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Descolonização nas Relações Internacionais

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Conselho de Tutela – Repensando a Descolonização nas Relações Internacionais 
Contemporâneas: A questão palestina e a questão curda. 
 
Benito Bortolotto 
Jack Netto 
Jayme Callado Neto 
Tainah Pereira 
 
Nova Iorque, 20 de novembro de 2014. 
Excelentíssimos Senhores Embaixadores, 
Os povos do mundo, reunidos na Assembleia Geral das Nações Unidas, decidem 
demandar ao Conselho de Tutela a oportuna reabertura de suas sessões de trabalho, a 
fim de dar nova a luz às questões relativas aos atuais avanços territoriais das milícias 
jihadistas no Oriente Médio. 
Em primeiro lugar quanto à situação do povo curdo e em segundo quanto à legalidade, 
finalidade e todas as consequências sociais inerentes aos assentamentos israelenses 
na Cisjordânia de acordo com a Carta das Nações Unidas (1946) e com o Direito 
Internacional Humanitário atual. 
Como órgão especializado em questões ligadas aos mandatos sobre territórios sem 
capacidade plena de governarem a si mesmos, é de sua responsabilidade a 
compreensão e coordenação em temas territoriais, visto que o Conselho de Segurança 
tem-se ocupado outros temas diversos. 
Para reforçar reforça o comprometimento do Conselho de Tutela com as questões 
humanitárias, recomenda-se o convite aos representantes do Conselho de Direitos 
Humanos, da Liga Árabe e da Província Semiautônoma do Curdistão Iraquiano. 
Os debates serão pautados de acordo com uma agenda proposta. Entre as soluções 
possíveis temos notas consultivas, declarações conjuntas, e petições para o Conselho 
de Segurança e Assembleia Geral, estes, serão Documentos Provisórios até serem 
trabalhados e aprovados em forma de Projeto de Resolução. 
Os povos do mundo depositam sua confiança em vosso Comitê e contam com os 
senhores para que novas tragédias na região sejam evitadas. Esperamos que os 
senhores prezem, acima de tudo, pela vida e pelas boas relações entre os povos e 
cheguem a uma solução para estes conflitos, amenizando os efeitos contínuos destes 
conflitos. 
Atenciosamente, 
O Secretariado. 
 
 
1. Introdução 
 
 Estabelecido como um dos cinco principais órgãos das Nações Unidas na sua 
fundação em 1945, o Conselho de Tutela foi, durante quase cinquenta anos, o 
principal fórum de debate e implementação de políticas de descolonização nas 
relações internacionais do pós-guerra. Inativo desde 1994, momento em que o 
Palau, último Estado confiado ao Sistema de Tutela, torna-se independente, o 
Conselho de Tutela da SiONU 2014 reunir-se-á em 2014 em caráter especial sob 
pedidos da Assembleia Geral. 
 
 Dois tópicos de atual relevância para a paz e a ordem mundial comporão a 
agenda de debates. Em primeiro lugar, a questão do Curdistão. Dispersos por uma 
área superior a 450.00 km², mais de 30 milhões de curdos ainda hoje residem nos 
atuais Estados da Turquia, Irã, Iraque, Síria, Armênia e Azerbaijão. Movimentos de 
independência, no entanto, em nome do princípio da autodeterminação dos povos, 
há décadas vêm pleiteando a criação do Curdistão, eventual Estado nacional que 
sofre a oposição dos vizinhos. 
 
 Em segundo lugar, a questão da Palestina. Embora a região seja multiétnica, 
apenas a população de origem judaica possui um Estado de fato reconhecido pela 
comunidade internacional. Antiga reivindicação dos países árabes, a criação do 
Estado nacional palestino enfrenta contemporaneamente uma série de obstáculos 
internos e nas negociações com Israel e Estados Unidos. Apesar de reconhecida 
oficialmente pela ONU desde 2011 como Estado e não mais como entidade, é 
preciso repensar as possibilidades de sua efetiva constituição em base soberana e 
as implicações internacionais daí decorrentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Institucional 
 
2.1. Estrutura e competências do Conselho de Tutela 
 
Conforme disposto no capítulo XII da Carta das Nações Unidas, o 
Conselho de Tutela será composto pelos Membros que administrem territórios 
tutelados, pelos Membros permanentes do Conselho de Segurança e quantos 
outros Membros eleitos por um período de três anos pela Assembleia Geral, sejam 
necessários para assegurar que o número total de Membros do Conselho de Tutela 
fique igualmente dividido entre os Membros das Nações Unidas que administrem 
territórios tutelados e aqueles que não o fazem. 
 
Quanto a seu funcionamento, importa destacar que cada Membro terá direito a 
um voto, suas decisões serão tomadas por uma maioria dos membros presentes e 
votantes e suas reuniões ocorrerão sempre que necessário, por decisão de seus 
membros, convocação do Presidente, a pedido da Assembleia Geral ou do 
Conselho de Segurança das Nações Unidas. 
 
