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TÉRIA, ENERGIA E VIDA TÉRIA, ENERGIA E VIDA TÉRIA, ENERGIA TÉRIA, ENERGIA E VIDA ENSINO MÉDIO Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DAS JUVENTUDES MATÉRIA, ENERGIA E VIDA UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR Eduardo Mortimer Andréa Horta Alfredo Mateus Danusa Munford Luiz Franco Santer Matos Arjuna Panzera Esdras Garcia Marcos Pimenta Eduardo M ortim er • A ndréa H orta • A lfredo M ateus • D anusa M unford D ES A FIO S C O N TEM P O R Â N EO S E N S IN O M É D IO M A TÉR IA , EN ER G IA E V ID A Á re a d e C iê n cia s d a N a tu re z a e su a s CAPA_Mortimer_CN_SCIPIONE_PNLD21_V5_AL.indd 4CAPA_Mortimer_CN_SCIPIONE_PNLD21_V5_AL.indd 4 9/28/20 4:35 PM9/28/20 4:35 PM G U I A P N L D Luiz Franco • Santer M atos • A rjuna Panzera • Esdras G arcia • M arcos Pim enta D A S JU V E N T U D E S E N S IN O M É D IO U M A A B O R D A G EM IN TER D IS C IP LIN A R , d a N a tu reza e su a s Tecn o lo g ia s CAPA_Mortimer_CN_SCIPIONE_PNLD21_V5_AL.indd 2CAPA_Mortimer_CN_SCIPIONE_PNLD21_V5_AL.indd 2 9/28/20 4:35 PM9/28/20 4:35 PM G U I A P N L D DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DAS JUVENTUDES MATÉRIA, ENERGIA E VIDA 1a edição, São Paulo, 2020 ENSINO MÉDIO Ciências da Natureza e suas Tecnologias UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR Eduardo Mortimer Licenciado e bacharel em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) Professor titular aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Pesquisador convidado na École Normale Supérieure Lettres et Sciences Humaines de Lyon, França Pesquisador convidado do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e do Institut National de Recherche Pedagogique (INRP), França Pesquisador do CNPq na área de Educação em Ciências Andréa Horta Licenciada e bacharela em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestra e doutora em Educação – Metodologia de Ensino de Química – pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP) Professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em exercício no Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Alfredo Mateus Bacharel em Química pela Universidade de São Paulo (USP) Mestre em Química pela Universidade de São Paulo (USP) Doutor em Química pela University of Florida (UF), Estados Unidos Professor de Química do Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Danusa Munford Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP) Mestra em Biologia pela Universidade de São Paulo (USP) Doutora em Educação pela Pennsylvania State University, Estados Unidos Professora titular do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Luiz Franco Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestre e doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Santer Matos Licenciado em Ciências pelas Faculdades Metodistas Integradas Izabela Hendrix Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Professor de Ciências do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Arjuna Panzera Licenciado em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ex-professor de Física na rede particular de ensino e do Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Esdras Garcia Licenciado em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestre e doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ex-professor de Física na rede particular de ensino Professor de Física do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Marcos Pimenta Bacharel em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestre em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Professor titular do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Pesquisador do CNPq na área de Física FRONTS_Mortimer_CN_SCIPIONE_PNLD21_V5_AL.indd 1FRONTS_Mortimer_CN_SCIPIONE_PNLD21_V5_AL.indd 1 9/28/20 4:38 PM9/28/20 4:38 PM G U I A P N L D 2 Presidência: Paulo Serino Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel Gestão de área: Isabel Rebelo Roque Coordenação de área: Fabíola Bovo Mendonça Edição: Lucas Augusto Jardim, Carolina Santos Taqueda e Denise Minematsu Assessoria pedagógica: Andrea Lima Alves Ruislan e Glenda Rodrigues da Silva Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Alexandra Costa da Fonseca, Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist, Flavia S. Vênezio, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez e Sueli Bossi Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tieme Yamauchi (coord.), Alexandre Miasato Uehara e Renato Akira dos Santos (edição de arte), Setup (diagramação) Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.), Douglas Cometti (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Ilustrações: Avits, Osni de Oliveira, Luís Moura e R2 Editorial Cartografia: Mouses Sagiorato Design: Tatiane Porusselli (proj. gráfico e capa), Luis Vassallo (proj. gráfico Manual do Professor) Foto de capa: A_Lesik/Shutterstock Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2020 Código da obra CL 719984 CAE 729627 (AL) / 729628 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Impressão e acabamento 002_V5_CIE_NAT_Mortimer_g21Sc_INICIAIS_LA.indd 2002_V5_CIE_NAT_Mortimer_g21Sc_INICIAIS_LA.indd 2 9/28/20 4:28 PM9/28/20 4:28 PM G U I A P N L D 3 APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Prezado estudante, Este livro oferece a você atividades e textos destinados ao estudo introdu- tório das Ciências da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio, bem como à compreensão de fenômenos, dispositivos e práticas que envolvem articulações interdisciplinares dessas ciências entre si e com as demais áreas do conhecimento. As atividades aqui propostas estão estruturadas de modo a possibilitar que você, estudante, debata com os colegas e apresente in- terpretações para fenômenos simples, importantes para o entendimento do universo científico. A realização dos experimentos e das atividades práticas que compõem a obra em geral não requer equipamentos sofisticados e pode ser desenvolvida em sala de aula. O objetivo é promoveruma integração entre teoria e prática, por meio de experimentos, observações e coleta e análise de dados, como for- ma de interrogar a natureza e gerar discussões sobre os fenômenos que nos cercam. Para que a interdisciplinaridade aconteça, é fundamental que você consiga entender esses fenômenos, as teorias e leis que buscam explicá-los e as várias formas de representá-los, do ponto de vista físico, químico e biológi- co. Essa compreensão se dá inicialmente dentro de cada um dos componentes curriculares, mas depois você poderá relacioná-los. Assim, a interdisciplinari- dade quase sempre pressupõe que você tenha um conhecimento disciplinar para então perceber as relações entre os diversos conhecimentos. A sua participação nas discussões é fundamental, pois aprender Ciências da Natureza é, de certa forma, aprender a dialogar com e sobre os campos de conhecimento que as compõem. Então, n‹o tenha medo de errar! Ao ex- pressar suas ideias e submeter suas opiniões à crítica construtiva dos colegas e do professor, você terá a oportunidade de aprimorar suas concepções sobre as Ciências e aproximar-se cada vez mais do universo científico. Afinal, a ciên- cia evoluiu e continuará evoluindo a partir da discussão aberta de suas ideias. Conhecer os limites do conhecimento é fundamental para que a ciência siga em frente. Por isso, não há que temer os erros; é necessário aprender com eles e prosseguir em busca dos acertos, percebendo-os como uma etapa que faz parte do processo de aprendizagem. Os autores. APRESENTAÇÃO G U I A P N L D 4 CONHEÇA CONHEÇA CONHEÇA SEU LIVRO No Ensino Fundamental você estudou os métodos contraceptivos. Agora é hora de recordar e aprofundar seus conhecimentos. Esta atividade será desenvolvida em três partes. MATERIAL Material para anotação, material para pesquisa (livros, internet ou outra fonte de pesquisa), cartolina, canetas hidrográficas de cores diversas, tesoura, cola, recortes diversos. O QUE FAZER 1. No quadro a seguir, você encontrará os nomes de alguns métodos contraceptivos. Copie-o no caderno, completando as colunas com as informações adequadas. Tipo Método Como funciona Vantagens Desvantagens Eficácia barreira preservativo masculino preservativo feminino diafragma esponja espermicida hormonal pílulas anticoncepcionais pílulas de emergência DIU adesivo anticoncepcional anel vaginal implante contraceptivo injeção anticoncepcional comportamental tabelinha coito interrompido cirúrgico vasectomia laqueadura # Quadro 6.2 Ð MŽtodos contraceptivos. Comparando os métodos contraceptivos 2. A turma deverá ser dividida em oito grupos. 3. Cada grupo ficará responsável por dois métodos contraceptivos e deverá elaborar um cartaz com as informações sobre ele. É importante ilustrar o cartaz com imagens sobre o método. 4. Preparem-se para apresentar o cartaz e as infor- mações para a turma. 5. Cada grupo deverá apresentar as informações para os colegas de turma. É importante o grupo estar preparado para responder às dúvidas que surgirem. REFLEXÃO 1. Explique a diferença entre os tipos de método con- traceptivo: barreira, hormonal, comportamental e cirúrgico. 2. Explique por que os métodos da tabelinha e do coito interrompido têm a menor eficácia em rela- ção aos demais métodos contraceptivos. 