exemplo, temos o direito à segurança
alimentar e nutricional, mas não podemos requerer junto ao Poder Judiciário uma cesta básica ou renda
mínima.
Neves (1994) aponta que isso é muito frequente em países de capitalismo periférico, isto é, nos países mais
pobres do mundo e com alta concentração de renda: temos uma Constituição com amplos direitos sociais,
uma população extremamente vulnerável e um Estado incapaz de efetivar os direitos sociais. Veja como o
autor explica isso:
Neves (1994) está explicando algo muito importante sobre a nossa Constituição: ela garante abstratamente
vários direitos sociais, mas não determina como eles podem ser efetivados concretamente. No Brasil, é função
do Supremo Tribunal Federal a guarda da proteção, contudo, ao garantir direitos sociais, a Constituição não
estabelece como eles podem ser exigidos caso os governos não os efetivem. Quando autor a�rma que o
sistema jurídico não tem autonomia operacional, ele quer dizer que o Poder Judiciário não tem ferramentas
legais para obrigar os poderes públicos a efetivar esses direitos.
Ainda, quando Neves (1994) relata que há uma hipertro�a da função político-simbólica da nossa Constituição,
basicamente está a�rmando que ela tem um papel para silenciar as massas que, às portas da Constituinte,
clamavam por direitos, por melhores salários, por educação pública gratuita e por saúde pública. Contudo, em
(...) a constitucionalização simbólica será caracterizada como problema típico da
modernidade periférica; a convivência de supercomplexidade social com falta de
autonomia operacional do sistema jurídico, analisada de forma mais genérica na
supramencionada investigação, vincularemos agora mais estreitamente à hipertro�ada
função político-simbólica do texto constitucional em detrimento de sua e�cácia normativo-
jurídica.
— (NEVES, 1994, p.10)
nenhum momento a Constituição de�ne mecanismos que garantam seu cumprimento. Os constituintes
criaram a obrigação para o Estado, mas não os meios de puni-lo caso não a cumpra. Na próximo bloco, vamos
entender essa relação entre direitos e punição.
DIREITO CONSTITUCIONAL SOCIAL E NEOLIBERALISMO
Nosso ordenamento jurídico tem muitos crimes tipi�cados e, em cada um deles, há uma punição
determinada. Obedeceríamos às leis se não houvesse punição? Essa é uma pergunta central no campo do
Direito e re�ete sobre o “enforcamento” da lei. O conceito de “enforcar” uma lei se refere a fazê-la se cumprir.
Dessa forma, faríamos tudo que somos obrigados a fazer se não fosse obrigatório e se não houvessepunição
em caso de desobediência? Por exemplo, a população pagaria impostos se não fosse obrigatório e não
houvesse uma punição em caso de não pagamento? Por exemplo, antes da obrigatoriedade do uso do cinto
de segurança e da cobrança de multa, muitas pessoas morriam em acidentes de trânsito justamente por não
utiliza-lo.
Essa re�exão cabe no que se refere à efetivação de direitos sociais pelo Estado. O artigo 6º da Constituição
Federal garante inúmeros direitos, mas não estabelece punições para os governos que não garantam esses
direitos e não cria mecanismos legais por meio dos quais a população possa procurar o Poder Judiciário para
cobrar sua efetivação.
Você já conheceu alguém que tenha �cado meses na �lha do SUS para ser atendido por um médico? As
demandas de saúde são imediatas e �las de espera são uma violação do direito a ela. Isso é re�exo do
neoliberalismo presente no Brasil desde a década de 90, que diminui os recursos destinados às políticas
públicas, em nome de atender as exigências da capital �nanceiro, priorizando o pagamento da dúvida pública.
Nos últimos anos, conteúdo, a população tem encontrado algumas brechas para garantir direitos sociais,
ainda que poucos. Há ações junto ao Poder Judiciário no que se refere à garantia de vagas em creches
públicas, transporte escolar, cirurgias emergenciais e eletivas, além de órteses ou próteses e medicamentos
de alto custo, não obtidos via Sistema Único de Saúde. Há inúmeros vitórias para a população quanto à
garantia desses direitos.
Por outro lado, direitos como renda mínima, moradia, segurança alimentar e nutricional, assistência social e
trabalho, ainda não encontraram meios de serem solicitadas junto ao Poder Judiciário. Dentro da lógica do
neoliberalismo, temos políticas sociais que são condicionantes, como no caso das políticas de renda mínima,
as quais estabelecem que a pessoa precisa ter �lhos para obter o benefício. Mas, como �ca a parte da
população que tem fome, não tem trabalho, nem renda, e não tem �lhos?
Temos ainda muito a conquistar em termos de direitos sociais. A Constituição é certamente um marco, mas
ainda precisamos institucionalizar meios de participação social para que a população possa cobrar dos
governos a efetivação de políticas sociais e para que os governos sejam punidos caso direitos sejam violados.
VIDEO RESUMO
Nesta videoaula, aprendemos um conceito muito importante para entender a Constituição de 1988: o
constitucionalismo simbólico, de Marcelo Neves (1994). Assim, para que não �quem dúvidas sobre esse
conceito, convidamos você a assistir a este vídeo, no qual abordaremos com mais detalhes esse tema.
 Saiba mais
Nesta aula, tratamos do conceito de neoliberalismo e condicionalidades nas políticas sociais. Leia o artigo
a seguir, no qual o autor discute a injustiça social e as condicionalidades nas políticas de distribuição de
renda no Brasil.
ZIMMERMANN, C. R. Os programas sociais sob a ótica dos direitos humanos: o caso do Bolsa Família do
governo Lula no Brasil. Sur. Revista Internacional de Direitos Humanos, v. 3, n. 4, p. 144–159, jun.
