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13
OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE
Sara Ozéas dos Santos¹
Daniela Alvin²
	
RESUMO
São muitos os ganhos produzidos pela atividade física tanto na saúde como no bem-estar geral do idoso. Todavia, observa-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre como e porque esses efeitos ocorrem. Saber responder essas perguntas aos idosos é fundamental para convencê-los a realizarem exercícios físicos diariamente. Para ajudar na resposta dessas dúvidas o trabalho teve como objetivo principal identificar e compreender quais são os benefícios psicológicos e sociais que a atividade física traz para os idosos. Entende-se que a literatura voltada para a atividade física para idosos, historicamente, tem se preocupado com os aspectos biomédicos deixando em segundo plano os âmbitos psicológicos e sociais (OKUMA,1998). O estudo é de caráter bibliográfico, analisando e discutindo as ideias dos autores na área do envelhecimento, da velhice e da atividade física. Percebeu-se que são muitos os benefícios psicológicos e sociais da atividade física para os idosos, dentro deles destacamos: redução no nível de ansiedade nos indivíduos que se exercitam regularmente, um aumento na sensação de bem-estar, alegria e sociabilização nos praticantes de atividades física. 
Palavras-chave: Atividade física. Benefícios. Envelhecimento. Idoso. Qualidade. 
1. INTRODUÇÃO
As pessoas constroem e reconstroem conceitos, conforme os períodos históricos, sendo que cada fase representa necessidades e adaptações específicas. A maturidade é tida como a fase final na qual a pessoa já se afirmou pessoal e profissionalmente. Sendo assim, a sociedade vem construindo e reconstruindo ideologias, reconhecendo o potencial dessa parcela da população que identifica a necessidade dos idosos em permanecerem na ativa. 
Esta é uma primazia favorável para o mercado de trabalho, para a família e para a própria manutenção do indivíduo, pois desse modo mantêm-se e ampliam-se as relações interpessoais. A sociedade está num processo de evolução bastante rápido, junto às tecnologias de informação decorrentes da informatização. A comunicação ficou mais ágil e precisa, as pessoas vêm se sobrecarregando cada vez mais de atividades, sejam pessoais ou profissionais, o que dificulta a convivência familiar e comunitária. 
O desenvolvimento da tecnologia e o avanço desacerbado, em tempos passados, seria enlouquecedor para nossos ancestrais. Esse desenvolvimento, movimento de mudanças e formas de vida exigem certa capacidade e novas adaptações da pessoa no cotidiano. 
Com o avanço da medicina, a expectativa de vida do idoso teve um aumento significativo, consequentemente ele passa a ter melhora na qualidade de vida. Com o acesso a atividades físicas e o avanço da medicina, a vida deste idoso está mais ativa, aliada à necessidade de autonomia.
A sociedade contemporânea está se preparando para atender adequadamente essa parcela da população. A falta de estrutura ainda é bastante evidente, o choque intergeracional demonstra o quanto a sociedade precisa avançar. 
Estamos em um momento em que os idosos acompanham de forma bastante ativa a evolução das tecnologias de Informação – TICs. A era digital, para alguns idosos, ainda é algo distante e complicado, enquanto que para outros é uma ferramenta cotidiana.
Compreender a totalidade do contexto psicossocial e biológico desta etapa de vida nos proporciona refletir estratégias que farão com que os idosos estabeleçam e alcancem seus objetivos, levando em consideração suas limitações, potencialidades e as reais necessidades. É importante destacarmos que existem no país projetos referentes à inclusão social, a qual possibilita aos idosos a inserção e permanência em programas de extensão na Universidade Aberta, onde os idosos vivenciam experiências renovadas através do processo de relações e inter-relações no contexto intergeracional.
Sabendo disso, e levando em consideração em que a população de idosos vem crescendo de forma importante no mundo e o que parecia ser um problema dos países desenvolvidos vem se reproduzindo nos países mais pobres. A atividade física aparece como uma forma de permitir que os indivíduos mais velhos tenham mais saúde e se tornem mais independentes. 
Para que isso possa ocorrer, o programa de exercícios deve ser feito com segurança, habitualmente precedido de um teste ergométrico com protocolo individualizado, com programas de atividades apresentando períodos de aquecimento e relaxamento mais longos e graduais. 