3. Explique por que as camisinhas, masculina e femi- nina, são os únicos métodos contraceptivos capa- zes de prevenir a gravidez e as infecções sexual- mente transmissíveis (IST). PROJETO 142 Cap’tulo 6 Corpo, saúde e nutrição Nesta Unidade, vamos estudar um tema muito importante em nos- sa vida: alimentos e nutrição. A nutrição adequada é uma das mais eficazes formas de prevenção contra diversos tipos de doença. O estu- do dessa temática exige a articulação de conhecimentos de diferentes áreas, como a Química, a Fisiologia e a Anatomia Humana. Os conhecimentos das Ciências da Natureza são importantes para as tomadas de decisão conscientes sobre hábitos alimentares. Porém, é importante ter em mente que o ato de se alimentar envolve relações sociais, aspectos psicológicos, costumes e questões culturais. Trata-se de uma questão complexa, que pode nos afetar em diversas esferas. Os conhecimentos que poderão ser adquiridos nesta Unidade certa- mente contribuirão para uma análise da alimentação de forma mais complexa e com o intuito de compreender que a saúde e o bem-estar são os aspectos mais importantes em nossas escolhas alimentares, aci- ma dos ditames dos padrões estabelecidos pela sociedade. 2 W a tc h a ra /S h u tt e rs to c k 69 Nesta unidade, estudamos e refletimos sobre diver- sos aspectos da adolescência. Agora vamos colocar nossos conhecimentos em prática por meio da reali- zação de uma pesquisa. MATERIAL Material para anotações, computadores ou dispositi- vos móveis com acesso à internet, folhas de papel em branco do tipo sulfite e canetas ou impressora. O QUE FAZER 1. O primeiro passo é dividir a sala em grupos de quatro a seis estudantes. 2. Formada a equipe, o próximo passo é a definição do tema, que deve ser proposto pelo grupo. A pesquisa de opinião será realizada tendo como temática as juventudes e o grupo deverá escolher um tema específico sobre o qual deseja conhecer o que as pessoas pensam ou sabem. Sugerimos alguns temas possíveis. Porém, o mais importante é que o tema escolhido seja de interes- se da turma e relevante para sua comunidade: • Desejo de ter continuidade nos estudos entre os jovens da comunidade; sonhos e desejos futuros; pessoas que inspiram minha comuni- dade; possíveis carreiras profissionais na cidade ou país em que moro. 3. O próximo passo é definir os parâmetros da amostra, delimitando faixa etária, perfil das pes- soas, quantidade de entrevistados, entre outros. 4. Agora é necessário produzir o instrumento de coleta de dados: os questionários. Não se esque- çam de inserir o cabeçalho da pesquisa, e reco- menda-se optar por questões fechadas para faci- litar as análises. As questões fechadas são as que têm alternativas de resposta previamente defini- das por vocês e que devem constar no questio- nário para o entrevistado selecionar uma ou mais delas. É interessante trocar os questionários en- tre os grupos ou apresentá-los ao professor, para que outras pessoas avaliem os tipos de resposta a serem obtidos promovendo uma “validação” do questionário. 5. Definidos os itens do questionário, chegou a hora de realizar as entrevistas. Antes de iniciá-las, perguntem aos entrevistados se as respostas po- derão ser apresentadas na escola. Sejam educa- dos e cuidadosos ao realizar as entrevistas e não se esqueçam, ao final de cada uma, de agradecer a participação dos entrevistados. 6. Após as entrevistas, é necessário tabular e anali- sar os dados obtidos. A tabulação pode ser rea- lizada manualmente ou utilizando programas de planilhas eletrônicas. Elaborem quadros, tabelas, gráficos, infográficos e outras formas de deixar os dados mais atrativos de serem visualizados e compreendidos. 7. Em seguida, façam uma descrição dos dados ta- bulados e elaborem uma conclusão sobre eles. Debatam os resultados com base no que foi es- tudado a respeito de sexualidade e nas pesquisas que o grupo realizou. 8. Finalmente, com os dados analisados e interpre- tados, chegou o momento de estruturar as in- formações para serem apresentadas. Caso neces- sário, peça ajuda ao professor. Lembrem-se: de nada adianta realizar uma pesquisa bem-feita se a comunicação dos resultados não for precisa. 9. Agora é o grande momento da pesquisa: a apre- sentação da pesquisa. O professor vai definir a melhor forma. Preparem-se para a apresentação, pois ela é o momento de avaliação do trabalho do seu grupo e dos outros grupos da turma. Pesquisa de opinião INVESTIGAÇÃO PESQUISA DE OPINIÃO SOBRE AS JUVENTUDES • Para conhecer a pesquisa de mulheres cientistas de todo o Brasil e de diversas áreas do conhecimento, recomendamosacessar o site Mulheres na Ciência. Disponível em: http://mulheresnaciencia.com.br/. • Para conhecer mais dinâmicas de prevenção às IST, sugerimos acessar a publicação da Associação Brasileira de Enfer- magem (ABEn) sobre esse assunto. Disponível em: http://www.abennacional.org.br/revista/cap6.4.html. Acesso em: 25 jul. 2020. 157Adolesc•ncia: mudan•as e autoconhecimento c a s a n is a /S h u tt e rs to c k Os alimentos naturais devem ter prioridade em uma alimenta•‹o saud‡vel. • Como o conhecimento das Ciências da Natureza pode contribuir para uma vida mais saudável? • Quais são os critérios que os cientistas utilizam para recomendar determinados tipos de alimento ou dietas? • Você acha que o marketing pessoal estampado nas redes sociais corresponde a corpos reais? 68 3 Competências gerais: 1, 8 e 9 Competências específicas: 1 e 2 Habilidades: (EM13CNT104) e (EM13CNT207) Alimentos e substâncias para manter a saúde e o bem-estar A maioria das fontes de nossa alimentação está presente em seres vivos. Ao ingerirmos um alimento, de fato ingerimos um conjunto de substâncias que, em suas fontes originais, participavam de um sistema que envolve interações amplas e dinâmicas de muitas substâncias. Esse conjunto de substâncias, quando em contato com o sistema que é o nosso corpo, passa a interagir com inúmeras outras substâncias. Ou seja, a alimentação é um processo que envolve sistemas complexos e um número muito grande de interações. Para além dos aspectos químicos e morfofisiológicos, comer também é um ato social perpassado por questões culturais e comportamentais. No início desta Unidade, você leu algumas indicações sobre alimentação saudável, por exemplo, valorizar a alimentação natural, limitar o consumo de açúcar, farináceos e comida ultraprocessada. Nossa proposta é que você não aceite essas ou outras indicações sobre alimentação sem entender suas bases científicas. É importante também sabermos que muitas vezes as recomendações mudam em função da realização de novos estudos científicos. Ao longo deste capítulo, nossas discussões ajudarão você a ter condição de buscar informações para en- tender melhor essas indicações e tomar decisões cientificamente embasadas. Pense, por exemplo, por que dizemos que é importante comer comida natural? Por que é importante restringir a ingestão de açúcar, fari- náceos e comida ultraprocessada? Perguntas como essas perpassam todo este capítulo e você terá elementos para respondê-las. De qualquer forma, é sempre importante destacar que questões relacionadas à alimentação devem ser sempre acompanhadas por profissionais de saúde, como nutricionistas, nutrólogos e médicos, que têm co- nhecimento na área. # Figura 3.1 – Conhecimentos nutricionais são importantes para uma vida mais saudável. N a ta lia L is o v s k a y a /S h u tt e rs to ck 70 Cap’tulo 3 Abertura de unidade A abertura de unidade é caracterizada por uma imagem e um pequeno texto que promovem uma primeira aproximação entre você e o tema central da unidade. Cap’tulo Na abertura de capítulo são apresentados uma imagem e um texto relacionados ao tema do capítulo. O texto apresenta uma exposição geral dos assuntos a serem tratados ao longo do capítulo e a imagem proporciona uma contextualização que transcende uma associação imediata, servindo de fonte para você ampliar o estabelecimento de relações entre conteúdos. Atividade A atividade apresenta propostas de investigações ou projetos. Competências e habilidades da BNCC trabalhadas no capítulo. Projeto A seção Projeto tem o objetivo de contextualizar os temas abordados no livro e ampliar os conhecimentos relacionados a determinados conceitos e/ou questões sociocientíficas. Propõe atividades integradoras que podem envolver trabalhos em grupo, pesquisas, debates e atividades de divulgação científica. Investigação A seção Investigação tem o objetivo de promover, por meio de metodologias ativas, a compreensão dos fenômenos naturais que estão em foco na discussão. Propõe atividades que possibilitam a você engajar-se em práticas investigativas, como elaboração de perguntas científicas, proposição de hipóteses, análise de dados (primários ou secundários), uso de evidências e construção de conclusões. Reflexão A reflexão aborda questões relacionadas ao que foi visto ao longo das seções Investigação e Projeto. Elas apresentam questionamentos que levam você a utilizar os conceitos contemplados, com o objetivo de expandir o conteúdo exposto. Para saber + Este boxe apresenta sugestões de páginas da internet, filmes, livros e aplicativos que se referem ao conteúdo estudado no capítulo. Questões com objetivo de mobilização. G