2006.  Disponível em: Scielo. Acesso em: 2 maio 2023.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Vamos estudar os efeitos do neoliberalismo na questão social? Na área do Serviço Social, a questão social se
refere aos efeitos do capitalismo nos sujeitos sociais; o neoliberalismo amplia as consequências perversas
desse sistema econômico na população em vulnerabilidade social. Dessa forma, esta aula propõe um debate
sobre a implementação do projeto neoliberal no Brasil a partir da chamada Conferência de Washington em
1989. O neoliberalismo não foi uma escolha voluntária do governo brasileiro, mas uma imposição do sistema
�nanceiro internacional e tornou o projeto social da Constituição de 1988 algo muito complexo de concretizar.
Bons estudos!
Aula 2
A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO NEOLIBERAL NO BRASIL
PART I
Na área do Serviço Social, a questão social se refere aos efeitos do capitalismo nos sujeitos sociais; o
neoliberalismo amplia as consequências perversas desse sistema econômico na população em
vulnerabilidade social.
https://www.scielo.br/j/sur/a/mqN9MyzbxLhGscMDrq7zJDs/abstract/?lang=pt
A CHEGADA DO NEOLIBERALISMO AO BRASIL
Embora Tancredo Neves tenha sido eleito na primeira eleição presidencial (ainda indireta) pós-ditadura
militar, sua morte às vésperas da posse deu o título ao vice, José Sarney. Sarney tomou posse em 15 de março
de 1985 e permaneceu até 15 de março de 1990, assumindo a presidência em um contexto econômico
bastante complicado de in�ação altíssima e enorme endividamento público, desdobramento dos governos
militares.
Em 1989, ocorreu o evento que foi o marco do neoliberalismo na América Latina, o chamado Consenso de
Washington. Tratou-se de uma reunião entre o Tesouro Americano e instituições do mercado �nanceiro
internacional, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele ocorreu em 1989, na capital
dos Estados Unidos, e tinha como objetivo pensar o endividamento público externo dos países da América
Latina. Depois dele, foram realizadas uma série de imposições de caráter neoliberal para que os países
conseguissem amortizar as suas dívidas e obtivessem mais empréstimos. Portella Filho (1994, p. 103) explica o
que foi recomendado:
Conforme explica Portella Filho (1994), as instituições �nanceiras internacionais queriam o pagamento total da
dívida e, para isso, sugeriram que os países, inclusive o Brasil, diminuíssem os seus gastos públicos. Vamos,
então, tentar entender o efeito disso para a questão social? A questão social é o desdobramento do
capitalismo sobre a população pobre, especialmente nos países da periferia do capital.
Essa população, formada por pessoas sem propriedade privada e sem meios de produção, que precisam
vender a sua força de trabalho, �ca extremamente vulnerável quando não há emprego para todos. Essa
massa de trabalhadores desempregados �ca em risco de violação de direitos e cabe ao Estado garantir o seu
mínimo existencial. Por outro lado, se o Estado está economizando e fazendo menos investimentos sociais,
como propôs o Consenso de Washington, então os recursos públicos para garantia de direitos sociais são
impactados.
Essa é a lógica do neoliberalismo: submeter o Estado ao mercado �nanceiro internacional, desconstruindo
direitos que são constitucionalmente garantidos e mantendo a população brasileiro na miséria. Nos países
que implementaram as políticas neoliberais, a questão social é agravada, porque o Estado diminui os recursos
Os devedores latino-americanos foram encorajados a tentar realizar simultaneamente a
estabilização, a liberalização e o pagamento in totum das dívidas. A perseguição
simultânea das três metas signi�cou uma trajetória de ajustamento de difícil execução
técnica e política. As políticas de ajustamento eram quase sempre drásticas e deveriam
apresentar resultados a curto prazo. O país endividado negociava um programa de
ajustamento contendo políticas macroeconômicas do FMI e reformas setoriais orientadas
pelo BIRD.
públicos destinados à área social, deixando de enfrentar as consequências do neoliberalismo. O governo
Collor e, posteriormente, o governo FHC, mantiveram a mesma lógica nefasta no Brasil. Vamos entender mais
sobre isso no próximo bloco.
A REFORMA DO APARELHO DE ESTADO
Em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi feita a chama Reforma do Aparelho de Estado,
conduzida pelo Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira. Vejamos, então, um dos exemplos de propostas dessa
reforma:
Vamos entender essa citação. O texto reconhece que o Brasil passava por uma crise �scal, ou seja, gastava
mais do que arrecadava e, com isso, tinha di�culdade em pagar sua dívida externa pública. Nesse contexto, o
projeto de reforma reconhecia a necessidade de o país gastar menos, ou seja, fazer o ajuste �scal. Contudo, a
grande discussão aqui é em que medida é viável implementar políticas públicas diante de diminuição de
investimentossociais. Essa é a grande contradição da reforma.
Vemos também que um dos objetivos da reforma foi a privatização de ativos públicos e a maior participação
do mercado por meio de contratos de parcerias público-privada (PPP) �rmados entre os governos e empresas
privadas. De fato, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, temos um amplo processo de privatização.
Desde então, o Brasil tem utilizado as PPPs em diversos setores, inclusive aqueles que tipicamente enfrentam
as questões sociais.
Por exemplo, os restaurantes populares, que vendem refeições a um real, são muito comumente políticos
sociais pagas pelos governos, mas executadas por organizações do terceiro setor. Há também práticas de
parcerias entre os governos e organizações do terceiro setor para executar políticas sociais de acolhimento
em longa permanência de idosos, além de acolhimento de crianças.
A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste �scal devolve ao Estado a
capacidade de de�nir e implementar políticas públicas. Através da liberalização comercial,
o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição de importações. O programa
de privatizações re�ete a conscientização da gravidade da crise �scal e da correlata
limitação da capacidade do Estado de promover poupança forçada através das empresas
estatais. Através desse programa transfere-se para o setor privado a tarefa da produção
que, em princípio, este realiza de forma mais e�ciente. Finalmente, através de um
programa de publicização, transfere-se para o setor público não-estatal a produção dos
serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de
parceria entre Estado e sociedade para seu �nanciamento e controle.