O Conselho de Tutela valer-se-á, quando for necessário, da colaboração 
do Conselho Econômico e Social e das entidades especializadas, a respeito das 
matérias em que estas e aquele sejam respectivamente interessados. 
 
Baluarte do Sistema Internacional de Tutela, é o principal responsável por 
conduzir seus objetivos básicos: favorecer a paz e a segurança internacionais; 
fomentar o progresso político, econômico, social e educacional dos habitantes dos 
territórios tutelados e seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo 
próprio ou independência; e estimular o respeito aos direitos humanos e às 
liberdades fundamentais para todos. 
 
 
2.2. Histórico do Comitê 
Um dos principais órgãos da ONU, o Conselho de Tutela foi criado para 
administrar 11 territórios sob tutela da Organização quando de sua fundação, em 
1945. O Conselho suspendeu suas operações quando o último território tutelado da 
ONU, Palau, alcançou a independência em 1994. 
Seu objetivo era contribuir para os avanços políticos, econômicos, sociais e 
educacionais de cada território ora tutelado, e, eventualmente, ajudá-los a alcançar a 
independência. Ao facilitar a tutela – um sistema de governança internacional aplicado 
aos territórios que ainda não sejam capazes de se autogovernar – o Conselho oferece 
uma alternativa ao controle colonial por terceiros e aos horrores das guerras de 
secessão. 
Único comitê a ter concluído seus objetivos, o Conselho de Tutela encontra-se 
hoje inativo. Entre suas competências estiveram a análise de relatórios da nação 
Administradora sobre território, a visita aos territórios tutelados quando acordado com 
a nação Administradora, condição necessária para que fossem aceitos quaisquer 
pedidos relativos a eles, além da formulação de relatórios sobre política, economia, 
sociedade e educação dos povos. 
Importante notar que o Conselho de Tutela não governa diretamente um território. 
São as chamadas nações Administradoras que exercem esse papel, dentro dos 
limites impostos pelos artigos que regem o Conselho de Tutela, como membros deste 
comitê. Existe ainda a possibilidade de que a autoridade sobre algum território seja 
concedida pelo Conselho de Tutela, como aconteceu em 1947, quando a Assembleia 
Geral requisitou ao Conselho a criação de uma zona internacional em Jerusalém e 
seu entorno, para proteção de pessoas e de lugares sagrados. 
Ao colocar essa região “sob regime internacional permanente”, esperava-se que 
se estabelecesse um governo que se reportaria a um conselho eleito, mas o plano foi 
abandonado quando israelenses e jordanianos iniciaram uma guerra em 1948. Pedido 
semelhante foi submetido pelo Presidente da Autoridade Nacional Palestina, 
Mahmoud Abbas, para "colocar oficialmente o Estado da Palestina sob o regime de 
proteção internacional da ONU”. 
Uma proposta do ex-Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, de 2005 pôs em pauta 
a suspensão definitiva das atividades do Conselho de Tutela. A medida não foi 
aprovada, no entanto, porque implicaria em alterações substanciais da Carta das 
Nações Unidas. 
 
 
 
3. Problematização 
 
3.1. A Questão Palestina 
3.1.1 Histórico do Problema 
 
O direito do povo palestino a um Estado Árabe na Palestina sediado em 
Jerusalém está garantido pela ONU quedebateu esse tema em seus anos iniciais 
de existência, ainda sob o fantasma da Liga das Nações. A fundação de Israel e 
ascensão do sionismo afetam a dinâmica já conturbada da região. As sucessivas 
ondas de violência que arrastam os povos dessa região podem ser rastreadas até 
a questão dos atos genocidas cometidos ao longo do tempo contra curdos, 
armênios e tantas outras minorias. Os assentamentos israelenses na Cisjordânia e 
os ataques sucessivos a Gaza ilustram essa situação infeliz. O Conselho de Tutela 
tem o dever de analisar a legalidade, finalidade e todas consequências sociais 
inerentes aos assentamentos israelenses na Cisjordânia. 
 
Antes do início do Mandato britânico na Palestina, os líderes árabes se 
esforçaram para evitar a implantação de um lar nacional judeu, especialmente 
após a Declaração Balfour. Isto porque os britânicos haviam prometido aos árabes 
a independência de seus territórios, em troca de ajuda para derrotar os turco-
otomanos. A promessa, contudo não foi cumprida, pois com o fim da Primeira 
Guerra Mundial, os territórios dominados pelo antigo Império Turco-Otomano 
foram divididos entre França e Grã-Bretanha pelo Acordo Sykes-Picot, que mais 
tarde foi aprovado pela Liga das Nações. Para os árabes, a independência sob o 
domínio judeu seria equivalente a um colonialismo ainda pior. 
 
 As ondas de emigração judaica para a Palestina começaram a 
aumentar, principalmente na década de 1930, com o fortalecimento do 
antissemitismo na Europa, ocasião em que muitas portas se fecharam no 
continente europeu. Além disso, este sentimento se disseminou também entre os 
árabes palestinos, que reagiam com cada vez mais violência. Os britânicos 
temiam uma revolta muçulmana se disseminasse por todo o Império. Esse temor 
gerou o que ficou conhecido como Livro Branco, que praticamente anulou a 
Declaração Balfour, pois limitou drasticamente a imigração judaica na Palestina. 
Além disso, a oposição, antes entre árabes e judeus da Palestina, seria agora 
entre árabes e sionistas. 
 
