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ANATOMIA 
HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI
DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. Daniel Vicentini de Oliveira
ANATOMIA 
HUMANA
Marília/SP
2023
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
09
20
30
37
52
63
72
99
112
143
159
174
196
207
214
HISTÓRIA DA ANATOMIA HUMANA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 
HUMANA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA 
NERVOSO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
SISTEMA ESQUELÉTICO
SISTEMA ARTICULAR
SISTEMA MUSCULAR
SISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA CARDIOVASCULAR
SISTEMA URINÁRIO E REPRODUTOR
SISTEMA DIGESTÓRIO
SISTEMA ENDÓCRINO
SISTEMA TEGUMENTAR
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
INTRODUÇÃO
Olá estudante. Seja bem-vindo à disciplina Anatomia Humana, a base de conhecimento 
para todos os estudantes das ciências da saúde (medicina, odontologia, psicologia, 
farmácia e educação física, dentre outras) e acompanhará você desde os primeiros anos 
até a plena formação acadêmica e desempenho das atividades laborais. Iniciaremos 
estudando sobre a história da anatomia. 
A anatomia humana apresenta um início recheado de histórias e personagens 
históricos, que vão desde a existência do homem pré-histórico até os dias de hoje. 
Desenhos em cavernas, as primeiras dissecações em animais e comparação animal 
com a anatomia do humano, descoberta de estruturas/órgãos, dentre outras conquistas, 
fazem parte da história da anatomia humana. 
No capítulo 2, faremos uma breve introdução sobre o estudo da anatomia humana, 
essa ciência que compreende a análise da estrutura biológica, sua correlação com a 
função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos 
e ambientais. Em outras palavras, é a ciência que estuda macroscópicamente e 
microscópicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
Nos capítulos 3, 4, 5 e 6, estudaremos sobre o sistema nervoso, o responsável 
por coordenar e regular as atividades corporais de todos os sistemas por meio dos 
estímulos voluntários e involuntários recebidos. Dentre essas atividades, encontram-
se os movimentos voluntários e involuntários, as sensações, os sentimentos e os 
comportamentos. O estudo da anatomia do sistema nervoso, também chamado de 
“neuroanatomia”, é robusto, complexo, porém magnífico. Geralmente, é o primeiro 
sistema a ser estudado, por ser responsável pelo funcionamento dos demais.
Nos capítulo 7,8 e 9 vamos focar no estudo do aparelho locomotor, tão importante 
para a área da educação física e fisioterapia, por exemplo. Iniciaremos pelo sistema 
esquelético, que é composto por ossos e cartilagens que se interligam para formar 
a estrutura de um indivíduo. Além de sustentar o corpo humano, possui a função 
de produzir células sanguíneas e alguns minerais. Os ossos se unem por meio das 
articulações que tornam possível a mobilidade dessas estruturas. Estudaremos as 
articulações no capítulo 8. 
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
No capítulo 9, estudaremos os músculos. A anatomia do sistema muscular é 
complexa. Este sistema é constituído pelo conjunto de músculos localizados ao longo 
de nosso corpo, órgãos ativos do movimento e de órgãos anexos. Existem mais de 600 
músculos no corpo humano, representando em torno de 40 a 50% do peso corporal. 
Eles são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos.
No capítulo 10 será abordado a anatomia do sistema respiratório, constituído por 
um conjunto de órgãos tubulares ocos e alveolares, localizados na cabeça, pescoço 
e cavidade torácica, responsáveis pela respiração e fonação. Assim como todos os 
sistemas orgânicos, o sistema respiratório é vital para a sobrevivência e, juntamente 
com o sistema cardiovascular, é responsável pela circulação pulmonar.
E no capítulo 11 focaremos no sistema cardiovascular, que compreende o coração, 
os vasos sanguíneos e o sistema linfático. A circulação do sangue permite o transporte 
e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio e hormônios para as células de vários 
órgãos. O sangue também transporta resíduos do metabolismo para que possam ser 
eliminados do corpo. Já o sistema linfático compreende os órgãos responsáveis pela 
drenagem e filtração da linfa para a circulação sanguínea, além de órgãos integrantes 
do sistema imune. Neste capítulo, veremos as principais estruturas que compõem 
este sistema.
Chegaremos no capítulo 12 estudando o sistema urinário e reprodutor. O sistema 
urinário é o responsável pela produção e eliminação da urina. Além disso, possui a 
função de filtrar as impurezas do sangue que circula no organismo. Esse sistema é 
composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, a bexiga urinária 
e a uretra. No sistema reprodutor masculino, existem células sexuais especializadas, 
os espermatozoides, além de glândulas que secretam hormônios importantes para a 
vida masculina, como os testículos, produzindo testosterona. E o sistema reprodutor 
feminino compreende os ovários, as tubas uterinas, o útero, a vagina e a vulva que, 
juntamente com o sistema reprodutor masculino, é responsável pela fecundação e 
desenvolvimento de um novo ser.
O sistema digestório apresenta-se como um tubo de cerca de nove metros de 
comprimento, aberto nas extremidades por meio da boca e do ânus. Este sistema 
será estudado no capítulo 13. As estruturas que compõem esse sistema possuem, de 
forma geral, a função de digerir alimentos, absorver nutrientes essenciais para a vida 
e excretar o que não foi utilizado. A partir desse sistema, em conjunto com outros, 
somos capazes de obter energia por meio dos alimentos que ingerimos dia a dia.
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8
No capítulo 14, o protagonista será o sistema endócrino, representado pelas glândulas 
hipófise, tireoide, paratireoides, suprarrenais e pelas porções endócrinas do pâncreas 
e das gônadas. Esse sistema apresenta como atividade característica a produção de 
secreções denominadas hormônios, que são disponibilizados na circulação sanguínea.
E, por fim, estudaremos no capítulo 15 o sistema tegumentar, que engloba um 
conjunto de estruturas que formam o revestimento externo dos seres humanos. Esse 
revestimento é chamado de tegumento, também conhecido simplesmente por pele e 
seus anexos (unhas, pêlos e glândulas). A pele é o maior órgão do nosso corpo, além 
de ser o mais externo, o que faz com que esteja suscetível às agressões do meio 
externo, ou seja, do ambiente.
Tenha uma boa experiência acadêmica!
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
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CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA 
ANATOMIA HUMANA
Caro estudante, a anatomia humana apresenta um início repleto de histórias e 
personagens históricos, que vão desde a existência do homem pré-histórico até os dias 
de hoje.Por exemplo, desenhos em cavernas, as primeiras dissecações em animais e 
comparação animal com a anatomia do humano e descoberta de estruturas anatômica 
fazem parte da história desta linda ciência, a anatomia humana.
Temos, primeiramente, que entender que a anatomia humana é a base de 
conhecimento para todas as áreas da ciências da saúde (medicina, fisioterapia, 
psicologia, terapia ocupacional, biomedicina, farmácia, odontologia, educação física, 
dentre todas as outras). Essa ciência irá acompanhar você, estudante, desde o 
primeiro ano do curso até a plena formação acadêmica e desempenho das atividades 
profissionais. Desta forma, conhecer sua história é fundamental (BEHNKE, 2015).
Você sabia que os primeiros esboços anatômicos foram observados no período 
paleolítico? É isso mesmo. Nas cavernas foram deixados desenhos de animais e possíveis 
humanos e/ou partes de humanos. Veja uma pintura rupestre de alguns animais que foi 
encontrada em cavernas na cidade de Santa Cruz, Patagônia, na Argentina.
Título: Cueva de las Manos - Santa Cruz-Argentina
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cueva_de_las_Manos#/media/Ficheiro:SantaCruz-CuevaManos-P2210063b.jpg
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inicio
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ANATOMIA HUMANA
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O primeiro período da anatomia humana surgiu nos primórdios da civilização quando 
o ser humano conhecido como homo sapiens, termo latino de significado homem 
sábio, possuía características anatomicamente modernas e originou-se na África há 
cerca de 200 mil anos, atingindo o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos. 
Nessa época, os homens primitivos já viviam em comunidade e a necessidade de 
comunicação era evidente.
Título: Homo sapiens
Fonte: https:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Homo_sapiens.jpg
O homem já era desenvolvido fisicamente para a produção da fala, daí veio 
também um significativo desenvolvimento da linguagem e, posteriormente, a fala. 
Esse desenvolvimento também se deve um pouco à intersecção de duas culturas 
(neandertal e homo sapiens) e à necessidade de comunicação entre elas, pois, durante 
um tempo, ambos viveram na Terra. Antes da fala, o homem primitivo nos deixou 
outro legado: as pinturas rupestres realizadas na sua maioria nas paredes de cavernas 
e feitas com sangue de animais, argila e seiva de plantas, como vimos na figura no 
início deste capítulo.
O homem pré-histórico já observava em sua volta a existência de seres que 
apresentavam diferenças significantes de seu corpo, e isso despertou o interesse por 
esses seres cujas diferenças visuais eram consideráveis. Nossos ancestrais passaram 
a desenhar nas paredes das cavernas e a fazer esculturas das formas que viam 
(BEHNKE, 2015). Com isso, passaram a notar detalhes, que hoje nos permitem identificar 
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ANATOMIA HUMANA
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as espécies de animais descritas. Essas representações indicam não somente que 
a pintura pré-histórica nasceu há muito tempo, mas também que o interesse pelo 
conhecimento do corpo humano relacionava-se com a necessidade de desenvolvimento 
de técnicas mais aprimoradas para caça e abate dos animais. 
