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Conteudista: Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo Revisão Textual: Vinicius Oliveira Objetivo da Unidade: Evidenciar o processo introdutório e as principais conceituações acerca do envelhecimento humano, sob a ótica multidimensional para o sujeito. Material Teórico Material Complementar Referências Conceituação e Princípios do Envelhecimento Humano Introdução Olá, aluno(a)! Vamos iniciar esta unidade abarcando a compreensão multidimensional do processo de envelhecimento humano no cenário contemporâneo, um fenômeno reconhecido globalmente. Leia atentamente o material de estudo e as indicações complementares, pois tratam de temas indispensáveis para sua futura carreira. Bom estudo! Processo de Envelhecimento Humano: Definição, Teorias Gerais e Visão Multidimensional do Ser O perfil do idoso vem se modificando ao longo dos anos, desencadeando uma série de transformações no contexto geral do processo de envelhecimento humano. Atualmente, o número de idosos cresce de maneira alarmante e contínua, daí a necessidade de reconhecer quem são esses sujeitos. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), idoso é o indivíduo com 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais nos países desenvolvidos (OMS, 2002). 1 / 3 Material Teórico Figura 1 – Envelhecimento humano Fonte: Getty Images O crescimento da população idosa na sociedade moderna se deve a uma gama de fatores: diminuição das taxas de mortalidade infantil e de natalidade; acesso aos serviços e profissionais de saúde; avanço da indústria farmacêutica; melhora nas condições sanitárias; controle de doenças infectocontagiosas e parasitárias; desenvolvimento de novas tecnologias digitais; disseminação de práticas voltadas à promoção da saúde; e priorização da qualidade de vida, independência, bem-estar e autonomia humana, entre outras ações específicas da área da saúde que contribuíram para o aumento da expectativa de vida da população. De acordo com Alencar e Carvalho (2009), o envelhecimento é um processo inevitável, irreversível e dinâmico, associado a possíveis perdas nos mais variados aspectos que constituem o ser, enfatizando-se as vertentes biopsicossociais. Nesse sentido, o termo “vulnerabilidades” surge para caracterizar o processo de envelhecer. As vulnerabilidades se diferenciam conforme gênero, idade, classe social, raça, localidade geográfica, entre outras variáveis, e impactam a expectativa de vida humana, a qualidade de vida e a morbidade e mortalidade desse grupo populacional. Vale destacar que, em relação à última década, a expectativa de vida humana aumentou para ambos os sexos: 79 anos para mulheres e 72 para homens. Vídeos Porque Envelhecemos Assista ao vídeo a seguir, chamado “Porque envelhecemos?”, e entenda como funciona essa etapa do ciclo vital. por que envelhecemos https://www.youtube.com/watch?v=LEwje_kz8W8 No Brasil e no mundo, a população idosa tem crescido. Para o ano de 2050, a expectativa é que, pela primeira vez, os idosos ultrapassem o número de crianças e adolescentes com idade inferior a 15 anos. O processo de transição epidemiológica desencadeou o principal fenômeno demográfico do século XX: o envelhecimento populacional. Essa mudança provocou as buscas por práticas positivas nos serviços de saúde. Os idosos demandam cuidados específicos, que são um grande desafio, haja vista as doenças crônicas que podem surgir com o avançar da vida e as disfunções em órgãos e sistemas corporais que desencadeiam sintomas que afetam a qualidade de vida. Figura 2 – População Idosa Fonte: Getty Images Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2030, o índice de idosos deverá superar o de crianças e adolescentes em cerca de 4 milhões, diferença que aumentará para 35,8 milhões em 2050 (BRASIL, 2009). Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a Organização Mundial de Saúde prevê que o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas até 2025 (WHO, 2005). Até meados de 2060, a quantidade de pessoas com mais de 60 anos no Brasil chegará a 34%; atualmente, 13% da população brasileira se enquadra nessa faixa etária (IBGE, 2014). O acelerado crescimento da populacional geriátrica brasileira implica a questão da eficácia da sociedade em se adaptar a esse novo paradigma social. À medida que as pessoas envelhecem, ocorrem alterações que demandam atenção da sociedade, sobretudo no que diz respeito à saúde. A transformação da pirâmide etária global demanda pensamento crítico acerca do envelhecimento humano. Trata-se de um processo complexo e interdisciplinar, que envolve discussões da área da saúde, educação, assistência social, previdência e habitação, incluindo-se os aspectos sociais e econômicos que afetam a qualidade de vida da população idosa. Conhecidos os dados mais relevantes do tópico, é necessário considerar a visão multidimensional das demandas individuais durante o processo de envelhecimento. Vale a pena destacar que, na atuação profissional, o modelo biopsicossocial e espiritual deve ser aplicado, dada a sua importância para compreender o sujeito na sua totalidade. Figura 3 – Modelo biopsicossocial Quais são as principais características do modelo biopsicossocial e espiritual? Em essência, tal abordagem subsidia a assistência aos indivíduos, aos cuidadores, às equipes de saúde e aos familiares de maneira holística, sem enfocar única e exclusivamente a patologia. Em vez de “tratar uma doença”, esse modelo visa “cuidar de alguém de maneira global”. O cuidado se dá por meio de ações interligadas de uma equipe multiprofissional composta de profissionais de diferentes formações: médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, biomédicos, pedagogos, profissionais de educação física, entre outros. Figura 4 – Equipe Multiprofissional Fonte: Getty Images Em tal abordagem, o ato de cuidar transpassa a demanda exclusivamente médica, abrindo espaço para todos os profissionais necessários para o caso. O sujeito é visto de maneira singular, com demandas e especificidades individuais, considerando-se a relação multifatorial da enfermidade. No modelo biopsicossocial, a palavra "saúde” tem o sentido dado pela Organização Mundial de Saúde. Trata-se de um estado completo de bem-estar físico, mental e social do indivíduo, e não apenas da ausência de doença ou enfermidade (a essa concepção posteriormente foi incluído o aspecto espiritual). Reflita Você já parou para pensar no modelo biomédico? Ele é limitado e centrado em um único aspecto – a doença –, pois "saúde" é vista, exclusivamente, como a ausência de enfermidade, dor ou defeito. Em tal modelo, considera-se que o indivíduo, ao ficar doente, tem apenas alteração fisiológica, e não se aventa a possibilidade de aspectos sociais ou psicológicos serem possíveis agentes causadores. Nele o médico é o protagonista, e os outros profissionais de saúde não têm autonomia, sendo encarados como secundários. O modelo ainda supõe uma separação entre corpo e mente, como se a situação de um não trouxesse nenhum impacto ao outro. Pensando ainda no modelo biopsicossocial, a ênfase básica é proporcionar um tratamento pautado em uma assistência humanizada, acolhedora e próxima do paciente, familiar e equipe, destacando que o paciente está no centro do atendimento, ou seja, ele é o ator principal no processo de cuidar e deve ser visto na sua totalidade. Figura 5 – Cuidado Humanizado Fonte: Getty Images Vídeos Vamos ver na prática a diferença entre o modelo biomédico e o biopsicossocial? Assista a duas cenas clássicas do filme Patch Adams: o amor é contagioso. Na primeira cena, você verá como é o tratamento pautado Modelo Biomédico: Modelo Biopsicossocial: exclusivamente pela doença, sem o mínimo de humanização. Na cena seguinte, você verá um exemplo de como olhar o paciente em sua totalidade. Palestra Motivacional - Cena Patch Adams Cena Inesquecível : Patch Adams - O Amor é Contagioso https://www.youtube.com/watch?v=0bhK5DiacNA https://www.youtube.com/watch?v=T09TGuDyiQw Hoje em dia, apesar de suas contribuições e ações em nível social, familiar, educacional, laboral, etc., a população idosa enfrenta estereótipos e preconceitos. A discriminação por idade contra o idoso pode repercutir de modo negativo em sua saúde e seu bem-estar, acentuando sua vulnerabilidade e fragilidade física, social e mental, além de reduzir sua autonomia e participação na sociedade