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DESCRIÇÃO
O campo de atuação e interfaces do psicopedagogo na Psicopedagogia Clínica; Psicopedagogia
Escolar; Psicopedagia Hospitalar; Psicopedagogia Organizacional; Psicopedagogia e a Pesquisa
Científica. Apresentação do trabalho multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.
PROPÓSITO
Ao compreender as funções do psicopedagogo clínico, escolar, hospitalar e organizacional, é
possível verificar o campo de atuação do profissional, a importância das pesquisas na área, bem
como o trabalho interdisciplinar — conhecimentos relevantes para a formação e a atuação
profissional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar o campo de atuação e as funções do psicopedagogo clínico
MÓDULO 2
Comparar a Psicopedagogia Escolar, Hospitalar e Organizacional
MÓDULO 3
Reconhecer o desenvolvimento de estudos das questões de Educação e da Saúde no que
concerne ao processo de aprendizagem
MÓDULO 4
Definir o trabalho multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar na Psicopedagogia
INTRODUÇÃO
Neste estudo, vamos explorar o campo de atuação do psicopedagogo clínico, escolar, hospitalar e
organizacional. Estudaremos as pesquisas em Psicopedagogia, ou seja, o desenvolvimento de
estudos das questões de Educação e da Saúde no que diz respeito ao processo de
aprendizagem. Além disso, entenderemos o trabalho interdisciplinar, multidisciplinar e
interdisciplinar no contexto da Psicopedagogia e o papel do psicopedagogo.
SABEMOS QUE A PSICOPEDAGOGIA COLABORA PARA
UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM.
Dessa forma, vamos descobrir que, ao pensarmos na prática clínica, a Psicopedagogia tem-se
transformado em um campo de estudos para investigadores interessados no processo de
construção do conhecimento e suas dificuldades. Já como prática preventiva, busca construir uma
relação saudável com o conhecimento, de modo a facilitar a sua construção.
Imagem: Shutterstock.com
O profissional da Psicopedagogia é um mediador entre o sujeito e suas dificuldades de
aprendizagem. Portanto, precisa conhecer os problemas e interpretá-los, para então poder intervir
da maneira mais adequada no processo. Nesse sentido, o Psicopedagogo auxilia o sujeito a
retomar o percurso da aprendizagem, estabelecendo um vínculo favorável com ele e seus
familiares, objetivando resgatar o prazer de aprender.
MÓDULO 1
 Identificar o campo de atuação e as funções do psicopedagogo clínico
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
Neste módulo, estudaremos o campo de atuação, as funções do psicopedagogo clínico, o enfoque
preventivo e terapêutico do psicopedagogo. Além disso, identificaremos a importância da
avaliação e do diagnóstico. Os conhecimentos aqui adquiridos proporcionarão condições para
você diferenciar o trabalho de um psicopedagogo clínico do trabalho de um psicopedagogo
institucional.
CAMPO DE ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
CLÍNICO
O campo de atuação do psicopedagogo é vasto, desafiador e refere-se não só ao espaço físico
onde se dá esse trabalho, mas especialmente ao lugar de atividade e o modo de abordar o seu
objeto de estudo.
 ATENÇÃO
É importante que você saiba que a forma de abordar o objeto de estudo pode assumir
características específicas, a depender da modalidade clínica, preventiva ou teórica, uma
ligando-se às outras.
Ao tratarmos mais especificamente do trabalho clínico do psicopedagogo, percebemos que este
relaciona-se à prática em consultório individual, grupal e familiar. A forma de atuação clínica
não deixa de resultar de um trabalho teórico. No trabalho clínico, o profissional procede sempre
embasado em um referencial teórico.
Esse saber exige do psicopedagogo que recorra às teorias que lhe permitam reconhecer de que
modo se dá a aprendizagem, bem como as leis que regem esse processo: as influências afetivas
e as representações inconscientes que o acompanham, o que pode comprometê-lo e o que pode
favorecê-lo. É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que é aprender;
como interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas estruturais que intervêm no
surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar (BOSSA, 2011).