Os primórdios do conhecimento anatômico determinavam os órgãos vitais para abater 
a caça e as formas mais fáceis e eficientes de retirar a carne do animal. Os seres humanos 
desse período também sabiam os locais mais vulneráveis em seus próprios corpos e os 
protegia mais adequadamente, tornando-os menos vulneráveis ao ataque desses animais. 
A anatomia é, possivelmente, a mais antiga ciência que pode ser relacionada à medicina 
e, é claro, as demais áreas da saúde (MIRANDA NETO, 2012).
O estudo da anatomia foi iniciado de maneira mais precisa pelos filósofos na Grécia 
antiga; eles foram, cientificamente, os primeiros a sentir a necessidade de se estudar o 
corpo humano para entendê-lo melhor. Os gregos arcaicos quase nada conheciam sobre 
a anatomia interna e a fisiologia humanas. Seus conhecimentos anatômicos restringiam-
se à traqueia tida como um tubo condutor de ar para o interior do organismo, a garganta 
como um órgão de entrada da bebida e do alimento, o coração como um órgão pulsátil, 
o reto como o segmento distal do tubo digestivo e eliminador das fezes e a bexiga como 
o reservatório de urina. Acredita-se que o conhecimento a respeito da maioria dos órgãos 
deu-se por observações da anatomia interna de animais que eram sacrificados.
Entre eles, destaca-se Empêndocles (480 a.C.), que realizou o estudo da anatomia fetal, 
considerando que a cabeça seria a primeira parte a se desenvolver no corpo humano. 
Ele era conhecedor do labirinto auditivo (MIRANDA NETO, 2012).
Título: Empêndocles
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Empedokles.jpeg
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primeiro
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ANATOMIA HUMANA
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Demócrito (460 a.C.) era considerado louco pela população, pois passava horas 
e dias em bosques, realizando dissecação de animais. Porém, foi Hipócrates (460-
377 a.C.), médico, o primeiro a dar descrições mais sistemáticas do corpo humano, 
baseadas em observações pessoais no vivo ou por deduções em animais inferiores. 
Ele é considerado o fundador da anatomia (DANGELO; FATTINI, 2012).
Título: Demócrito
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bust_of_an_unknown_Greek_-_Museo_archeologico_nazionale_di_Napoli.jpg
Título: Hipócrates
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hippocrates.jpg
Deborah
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ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
A dissecação consiste no estudo da anatomia e na abertura e/ou separação de 
organismos mortos, com o objetivo de estudar diferentes órgãos ou outras peças 
anatômicas. Em cirurgia, o termo também pode ser usado para o ato de dissecar 
uma artéria, uma veia ou um tumor, por exemplo (DANGELO; FATTINI, 2012).
Aristóteles (384-323 a.C.) também foi importante, pois estudou a anatomia animal 
comparada. Porém, pelo que se sabe, não existe nenhum trabalho anatômico em 
humano descrito por ele. Ele influenciou a ciência médica, as ciências naturais e 
a filosofia por mais de 2000 anos. Aristóteles teria sugerido que o coração era o 
centro das emoções. É considerado o pai da zoologia, devido a um profundo estudo 
do reino animal, e fundou a escola Liceu com estudos voltados para a fauna e flora. 
Seu pai, Nicômaco, era médico e talvez isso tenha influenciado seu interesse pela 
biologia. Aristóteles estudou, com grande riqueza de detalhes, as estruturas anatômicas 
de mais de 500 espécies. Dentre suas contribuições, além de ter sido pioneiro na 
classificação de diferentes tipos de animais, o filósofo grego criou eficientes métodos de 
análises comparativas, adotados até os dias, como o conceito de anatomia comparada 
(MIRANDA NETO, 2012).
Título: Aristóteles
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aristotle_Altemps_Inv8575.jpg
Deborah
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ANATOMIA HUMANA
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Herófilo (300 a.C.) também merece destaque, tendo sido o verdadeiro fundador 
da anatomia humana, pois fez estudos em encéfalos, meninges, olhos e intestinos. 
Nascido em Calcedônia, ficou conhecido como o primeiro anatomista da história. É 
considerado por muitos como o açougueiro de homens por sua prática cruel de estudar 
em vivos. Ele praticava vivissecção em criminosos da prisão real. Estima-se que ele 
esfolou vivo mais de 600 seres humanos, muitas vezes em demonstrações públicas. 
Título: Herófilo
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Zaragoza_-_Antigua_Facultad_de_Medicina_-_Medall%C3%B3n_-_Her%C3%B3filo.jpg
Após Herófilo, o estudo da anatomia tornou-se mais descritivo do que especulativo. 
Herófilo tornou-se o pai da anatomia humana, sendo o primeiro a dissecar cadáveres como propósito de caracterizar o percurso da doença. Foi, talvez, o primeiro cientista que 
estudou sistematicamente a anatomia humana. Pouco se sabe sobre a sua vida e seus 
escritos, mas seus livros sobre anatomia (três volumes) foram destruídos juntamente 
com a biblioteca de Alexandria. Além das descrições anatômicas, outra contribuição 
importante de Herófilo e Erasístrato, deixada na Faculdade de Alexandria, foi um par de 
esqueletos completos e montados. Esses esqueletos foram provavelmente os primeiros 
destinados para o estudo da osteologia. Esses ossos persistiram séculos durante os 
quais serviram de referencial para gerações de médicos (MIRANDA NETO, 2012).
Erasístrato (280 a.C.) realizou estudos no coração e suas válvulas, estabelecendo 
teoria importante sobre o conteúdo dos vasos, segundo a qual nas artérias se encontra 
o ar vital (pneuma) e nas veias o líquido nutriente (sangue). Para interpretar a perda 
de sangue através das artérias, ele considerava a existência de canais entre elas e as 
veias, o que explicava de maneira satisfatória uma hemorragia arterial.
Deborah
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pai da anatomia
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15
Título: Erasistrato
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Erasistratus#/media/File:Mus%C3%A9e_Ingres-Bourdelle_-_Etude_pour_LA_MALADIE_D’ANTIOCHUS,_OU_ANTIOCHUS_ET_
STRATONICE_;_buste_d’Erasistrate,_vers_1860_-_Ingres_-_MI.16.1.3.jpg
O mais famoso dos anatomistas antigos foi, definitivamente, Galeno (124 a.C.). 
Depois de conhecer a doutrina aristotélica, aprendeu medicina e anatomia com Sátiro, 
em Pérgamo, e, com apenas 17 anos, concluiu seus estudos iniciais como médico. 
Após estudar na Ásia Menor e na Grécia, Pérgamo retornou à sua cidade como médico, 
possuindo notável conhecimento de anatomia humana. Ele escreveu, aproximadamente, 
500 obras. Estudou mais em macacos do que em humano e, provavelmente, nunca 
tenha dissecado um cadáver humano (LAROSA, 2016).
Título: Galeno
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Galenus.jpg
ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16
ANOTE ISSO
A maioria das obras de Galeno se perdeu. Sabe-se, contudo, que ele investigou 
anatomia, fisiologia, patologia, sintomatologia e terapêutica. Foi o mais destacado 
médico de seu tempo e o primeiro que conduziu pesquisas fisiológicas (MIRANDA 
NETO, 2012).
 Galeno produziu diversos textos que perduraram determinando o conhecimento 
médico-anatômico por cerca de 1500 anos, já que seus conhecimentos advinham da 
dissecação de animais.Sua obra é refutada somente em 1543, por Andreas Vesalius.
Médico de Marcus Aurélius Antonius, Galeno concluiu seus estudos em Alexandria 
e regressou à cidade natal, onde trabalhou como médico até 164 d.C., e depois se 
estabeleceu em Roma até sua morte. Ele dividiu os nervos espinhais de acordo com 
sua região, e os nervos cranianos foram divididos em sete partes: óptico, oculomotor, 
troclear, trigêmeo, palatino, acústico, facial, grupo vagal e hipoglosso.
Galeno conhecia o infundíbulo da hipófise que acreditava comunicar-se com a 
cavidade nasal, as cartilagens da laringe e teria batizado a cartilagem tireóide de 
chondros thyreoides pela sua suposta semelhança ao escudo dos gregos, que ia do 
queixo ao tornozelo. Galeno comparava o movimento do sangue com o movimento 
de fluxo e refluxo das marés. Parte do sangue voltava ao sistema de vasos depois de 
atingir os vasos e se coagular para formar a estrutura do corpo. Para ele, o sangue 
se movimentava num sistema aberto, tinha um princípio e um fim, passava uma só 
vez pelo coração e a produção pelo fígado era incessante.
Ao lado dos seus conhecimentos sobre o sistema nervoso, entre outras descobertas, 
destaca-se sua teoria sobre a origem da asma. Galeno acreditava que a respiração se 
originava no cérebro e a cavidade craniana possuía comunicação com a nasofaringe. 
Sua teoria era baseada na observação de que os odores, que se supunha serem 
percebidos pelo cérebro, passavam através desta via. Outras observações, como a de 
que cheiros fortes poderiam causar dificuldades respiratórias em alguns indivíduos 
e de que a dispneia frequentemente era associada com secreções nasais de muco 
espesso, reforçaram suas conclusões. Galeno atribuía a causa da asma a uma obstrução 
intermitente da respiração secundária a secreções que pingavam do cérebro no pulmão 
(TORTORA; NIELSEN, 2013).
No século XVI, surge o maior vulto da anatomia, Andréas Vesalius. Ele nasceu em 
1514, em Bruxelas, sendo descendente de uma quarta geração de médicos. Vesalius 
Deborah
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Deborah
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ANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17
fez seus primeiros estudos em Louvain e, em 1534, frequentou a Universidade de Paris, 
tendo como mestre Sílvio. Apoiou-se também em Galeno. Após estudar anatomia com 
Galeno, reconheceu uma série de conceitos como conflitantes e imprecisos. Com a 
aprovação de seu mestre Sílvio, em Paris, começou a dissecar cadáveres, verificando 
vários erros interpretativos na obra de Galeno (até então, não tinha dissecado cadáveres). 