 O impasse entre israelenses e palestinos só viria a aumentar, sobretudo 
na década de 80. Antes disso, voltemos à década de 70. Nesse período, 
sobretudo a partir do momento em que Begin tornou-se primeiro-ministro pelo 
Likud, a política de colonização passou a ser oficial do seu governo. Com isso, 
cada vez mais assentamentos eram construídos, sobretudo na Cisjordânia. Assim, 
no futuro, os territórios poderiam ser anexados à Israel. 
 
 Durante a década de 1980, o Oriente Médio foi palco de uma série de 
acontecimentos conturbados. No Líbano, onde já ocorria uma guerra civil que 
durou de 1975 a 1990, a presença israelense teve extrema relevância. Após uma 
série de ataques ao território israelense, além da tentativa de assassinato do 
embaixador israelense Shlomo Argov em Londres, atribuídos à Organização pela 
Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, as Forças de Defesa 
Israelenses (FDI) invadem o sul do Líbano, tendo participação ativa no conflito, 
que só tem fim em 1990. Internamente, o levante palestino ocorrido em 1987, 
batizado de Intifada e posteriormente, Primeira Intifada, em virtude da ocupação 
israelense, leva palestinos a lutarem armados de paus e pedras contra o Exército 
Israelense. Em um clima extremamente turbulento, devido a esses episódios que, 
no início da década de 1990, as negociações para o fim do conflito são retomadas. 
 
 Em linhas gerais, ambas as partes se comprometem ao reconhecimento 
mútuo, além de Israel dar autonomia aos territórios árabes ocupados.Entretanto, 
as questões internas inerentes a ambos os lados tornava difícil a concretização 
das conversações iniciadas em Oslo. Dentre outras coisas, podemos notar como 
principais falhas: dificuldades em relação ao idioma, disparidades 
socioeconômicas entre palestinos e israelenses, onde os últimos, geralmente mais 
bem instruídos que os primeiros dominavam atividades coordenadas, além de 
ignorar questões históricas que necessitavam ser solucionadas para que se 
pudesse seguir adiante com o processo de paz. 
 
 Se a implementação do que fora definido nos acordos já era difícil, se 
tornou praticamente impossível após o assassinato do líder israelense Yitzhak 
Rabin. Rabin representava a única liderança capaz de dar prosseguimento aos 
acordos e que nem mesmo seu sucessor político, Shimon Peres, estaria à sua 
altura. Peres perde as eleições para Benjamin Netanyahu, membro da direita 
conservadora israelense, o Likud. 
 
 A vitória de Netanyahu nas eleições de 1993 significou um retrocesso 
nas negociações, onde a recusa do governo israelense em ceder concessões aos 
palestinos foi latente. Além de negar continuidade aos processos de paz, 
Netanyahu deu prosseguimento à construção de assentamentos em regiões 
palestinas. 
 
 No ano de 2000, já no governo trabalhista de Ehud Barak, a convite de 
Bill Clinton, as negociações são retomadas, sem obter sucesso. Nesse panorama, 
a Segunda Intifada ocorre. Nesse sentido, para os palestinos os acordos de Oslo 
vem a constituir que uma série de acordos injustos que não contemplam as 
expectativas palestinas. 
 
 Após a eleição de George W. Bush e ocorrência dos Atentados de 11 de 
Setembro culminaram na Guerra ao Terror, a questão do conflito entre palestinos 
e sraelenses sofre uma guinada radical. O retorno dos republicanos ao poder, 
após os oitoanos de governo Bill Clinton, marcam a ascensão da ultradireita 
conservadora cristã. 
 
 Com a eleição de Barack Obama para a presidência dos EUA, há uma 
mudança na agenda norte-americana para o Oriente Médio. Em primeiro lugar, a 
nomeação de George Mitchell para representante especial para o Oriente Médio 
mostra um aparente comprometimento do governo Obama com a retomada das 
negociações entre israelenses 
 
e palestinos. Entretanto, após os primeiros anos de mandato, a preocupação 
com a reeleição se torna constante, como via de regra e a questão é posta 
novamente de lado, na qual o lobby judaico tem influência. 
 
 Ao mesmo tempo, enquanto os EUA se distanciavam das tentativas de 
se alcançar a paz em Israel, novos atores entram em cena com o objetivo de 
acelerar as discussões. Entre esses países, a União Europeia, onde a França 
desempenha papel central, especialmente quando o então presidente francês, 
Nicolas Sarkozy visita o Oriente Médio, iniciando negociações tanto com 
palestinos como israelenses, além de ampliá-las a Egito e Síria. Entretanto, o fim 
da presidência francesa do Conselho Europeu em 2009 e sucessão da República 
Tcheca, fez com que as ações europeias se tornassem desencontradas, já que se 
verificou que a França agia de maneira independente, sem consultar a União 
Europeia. 
 Outro entrave às negociações, dessa vez inerente às questões internas, 
é o governo israelense. Após denúncias de corrupção e tráfico de influências, o 
então premiê israelense, Ehud Olmert pede demissão do cargo e novas eleições 
para o Parlamento são convocadas. Entretanto, o resultado das eleições de 
fevereiro de 2009 não resolve a instabilidade governamental israelense, já que o 
Partido Kadima leva a maioria dos assentos, mas não consegue formar uma 
coligação. Desse modo, o Likud lidera uma coligação, assumindo Benjamin 
Netanyahu, o que dificulta o prosseguimento nas negociações. 
 