Na Psicopedagogia Clínica, as atividades estão relacionadas ao consultório, com o objetivo de
realizar diagnóstico e tratamento de dificuldades de aprendizagem (COLL, 2000).
Imagem: Shutterstock.com
 Psicologia Clínica em consultório.
No exercício clínico, o psicopedagogo deve reconhecer a sua própria subjetividade, pois trata-se
de um sujeito estudando outros sujeitos. Essa inter-relação de sujeitos, em que um procura
conhecer no outro aquilo que o impede de aprender, implica uma temática muito complexa.
Ao psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se transforma em suas
diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual
produz conhecimento e aprende (BOSSA, 2011).
FUNÇÕES DO PSICOPEDAGOGO CLÍNICO
O papel do psicopedagogo clínico envolve o escutar e o traduzir. Esse profissional é uma
testemunha atenta que valida a palavra do paciente e as relações entre ele e sua família. Nessa
perspectiva, são fundamentais a imparcialidade e a ausência de preconceitos na escuta,
interpretação, reflexão e intervenção, criando e recriando espaços (FERNÁNDEZ, 1991).
Outro aspecto a considerar é a forma como o psicopedagogo deve conversar com as pessoas que
o procuram, no caso, os familiares, a criança ou o adolescente. A linguagem precisa ser o mais
clara possível. Convém fugir de uma linguagem técnica, assim as possibilidades de interação com
eficácia serão maiores.
O psicopedagogo clínico necessita desenvolver habilidades para o trabalho terapêutico
como:
OUVIR

SURPREENDER

PERGUNTAR

RECOMEÇAR
Ressaltamos dois pontos relevantes para a formação profissional do psicopedagogo. Primeiro, ele
deve buscar não apenas aperfeiçoar seus conhecimentos teóricos, mas também, em um segundo
momento, aprimorar a "arte de conversar", a fim de acrescentar cada vez mais seus recursos de
escuta e compreensão na relação com o cliente; entendê-lo e ajudá-lo a enfrentar o "não dito", ou
seja, a mensagem que está implícita na conversa — aspecto fundamental nos contextos
terapêuticos (MENDES, 2007).
Todo trabalho psi é clínico, seja ele realizado em uma instituição seja entre quatro paredes em um
consultório. Na clínica, também precisamos ter atitude de respeito pelas vivências do outro, de
disponibilidade perante seus sofrimentos, de olhar e de escutar para além das aparências que nos
são reveladas.
PSI
Psi representa a penúltima letra do alfabeto grego (Ψ), que originou a primeira parte da
palavra psicologia. Psico, em grego, significa mente ou alma.
O OLHAR DO PSICOPEDAGOGO, ALÉM DE SER CLARO
E OBJETIVO, DEVE SER ESCLARECEDOR, SEM
JULGAMENTOS OU DEPRECIAÇÕES. DIANTE DE UM
OLHAR ASSIM, A ACEITAÇÃO FLUI NATURALMENTE.
ESSA ACEITAÇÃO É A CONDIÇÃO PRIMEIRA, A MAIS
NECESSÁRIA PARA QUE SE INICIE O CAMINHO DE
CURA — ALIANDO A TEORIA À PRÁTICA (GONÇALVES,
2003).
NA MODALIDADE CLÍNICA, O PSICOPEDAGOGO
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TAMBÉM NÃO TRABALHA SOZINHO, DEPENDE DE
PARCERIAS COM PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS
COMO: PSICOLOGIA, NEUROLOGIA, MEDICINA E
OUTRAS QUE SE FIZEREM NECESSÁRIAS PARA O
CASO (FERNÁNDEZ, 1991).
A Psicopedagogia Clínica dedica-se ao atendimento de indivíduos que apresentam dificuldades de
aprender por diferentes motivos. Essa situação os tornam inadaptados social e pedagogicamente,
a capacidade para brincar e jogar pode ficar comprometida. Resgatá-la até onde é possível no
contexto psicopedagógico é promover possibilidades de readaptação (RUBINSTEIN, 1991).