O grande mérito de Vesalius foi o de ilustrar suas obras, com a colaboração de diversos 
artistas da época. Na Basileia, em 1534, publicou a obra De humani corporis fabrica.
Título: Andréas Vesalius
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Andrea_Vesalius.jpg
Vesalius teve alguns importantes contemporâneos: Bartolomeu, Eustáquio, Falópio e 
Realdo Colombo, seu sucessor na Universidade de Pádua. Após Vesalius, destacam-se 
Aranzio (1530-1589), que descreveu na circulação fetal o ducto arterioso e o forame 
oval; Varólio (1543-1578), que estudou o sistema nervoso, mostrando a origem 
encefálica de alguns nervos cranianos; Van der Spigel (1578-1625), que estudou o 
fígado detalhadamente; Willian Harvey (1578-1657), que reconheceu e descreveu a 
circulação do sangue; Aseli (1581-1626), que descreveu os vasos quilíferos, contribuindo 
para o estudo da circulação linfática; Malpighi (1628-1694), que descreveu a anatomia 
dos rins; Winslow (1667-1760), que fez importantes estudos na teratologia; Morgnani 
(1682-1771), que descreveu a anatomia da laringe, da bexiga e do reto; Bichat (1771-
1802), que publicou um tratado de anatomia geral aplicada à fisiologia; Scarpa (1747-
1832), que realizou importantes estudos da parede abdominal; e Hyrtl (1810-1854), 
ANATOMIA HUMANA
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grande histologista, tendo aprofundado os estudos histológicos de órgãos do sistema 
digestório; dentre outros (TORTORA; NIELSEN, 2013).
ISTO ESTÁ NA REDE
Quer saber mais sobre Leonardo da Vinci, o homem vitruviano e a relação com a 
anatomia humana? Leia este texto: <http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/
arquivos_destaque/jEAOJk3nIXmb5bM_2013-6-24-17-42-48.pdf>.
As mudanças materiais ocorridas na Europa a partir do século XI resultaram em 
um movimento cultural que recebe o nome de Renascimento. Creio que você lembra 
dele nas aulas de história, correto? O Renascimento foi encarado como uma volta à 
rica cultura grega e romana antigas. A arte tenta representar fielmente a natureza e, 
para isso, o artista deve estudar as ciências naturais, como a anatomia, para melhor 
representar o corpo. Começa-se, então, a prática da dissecação e suas representações. 
Dentre vários artistas, Leonardo da Vinci é o melhor da época, em que o artista 
e o cientista se fundem. É o primeiro artista a fazer dissecações e representá-las 
visualmente com maestria. A Renascença foi um período marcado por uma intensa 
produção artística e pelo choque entre ideais humanistas e os dogmas da igreja. Os 
artistas desse período trazem a ideia do ser humano valorizado, ressaltando o corpo 
e exaltando o belo. Além de da Vinci, nesse período surge outro nome importante da 
arte, Michelângelo (MIRANDA NETO, 2012).
Título: Estudos de Embriões de Leonardo da Vinci.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Da_Vinci_Studies_of_Embryos_Luc_Viatour.jpgANATOMIA HUMANA
PROF. DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19
ISTO ESTÁ NA REDE
O cadáver nem sempre foi “respeitado” como instrumento de ensino e pesquisa. 
Para saber mais, acesse o link a seguir e leia este texto sobre a ética com o cadáver 
nos dias de hoje. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Carla_Lins2/
publication/307673490_O_cadaver_no_ensino_da_anatomia_humana_uma_visao_
metodologica_e_bioetica/links/57d837a108ae0c0081edf7a6/O-cadaver-no-ensino-
da-anatomia-humana-uma-visao-metodologica-e-bioetica.pdf>.
Leonardo da Vinci (1452-1519) começou um dos mais impressionantes levantamentos 
de anatomia para entender o funcionamento de órgãos, do esqueleto, dos músculos e 
tendões. Essa é a história pouco conhecida do artista-anatomista italiano, que, além 
de pintor, escultor, músico, cientista, arquiteto, engenheiro e inventor, também atuou na 
medicina. Ao longo de 15 anos, Leonardo desenhou órgãos e elementos dos sistemas 
anatomofuncionais do corpo humano em um estudo que começou pela leitura das 
obras de autores da medicina pré-renascentista, como Galeno. Ele também participou 
de dissecações do corpo humano e de diversos animais. Porém, jamais terminou e 
publicou a obra que, segundo pesquisadores, poderia ter revolucionado a medicina 
mais de 20 anos antes que o belga Andreas Vesalius publicasse seu livro De humani 
corporis fabrica, em 1543, obra que marca a fase inicial dos estudos modernos sobre 
anatomia, como você já leu nesta aula (MIRANDA NETO, 2012).
ISTO ESTÁ NA REDE
Veja esta vídeo aula sobre a história da anatomia. Além disso, você poderá adiantar 
o estudo do capítulo 2, sobre a introdução à anatomia humana, do capítulo 2. Segue 
o link: <https://www.youtube.com/watch?v=SELRuKSm6ro> 
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CAPÍTULO 2
INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DA ANATOMIA HUMANA
2.1 A Anatomia Humana
Anatomia é a ciência da estrutura e função do corpo. Um excelente e amplo 
conceito de anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists: 
anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as 
modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. 
Para Dangelo e Fattini (2012), a anatomia é a ciência que estuda macroscopicamente 
e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
No caso da anatomia humana, estuda a constituição e o desenvolvimento dos seres 
humanos. Para melhor compreensão das estruturas anatômicas, alguns conceitos e 
definições devem ser estudados.
A palavra anatomia tem origem no grego (ana = partes; e tome = cortar). No grego 
antigo, a noção se prendia ao ato de retalhar. Já a palavra dissecar tem origem latina 
(dis = separar e secare = cortar), portanto significa cortar e separar em partes.
Mas o que essa ciência estuda? A anatomia estudada no cadáver e peças cadavéricas 
(reais ou sintéticas), é a base do conhecimento sobre o corpo humano, sendo o melhor 
meio para se ter informações sobre a estrutura do ser vivo. Porém, mesmo sem o 
cadáver e as peças cadavéricas, pode-se aprender muito com a observação, palpação 
ou estudando anatomia de superfície (MIRANDA NETO, 2012).
2.1.1 Oração ao Cadáver Desconhecido
Você conhece Karl Von Rokitansky? Esse nome talvez não lhe seja familiar, mas, se 
você estudou algum curso de nível superior na área da saúde, com certeza conhece um 
texto escrito por ele, a famosa “Oração ao cadáver desconhecido”. Karl Von Rokitansky 
foi um renomado médico patologista nascido em 19 de fevereiro de 1804, na cidade de 
Hradec Králóve, República Tcheca, e faleceu em 28 de julho de 1878, em Viena, Áustria.
Estudou medicina na cidade de Praga e adquiriu o título de doutor em 6 de março 
de 1828, pela Universidade de Viena. Dentre suas pesquisas, desenvolveu o método 
conhecido como a técnica de autópsia, que ainda é um dos métodos-padrão usados 
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hoje. Conta-se que Rokitansky supervisionou cerca de 70.000 autópsias e conduziu 
pessoalmente cerca de 30.000, uma média de duas por dia durante 45 anos.
Ele foi o criador da famosa “Oração ao cadáver desconhecido”. Trata-se de uma 
reflexão ao respeito que se deve ter ao corpo já sem vida. Os corpos aos quais não 
foram concedidos o devido valor e respeito, e/ou que tiveram um fim muitas vezes 
indigno e desumano, podem colaborar para a evolução da ciência, podendo ajudar 
as pessoas que a eles negaram a ajuda, correspondendo a um verdadeiro paradoxo 
da vida (DUARTE, 2009).
Permitir a desintegração de seu corpo pelo estudo reforça a teoria de que a vontade 
de ajudar, independente da forma e o amor ao próximo, é mais forte do que a própria 
morte. Em países desenvolvidos, o estudo de anatomia é preconizado com cadáveres 
oriundos de doações com o aval familiar. Entretanto, no Brasil, essa prática está longe 
de ser uma realidade e o meio de estudo se dá quase sempre por meio de cadáveres 
de pessoas de rua desconhecidas. Leia a oração a seguir:
Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver 
desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas 
almas, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos 
jovens. Por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que 
partiram. Acalentou e esperou um amanhã feliz, e agora jaz (morto) 
na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima 
sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só DEUS o sabe, 
mas o destino inexorável (duro) deu-lhe o poder e a grandeza de servir 
a humanidade que por ele passou indiferente. Aqui é o lugar onde a 
morte se compraz (alegra) em socorrer a vida. Tu que tiveste teu corpo 
perturbado por nossas mãos ávidas de saber, e desvendar os mistérios 
do corpo humano, o nosso agradecimento e o nosso respeito (Karl Von 
Rokitansky 1804-1878) (DANGELO; FATTINI, 2012, p.10).
Talvez a intenção do autor fosse a de homenagear o indivíduo desconhecido que 
está cumprindo o seu papel de cidadão. Não se sabe ao certo o que o motivou a 
escrever tal obra. 
