Buscar

TCC Elisangela fábulas (1) (4)-converted

Prévia do material em texto

O USO DE FÁBULAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 
RESUMO
Este trabalho através de pesquisa bibliográfica qualitativa tem por objetivo destacar sobre a importância e a utilidade de contar histórias “fábulas” para o desenvolvimento da aprendizagem na educação infantil, em que está presente um mundo de fantasia, que suscita a imaginação e desperta na criança para o mundo do faz-de-conta. Despertando a necessidade da mediação do professor em propiciar diferentes habilidades de compreensão, de transpor para a sua realidade as situações e emoções descritas pelo autor. A partir das reflexões, lendo o aluno produzem opiniões próprias, critérios, encontrando novos valores fundamentais ao seu convívio com o próximo. São infinitas as possibilidades que o uso da contação de histórias em sala de aula proporciona além de divertirem, elas alcançam outros objetivos, como criar, aprender, socializar, ampliar a inteligência e a sensibilidade.
Palavra Chaves: Fábulas. Educação Infantil. Aprendizagem.
ABSTRACT
This work through qualitative bibliographic research aims to highlight the importance and usefulness of telling “fable” stories for the development of learning in early childhood education, in which a fantasy world is present, which arouses the imagination and awakens in the child to the world of make-believe. Awakening the need for teacher mediation to provide different comprehension skills, to transpose the situations and emotions described by the author to their reality. From the reflections, reading the student produce their own opinions, criteria, finding new fundamental values to their interaction with others. The possibilities that the use of storytelling in the classroom provides are endless, besides having fun, they reach other goals, such as creating, learning, socializing, increasing intelligence and sensitivity.
Keywords: Fables. Child education. Learning
 (
7
)
INTRODUÇÃO
A leitura é um bem que jamais será perdido, mas para se tornar um leitor ágil é muito importante a prática dela, pois quanto mais a criança se envolve aumenta seu prazer de ler e mimoseia uma infinidade de conhecimentos.
A leitura carrega uma grande incumbência já que ela é responsável pela formação das nossas crianças que serão o futuro do amanhã, por isso é importante colocá-las em contatos com os livros, pois eles guardam grandes tesouros, faz com que a criança possa criar rir e crescer com a magia de cada história, mas para que isso ocorra é necessário que o professor seja um bom contador de história para melhor apresentá-las, isso não significa ter habilidades especificas é necessário se conceber a história, ter entusiasmo e contagiar o público, é contar com o coração.
Este trabalho tem como objetivo destacar sobre a importância e a utilidade de contar histórias “fábulas” para o desenvolvimento da aprendizagem na educação infantil, relacionando que a prática deste gênero textual na escola instiga à imaginação, a criatividade, a oralidade, estimula o gosto pela leitura, auxilia na formação da personalidade da criança envolvendo o social e o afetivo.
Sabemos que a fábula é uma narrativa curta (o que acaba sendo um atrativo para o leitor). Apresenta características marcantes em que os personagens protagonistas geralmente são animais que representam sentimentos e emoções humanas. Seguida de um discurso o leitor terá que prestar muita atenção que o levará a refletir, quanto a valores, tais como respeito, diferenças, amizade, companheirismo, dentre outros.
É importante saber como começar um conto de fábulas, pois todas as palavras são medidas, selecionadas e direcionadas ao seu alvo, além de que, é preciso à responsabilidade e a sensibilidade para saber contá-las.
O docente deve ter uma formação qualificada, intencionalidade em suas ações, saber planejar, obter uma organização temporal e espacial, além da rotina em sua sala de aula com finalidades de que elas tenham resultados positivos, para que os alunos possam aprender e interagir, aprimorando seu desenvolvimento.
A mediação, intervenção, do professor é essencial no desenvolvimento dos alunos, por meio das fábulas a criança encontra maneiras de representar a vida, as histórias, desperta a criatividade, de maneira que a realidade e a imaginação se complementam, oferecendo também, ao aluno, possibilidade de adquirir novas aprendizagens, que serão indispensáveis para seu processo de formação.
A presente pesquisa foi elaborada por meio de pesquisa bibliográfica qualitativa pertinente ao tema, a fim de levantar fontes que abordem elementos presentes na educação infantil por meio do gênero textual fábulas, para estimular nas crianças a conhecer um novo mundo, possibilitando a criação, construção e a transformação, por meio da sua imaginação, despertando o prazer de ler, produzir, ilustrar, e ao mesmo tempo a importância da mediação do professor no processo do conhecimento, e segmento das atividades na Educação Infantil, pois ele é o mediador entre a criança e o conhecimento.