ENFOQUE PREVENTIVO E ENFOQUE
TERAPÊUTICO
O estudo da Psicopedagogia deve ser entendido com base em dois enfoques: o preventivo e o
terapêutico.
ENFOQUE PREVENTIVO
Aponta que o objeto de estudo da Psicopedagogia é o indivíduo em desenvolvimento. Seu objeto
é a pessoa a ser educada, seus processos de desenvolvimentoe as alterações desses processos.
ENFOQUE TERAPÊUTICO
Revela que o objeto de estudo da Psicopedagogia é a identificação, a análise, a elaboração de
uma metodologia de diagnóstico e o tratamento das dificuldades de aprendizagem (GOLBERT,
1985).
Imagem: Shutterstock.com
 O enfoque preventivo e terapêutico da Psicopedagogia.
Independentemente do enfoque dado ao atendimento, a Psicopedagogia tem um compromisso
com a pessoa que sofre pela dificuldade de aprendizagem, um compromisso com a possibilidade
de evitar e prevenir este sofrimento. Embora a Psicopedagogia tenha se originado com o objetivo
de tratar dos problemas de aprendizagem, com a evolução dos estudos na área, ela também
passou a procurar meios para diminuir os fracassos escolares — aqui considerados como um todo
e não o fracasso do sujeito da aprendizagem.
Contudo, vamos deixar bem claro, por mais que consideremos o fracasso como responsabilidade
de todos nós, quem sofre de verdade é o sujeito da aprendizagem. Não que os familiares e os
professores não sofram diante dessa situação, mas são os alunos que vivenciam as
consequências negativas do processo.
Precisamos considerar que, tanto no enfoque terapêutico quanto no enfoque preventivo, o
compromisso ético e a preocupação do psicopedagogo precisam estar a serviço da prevenção. O
psicopedagogo deve ter elementos e recursos para identificar quais metodologias são mais
adequadas para ensinar um determinado conteúdo e quais as intervenções cabíveis para aquele
sujeito individualmente (BOSSA, 2011).
Nesse sentido, o psicopedagogo precisa ter um domínio cada vez maior das variáveis envolvidas
no processo de aprendizagem.
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO
PSICOPEDAGÓGICO
A avaliação psicopedagógica clínica é vista como um momento importante de mudança e deve
seguir alguns princípios, tais como: análise do sintoma; explicações das causas associadas
temporalmente com o sintoma; dificuldades de aprendizagem, de interação, do funcionamento;
explicações da origem do sintoma e das causas históricas; análise dos aspectos considerados
patológicos ou anormais, levantamento de hipóteses, indicações e encaminhamentos (BOSSA,
2011).
Imagem: Shutterstock.com
 Primeiro passo para a avaliação psicopedagógica clínica: entrevista com pais ou responsáveis.
Agora, vamos pensar um pouco sobre a atuação inicial de um psicopedagogo clínico ao ser
procurado por uma família cujo filho apresenta dificuldades na escola. A organização de uma
avaliação psicopedagógica clínica vai exigir uma sequência de atitudes, as quais serão
apontadas a seguir:
1. Primeiramente, realiza-se uma entrevista com pais e/ou responsáveis para identificar os
motivos da queixa, o material a ser utilizado, a duração das sessões ou encontros, os horários e
as hipóteses para uma melhor observação e análise do(s) sintoma(s).
2. Para investigar o processo da queixa, faz-se um levantamento das hipóteses verificando sua
veracidade ou a sua rejeição. Em virtude disso, opta-se pelos instrumentos de investigação. Se
forem rejeitadas algumas hipóteses, realiza-se o levantamento de um segundo sistema de
hipóteses; procedendo uma pesquisa histórica (o problema e seus fatores) e elaborando um novo
sistema de hipóteses.
3. Para finalizar, faz-se uma devolutiva com o informe do diagnóstico, abordando os problemas
detectados e sugerindo possíveis alternativas de solução.
Utilizando criteriosamente esse procedimento em três etapas, o psicopedagogo terá condições de
executar um trabalho eficiente, com uma prática interventiva que possibilitará resultados
promitentes e úteis (OLIVEIRA, 2009).