U I A P N L D 5 QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES DE EXAMES 6 e 7 1. (UFRGS-RS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre características dos ciclos ovariano e uterino nos seres humanos. ( ) O primeiro dia da menstruação corresponde ao início de um novo ciclo reprodutivo e está associa- do à queda nos níveis de estrógeno e progestero- na no sangue. ( ) A cada novo ciclo, nas mulheres em idade repro- dutiva, várias ovogônias são hormonalmente in- duzidas a iniciarem seu ciclo meiótico. ( ) O corpo lúteo ou corpo amarelo que se forma no ovário, após a ovulação, secreta progesterona que es- timula o endométrio a entrar em sua fase secretória. ( ) A queda definitiva dos hormônios no sangue, na menopausa, induz ao término do ciclo menstrual, e os ovócitos residuais permanecem em metáfase II. A sequência correta de preenchimento dos parênte- ses, de cima para baixo, é a) V – V – F – F. b) F – F – F – V. c) V – F – V – F. d) V – V – F – V. e) F – V – V – F. 2. (Uece) Em relação ao sistema reprodutor humano, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir: ( ) A próstata é a glândula responsável pela produ- ção dos espermatozoides e da testosterona. ( ) A uretra masculina é comum ao sistema reprodu- tor e excretor, ou seja, por ela saem o sêmen e a urina. ( ) A vagina é formada por: lábios menores e maio- res; clítoris e orifício da uretra. ( ) Nos ovários são produzidos os hormônios estro- gênio e progesterona, e as células reprodutivas femininas. Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: a) V, V, V, F. b) V, F, V, F. c) F, V, F, V. d) F, F, F, V. 3. (Fuvest-SP) O gráfico representa a concentração de alguns hormônios observados durante a gravidez de uma mulher. Gonadotrofina Coriônica H2 H1 Tempo de gestação C o n ce n tr a çã o d o h o rm ô n io n o s a n g u e Identifique os hormônios H1 e H2, respectivamente, e o motivo da queda abrupta de suas concentrações no sangue ao final do período de gestação. a) H1: progesterona H2: FSH Motivo: eliminação da placenta b) H1: FSH H2: LH Motivo: reinício da menstruação c) H1: FSH H2: estrógeno Motivo: reinício da menstruação d) H1: progesterona H2: estrógeno Motivo: eliminação da placenta e) H1: FSH H2: progesterona Motivo: início da lactação 4. (UFMS) Em relação à doença conhecida no Brasil por AIDS, causada pelo vírus HIV, é correto afirmar que: a) o vírus HIV pode ser transmitido por relações se- xuais sem uso de preservativo, contato com suor, lágrimas e outras secreções do corpo. b) durante a gestação, a mãe diagnosticada como soropositiva para HIV não pode fazer uso dos me- dicamentos retrovirais, pois estes podem causar malformações no embrião ou feto. c) nos próximos anos, teremos vacinas anti-HIV com alta taxa de eficácia, tendo em vista que o vírus apresenta uma pequena taxa de mutação. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 158 Tecnologias digitais na adolescência As tecnologias digitais se tornaram parte do cotidiano dos seres humanos, principalmente dos adolescentes. Apesar deserem ferramentas com diversas funcionalidades, que permitem o acesso rápido a todo tipo de in- formação, o uso frequente das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) tem levantado debates que envolvem toda a sociedade. Uso das tecnologias digitais pelos brasileiros usam a internet mais de uma vez por dia acessam por meio do smartphone sobre formas de emagrecer já deixaram de dormir ou comer por causa da rede das crianças e adolescentes têm acesso à internet WWW usam a internet WWW 66% 83% 17% 21% 80% 21% zzzzzzz z fizeram buscas CGI. Pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil: TIC kids online Brasil 2018. São Paulo: Comitê Gestor da Internet do Brasil, 2019. Edição bilíngue: português/inglês. Disponível em: https://www.cgi.br/media/docs/ publicacoes/216370220191105/tic_kids_online_2018_livro_eletronico.pdf. Acesso em: 25 jul. 2020. Jovens entre 9 e 17 anos na rede # Figura 7.7 Ð Dados sobre o uso da internet pelos brasileiros. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou, em 2016, um manual de orientações com foco na saúde de crianças e adolescentes na era digital. Foram analisadas cerca de trinta pesquisas científi cas brasileiras e interna- cionais com recomendações quanto ao uso das tecnologias digitais. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra telefone móvel celular 98,1% 12% 23,1% 50,7%microcomputador televisão tablet Elaborado com base em: IBGE. Uso de internet, televisão e celular no Brasil, 2018. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/ jovens/materias-especiais/20787-uso- de-internet-televisao-e-celular-no-brasil. html#subtitulo-3. Acesso em: 31 jul. 2020. Equipamento usado para navegar na internet (em %) 95,7% 88,1% 86,1% 63,2% Enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail. Conversar por chamadas de voz ou vídeo. Assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes. Enviar ou receber e-mail. Finalidade de acesso à internet (em %) Elaborado com base em: IBGE. Uso de internet, televisão e celular no Brasil, 2018. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/ 20787-uso-de-internet-televisao-e-celular-no-brasil. html#subtitulo-3. Acesso em: 31 jul. 2020. 150 Cap’tulo 7 Neste capítulo, você usou a lei de Hess, cujo nome foi dado em homenagem ao químico suíço Germain Henri Hess (1802-1850), que em 1840 estabeleceu que a variação de entalpia de uma reação química é a mesma, esteja ela ocor- rendo em apenas uma ou em várias etapas. A entalpia, como a energia interna, a pressão, o volume e a temperatura, é uma função de estado. Isso significa que seus valores dependem apenas do estado do sistema, e não do caminho pelo qual passou de um estado a outro. Já calor e trabalho não são funções de estado. Para entender o que é uma função de estado, vamos imaginar que você meça a temperatura da água de um recipiente e obtenha 25 °C. Suponha que você saia da sala e, ao voltar alguns minutos depois, meça de novo a temperatura desse sistema e obtenha o valor de 27 °C. A água do recipiente é o sistema e, nesse momento, encontra-se em um estado termodinâmico diferente, pois o valor de sua temperatura – e, consequentemente, de energia interna e entalpia – é outro. Esse sistema, a água, pode ter chegado a essa nova temperatura por diferentes caminhos: a água pode ter sido aquecida pela chama de uma lampa- rina, pelo Sol ou pode ter sido batida no liquidificador, sofrendo um aumento de temperatura em função do trabalho realizado sobre o sistema pelas hélices do aparelho. Se não acompanhamos o que ocorreu, não pode- mos dizer qual foi o caminho pelo qual a água teve a temperatura aumentada. Ou seja, não sabemos qual foi o caminho que levou o sistema a atingir um novo estado termodinâmico, já que esse estado não depende do caminho. É justamente o fato de a entalpia ser uma função de estado que possibilita que a variação de entalpia de uma reação química tenha sempre o mesmo va- lor, independentemente das etapas que foram usa- das como intermediárias para o seu cálculo. UM POUCO DE HISTÓRIAUM POUCO DE HISTÓRIA 1. A combustão de 1 mol de grafite libera 394 kJ. No caderno, escrevam a equação termoquímica desse processo e calculem a entalpia de formação do CO2(g). 2. Algumas substâncias não podem ter sua entalpia-padrão determinada diretamente, porque não é possível prepará-las em substâncias simples. O etanol é um exemplo. Se misturarmos C(grafite), H2(g) e O2(g), não obteremos etanol líquido. Escrevam no caderno a equação de formação do etanol e as equações de combustão do grafite e do hidrogênio. Observem que essas equações são de formação das substâncias dióxido de carbono e água. Verifiquem no quadro 4.1 os valores de entalpia para elas. O calor de combustão do etanol já foi usado anteriormente. Juntem todos os dados menciona- dos e proponham uma maneira de calcular o calor de formação do etanol. EXERCêCIOS # Figura 4.18 – Germain Henri Hess. R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra # Figura 4.19 – Por qual “caminho” a água chegou a esse novo estado termodinâmico? G ilb e rt o d o V a le R o d ri g u e s /A rq u iv o d a e d it o ra Cap’tulo 4106 A importância do grupo para os jovens [...] No livro O Mundo como Vontade e Representa•‹o, o filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860) pro- põe uma metáfora interessante sobre as relações humanas. Ele conta que um grupo de porcos- -espinhos perambulava num dia frio de inverno. Para não congelar, chegavam mais perto uns dos outros. Mas, no momento em que ficavam suficientemente próximos para se aquecer, começa- vam a se espetar com seus espinhos. Então se dispersavam, perdiam o benefício do convívio pró- ximo e recomeçavam a tremer. Isso os levava a buscar novamente companhia e o ciclo se repetia na luta para encontrar uma distância confortável entre o emaranhamento e o congelamento. Adolescentes não são porcos-espinhos, mas experimentam, na puberdade, uma condição que os aproxima dos mamíferos descritos por Schopenhauer: a convivência em um grupo. Afinal, ao fa- zer parte de uma reunião de pessoas que têm algo em comum, o jovem consegue “calor” na forma de aceitação e acolhimento [figura 7.13]. Ao mesmo tempo, precisa se defender dos “espinhos”, posicionamentos que se