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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Química Analítica Instrumental Aspectos Gerais das Técnicas Espectroscópica: Preparo de Amostras Prof.: Dr. Claudemir Gomes de Santana São Luís, 2024.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 1- Técnicas Espectroanalíticas - Espectrofometria de UV/VIS; - Espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS) ; - Espectrometria de absorção atômica em forno de grafite GFAAS ; - Espectrometria de Emissão Óptica por Plasma Acoplado Indutivamente. ICP OES; - Espectrometria de Emissão Atômica; - Espectrometria de Massa por Plasmas- ICP-MS; UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Aspecto comum: As amostras são usualmente tratadas e introduzidas na forma de soluções. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 5. Separação: eliminação de interferências; 6. Execução de medidas (sinal analítico x concentração: calibração); 7. Cálculo dos resultados e estimativa de confiabilidade (validação); 8. Ação . 2- Principais etapas de uma análise química 1. Definição do problema; 2. Seleção do método; 3. Amostragem: coleta de uma amostra representativa; preparo da amostra laboratorial; replicatas 4. Preparo da amostra: obtenção de soluções a partir da amostra UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO ETAPAS DO PROCESSO DE ANÁLISE UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Figura 01- Fluxograma mostrando as etapas em uma análise quantitativa. Existe grande número de caminhos possíveis para percorrer as etapas em uma análise quantitativa. No exemplo mais simples, representado pela sequencia vertical mede-se a propriedade do analito e estima-se a confiabilidade dos resultados. Dependendo da complexidade da amostra e do método analítico escolhido, várias outras etapas podem ser necessárias. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PROBLEMA ANALÍTICO - DEFINIÇÃO Traduzir questões gerais, em questões especificas acessíveis que possam ser reproduzidas através de medidas químicas. •Quanta albumina existe nesta amostra de soro sanguíneo? •Quanto chumbo existe na água da torneira? •Esta amostra de aço contém pequenas quantidades de cromo, tungstênio e manganês, quanto de cada um? •Avaliação dos níveis de concentração de herbicidas em um lote de amostras. • Qual a concentração de mercúrio na água subterrânea de São Luís? UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Exemplos: Controle de qualidade (matéria prima e/ou produto final); Controle de produção (adição de C, Ni, Cr na fabricação de aço); Avaliação ambiental (poluentes): Controle da Qualidade do ar, Controle de águas superficiais e subterrâneas, monitoramento de derramamento de óleo em águas ou no solo. Exposição ocupacional (análise do ambiente ou fluídos biológicos) UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO ESCOLHA - FATORES 1) Faixa de concentração da espécie a ser analisada: - componente majoritário (métodos clássicos) ou - componente traço (métodos mais sensíveis – instrumentais)? - OBS: Quanto menor o nível de concentração analisado, mais critico será o risco de contaminação a partir de reagente e aparatos. -Traço - menor que 0,01% -Micro - 0,01 a 1% -Macro - 1 a 100% 2) Nível de exatidão desejado: O tempo requerido para a uma análise aumenta de forma exponencial com nível de exatidão desejado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 3) Componentes presentes na amostra – Interferentes: É necessário conhecer a composição química aproximada da amostra antes de selecionar um método para a determinação quantitativa de um ou mais componentes. Uma análise qualitativa pode ser realizada para uma triagem da amostra identificando componente que possam interferir no método a ser escolhido. ESCOLHA - FATORES 4) Propriedade física e química da amostra bruta -Homogeneização -Perdas por volatilidade -Alteração da composição, durante armazenamento ou sob condições de análise -Métodos para decomposição ou dissolução da amostra sem perda de analito 5) Número de amostras e tempo de análise UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO DEFINIÇÕES Amostra: Porção do material coletado para análise; Matriz: Conjunto de substâncias que compõem uma amostra ; Analito: Substância em particular que interessa medir ou estudar ; Fonte: Claudemir G. Santana, Baia de São Marcos – São Luis UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO MÉTODO ANALÍTICO Um método em que a quantidade medida é definida pela sequência encontrada em conformidade com o procedimento estabelecido (IUPAC, 1995) . A abordagem utilizada para examinar a amostra e seu analito. Métodos clássicos: produzem resultados usando quantidades determinadas experimentalmente, como massa ou volume juntamente com massas atômicas ou moleculares e reações bem definidas. Métodos instrumentais: utiliza um sinal gerado por um instrumento para detectar a quantidade de um analito em uma amostra. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO MÉTODO ANALÍTICO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Quais os fatores desejável no método escolhido? a) Método deve ser eficiente e, sempre que possível simples e rápido; b) Não deve causar danos ao recipiente no qual a amostra será tratada; c) Não deve causar qualquer perda do constituinte de interesse; d) Não deve permitir ou promover contaminação dos constituintes a serem determinados, inserções de interferentes, a não ser que possam ser facilmente removidos. e) Máxima segurança operacional UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO AMOSTRAGEM Amostragem é o processo de selecionar uma amostra bruta representativa de um lote ou população a ser investigada, refletindo adequadamente as propriedades de interesse . Preparo da amostra é o processo que converte uma amostra bruta em uma amostra de laboratório homogênea. Também, referem-se, as etapas que eliminam as espécies interferentes ou que concentram os constituintes em análise. (pré-tratamento, tratamentos preliminares, etc.) UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO ANÁLISE QUÍMICA Medir a concentração do analito em várias alíquotas idênticas (replicatas) para avaliar a incerteza da análise. Para cada método devem ser verificadas todas as variáveis que afetam a análise propriamente dita, além dos interferentes químicos ou não, para que não haja comprometimento do resultado. TRATAMENTO DE DADOS Métodos de calibração (instrumentais) Comparação com padrões analíticos certificados Tratamento estatístico sempre que necessário, para validar os resultados UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS O cuidado com todo processo de análise é muito importante, porque o resultado obtido é um número. Este número muitas vezes pode gerar ações imediatas de órgãos oficiais de saneamento básico, saúde pública ou ainda controle ambiental. Ex: retirada de produtos do mercado, fechamento de indústrias, iniciação para uma cirurgia, etc. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Eliminação das Interferências Interferência ou interferente é uma espécie que causa um erro na análise pelo aumento ou atenuação (diminuição) da quantidade que está sendo medida. Um plano deve ser traçado para se isolar os analitos das interferências antes que a medida final seja feita. Não há regras claras e rápidas para a eliminação de interferências; de fato, a resolução desse problema pode ser o aspecto mais crítico de uma análise UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Calibração e Medida da Concentração Todos os resultados analíticos dependem de uma medida final X de uma propriedade física ou química do analito. Essa propriedade deve variar de uma forma conhecida e reprodutível com a concentração CA do analito. Idealmente, a medida da propriedade é diretamente proporcional à concentração. Isto é: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fonte: www.engearconsultoria.com Fonte: CGS Assessoria Técnica Fonte: Excelencia Ambiental Como avaliar e definir ações de prevenção e controle? UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO https://www2.cprh.pe.gov.br/ Fonte:https://estado.sc.gov.br/Fonte: https://www.hexis.com.br/ Fonte: www.brasilia Ambiental UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 3- Preparo de Amostra A etapa de preparo da amostra é geralmente a mais cara e que envolve mais consumo de tempo e esforço; O tempo total envolvido na análise pode ser determinado pelo tempo gasto na etapa de preparo da amostra (“Amostragem e preparo de amostra ainda determinam o tempo total de análise e são etapas limitantes do processo”.) UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Preparo de amostras para determinações inorgânicas e orgânicas DEPENDE DO TIPO DE TECNICA A SER USADA: •Técnicas aplicáveis a amostras sólidas, líquidas e suspensões -Análise por ativação neutrônica -Fluorescência de raios-X -Absorção atômica com forno de grafite • Técnicas aplicáveis a amostras sólidas -Espectrometria de emissão com arco ou faísca -Analise elementar, CHN (e S) -Emissão óptica em plasma induzido por “laser” (LIBS) • Técnicas aplicáveis a amostras liquidas (rotinas) - Demais técnicas espectrométricas - Técnicas eletroanalíticas e de separação UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Definições Amostra sólida, líquida ou gasosa é dissolvida em um líquido adequado sob baixas temperaturas, envolvendo ou não reação química. 