 ATENÇÃO
É preciso considerar que, ao receber em sua clínica uma criança que é vista pela escola como
“um problema e um fracasso escolar”, o psicopedagogo deve entender que a criança está em
sofrimento e com autoestima baixa. Esse profissional deve estar atento a todos os aspectos que
envolvem a criança na escola, para fazer uma investigação minuciosa e atendê-la em suas
necessidades (BOSSA, 2011).
Na visão de Weiss (1997), a avaliação psicopedagógica envolve dois grandes eixos de
análise: uma sondagem horizontal e uma sondagem vertical.
EIXO VERTICAL
É importante pesquisar a história de vida do sujeito (anamnese), análise de laudos anteriores, bem
como de relatórios clínicos e escolares, além disso, pesquisa documental e de imagens, fotos.
O eixo vertical procura aspectos no histórico do sujeito, nas “diferentes histórias” que estão ligadas
à grande história do paciente.
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EIXO HORIZONTAL
Busca-se realizar um levantamento atual do desempenho do sujeito (avaliar funções como
atenção, percepção, memória, linguagem, raciocínio, pensamento, inteligência, psicomotor), do
seu estilo de viver o processo escolar e do seu universo simbólico. O eixo horizontal considera a
visão do paciente no tempo presente e procura compreender o desvio que acontece no aqui e
agora.
É necessário acrescentar que é muito comum encontrar profissionais que utilizam jogos,
brincadeiras, brinquedos tanto em situação de avaliação quanto em intervenção psicopedagógica,
seja na clínica seja nas escolas (RUBINSTEIN, 1991).
OUTRAS PERSPECTIVAS DE UMA
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
O trabalho clínico de Jorge Visca (1990) fundamenta-se na Epistemologia Convergente, a qual
propõe um método clínico que envolve três áreas de estudo da Psicologia, a saber:
PSICOGENÉTICA
PSICANÁLISE
PSICOLOGIA SOCIAL
Segundo Visca, o processo diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica de
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interação entre o cognitivo e o afetivo, os quais resultam no funcionamento do sujeito. A teoria de
Visca aponta que o processo diagnóstico consiste em passos, os quais irão revelar uma visão do
sujeito no que diz respeito ao seu aprendizado. É por meio dele que se realiza o diagnóstico, o
prognóstico e as indicações da matriz de pensamento diagnóstico.
No quadro a seguir, apresentamos os passos para o processo diagnóstico de Visca.
AÇÕES DO PSICOPEDAGOGO
PROCEDIMENTOS INTERNOS DO
PSICOPEDAGOGO
1. Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem (EOCA) com a
criança ou adolescente
• Primeiro sistema de hipóteses
• Linhas de investigação
2. Testes
• Escolha dos instrumentos
• Segundo sistema de hipótese
• Linhas de investigação
3. Anamnese com os pais e/ou
responsáveis
• Verificação e decantação do segundo sistema
de hipóteses
• Formulação do terceiro sistema de hipóteses
4. Elaboração do informe
• Elaboração de uma imagem do sujeito, que
articula aprendizagem com aspectos energéticos
e estruturais, a-históricos e históricos que o
condicionam
5. Devolução para o sujeito e os • Devolução para o sujeito e os pais ou
pais ou responsáveis responsáveis
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro: Passos do processo diagnóstico de Jorge Visca - Epistemologia Convergente.
Extraído de: VISCA, 1990. p. 71
A partir do quadro, podemos constatar que a proposta da Epistemologia Convergente é diferente
da convencional. Ela tira a criança do papel secundário e a coloca como protagonista. Na proposta
tradicional, a anamnese (entrevista com os pais ou responsáveis) é a primeira etapa a ser
realizada. Já no trabalho de Visca, a primeira etapa é realizada com a criança ou adolescente pela
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), um instrumento de avaliação que
procura investigar o modelo de aprendizagem do sujeito e os sintomas e que permite levantar
hipóteses sobre as causas do problema de aprendizagem, a partir da realização de diagnóstico
com base científica, para delimitar o campo de ação com base no entrevistado.
