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SAÚDE DAS MULHERES Módulo de Acolhimento e Avaliação Projeto Mais Médicos para o Brasil 31° Ciclo do PMMB OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar a Polí.ca Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres • Discu.r sobre planejamento familiar e reprodu.vo • Discu.r sobre a atenção à saúde da gestante e o atendimento pré-natal • Discu.r sobre as principais intercorrências na gestação • Abordar os aspectos legais e direitos na gestação • Discu.r sobre o combate à violência contra a mulher • Discu.r a prevenção do câncer ginecológico. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS MULHERES (PNAISM) PNAISM • O documento da PNAISM incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípios norteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento reprodutivo, na atenção ao abortamento inseguro e aos casos de violência doméstica e sexual. Além disso, amplia as ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas, nas suas especificidades e necessidades. • É acima de tudo uma proposta de construção conjunta e de respeito à autonomia dos diversos parceiros – entes fundamentais para a concretização das políticas – enfatizando a importância do empoderamento das usuárias do SUS e sua participação nas instâncias de controle social. PNAISM Questões fundamentais na elaboração da PNAISM • Conceituar as ações de saúde da mulher como política e não mais como programa, por entender que, conceitualmente, o termo política é mais abrangente que o termo programa, para ressaltar a resposta governamental a determinados problemas de saúde de certos grupos específicos, neste caso as mulheres • Introduzir e visibilizar novas “necessidades” de saúde das mulheres, até então ausentes das políticas públicas; • Introduzir ações para segmentos da população feminina, todavia sem visibilidade social; • Definir fontes de recursos e responsabilidades nos diversos níveis do sistema, de acordo com as diretrizes do SUS e os instrumentos de gestão adotados pelo Ministério da Saúde; • Introduzir nas políticas a transversalidade de gênero, o recorte racial-étnico e as especificidades das mulheres que fazem sexo com mulheres. Obje5vos Gerais • Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garanFa de direitos legalmente consFtuídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção e assistência e recuperação da saúde em todo o território brasileiro • Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie • Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde Objetivos Específicos • Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras de infecção pelo HIV e outras DST. • Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento reprodutivo para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde. • Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes • Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual. • Promover, conjuntamente com o Departamento Nacional de DST/Aids, a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/Aids na população feminina. Objetivos Específicos • Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina. • Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de gênero • Implantar e implementar a atenção à saúde da mulheres no climatério • Promover a atenção à saúde das mulheres idosas, negras, das trabalhadoras do campo e da cidade, das mulheres indígenas e das mulheres em situação de prisão. • Fortalecer a participação e o controle sociais na definição e implementação das políticas de atenção integral à saúde das mulheres. ATENÇÃO ÀS MULHERES NO CLIMATÉRIO ATENÇÃO ÀS MULHERES NO CLIMATÉRIO • O envelhecer é um processo biológico, não patológico, exigindo dos profissionais da saúde o cuidado pautado em princípios é=cos aliados a competências relacionais, aconselhamento, orientações e educação para a saúde e a qualidade de vida • O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodu=vo para o não reprodu=vo, ocorrendo habitualmente entre os 40 e 65 anos. É uma fase biológica da vida da mulher e um período de mudanças psicossociais, de ordem afe=va, sexual, familiar