— (BRASIL, 1995, grifos nossos)
No âmbito de grandes ações de construção civil, como saneamento básico, sistema de esgoto, tratamento de
água, construção de rodovias, iluminação urbana, construção de aterros sanitários, dentre outros, é muito
comum que os governos façam parcerias com empresas privadas, via licitação, na qual a empresa privada
�rma um contrato de prestação de serviços público.
O Brasil dos anos 90 foi marcado por essa imposição externa de políticas econômicas que privilegiam o capital
�nanceiro e deixam a população ainda mais vulnerável. No próximo bloco, vamos entender melhor os
desdobramentos dessas políticas na questão social.
POLÍTICAS SOCIAIS E NEOLIBERALISMO
Vamos pensar juntos sobre a natureza das políticas sociais e o enfrentamento da questão social. As políticas
sociais conseguem minimizar os efeitos do capitalismo. Por exemplo, se a lógica do capitalismo �exível traz
desemprego porque substitui o homem pela máquina, então o Estado pode garantir renda mínima a setores
da população, baseado no direito constitucional à segurança alimentar e nutricional. Por sua vez, se o
trabalhador adoecer pelo trabalho exaustivo e insalubre, então o Estado oferece o Sistema Único de Saúde
(SUS). Ainda, se o mercado precisa de pessoas alfabetizadas e pro�ssionalmente capacitadas, então o Estado
garante educação gratuita.
Dessa forma, as políticas sociais não são instrumentos de libertação do indivíduo da lógica alienante do
capital. Elas são ferramentas do próprio capital, porque garantem um mínimo existencial para que o
trabalhador seja �sicamente capaz de produzir. Sobre isso, Piana (2009, p. 41) faz uma discussão importante:
Com isso, a autora explica que não há possibilidade de igualdade material dentro do sistema capitalista,
porque o capital apenas se reproduz e se acumula se há uma classe social que precisa vender a sua mão de
obra de maneira barata. Para isso, é preciso a existência de um exército de reserva de mão de obra, disposto
a aceitar a exploração das relações entre capital e trabalho. Por isso, o fundamento das políticas sociais não é
a distribuição da riqueza coletiva, mas a manutenção do trabalhador minimamente alimentado e com saúde
física para que possa produzir.
Segundo Piana (2009), a lógica do neoliberalismo é um Estado enxuto, que atenda aos interesses do capital
�nanceiro, a �m de que cada indivíduo busque o seu bem-estar por meio do mercado. Mas como um país de
economia periférica como o Brasil, de base agroexportadora e, ainda, um dos países com a maior
O fundamento das desigualdades sociais está alicerçado na forma de produção da riqueza
que, na sociedade capitalista, se sustenta sobre a propriedade privada dos meios de
produção e nas contradições de classe. Diante disso, o homem torna-se sujeito coletivo e
transformador das relações existentes. Então, a busca pela transformação social é um
processo que necessita do fortalecimento da população e de protagonistas na conquista
de direitos, na participação.
concentração de renda do mundo, poderá mudar essa lógica?
O assistente social é um pro�ssional que garante direitos e é um executor de políticas sociais. Mas ele deve
também se perceber como um trabalhador inserido no sistema capitalista, também sujeito a esse conjunto de
contradições. Ele também está dentro da lógica reprodutora. Cabe ao assistente social ter um posicionamento
ético, como pro�ssional que atua sobre a questão social, de entender os limites das políticas sociais; isto é,
compreender que a emancipação do indivíduo só poderá ocorrer quando este sair da alienação do
capitalismo e se perceber como sujeito com potencial transformador.
VÍDEO RESUMO
O assistente social precisa entender que a política social é um mecanismo de ação do próprio capitalismo e,
por isso, é uma ferramenta de reprodução do capital. Nesse contexto, o assistente social é um pro�ssional
que se coloca nas contradições do capital, mas que tem a responsabilidade ética de produzir emancipação.
 Saiba mais
Nessa aula, mencionamos o exército de reserva do capitalismo e como o desemprego possibilita a
acumulação do capital, porque leva os indivíduos a aceitar receber muito pouco, para poder acessar o
consumo. Então, veja os índices de desemprego apresentados no site do IBGE. Nele, você poderá
acompanhar dados o�ciais atualizados não somente sobre o desemprego, mas sobre uma série de
questões que impactam a vida do trabalhador.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Aula 3
A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO NEOLIBERAL NO BRASIL
PART II
Nesta aula, propomo-nos a fazer um balanço da situação da questão social no Brasil hoje com a
desestabilização da classe média, a instalação da precariedade nos serviços públicos, a redescoberta da
extrema miséria e a reforma da previdência social.
https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php
Você já aprendeu que a questão social tem sua expressão exacerbada diante da implementação das políticas
econômicas neoliberais. Assim, nesta aula, propomo-nos a fazer um balanço da situação da questão social no
Brasil hoje com a desestabilização da classe média, a instalação da precariedade nos serviços públicos, a
redescoberta da extrema miséria e a reforma da previdência social. O neoliberalismo cria uma armadilha
contra ele mesmo, porque tira o poder de consumo das pessoas e, com isso, prejudica o próprio mercado,
que vende e produz medo, com a queda nas vendas. Que tal entender todas essas contradições?
Bons estudos!