1. Dissolução direta em água ou solução aquosa sem mudança química 2. Dissolução em ácido, ou mistura de ácidos, com mudança química 3. Dissolução após fusão da amostra com fundente apropriado Digestão, abertura, decomposição: Conversão dos componentes de uma matriz em uma forma mais simples. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 4- Fusão Aplicação: •Materiais que não são dissolvidos em ácidos minerais concentrados à quente, ou que são atacados lentamente ou parcialmente. •Materiais que formam soluções ácidas instáveis, apresentando componentes com tendência a precipitar. Amostras: -Cimentos ; -Aluminatos ; -Silicatos ; -Minérios de Ti e Zr; -Minerais mistos de Be, Si, Al -Resíduos insolúveis de minérios de ferros; – Óxidos de cromo, silício e ferro ; -Óxidos mistos de tungstênio, silício e alumínio UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fusão - Reação heterogênea, realizada em altas temperaturas, entre um fundente e o material da amostra. Como resultado deste procedimento, um mineral original ou fases refratárias são convertidas em formas sólidas diferentes que são facilmente dissolvidas em ácidos, bases ou em água. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 5- Decomposição por via úmida A decomposição de materiais orgânicos ou biológicos por via úmida implica em aquecimento da amostra na presença de um ácido mineral oxidante concentrado, de misturas de ácidos oxidantes, ou mistura de um ácido oxidantes com peróxido de hidrogênio. Torna-se possível oxidar completamente a maioria das amostras, deixando os elementos a serem determinados na solução ácida em formas inorgânicas simples e apropriadas para análise, se os ácidos forem suficientemente oxidantes, e se o aquecimento for feito a temperaturas elevadas durante um período de tempo adequado. Os ácidos com propriedades oxidantes usados na decomposição por via úmida de amostras orgânicas ou biológicas são o HNO3 , H2SO4 e HClO4 . Estes podem ser usados individualmente (exceto HClO4 ) ou combinados uns com os outros. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 5- Decomposição por via úmida É particularmente útil para a determinação de baixas concentrações de elementos em vários tipos de amostra, porque muitos analitos de interesse são convertidos em cátions inorgânicos simples não voláteis, que permanecem em meio ácido. A principal vantagem de decomposições por via úmida, com relação à maioria dos métodos de decomposição por via seca, são as menores temperaturas empregadas, o que diminui os riscos de perdas por volatilização. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 6- Sistemas abertos Uma das técnicas mais antigas de preparo e método de decomposição mais comum em laboratórios • Baixo custo • Análises de rotina • Maior velocidade analítica se comparada à digestão via seca • Segurança • Limitações impostas pela temperatura de ebulição dos ácidos • Amostras com alto teor de gordura e proteínas não são digeridas completamente • Falta de controle da energia depositada na amostra • Maior risco de contaminação ▫ Ar ▫ Reagente utilizados (grande volume) e frascos (grande área) ▫ Perdas por volatilização UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 7- Aquecimento convencional Bico de Bunsen, placa de aquecimento, banho de areia, bloco digestor Temperatura fixa ou programa de aquecimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 8- Sistemas fechados Efeito sinérgico entre temperatura e pressão: temperaturas acima do ponto de ebulição do ácido • Digestão completa (ou quase) • Menor perda por volatilização • Digestão à baixa pressão • < 20 bar • T < 180oC • Digestão à alta pressão • Pressão pode chegar acima de 70 bar • Temperatura pode exceder 300oC • Desvantagens: tempo longo para aquecimento e resfriamento dos frascos de digestão, tamanho da amostra reduzido e impossibilidade de checar o progresso da digestão . UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 9- Extração assistida por ultrassom A irradiação de ultrassom em soluções induz o fenômeno de cavitação acústica no meio líquido. Na interface sólido-líquido ocorre, crescimento e implosão de bolhas de cavitação que leva a formação de micro jatos com energia suficiente para causar fragmentação das partículas e aumento da área superficial para extração. Há também o surgimento de fissuras através das quais a solução extratora poderá penetrar no interior das partículas. Há diminuição do gradiente de concentração pelo aumento do transporte de massas ocasionado pela turbulência e micro jatos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO REFERÊNCIAS 1- Aula_Química_Analitica_prof. Claudemir Santana 2- https://www2.ufjf.br/nupis//files/2016/04/aula-10-Preparo-de-amostras.pdf; 3- Sites de fornecedores de produtos de laboratório.