e ocupacional. • A menopausa, marco do período climatérico, é a interrupção permanente da menstruação e o diagnós=co é feito de forma retroa=va, após 12 meses consecu=vos de amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos de idade (MS, 2016). • A confirmação do climatério e da menopausa é eminentemente clínica, sendo desnecessárias dosagens hormonais. DEFINIÇÕES IMPORTANTES Ainda sobre os Sintomas, lembrar que: • Muitas mulheres passam pelo climatério sem queixas, mas outras podem apresentar queixas diversificadas e com intensidades diferentes. A irregularidade menstrual é universal e os fogachos e suores noturnos também são bastante frequentes, típicos deste período. É importante enfatizar que as queixas que mais interferem na qualidade de vida da mulher no climatério são as de ordem psicossocial e afetiva. • O envelhecer é um processo biológico, não patológico, exigindo dos profissionais da saúde o cuidado pautado em princípios éticos aliados a competências relacionais, aconselhamento, orientações e educação para a saúde e a qualidade de vida. ABORDAGEM TERAPÊUTICA • FOGACHOS • ALTERAÇÃO DO SONO • Resfriar o ambiente • Roupas adequadas • Aumentar número de banhos • Aumentar hidratação • Dieta saudável e controle de peso • Exercícios físicos regulares • Cessação do tabagismo • Respiração lenta e profunda • Controlar fogachos noturnos • Evitar cafeína • Evitar exercício 3 horas antes de dormir • Reduzir exposição a telas • Evitar cochilos NÃO-FARMACOLÓGICA – a depender do sintoma apresentado ATROFIA UROGENITAL o Usar lubrificante íntimo/óleo vegetal o Incentivo à prática sexual regularTRANSTORNO PSICOSSOCIAL TERAPIA HORMONAL DIRETRIZES ATUAIS A TH é o tratamento mais efetivo para o tratamento dos sintomas vasomotores e de atrofia urogenital no pós-menopausa. É especialmente indicada para mulheres sintomáticas abaixo de 60 anos ou com menos de 10 anos de menopausa. A dose, a via, a duração e o regime da TH para tratamento dos sintomas devem ser individualizados. A dose hormonal deve ser ajustada para a menor dose eficaz e menor tempo de uso (5 anos). Menores doses de TH podem reduzir os sintomas suficientemente com manutenção da qualidade de vida das mulheres. QUEM TRATAR? O início de terapia estrogênica após 10 anos da menopausa e/ou em mulheres com idade superior a 59 anos deve ser evitado devido à associação com aumento do risco de doenças cardiovasculares nesses grupos de mulheres. A Sociedade Brasileira de Geriatria chama a atenção quanto à evidência científica forte de que “está contraindicada a prescrição de terapia de reposição de hormônios como terapêutica antienvelhecimento com os objetivos de prevenir, retardar, modular e/ou reverter o processo de envelhecimento; prevenir a perda funcional da velhice; e prevenir doenças crônicas e promover envelhecimento e/ou longevidade saudável (nível de evidência A).” Contraindicações da TH ABSOLUTAS: • Câncer de mama • Câncer de endométrio • Sangramento genital não esclarecido • Doença arterial coronariana e cerebrovascular • Antecedente de doença tromboembólica • Porfirias • Doença hepática grave RELATIVAS: • HAS e DM não controlados • Endometriose • Miomatose uterina PLANEJAMENTOFAMILIAR E REPRODUTIVO PRINCÍPIOS GERAIS • Fortalecimento dos direitos sexuais e reproduYvos. • Ações educaYvas prevenYvas e clínicas que incluam e valorizem a parYcipação do homem. • GaranYa de direitos iguais de consYtuição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal e de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade (Lei 14.443 /2022, alterando Lei 9263 de 12/01/1996). SAÚDE REPRODUTIVA • Implica que a pessoa possa “ter uma vida sexual segura e saFsfatória, tendo autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo. • Devem, portanto, ser ofertados a homens e mulheres adultos, jovens e adolescentes, informação, acesso e escolha a métodos eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis. PLANEJAMENTO REPRODUTIVO • Designa um conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais podem auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e adolescentes, com vida