BALANÇO DA QUESTÃO SOCIAL NO SÉCULO XXI
A questão social, em sua expressão neoliberal, traz consequências gravíssimas para a população em
vulnerabilidade. Abreu (2017) apresenta alguns dos desdobramentos do neoliberalismo:
1.  Amplia a concorrência.
2.  Internacionaliza a economia.
3.  Expande suas ideologias, naturalizando a desigualdade social e a meritocracia.
4.  Imposição do agronegócio nos países de capitalismo periférico.
5.  Promove a especulação imobiliária.
6.  Amplia os mecanismos de exploração da vida.
É sobre esse último elemento que vamos trabalhar com mais detalhes nesta aula, avaliando como os
mecanismos de exploração da vida se ampliam dentro da lógica do neoliberalismo, já que ocorre a
precarização dos serviços públicos e a diminuição de investimentos em políticas sociais.Abreu (2017) explica que, dentro da sociedade capitalista, as políticas sociais são respostas à necessidade de
controle e vigilância do potencial ameaçador do trabalho à manutenção da sociedade capitalista. São
estratégias de controle, porque evitam que os trabalhadores criem sistemas de resistência contra a
exploração do capitalismo. Sobre isso, explica o autor:
Este contexto adquire legitimidade a partir da função do Estado do capital que fomenta a
subordinação das relações sociais diante da esfera econômica. Ao abrir o campo de
disputa que rege as políticas sociais aos interesses privados, desloca, paulatinamente, os
direitos sociais à lógica mercantil. Para tanto, ampliam-se aos artifícios de desarticulação e
criminalização dos movimentos de luta da classe trabalhadora que trazem a questão social
no cerne das suas demandas.
— (ABREU, 2017, p. 2)
No contexto do neoliberalismo, a efetivação de direitos ocorre a partir da lógica do mercado. Basta pensar,
por exemplo, nos programas sociais de moradia, que subsidiam casas por meio de incentivos federais, mas
que também bene�ciam o mercado imobiliário e da construção civil. Do mesmo modo, quando tratamos de
políticas de distribuição de renda mínima, não podemos deixar de considerar que elas garantem, ainda que
de forma precária, alguma segurança alimentar e nutricional para que esse trabalhador, geralmente informal,
consiga ter forças para o trabalho. 
Abreu (2017) explica que a dimensão dos direitos sociais é estratégia do Estado neoliberal para gerenciar a
classe trabalhadora, evitando manifestações e mobilizações contra as relações de trabalho exploradoras e os
baixos salários. Direitos sociais são mecanismos de acumulação e reprodução do capitalismo. 
Contudo, quando observamos a segunda década dos séculos XX, precisamos enxergar um desmonte das
políticas sociais. Quando olhamos, por exemplo, o novo regime �scal, institucionalizado pela Emenda
Constitucional 16/95, que diminui os investimentos na seguridade social e até mesmo a reforma da
previdência de 2019, não podemos deixar de considerar que vivemos um desmonte do Estado social. Se a
classe média no Brasil havia crescido nos primeiros anos do século XX, nos últimos anos, ela tem perdido
poder de compra. Essa classe, que era considerada estável, volta a empobrecer. 
O MAPA DA FOME
Nos últimos anos, especialmente com a pandemia covid-19, a pobreza no Brasil voltou a crescer, em
decorrência de uma conjuntura que mistura suas próprias consequências e a falta de investimentos públicos.
Sobre isso, leia o trecho a seguir, da Agência Senado (2022, s/p):
Conforme você já aprendeu, as políticas socioassistenciais são centrais para o combate à fome, especialmente
aquelas de distribuição de renda e de cestas básicas e verdes (cestas de produtos de hortifruti). O Brasil tem
cinco instituições centrais para o combate à fome, que você pode veri�car a seguir:
A falta de acesso regular a uma alimentação adequada por grande parte da população
brasileira tem sido um dos principais desa�os enfrentados pela sociedade ao longo dos
últimos anos. O país havia saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas
(ONU) em 2014, por meio de estratégias de segurança alimentar e nutricional aplicadas
desde meados da década de 1990. Mas voltou a �gurar no cenário a partir de 2015,
obtendo um especial agravamento ao longo da pandemia de Covid-19 que afetou o mundo
todo por dois anos a partir de 2020. Em 2022, o Segundo Inquérito Nacional sobre
Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontou que 33,1
milhões de pessoas não têm garantido o que comer — o que representa 14 milhões de
novos brasileiros em situação de fome. Conforme o estudo, mais da metade (58,7%) da
população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau: leve, moderado
ou grave.
1.  Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).
2.  Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS).
3.  Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop).
4.  Cadastro Único.
5.  Restaurante populares, com refeições a 1 real. 
Contudo, é preciso lembrar que a Emenda Constitucional de 95/2016 diminui os recursos que eram investidos
na seguridade social, da qual fazem parte as ações de assistência social. Dessa forma, essa austeridade �scal
implica a diminuição dos investimentos para atender as demandas da fome. 
A seguridade social é composta por três políticas: saúde, assistência social e previdência. Até antes da
emenda, a cada ano os valores investidos para a seguridade social eram reajustados pelo Produto Interno
Bruto (PIB). A partir de 2017, os investimentos para assistência social passaram a serem reajustados pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é menor que o PIB.
A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Estudante, a previdência social faz parte da seguridade social e é direito adquirido de trabalhadores que são
contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Vejamos o que a Constituição Federal de 1988
determina sobre ela:
Art. 106. Fica instituído o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social da União, que vigorará por vinte exercícios �nanceiros (...)
II - para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente
anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), publicado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística, ou de outro
índice que vier a substituí-lo, apurado no exercício anterior a que se refere a lei
orçamentária.  
— (BRASIL, 1988)
A previdência social é um direito importante para que as pessoas tenham um envelhecimento digno e para
aqueles que estão doentes ou sofrem acidentes de trabalho. Ela é uma política contributiva, ou seja, é
preciso ter contribuído diversos anos para conseguir esse direito.
No caso das pessoas que nunca tiveram trabalho remunerado durante a vida ou que são de�cientes, temos a
política chamada Benefício da Prestação Continuada (BPC). Vejamos o que diz sobre isso a Lei Orgânica da
Assistência Social:
Contudo, em 2019, foi feita uma reforma da previdência que teve impactos negativos para os trabalhadores,
mas que possibilitou atender às demandas do mercado �nanceiro. A justi�cativa para mudar as regras de
aposentadoria foi o imenso dé�cit público, de bilhões de dólares, no sistema previdenciário e havia uma
pressão do mercado pelo acerto desse dé�cit, de forma a tornar o Brasil um país mais seguro de investir.