contemporânea. Importante! A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que o processo de envelhecer é um conjunto de ações sequencial, individual, cumulativo, irreversível, universal, não patológico de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torna menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente. As equipes de atenção multiprofissional em saúde devem se nortear pelas iniciativas em prol do envelhecimento ativo e digno. Entre elas: Como visto, a seguridade social é necessária para o processo de envelhecimento humano. Esse sistema de proteção social, criado em 1988, abrange três programas sociais de extrema relevância e tem como objetivo assegurar aos indivíduos os seus direitos. Esse tripé se dá pela junção dos direitos relativos à Saúde, à Previdência Social e à Assistência Social. Busca pela máxima independência e pela autonomia dos idosos; Compreensão do que se relaciona à saúde do idoso nas mais variadas vertentes; Reconhecimento da lei (direitos e deveres legais); Garantia de acessibilidade e mobilidade; Inserção de programas e políticas públicas voltadas para o envelhecimento; Condições humanas e básicas para sobrevivência; Minimização dos efeitos negativos do processo de envelhecer; Respeito pelas vontades geriátricas de modo individual e coletivo; Garantia de oportunidades diversas: emprego, acesso à cultura, lazer, sistemas educacionais; Seguridade Social (conhecimento sobre tal temática); Acesso global às oportunidades de desfrutar dos direitos humanos básicos e viver com dignidade; Suporte aos cuidadores, para que possam prestar cuidados adequados e também cuidem da própria saúde. Figura 6 – Tripé da Seguridade Social Fonte: Adaptado de ssvpbrasil.org Previdência Social: de caráter contributivo, retributivo e compulsório, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção por: incapacidade, idade avançada, tempo de contribuição, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente (Lei 8.212/91; Lei 8.213/91; Decreto 3.048/99) – 100 milhões de brasileiros; Assistência Social: a seguridade cuida gratuitamente dos hipossuficientes, ou seja, daqueles sem condições de proverem o próprio sustento de forma permanente ou provisória, sem exigir deles qualquer contribuição. É a política social que provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à pessoa idosa e à pessoa com deficiência, independentemente de contribuição à Seguridade Social; Saúde: é direito de todos e dever do Estado, ou seja, o Estado deve prover para cada brasileiro tudo que ele precisar para a manutenção da sua saúde, desde aferição de pressão arterial, sessões de fisioterapia sem custo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), remédios, inclusive os de alto custo que não existem na farmácia pública, até cirurgias de urgência. Vale destacar que nesse cenário o indivíduo é visto em sua singularidade, dotado de necessidades e especificidades. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Ao pensar no idoso, o profissional deve identificar, de maneira ampla, as condições de saúde e o estado global do sujeito, ou seja, levar em consideração seu nível satisfatório de independência funcional e não apenas a ausência de determinada patologia. Vejamos em detalhe, então, três aspectos importantes para a compreensão da pessoa idosa, a saber: capacidade funcional, independência e autonomia. Leitura Lei nº 8.212 Saiba mais sobre a Lei Orgânica da Seguridade Social. Capacidade funcional tem relação direta com as atividades básicas, instrumentais e avançadas da vida diária dos indivíduos, bem como com a mobilidade exercida pelo sujeito. Envelhecer mantendo a integridade desses aspectos é um dos objetivos centrais para ter uma boa qualidade de vida; Autonomia é a capacidade de tomar decisões e gerenciar a vida, ou seja, ter controle sobre os próprios desejos; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm Um modelo moderno de assistência de saúde geriátrica necessita da união de uma gama de ações que envolvem os aspectos educacionais, além de conhecimento e inserção de paradigmas que abarquem promoção da saúde, prevenção de doenças evitáveis, autocuidado em saúde, busca pela melhor evidência científica, visão multidimensional