sexual, com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas que se preparam para iniciar sua vida sexual. Abordagem IMPORTANTE!!!!!! A escuta qualificada deve ser centrada na pessoa e no seu discurso e guiada pelas suas necessidades. ABORDAGEM ORIENTAÇÃO EM SAÚDE MÉTODOS DISPONÍVEIS NO SUS ÍNDICE DE FALHA CRITÉRIO DE ESCOLHA CRITÉRIO DE ESCOLHA CRITÉRIO DE ESCOLHA CRITÉRIO DE ESCOLHA CRITÉRIO DE ESCOLHA AOC e Minipílula AC Injetável Anticoncepção de Emergência Deve ser usada preferencialmente nas primeiras 48h. Se tomada nas primeiras 24 horas a chance de uma gravidez fica em torno de 0,5 a 1%. Após 72h os índices de falha aumentam substancialmente. Após o quinto dia não tem mais indicação de uso. Deve ser usado apenas em situação de emergência e de forma esporádica. Seu uso repetitivo aumentam a chance de gravidez indesejada, bem como irregularidade do ciclo menstrual Indicação do Preservativo: SEMPRE!!!! ATENÇÃO À SAÚDE DA GESTANTE MORTALIDADE MATERNA MORTALIDADE MATERNA REDE CEGONHA Linha de Cuidados que assegura: • Às mulheres, direito • ao planejamento reprodu.vo • a atenção humanizada na gravidez, parto, abortamento e puerpério • Às crianças, direito • ao nascimento seguro • crescimento e desenvolvimento saudáveis Diretrizes da Rede Cegonha 1. Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do PRÉ-NATAL. 2. Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro. 3. Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao Parto e nascimento. 4. Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade. 5. Garantia da ampliação do acesso ao planejamento produtivo. ATENDIMENTO DA GESTANTE • Acolhimento • Captação Precoce • Organização dos atendimentos • Pré-Natal ATENDIMENTO DA GESTANTE • Rodas de Gestantes • Puerpério • Papel da Equipe de Saúde • Atendimento da gestante ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO • Evitar um dia fixo de atendimento Pré Natal, dando preferência a uma Agenda Flexível, em dia e horários variados • EsFmular a parFcipação da parceria em todas as consultas, aproveitando o momento para vínculo e estabelecimento de cuidado. • Criar uma roFna de atendimento similar entre os profissionais de saúde da Unidade , respeitando-se as Diretrizes Clínicas´já insFtuídas. CONSULTA PRÉ-NATAL PRIMEIROS PASSOS • Confirmação do diagnóstico de gravidez • Cadastramento no SISPRENATAL • Registro dos dados no prontuário e na caderneta da gestante • Classificação de risco gestacional. • Vinculação com a maternidade de referência (se possível) PARTO HUMANIZADO • Movimento que visa reposicionar a mulher como protagonista no momento do parto. • Construção compartilhada do plano de parto. • Direito a presença de acompanhante. PARTO HUMANIZADO • CríFca a procedimentos invasivos e sem, ou com pouca evidência cienwfica: • Episiotomia • Kristeller • Vitamina K no recém nascido • Aspiração no recém nascido FATORES DE RISCO Permitem acompanhamento na APS • Idade < 15 ou > 35 anos • Situação familiar insegura • Não aceitação da gravidez • Múltiplas cesáreas • Infecção urinária • Anemia leve a moderada Exigem acompanhamento compartilhado • Diabetes • Anemia falciforme • Antecedente de TVP • Anemia grave (hemoglobina < 8) • Polidramnia • Oligodramnia • Síndromes hipertensivas PERIODICIDADE DAS CONSULTAS Lembre-se... • Em algumas situações esse acompanhamento deverá ser diário... • O acompanhamento precisa ser adaptado às realidades locais e sempre que possível multiprofissional. LEMBRAR… ❖ Tentar fazer no mínimo 06 consultas ( 01 no primeiro trimestre, 02 no segundo e 03 no terceiro). ❖ A cada consulta de acompanhamento deve ser reavaliado o Risco Gestacional. ❖ A parFr de 41 semanas , mesmo em gestações de risco habitual, já fazer o acompanhamento comparFlhado com o local escolhido para o Parto. ❖ Não existe “Alta do Pré Natal” e mesmo quando a Gestação é classificada como de Alto Risco e a gestante encaminhada ao PNAR, o acompanhamento conFnua sob responsabilidade da ESF e também sendo feito na UBS. Caderneta da Gestante Rotina de exames na primeira consulta CONDUTAS GERAIS • Suplementação de ferro e ácido fólico • ferro elementar (40 