O material deve ser colocado sobre uma mesa, de forma organizada, conforme a faixa etária do
entrevistado. A EOCA é composta de alguns materiais de livre uso para a criança. Podem ser
organizados em uma caixa e ficam à disposição folhas (quadriculadas, com e sem pauta), caixa
de lápis de cor, lápisde escrever sem ponta, apontador, borracha, tesoura, régua, marcadores,
cola, massa de modelar, livros e/ou revistas.
Imagem: Shutterstock.com
 Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) com a criança.
Outro aspecto que é um diferencial na Epistemologia Convergente diz respeito à devolutiva do
diagnóstico, a qual, na proposta tradicional, é direcionada aos pais e/ou responsáveis. Na teoria
de Visca, é voltada aos pais e à criança.
Ao explorarmos as ideias de Bossa (2011) acerca da avaliação psicopedagógica, constataremos
que o psicopedagogo irá realizar entrevistas e anamnese, além de algumas provas psicomotoras:
provas de linguagem, de nível mental, pedagógicas, de percepção, projetivas e outras, conforme o
referencial teórico adotado pelo profissional. No entanto, na visão de Bossa, não devemos
esquecer de:

Realizar devolutivas para os pais ou responsáveis, para a escola e para o aprendente.

Atender ao sujeito, estabelecendo um processo corretor psicopedagógico com o objetivo de
superar as dificuldades encontradas na avaliação.

Orientar os pais quanto às suas atitudes em relação aos filhos, bem como os professores em
relação aos seus alunos.

Pesquisar e conhecer a etiologia ou a patologia do sujeito, com profundidade.
No que se refere ao papel do psicopedagogo clínico, devemos ressaltar que esse profissional
precisa ter conhecimentos multidisciplinares, pois, no processo de avaliação diagnóstica, é
necessário estabelecer e interpretar informações em vários aspectos, entre eles: auditivo e visual,
motor, intelectual, cognitivo, acadêmico e emocional (BOSSA, 2002).
A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO
PSICOPEDAGOGO CLÍNICO
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre o campo de atuação do psicopedagogo clínico e
suas funções relativas ao enfoque preventivo e terapêutico do psicopedagogo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS QUE O TRABALHO CLÍNICO DE VISCA FUNDAMENTA-SE NA
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE. ELE APRESENTA UMA DEFINIÇÃO DA
APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES POR MEIO DA INTEGRAÇÃO,
ASSIMILAÇÃO RECÍPROCA E CONTRIBUIÇÃO DE TRÊS ÁREAS DA
PSICOLOGIA. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA ESTAS TRÊS
ÁREAS.
A) A psicanalítica; a teoria ecológica sistêmica; a psicologia psicodinâmica
B) A psicanalítica; a psicogenética; a psicologia social
C) A psicologia social; a teoria Winnicottiana; a teoria ecológica sistêmica
D) A psicologia psicodinâmica; a psicogenética; a psicologia interacionista
E) A teoria histórico-cultural; a psicogenética; a teoria da afetividade
2. AO CONSIDERARMOS AS FUNÇÕES DE UM PSICOPEDAGOGO CLÍNICO,
COM TODAS AS ETAPAS QUE PRECISAM SER REALIZADAS EM UM
ATENDIMENTO, NOTAMOS O COMPROMISSO DO PROFISSIONAL. SOBRE
O ASSUNTO, ANALISE AS ASSERÇÕES A SEGUIR:
I. EM UMA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA, REALIZA-SE UMA
ENTREVISTA COM PAIS E/OU RESPONSÁVEIS PARA IDENTIFICAR OS
MOTIVOS DA QUEIXA, O MATERIAL QUE PRECISARÁ SER UTILIZADO, A
DURAÇÃO DAS SESSÕES OU ENCONTROS, OS HORÁRIOS E AS
HIPÓTESES PARA UMA MELHOR OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DO(S)
SINTOMA(S).