ISTO ESTÁ NA REDE
O fisioterapeuta e Youtuber Rogério Gozzi tem um vídeo muito legal sobre 
a oração ao cadáver desconhecido. Assista: https://www.youtube.com/
watch?v=uaFWNMvdR2M
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2.1.2 Divisão da Anatomia
A anatomia pode ser dividida em grandes áreas: anatomia geral (sistêmica e 
topográfica), anatomia microscópica (histologia), neuroanatomia (sistema nervoso) 
e embriologia (desenvolvimento).
A anatomia sistêmica estuda a constituição geral de um sistema orgânico. Os 
sistemas estudados são: 
• tegumentar
• esquelético
• articular
• muscular
• nervoso
• cardiovascular
• digestório
• urinário
• respiratório
• reprodutor
• endócrino.
A anatomia topográfica também é denominada regional. Nela, estudam-se as 
seguintes regiões: cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve, dorso, membro superior e 
membro inferior. Veja que a anatomia topográfica não se tipifica um sistema anatômica 
em específico, mas se observam partes desses sistemas na região determinada.
Você, com certeza, já tirou radiografia de alguma parte do corpo. O estudo desses 
métodos radiológicos é de responsabilidade da anatomia por imagem. Destacam-
se, dentre esses métodos, a tomografia computadorizada, ressonância magnética, 
cintilografia, ultra-sonografia e petscan. 
Já a anatomia humana, quando comparada com a anatomia de outros animais 
(anatomia comparada), trouxe grande contribuição para o entendimento de forma e 
função entre espécies diferentes.
2.1.3 Divisão do Corpo Humano
O corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros. Essa divisão simplificada 
pode ser detalhada, como visto na figura a seguir. A cabeça compreende o crânio e 
a face; logo após, o pescoço une a cabeça ao tronco,o qual é subdividido em tórax, 
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abdome e pelve. Os membros, tanto superiores quanto inferiores, possuem uma porção 
radicular e uma porção livre; para o membro superior, a parte radicular corresponde 
à fixação no ombro, e a parte livre corresponde a braço, antebraço e mão; para o 
membro inferior, a parte radicular é o quadril, e a parte livre, a coxa, a perna e o pé 
(MIRANDA NETO, 2012). 
Título: Divisão do corpo humano.
Fonte: o autor.
2.1.4 Posição Anatômica
Todas as descrições da anatomia humana vão se expressar em relação à posição 
anatômica, a qual é considerada da seguinte forma: homem em posição ereta, olhar 
fixo no horizonte, estando os braços juntos ao corpo, com as palmas da mão voltadas 
para frente, pernas unidas (ou na largura dos ombros/quadril) e os pés voltados para 
frente (CALAIS-GERMAIN, 2012). Apesar de não ser uma postura habitual, trata-se de 
uma referência tanto para descrever as estruturas como para definir os movimentos 
realizados pelo ser humano.
Título: Posição anatômica.
Fonte: Calais-Germain (2012, p. 12).
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2.1.5 Planos Anatômicos
Para as descrições, são considerados os planos em que o corpo humano é seccionado: 
mediano (sagital mediano), sagital, coronal e transversal (horizontal).
• Plano mediano: divide o corpo em duas metades iguais por meio de um plano 
vertical imaginário, que passa pela sutura sagital. As metades esquerda e direita 
são denominadas antímeros.
• Planos sagitais: são paralelos ao plano mediano; podem ser denominados 
também como paramedianos.
• Plano frontal (coronal): plano vertical imaginário, que passa em ângulo reto com 
o plano sagital mediano, correspondendo à sutura coronal do crânio, dividindo 
o corpo em partes anterior e posterior.
• Planos transversais: situam-se em ângulos retos com os outros dois planos. 
Dividem o corpo em partes superior e inferior.
Título: Planos anatômicos.
Fonte: Moore, Dalley e Agur (2014, p. 54).
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Veja essa animação para entender de maneira simples e rápida sobre os planos 
anatômicos de secção. https://www.youtube.com/watch?v=o8mrCddRYes
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2.1.6 Nomina Anatômica
Existe uma linguagem específica e mundial para se estudar anatomia humana? 
Sim, a nômina anatômica. Constitui o conjunto de termos empregados para indicar e 
descrever as partes do organismo. É a base da linguagem anatômica. A nomenclatura 
anatômica oficial é escrita em latim, sendo adaptada ou vertida para o vernáculo de 
cada país. É necessária para o entendimento correto entre todos os que se dedicam 
ao estudo das ciências básicas e das diversas áreas da saúde. A seguir, veja alguns 
termos anatômicos, de acordo com Dangelo e Fattini (2012):
2.1.6.1 Termos Anatômicos de Relação
• Anterior (ventral): próximo à frente do corpo. 
• Posterior (dorsal): distante da frente do corpo. 
• Superior (cranial ou cefálico): próximo à cabeça.
• Inferior (caudal): voltado em direção ao pé.
• Medial: em direção ao plano mediano (ou sagital mediano).
• Lateral: mais distante do plano mediano. 
ANOTE ISSO
Existem algumas regras para as denominações: a face anterior da mão, por 
exemplo, é denominada face palmar, e a face inferior do pé, face plantar.
Existe também a junção desses termos. As formas combinadas são termos 
que indicam normalmente direção: posterolateral, anterolateral, ínferomedial e 
anteroposterior (DANGELO; FATTINI, 2012).
2.1.6.2 Termos Anatômicos de Comparação
Esses termos tratam da comparação das posições das estruturas entre si. São eles:
• Proximal: indica a origem. No esqueleto apendicular, a raiz do membro superior 
ou inferior é sua porção proximal.
• Distal: termo que significa o mais afastado de sua origem.
• Intermédio: determina que uma estrutura se localiza entre as estruturas medial 
e lateral, que você aprendeu logo acima.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Estude esses e outros termos no vídeo do canal do Youtube Anatomia Papel e 
Caneta. https://www.youtube.com/watch?v=TU5kCBNgl-s
2.1.6.3 Termos Anatômicos de Comparação
Termos usuais em membros, vasos, nervos e órgãos.
– Superficial: termo que indica posição junto ou próximo à superfície externa do 
corpo. Por exemplo: “fáscia superficial”. Opõe-se a profundo.
– Interno: indica que está no interior de um órgão ou de uma cavidade. 
– Externo: oposto a interno.
 
2.1.6.4 Termos Anatômicos de Comparação
– Ipsilateral (homolateral): termo que indica do mesmo lado do corpo.
– Contralateral: indica do lado oposto do corpo.
 
2.1.6.5 Termos que Indicam Movimento
Esses são termos indicativos de posições do corpo quando em deslocamento. 
Muito utilizados nos cursos de fisioterapia e educação física. São:
– Flexão: significa redução de um ângulo entre ossos ou partes corpóreas. 
– Extensão: habitualmente o contrário de flexão. Quando ocorre um aumento do 
ângulo entre os ossos ou partes do corpo. 
ANOTE ISSO
Dorsiflexão é nomenclatura utilizada quando se está com o pé inclinado para 
cima, como se estivesse subindo uma rampa. Flexão plantar (ou planti flexão) é o 
movimento dos pés ou dedos em direção à face plantar do pé (MIRANDA NETO, 
2012).
• Abdução: indica o movimento que se faz afastando parte do corpo para longe 
do plano sagital mediano. 
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• Adução: termo oposto à abdução. Indica aproximação com o plano sagital 
mediano.
• Oposição: movimento em que a polpa digital do polegar é colocada em contato 
com a polpa digital dos outros dedos.
• Reposição: volta do dedo polegar a sua posição anatômica de origem.
• Protusão: termo usado habitualmente em movimentos da mandíbula; indica 
a posição mais anterior em que a mandíbula é deslocada de sua articulação.
• Retrusão: é o movimento contrário da protusão, quando a mandíbula indica 
sua posição mais posterior.
• Elevação: indica elevação de uma parte corpórea.
• Depressão: indica abaixar uma parte do corpo inferiormente.
• Circundução: indica movimento circular, isto é, aquele que ocorre nos três eixos. 
É uma combinação dos movimentos de adução, abdução, flexão e extensão. Esse 
movimento pode ser observado na raiz dos membros do corpo, em articulações 
especializadas. 
• Rotação: indica girar para dentro ou para fora, com relação ao eixo longitudinal; 
para dentro, é rotação medial ou interna; para fora, é rotação lateral ou externa.
• Eversão: indica o movimento que faz a planta do pé para longe do plano mediano, 
em direção superolateral.
ISTO ESTÁ NA REDE
Caro estudante, sugiro que assista a este vídeo sobre os movimentos do corpo 
humano. https://www.youtube.com/watch?v=ngrsBhZaLZ4
• Inversão: indica movimento que faz a planta do pé para o plano mediano, direção 
ínfero-medial.
• Pronação: termo usado habitualmente para antebraço e mão; corresponde ao 
movimento em que a palma da mão volta-se posteriormente, enquanto seu 
dorso aparece anteriormente.
• Supinação: o contrário de pronação, termo que indica voltado para o sol, utilizado 
também habitualmente para o antebraço e a mão.
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2.1.7 Variação Anatômica
Nas diversas áreas da saúde, normalidade é entendida como uma faixa ampla de 
indivíduos que apresentam condições ideais de saúde. Em anatomia, o conceito é 
semelhante: normalidade indica localização, força e função mais frequentes de uma 
determinada estrutura no ser vivo. Implica que forma e função estão adaptadas à plena 
realização de um órgão ou sistema. Quando existem pequenas diferençasmorfológicas, 
com variações que não interferem na função, diz-se que os indivíduos estão inseridos 
na faixa de normalidade (MIRANDA NETO, 2012).