Assim sendo, é extremamente necessário que esse profissional esteja em uma constante busca instruir-se sobre o desenvolvimento de crianças e a forma como elas vêem e sentem o mundo. Contar histórias sempre foi e sempre será necessário, pois é uma forma de envolver a arte à vida e encarar os livros como fonte de prazer.
Desta maneira a leitura de fábulas no ambiente escolar é prazerosa e transformadora, pois há sempre o questionamento. O que é moral da história? Concordamos com essa ou aquela moral? Não? Por quê? E algumas dessas morais ofertadas pela tradição são efetivamente demolidas nas discussões das crianças. Outras, aceitas completamente e outras, ainda, relativizadas: mas nenhuma passa sem discussão.
DESENVOLVIMENTO
A fábula é uma narração alegórica, cujos personagens são, geralmente, animais, e que encerra em uma lição de caráter mitológico, ficção, mentira, enredo de poemas, romance ou drama. Contém afirmações de fatos imaginários sem intenção deliberada de enganar, mas sim de promover uma crença na realidade dos acontecimentos. A fábula seria, portanto, uma narração em prosa e destinada a dar relevo a uma ideia abstrata, permitindo, dessa forma, apresentar, de maneira agradável, uma verdade que, de outra maneira, se tornaria mais difícil de ser assimilada. (LIMA; ROSA, 2012, p.33),
Ao fator pedagógico segundo Lima, Rosa (2012), considera-se que a fábula contenha duas etapas: primeiro, a história em si, que se passa em um cenário de ficção, apresenta poucas personagens e enredo com situação inicial, conflito, clímax, solução; e, depois, a moral da história, que se localiza estrategicamente no fim do texto, indicando ao leitor um ensinamento, direcionando assim sua interpretação.
Como a história de fábulas apesar de conter todas as partes essenciais da narrativa é curta, o processo de leitura e análise não se torna maçante e insignificante, tendo assim, aceitação imediata.
Desse modo, as opiniões se tornam mais fluidas e com participação maior das crianças. A partir daí, cabe ao professor levar os alunos a refletirem, não só a respeito do que está explícito na fábula, mas trazendo as situações expostas para o campo da realidade, o que demanda, além da leitura do texto, a leitura do mundo.
Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e compreensão de mundo [...] é ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem- estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve [...] (ABRAMOVICH, 1993, p. 28).
A fábula contém um riquíssimo acervo que evidencia a coexistência de tensões positivas e negativas, característica geral de toda e qualquer comunidade. A consciência do que pode ser considerado bom ou ruim deve vir dos alunos, que, após refletir sobreo tema, poderá, através de opiniões, chegarem a uma conclusão, criando novas significações para a dita moral da história.
A escola é um espaço de conhecimento e criação. É necessário promover espaços de oralidade, leitura e escrita, partindo da análise e buscando a compreensão das diferentes funções sociais e o reconhecimento das intenções por trás do gênero.
Ao se envolver com a história, a criança vive como se fosse o personagem, misturando realidade e fantasia, sentindo as alegrias e angústias do mesmo, e a criatividade explica magicamente dúvidas que vão surgindo. Visto que as histórias são construídas socialmente, de acordo com os contextos em que se encontram, abrangem também o âmbito cultural e social, situando a criança na sua realidade e, portanto, propiciando experiências sociais e culturais que poderão servir de base, em que a criança poderá se apoiar ao se deparar com semelhante situação real (FERNANDES, 2010, p. 25).
Entretanto, a leitura de fábulas é uma das competências mais valorizadas e necessárias na sociedade, ajudando no aprendizado, na aquisição de conhecimento e proporcionando reflexão crítica, além de proporcionar aos educando a oportunidade de interagir no e com o mundo.
Dentro deste contexto, é imprescindível proporcionar aos alunos um instrumento de compreensão racional do mundo que os cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento de preconceitos e a uma postura mais condizente em relação à participação como indivíduo no ambiente imediato que ocupa e na sociedade.
De acordo com estudos na área da psicanálise, como o de Bettelheim (2012), afirma que as histórias de fábulas favorecem o desenvolvimento psíquico da criança. Ao ouvi-los, segundo este autor, elas absorvem destas narrativas lições que contribuirão para o seu desenvolvimento, pois transmitem experiências subjetivas complexas, tendo como cerne a aprendizagem da criança até aquele período da vida, de modo que a Fábula ajuda na formação intelectual do indivíduo.
As fábulas são geralmente feitas para crianças e termina com um ensinamento moral de caráter instrutivo uso das fábulas como recurso didático para a formação de valores nas crianças enfatiza a valorização da transmissão, formação de atitudes e valores, construção e reconstrução de conhecimentos, através do processo ensino e aprendizagem de uma maneira significativa e prazerosa.