Além disso, o mercado �nanceiro temia que o país tivesse di�culdade em continuar amortizando os juros da
dívida pública, diante desse desequilíbrio �scal.
Para diminuir o desequilíbrio �scal nas contas públicas, era preciso criar condições para que o governo tivesse
menos gastos previdenciários e várias estratégias foram feitas, como aumentar a idade para se aposentar e
mudar o cálculo da aposentadoria. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio. 
— (BRASIL, 1988)
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à
pessoa com de�ciência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem
não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. 
— (BRASIL, 1993).
De fato, os trabalhadores perderam muito com a reforma. Antes dela,a regra de cálculo das aposentadorias
era a média de 80% dos maiores salários, desde julho de 1994. A data de 1994 é referente ao Plano Real. Com
a Reforma esse cálculo mudou e as novas aposentadorias passaram para a média de 100% dos salários. Por
que isso é prejudicial? Porque, geralmente, no começo de uma carreira, a pessoa ganha menos do que ao
�nal. Com essa regra, é comum uma diminuição de 15% no valor. Com o neoliberalismo, como mencionado,
há o desmonte das políticas sociais e os mais pobres são os mais afetados.
VIDEO RESUMO
Ao mesmo tempo em que as políticas sociais são um projeto do capitalismo e possibilitam a sua reprodução,
ainda assim elas estão sofrendo um desmonte com o neoliberalismo. Nessa aula, convidamos você a
entender, com mais detalhes, essas contradições, avaliando como elas afetam o trabalhador, mas também a
acumulação de capital.
 Saiba mais
Que tal conhecer melhor como a reforma da previdência afeta o trabalhador? Nesse site, o advogado
Rafael Ingrácio Beltrão explica com detalhes:
BELTRÃO, Rafael Ingrácio. Reforma da Previdência | Guia Completo. 2023.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nessa aula, traremos dos impactos do neoliberalismo sobre as políticas de assistência social no �nal do século
XX, mais especi�camente, nos anos 1990. Vamos discorrer sobre aspectos da gestão de políticas sociais, que
ganhou novos fundamentos nos anos 1990, especialmente a partir de três conceitos: privatização de ativos
públicos, terceirização de serviços públicos e parcerias público-privadas. Para compreender a lógica das
Aula 4
POLÍTICAS SOCIAIS NA DÉCADA DE 1990 
Nessa aula, traremos dos impactos do neoliberalismo sobre as políticas de assistência social no �nal do
século XX, mais especi�camente, nos anos 1990.
https://ingracio.adv.br/reforma-da-previdencia/
políticas sociais no �m do século, vamos entender a lei de criação das OSCIP (Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público), que atribui um grande poder às organizações do terceiro setor para gerenciar políticas
sociais, inclusive por meio de dinheiro público.
Bons estudos!
PRIVATIZAÇÕES E PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADO 
Vamos começar re�etindo sobre os desdobramentos do neoliberalismo para a gestão das políticas sociais. O
capitalismo amplia os espaços do mercado e do terceiro setor na gestão de serviços públicos, ressigni�cando
os conceitos espaço e domínio público. Sobre isso, Fadul (1997, p. 56) explica:
A privatização ocorre quando o Estado vende um ativo público. Nesse caso, o serviço deixa efetivamente de
ser público e passa a ser produzido e gerenciado por uma empresa privada. Por outro lado, no caso de
delegação de serviços públicos, como ocorre nas concessões ou terceirizações, a política continua formulada
pelos governos, mas a execução é privada. Considerando o ciclo de uma política pública, podemos, então,
a�rmar que o governo formula a política, mas é a empresa privada que a produz.
Como isso afeta as políticas socioassistenciais? Elas são afetadas com a presença de atores não estatais na sua
execução, especialmente atores do terceiro setor. Ocorre que muitas organizações do terceiro setor podem
ter expertises que determinado município não possua, como gestão de restaurantes, acolhimento de idosos
em sistemas de longa permanência, etc. Nesse caso, elas podem, por meio de um plano de trabalho, oferecer
seus serviços em troca de uma remuneração. Contudo, é importante lembrar que essa remuneração não
pode trazer lucro, apenas trazer recursos para pagar pelo serviço e pelos trabalhadores contratados pelo
regime da CLT.
Veja, pois, o exemplo dos serviços de restaurantes populares que servem refeições a um real. Nem sempre a
prefeitura tem expertise na gestão de restaurante e nem pessoal quali�cado para essa área. Nesse caso, a
prefeitura pode abrir um edital de seleção de instituições que podem realizar o serviço com dinheiro público.
Nesse caso, é celebrado entre a OSCIP e o governo um contrato chamado de termo de parceria.
A inserção do setor privado na produção de serviços públicos, sob formas jurídicas
variadas, não é mais novidade. Venda dos ativos públicos a empresas privadas,
transformação de administrações públicas em sociedades de economia mista, delegação
através de contratos de prestação de serviços, concessão, permissão, terceirização ou
parceria são expressões amplamente utilizadas, com bastante familiaridade, pelos
administradores públicos de qualquer esfera de governo, e temas exaustivamente
discutidos nos meios pro�ssionais, políticos e acadêmicos.
Por sua vez, também é muito comum que grandes serviços de construção urbana, saneamento básico e
distribuição de água sejam realizados por empresas privadas do ramo da construção civil. Muitas rodovias na
imensa malha rodoviária brasileira são gerenciadas por contratos de concessão de serviços públicos por
empresas privadas especialistas nesse tipo de obra. Diferentemente do caso anterior, a concessão de serviços
públicos é feita por meio de uma licitação na modalidade de concorrência, na qual o governo toma a decisão
pelo preço, a partir de critérios de qualidade estabelecidos no edital de licitação.