Porém, quando o desvio da faixa de normalidade é maior, alterando forma e alguma 
função, temos uma anomalia. Por exemplo, a polidactilia: o aumento do número de 
dedos. Se essa anomalia for por demais acentuada, tem-se a monstruosidade, que 
pertence a um estudo que foge à anatomia e está incluído na patologia, como a 
anencefalia, quando não há a presença do encéfalo.
Título: Anencefalia
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anencephaly-web.jpg.
2.1.8 Tipos Constitucionais
Você já percebeu como todos os seres humanos são bem diferentes uns dos 
outros? Uns mais baixos, outros altos, uns mais magros, outros gordos. Esses são 
os tipos constitucionais, de uma forma geral. Os indivíduos humanos apresentam 
tipos constitucionais definidos, principalmente quando não ocorre miscigenação racial. 
Tendo como base medidas antropométricas, existem três tipos básicos para o homem:
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• Longilíneos (ectomorfos): apresentam menor desenvolvimento do tronco, 
quando comparado com os membros, que são longos, com predominância dos 
inferiores. São pessoas magras, altas, apresentam tórax achatado no sentido 
anteroposterior e suas vísceras internas têm disposição também diferente.
• Normolíneos (mesomorfos): correspondem ao tipo intermediário. São 
predominantes em populações sem grandes variações raciais. Caracterizam-
se por serem proporcionais, tanto em relação ao tronco quanto aos membros.
• Brevilíneos (endomorfos): apresentam grande desenvolvimento do tronco, 
em relação aos membros. Tanto os membros inferiores quanto os superiores 
são relativamente curtos. Mostram pescoço curto e tórax abaulado no sentido 
anteroposterior.
Título: Tipos constitucionais.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Somatotype-fr.jpg
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CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DO SISTEMA NERVOSO
3.1 Neurônios
Caro estudante, para iniciarmos o estudo da anatomia do sistema nervoso, é 
essencial compreendermos as principais células deste sistema. A unidade funcional do 
sistema nervoso é o neurônio. No cérebro humano, encontram-se bilhões de neurônios 
e sabemos que são produzidos ao longo das nossas vidas. Eles são células que têm 
a função de processar as informações de acordo com as suas sinapses, fazendo a 
comunicação do sistema nervoso com o corpo.
Podemos fazer uma classificação quanto à sua função (DANGELO; FATTINI, 
2009): 
• neurônios sensitivos: recebem os estímulos internos e externos do corpo e 
transmite ao SNC;
• neurônios motores: captam as informações do sistema nervoso central (SNC) 
e passam para os músculos e glândulas corporais;
• neurônios integradores: estão no SNC e fazem conexão com os neurônios, 
entendendo os estímulos sensoriais.
Os neurônios possuem um corpo celular denominado de pericário e prolongamentos 
citoplasmáticos denominados axônios e dendritos. Cada neurônio possui somente um 
axônio, que se caracteriza por ser o seu maior prolongamento; geralmente próximo 
à sua terminação, o axônio emite pequenos ramos colaterais, que constituem a sua 
arborização terminal (terminação nervosa). 
ISTO ESTÁ NA REDE
Caro estudante, assista a este vídeo que explica, de maneira fácil e rápida, sobre os 
neurônios. https://www.youtube.com/watch?v=XsLNJSshq34
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Os dendritos são prolongamentos curtos, que variam de um a milhares, dependendo 
das características morfológicas do neurônio. Os axônios e os dendritos são 
denominados de fibras nervosas, enquanto alguns autores restringem o uso do termo 
“fibra nervosa” para designar o conjunto formado pelo axônio e seus envoltórios 
(MIRANDA NETO, 2012). Veja na figura abaixo a estrutura de um neurônio.
Título: Anatomia do neurônio.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Example_of_a_neuron.png
ANOTE ISSO
Os impulsos nervosos são conduzidos pelos dendritos em direção ao corpo celular, 
enquanto os axônios geralmente conduzem impulsos do corpo celular em direção a 
outro neurônio ou a um órgão efetuador (MIRANDA NETO, 2012).
No SNC os corpos celulares dos neurônios são encontrados em grande quantidade na 
substância cinzenta do encéfalo e da medula espinal, enquanto no SNP são encontrados 
em gânglios sensitivos e motores.
De acordo com o número de prolongamentos apresentados pelos neurônios, podem 
ser morfologicamente classificados, de acordo com Dangelo e Fattini (2009), em:
• Neurônios pseudo-unipolares: são aqueles em que apenas um prolongamento 
parte do corpo celular, porém a seguir dividem-se em dois, assemelhando-
se a um T, com um prolongamento periférico que se dirige para a periferia, 
onde se ramifica, originando terminações nervosas denominadas receptores, 
e um prolongamento central, que se dirige para o SNC. Funcionalmente, esses 
neurônios são classificados como sensitivos e seus corpos são encontrados 
nos gânglios sensitivos.
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• Neurônios multipolares: possuem um axônio e numerosos dendritos. Estes 
neurônios são encontrados em maior quantidade; funcionalmente, podem ser 
motores ou de associação.
• Neurônios bipolares: são aqueles em que dois prolongamentos, um axônio e 
um dendrito, originam-se em polos distintos do corpo celular. Esses neurônios 
são sensitivos e seus corpos são encontrados na retina, na orelha interna e na 
mucosa olfatória.
• Neurônios unipolares: são aqueles que possuem um prolongamento (axônio).
Título: Tipos de neurônio.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Types_of_Neurons.jpg
ANOTE ISSO
Os neurônios sensitivos, de associação (integração) e os motores atuam 
conjuntamente, formando os arcos reflexos. O local de comunicação entre os 
neurônios é denominado sinapse (MIRANDA NETO, 2012).
3.2 Células da Glia
Outras células constituintes do sistema nervoso são as células gliais. No SNC, 
são identificados quatro tipos de células gliais: astrócitos, oligodendrócitos, células 
ependimárias e micróglia, que mantêm a capacidade proliferativa e, em geral, superam 
o número de neurônios, garantindo a sustentação estrutural e manutenção da condição 
local para a função neuronal (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
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• Astrócitos: caracterizam-se pela presença de numerosos prolongamentos 
citoplasmáticos, os quais podem emitir projeções chamadas pés perivasculares 
que estabelecem contato com vasos sanguíneos. Possuem núcleo pequeno e 
citoplasma escasso. 
• Oligodendrócitos: são menores que os astrócitos e estão distribuídos nas 
substâncias branca e cinzenta. Contêm menos prolongamentos e menos 
ramificações do que os astrócitos. Seus prolongamentos envolvem os axônios 
formando a bainha de mielina no SNC.
ANOTE ISSO
A destruição da bainha de mielina pode gerar a esclerose múltipla, uma doença 
desmielinizante, que causa incapacidade significativa e progressiva na maioria 
dos indivíduos afetados, sendo a causa mais comum de incapacidade neurológica 
adquirida em adultos jovens (ALVES et al., 2014).
• Micróglias: são pequenas células com numerosas e finas ramificações, núcleo 
reduzido e grande atividade fagocitária. São consideradas protetoras imunológicas 
do cérebro e da medula espinal. 
• Células ependimárias: são cúbicas e formam um epitélio simples, que reveste a 
superfície interna dos ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinal 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
Título: Células da Glia
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blausen_0870_TypesofNeuroglia.png
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ISTO ESTÁNA REDE
Caro estudante, vamos entender ainda mais sobre as células da Glia? Assista a este 
vídeo sugerido. https://www.youtube.com/watch?v=Ynhbv-sREyY
• Células de Schwann: presentes no SNP. Formam uma bainha de mielina complexa 
em torno dos axônios, com exceção das porções terminais do axônio. 
ANOTE ISSO
Uma fibra nervosa é constituída de um axônio envolto por bainhas de mielina. Nas 
fibras nervosas mielínicas, as células de Schwann se enrolam formando várias 
dobras concêntricas em torno do axônio e formam uma bainha de mielina análoga 
àquela dos oligodendrócitos no SNC. Nas fibras denominadas amielínicas, uma 
única célula de Schwann envolve vários axônios.
3.3 Divisão do Sistema Nervoso
O sistema nervoso é dividido em dois: o SNC e o SNP. Em sua divisão, é considerado 
anatomicamente que o SNC é aquele que está dentro do esqueleto axial e o SNP é 
aquele que fica fora do esqueleto. Não é uma divisão muito objetiva, pois ocorrem 
algumas conexões entre eles. O SNC recolhe inúmeros estímulos que são interpretados 
e memorizados para adaptação às condições internas e externas do corpo (MACHADO, 
2014).
O SNC conta com partes muito importantes: telencéfalo e diencéfalo, no cérebro; 
mesencéfalo, ponte e bulbo no tronco encefálico; cerebelo. Essas três partes citadas 
compõem o encéfalo. O encéfalo, em conjunto com a medula espinal, atua em processos 
inconscientes e de movimentos voluntários. Já o SNP é composto por nervos e gânglios. 
Mas calma, veremos sobre essas estruturas nos próximos capítulos.
3.3 Substância Branca e Cinzenta
No SNC, encontram-se uma área clara, denominada de substância branca, e uma 
mais escura, a substância cinzenta.
• Substância branca: constituída por fibras nervosas mielínicas e neuróglia, sendo 
a mielina responsável pela aparência esbranquiçada.
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• Substância cinzenta: onde se encontram corpos de neurônios, fibras amielínicas 
e neuróglia
Veja na figura a seguir, que a substância cinzenta está na superfície, enquanto a 
substância branca está localizada mais profundamente.