das questões biopsicossociais e espirituais, envolvimento familiar e social, laços de rede de apoio e suporte, estratégias de estabelecimento do percurso assistencial voltadas para o sujeito (de modo individualizado e condizente com suas reais queixas e necessidades), olhar humanizado e pautado pela eficácia e eficiência enfatizando a integralidade do cuidado, com protagonismo da pessoa idosa. Assim, possivelmente, a atenção em saúde voltada para o idoso será mais condizente com as necessidades que surgem com o envelhecimento. Vivenciar, de modo bem-sucedido, essa fase do ciclo vital ainda requer a junção de três categorias de condições: Independência é a habilidade de realização, sem auxílio de outros indivíduos, das atividades cotidianas. Fraca probabilidade de doenças, em particular as que acarretam perda de autonomia; Manutenção de alto nível funcional nos planos cognitivos e físico (envelhecimento otimizado); Conservação de compromisso social e de satisfatório bem-estar subjetivo. Importante! A partir do momento em que a presença da população idosa se torna mais perceptível na sociedade, não só pelo crescimento numérico e Ao longo da unidade, você pôde perceber como a imagem da pessoa idosa e as conquistas desse grupo populacional foram se aprimorando no decorrer do tempo. O paradigma de saúde do idoso se sustenta na ideia de funcionalidade, que passa a ser vista como um dos mais importantes atributos do envelhecimento humano, pois envolve a interação entre as capacidades física, psíquica e cognitiva para realização de atividades no dia a dia. Para afirmar tal mudança relacionada à pessoa idosa e abandonar a imagem de fragilidade e perdas severas, o símbolo de identificação de lugares preferenciais para o idoso não pode ser mais pejorativo, ou seja, representar indivíduos com 60 anos ou mais como cidadãos frágeis, sem qualidade de vida ou incapazes. estatístico como também pela melhoria do nível de vida de parte dessa parcela populacional, aumenta a demanda por serviços especializados de todas as instituições. Figura 7 – Alteração visual da representação da população idosa Fonte: senado.leg.br Há, ainda, três aspectos importantes do processo de envelhecimento humano que é preciso mencionar. São eles: a senescência, a senilidade e o envelhecimento ativo. Senescência: é um processo fisiológico, morfológico e funcional, relacionado com o envelhecimento sadio, em que acontece o declínio físico e mental de modo lento e gradativo; ocorre geralmente a partir dos 65 anos, e as transformações não são produzidas por patologias, e sim por mudanças orgânicas, funcionais e psicológicas características desse processo. Senilidade: trata-se de um processo patológico que pode surgir com o processo de envelhecimento, porém não está condicionado a ele, o qual se caracteriza pela presença de doenças crônicas e outros fatores que comprometem a funcionalidade e a qualidade de vida humana; essas alterações não são normais do envelhecimento e Figura 8 – Envelhecimento ativo Fonte: Getty Images correspondem a um declínio gradual que atinge órgãos e sistemas corporais, trazendo prejuízos para o cotidiano. Envelhecimento ativo: é o conceito mais atual no que tange ao processo de envelhecimento humano e abrange a otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com intuito de buscar, de modo multidimensional e integral, a melhora da qualidade de vida à medida que as pessoas vão envelhecendo. Envelhecer de modo ativo permite que os sujeitos identifiquem a pluralidade dos potenciais das dimensões do bem-estar físico, social e mental ao longo das etapas da vida, o que engloba quesitos básicos que permeiam os diversos pilares sociais. A palavra “ativo” não se refere somente à manutenção do estado físico do indivíduo ou à prática de atividade física, mas também à participação contínua nas diversas demandas sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis. A Organização Mundial de Saúde prioriza a disseminação desse modelo para os idosos de todo o planeta. Você percebeu quantas temáticas podem ser exploradas quando se fala na pessoa idosa? Esta disciplina introduz elementos de modo a construir o idoso em sua totalidade. A seguir abordaremos a relação do