 A disposição dos partidos e da coligação no parlamento israelense, o 
Knesset, é extremamente importante para que a dificuldade no prosseguimento 
das negociações seja entendida. A coligação de 2009 é formada principalmente 
por cinco partidos com ideologias e disposições bastante distintas: o Likud, de 
Netanyahu, é considerado o partido da Direita Conservadora israelense, e também 
mais duro em relação ao tratamento dado aos palestinos; o Kadima, do ex-premiê 
Olmert, é considerado um partido centrista ideologicamente e mais aberto em 
negociações com os palestinos, se comparadoao Likud. É uma dissidência do 
Likud, que conta também com ex-membros do Partido Trabalhista; o 
ultranacionalista Yisrael Beitenu, do ministro das Relações Exteriores, Avigdor 
Lieberman, publicamente conhecido por defender posições extremamente radicais 
em relação aos palestinos; o Shas, partido religioso israelense, que prega a 
aniquilação dos palestinos e por fim, o Partido Trabalhista, que é a centro-
esquerda israelense, fundada pelo pai da pátria judaica, Ben Gurion, e membro da 
internacional socialista. Dos cinco, é o que mais se predispõe a fazer concessões 
aos palestinos e foi durante um governo trabalhista que Israel e OLP estiveram 
mais próximas da paz definitiva, quando foi assinado o Acordo de Oslo. 
 
 Outro fator que está entravando as negociações é a mudança de status da 
Palestina nas Nações Unidas para membro observador em novembro de 2012, 
contra a vontade de Israel e Estados Unidos (para ambos, as negociações para o 
reconhecimento da Palestina devem ser bilaterais entre as partes interessadas). 
Com isso, esta nação tem acesso aos diversos comitês que fazem parte da ONU, 
inclusive ao Tribunal Penal Internacional. 
 
 
3.1.2 Conjuntura e problematização 
 
No dia 29 de Novembro de 2012 a Assembleia Geral das Nações Unidas se reuniu 
para debater uma de suas questões mais emblemáticas, a Questão Palestina. Não 
por acaso esse dia é o Dia Internacional da Solidariedade Com o Povo Palestino. 
Neste dia, a Palestina passou de “Território Não Autogovernado” para não Membro 
Observador perante a Organização das Nações Unidas. Mas quais implicações 
práticas e ideológicas essa mudança provoca? 
 
 Com a intenção de retomar as negociações para que se alcance a Paz no 
conflito israelense-palestino, a votação para mudança no status da Palestina possui 
um forte caráter simbólico. Contando com 138 votos a favor e 9 contra (Israel, 
Estados Unidos, República Tcheca, Canadá, Panamá, Federação dos Estados da 
Micronésia, República de Palau, Ilhas Marshall e Nauru), além de 41 abstenções, a 
votação foi internacionalmente reconhecida como “esmagadora” quanto a vontade 
dos Estados em conceder à Palestina o reconhecimento devido dentro da ONU. O 
gatilho que iniciou, definitivamente, junto a Comunidade Internacional a defesa do 
direito a existência do Estado Palestino foi a operação militar levada a cabo na Faixa 
de Gaza em 2008-2009, onde ficou explícita a intransigência israelense. 
 
 Como ficou claro em dois relatórios, um elaborado pelo Comitê para o 
Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino (documento A/67/35 ) que 
analisou o período de, 07 de outubro de 2011 a 6 de Outubro de 2012. E o outro, um 
relatório do Secretário Geral sobre a resolução pacífica da Questão da Palestina 
(documentos A/67/364-S/2012/701 e A/67/364/Add.1), abrangendo o período de 
setembro de 2011 a agosto de 2012, contendo as suas observações sobre o estado 
atual do conflito entre israelenses e palestinos e sobre os esforços internacionais para 
fazer avançar o processo de paz. De acordo com primeiro relatório, não houve 
nenhum avanço nos esforços para a retomada das negociações diretas entre 
israelenses e palestinos, devido à recusa consistente de Israel em cessar suas 
atividades de ocupação (assentamentos) e aderir aos termos de longa data de 
referência do processo de paz. 
 
 O Conselho de Tutela a mando do Conselho de Segurança das Nações Unidas 
tem a obrigação de revisitar as questões territoriais fundamentais na Palestina e 
propor soluções para esta questão. Entre os pontos a serem abordados: a eventual 
mudança de status da Palestina junto as Nações Unidas e sua relação com o controle 
territorial nesta localidade; a legalidade, finalidade e consequências sociais inerentes 
aos assentamentos israelenses na Cisjordânia e; sobre a criação de uma zona 
internacional permanente em Jerusalém e seu entorno, para proteção de pessoas e 
lugares sagrados. 
 