Título: Substância branca e cinzenta do cérebro.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Human_brain_frontal_(coronal)_section.JPG
Em suma, no cérebro, a substância cinzenta pode estar localizada na periferia, 
formando uma casca denominada córtex, ou contida na substância branca, caso 
em que é denominada de núcleo nervoso. Em contrapartida, na medula espinal, a 
substância cinzenta tem o aspecto da letra “H”, circundado pela substância branca 
(MACHADO, 2014). Veremos mais sobre tudo isso nos próximos capítulos. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Quer entender melhor sobre a substância branca e cinzenta? Assista a este vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=iqLKiewHNz0.
3.4 Meninges
O SNC está recoberto por três camadas de tecido conjuntivo, nomeadas de meninges, 
que servem para proteger o encéfalo e a medula espinal. No sentido externo para 
interno, temos a dura-máter, aracnóide-máter e pia-máter (MOORE; DALLEY; AGUR, 
2014).
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Título: Meninges
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:3D_Medical_Illustration_Meninges_Details.jpg
As meninges contêm espaços entre elas, banhados pelo líquido cefalorraquidiano 
(líquor), um fluido incolor e aquoso, que ajuda a proteger o SNC de impactos. Além 
disso, serve para fazer alguns diagnósticos por meio da punção realizada no paciente 
e análise do material (LAROSA, 2016).
• Dura-máter: é a camada mais externa, muito resistente e espessa. Tem a 
consistência de couro. Diferentemente das outras meninges, é ricamente inervada, 
possibilitando praticamente toda a sensibilidade interna do crânio.
• Aracnóide-máter: está entre a dura-máter e a pia-máter. É uma delicada membrana, 
intimamente unida à superfície interna da dura-máter. 
• Pia-máter: é a meninge mais interna, composta por uma delicada membrana 
vascular estreitamente ligada ao encéfalo e medula espinal. A resistência aos 
órgãos nervosos é dada pela pia-máter.
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CAPÍTULO 4
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)
4.1 Encéfalo
Caro estudante, antes de tudo, lembre-se que o SNC é composto pelo encéfalo e 
medula espinal. Iniciaremos este capítulo pelo estudo macroscópico do encéfalo, ok? É 
ele que regula processos inconscientes e coordena parte dos movimentos voluntários 
do ser humano, como a marcha, por exemplo. É também local da consciência, o que 
permite a capacidade de pensar e aprender. 
Ele é formado pelas estruturas presentes dentro do crânio, ou seja, pelo cérebro, 
cerebelo e tronco encefálico, localizados na cavidade craniana. Uma grande quantidade 
de neurônios (100 bilhões) e de neuróglia (1 trilhão) formam o encéfalo. Seu peso é 
de aproximadamente 1.400kg.
4.1.1 Cérebro
A maior parte do encéfalo é composta pelo cérebro, sendo formado pelo telencéfalo 
e diencéfalo. Ele está alojado nas fossas cranianas anterior, média e posterior. 
No homem adulto, o cérebro é constituído por dois hemisférios: o direito e o esquerdo 
(divididos pela fissura longitudinal do cérebro). Internamente, os hemisférios cerebrais 
são unidos por fibras que formam o corpo caloso, fórnice e comissura anterior. Pesquise 
sobre essas estruturas! O diencéfalo é envolvido integralmente pelo cérebro, tendo 
em vista seu extenso desenvolvimento.
Título: Hemisférios cerebrais.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cerebral_hemisphere_-_05.png
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Em indivíduos sinistros (canhotos), os lobos occipital e parietal do hemisfério 
direito e o lobo frontal do hemisfério esquerdo são mais estreitos. Na maioria da 
população, o hemisfério esquerdo possui uma relação maior para controlar a mão 
direita, linguagem, habilidades numéricas e científicas e raciocínio. O hemisfério 
direito é mais importante para o controle da mão esquerda, imaginação e 
sensibilidade artística. São nos lábios do sulco calcarino que encontramos o centro 
cortical da visão (MACHADO, 2014).
Na região periférica do cérebro, observa-se a substância cinzenta, também conhecida 
como córtex cerebral. Você se recorda que ela possui essa coloração devido à presença 
de corpos de neurônios, fibras amielínicas e neuróglia? Já na região central encontra-
se a substância branca, a qual é formada por fibras mielínicas e neuróglia.
O córtex cerebral é uma delgada camada que reveste a substância branca. É 
considerada como uma das regiões mais importantes do sistema nervoso, pois a 
substância cinzenta é o local de chegada dos impulsos de todas as vias de sensibilidade 
que se tornarão consciência e eles serão interpretados. Dele partem os impulsos 
nervosos que geram os movimentos voluntários e também a relação psíquica. Os 
neurônios e as fibras estão espalhados de várias formas, em diversas camadas, o que 
dá uma característica muito complexa e heterogênea ao córtex cerebral.
ISTO ESTÁ NA REDE
Caro estudante, assista a este vídeo do fisioterapeuta Rogério Gozzi, sobre a 
anatomia do cérebro. https://www.youtube.com/watch?v=xx8dKwRtvM8
Já a substância branca tem a função de passar os impulsos nervosos entre os 
giros de um mesmo hemisfério, dos giros de um hemisfério ao giros correspondentes 
do hemisfério oposto, bem como entre outras regiões do encéfalo e medula espinal. 
Na superfície externa do cérebro, é possível observar as fissuras e os sulcos que 
servem como referência para a subdivisão dos hemisférios cerebrais em regiões menores, 
isto é, em lobos e giros. De maneira simplificada, os giros são as protuberâncias do 
cérebro e os sulcos são fendas que delimitam os giros. 
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Cada um dos hemisférios cerebrais é dividido em cinco lobos (frontal, parietal,temporal, occipital, insular), pelos sulcos. Os lobos frontal e parietal são separados 
pelo sulco central. Anterior ao sulco central, encontra-se o giro pré-central, que possui 
a área motora primária. Posteriormente ao sulco central, observa-se o giro pós-central, 
local que contém o córtex somatossensorial primário (MACHADO, 2014).
4.1.1.1 Telencéfalo
Os lobos foram nomeados de acordo com os ossos do crânio em que se encontram, 
ou seja, o lobo frontal relaciona-se com o osso frontal, o lobo temporal com o osso 
temporal, o lobo occipital com o osso occipital e o lobo parietal com os ossos parietais. 
Mas e o lobo insular? Esse lobo situa-se internamente ao sulco lateral.
O lobo frontal é o maior de todos. Com relação aos giros na vista lateral presentes 
no lobo frontal, temos o giro pré-central (entre o sulco central e o sulco pré-central), 
onde se encontra a principal área motora do cérebro. Também está presente o giro 
frontal superior (superior ao sulco frontal superior que continua na face medial do 
cérebro), o giro frontal médio (entre os sulcos frontal superior e frontal inferior), que 
está envolvido na motivação, e o giro frontal inferior (inferior ao sulco frontal inferior). 
O giro frontal inferior do hemisfério esquerdo também é chamado de giro de Broca, 
apresentando o centro cortical da palavra falada.
Título: Lobos cerebrais, sulcos e giros.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1306_Lobes_of_Cerebral_CortexN.jpg
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O lobo frontal participa de algumas funções intelectuais, como:
• raciocínio
• planejamento do futuro
• pensamento abstrato
• comportamento sexual e agressivo
• atenção
• memória
• linguagem
• coordenação dos movimentos voluntários
• ala expressiva
• personalidade
• impulso.
Ele também é responsável por manter a interação entre diversos tipos de estímulos 
de informações ao mesmo tempo e, posteriormente, resgatar tal informação de acordo 
com as próximas exigências das ações intelectuais (MIRANDA NETO, 2012).
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
A lesão do lobo frontal, de modo geral, leva à perda total ou parcial da capacidade 
para resolver problemas e para planejar o início de ações, como atravessar a rua ou 
responder a uma pergunta complexa (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
O lobo temporal possui relação com:
• audição
• olfato
• linguagem
• memória
• comportamento emocional (raiva, hostilidade)
• comportamento sexual
• ordenação do pensamento. 
Não devemos nos esquecer de que o lobo temporal do hemisfério dominante está 
relacionado com a interpretação dos significados complexos das experiências sensoriais 
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e pelo estado da consciência. Também é responsável pelo padrão básico determinado 
culturalmente, definindo o que representa ser do sexo feminino ou masculino em uma 
dada sociedade.
ANOTE ISSO
Nesse lobo, também acontece a discriminação integrada dos estímulos sensitivos 
que vieram das áreas auditivas secundárias, visuais e somatossensoriais, o que 
possibilita o reconhecimento de forma consciente das experiências vivenciadas 
e a seleção de quais informações formarão a memória (MARTINI; TIMMONS; 
TALLISCH, 2009).
No lobo parietal, está localizado o córtex somatossensorial, região que recebe e interpreta 
os impulsos relacionados a algumas sensações, como dor, tato, pressão, temperatura, 
propriocepção e paladar. Também está associado ao uso de símbolos como meio de 
comunicação e a fala receptiva. Participa da confirmação dos movimentos já realizados 
e da decisão de quais movimentos deverão ser realizados para concluir seu objetivo.
Já o lobo occipital ocupa uma pequena parte da face superolateral do cérebro, 
apresentando pequenos sulcos e giros irregulares e inconstantes. O papel do lobo occipital 
está direcionado para a visão. Nele, encontra-se o córtex visual e o córtex de associação 
visual. Ele também realiza atividades associadas aos lobos parietal e temporal, no que diz 
respeito aos movimentos de seguimento optocinético e fixação dos olhos. Proporciona 
funções complexas de reconhecimento, associação visual, revisualização, visão das cores, 
do tamanho e formato dos objetos, bem como de orientação visual.