PORQUE
II. REALIZANDO PRIMEIRAMENTE ESSAS AÇÕES, O PSICOPEDAGOGO
TERÁ CONDIÇÕES DE EXECUTAR UM TRABALHO EFICIENTE, COM UMA
PRÁTICA INTERVENTIVA QUE POSSIBILITARÁ RESULTADOS
SATISFATÓRIOS E ÚTEIS.
CONSIDERANDO O EXPOSTO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
APRESENTA A RELAÇÃO ENTRE AS ASSERÇÕES.
A) A primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.
B) Ambas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
C) Ambas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
D) A primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.
E) Ambas são falsas.
GABARITO
1. Vimos que o trabalho clínico de Visca fundamenta-se na Epistemologia Convergente. Ele
apresenta uma definição da aprendizagem e suas dificuldades por meio da integração,
assimilação recíproca e contribuição de três áreas da Psicologia. Assinale a alternativa que
contenha estas três áreas.
A alternativa "B " está correta.
Visca tem como objeto de estudo o processo de aprendizagem. A sua teoria, a Epistemologia
Convergente, que é fundamentada em três áreas — psicanálise, psicogenética, psicologia social
—, propõe um esquema evolutivo da aprendizagem, que vai além do cognitivo, afetivo e das
carências sociais de formas isoladas. Ele busca uma visão integrada para entender o indivíduo
como ser único.
2. Ao considerarmos as funções de um psicopedagogo clínico, com todas as etapas que
precisam ser realizadas em um atendimento, notamos o compromisso do profissional.
Sobre o assunto, analise as asserções a seguir:
I. Em uma avaliação psicopedagógica, realiza-se uma entrevista com pais e/ou
responsáveis para identificar os motivos da queixa, o material que precisará ser utilizado, a
duração das sessões ou encontros, os horários e as hipóteses para uma melhor
observação e análise do(s) sintoma(s).
PORQUE
II. Realizando primeiramente essas ações, o psicopedagogo terá condições de executar um
trabalho eficiente, com uma prática interventiva que possibilitará resultados satisfatórios e
úteis.
Considerando o exposto, assinale a alternativa que apresenta a relação entre as asserções.
A alternativa "B " está correta.
Ao realizar uma avaliação psicopedagógica, o psicopedagogo clínico pode ter ações variadas. É
adequado começar com uma entrevista com os pais, para obter a história de vida, bem como o
motivo da queixa. O profissional fechará um contrato com eles, mostrando o número de sessões,
duração e horários. São práticas que auxiliam na intervenção, bem como interferem no
fechamento do trabalho.
MÓDULO 2
 Comparar a Psicopedagogia Escolar, Hospitalar e Organizacional
A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Agora exploraremos o papel do psicopedagogo na escola, nos hospitais e nas empresas. Você
constatará que o psicopedagogo pode exercer várias atividades importantes nestas instituições.
Antigamente, as atividades desse profissional restringiam-se somente à área clínica, porém seu
campo de atuação se ampliou. Hoje o psicopedagogo pode desenvolver atividades no contexto
escolar, organizacional e hospitalar. Essas instituições só têm a ganhar ao valorizarem,
respeitarem e abrirem espaço para este profissional.
PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR
As escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que apresentam dificuldades de
aprendizagem. Relatam que não possuem política de intervenção capaz de contribuir para a
superação dos problemas de aprendizagem.
Dessa forma, o psicopedagogo escolar, considerado um profissional qualificado, tem condições de
trabalhar na área de Educação dando assistência a professores, a outros profissionais da
instituição escolar (supervisores, coordenadores, diretores) e aos alunos e seus familiares, para a
melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para a prevenção dos
problemas de aprendizagem.
Imagem: Shutterstock.com
 A boa formação profissional do psicopedagogo permite reunir qualidades, habilidades e
competências para a atuação na instituição escolar.
Através de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo pode trabalhar com a equipe escolar e
ajudar a construir um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma preventiva.
Se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com as dificuldades de aprendizagem, o
número de alunos com problemas seria bem menor.