Sabe-se que os benefícios são evidentes tanto na aptidão física quanto na esfera psicológica, levando essa população a maior integração na sociedade. A adoção de um estilo de vida ativo proporciona diversos benefícios à saúde, uma vez que é considerado como um importante componente para a melhoria da qualidade de vida e da independência funcional do idoso. 
Porém, tão importante quanto investigar os benefícios biopsicossociais adquiridos pela prática da atividade física, é compreender os fatores associados que influenciam a sua adesão e manutenção. Sendo assim, a partir de uma revisão da literatura, o presente artigo tem como proposta discutir a relação entre adesão à prática da atividade física e a funcionalidade do idoso. 
O envelhecimento é um processo natural e irreversível cujas alterações determinam mudanças estruturais nos ciclos biológicos, sociais e psicológicos. Muito embora o processo de envelhecimento seja fisiológico e não uma patologia, parcela significativa da população idosa desenvolve incapacidades ou disfunções orgânicas, direta ou indiretamente associadas ao mesmo. 
O interesse por uma melhor qualidade de vida está cada vez maior e a atividade física compreende um papel determinante para a melhoria da saúde[footnoteRef:1], pois estas atividades estão diretamente ligadas com o prolongamento da vida além da satisfação pessoal devido aos ganhos biológicas, psicológicas e sociais que trazem. Vê-se nessa perspectiva mais uma área de trabalho para profissionais de educação física que está em ascendência dentro da sociedade. [1: Entende-se saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não somente a ausência de doenças ou enfermidades.] 
A procura por atividades físicas, pelos idosos, ocorre em sua grande maioria quando estes são orientados por médicos devido aos riscos de saúde, mesmo que o ideal para os idosos seja a procura como prevenção de doenças ou para outros fins, como por exemplo, psicológicos e sociais. As atividades físicas têm muito mais a nos oferecer do que apenas benefícios médicos, também nos oferecem objetivos psicológicos e sociais.
O exercício físico e o envelhecimento devem andar juntos, lado a lado com o passar dos anos, e assim as atividades visam contribuir para a conscientização, valorização do indivíduo idoso e aumento de sua autoestima, bem-estar do idoso, interagindo com os outros grupos sociais, gerando a socialização, trocas de experiência, entre outros. Os programas de atividades físicas para a terceira idade vêm se destacando cada vez mais com o passar dos anos, devido ao aumento da procura pelos idosos à atividade física. 
Nesses programas são realizadas diversas atividades, com objetivos físicos, sociais, psicológicos, entre outros. As intenções gerais desses programas são oportunizar aos idosos a socialização, realização de atividades significativas, como cognitiva, social, física e cultural, também fornecer um ambiente de trabalho ideal para que os idosos se sintam bem em realizar as atividades. 
O organismo do idoso é muito diferente do adulto jovem psicologicamente é outra pessoa distante daquela que foi quando mais jovem. Organicamente o corpo envelhece, torna-se funcionalmente lento, ocorre redução na velocidade de reação, perda da memória a curto prazo, diminuição da quantidade de massa muscular, força e resistência. 
As alterações que o envelhecimento provoca no ser humano podem ser restringidas com a prática regular da atividade física garantindo o bem-estar cotidiano da pessoana terceira idade. De todos os grupos etários, os idosos são os mais beneficiados pela atividade física. 
Entre 2010 e 2050, a expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de que a população de idosos vai triplicar no Brasil, atingindo o número de mais de 66 milhões de indivíduos. Em 2030, inclusive, o número de pessoas acima de 60 anos superará o de crianças brasileiras. Com isso, a preocupação com a qualidade de vida na terceira idade tende a ser um tema recorrente nos próximos anos.
O presente estudo foi norteado pela seguinte pergunta: O exercício físico pode melhorar a qualidade de vida de idosos? Aumenta mais a expectativa de vida? Que outros tipos de atividade fazem, ou podem fazer parte da vida de quem está na terceira idade?
A produção acadêmica que se apresenta nas próximas linhas segue uma estrutura predefinida e padronizada pela instituição, e no bojo do mesmo tem-se no item um uma introdução que traz o tema, objetivos e metodologia a ser usada, bem como a problemática que se usou como norte do referido trabalho.
 No item dois trata-se da fundamentação teórica, onde se expõe falas de estudiosos e intercalações do acadêmico em avaliação, e assim, subdividido em itens desdobrados, a saber: 
3. Análise de políticas sociais para idosos, tendo este capítulo dois subitens;
4. As atividades físicas na terceira idade;
5. Materiais e métodos;
6. Resultados e discussão;
E, por fim, mas não menos importante traz no sétimo tem as considerações finais, após este as referências. 