ISTO ESTÁ NA REDE
Não é tão complexo quanto parece. Assista a este vídeo para lhe ajudar. https://
www.youtube.com/watch?v=Zdi5JNvLS3M
Por fim, o lobo insular está associado à percepção e geração de respostas emocionais, 
mas também apresenta grandes conexões com quase todas as regiões do cérebro 
(devido à sua localização), por meio dos fascículos. Tal fato justifica as relações do 
lobo insular com a linguagem, funções neurovegetativas e o córtex motor suplementar.
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Título: Lobo insular.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brain_lobes_-_insular_lobe.png
ANOTE ISSO
Em resumo, as regiões do cérebro que se localizam anteriormente ao sulco central 
estão relacionadas com a motricidade, já as regiões que estão posteriores a esse 
sulco relacionam-se com a sensibilidade (MIRANDA NETO, 2012).
4.1.1.2 Núcleos da Base
O termo é usado para representar um número de massas nucleares subcorticais que 
se encontram na região basilar inferior dos hemisférios cerebrais (MIRANDA NETO, 2012).
Os núcleos da base são massas de substância cinzenta dentro da substância 
branca. Eles são formados pelo corpo estriado (sua maior parte), núcleo caudado 
(formato alongado e arqueado) e lentiforme (putâmen e globo pálido). Envolvidos na 
iniciação e modulação dos movimentos, são estruturas localizadas profundamente, 
que recebem impulsos do córtex cerebral, onde são interpretados e voltam para o 
córtex por meio do tálamo. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Vamos aprender mais sobre os núcleos da base? Assista ao vídeo do canal do 
Youtube, Neurofuncional. https://www.youtube.com/watch?v=6JUjr8hNPfM
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Estes núcleos estão relacionados aos movimentos subconscientes dos músculos 
esqueléticos (como o balançar dos membros superiores durante a marcha) e também 
regulam o tônus muscular para músculos específicos, o comportamento sexual e a 
agressividade. Por consequência de sua forma, o núcleo caudado e o putâmen pálido 
também são chamados em conjunto de corpo estriado.
Título: Núcleos da base.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Basal_Ganglia_lateral.svg
• Núcleo caudado e lentiforme: sua função está relacionada com a motricidade. 
O caudado é considerado o maior núcleo que recebe os impulsos dos núcleos 
da base (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
• Putâmen: sua função está relacionada à regulação dos movimentos amplos 
(grosseiros). Tem influência sobre a aprendizagem.
• Globo pálido: sua função está relacionada ao controle de movimentos voluntários 
subconscientes.
• Corpo amigdalóide: amígdala. Sua função está relacionada ao medo.
4.1.1.4 Diencéfalo
O diencéfalo é composto pelas seguintes estruturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo 
e subtálamo. É encoberto pelo telencéfalo, que você estudou anteriormente, sendo 
localizado medialmente, e forma, portanto, o núcleo central do encéfalo. Sua atuação 
ocorre por meio do sistema nervoso autônomo (que estudaremos no capítulo 6), pois 
coordena as atividades de vida vegetativa, como a fome, o sono, a temperatura e a 
sede, além da motricidade, comportamento emocional e sensibilidade.
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• Tálamo: possui um formato oval, com quatro centímetros de comprimento, 
sendo composto principalmente de massas de substância cinzenta organizada 
em núcleos, os quais são pontos de transmissão dos impulsos sensitivos que 
chegam de outras regiões do SNC ao córtex cerebral (MIRANDA NETO, 2012).
• Hipotálamo: considerado uma estrutura muito pequena, com um centímetro 
quadrado.Ocupa uma posição anterior no diencéfalo, ao longo das paredes 
do III ventrículo, estando inferiormente ao sulco hipotalâmico e ao tálamo e 
superior à hipófise. O III ventrículo divide as duas partes do hipotálamo. Formado 
por um grupo de núcleos de substância cinzenta e tratos de fibras, possui 
muitas ligações com regiões do sistema nervoso. Por isso, podemos dizer que 
quase todas as vísceras do nosso corpo dependem do hipotálamo para alguns 
aspectos de controle. O hipotálamo possui diversas funções, como: regular 
a homeostase; controlar a divisão do sistema nervoso autônomo e funções 
viscerais, regulando o sistema nervoso parassimpático; participar do sistema 
límbico, estando envolvido nas emoções e resposta de raiva; regular o apetite, 
pois representa o centro de saciedade do encéfalo; regular a temperatura e sede; 
regular a lactação, produzindo ocitocina; regular a resposta ao stress; regular a 
função cardiorrespiratória; produzir dopamina, que inibe a secreção de prolactina; 
produzir β-endorfinas; controlar a liberação de hormônios da adenohipófise; 
produzir vasopressina; controlar o ritmo circadiano, por influência da glândula 
pineal.
Título: Tálamo, hipotálamo, infundíbulo e hipófise.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1806_The_Hypothalamus-Pituitary_Complex-esp.jpg
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• Subtálamo: é uma pequena estrutura localizada na face posterior do diencéfalo 
na região de passagem para o mesencéfalo. Acima do subtálamo, encontra-se 
o tálamo. Relaciona-se com funções motoras.
• Epitálamo: possui estruturas não endócrinas e endócrinas. A glândula pineal 
é a porção endócrina que mais se destaca (estudaremos ela no capítulo do 
sistema endócrino). Os núcleos da habênula, a comissura das habênulas, a 
comissura posterior e as estrias medulares formam a parte não endócrina do 
epitálamo. Essas estruturas não endócrinas (menos da comissura posterior) estão 
vinculadas com o sistema límbico, controlando o comportamento emocional.
ISTO ESTÁ NA REDE
Conheça mais sobre o diencéfalo, no vídeo do canal do Youtube Anatomia Fácil. 
https://www.youtube.com/watch?v=-qVY4ld6AGE.
4.1.2 Cerebelo
O cerebelo está localizado na fossa craniana posterior, atrás da ponte e do bulbo 
(separado deles pelo IV ventrículo. Para você ter uma ideia, a proporção do peso 
do cerebelo para o cérebro de um adulto é por volta de 1:10; já em crianças essa 
proporção é de 1:20. 
ANOTE ISSO
Aproximadamente, metade dos neurônios do SNC está localizada no cerebelo. Por 
essa razão, a estrutura recebeu o nome de cerebelo, que significa em latim pequeno 
cérebro.
O cerebelo compõe uma parte considerável do circuito que une as áreas sensoriais 
às áreas motoras do encéfalo, além de suas funções na coordenação dos movimentos. 
Proporciona ajustes durante os movimentos que servem de base para a precisão e 
exatidão, além de possuir grande participação no aprendizado motor e na modificação 
reflexa (MACHADO, 2014).
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Título: Cerebelo
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cerebellum_Einteilung.png
Essa estrutura é composta por dois hemisférios localizados lateralmente, ligados 
entre si pelo verme cerebelar na linha mediana. Sua porção superior apresenta uma 
característica plana. As bordas entre o verme e ambos os hemisférios são sinalizadas 
por dobras na fissura transversa.
ISTO ESTÁ NA REDE
Estude mais sobre as áreas e funções cerebelares. https://www.youtube.com/
watch?v=mZ19rRdxN7c
Suas funções estão compostas em diversas vias aferentes e eferentes que se ligam 
ao cérebro. A via córtico ponto cerebelar é uma via aferente longa e importante do 
cerebelo. Ela inicia no córtex motor, córtex pré-motor e córtex somatossensorial. As 
vias aferentes que integram o cerebelo aos impulsos vindos dos núcleos da base têm 
sua importância, pois informam sobre a tensão muscular e articular (que são geradas 
pelos receptores de estiramento), bem como sobre a visão e equilíbrio. 
São três as vias eferentes que enviam informações para fora do cerebelo:
• Via vestibulocerebelar: atua muito bem associada aos núcleos vestibulares do 
tronco encefálico com a finalidade de manter o equilíbrio e a postura.
• Via espinocerebelar: atua na coordenação motora das extremidades dos 
membros superiores e membros inferiores, particularmente nas mãos e dedos.
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• Via cérebrocerebelar: envia impulsos no sentido dorsal até o cérebro, agindo 
na coordenação de movimentos sequenciais do corpo e membros.
4.1.3 Tronco Encefálico
Chegou a hora de falarmos sobre o tronco encefálico. Ele é essencial para a vida 
do ser humano, pois estão presentes os centros que ajudam a manter o organismo, 
como o centro respiratório e o centro vasomotor, que mantém a atividade reflexa da 
respiração e regula o tônus da parede dos vasos sanguíneos respectivamente. Ele 
possui basicamente duas funções: receber informação sensorial das regiões cranianas 
e comandar a musculatura da cabeça. 
As raízes motoras e sensitivas dos nervos cranianos entram e saem do tronco 
encefálico. Parecido com a medula espinal, o tronco encefálico serve como caminho 
para passagem de informação, já que os tratos ascendentes sensoriais e descendentes 
motores o percorrem. Os núcleos do tronco encefálico ajudam nas funções motoras 
e sensitivas específicas.
Título: Tronco encefálico.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brainstem.png
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Você sabe qual o real motivo pelo qual uma pessoa desmaia ao receber um soco 
na mandíbula? Pois bem, uma forte batida como um soco na mandíbula roda e 
torce o tronco encefálico, e isso faz com que a formação reticular seja desativada, 
mandando uma onda imediata de impulsos ao encéfalo que ocasiona em 
inconsciência (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014)..