O PSICOPEDAGOGO ATINGE SEUS OBJETIVOS
QUANDO TEM A COMPREENSÃO DAS NECESSIDADES
DE APRENDIZAGEM DE DETERMINADO ALUNO E ABRE
ESPAÇO PARA QUE A ESCOLA VIABILIZE RECURSOS
PARA ATENDER TAIS NECESSIDADES DE
APRENDIZAGEM. DESSA FORMA, O PSICOPEDAGOGO
ESCOLAR PASSA A SE TORNAR UMA FERRAMENTA
PODEROSA NO AUXÍLIO DA APRENDIZAGEM
(OLIVEIRA, 2006).
O psicopedagogo em uma instituição escolar pode exercer várias funções. Sua atuação pode
ser/estar relacionada à orientação de pais, ao auxílio de professores, coordenadores e outros
profissionais nas questões pedagógicas. Esse profissional também pode subsidiar as atividades
da direção para garantir um bom relacionamento entre todos os integrantesda instituição e,
principalmente, ajudar o aluno que esteja com problemas e/ou dificuldades pedagógicas (BOSSA,
2002).
Compete ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo de aprendizagem,
participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo
orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do
grupo e realizando processos de orientação.
 COMENTÁRIO
Esse profissional também pode participar de equipes responsáveis pela elaboração de planos e
projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, auxiliando professores, diretores e
coordenadores a repensar o papel da escola, do próprio ensino e as necessidades individuais de
aprendizagem dos estudantes (BOSSA, 2011).
O trabalho é de equipe, uma parceria com todos os que fazem parte da escola (gestores, equipe
técnica, professores, pessoal de apoio, alunos, família). O psicopedagogo entra na escola para ver
o "todo da instituição”. A atuação psicopedagógica na escola implica um trabalho de caráter
preventivo e de assessoramento no contexto educacional (PONTES, 2010).
 ATENÇÃO
Temos que ter consciência de que o psicopedagogo, em uma instituição escolar, não vai
solucionar todos os problemas (dificuldade de aprendizagem, evasão, indisciplina, desestímulo
docente, entre outros). Não há respostas prontas, o trabalho deve ser conjunto.
O trabalho do psicopedagogo é identificar as possíveis defasagens no processo de aprender. Não
podemos negar a complexidade envolvida nessa tarefa, por isso todas as variáveis devem ser
consideradas, desde uma disfunção orgânica até uma falha no processo de compreensão,
qualquer aspecto que possa estar comprometendo a aprendizagem. Assim, as necessidades
individuais de aprendizagem não podem ser definidas por apenas um fator; podem estar na
própria criança, no meio familiar ou no ambiente escolar (RUBINSTEIN, 1992).
A partir dessas considerações, podemos constatar a importância do psicopedagogo nas
instituições escolares. É preciso que esse profissional esteja inserido nas escolas com vistas a
uma melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem, auxiliando, orientando, ajudando todos
os membros envolvidos no contexto escolar.
PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR
Compreendemos que o acompanhamento psicopedagógico é um dos instrumentos da
humanização hospitalar, além de possibilitar a continuidade do direito de escolaridade de crianças
internadas. Os professores e os profissionais da Educação precisam considerar o contexto da
hospitalização infantil, com toda a influência no cotidiano, no contexto familiar e os sentimentos de
angústia e medo vividos pelas crianças hospitalizadas. Esses aspectos podem estar presentes em
prováveis dificuldades de aprendizagem, pois, para ocorrer um bom desempenho, é necessário
haver um equilíbrio entre os aspectos biológico, cognitivo e psicossocial (NOFFS; RACHMAN,
2007).
Imagem: Shutterstock.com
 As intervenções de psicopedagogos ganharam força nas instituições hospitalares que buscam
humanizar seus serviços.