 
3.2 A Questão do Curdistão 
 
A região montanhosa situada entre os Rios Tigres e Eufrates, onde na antiguidade 
era a Mesopotâmia, hoje é o Curdistão. Essa nação já gozou de breves períodos de 
independência, sobretudo nos Séculos XI e XII da Era Cristã alternados com períodos 
mais longos de dominação estrangeira, fez parte do Império Persa (Século IV A.C.) 
até ter sido anexada ao Império Otomano (Século XVI), passada a Primeira Guerra 
Mundial essa região ficou sob mandato britânico, os quais incorporaram o Curdistão 
ao Iraque (1923). 
Passada a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria o povo curdo ainda não 
possui seu próprio Estado a despeito de seu idioma, cultura e etnia serem 
reconhecidos internacionalmente. Esse povo de 25 milhões de seres humanos está 
distribuído por 500.000 Km² entre o norte do Iraque (4,5 milhões de curdos), leste 
turco (13 milhões) e sírio (1 milhão), oeste iraniano (6,5 milhões) e ao sul do Cáucaso 
espalhados em comunidades na Armênia, Azerbaijão Geórgia e até no Turcomenistão 
(700 mil), fora de sua terra natal espalhados pelo Oriente Médio os curdos ainda 
estão massivamente, por exemplo, no Líbano (100 mil). 
Essa região, diferentemente do Oriente Médio, que possui um clima 
predominantemente desértico, possui altos níveis de precipitação e a passagem dos 
rios Tigre e Eufrates em seus cursos superiores. Apresenta-se, portanto, como uma 
região fértil para a agricultura, um grande potencial hidrelétrico e, além disso, grandes 
reservas de óleo – predominantemente na região do Iraque. 
Uma vez entendida a presença curda em diversos países, iremos apresentar as 
diferenças entre cada região em busca de uma perspectiva mais precisa da atual 
situação do Curdistão. Então, estaremos aptos a debater e propor ações eficazes 
para solucionar a situação calamitosa que se encontra o Oriente Médio, 
especialmente no Curdistão. 
 
O Curdistão do Norte (Turquia) 
A Turquia, como vimos, é o país que abriga o maior número de curdos, 13 milhões 
aproximadamente. Talvez, seja por esse fato que é também o lugar onde os atritos 
parecem ser mais evidentes. A constante negação de um Estado independente aos 
curdos, e a extrema violência que é usada contra suas manifestações de insatisfação 
para com o governo turco, tem gerado conseqüências dramáticas. Revoltas em 1925 
e 1930 foram duramente reprimidas pelos militares turcos. 
 Em 1978 é fundado o PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos) por Abdullah 
Öcalan a partir de movimentos estudantis, cuja meta última era de um Curdistão 
reconhecido internacionalmente. Durante a Década de 80 militantes do PKK e 
Palestinos se aliam contra a invasão ao Líbano em 1982. Durante essa década, 
visando aumentar seu apelo popular e identificação regional por meio da religião que 
ocorre uma radicalização ideológica dentro do PKK, adotando não somente uma 
postura Marxista-Leninista como também se aproximando dos fundamentalistas 
islâmicos. O ano de 1984 é um marco na questão curda, pois é quando fica 
oficializada a 29ª Rebelião Curda, em parte financiada por curdos da Líbia, os 
mesmos que financiaram os treinamentos conjuntos com os Palestinos no início da 
Década. 
 Já na Década de 90 o PKK cria além do cargo de Presidente ocupado por 
Öcalan, um Conselho da Presidência, um Comitê Central e um Quadro Central 
Disciplinar. Esse grau de institucionalização permitiu ao PKK propor um “cessar-fogo” 
à Turquia. Tendo sido negado, ocorre uma escalada de violência contando com 
massacres às comunidades curdas na Turquia, desaparecimentos forçados e prisões 
em massa. 
 A partir de 1999 com a prisão de Öcalan, que tinha passado os últimos vinte 
anos em exílio na Síria até ser expulso, o quadro começa a mudar. O PKK de divide e 
intensifica sua atuação com atentados terroristas até ser reconhecido como 
organização terrorista pela OTAN, Estados Unidos e União Européia, por um lado. 
Pelo outro, devido as aspirações turcas de integrar a EU, que primapelo respeito à 
diversidade cultural, a Turquia arrefece em sua perseguição aos curdos. 
Reconhecendo seu idioma, e extinguindo o termo “turco das montanhas” para 
designar os curdos. Ainda que tímidas essas medidas e outras como uma confusa 
representação parlamentar, engessada por uma burocracia labiríntica podem ser 
encaradas como um progresso, após anos de abusos cometidos pelo governo turco, 
custando além da desestruturação do setor rural curdo, uma diáspora e um saldo de 
45 mil mortos desde 1984. 
 