AS OSCIPS 
Em 1999, o Poder Executivo brasileiro cria uma nova �gura jurídica, chamada Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público (OSCIP), nome dado às organizações de terceiro setor e, portanto, de direito privado sem
�ns lucrativos, que podem receber dinheiro público para executar políticas sociais.
Dessa forma, a OSCIP é uma quali�cação jurídica, concedida pelo Ministério da Justiça, às organizações do
terceiro setor que possuem os critérios de�nidos. O Decreto no 3.100, de 30 de junho de 1999, de�ne os
seguintes critérios:
O processo de quali�cação para que uma ONG receba a quali�cação de OSCIP é bastante burocrático, em
decorrência do fato de que ela é quali�cada para receber dinheiro público. Então, é preciso que todos os
critérios sejam garantidos, para evitar qualquer desvio de dinheiro público. A OSCIP terá que prestar contas
de cada gasto mínimo empreendido em nome do serviço público. 
A política é formulada pelo Estado, no ente federativo que deseja executá-la. O governo abre um edital de
parceria, ao qual as OSCIPs podem se candidatar, enviando um plano de trabalho, muito bem detalhado. Esse
plano de trabalho é tão importante que também é regulamento por lei, especi�camente a lei nº 13.019, de 31
Art. 1o O pedido de quali�cação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
será dirigido, pela pessoa jurídica de direito privado sem �ns lucrativos que preencha os
requisitos dos arts. 1o, 2o, 3o e 4o da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, ao Ministério
da Justiça por meio do preenchimento de requerimento escrito e apresentação de cópia
autenticada dos seguintes documentos:
I - estatuto registrado em Cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda e;      
VI - declaração de estar em regular funcionamento há, no mínimo, três anos, de acordo
com as �nalidades estatutárias. 
— (BRASIL, 1999b).
de julho de 2014, em seu artigo 22: 
Note que o plano de trabalho tem uma grande riqueza de detalhes; isso tem como objetivo garantir que a
OSCIP tenha efetivamente condições de executar o projeto e que tenha habilidade técnica para atendê-lo. 
OS INSTRUMENTOS GOVERNAMENTAIS
Nos anos 1990, foram criados novos instrumentos de gestão de políticas sociais. A criação de estratégias para
tornar a formulação e execução de políticas sociais é certamente um avanço, desde que não implique na
omissão do Estado em sua obrigação de garantir direitos sociais. Ollaik e Medeiros (2011) descreveram esses
instrumentos e explicaram que o mais utilizado é a gestão direta.
A gestão direta é aquela realizada pelo próprio governo, por meio da sua gestão pública. Serviços de
segurança pública, bombeiro, polícia, gestão penitenciária, controle de epidemiase tráfego aéreo são
tradicionalmente estatais. Segundo os autores, há também algumas áreas de baixo interesse do mercado em
atuar. Por exemplo, uma empresa privada abriria uma escola em uma área rural? Provavelmente não, porque
o lucro seria muito baixo. Assim, o Estado precisa oferecer esse serviço.
Contudo, com o neoliberalismo, novos instrumentos governamentais passam a ser utilizados. Há o
instrumento denominado pelos autores de Ollaik e Medeiros (2011) como contratação, que indica toda forma
de contrato entre o governo e empresas privadas para efetivar serviços públicos e executar serviços sociais.
Ollaik e Medeiros (2011) classi�cam como aquisição de serviços contratados os termos de parcerias que
estamos estudando. Nesse caso, o setor público contrata instituições especializadas em alguma área, dentro
do terceiro setor ou do mercado, para executar um serviço público. Por exemplo, quando o governo faz um
Art. 22. Deverá constar do plano de trabalho de parcerias celebradas mediante termo de
colaboração ou de fomento:
I - descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser demonstrado o nexo
entre essa realidade e as atividades ou projetos e metas a serem atingidas;
II - descrição de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos a serem executados;
II-A - previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na execução das atividades ou
dos projetos abrangidos pela parceria;
III - forma de execução das atividades ou dos projetos e de cumprimento das metas a eles
atreladas;
IV - de�nição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do cumprimento das
metas. 
— (BRASIL, 2014)
termo de parceria com uma OSCIP que faz tratamento de usuários de drogas e álcool, então ele contrata uma
instituição com determinada expertise para efetivar políticas de saúde mental. Ollaik e Medeiros (2011, p.
1951) explicam a diferença entre contratação e aquisição de serviço contratado.
Outro instrumento muito comum utilizado em tempos de neoliberalismo é a renúncia �scal.  Você já ouviu
falar de prefeituras que dão isenção �scal de 20 anos no IPTU para empresas que se instalarem no município
e, com isso gerar impostos? Ainda, já ouviu falar de governos que dão desconto no IPI da linha branca ao �nal
do ano para que as pessoas consumam mais no Natal, quando recebem 13º salário?
Esse tipo de política é claramente neoliberal, porque protege o mercado. O problema dessa lógica é que os
impostos, como o IPTU e o IPI, são utilizados para investimentos de políticas sociais, como de saúde e
educação. Dessa forma, ao diminuir ou isentar empresários e a elite econômica, o poder público diminui
recursos para políticas sociais de que as pessoas mais pobres tanto precisam.
VIDEO RESUMO
Estudante, uma marca do neoliberalismo é justamente trazer para a esfera pública organizações do setor
privado, seja empresas com �ns lucrativos ou instituições do terceiro setor. Essa prática recebe o nome de
aquisição de serviço contratado. Então que tal entender melhor a lógica que envolve essa prática? Então veja o
vídeo a seguir!
 Saiba mais
Você já ouviu falar de um hospital, especializado em câncer infantil e juvenil, chamado GRAACC? Ele é um
exemplo de uma OSCIP, que recebe recursos públicos para realizar políticas de saúde. Então, entre no
site e pesquisa no ícone Doação. Lá você poderá ver demonstrativos �nanceiros que indicam os valores
recebidos pelos governos.