Ademais, a prática constante de exercício físico, devidamente acompanhado, desencadeia reações positivas na vida do idoso, influenciando o seu bem-estar psicológico. Além de uma melhora extremamente relevante na qualidade de vida e bem-estar, existem alguns benefícios da atividade física para idosos que merecem ser destacados. Dentre eles, estão o aumento da condição física, a possibilidade de se manter independente por mais tempo, o controle das transformações que ocorrem durante essa fase e a prevenção da limitação das funções.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ser humano tem a capacidade de interpretar e se adaptar a mudanças, já que o próprio envelhecimento é um processo natural que se identifica a partir das três principais fases: infância, adulta e velhice. Para reconhecer a condição do idoso, Mendes (2000, p. 22) esclarece que:
Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do homem e dá-se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada indivíduo com sobrevida prolongada. É uma fase em que, avaliando sobre sua própria existência, o indivíduo idoso conclui que alcançou muitos objetivos, mas também sofreu muitas perdas, das quais a saúde destaca-se como um dos aspectos mais afetados.
O envelhecimento é um processo de vida que vem sendo alvo de estudos e pesquisas no mundo inteiro, pois a expectativa de vida desta parcela da população tem aumentado significativamente, como também a qualidade de vida, condições de acesso à saúde, lazer, cultura e, por que não dizer, trabalho, o que vem contribuir para que o idoso viva mais e melhor.
 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2010) apresenta que, hoje, temos no Brasil aproximadamente 21 milhões de pessoas na faixa de 60 anos ou mais, representando assim 11% da população total. Portanto, os estudos indicam que em 2025 teremos uma população de 32 milhões de pessoas na terceira idade, isto é, com 60 anos ou mais de idade, pontuando no ranking mundial a sexta posição de país com mais pessoas na longevidade. 
A estimativa do IBGE é de que para cada grupo de 100 jovens abaixo de 15 anos teremos 50 pessoas em idade de 65 anos ou mais. Dados do IBGE (2010) mostram que as pessoas estão vivendo mais, o grupo com 75 anos ou mais teve o maior crescimento relativo (49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa.
Os idosos representam uma parcela da população com maior vulnerabilidade na questão saúde, tendem a ter mais problemas e com maior gravidade. Precisam de muito mais atenção, contudo, passam a refletir nos lares, nas famílias, a necessidade básica, como também toda a adaptação de cuidados que devem ter com esta pessoa neste ciclo de vida, buscando cada vez mais uma qualidade de vida. 
Nota-se que, essa parcela da população representa um desafio, pois além das necessidades fisiológicas, encontramos a dificuldade financeira, os conflitos familiares e a negação da idade, quando eles não reconhecem a necessidade de apoio e orientação de outros parentes. Esses dados retratam uma realidade preocupante na vida dos idosos, que é o envelhecimento sem qualidade e a carência nos aspectos político e social, os quais dão suporte ao envelhecimento saudável.
A manutenção de qualidade de vida de um idoso depende do modo que viveu e vive neste momento, e esse envelhecimento pode ser amenizado através de um equilíbrio que inclui alimentação, hábitos saudáveis e exercício físico. 
Com base em Sandy e Diogo (2015), percebe o envelhecimento como parte da vida de todas as pessoas, podendo nessa visão ser conceituado de três formas: velhice cronológica, que diz respeito ao atingimento da idade de 65 anos, onde o indivíduo pode ser afastado do trabalho; velhice funcional, onde está associado às limitações. Termo empregado erroneamente. 
Mesmo que a maior parte da sociedade apresenta esta visão, a velhice não significa necessariamente limitação ou incapacidade de uma pessoa e por fim; a velhice como etapa vital, termo empregado para expressar uma visão moderna do processo de envelhecimento, vista como uma fase positiva do desenvolvimento individual e social. 
Para De Vitta (2000), modificações tornam-se também evidentes com o envelhecimento no sistema musculoesquelético com a respectiva diminuição no comprimento, elasticidade e número de fibras. Também é notável a perda de massa muscular e elasticidade dos tendões e ligamentos (tecidos conectivos) e da viscosidade dos fluidos sinoviais. 