mg/dia); • ácido fólico (400 µg/dia ou 0,4 mg/dia). • Utilizar no período pré-gestacional até o final da gestação. • Realizar Consulta Odontológica Calendário Vacinal da Gestante Lembrar também do Pré Natal do Parceiro… INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO Condições clínicas de iden=ficação de maior risco na gestação atual Diagnóstico Clínico e Laboratorial Valores de Hb abaixo de 11g/dl e/ou Hematócrito abaixo de 33% em qualquer período gestacional. Condição que deve ser tratada devido ao aumento do risco de resultados adversos na gestação , como pré eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto pré termo, hemorragia pós parto,maior mortalidade perinatal e materna Causas mais comuns de Anemias na Gestação Anemias por deficiência da absorção de Ferro ( Anemias Ferroprivas) Anemias por deficiência de Vit B12 Anemias por Deficiência de Ácido Fólico Anemias Hereditárias ( Anemia Falciforme, Talassemias) Tratamento da Anemia Ferropriva Existem várias formulações à base de ferro e deve-se estar atento à equivalência de cada formulação. A dose de 30 mg de ferro elementar, em geral, é disponibilizada em 150 mg de sulfato ferroso, 90 mg de fumarato ferroso e 250 mg de gluconato ferroso. Valor da Hemoglobina Tratamento de 09 a 11g/dl 160 a 200mg de Ferro Elementar de 07 a 09g/dl e IG > 16 semanas Ferro endovenoso <07g/dl Transfusão e encaminhamento ao PNAR As síndromes hipertensivas são a intercorrência clínica mais comum da gestação e representam a principal causa de morbimortalidade materna no mundo. Atentar-se para a técnica correta de aferição da PA Quando fazer profilaxia? Se presença de 01 Fator de Alto Risco ou 02 Fatores de Baixo Risco, prescrever a partir da semana 12 e até a Semana Gestacional 36 100mg de AAS e 01g de Carbonato de Cálcio(02comp de 500mg) Classificação e Definições 1- Hipertensão Arterial Crônica- Hipertensão relatada e aferida antes da vigésima semana de gestação 2- Hipertensão Gestacional: Hipertensão na segunda metade da gestação, em gestante previamente normotensa, porém sem proteinúria ou manifestação de outros sinais/sintomas relacionados à préeclâmpsia (PE) 3-Pré-eclâmpsia: identificação de hipertensão arterial, em gestante previamente normotensa, a partir da 20ª semana de gestação, associada à proteinúria significativa.Na ausência de proteunúria, mas com comprometimento de orgão alvo ou comprometimento placentário. 4- Eclâmpsia é a ocorrência de convulsões tônico-clônicas generalizadas, de coma ou de ambas, durante a gravidez ou o puerpério,em gestantes com pré eclâmpsia, que não estão relacionadas com outras doenças do sistema nervoso central. 5-Síndrome HELLP:O acrônimo HELLP significa hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia: • Hemograma (particularmente hematócrito, hemoglobina e plaquetas). • Desidrogenase láctica (DHL). • Bilirrubinas totais. • Creatinina. • Transaminase oxalacética (TGO/AST). Rotina Mínima de Exames, além dos já preconizados DIAGNÓSTICO DE ECLÂMPSIA E PRÉ ECLÂMPSIA Proteinúria • >300 mg/24h • Relação proteinúria/crea.núria > 0,3 • Fita reagente com uma ou mais cruzes de proteína Suspeita de Eclâmpsia • Cefaléia persistente • Visão turva • Dor abdominal • Alterações laboratoriais • Plaquetopenia • Ácido úrico >6,0mg/dl • Alteração TGO TGP TRATAMENTO Alguns Aspectos Importantes Todo caso confirmado de Pré Eclâmpsia deve também ser acompanhado pelo PNAR Se a Gestante apresenta quadro de PE Grave com PAS>ou igual a 160 e ou PAD > ou igual a 110 ou apresenta sinais sugestivos de iminência de Eclâmpsia, deve ser encaminhada com Urgência para Atendimento Hospitalar para que seja Sulfatada ( Sulfato de Magnésio). A IG limite para interrupção da Gestação será com 37 semanas. Pré Eclâmpsia não se configura numa indicação absoluta de Cesariana, sendo inclusive preferível o PN, quando possível. A hiperglicemia materna é uma das condições mais comuns na gravidez. No Brasil estima-se que 18% das Gestações atendidas no SUS atinjam critérios diagnósticos atuais para DMG. Hiperglicemia na gestação aumenta o risco de morbidade materna e perinatal, com repercussões em médio e longo