chocam contra a sua individualidade e podem degenerar em preconceito e agressividade. Não é exagero dizer que a entrada em um grupo é um acontecimento inevi- tável na passagem da infância para o mundo adulto. Faz parte do processo de elaboração da identidade. Quando che- ga a puberdade, o adolescente não se contenta mais apenas com a rede pro- tetora da família e busca fora de casa outras referências para se formar como sujeito. É por isso que, nessa hora, os amigos crescem em importância. Por meio deles, o jovem exercita papéis so- ciais, se identifica com comportamentos e valores e busca segurança para lutar contra a angústia da solidão típica da fase. [...] A disseminação dos grupos jovens como uma forma de acolhimento ao fim da infância é um fenômeno relativa- mente novo. Até meados do século passado, a entrada no mundo adulto costumava ser marcada por ritos de passagem (a exemplo do que ocorre ainda hoje em sociedades tradicionais, como as indígenas). No Brasil dos anos 1950, por exemplo, a entrada na puberdade era assinalada pela substituição da calça curta pela comprida (no caso dos meninos) e dos sapatos de salto baixo pe- los de salto alto (para as meninas). [...] Da mesma maneira, é preciso também atentar para os aspectos problemáticos que surgem com a formação de grupos. Muitas vezes, por medo do isolamento, jovens acabam adotando regras e comportamentos coletivos sem colocá-los em questão. [...] “Ao mesmo tempo em que anseiampela identidade própria, eles percebem que ser igual a todo mundo é a saída mais segura para não se expor e perder a aprovação”, afirma Francisco Assumpção, psiquiatra e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). [...] Outro aspecto importante dos grupos diz respeito à consolidação da noção do que significa ser homem ou mulher na sociedade. Ao se afastar dos pais em busca de novas referências masculinas e femininas, os adolescentes procuram seus iguais para entender quais códigos de conduta regem essas relações. Não é por acaso que os grupos geralmente começam com integrantes do mesmo sexo, que partilham informações [...]. [...] MARTINS, A. R. A importância do grupo para os jovens. São Paulo: Associação Nova Escola, 1o abr. 2010. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/ 1862/a-importancia-do-grupo-para-os-jovens. Acesso em: 9 jul. 2020. DIALOGANDO COM ASDIALOGANDO COM AS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS D M e g ia s /S h u tt e rs to ck # Figura 7.13 – Alguns grupos possuem identidades próprias, que consistem em compartilhar desde ideias sobre o mundo até regras de comportamento, que podem incluir hábitos e vestuário. 156 Cap’tulo 7 Pectina As pectinas são fibras solúveis das frutas. O ácido galacturônico é o seu principal componente, além de uma série de outros monômeros. Elas formam géis característicos quando misturadas com água, propriedade aprovei- tada no processamento de alimentos. A figura 3.33 representa uma estrutura proposta para a pectina: O OHH 3 COOC H H H H OH H HH HO O O O OH H H H HOOC H O HOOC H H O H H HO OHO Função das fibras no organismo As fibras têm diversas funções em nosso organismo. Essas funções relacionam-se principalmente às suas pro- priedades físico-químicas, como a alta capacidade de combinação com a água (ação de expansão) e a presença de estruturas que não podem ser digeridas. No estômago, o alto teor de fibras acarreta um menor ritmo de esvaziamento, pois a interação de suas partí- culas com a água faz com que elas aumentem de tamanho. A mastigação de alimentos ricos em fibras tende a ser mais lenta. Esses dois fatores contribuem para uma sensação de saciedade mais prolongada. As fibras também apresentam interações com as mo- léculas de colesterol e retardam a absorção de glicose sanguínea. No intestino, contribuem para a formação do bolo fecal. O crescente uso de produtos refinados em substi- tuição aos integrais tem acarretado a diminuição da presença de fibras em dietas. As frutas e os vegetais em geral também são importantes fontes de fibras e devem compor uma alimentação saudável. Além dis- so, as frutas e os vegetais contêm uma série de vita- minas e sais minerais essenciais para a manutenção da saúde. # Figura 3.33 – Representação da pectina. ARTICULAÇÃO DE IDEIAS 1. Faça um levantamento aproximado da quantidade de fibras ingeridas por você ao longo de um dia. Para auxiliar seu levantamento, procure (em livros, revistas e internet) tabelas/quadros que trazem as quantidades de fibras, em medidas caseiras, dos principais alimentos. 2. De que modo você poderia aumentar o consumo de fibras em sua alimentação cotidiana? 3. Frequentemente, vemos a recomendação nutricional de “substituir grãos refinados por integrais”. Justifique essa recomendação com base em nossas discussões até aqui. 4. Coma dois alimentos semelhantes, mas com uma composição de fibras distinta: por exemplo, um pão integral e um pão “branco”. a) Compare o sabor de ambos. b) Utilize o rótulo para comparar a quantidade de fibras que você consumiu. c) Compare o valor calórico de cada um deles. O que você pode concluir? 5. Considere a molécula de glicose e faça o que se pede. a) A glicose é uma substância molecular? Justifique sua resposta. b) A glicose é solúvel em água. A celulose, que é um polímero da glicose, não é solúvel em água. Justifique essa diferença. 6. Considere a estrutura da pectina e identifique quais as funções orgânicas nela presentes. C a rl o s H o rt a /S h u tt e rs to c k # Figura 3.34 – A ingestão de fibras produz sensação de saciedade mais prolongada. 87Alimentos e subst‰ncias para manter a saœde e o bem-estar Questões de exames São propostas questões de vestibular das principais universidades brasileiras e do Enem relacionadas ao que foi abordado na unidade. Texto O volume inclui textos que abordam aspectos teóricos e conceituais de acordo com os temas trabalhados em cada capítulo. Recurso utilizado ao longo do volume para explicar determinado termo. Exercícios Nesta seção são apresentados exercícios relacionados aos conteúdos. Articulação de ideias Este boxe apresenta questões que visam articular o conteúdo abordado no capítulo para que você possa aplicar conhecimentos, relacionar ideias e interpretar textos. Este boxe apresenta textos das Ciências da Natureza e suas Tecnologias que complementam a temática abordada. Um pouco de história Neste boxe são discutidos episódios da história relacionados com o tema do capítulo. Dialogando com as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Este boxe explora relações entre as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Seu objetivo é promover uma compreensão mais integrada e holística de determinado tema. Utilizado para apresentar o aumento de uma imagem de microscopia. Utilizado quando a atividade deve ser realizada em grupo. INVESTIGAÇÃO Utilizado para indicar quando a atividade é uma investigação. PROJETO Utilizado para indicar que a atividade é um projeto. x 60 mil Identificação dos ícones Selos Glossário REALIZE A PRÁTICA APENAS COM A SUPERVISÃO DO PROFESSOR TENHA CUIDADO G U I A P N L D 6 OBJETIVOS OBJETIVOS JUSTIFICATIVAS JUSTIFICATIVAS Neste volume estudaremos questões relacionadas ao corpo, ao autocuidado, à nutrição e à saúde. Vamos explorar os riscos do abuso de substâncias e as mudanças físicas, psicológicas e comportamentais que ocorrem durante a pu- berdade. Nosso objetivo é gerar oportunidades de discussão e reflexão sobre questões que têm sido grandes desafios das juventudes nos tempos atuais. Propomos diversas atividades que, em conjunto, buscam desenvolver as competên- cias gerais, as competências específicas e as habilidades para a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias previs- tas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), articulando os componentes curriculares de Biologia, Física e Química. Por meio de uma proposta investigativa e integradora, procuramos trabalhar, de forma contextualizada, uma pos- tura ativa e reflexiva para que você possa ser protagonista de sua aprendizagem e consiga consolidar e ampliar as competências e habilidades desenvolvidas no Ensino Fundamental. COMO A BNCC COMO A BNCC COMO A BNCC COMO A BNCC É TRABALHADA NESTE VOLUME Ao longo deste volume, esperamos que você possa: • reconhecer, analisar e discutir os processos individuais e sociais relacionados ao uso e abuso de cigarro, be- bidas alcoólicas, drogas ilícitas e medicamentos, a fim de compreender suas consequências no meio social; • identificar e analisar as funções e as propriedades de algumas substâncias no organismo humano, como aquelas que compõem o cigarro e as bebidas alcoólicas, explorando conhecimentos morfofisiológicos de dife- rentes sistemas do corpo humano, de modo a avaliar os riscos à saúde do uso inadequado dessas substâncias; • construir questões, elaborar hipóteses e formular con- clusões com base em evidências e na interpretação de dados e/ou resultados de atividades experimentais di- versas, envolvendo o estudo de diferentes fenômenos, como alguns processos fisiológicos e mecanismos de ação de drogas e medicamentos no organismo humano; • interpretar textos relacionados a diferentes temas abordados nos capítulos a fim de analisar seus argu- mentos e conclusões e avaliar criticamente acredibili- dade das