Segundo Bagno (2006) a fábula é uma excelente atividade de reflexão sobre o comportamento humano, exigindo do professor uma participação crítica, levando os educando a realizarem uma leitura reflexiva de maneira que compreendam a ação dos personagens, relacionando-as aos acontecimentos do dia a dia e do seu próprio contexto social. Pela sua flexibilidade, a criança enxerga com maior facilidade as diversas situações, orientações e aprendizado. Ler fábulas em sala de aula pode despertar no aluno o interesse em conhecer e estudar outras histórias incentiva a formação do hábito de leitura como também a produção textual.
De acordo com Vargas (2009) trabalhar com narrações de fábulas nas classes de alfabetização é um excelente recurso na educação de nossas crianças, pois temos uma variedade de temas, podemos utilizar poucos recursos materiais em sua aplicação e trabalha-se com aspectos internos da criança: caráter, imaginação, raciocínio, criatividade, senso crítico dentre outros.
Para Candido (1995) a literatura é tão essencial à vida quanto os recursos que são vistos por nossa sociedade de necessidades básicas para sobrevivência como, por exemplo, educação e moradia.
Ao discutir, conferenciar e dialogar com a fábula a criança a entende de forma única, de acordo com suas vivências do mundo e leva consigo ensinamentos que mais lhe cativam, tal narrativa provoca impacto ao psiquismo infantil, por que apresenta situações do dia-a-dia, além de levar a criança a ampliar a afinidade por alguns personagens.
Nesse discurso a criança se encontra no meio de intenções e trabalhos (afazeres), sendo colocada a avaliação e tendo que repudiar suas ambições de dependência infantil para caminhar para uma existência mais independente.
A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar, etc. Neste diálogo, o homem participa todo e com toda a sua vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, com as suas ações. Ele se põe todo na palavra e esta palavra entra no tecido dialógico da existência humana, no simpósio universal. (BAKTHIN 1992, p.112).
Assim, é fundamental que o educador leia para seus educando e os incentive a portarem a rotina de ler. Referindo-se a preparação e organização das fases do processo de ensino/aprendizagem.
Para Amaral (2013), as sucessões didáticas são um conjunto de atividades escolares unidas, planejadas para ensinar fase por fase determinado conteúdo. Elaboradas e planejadas com os objetivos que o educador pretende atingir para incentivar a aprendizagem de seus educando e as habilidades de expressão oral e escrita em diferentes ocasiões de diálogo.
Consequentemente, as sucessões didáticas concebidas devem ser elaboradas e organizadas tendo em mente os objetivos que se pretende atingir em cada fase e, ser usufruídas como um método de ensino/aprendizagem dos gêneros textuais averiguando a formação do educando enquanto cidadão apto a exercer e se incorporar coletivamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é algo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. Existem inúmeros fatores que influenciam o interesse pela leitura. A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento auspicioso ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura.
Analisando a fábula como um gênero indicado para a literatura infantil, averígua-se que a mesma é de fundamental relevância, isto é, auxilia na aprendizagem da leitura de forma em que não só permite estimular o imaginário infantil como orienta valores morais, ao ser apresentado valores como generosidade, amizade, respeito pelo outro, tendo por este motivo especificidade social, visto que, terminam com uma lição de moral. Os valores presentes nas fábulas auxiliam a criança a assimilar o mundo e promove a inventividade ou imaginação.
Por isso, cabe ao professor programar práticas pedagógicas prazerosas, como contar e ler textos de fábulas, assegurando uma relação escolar bem sucedida, em que a criança aventure-se nos „meandros da ficção‟, desenvolvendo assim o seu lado imaginário e sua competência literária, bem como desenvolvendo sua personalidade de forma íntegra capaz de levá-la a agir em sociedade de forma justa e equilibrada.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.
AMARAL, Heloísa. Sequência didática e ensino de gêneros textuais. 2013. Disponível em. HTTPS://www.professoresealeitura.blogspot.com.br. Acesso em: 15 junho 2020.
BAGNO, Marcos. Fábulas Fabulosas. In: Angélica Freire de; MENDONÇA, Rosa Helena (Orgs). Práticas de Leitura e Escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
BAKHTIN, Mikhail V. Estética da criação verbal, São Paulo: Martins Fontes, 1992
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. 14. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012..
CANDIDO, Antônio. O direito à literatura. In.: Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
FERNANDES, M.T. O. S. Trabalhando com os gêneros do discurso. Narrar: fábula/ coleção Jacqueline Peixoto Barbosa – São Paulo: FTD, 2010 – (Coleção trabalhando com os gêneros de discussão..
LIMA, Renan de Moura Rodrigues e ROSA, Lúcia Regina Lucas da. O uso das fábulas: Ensino Fundamental para o Desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Revista Cippus. Vol. 1. Maio 2012
VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
image1.png

Mais conteúdos dessa disciplina