prazo, tanto para a mãe como para o seu filho. DIABETES GESTACIONAL DIAGNÓSTICO • Rastreamento universal, independentemente da presença de fator de risco. • Glicemia de jejum (GJ) na primeira consulta de pré-natal. • Glicemia de jejum ≥126 mg/dL: diabetes mellitus diagnosFcado na gestação (diabetes prévio); • Glicemia de jejum entre 92 mg/dL e 125 mg/dL: diabetes mellitus gestacional. • Para pacientes com glicemia de jejum <92 mg/dL no 1º trimestre: realizar teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com 75 g, entre 24 e 28 semanas, com avaliação da GJ, G1h e G2h Valores de Referência do TOTG JEJUM menor que 92mg/dl PÓS 01H 180mg/dl PÓS 02H 153mg/dl 01 valor alterado já fecha o diagnóstico. Na impossibilidade de realização do TOTG-75g, frente a recursos escassos, pode-se repetir a glicemia de jejum entre 24 e 28 semanas, mantendo os mesmos valores de referência usados no 1º trimestre. TRATAMENTO Medidas não Farmacológicas Adequação Nutricional- 40 a 55% de carboidratos , 15 a 20% de proteínas e 30 a 40% de Lipídios Realização de Atividades Físicas Medidas Farmacológicas Insulina- Na dose de 0,3 a 0,5UI/kg/dia fracionadas em duas ou três aplicações. DIABETES GESTACIONAL A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria (espiroqueta) Treponema pallidum. Ainda é uma infecção de transmissão sexual (IST) muito frequente, com potencial acomeFmento grave do feto e do recém-nascido. Tanto a Sífilis na Gestação quanto a congênita aumentaram muito na úlFma década. De 2010 a 2019, a taxa de SC passou de 1,4 para 8,2 casos por 1.000 nascidos vivos (NVs) em consequência do aumento de sífilis em gestantes (de 3,5 para 20,8 casos por 1.000 NVs). Quadro Clínico/Manifestações clínicas Lesão inicial apesar de típica, difícil de ser diagnosticada, devido regressão espontânea. Manifestações cutâneas apresentando lesões pleomórficas, podendo ser facilmente confundida com outras patologias. Num QC típico teremos: Infecção pelo Treponema—Aparecimento de lesão ulcerada após cerca de 07 a 21 dias—Desaparecimento da Ùlcera—Aparecimento de Rash disseminado após 45 a 60 dias com manifestações sistêmicas inespecíficas, que também desaparecem de forma espontânea—a partir daí inicia-se a fase latente tardia… Diagnóstico na Gestação Na Gestação a positividade do Teste Rápido (TR) o qual faz parte da rotina de atendimento pré natal, já na primeira consulta, e é um Teste Treponêmico, com altíssimas sensibilidade e especificidade, autoriza o tratamento para Sífilis em Gestantes sem histórico de tratamento anterior. Importante salientar que, mesmo após tratamento correto, não ocorrerá negativação do TR, situação semelhante à dos outros testes treponêmicos, como TPHA ou FTA-Abs O VDRL deve ser solicitado e usado nesses casos para controle da resposta terapêutica; Alguns Pontos Importantes. Na Gestante sempre vamos considerar o TTO para Sífilis Tardia ou latente, fazendo o Esquema de 7.200.000 UI. A parceria sempre será tratada com o mesmo esquema. Qualquer nível de Titulação positiva de VDRL indica também tratamento para a Gestante. O único tratamento eficaz para proteção do Feto é com a Penicilina . Em caso de alergia à Penicilina Benzatina está indicada a dessensibilização da Gestante em ambiente hospitalar, com posterior aplicação. CONTROLE DE CURA VDRL mensal na gestação Após gestação: • A cada 3 meses no 1º ano • A cada 6 meses até a estabilização dos wtulos • Títulos devem cair progressivamente até permanecerem negaFvos ou inferiores a 1:8 • Se wtulos permanecerem baixos e estáveis em 2 oportunidades após um ano, pode ser dada alta Entre 70 e 90% dos casos de toxoplasmose em pacientes imunocompetentes são assintomáticos ou apresentam sintomas inespecíficos comuns a doenças como dengue, citomegalovírus ou mononucleose infecciosa. Apenas em 02 Grupos a infecção pelo Toxoplasma Gondii pode causar sérias complicações: Pacientes Imunossuprimidos e Gestantes, pelo risco de Infecção Congênita do concepto, podendo acarretar abortamento, partos prematuros e /ou malformação fetal , principalmente se exposto no primeiro trimestre. Condutas de Acordo com Cenários Possíveis Cenário 