(...) instrumento onde a administração pública contrata uma entidade privada, por uma
quantia determinada, para fornecer um serviço a um determinado grupo de pessoas ou
“clientes”, por exemplo, programas de ensino pro�ssionalizante, de aconselhamento para
dependentes de drogas, de cuidados aos idosos e aos doentes mentais. Difere da
contratação porque o Estado compra o serviço para terceiros e não para ele próprio. 
Aula 5
https://graacc.org.br/nossa-historia/
https://graacc.org.br/nossa-historia/
UM BRASIL NEOLIBERAL
Olá, estudante! 
O neoliberalismo é um tipo de política econômica que de�ne a forma como o Estado se relaciona com o
mercado e com a sociedade. No Estado de bem-estar social, por exemplo, as políticas econômicas tinham
como meta �nanciar serviços públicos e programas sociais. Por sua vez, com o neoliberalismo, vemos
claramente a submissão do Estado aos interesses do mercado e, no Brasil, especialmente do agronegócio.
Com isso, as políticas sociais deixam de ser o foco das políticas governamentais, que passam a ser sobretudo
as políticas que atendem aos interesses dos empresários. Os interesses da classe trabalhadora são deixados
de lado e a população mais pobre se torna ainda mais vulnerável. Sobre isso, Oliveira (2022, p. 365) a�rma:
O neoliberalismo impõe sobre a classe trabalhadora uma lógica nefasta. A automatização fabril diminui as
vagas na indústria e o setor de serviços não consegue dar conta de empregar toda essa mão de obra. Ao
mesmo tempo, cresce o número de trabalhadores informais e os chamados trabalhadores de aplicativo, que
trabalham sem vínculo empregatício. A competição e o individualismo ganham proporções gigantescas,
enquanto o Estado �exibiliza direitos, como aconteceu com a reforma das leis trabalhistas de 2017. 
Contudo, há uma ampla contradição aqui. Ao mesmo tempo em que o mercado neoliberal e o Estado falham
em garantir direitos trabalhistas e até mesmo vagas de emprego, o mercado precisa dessa mão de obra com
força física para o trabalho. 
É aqui que as políticas sociais de cunho assistencial ganham uma dimensão fundamental. O Estado passa a
criar políticas que garantam a essa mão de obra um mínimo existencial, para que possam ir ao trabalho e
tenham forças para a produção ou para a inovação, proatividade e criatividade exigidas pelos empregadores.
O neoliberalismo, como vem sendo chamada a nova forma de ser do capitalismo desde a
década de 1970, tem provocado mudanças importantes na sociedade no seu todo. No
âmbito do trabalho, as novas formas de controle e de gerenciamento da força de trabalho
impõem aos indivíduos uma competição mortal, colocando em questão sua própria
sobrevivência e tornando-os, a um só tempo, vítimas e algozes de novos tipos de
sofrimento.
REVISÃO DA UNIDADE
Para isso, são criadas políticas de distribuição de renda mínima, políticas de saúde emergenciais, educação
básica gratuita e tradicional; �nanciamento público de vagas em universidades privadas, programas de
subsídios para compra de imóveis populares e restaurantes populares. 
São ações do Estado, denominadas de políticas sociais, que objetivam manter o controle sobre a classe
trabalhadora e a massa de desempregados, para que todos continuem a se submeter à lógica da dominação
do capitalismo. Há tantas reclamações sobre os serviços públicos no Brasil, não é mesmo? Fala-se da
educação de baixa qualidade e das �las para conseguir uma consulta com o médico ou um exame dentro do
Sistema Único de Saúde. Mas a lógica do neoliberalismo é essa – nefasta para o trabalhador – porque garante
apenas o mínimo existencial, não uma vida digna.
REVISÃO DA UNIDADE
Compreender as contradições das políticas sociais implica entender que elas surgem no contexto do
neoliberalismo, para consolidar a acumulação �exível de capital. Implica que não podemos olhar
utopicamente as políticas sociais, mas sim dentro do contexto em que elas surgem, que é o do capitalismo
monopolista. Veja esta videoaula para revisar esse conteúdo.
ESTUDO DE CASO
Imagine que você, já formado como assistente social, é contratado por uma organização do terceiro setor,
uma ONG, que precisa de um consultor especializado em termos de parceria.  Essa ONG quer fechar uma
parceria com o município para realizar um projeto de quali�cação pro�ssional para jovens em busca do
primeiro emprego. O presidente da ONG observou que a prefeitura tem um edital aberto e está aceitando
projetos nessa área social e educacional. Você então aceita esse desa�o e pede todos os documentos da ONG.
Você sabe que, paraobter dinheiro público por meio de um termo de parceria, a ONG precisa obter a
quali�cação de OSCIP e, para isso, precisa cumprir com os critérios. Você sabe que precisa consultar o Decreto
no 3.100, de 30 de junho de 1999, que traz todas essas diretrizes. Ao olhar o artigo 1º desse decreto, você logo
anota tudo que precisa:
Você, então, pede que o presidente da ONG obtenha todos esses documentos e também se certi�ca de que a
ONG atua há mais de três anos. Com todos os itens em mãos, você precisa fazer o encaminhamento para o
Ministério da Justiça, que é o responsável por atribuir essa quali�cação jurídica. Isso é feito por meio do
endereço eletrônico do Ministério da Justiça. Agora é necessário esperar que a quali�cação seja emitida.
Enquanto isso, você começa a discutir com a equipe da ONG quais são os próximos passos. Na verdade, se
trata de elaborar um plano de trabalho, com todos os critérios também de�nidos por lei, para a obtenção
desses recursos.