Pesquisa realizada por Santos e Pereira (2006), verificou-se benefícios da prática regular de exercícios na vida do idoso. Segundo os autores, práticas tais como hidroginástica e musculação contribuem na musculatura, reduzindo assim o risco de quedas e adicionando a eficiência na pratica de atividades da vida diária. 
Mas para que a população idosa tenha seus direitos garantidos conforme a constituição e até mesmo na lei supracitada, é preciso que o idoso viva bem, participando de programas sociais e atividades que prezem pela sua qualidade de vida. Sendo assim, para tentar minimizar ou mesmo retardar o processo de envelhecimento, a atividade física vem sendo indicada como parte fundamental nos programas mundiais de promoção da saúde. 
Ressaltando que:
Outros benefícios para a vida do idoso relativos à prática regular de exercícios físicos é a melhoria na capacidade aeróbica, reduzindo os riscos da osteoporose, e as dores oriundas de inflações nos tendões, músculos e articulações. Também são apontados melhora na coordenação motora, maior flexibilidade, maior equilíbrio, velocidade nos reflexos, sem falar da sensação de bem-estar que os exercícios propiciam. (WERNET e BELLANI, 2011). 
Neste sentido, justifica-se a presente pesquisa, pois a qualidade de vida é essencial durante toda a vida do sujeito, mas para que isso ocorra também na terceira idade é preciso atentar para programas sociais que focalize nas atividades físicas, com cuidado especial aos idosos.
2.1 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS IDOSOS
São considerados idosos os indivíduos acima de 65 anos de idade. Porém, segundo publicação da OMS de 1984, essa idade foi diminuída em alguns anos em certos países do Leste Europeu e determinados países em desenvolvimento. Isso é justificado pela quantidade de pessoas que conseguem atingir faixas etárias mais elevadas nessas regiões e pelas próprias características anatômicas e fisiológicas desses grupos, ligadas intimamente aos fatores sociais, econômicos e culturais. 
Várias são as classificações utilizadaspara esse grupo etário, algumas utilizando apenas o fator idade cronológica e outras a idade fisiológica. Também aparecem classificações que levam em conta a presença ou não de patologias. Os idosos não formam um grupo homogêneo. A maior parte das pessoas apresenta deterioração em sua condição física entre as idades de 65 e 85 anos. Com isso, uma maneira simples de classificação é aquela que divide os idosos com base na idade cronológica: “idoso jovem” (65 a 75 anos de idade), “idoso médio” (75 a 85 anos) e “muito velho” (maior que 85 anos). 
Essa classificação ignora as diferenças potenciais de indivíduos da mesma faixa etária, que apresentem características fisiológicas bem diferentes. Pelo fato de existirem diferenças interindividuais de treinamento físico, saúde e genética, essa análise nos dá muitas vezes uma falsa impressão da verdadeira capacidade funcional do idoso. A classificação funcional conseguiu reunir os grupos de modo mais uniforme, principalmente quando o objetivo é a prescrição de um programa de treinamento. 
3. ANÁLISE DE POLÍTICAS SOCIAIS PARA IDOSOS NO BRASIL
O processo de envelhecimento apresenta reflexões no campo social, econômico, biológico e comportamental, gerando assim um grande desafio para as políticas sociais, a fim de que se melhorem as condições de vida do idoso em diversos aspectos. No Brasil, as discussões em torno do envelhecimento foram influenciadas pelas diretrizes internacionais da Organização Mundial da Saúde e Organização das Nações Unidas que contribuíram para a implementação de políticas específicas voltadas para esse segmento.
Dentre os fatores responsáveis por esse aumento da expectativa de vida, resultando na longevidade da população, está a queda na taxa de fecundidade, associada ao uso de métodos contraceptivos e à inserção da mulher no mercado de trabalho; os avanços tecnológicos, principalmente, no campo da saúde, a implementação de políticas sociais específicas para esse segmento, entre outros fatores (VERAS, 2003). 
Essa realidade representa um grande desafio gerado pelas demandas sociais e econômicas, implicando na necessidade de adoção de políticas sociais específicas para melhorar as condições de vida dessa população. As políticas sociais para o segmento idoso, no Brasil, são recentes e sofreram influências de organismos internacionais na sua elaboração e implementação, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU). 
As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pela emersão do envelhecimento na agenda social como um problema social e político relevante. Esse período foi marcado por discussões em torno da criação de políticas sociais públicas para os idosos (LOBATO, 2012). 