fontes consultadas; • reconhecer, por meio da comparação de diferentes explicações científicas, que a construção de modelos e de teorias científicas é fruto de seu contexto histó- rico, cultural, social e político, e que, por isso, possui limitações explicativas decorrentes de sua época; • avaliar os alimentos com base em critérios químicos e biológicos relacionados a sua composição e a sua ação no organismo para refletir e tomar decisões so- bre seus hábitos alimentares em favor de uma alimen- tação saudável e equilibrada; • reconhecer e discutir questões sociais, culturais, afeti- vas e de saúde pública envolvendo o comportamento alimentar a fim de promover e divulgar ações de pre- venção e promoção da saúde; • discutir de forma integrada as funções dos sistemas digestório, cardiovascular, respiratório, nervoso, en- dócrino e urinário a fim de reconhecer como as es- colhas, os hábitos e o estilo de vida interferem nos mecanismos biológicos que mantêm a vida; • analisar e debater as vulnerabilidades a que estão su- jeitos os jovens, como o abuso de substâncias quími- cas, a gravidez na adolescência, a prática de bullying e a exposição excessiva nas mídias sociais, de modo a reconhecer os riscos que podem comprometer o seu bem-estar físico e psicoemocional. OBJETIVOS JUSTIFICATIVAS Atualmente, são muitas as vulnerabilidades às quais as juventudes estão sujeitas a todo momento. Desde o abuso de substâncias até a gravidez precoce e o exces- so de exposição nas mídias sociais, os jovens enfrentam situações em que precisam tomar decisões que resguar- dem a sua saúde física e psicoemocional. No momento dessas escolhas, é importante que você consiga avaliar de forma crítica os fatores biológicos, fisiológicos, com- portamentais e sociais que impactam sua saúde e seu bem-estar. Também é crucial que você esteja preparado para se posicionar nas discussões acerca dessas vulnera- bilidades para além do cuidado individual e consiga pro- mover e divulgar ações de prevenção de danos à saúde e de promoção da saúde coletiva. G U I A P N L D 7 Competências gerais Estão listadas a seguir as competências gerais que foram tra- balhadas neste volume: 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente cons- truídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e co- laborar para a construção de uma sociedade justa, democrá- tica e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investi- gar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e cultu- rais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informa- ção e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, pro- duzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protago- nismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emo- cional, compreendendo-se na diversidade humana e reco- nhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e va- lorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabi- lidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, in- clusivos, sustentáveis e solidários. Competências específicas Estão listadas a seguir as competências específicas trabalha- das neste volume: 1. Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem pro- cessos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global. 2. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vi- vos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis. 3. Investigar situações-problema e avaliar aplicações do co- nhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias di- gitais de informação e comunicação (TDIC). Habilidades As habilidades trabalhadas neste volume são: (EM13CNT101) Analisar e representar, com ou sem o uso de dis- positivos e de aplicativos digitais específicos, as transformações e conservações em sistemas que envolvam quantidade de ma- téria, de energia e de movimento para realizar previsões sobre seus comportamentos em situações cotidianas e em processos produtivos que priorizem o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da vida em todas as suas formas. (EM13CNT104) Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, considerando a composição, a toxicidade e a reativi- dade de diferentes materiais e produtos, como também o nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e propondo soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e descartes responsáveis. (EM13CNT203) Avaliar e prever efeitos de intervenções nos ecos- sistemas, e seus impactos nos seres vivos e no corpo humano, com base nos mecanismos de manutenção da vida, nos ciclos da matéria e nas transformações e transferências de energia, utili- zando representações e simulações sobre tais fatores, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros). (EM13CNT207) Identificar, analisar e discutir vulnerabilidades vinculadas às vivências e aos desafios contemporâneos aos quais as juventudes estão expostas, considerando os aspectos físico, psicoemocional e social, a fim de desenvolver e divulgar ações de prevenção e de promoção da saúde e do bem-estar. (EM13CNT301) Construir questões, elaborar hipóteses, previsões e estimativas, empregar instrumentos de medição e representar e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados experi- mentais para construir, avaliar e justificar conclusões no enfren- tamento de situações-problema sob uma perspectiva científica. (EM13CNT302) Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimentos, elaborando e/ou interpretando textos, gráficos, tabelas, símbo- los, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de diferentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informa- ção e comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover debates em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de re- levância sociocultural e ambiental. G U I A P N L D 8 SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO 2 1 Capítulo 1 – Analisando a composição e a ação do cigarro e das bebidas alcoólicas ........................................................ 12 1.1 A representação das moléculas orgânicas e as funções orgânicas................................... 13 Atividade 1 – A estrutura das moléculas orgânicas e os orbitais .......................................................... 13 1.2 Compreendendo a relação entre orbitais e a estrutura das moléculas orgânicas ............. 14 1.3 Geometria molecular e moléculas orgânicas .... 20 1.4 A representação das moléculas orgânicas: os alcanos ...................................................... 22 1.5 Propriedades físicas dos alcanos ..................... 22 1.6 Alquenos e a isomeria cis-trans ....................... 24 1.7 Alquenos e alquinos ....................................... 26 1.8 Os hidrocarbonetos aromáticos e a ocorrência de câncer de pulmão entre fumantes ............... 28 1.9 Um pouco sobre a nomenclatura dos compostos orgânicos ................................ 30 1.10 Outras substâncias presentes nos cigarros ou em sua fumaça: aldeídos e cetonas .......... 32 1.11 Caracterizando quimicamente a nicotina: a função amina ............................................ 33 1.12 Conhecendo o sistema respiratório................ 35 Atividade 2 – Uma queima muito especial .............. 36 1.13 A ação do cigarro sobre o corpo humano ..... 38 1.14 As bebidas alcoólicas e o etanol ................... 40 1.15 Bebida e direção: por que esta é uma mistura perigosa? ........................................ 42 Capítulo 2 – Conversando sobre drogas e medicamentos ........................... 44 2.1 O que são drogas e medicamentos? ................ 45 2.2 Introdução aos mecanismos de ação de drogas e medicamentos no organismo ............ 46 Atividade 1 – Primeiras análises da morfofisiologia do sistema nervoso ................................................ 47 2.3 A morfofisiologia do sistema nervoso.............. 48 2.4 A química do sistema nervoso ........................ 54 2.5 Como as drogas afetam a química do sistema nervoso? ....................................... 56 2.6 Nem tudo é dor: o ácido acetilsalicílico e o paracetamol ............................................. 57 2.7 Maconha ....................................................... 61 2.8 Cocaína ......................................................... 62 2.9 Sobre o ópio e seus derivados: morfina e heroína .......................................... 63 2.10 Cafeína ........................................................ 65 Questões de exames ............................................. 66 Drogas, cigarro e bebidas alcoólicas: uma perspectiva interdisciplinar Capítulo 3 – Alimentos e substâncias para manter a saúde e o bem-estar .............................. 70 3.1 Uma questão de estética e de saúde? ............ 71 3.2 Lipídios: a química dos ácidos graxos e das gorduras ............................................. 72 Corpo, saúde e nutrição 3.3 Colesterol: aprendendo um pouco sobre esta molécula complexa ............................... 77 3.4 Castanhas .................................................... 79 3.5 Por que frango e batata-doce? ..................... 79 3.6 Conhecendo um pouco sobre as fibras .......... 86 G U I A P N L D 9 3 Capítulo 6 – Aspectos biológicos da adolescência ........................................... 132 6.1 Sistemas genitais ............................................ 