1: IgG e IgM negativos: Gestante Susceptível. Orientações quanto prevenção à exposição ao T. Gondii. Cenário 2: IgG + e IgM - Compatível com infecção pregressa adquirida há, pelo menos, seis meses. Cenário 3: IgM positivo independentemente do resultado da IgG, deve ser interpretada como infecção aguda, com indicação para iniciar intervenção medicamentosa. -3a: IgG negativo– Fazer imediatamente Espiramicina 03g/dia e Repetir Sorologia de 02 a 03 semanas.Caso persista IgG negativo, considerar como falso positivo e suspender medicação. Caso o IgG positive: Idade Gestacional menor que 16 semanas : Continua Espiramicina e encaminha ao PNAR se maior que 16 semanas : Substitui Espiramicina pelo Esquema Tríplice com Sulfadiazina 03g dia, Pirimetamina 50mg dia e Ácido Folínico 10 a 20 mg, 3x semana Cenário 4: IgM e IgG Reagentes IG<16 Sem: Iniciar Espiramicina e solicita Avidez: Se Alta, descarta-se infecção na gestação atual e suspende medicação. IG>16 Sem: O teste de avidez não muda conduta devendo a Gestante fazer o Esquema Tríplice com a Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido Folínico BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO • Gestante com bacteriúria sintomática ou assintomática deve ser tratada. • Gestante com clínica de ITU deve ser tratada, lembrando que polaciúria e urgência podem ser fisiológicos na gestação. • Bacteriúria não tratada pode progredir para pielonefrite e trabalho de parto prematuro. • Rastreamento deve ser feito pela urocultura. • Se possível, guiar o tratamento pelo teste de sensibilidade. BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO ASPECTOS LEGAIS E DIREITOS NA GESTAÇÃO LICENÇA MATERNIDADE • Licença maternidade de 120 dias (CLT) ou 180 dias funcionários públicos ou privados, a depender da empresa. • Pode ser iniciada a partir de 36ª semana de gestação. • Empregado não pode ser demitido durante a gestação e até 5 meses após o parto, exceto em casos de “justa causa”. MUDANÇA DE FUNÇÃO • Em caso de riscos ou problemas de saúde ou do bebê. • Sem prejuízo do salário e demais direitos. • Requer atestado médico comprovando necessidade da mudançade Função. • Fica garanFda a retomada da função anterior após a licença maternidade ATESTADOS • É proibida a exigência de atestados de gravidez, esterilização e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da trabalhadora • Gestante tem direito de receber declaração de comparecimento sempre que for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame. Apresentando à sua chefia, tem direito a justificativa de falta ao trabalho. AMAMENTAÇÃO • Até o bebê completar 6 meses, a mulher tem direito de ser dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora ou por um período de uma hora, para amamentar. Deve acordar com o empregador a melhor forma de utilizar este tempo. BOLSA FAMÍLIA • Famílias beneficiárias tem direito ao benefício variável extra na gravidez e durante a amamentação. ESTUDANTES • Lei 6.202/75 garante à estudante o direito a licença maternidade sem prejuízo do período escolar. • A parYr do 8º mês a gestante pode cumprir compromisso escolares em casa. • Início e fim do afastamento serão determinados por atestado médico, apresentado à direção da escola. • Em qualquer caso é assegurado à estudante gestante o direito a prestação dos exames finais. COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL • Lei Maria da Penha (11.340/2006). • Prevê que agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão preventiva decretada quando ameaçarem a integridade física da mulher. • Prevê medidas protetivas para a mulher que corra risco de morte, como afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação física junto à mulher agredida. VIOLÊNCIA SEXUAL • Prevê atendimento integral às vítimas em todos os serviços de urgência e emergência do SUS. • Define que a atendimento inclua diagnóstico e tratamento de lesões, realização de exames para IST e gravidez. • Prevê uso de anticoncepção de emergência, em casos de estupro. ATENDIMENTO A MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SINAIS DE SUSPEITA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER REDE DE ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA REDE DE ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA ABORDAGEM DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA ABORDAGEM DA VIOLÊNCIA SEXUAL OPÇÕES DISPONÍVEIS FICHA DE NOTIFICAÇÃO VIOLÊNCIA SEXUAL IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL HepaFte B: se não vacinada, vacinar e oferecer imunoglobulina hiperimune. HIV: TARV por 4 semanas com início no máximo em 72h. EXAMES NA VIOLÊNCIA SEXUAL • Anti HIV • VDRL • Anti HCV • HBsAg • Anti HBs ABORTAMENTO LEGAL • É permitido quando a gravidez resulta de estupro/violência sexual ou em caso de risco de vida à mulher. • Não é exigido qualquer documento. Como Boletim de Ocorrência Policial, Laudo de IML ou autorização judicial. PREVENÇÃO DO CÂNCER GINECOLÓGICO RASTREAMENTO CÂNCER DE COLO UTERINO Quem faz Papanicolau: • Mulheres dos 25 aos 64 anos que tenham iniciado vida sexual em algum momento da vida. Periodicidade do Papanicolau: • Dois exames com intervalo anual. • Após dois exames anuais normais, realiza-se somente um exame a cada três anos. • Vacinação contra o HPV disponível nas UBS e indicada para meninas e meninos de 09 a 14 anos 11 meses e 29 dias. Quadrivalente e protegendo contra os soro]pos 06,11(Baixo Grau) e 16, 18( Alto Grau). SITUAÇÕES ESPECIAIS SITUAÇÕES ESPECIAIS RESULTADO AMOSTRA RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA • Fatores de Risco • Idade > 50 anos • Menarca precoce • Nuliparidade • Primeira gestação após os 30 anos • História pregressa • História familiar • Uso de álcool • Tabagismo • Terapia de reposição hormonal • Sedentarismo • Obesidade ROTINA DE RASTREAMENTO Achados e Condutas… PREVENÇÃO QUATERNÁRIA Evitando ações com beneBcios incertos para a paciente e a protege de ações potencialmente danosas NÃO solicitando mamografia de rastreamento na população menor de 50 anos e maior de 70 anos ou com periodicidade menor de dois anos Fornecendo informações claras quanto aos benefícios e riscos da ação e compartilhando as decisões com a usuária Das mulheres submetidas ao rastreamento menos têm morte evitada por câncer de mama, enquanto mais mulheres saudáveis serão tratadas desnecessariamente e muitas experimentarão estresse psicológico por conta de falsos positivos no exame Realizando rastreamento de forma individualizada REFERÊNCIAS UTILIZADAS • BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de Atenção Básica 32. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf> • BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf> • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022. xxx p. : il. 1. Gestação 2. Gestação de Alto Risco 3. Complicações na Gravidez I. Título http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf OBRIGADO(A)! COORDENAÇÃO GERAL FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES NILSON MASSAKAZU ANDO POLO SÃO PAULO COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA GUSTAVO EMANUEL FARIAS GONÇALVES MARIANA TOMASI SCARDUA SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA MARIZÉLIA GOIS MONTEIRO DANIEL DE MEDEIROS GONZAGA APOIO INSTITUCIONAL DO MEC MÁRCIA CRISTINA NÉSPOLI ANDO JONAS NERIS FILHO POLO SALVADOR COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA MARINA ABREU CORRADI CRUZ SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CLARISSA SANTOS LAGES APOIO INTITUCIONAL DO MEC JOÃO PEREIRA DE LIMA NETO POLO BELO HORIZONTE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA JULIANA MACHADO DE CARVALHO AUGUSTO CEZAR DAL CHIAVÓN APOIO INTITUCIONAL DO MEC LILIAN PATRÍCIA SILVA DE SOUZA MINISTRO DA EDUCAÇÃO CAMILO SOBREIRA DE SANTANA SECRETÁRIA DE ENSINO SUPERIOR DENISE PIRES DE CARVALHO DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE GISELE VIANA PIRES COORDENADOR GERAL DE EXPANSÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES REFERÊNCIAS CENTRAIS DO MEC/PMMB ANA LUÍSA DOS SANTOS AZEVEDO ANA LUIZA FEITOZA NEVES SANTOS COSTA GABRIELA CARVALHO DA ROCHA HUMBERTO BATISTA BORGES DA SILVEIRA LEONARDO SOUSA ARAÚJO LUCAS DE SOUZA PORFIRIO MAÉZIA MARIA MEDEIROS COSTA MIGUEL TATIANA RIBEIRO