Nesse momento, você faz uma re�exão com sua equipe. Uma vez que esse recurso chegue, ele precisa ser
utilizado segundo todos os critérios de�nidos no edital e é preciso muita responsabilidade, porque será
preciso comprovar cada gasto mínimo realizado, por meio de documentos �scais. Com suas orientações, a
equipe decide seguir em frente e se candidatar ao edital.
 Re�ita
Agora que a equipe decidiu seguir em frente com o projeto, é preciso escrever o plano de trabalho. Você,
que será um futuro pro�ssional do Serviço Social, deve desenvolver a habilidade de elaborar e
desenvolver projetos sociais. O plano de trabalho para a celebração de termos de parceria funciona
como um projeto social; contudo, eles devem seguir exatamente o passo a passo do texto legal e mostrar
detalhes na execução orçamentária e �nanceira. 
O plano de trabalho apresentado à prefeitura terá um cronograma de execução do projeto, bem como o
número de bene�ciários dele. Esses critérios precisam ser seguidos à risca. Por isso, a OSCIP precisa ter
responsabilidade ao se candidatar para esse edital e ter a certeza de que poderá cumprir com o contrato
que será assinado com a prefeitura. 
Art. 1o
I - estatuto registrado em Cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda; 
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica -
CGC/CNPJ; e  
VI - declaração de estar em regular funcionamento há, no mínimo, três anos, de acordo
com as �nalidades estatutárias.
— (BRASIL, 1999a)
Então, estudante, qual é o próximo passo para a celebração deste termo de parceria? Quais são as
etapas do plano de trabalho? Como elaborar esse documento? 
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Para responder à pergunta que �zemos na re�exão do nosso Estudo de caso, você precisa conhecer bem a lei
no 9.790, de 23 de março de 1999, que regulamenta os termos de parceria. O trabalho do assistente social
envolve um conhecimento das leis que impactam suas funções; isso é um diferencial no mercado de trabalho.
Veja então como a lei de�ne termos de parceria:
Note que todos os envolvidos devem estar cientes das obrigações que deverão ser cumpridas. Ainda, outra lei
que precisa ser lida com cuidado e seguida à risca é a lei que cria o Marco Regulatório do Terceiro Setor, que é
a Lei 13019/2014. Com o conhecimento da legislação, a OSCIP tem mais chances de ter o projeto aprovado e
evita problemas de cunhos legais no futuro. A seguir, você poderá ver tudo o que deve constar no seu plano
de trabalho, com base no Marco Regulatório:
1.  Descrição do problema social a ser enfrentado, bem como das atividades e metas a serem atingidas.
2.  Descrição de cada atividade que será executada e a quais metas elas estão alinhadas.
3.  Orçamento do projeto (previsão de receitas e de despesas).
4.  Forma planejada de execução das atividades de cumprimento das metas.
5.  Indicadores que serão utilizados para veri�car o cumprimento das metas (indicadores, quantitativos ou
qualitativos, de avaliação de resultados)
Agora que você sabe tudo que deve estar no seu plano de trabalho, basta juntar as forças da equipe e
escrever um excelente projeto, que deve ser submetido à prefeitura para avaliação!
Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de
ser �rmado entre o Poder Público e as entidades quali�cadas como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre
as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no
art. 3o desta Lei.
Art. 10. O Termo de Parceria �rmado de comum acordo entre o Poder Público e as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos,
responsabilidades e obrigações das partes signatárias. 
— (BRASIL, 1999b)
RESUMO VISUAL
Fonte: elaborada pela autora.
Aula 1
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
NEVES, Marcelo. A Constitucionalização Simbólica. São Paulo: Acadêmica, 1994.
Aula 2
BRASIL. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, 1995. Disponível
em: http://www.anped11.uerj.br/planodiretor1995.pdf. Acesso em: 10 maio 2023.
PIANA, MC. A construção do per�l do assistente social no cenário educacional. São Paulo: Editora
UNESP/Cultura Acadêmica, 2009.
PORTELLA FILHO, Petrônio. O ajustamento na América Latina: crítica ao modelo de Washington. Lua
Nova: Revista de Cultura e Política, n. 32, p. 101–132, abr. 1994. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/ln/a/XWq9bmGTrn69ZtbkQy39zCm/. Acesso em: 10 maio 2023.
REFERÊNCIAS
http://www.anped11.uerj.br/planodiretor1995.pdf
https://www.scielo.br/j/ln/a/XWq9bmGTrn69ZtbkQy39zCm/
Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
Aula 3
ABREU, Thinally Ribeiro Abreu. As políticas sociais no neoliberalismo: expressões da luta de classes. VIII
Jornada Internacional de Políticas Públicas: Um século de reforma e revolução. Maranhão.  2017. 
AGÊNCIA SENADO. Retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU preocupa senadores e estudiosos.
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BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 maio 2023.
BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social – lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 22 maio 2023.
Aula 4
BRASIL. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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BRASIL. Lei no 9.790, de 23 de março de 1999. 1999a. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm. Acesso em: 28 maio 2023.
BRASIL. Decreto no 3.100, de 30 de junho de 1999. 1999b. Disponível em:
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OLLAIK, L. G.; MEDEIROS, J. J.. Instrumentos governamentais: re�exões para uma agenda de pesquisas sobre
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Aula 5
BRASIL. Decreto no 3.100, de 30 de junho de 1999.  1999a. Disponível em:
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BRASIL. Lei Nº 9.790, de 23 de março de 1999. 1999b. Disponível em:
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OLIVEIRA,C. DA S. Neoliberalismo, sofrimento e indiferença. Revista Katálysis, v. 25, n. 2, p. 365–373, maio
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3100.htm
https://www.scielo.br/j/rac/a/qX3CBnLNCK7jfytj6PGzyzm/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3100.htm
https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/legislacao-geral/leis/lei-no-9-790-de-23-de-marco-de-1999
https://www.scielo.br/j/rk/a/8KY5H7rgCP9nPzZjbWRsB8q/

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