133 Atividade 1 – Órgãos e estruturas do sistema genital feminino .................................................... 135 6.2 O ciclo menstrual ........................................... 136 Atividade 2 – Curiosidades sobre os sistemas genitais ................................................... 138 6.3 Gravidez e parto ............................................ 138 6.4 Métodos contraceptivos .................................. 141 Atividade 3 – Comparando os métodos contraceptivos ....................................................... 142 Adolescência: anos de grandes mudanças Referências bibliográficas comentadas ... 160 6.5 Infecções sexualmente transmissíveis (IST) ....... 143 Capítulo 7 – Adolescência: mudanças e autoconhecimento ............. 144 7.1 Qual a definição de adolescência? .................. 145 Atividade 1 – Nada vai acontecer comigo .............. 145 7.2 Adolescência: muitas descobertas ................... 147 7.3 Tecnologias digitais na adolescência ............... 150 Atividade 2 – Cyberbullying .................................. 152 7.4 Gravidez na adolescência ............................... 153 Atividade 3 – Pesquisa de opinião ......................... 157 Questões de exames ............................................. 158 3.7 Vitaminas e sais minerais: micronutrientes importantes em nossa dieta .......................... 88 3.8 Açúcar: ingestão limitada ............................. 92 Atividade 1 – Analisando a química do refrigerante......................................................... 93 Capítulo 4 – Termoquímica dos alimentos................................................ 96 4.1 De olho nos rótulos: entendendo o valor energético dos alimentos ................................ 96 Atividade 1 – Estimando a quantidade de energia fornecida por um amendoim ...................... 99 4.2 Processos exotérmicos e endotérmicos ............ 100 4.3 A variação de entalpia e as equações termoquímicas................................................ 102 4.4 Estado-padrão e lei de Hess ............................ 105 4.5 Como o nosso corpo obtém a energia dos alimentos? ............................................... 108 Capítulo 5 – Bioenergética nutricional ... 110 Atividade 1 – Investigando a ação da saliva ........... 110 5.1 Dos alimentos aos nutrientes ........................... 111 5.2 Parâmetros de avaliação da composição corporal ...................................... 116 5.3 Pensando sobre a obesidade .......................... 117 5.4 A distribuição de nutrientes pelo corpo ............ 118 Atividade 2 – Analisando o caminho do sangue ..... 120 5.5 A circulação do sangue pelo corpo ................. 121 5.6 A obtenção e o armazenamento da energia dos alimentos ............................... 123 5.7 Eliminação de resíduos ................................... 124 Questões de exames ............................................. 128 G U I A P N L D W e s te n d 6 1 /G e tt y I m a g e s Círculos de amizades e diálogo são fundamentais para as juventudes. Mas o álcool ou qualquer outra droga precisam estar presentes? • Em sua opinião, muitos adolescentes começam a usar drogas imaginando ter encontrado uma solução para os próprios problemas? • Que problemas podem ser esses? • Que outras situações podem levar ao uso de bebidas alcoólicas, cigarro e drogas ilícitas? • O que você e os amigos costumam fazer para se divertir? • Quando você tem um problema, costuma conversar com amigos ou com familiares? 10 G U I A P N L D Drogas, cigarro e bebidas alcoólicas: uma perspectiva interdisciplinar Nesta unidade, vamos analisar os processos individuais e sociais relacio- nados ao uso de cigarro, bebidas alcoólicas, drogas ilícitas e medicamen- tos. Causas e efeitos de tais situações envolvem uma série de questões psíquicas e culturais que perpassam a adolescência e a juventude. Cres- cimento, questionamentos e rupturas se intercalam em um processo de mudança e construção de identidades. Círculos de amizades e diálogo tornam-se elementos fundamentais das juventudes, que são muito diver- sas em um país com as dimensões do Brasil. Neste contexto, as Ciências da Natureza trazem um olhar que amplia nossos horizontes para a compreensão de comportamentos sociais e culturais, expressando-se, também, em ações de prevenção, bem-estar e saúde. Para isso, vamos debater conceitos articulados a práticas investi- gativas em uma abordagem interdisciplinar envolvendo conhecimentos de Química orgânica, Morfologiae Fisiologia humana. Você conhecerá as estruturas das substâncias analisadas e os respectivos mecanismos de ação e efeitos no organismo, especialmente no sistema nervoso. 1 W a tc h a ra /S h u tt e rs to c k 11 G U I A P N L D P a v e l L P h o to a n d V id e o /S h u tt e rs to c k 1 Competências gerais: 1, 2, 8 e 10 Competências específicas: 1, 2 e 3 Habilidades: (EM13CNT104), (EM13CNT207) e (EM13CNT301) Analisando a composição e a ação do cigarro e das bebidas alcoólicas # Figura 1.1 – Muitos componentes do cigarro e das bebidas alcoólicas são constituídos de substâncias orgânicas. Nos últimos anos, observou-se uma redução no consumo de tabaco e bebidas alcoólicas na população bra- sileira. Segundo pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), entre 2006 e 2018, o tabagismo diminuiu 40% entre os brasileiros. Já o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) apontou redução de 11% no consumo de bebidas alcoólicas no país entre 2012 e 2018. Apesar dos resultados positivos, essas pesquisas trazem também uma preocupação: a relação dos jovens e adolescentes com o tabagismo e o alcoolismo. De acordo com a Vigitel, a iniciação no fumo acontece antes dos 18 anos. Quadro similar é apontado pelo Cisa: nos últimos anos tem aumentado o consumo de bebidas alcoólicas entre jovens de 13 a 15 anos, ao passo que tem diminuído entre outras faixas etárias. Ao longo deste capítulo, vamos identificar um conjunto de substâncias componentes do cigarro e de bebi- das alcoólicas que têm características em comum: as substâncias orgânicas. Considerando essas substâncias, vamos identificar as funções orgânicas e suas propriedades. Além disso, em uma abordagem interdisciplinar, analisaremos os efeitos do cigarro e das bebidas alcoólicas no corpo humano, explorando conhecimentos mor- fofisiológicos dos sistemas respiratório, digestório e nervoso. 12 Cap’tulo 1 G U I A P N L D A representação das moléculas orgânicas e as funções orgânicas Do ponto de vista químico, podemos classificar as substâncias orgânicas le- vando em consideração os grupos funcionais presentes nas suas moléculas. As substâncias que encontramos nos organismos vivos, por exemplo, são consideradas substâncias orgânicas. Até meados do século XIX, acredita- va-se que apenas os organismos vivos eram capazes de sintetizar substâncias orgânicas – doutrina que ficou conhecida como vitalismo. Desde a síntese da ureia a partir de cianato de amônio, realizada em laboratório por Friedrich Wöhler (1800-1882), em 1828, essa doutrina, porém, caiu em desuso e muitas das substâncias orgânicas passaram a ser sintetizadas em laboratório. Essas substâncias geralmente são constituídas de moléculas que apresentam cadeias de átomos de carbono – as chamadas cadeias carbônicas –, na maior parte das vezes ligadas a outros grupos que, além do carbono e do hidrogênio, podem conter átomos de oxigênio e nitrogênio. Esses quatro átomos – carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio – são os principais constituintes das substâncias orgânicas, sendo os componentes das partes fundamentais das células dos organismos vivos. Além dessas substân- cias, existe nos organismos vivos uma variedade de outros átomos, entre eles: fósforo, componente dos ossos e dentes, substância que desempenha papel fundamental no metabolismo dos organismos vivos; cálcio, outro componente dos ossos e dentes; magnésio, que também desempenha papel importante na regulação do metabolismo; sódio, potássio e cloro, que regulam a pressão osmótica das células; ferro, que forma um complexo com a hemoglobina e por isso participa do trans- porte do gás oxigênio no sangue e de seu armazenamento nas células. Nas substâncias formadas por moléculas não muito complexas, o grupo funcional é que vai caracterizar o comportamento químico dessas substâncias. Já nas formadas por moléculas mais complexas, como a maioria das drogas e medicamentos que serão estudados nesta unidade, há geralmente mais de um grupo funcional, e o comportamento químico é definido não só pela presença desses grupos, mas também pela forma como eles se distribuem na estrutura molecular e pelas interações que estabelecem com as substâncias presentes no orga- nismo. Assim, não é fácil prever o comportamento químico de substâncias constituídas por moléculas complexas que apresentam mais de um grupo funcional. Esse comportamento pode ser estudado empiricamente, mas é difícil predizê-lo apenas com o conhecimento da estrutura molecular. # Figura 1.2 – Com a síntese da ureia, realizada em laboratório em 1828, Friedrich Wöhler pôs em xeque a doutrina conhecida como vitalismo. A estrutura das moléculas orgânicas e os orbitais – I Nesta unidade abordaremos as funções orgânicas presentes nas moléculas de diferentes drogas e medica- mentos, suas propriedades, algumas transformações nas quais estão envolvidas e sua representação. Existem diferentes formas de representação de moléculas orgânicas. Neste momento, precisamos conhecê-las para que nos ajudem a ampliar a compreensão sobre o modo como essas substâncias são constituídas. INVESTIGAÇÃO Para abordarmos a forma como os átomos de carbono se ligam a outros átomos quando participam de li- gações covalentes simples, duplas e triplas, vamos fazer uma analogia com balões de látex − como aqueles de festas de aniversário. Depois discutiremos a teoria por trás dessas ligações e entenderemos melhor essa analogia. MATERIAL 9 balões de látex (usados em festas de aniversário). M a ri a P la tt -E v a n s /S P L /L a ti n s to c k 13Analisando a composição e a ação do cigarro e das bebidas alcoólicas G U I A P N L D O QUE FAZER 1. Encham dois balões e amarrem um ao outro pe- las bocas. 