Curdistão Ocidental (Síria) 
A Síria foi protetorado francês de 1920 até 1946, a partir dessa última data se 
inicia um intenso processo de construção da identidade nacional temperada com 
sucessivas mudanças radicais de governo. Em 1949 com o Coronel Housni Al-Zaim 
tomando o poder pela força e pondo fim ao sistema parlamentar; em 1958 fundando a 
República Árabe Unida com o Egito que duraria até 1961; com a chegada do Baath 
ao poder em 1963 por meio de um golpe de Estado e, posteriormente em 1966 com 
um “golpe dentro do golpe” dado pela ala esquerda do movimento; em 1970 Hafez Al-
Assad toma o poder novamente por meio de um golpe. Sua dinastia permanece até 
os dias atuais. Nesse cenário de tamanha instabilidade os curdos foram considerados 
uma ameaça e sua simples existência é negada pelo regime sírio. 
 Suas manifestações culturais, seu idioma e sua educação foram proibidas. 
Seus registros nos livros de História apagados e sua memória negada. Em 1982 na 
cidade de Hama ocorreu o fato mais emblemático para entendermos a posição síria 
quanto a questão curda: após uma rebelião liderada pelos curdos o governo 
bombardeou a cidade, dinamitou prédios ainda com seus cidadãos dentro, aplainou a 
cidade com rolos compressores e enterrou mais de 20 mil pessoas em valas comuns. 
 O governo sírio vem procurando ignorar o povo curdo dentro de suas fronteiras 
a todo custo. Dos quatro Estados a abrigar populações curdas consideráveis, a saber: 
Irã, Iraque, Turquia e Síria, este último é aquele mais radical uma vez que não 
reconhece o povo curdo como cidadão e nega veementemente aos curdos qualquer 
tipo de representação oficial junto ao governo. 
 
Curdistão Oriental (Irã) 
A trajetória curda no Irã durante o Século XX oscila de acordo com as 
mudanças políticas na região. Durante a Segunda Guerra Mundial enquanto os 
soviéticos se aproximavam pelo norte e os britânicos pelo sul, os curdos se 
aproveitaram do vazio de poder criado pela malfadada aliança entre Reza Xá e Hitler, 
e declaram independência da República de Mehabad o ano era 1946. Logo em 
seguida se ligam ao Azerbaijão em questões econômicas, militares e sociais. 
Contudo, nenhum desses dois países tem força para resistir as redefinições de 
fronteiras entre Iraque e Irã mesmo com o apoio soviético. Após 11 meses, em 1947, 
a República de Mehabad é erradicada e o ensino do curdo proibido, os livros 
queimados e as editoras fechadas. 
 Com a Revolução de 1979 a perseguição se agrava, de orientação xiita os 
novo regime iraniano enxerga os curdos sunitas como potenciais inimigos e o saldo 
final do ajuste fica em 240 comunidades curdas destruídas e 40.000 mortos. 
Conseqüentemente o governo de Teerã assistiu apreensivo a fundação do PJAK, 
Partido por uma Vida Livre no Curdistão, organização similar ao PKK, dotada dos 
mesmos métodos terroristas de sua contrapartida turca, 
 Progressivamente os curdos iranianos foram obtendo certos direitos junto ao 
governo do Irã. Hoje o ensino do idioma e das tradições é respeitado pelo governo 
persa que nomeou a província fronteiriça com Iraque e Turquia de “Curdistão” 
obviamente sob comando de Teerã. 
 
Curdistão do Sul (Iraque) 
Para que possamos entender a relação entre o povo curdo e os governos 
iraquianos se faz necessário um resumo dos fatos ocorridos após a Primeira Guerra 
Mundial. O Império Otomano aliado a Tríplice Entente, firmam o Tratavo de Sèvres 
(1920) que entre outros assuntos versava sobre o estabelecimento de um Estado de 
fronteiras bem definidas para os curdos. Esse tratado foi substituído pelo Tratado de 
Lausanne onde a Turquia recém criada renunciava a criação de um curdistão 
independente. A Grã Bretanha que liderou esse acordo e assumiu o controle sobre o 
que posteriormente viria a ser o Iraque(mencionar o Sir Winston Churchill na Conf do 
Cairo1921. 
 Em 1922, 1931 e 1945 revoltas curdas foram reprimidas militarmente pelo 
governo monárquico do Rei Faiçal, que havia convencido Winston Churchill a não 
dividir aquele território e lhe deu garantias que iria manter o equilíbrio de poder entre 
xiitas ao sul, curdos sunitas ao norte e árabes sunitas no centro. Em 1958 a 
monarquia é derrubada pelo General Kassem, que proclama a União Livre das 
Nações Árabes e Curdas na República do Iraque. Em 1963 o Partido Baath toma o 
poder no Iraque e inicia massacres anticomunistas. Em 1968 Saddam Hussein já era 
o “homem forte” do Partido no Iraque, em 1979 ele acumula todos os poderes sobre si 
mesmo. 
 A ascensão do petróleo como a nova matriz energética resultou em 
conseqüências nefastas para o povo curdo no Iraque. Pois na região norte do país 
onde a maioria do povo era (é) de origem curda está uma das maiores e mais 
valiosas jazidas de petróleo. O regime de Saddam sistematicamente começa a 
expulsar os curdos da região. Por meio de armas químicas, napalm e outros métodos 
altamente condenáveis por volta de 300.000 foram expulsos. Acredita-se que milhares 
de curdos foram mortos durante o regime de Saddam até a invasão ao Kuwait, onde 
estes tentaram sua “primavera” e foram novamente reprimidos com armas químicas e 
outros métodos contrários ao Direito Humanitário Internacional. 
 