idoso com o núcleo familiar e as redes sociais de apoio. Família, Rede Social de Suporte e Afetividade O conceito de família transpassa uma gama de possibilidades. Família é uma representação em que existe a união entre indivíduos que possuem laços sanguíneos, de convivência e/ou baseados no afeto. Para a Constituição brasileira, o conceito de família abarca diversas maneiras de organização fundamentadas na relação afetiva entre seus membros. Porém, não se trata de Importante! Todos os seres vivos enfrentam pelo menos duas etapas do ciclo vital: o nascimento e a morte. Assim, para promover uma senescência saudável e evitar a senilidade, determinados fatores são relevantes para a manutenção da vida humana, como ter uma alimentação balanceada, realizar regularmente atividade física, manter vínculos de suporte e rede social, prestar atenção à própria saúde, vivenciar oportunidades de lazer, potencializar a manutenção dos aspectos biopsicossociais. Tudo isso afeta de maneira positiva o processo de envelhecimento. um conceito rígido, engessado ou imutável. Ao longo das décadas, o conceito de família vem adquirindo diversos significados. Nesse sentido, a família se destaca por ser um grande pilar de apoio múltiplo para os sujeitos, incluindo a pessoa idosa, visto que esse indivíduo pode ser autônomo e independente e também o contrário, quando demanda maior atenção, cuidados de baixa, média ou alta complexidade, e também pode ser um alicerce fundamental que fomenta a rede de apoio em saúde. O núcleo familiar é considerado espaço prioritário de permanência e cuidado com a saúde multidimensional do idoso. Ademais, para entender a amplitude do processo de envelhecer, é necessário perceber a singularidade desse núcleo e dos atores envolvidos, bem como a história de vida, a realidade familiar, econômica, social e cultural. Você Sabia? Nos dias atuais, após diferentes pautas de setores distintos da sociedade, o direito brasileiro destaca que a constituição familiar se baseia no afeto. Essa compreensão substitui o conceito segundo o qual a família é a junção de um homem e uma mulher no matrimônio com a finalidade de procriação. Você Sabia? Tradicionalmente, no Brasil, são maiores os índices de mulheres que realizam o ato de cuidar. Em qualquer etapa do ciclo vital, a mulher, por diversos motivos, se dispõe mais a exercer o papel de cuidadora nos pilares familiares. Figura 9 – Tipos de família Fonte: Freepik Trocando Ideias... Vamos identificar alguns tipos de família e suas características: Família matrimonial: constituída por meio do matrimônio (casamento); Família informal: formada por união estável; Família monoparental: constituída por um pai ou uma mãe com seu(s) filho(s), por exemplo: mãe solteira e seu(s) filho(s); Família anaparental: sem pai e mãe, formadas apenas pelos irmãos; Família reconstituída: os pais são separados, têm filhos e começam a viver com outro(a) parceiro(a), que também tem filhos; Família unipessoal: formada por apenas uma pessoa (um viúvo ou uma viúva, por exemplo); Família paralela: a pessoa constitui duas relações momentâneas, por exemplo, uma pessoa casada que também possui outra união estável; Família eudemonista: edificada exclusivamente pelo afeto e solidariedade de uma pessoa com outra, visando ao crescimento mútuo e, principalmente, à felicidade. Percebeu como a família pode ser constituída de diversas maneiras? A pessoa idosa pode se enquadrar nesses mais variados modelos. Porém, vale ressaltar sempre que a transformação social é contínua e dinâmica, e outros modelos podem surgir com o passar do tempo. Um dos principais problemas relacionados ao envelhecimento humano é o isolamento social, bem como os sentimentos de solidão. Comumente, nessa etapa do ciclo vital, a pessoa idosa pode perder parcial ou totalmente sua capacidade funcional. Com suas capacidades diminuídas, há culturalmente a expectativa de receberem cuidado, atenção e respaldo dos filhos ou netos, o que nem sempre ocorre, pois cada núcleo familiar possui suas regras, conceitos, índoles e modelo social. No Estatuto do Idoso (2003), porém, afirma-se claramente o seguinte: - BRASIL, 2003, art. 3º “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade, do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.” Além