A publicização da velhice contribuiu para o surgimento de demandas específicas em torno de direitos e no interior da política. Essa nova emersão do envelhecimento à cena pública não se deve apenas ao seu crescimento numérico, mas aos processos de pressão, de reivindicações de instituições, profissionais da área, inclusive de organizações internacionais responsáveis pela problematização das questões relativas ao envelhecimento. 
A primeira política que regulamenta direitos específicos para esse segmento foi resultado desses encontros e debates que foram realizados por meio de vários seminários que culminaram no documento intitulado “Políticas para a Terceira Idade nos anos 90”, que originou mais tarde, em 1994, na Política Nacional do Idoso - Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994. 
A partir dessa política, várias outras foram sendo instituídas, com destaque para o Estatuto do Idoso - Leis nº 10.741, de 03 de outubro de 2003. Nesse sentido, questiona-se qual concepção de velhice é expressa nesses documentos? Consideramos que a velhice é um fenômeno histórico, social, cultural, político, psicológico que perpassa as trajetórias de vida pessoal e social e que deve ser compreendida em determinados tempo, espaço, classe social, relações de gênero e de etnia, dentre outras variáveis.
O envelhecimento da população é uma realidade atual que provoca mudanças e desafios que o Estado brasileiro terá que enfrentar. Os desafios são múltiplos e se encontram em diversos setores da estrutura social brasileira como: seguridade social e previdência, saúde, educação, habitação, trabalho, renda e desenvolvimento urbano. 
Cabe ao governo central formular políticas públicas para o atendimento das demandas provocadas pelo envelhecimento populacional brasileiro, bem como construir uma legislação eficiente, que irá proteger os indivíduos que envelhecem no país e, principalmente garantir os seus direitos sociais, políticos e civis, culminando na expressão máxima que é a cidadania plena.
4. AS ATIVIDADES FÍSICAS NA TERCEIRA IDADE 
São muitos os ganhos produzidos pela atividade física tanto na saúde como no bem-estar geral do idoso. As práticas regulares de atividades físicas trazem benefícios que buscam dar ao idoso condições para que envelheçam com uma melhor qualidade de vida, dando oportunidades ainda de se sentirem inseridos dentro da sociedade o que, consequentemente, tornam os idosos mais resistentes às doenças. O idoso deve sentir vontade própria de praticar atividades físicas e não somente buscar essas atividades quando forem indicados por médicos devido a problemas de saúde. 
Como o número de idosos tende a aumentar com o passar dos anos, os profissionais deverão estar cada vez mais preparados para atender está “nova” clientela, pois a busca pela melhor qualidade de vida tende a aumentar. 
A atividade física não deve ser útil somente quando os idosos necessitam por que correm riscos de vida devido a problemas de saúde, e sim, deve estar sempre presente no cotidiano do indivíduo que está envelhecendo, pois trará muitos benefícios psicológicos e sociais que irão prevenir ou diminuir os riscos de problemas de saúde que podem vir a ocorrer na velhice. (OKUMA, 1998; MAZO, 2001) 
Os programas de atividade física para idosos têm como um dos objetivos dar-lhes um ambiente de lazer, onde pratiquem as atividades físicas sem o constrangimento por serem mais velhos, fora de forma, como acontecem em academias. Assim deixando o idoso mais à vontade para realizar a atividade física, se sentindo melhor com os outros idosos, com os professores e principalmente consigo próprio.
Existem cada vez mais evidências científicas apontando o efeito benéfico de um estilo de vida ativo na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. A prática regular de atividade física na terceira idade proporciona aos idosos diversos benefícios, tanto na perspectiva social e psicológica, quanto fisiológica.
Corroborando, LEITE, 1996 diz que: 
Com a atividade física há uma melhoria no sistema cardiovascular, nos pulmões, no sistema respiratório, músculos, além da atividade mental. Sem a atividade física há o sedentarismo e a inatividade, conduzindo ao envelhecimento precoce causando sintomas, distúrbios metabólicos, diminuindo a resistência e causando enfermidades.
A atividade física poderá ter o sentido de retardar, impedir e melhorar os problemas fisiológicos que costumam surgir com o avançar da idade. Fatores importantes a serem trabalhados na atividade física para a terceira idade são: redução postural, força muscular, mobilidade articular, equilíbrio, coordenação capacidade aeróbia, respiração e relaxamento. 