Problematização: o Curdistão hoje 
As recentes mudanças de regime no Oriente Médio possibilitaram ao povo 
curdo novo fôlego. Se durante a operação “Tempestade no Deserto”, liderada pelos 
EUA em 1991 para combater a invasão iraquiana no Kuwait os curdos não lograram 
êxito, o mesmo não deve ser dito sobre a operação “Iraque Livre”. A invasão levada a 
cabo em 2003 e a derrocada do regime de Saddam causaram o desmantelamento do 
exército regular iraquiano, abrindo uma brecha oportuna aproveitada pelos curdos do 
Iraque. 
 Os pershmegas, “aqueles que encaram a morte”, combatentes curdos que se 
aliaram aos invasores ocidentais, se tornaram o núcleo do exército regular, e os 
curdos se revelaram os principais atores na reconstrução do Iraque. Em 2005 uma 
nova constituição foi promulgada oficializando o status autônomo da província, em 
pauta junto à Bagdá desde a Década de 1970. 
 O Conselho de Tutela tem a responsabilidade de analisar a situação do povo 
do curdo, suas relações com os povos vizinhos e seu respeito aos Direitos Humanos, 
em todas as suas facetas. E propor uma solução para a questão da falta de 
representatividade internacional na região onde habita o povo curdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Bibliografia 
 
BAKER, Heather; FORTUN, Jonathan; JONES, Kimberly. Restructuring ECOSOC 
and The General Assembly. Model United Nations of The Far West, 2010. 
Disponível em: < http://www.munfw.org/archive/45th/ecosoc1.htm > Acesso em: 31 
jan. 2014. 
BRASIL. Ministério Público Federal. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Disponível em: 
<http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/7/docs/declaracao_universal_dos_direitos_do
_homem.pdf >. Acesso em: 18 mar. 2012. 
 
CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos: Processo histórico – Evolução no 
mundo,Direitos Fundamentais. Constitucionalismo contemporâneo. Disponível em: 
<http://www.editorasaraiva.com.br/repositorioAmostra/9788502091641.pdf >. Acesso 
em: 14 fev. 2012. 
HANSEN, H.H. 1961. The Kurdish Woman's Life. Copenhage. Ethnographic Museum 
Record 7:1-213; 
LEACH, E.R. Social and Economic Organization of the Rowanduz Kurds. London 
School of Economics Monographs on Social Anthropology,1938. 3:1-74. 
LONGRIGG, S.H. Iraq, 1900-1950. Londres, 1953. 
MASTERS, W.M.. Rowanduz., University of Michigan, 1953. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Assembleia Geral: Inaccessible Without 
Israeli Permission, City Cut Off From West Bank, International Meeting On 
Question Of Jerusalem Told. Ankara, 2014. Disponível em: 
<http://unispal.un.org/UNISPAL.NSF/0/07495A45598F5A7685257CD60071A72D> 
Acesso em: 25 out. 2014. 
ONU Brasil. A ONU e os Direitos Humanos. Disponível em: 
<http://www.onu.org.br/aonu-em-acao/a-onu-e-os-direitos-humanos/ >. Acesso em: 18 
mar. 2012. 
 
The World Fact Book. Iraq. Disponível em: 
<https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/iz.html>. Acesso em: 
20 out. 2014. 
http://www.munfw.org/archive/45th/ecosoc1.htm
http://www.editorasaraiva.com.br/repositorioAmostra/9788502091641.pdf
http://unispal.un.org/UNISPAL.NSF/0/07495A45598F5A7685257CD60071A72D
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/iz.html
 
5.1 Outras referências e fontes bibliográficas recomendadas e comentadas 
 
IX CIMUN - Chicago International Model United Nations. UN Trusteeship Council 
Topic Background Guide.. Chigaco, 2012. Disponível em: 
 < http://www.cimun.org/bg2012/trustee.pdf >. Acesso em: 31 jan. 2014. Comentário: 
Guia de estudos de outra simulação que trabalhou dois dos principais tópicos do 
mandato do Conselho de Tutela: sistemas educacionais nos territórios tutelados e 
desenvolvimento econômico e status futuros dos territórios tutelados. O guia traz 
ainda um terceiro tópico sobre o futuro do CT após a Guerra Fria. Interessante notar a 
escolha dos autores por trabalhar com palavras chave, direcionando os delegados a 
pensar dentro da lógica do mandato do comitê. 
 