Localizado na fossa craniana posterior com sua face anterior em cima do clivo, 
o tronco encefálico possui diversos corpos de neurônios intrínsecos, e alguns de 
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seus prolongamentos se assemelham com grupos celulares da medula espinal. Ele é 
constituído por uma rede de neurônios complexa, a formação reticular, que se amplia 
por todo seu comprimento e se prolonga inferiormente com sua correspondente espinal. 
Os neurônios da formação reticular recebem e integram estímulos que chegam do 
córtex, do hipotálamo, do tálamo, do cerebelo e da medula espinal. A formação reticular 
do tronco encefálico opera nos mecanismos de ativação do córtex, na regulação do 
sono, no processo de atenção e na integração de reflexos (MACHADO, 2014).
• Mesencéfalo: vai da ponte até a parte inferior do diencéfalo, compreendendo a maior 
parte do tronco encefálico, medindo dois centímetros de comprimento. Influencia 
no posicionamento da cabeça e dos olhos frente aos estímulos visuais auditivos, 
somáticos e visuais. Auxilia no controle dos movimentos, já que produz dopamina.
ANOTE ISSO
Toda a extensão do mesencéfalo é constituída por um grande núcleo de substância 
nigra (também conhecida por negra), o qual contém as principais ligações com os 
núcleos da base, que exerce influência em pessoas com a Doença de Parkinson. 
• Ponte: localizada imediatamente superior ao bulbo e anterior ao cerebelo. Ela 
interliga a medula espinal e o bulbo com o resto do encéfalo. Possui núcleos 
que ajudam a controlar a respiração. A região posterior da ponte forma parte 
do chão do IV ventrículo. Nos núcleos da ponte, as células nervosas enviam 
informações do córtex cerebral para o cerebelo, auxiliando na regulação de 
movimentos especializados.
• Bulbo: se prolonga um pouco acima do primeiro nervo cervical (C1) até o sulco 
bulbo pontino. Mede praticamente 3cm de comprimento, com 2cm de diâmetro 
em sua parte mais ampla. Transmiteimpulsos relacionados à motricidade 
voluntária. Na formação reticular do bulbo, encontra-se o centro do vômito, o 
centro vasomotor e o centro respiratório.
ISTO ESTÁ NA REDE
Mesmo pequeno, o tronco encefálico é uma estrutura complexa. Estude mais sobre 
ele. https://www.youtube.com/watch?v=ITCuY-sPTiY
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4.1.4 Medula Espinal
A medula espinal é uma massa de cilindro de tecido nervoso localizada no interior 
do canal vertebral, mas não o preenche por completo. Em um homem adulto, seu 
comprimento varia de 40 a 45 cm, porém, na mulher, o seu tamanho é ligeiramente 
menor. Ocupa os dois terços superiores do canal vertebral e pesa 30 gramas.
O limite superior da medula é feito pelo bulbo, aproximadamente na altura do forame 
magno, e seu limite inferior no adulto está ao nível da segunda vértebra lombar. A parte 
final da medula espinal se estreita e forma um cone, conhecido como cone medular, 
que continua como um delgado filamento meníngeo, chamado de filamento terminal. 
A medula possui dois papéis importantes: envia os impulsos nervosos para o encéfalo, 
bem como do encéfalo. traduz de forma limitada as informações sensitivas, gerando 
ações reflexas estereotipadas, os reflexos espinais, que não recebem intervenção dos 
centros superiores do encéfalo. Havendo necessidade, ela assume funções no lugar 
do encéfalo, por meio dos atos reflexos (MARTINI; TIMMONS; TALLISCH, 2009).
Sua espessura é variável, possuindo dois alargamentos na região cervical e na 
região lombar, designados respectivamente de intumescência cervical e intumescência 
lombar. Essas, por sua vez, se referem às regiões que ligam a medula as raízes nervosas 
que corresponde ao plexo braquial e ao plexo lombossacral. A intumescência cervical 
vai da terceira vértebra cervical até a segunda vértebra torácica, enquanto que a 
intumescência lombar vai da primeira vértebra lombar até a terceira vértebra sacral.
A superfície medular contém diversos sulcos que a atravessam por completo no 
sentido longitudinal. Temos o sulco mediano posterior (encontrado na superfície 
posterior da medula), a fissura mediana anterior (formada na superfície ventral da 
medula), o sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior (ambos se conectam com 
as raízes anterior e posterior dos nervos espinais). Na região cervical, existe o sulco 
intermédio posterior, localizado entre o mediano posterior e o lateral posterior que 
avança no septo intermédio posterior, dentro do funículo posterior.
A fissura mediana anterior e o sulco mediano posterior e um septo praticamente 
dividem a medula em parte direita e esquerda, porém ela se mantém unida por uma 
faixa comissural de tecido nervoso que possui um canal central. No final da medula, 
o grupo de raízes nervosas da região lombar e sacral é chamado de cauda equina.
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Título: Organização seccional da medula espinal
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brainstem.png
ANOTE ISSO
A medula espinal recebe fibras nervosas aferentes primárias dos receptores 
distribuídos nas estruturas somáticas e viscerais. Dela partem fibras nervosas 
eferentes para os músculos esqueléticos.
Os corpos dos neurônios pré-ganglionares estão na medula espinal e são responsáveis 
pela inervação simpática do miocárdio e músculos lisos, das glândulas, e também 
pela inervação parassimpática dos músculos lisos do final do intestino grosso, dos 
órgãos pélvicos e do tecido erétil da genitália externa.
ISTO ESTÁ NA REDE
Caro estudante, sugiro um vídeo bem legal sobre a anatomia da medula espinal. 
https://www.youtube.com/watch?v=PxcPwAB2ca8
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Na substância branca na medula, as fibras nervosas se juntam em tratos (feixes 
principais) de acordo com a direção que os impulsos nervosos são enviados e com 
os tipos de sinais que são transmitidos e respondidos (como temperatura e dor) 
(MACHADO, 2014).
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CAPÍTULO 5
SISTEMA NERVOSO 
PERIFÉRICO (SNP)
5.1 Introdução ao Sistema Nervoso Periférico
Os nervos, juntamente com gânglios e terminações nervosas, representam as 
estruturas do SNP. É por meio deles que o SNC recebe os estímulos provenientes de 
receptores que captam o ambiente que cerca o organismo. Também é por meio dos 
nervos, e em alguns casos de hormônios que viajam pela corrente sanguínea, que 
o SNC envia estímulos aos efetores (músculo liso, estriado esquelético e estriado 
cardíaco, glândulas e adipócitos).
5.1.1 Nervos
Os nervos são cordões esbranquiçados que se conectam ao SNC, formados por 
fibras nervosas (axônios). Cada fibra nervosa é revestida pela bainha de mielina, sobre 
a qual ocorre o revestimento denominado endoneuro. Várias fibras, cada uma com 
seu respectivo endoneuro, estão agrupadas em feixes nervosos, que, por sua vez, 
recebem o envoltório denominado perineuro. Por fim, para formar o nervo, todos os 
feixes são revestidos pelo epineuro (MACHADO, 2014).
Título: Estrutura do nervo.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1319_Nerve_StructureN.jpg
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Os revestimentos conjuntivos sustentam e protegem as fibras nervosas; graças a 
esses revestimentos é que os nervos são resistentes e elásticos. Através do perineuro 
e do epineuro passam vasos sanguíneos e linfáticos que vascularizam o nervo. Uma 
compreensão prolongada do nervo pode levar ao bloqueio da circulação sanguínea 
(isquemia), o que pode lesar as fibras nervosas. 
É interessante notar que os nervos são vascularizados, mas não são inervados. 
Isso quer dizer que, quando se estimula diretamente o nervo, ou quando é lesado, o 
indivíduo terá a sensação de que o estímulo ou a lesão ocorreu na região de inervação, 
como numa área de pele que pode estar muito longe do local onde se está estimulando 
diretamente o nervo (MIRANDA NETO, 2012).
Os nervos podem ser classificados funcionalmente como sensitivo, motor e 
misto. Apesar de estarem em continuidade anatômica e funcional com o SNC, são 
considerados como parte do SNP, por se projetarem para fora do canal vertebral ou 
da caixa craniana. Os que se conectam diretamente ao encéfalo são chamados de 
nervos cranianos, enquanto os que se conectam diretamente à medula espinal são 
chamados de nervos espinais.
• Nervo sensitivo: suas fibras conduzem impulsos nervosos da periferia para o 
SNC.
• Nervo motor: suas fibras conduzem impulsos do SNC para a periferia.
• Nervo misto: apresenta fibras que conduzem impulsos nos dois sentidos. 
No corpo humano, são encontrados 12 pares de nervos cranianos (fazem conexão 
com o encéfalo) e 31 pares de nervos espinais (fazem conexão com a medula espinal) 
(MACHADO, 2014).
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
A neuropatia periférica é uma condição comum que afeta os nervos periféricos, 
responsáveis por encaminhar informações do cérebro e da medula espinal para 
o restante do corpo. A neuropatia periférica pode causar danos permanentes 
aos nervos, sendo, muitas vezes, um problema incapacitante e até mesmo fatal 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
5.1.1.1 Nervos Cranianos
São 12 pares de nervos cranianos, originados no encéfalo, responsáveis por estímulos 
motores e sensitivos e é responsável pela conexão do encéfalo com o corpo. São 
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descritos por algarismo romano e nomes. Os nomes descrevem as funções e os 
algarismos sua origem do encéfalo.
Título: Nervos cranianos.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1320_The_Cranial_Nerves.jpg
Quanto aos nervos cranianos, suas principais funções estão relacionadas no quadro 
a seguir:
Par craniano Origem aparente no encéfalo Funções
I - OLFATÓRIO Bulbo olfatório Olfato
II – ÓPTICO

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