Para Martins (1990), o ingresso do idoso a um programa adequado de atividade física significa a obtenção de bem-estar emocional e físico, redução progressiva da arteriosclerose, ajuda a controlar o peso corporal, permite que o ancião mantenha uma vida ativa independente, auxilia na manutenção de qualidade de vida, minimizando os problemas osteomusculares dependentes do reumatismo degenerativo. 
Para garantir um efeito benéfico das atividades físicas para o idoso, é de vital importância que, tanto o professor quanto o próprio idoso estejam atentos para a reação de cada parte do corpo na realização dos movimentos, observando as limitaçõese respeitando a individualidade fisiológica de cada um. 
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Para contemplar os objetivos descritos nessa pesquisa foi utilizado um estudo com abordagem qualitativa. 
A expressão “pesquisa qualitativa” segundo Neves (1996) compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam descrever e decodificar os componentes de sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distancia entre o indicador e o indicado, entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação. 
O sentido de pesquisa qualitativa de acordo com André (1998) é constituir-se enquanto a tentativa de interpretação dos significados que os sujeitos dão as suas ações em lugar de mensuração quantitativa de características experimentais. Sendo assim, consiste na escolha correta de métodos e teorias oportunas, no reconhecimento e na análise de diferentes perspectivas, nas reflexões dos pesquisadores a respeito de sua pesquisa.
Deste modo, a escolha da abordagem qualitativa justifica-se por considerá-la a adequada para o presente estudo, uma vez que prioriza a análise de várias informações no contexto que está sendo pesquisado, reconhecendo e valorizando as variáveis que as relações humanas apresentam. 
A pesquisa foi desenvolvida em um único momento, onde consistiu no levantamento bibliográfico para construção da fundamentação teórica, visando conhecer os principais estudos sobre o tema. 
Para Marconi e Lakatos (1999),
Toda pesquisa deve basear em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem sucedida de um problema. A teoria, sendo instrumento de ciência, é utilizada para conceituar os tipos de dados a serem analisados. Para ser válida, deve apoiar-se em fatos observados e provados, resultantes da pesquisa. A pesquisa dos problemas práticos pode levar à descoberta de princípios básicos e, frequentemente, fornece conhecimentos que têm aplicações imediatas.
A pesquisa qualitativa traz um verdadeiro sentimento de importância para o pesquisador, pois correlacionam estudos e prática cotidiana do fazer pedagógico dos seus docentes, sendo um vínculo direto entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, a qual não se traduz desse jeito em números, pois não demostra e nem mede números e unidades. 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse contexto, abordando que a atividade física está relacionada ao movimento corporal e gasto energético, onde necessariamente não obtêm auxílio de um profissional. Idosos realizam mais atividades físicas com o avanço de sua idade, assim a dança além de ser considerada atividade física é uma manifestação artística, e um método que idosos buscam para ter uma boa qualidade de vida.
A atividade física além de evitar efeitos colaterais de medicamentos, favorece aos idosos benefícios físicos como: o aumento da energia, a melhora da resistência cardiovascular, a redução do peso corporal, como também reduz a tensão muscular, a depressão e a ansiedade (MIRANDA; GODELI, 2003). 
A prática de atividade física na terceira idade é fundamental devido ao declínio das funções fisiológicas do nosso organismo, pois faz parte do processo de envelhecimento. Todo organismo vivo possui um período limitado de vida e nele ocorrem mudanças fisiológicas com o decorrer do tempo que caracterizam o processo de envelhecimento. 
O envelhecimento populacional é um grande desafio para a saúde pública contemporânea por ser uma fase com doenças próprias do envelhecimento e que hoje ganham maior expressão na sociedade. Para torná-lo saudável é importante incluir na vida diária atividades de promoção à saúde, entre elas as atividades físicas regulares e manter hábitos que melhoram as condições de vida. 
De acordo com Maciel (2010) a prática de atividade física é um importante caminho para se alcançar um objetivo, na qual esse objetivo é a manutenção da capacidade funcional do idoso, podendo ser trabalhada ao longo da vida. Priorizando e desenvolvendo as capacidades nos idosos irá proporcionar a essa população uma série de benefícios específicos à saúde.