da família ser uma rede de suporte importante, os vínculos sociais diversos ganham destaque na vida da pessoa idosa. Entende-se rede de suporte social da seguinte maneira: Vídeos Titãs – Família Você já ouviu a canção “Família”, da Banda Titãs? Analise a letra da canção, que trata sobre um dos temas da disciplina. Titãs - Família (Acústico MTV) Rede: conjunto de relações sociais e institucionais que o indivíduo vai construindo ao longo das etapas do ciclo vital; https://www.youtube.com/watch?v=kh0EwVPfb2k Figura 10 – Rede de suporte Fonte: Getty Images Outro tipo de suporte muito comum na vida da pessoa idosa é a rede social pessoal, assim definida por Sluzki e Berliner (p. 10, 1997): Suporte: a função primordial da rede é prover apoio para as mais variadas necessidades do sujeito (isso se reflete na saúde, no bem-estar e na qualidade de vida). “Soma de todas as relações que um indivíduo percebe como significativas ou define como diferenciadas da massa anônima da sociedade, responsável pela Observe a seguir como a pessoa idosa pode ser dotada de redes de suportes variadas, tanto em nível formal quanto informal, ampliando-se o cuidado para a multidimensionalidade do ser e reduzindo-se as vulnerabilidades diversas que podem ocorrer nessa etapa do ciclo da vida. Figura 11 – Suportes formais e informais à pessoa idosa O ser humano se constrói como um indivíduo global por meio das suas relações sociais. É praticamente impossível conseguir viver nos espaços que edificam a sociedade moderna do modo único, isolado e centrado do individualismo. É em grupos diversos, em relações de amizade, de vínculos afetivos, que surgem sentimentos de pertencimento. Assim, estimular a convivência fomenta sensações e emoções positivas e manter uma relação proximal com uma identidade, bem-estar, capacidade de enfrentamento das situações de crises. É também conhecido como mapa mínimo: família, amizades, relações de trabalho ou estudo, relações comunitárias, de serviços/instituições.” rede de apoio, além de permitir o acesso aos recursos afetivos e de auxílio mútuo na comunidade, contribui para o aumento da sensação de pertencimento e de ser reconhecido, acolhido e protegido, o que afeta diretamente a saúde biopsicossocial e espiritual. Chegamos ao final desta Unidade! Para empoderar ainda mais seu conhecimento sobre as temáticas estudadas, leia os conteúdos complementares e assista aos vídeos sugeridos. Assim você ampliará sua visão sobre nosso objetivo de estudo. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Início da Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030) nas Américas 2 / 3 Material Complementar Início da Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030) nas A… https://www.youtube.com/watch?v=VwkRk1N2AAg Envelhecimento Humano: Quando Começar? O Trabalho do Assistente Social com Idosos – ILPI Envelhecimento ativo, como e quando começar? O trabalho do Assistente Social com Idosos - ILPI https://www.youtube.com/watch?v=j5fb3-7xRvE https://www.youtube.com/watch?v=NRyMjRXu0dU Família – EnvelheSer – Sala de Notícias – Canal Futura Leitura Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo. O Idoso e a Família - EnvelheSer - Sala de Notícias - Canal Futura https://www.youtube.com/watch?v=WlUeg80KbXU ACESSE OPAS – Década do Envelhecimento Saudável nas Américas (2021-2030) Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo. ACESSE OPAS – Envelhecimento Saudável Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo. ACESSE https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf https://www.paho.org/pt/decada-do-envelhecimento-saudavel-2021-2030 https://www.paho.org/pt/envelhecimento-saudavel ALENCAR, M. S. S.; CARVALHO, C. M. R. G. O envelhecimento pela ótica conceitual, sociodemográfica e político-educacional: ênfase na experiência piauiense. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 13, n. 29, p. 435-444, 2009. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/icse/2009.v13n29/435-444/pt>. Acesso em: 4/10/ 2021. BRASIL. Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Lei Orgânica da Seguridade Social. 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