2. Soltem o conjunto sobre a mesa e observem a disposição geométrica que adquire. 3. Encham três balões e amarrem uns aos outros pelas bocas. 4. Soltem o conjunto sobre a mesa e observem a disposição geométrica que adquire. 5. Encham quatro balões e amarrem uns aos outros pelas bocas. 6. Soltem o conjunto sobre a mesa e observem a disposição geométrica que adquire. REFLEXÃO 1. Considerando os arranjos que os conjuntos de ba- lões adquiriram, o que vocês podem dizer sobre: a) os ângulos aproximados entre os balões? b) a disposição geométrica dos balões? 2. Copiem o quadro 1.1 no caderno e completem- -no com dados sobre os arranjos geométricos que vocês observaram. Número de balões Ângulos aproximados entre os balões Figura que representa a disposição geométrica dos balões Nome da disposição geométrica dos balões 2 3 4 # Quadro 1.1 – Figuras e nomes das disposições geométricas envolvendo dois, três e quatro balões. Compreendendo a relação entre orbitais e a estrutura das moléculas orgânicas Os modelos para o átomo nos ajudam a compreender a distribuição dos elétrons em níveis e subníveis de energia. Considerando o modelo proposto pela mecânica quântica, debatemos a existência de orbitais atômicos. Agora estudaremos a relação existente entre a forma desses orbitais e a estrutura espacial das moléculas orgânicas. Orbitais atômicos Existem diferentes tipos de orbitais atômicos e os elétrons com diferentes energias ocupam orbitais diferentes. A forma desses orbitais atômicos e sua posição relativa no espaço são fatores diretamente relacionados ao arran- jo espacial dos átomos na molécula. Esse arranjo espacial também está relacionado ao tipo de ligação covalente que será estabelecida entre os átomos, ao comportamento químico das moléculas e, portanto, às propriedades das substâncias. Considerando o modelo atual para o átomo, concebemos o orbital como a região do espaço onde, com maior probabilidade, se pode encontrar o elétron. Essa forma de conceber o orbital é resultante de uma abordagem matemática complexa. As expressões matemáticas utilizadas – chamadas equações de onda– descrevem algu- mas propriedades dos elétrons em função de sua distribuição nos átomos e moléculas: por exemplo, a energia total e o momento angular de cada elétron. Cada equação de onda apresenta várias soluções e cada uma dessas soluções corresponde a um orbital de energia diferente para o elétron. Para representar os orbitais e dar uma ideia física de suas formas, é interessante usarmos a imagem de uma nuvem, que se apresenta mais densa nas regiões onde for mais elevada a probabilidade de se encontrar o elé- tron. Note que um orbital, coerente com a ideia de uma descrição probabilística que a equação de onda fornece, é uma região do espaço que não tem fronteiras bem delimitadas. 14 Capítulo 1 G U I A P N L D O orbital 1s, por exemplo, pode ser representado como uma esfera com o centro no núcleo do átomo. A figura 1.3 apresenta um gráfico que relaciona a função de onda, Ψ, em função do raio do átomo. Neste gráfico observamos que a probabilidade de encontrar o elétron é maior próxima ao núcleo e decresce muito rapidamente à medida que o raio da esfera vai aumentando. r nuvem eletrônica probabilidade y O orbital 2s também se apresenta na forma esférica, maior que o orbital 1s. Possui maior energia e menor es- tabilidade, em virtude de a distância média entre o elétron e o núcleo ser maior e, consequentemente, menor a atração eletrostática. Com uma energia um pouco maior temos os orbitais 2p. Cada orbital p tem a forma de um haltere com lobos a igual distância do núcleo do átomo. Os eixos dos três orbitais são perpendiculares entre si e se cruzam sobre o núcleo. Para distingui-los, utilizamos a notação 2px, 2py e 2pz, e, nestes casos, x, y e z referem-se aos eixos cartesianos correspondentes. A figura 1.4 representa cada orbital p em seu respectivo eixo. z p z x y 2 1 z p y y x 2 1 p x y x z 12 # Figura 1.4 - Representação esquemática para os orbitais 2px, 2py e 2pz. Os elementos não estão representados em proporção. Cores fantasia. Orbitais moleculares Do ponto de vista do modelo atômico proposto pela mecânica quântica, quando ocorre a formação de uma molécula, os orbitais atômicos interagem e dão origem a um novo conjunto de níveis energéticos que correspon- dem a novas distribuições da nuvem eletrônica (densidade de probabilidade). Esses novos orbitais moleculares passam a ter seu centro sobre mais de um núcleo e envolvem toda a molécula. É aqui que entra uma nova ferramenta teórica que nos oferece elementos para compreender esses novos orbi- tais formados. É a teoria dos orbitais moleculares, também conhecida por TOM. Não vamos nos aprofundar nos aspectos teóricos, mas essa teoria coloca seu foco na ligação química e diz que todos os elétrons de valência têm uma influência na estabilidade da molécula. Para compreendermos aspectos ligados às representações de moléculas orgânicas, é importante retomarmos ideias sobre a formação de ligações covalentes que envolvem átomos de carbono. # Figura 1.3 – Representação esquemática da função de onda (Ψ) em função do raio da esfera (r) para o orbital 1s. Os elementos não estão representados em proporção. Cores fantasia. A v it s /A q u iv o d a e d it o ra Il u s tr a ç õ e s : A v it s /A q u iv o d a e d it o ra 15Analisando a composição e a ação do cigarro e das bebidas alcoólicas G U I A P N L D A ligação covalente e a estrutura do carbono Para que uma ligação covalente entre dois átomos seja formada, um orbital de um deles deve se sobrepor a um orbital do outro e cada um desses orbitais deve conter apenas um elétron. Quando isso acontece, os dois orbitais atômicos fundem-se e passam a constituir um único orbital, ocupado pelos dois elétrons. Esses dois elétrons possuem spins opostos, isto é, devem estar emparelhados. Essa nova organização dos elétrons e núcleos contém menos energia – ou seja, é mais estável – que a orga- nização correspondente aos átomos isolados. No entanto, nessa nova configuração, a atração eletrostática au- menta, pois cada um dos elétrons, que era atraído apenas por um núcleo no átomo isolado, passa a ser atraído por dois núcleos de carga positiva quando a ligação é formada. O carbono é um elemento essencial na estrutura dos compostos orgânicos. Nesse ponto de nosso estudo vamos aprofundar a compreensão de como podem ser compreendidas as ligações covalentes dos átomos de carbono com outros átomos. Vamos começar por investigar as ligações químicas em uma molécula de metano, CH4. Para compreender como são feitas as ligações covalentes da molécula de metano (CH4), você fez a distribuição eletrônica para os átomos de carbono e hidrogênio. Se você fez corretamente essas distribuições, pode verificar que só seria possível a formação de duas ligações com átomos de hidrogênio. Nesse caso, o carbono estaria utilizando dois orbitais p e poderia ser formado o composto CH2. Esse composto já foi detectado, mas é muito reativo, ou seja, pouco estável. Sabemos que a menor molécula formada entre carbono e hidrogênio que se apresenta estável é o metano (CH4). Isso significa que o carbono se apresenta estável quando estabelece ligações covalentes com quatro átomos de hi- drogênio, e não com dois, como somos levados a considerar tendo em vista a distribuição eletrônica por subníveis. Então, como é possível compreender que o CH4 exista de forma estável? A diferença de energia entre os orbitais 2s e 2p não é muito grande. Isso nos leva a considerar a possibilidade de que um dos elétrons do orbital 2s seja promovido para um dos orbitais 2p, o qual se encontraria vazio. Esse procedimento requer que certa quantidade de energia seja fornecida e podemos pensar que essa energia pode ser obtida a partir da formação das ligações carbono-hidrogênio. É exatamente isso que pro- põe o modelo da mecânica quântica. Assim, o carbono pode formar quatro ligações com quatro átomos de hidrogênio. Considerando que o orbital 2s do carbono é menor que os orbitais 2p, uma das ligações C – H, aquela feita usando um orbital 2s do carbono, deveria ser menor que as outras três, aquelas feitas com os orbitais p do carbono. Entretanto, verificou-se experimentalmente que as quatro ligações C – H apresentam o mesmo com- primento: 1,1 3 10211 m. Como podemos explicar esse dado experimental? O modelo matemático usado propõe a “mistura” de um orbital s com três orbitais p, formando qua- tro novos orbitais, denominados sp3, de mesma energia. A essa “mistura de orbitais” dá-se o nome de hibridação. A figura 1.5 mostra representações para a distribuição eletrônica do átomo de carbono no estado fundamen- tal, no estado ativado e no estado no qual os orbitais s e p estão como híbridos sp3. estado fundamental 1s2 2s2 2p2 estado ativado 1s2 2s1 2p3 estado híbrido 1s2 sp3 # Figura 1.5 – Diagramas representando a distribuição dos elétrons do átomo de carbono nos subníveis, nos estados fundamental, ativado e híbrido sp3. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 16 Cap’tulo 1 G U I A P N L D A ligação covalente formada pela interpenetração frontal dos orbitais sp3 – no caso de uma ligação entre dois átomos de carbono, como na molécula de etano – é uma ligação conhecida como ligação sigma, s. Em todas as situações em que o carbono participa de ligações simples, este modelo propõe a formação de orbitais sp3 resultantes de hibridação. No caso da ligação s com os átomos de hidrogênio, o que ocorre é uma sobreposição frontal entre um orbital sp3 do átomo de carbono e um orbital s do átomo de hidrogênio. A formação dessas ligações do tipo sigma está ilustrada nas figuras 1.6 e 1.7, para o metano e o etano, respectivamente. C H H H C 1 4 H C H H H H átomo de carbono com hibridação sp3 sobreposição dos orbitais s e sp3 ligações s no metano H # Figura 1.6 – Representação esquemática da formação das ligações sigma na molécula de metano. Os elementos não estão representados em proporção.Cores fantasia. 1 átomo de carbono com hibridização sp3 átomo de carbono com hibridização sp3 ligações s no etano C CC C C C # Figura 1.7 – Representação esquemática da formação das ligações sigma na molécula de etano. Os elementos não estão representados em proporção. Cores fantasia. Mas o carbono, em outras moléculas, pode formar outro tipo de ligação, conhecida como ligação dupla. Na ligação dupla, além de uma ligação s, há também uma ligação pi, p. Esse tipo de ligação está presente na molécula de eteno, C2H4. No eteno, cada átomo de carbono está ligado a três átomos. Poderíamos supor que apenas três dos orbitais semipreenchidos do carbono participassem da formação dessa ligação. Nesse caso, no entanto, continua a ocorrer uma hibridação, só que agora ela envolve apenas o orbital s e dois dos orbitais p, formando três novos orbitais de mesma energia denominados sp2. O outro orbital p não participa da hibridação e o elétron que ocupa esse orbital permanece com a mesma energia que apre- sentava anteriormente. Assim, cada carbono tem a possibilidade de fazer três ligações covalentes do tipo s e uma ligação covalente do tipo p, que vai constituir a segunda das ligações que formam a dupla ligação presente no carbono. Portanto, cada átomo de carbono na molécula de eteno apresenta: • 2 ligações s formadas a partir da sobreposição frontal de orbital sp2 do carbono e orbital s do hidrogênio; Il u s tr a ç õ e s : A v it s /A q u iv o d a e d it o ra Il u s tr a ç õ e s : A v it s /A q u iv o d a e d it o ra 17Analisando a composição e a ação do cigarro e das bebidas alcoólicas G U I A P N L D • 1 ligação s formada a partir da sobreposição frontal de orbitais sp2 dos carbonos − esta é uma das ligações da dupla ligação; • 1 ligação p formada a partir da superposição lateral de orbitais p − esta é a segunda ligação da dupla ligação. A figura 1.8 apresenta representações para a distribuição eletrônica do átomo de carbono no estado fundamen- tal, no estado ativado e no estado no qual os orbitais s e p estão como híbridos sp2. # Figura 1.8 – Diagramas que representam a distribuição dos elétrons do átomo de carbono nos subníveis, nos estados fundamental, ativado e híbrido sp2. estado fundamental 1s2 2s2 2p2 estado ativado 1s2 2s1 2p3 estado híbrido 1s2 sp2 p A ligação covalente formada pela interpenetração frontal dos orbitais sp2 – no caso de uma ligação entre dois átomos de carbono, como na molécula de eteno – é uma ligação s. Em todas as situações em que o carbono participa de ligações duplas, esse modelo propõe a formação de orbitais sp2 resultante de hibridação. No caso da ligação s com os átomos de hidrogênio, o que ocorre é uma sobreposição frontal entre um orbital sp2 do átomo de carbono e um orbital s, do átomo de hidrogênio. No caso da ligação dupla entre os átomos de carbono, uma das ligações é do tipo s, resultante da interpenetração dos orbitais sp2, e a outra é uma ligação p, resultante da formação de uma nuvem eletrônica abaixo e acima do plano formado pela ligação s. Essa ligação é formada a partir dos orbitais p dos átomos de carbono. A formação dessas ligações, do tipo s e p, para o eteno, está representada na figura 1.9. C120o p sp2 C C C s p sobreposição dos orbitais sp2 e p ligação p H H H H H HHH # Figura 1.9 – Representação esquemática da formação das ligações s e p na molécula de eteno. Os elementos não estão representados em proporção. Cores fantasia. Um outro composto de carbono e hidrogênio, o etino, C2H2, apresenta uma ligação tripla entre os átomos de carbono. Nessa molécula, cada átomo de carbono está ligado a dois átomos diferentes e, portanto, apenas dois dos orbitais semipreenchidos do carbono participam da formação dessas ligações. Os outros dois orbitais p vão participar da formação de duas ligações p, resultantes da formação de uma nuvem eletrônica abaixo e acima do plano formado pela ligação s – umas das ligações p – e outra nuvem eletrônica atrás e na frente da do plano formado pela ligação s. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Il u s tr a ç õ e s : A v it s /A q u iv o d a e d it o ra 18 Cap’tulo 1 G U I A P N L D Na ligação s, por outro lado, a hibridação envolve apenas o orbital s e um dos or- bitais p, formando dois novos orbitais de mesma energia, denominados orbitais sp. Os dois outros orbitais p não participam da hibridação e os elétrons nesses orbitais permanecem com a mesma energia que apresentavam anteriormente. Eles vão ser responsáveis pela formação das ligações p. A formação dessas duas ligações p e da ligação s, para o etino, está representada na figura 1.10. HH CH C C C ligação pligação p p y p y p z p z H H s # Figura 1.10 – Representação esquemática das ligações s e p na molécula de etino. Os elementos não estão representados em proporção. Cores fantasia. Assim, cada carbono no etino tem a possibilidade de fazer duas ligações s e duas ligações p: • 1 ligação s formada a partir da sobreposição frontal de orbital sp do carbono e orbital s do hidrogênio; • 1 ligação s formada a partir da sobreposição frontal de orbitais sp dos carbonos; • 2 ligações p formadas a partir da superposição lateral de orbitais p. A figura 1.11 a seguir mostra representações para a distribuição eletrônica do átomo de carbono no estado fundamental, no estado ativado e no estado no qual os orbitais s e p estão como híbridos sp. estado fundamental 1s2 2s2 2p2 estado ativado 1s2 2s1 2p3 estado híbrido 1s2 sp pp # Figura 1.11 – Diagramas que representam a distribuição dos elétrons do átomo de carbono nos subníveis, nos estados fundamental, ativado e híbrido sp. A sobreposição lateral de orbitais p é menos eficiente do que a sobreposição fron- tal dos orbitais, sejam eles sp, sp2 ou sp3. Assim, as ligações p são mais fracas do que as ligações s. Dessa forma, é necessário mais energia para promover a quebra de ligações s do que para promover a quebra de ligações p. Il u s tr a ç õ e s : A v it s /A q u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 19Analisando a composição e a ação do cigarro e das bebidas alcoólicas G U I A P N L D Geometria molecular e moléculas orgânicas Quando você e seu grupo amarraram os balões na Atividade 1, foi possível observar que eles ficaram arranja- dos de tal forma que se afastaram o máximo possível um do outro. Na primeira situação, amarraram dois balões que adquiriram um arranjo chamado de geometria linear, pois os dois balões estão dispostos ao longo de uma linha imaginária, guardando um ângulo de 180º entre si. Quando amarraram três balões, eles ficaram organi- zados em um plano numa configuração denominada geometria trigonal plana, pois todos os balões estão no mesmo plano, guardando um ângulo de 120º entre si. Finalmente no terceiro arranjo, com quatro balões, a configuração é conhecida como geometria tetraédrica, pois os balões estão distribuídos ao longo dos vértices de um tetraedro. A figura 1.12 mostra o arranjo dos balões nas três situações. D o tt a 2 /A rq u iv o d a e d it o ra D o tt a 2 /A rq u iv o d a e d it o ra D o tt a 2 /A rq u iv o d a e d it o ra # Figura 1.12 – Orientação espacial dos balões de látex nas três situações: quando amarrados dois, três e quatro balões, respectivamente. É possível fazer uma analogia dos balões de aniversário com os pares de elétrons existentes ao redor do átomo central de uma molécula. Assim como os balões adquirem um arranjo geométrico no qual estão mais afastados um do outro, os pares de elétrons existentes ao redor do átomo central de uma molécula também tenderão a se afastar ao máximo uns dos outros. Isso está relacionado ao fato de possuírem carga de mesmo sinal (negativa) e, portanto, se repelirem mutuamente. O formato dos orbitais sp3 não é