Neste artigo foi observado que conforme o ser humano envelhece, ocorre no organismo diversas alterações funcionais como alteração das capacidades físicas, fisiológicas, psicossocial e cognitiva que podem ser retardadas através de exercícios físicos como a hidroginástica, considerando que a atividade física na terceira idade não é só importante para aumentar as capacidades físicas e prevenir doenças, mas também para livrar-se das depressões e melhorar o convívio com a sociedade. 
O idoso que pratica qualquer atividade física se envolve com pessoas da mesma idade e características, sentindo-se mais aceito por essa sociedade que muitas vezes excluem essa população com idade mais avançada.
6. CONCLUSÃO
A velhice é uma situação natural para todos. Ao chegar nessa faixa etária de vida, é essencial que o idoso viva de forma saudável e a inclusão de atividades físicas em sua rotina de vida é fundamental, pois além de promover benefícios ao estado psíquico deste sujeito, visto que é considerada também uma atividade de lazer, o hábito de praticar atividades físicas na terceira idade contribui na minimização dos efeitos da idade como doenças crônicas, cardíacas e ligadas principalmente estrutura muscular. Portanto, conclui-se que programa de exercício para o idoso eleva sua expectativa de vida e com qualidade.
O número de pessoas idosas vem aumentando muito rapidamente na população mundial, isso se dá devido a vários fatores como a queda da taxa de mortalidade, a redução da taxa de fecundidade e o avanço da medicina. Na minha opinião observa-se uma preocupação crescente em relação aos interesses sociais para com os dos indivíduos da terceira idade, ou seja, há uma intenção de proporcionar um maior bem-estar geral ao idoso. 
Desta forma, surge uma nova área de atuação ao profissional de educação física que se preocupa em intervir junto a esse segmento social: os programas de caráter sócio educacional. Entendemos que o processo de envelhecimento é inevitável para todo ser vivo e que envelhecer bem, sem ônus para a saúde física, mental, psicológica e social, depende de uma ampla gama de condições objetivas. 
Nesse contexto, destaca-se a importância da atividade física e do papel dos profissionais de educação física no desenvolvimento de programas adequados aos interesses e necessidades dos idosos, de forma a conscientizá-los sobre sua prática de forma permanente e sistemática. A prática de atividades física por parte dos idosos traz benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais. 
Dentre esses benefícios, particularmente em relação a nossa problemática de estudo, pode-se destacar a influência na redução de frustrações e tensões, na liberdade das emoções reprimidas; o combate a ansiedade e depressão, aumentando a autoestima e deixando o indivíduo mais animado; um maior relacionamento social, diálogo, comunicação e cooperação entre os participantes das atividades. 
De modo geral, fica claro que a prática regular de atividade física busca dar aos indivíduos condições para que envelheçam com uma melhor qualidade de vida. Fazendo com que não se sintam inúteis e desprezados, e que a vida não perca o sentido com o passar dos anos, em outras palavras, que se sintam inseridos na sociedade. Proporcionar ao idoso um equilíbrio entre o meio onde está inserido e a saúde, e com isso tornar o idoso mais resistente a doenças.
 Em função de que o estudo teve por análise os ganhos sociais e psicológicos ao idoso verificou-se que as atividades mais recomendadas são as que levam o indivíduo a encontrar outras pessoas. Pela discussão das ideias principias dos autores, referentes aos efeitos psicológicos e sociais verificamos que as atividades mais recomendadas são: dança, hidroginástica, atividades de lazer e recreação (jogos, esporte, jogos de tabuleiros e cartas, entre outros), caminhada e ginástica.
Os profissionais da área devem cada vez mais buscar alternativas para que a população idosa sejatratada com maior respeito e que tomem consciência que a prática de uma atividade física só lhe trará benefícios, aumentando sua qualidade de vida. 
Conclui-se que as práticas regulares de atividades físicas trazem benefícios que buscam dar ao idoso condições para que envelheçam com uma melhor qualidade de vida, dando oportunidades ainda de se sentirem inseridos dentro da sociedade o que, consequentemente, tornam os idosos mais resistentes às doenças. O idoso deve sentir vontade própria de praticar atividades físicas e não somente buscar essas atividades quando forem indicados por médicos devido a problemas de saúde
REFERÊNCIAS
______. Ministério da Justiça. Política Nacional do Idoso. Lei 8.842, 1994.
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1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Educação Física. 
2 Professora Tutora do Curso Licenciatura em Educação Física. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso (LEF 0183/3)

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