BARTH, F. Principles of Social Organization in Southern Kurdistan. University 
Ethnographic Museum 7, 1953. Oslo. Comentário: A fonte trata da etnia curda e suas 
peculiaridades, regiões e cultura. 
COLE, Juan. A redescoberta do nacionalismo. University of Michigan, 2004. 
Disponível em: <http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=1019> Acesso em: 29 
set. 2014. Comentário: Abordagem bastante enriquecida dos desenvolvimentos 
políticos, sobretudo do Iraque em relação ao Baath, os Xiitas e Curdos da região. 
Enciclopédia do Curdistão. Disponível em: < http://www.kurdistanica.com/ > Acesso 
em: 25 out. 2014. Comentário: O site é uma espécie de enciclopédia do Curdistão. 
Encontram-se muitas informações principalmente, pós 1992 já o site foi criado e se 
destina, em muitos casos, a uma observação mais detalhada dos acontecimentos a 
partir daquele ano. 
MATTAR, Marina. Movimento curdo de independência ameaça retomar luta 
armada contra Turquia, 2013. Disponível em: 
<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/31979/movimento+curdo+de+indepe
ndencia+ameaca+retomar+luta+armada+contra+turquia.shtml. > Acesso em: 22 out. 
2014. Comentário: Análise da questão curda na Turquia e na Síria. A autora trata de 
como a questão curda foi abalada pela guerra civil síria e como começam as 
primeiras articulações curdas quanto ao processo de paz na Turquia e sua cada vez 
mais forte falência. 
http://www.cimun.org/bg2012/trustee.pdf
http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=1019
http://www.kurdistanica.com/
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/31979/movimento+curdo+de+independencia+ameaca+retomar+luta+armada+contra+turquia.shtml
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/31979/movimento+curdo+de+independencia+ameaca+retomar+luta+armada+contra+turquia.shtml
McGUFFIN, Sean. Issue Brief for the GA Fourth Committee: SPECPOL - 
Reinvigorating the United Nations Trusteeship Council. Old Dominion Universit, 
Model United Nations Society, 2014. Disponível em: 
<https://www.odu.edu/content/dam/odu/offices/mun/2014/specpol/specpol-
reinvigorating-the-united-nations-trusteeship-council.pdf > Acesso: 31 jan. 2014 
Comentário: Background interessante de outra simulação que realizou um Conselho 
de Tutela. Servirá bem para entender como funciona o comitê, suas atribuições e 
capacidades, bem como um pouco de seu histórico, visto que o tópico abordado 
foram os países falidos, com ênfase na Somalilândia Italiana. 
 
NEZAN, Kendal. President of the Kurdish Institute of Paris. A Brief Survey Of The 
History Of The Kurds. Disponível em: 
<http://www.institutkurde.org/en/institute/who_are_the_kurds.php. > Acesso em 29 
set. 2014. Comentário: O artigo presente é bastante detalhado quanto a história dos 
primeiro curdos e como estes se instalaram na região e define o que são os curdos. 
Faz uma abordagem bastante rica. 
Site da UNPO. Disponível em:< http://unpo.org/members/7892> Acesso em: 27 set. 
2014. Comentário: A UNPO (Unrepresented Nations and Peoples Organization) É 
uma organização internacional não violenta que a está focada na problemática de 
seus membros, como indigentes, minorias e território ocupados e/ou não 
reconhecidos que se uniram para defender seus direitos culturais e humanos. No site 
da organização há diversas fontes de informação sobre várias culturas, incluindo os 
curdos. 
Screamers: the documentary (2006). Disponível em: 
 < http://www.youtube.com/watch?v=QcsNMhYP378 >. Acesso em: 25 out. 2014. 
Comentário: Documentário dirigido por Carla Garapedian, com a colaboração dos 
músicos da banda de rock System of a Down e da Embaixadora dos Estados Unidos 
na ONU, Samantha Power, que faz uma abordagem generalista sobre os genocídios 
ocorridos desde 1915 (armênios) até os dias atuais em Darfur. O filme procura 
evidenciar a postura passiva da comunidade internacional, notadamente da Turquia e 
dos Estados Unidos, em relação aos diversos casos de conflitos e violência 
generalizada ao redor do mundo que ainda se encontram sem solução e/ou que não 
são reconhecidos mundialmente como genocídio. 
https://www.odu.edu/content/dam/odu/offices/mun/2014/specpol/specpol-reinvigorating-the-united-nations-trusteeship-council.pdf
https://www.odu.edu/content/dam/odu/offices/mun/2014/specpol/specpol-reinvigorating-the-united-nations-trusteeship-council.pdf
http://www.institutkurde.org/en/institute/who_are_the_kurds.php
http://unpo.org/members/7892
http://www.youtube.com/watch?v=QcsNMhYP378
YUDENITSCH, Natalia. Curdos, um conflito que não tem fim. Revista História, 
2006. Comentário: O artigo da revista História propõe uma reflexão sobre o problema 
curdo e disserta sobre a origem, localização e os principais fatos ocorridos nas 
regiões conflitivas onde se localizam os curdos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO – Mapas da região

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