É PRECISO APONTAR QUE CUIDAR DOS PROCESSOS
DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA E/OU ADOLESCENTE, COM ENFERMIDADE NO
CONTEXTO HOSPITALAR, SIGNIFICA TRATÁ-LO
CONSIDERANDO A INFLUÊNCIA QUE A DESCOBERTA
DA DOENÇA PROPORCIONA EM SUA VIDA, AS
MUDANÇAS QUE TAL SITUAÇÃO PROMOVE AO SEU
DESENVOLVIMENTO (NASCIMENTO, 2004).
Os problemas de saúde, o contexto hospitalar e as relações familiares procuram por uma postura
mais atenta às necessidades e potencialidades da criança. Nesse sentido, a Psicopedagogia
Hospitalar revela-se a abordagem mais apropriada para este tipo de intervenção.
Ainda é comum considerar que a Psicopedagogia Hospitalar trabalha somente com as
dificuldades de aprendizagem. Mas saiba que ela pode estar presente em todos os momentos em
que ocorra aprendizagem, desde o planejamento de uma atividade, passando pela formação e
discussão de casos com os educadores.
O PSICOPEDAGOGO HOSPITALAR PODE CONTRIBUIR
EM TODO O PROCESSO DE APRENDIZAGEM E AJUDAR
A APRIMORAR O ATENDIMENTO PEDAGÓGICO TÃO
FUNDAMENTAL PARA AS CRIANÇAS E OS
ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS. NOTE QUE ELE
PODERÁ SIM AUXILIAR NA FORMAÇÃO DOS
PROFESSORES DE CLASSE HOSPITALAR, MAS NUNCA
PODERÁ ASSUMIR AS SUAS FUNÇÕES (NOFFS;
RACHMAN, 2007).
Ao explorarmos as funções da Psicopedagogia Hospitalar, podemos apontar que estas podem ser
desenvolvidas tanto em serviços psicológicos, psiquiátricos e neurológicos quanto em serviços
hospitalares gerais. Destacamos que são inúmeras as funções atribuídas ao psicopedagogo
hospitalar; cada espaço hospitalar traz características bem peculiares. Além disso, precisamos
levar em conta a clientela e a região socioeconômica onde o hospital está localizado.
 ATENÇÃO
O psicopedagogo hospitalar deve trabalhar em conjunto com outros profissionais da saúde, como,
por exemplo, neurologistas, psicólogos, psiquiatras, pediatras (NASCIMENTO, 2004).
A atuação do psicopedagogo no hospital pode centralizar-se na promoção de avaliação e
atendimento psicopedagógico a crianças e adolescentes e ao assessoramento dos profissionais
das áreas de saúde e educação. Além disso, pode realizar diagnóstico e tratamento
psicopedagógico a jovens que possuem algum problema escolar, defasagem idade/série,
abandono da escola, dificuldades específicas ou queixa familiar em relação à escola.
O psicopedagogo pode também auxiliar o paciente a se acomodar à nova situação, possibilitando
que expresse seus sentimentos (raiva, medo, ansiedade, entre outros), oferecendo
esclarecimentos e apoio. Com as crianças, o brincar e a utilização do brinquedo vem a ser a
melhor estratégia, a forma mais comum de interação psicopedagógica no hospital.
Outra função do psicopedagogo é entrar em contato com a escola da criança ou adolescente, com
vistas a fortalecer o vínculo escola-hospital, ou seja, auxiliar o paciente no seu processo de
aprendizagem escolar (inclusive depois da alta) realizando o trabalho de inclusão escolar de
crianças pós-hospitalizadas.
PSICOPEDAGOGIA ORGANIZACIONAL
Poucas são as pessoas que conhecem a atuação do psicopedagogo organizacional. Podemos
adiantar a você que é campo muito atrativo! Vamos trazer as ideias e as contribuições de
Rodrigues (2012), que aponta que esse profissional faz parte do setor de recursos humanos (RH)
de uma empresa.
O PSICOPEDAGOGO ORGANIZACIONAL SE OCUPA DA
CRIAÇÃO DE CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM DOS
PROFISSIONAIS INTEGRANTES DA ORGANIZAÇÃO,
LEVANDO EM CONTA OS DIFERENTES SETORES DE
ATUAÇÃO, SUA MISSÃO E METAS.
O psicopedagogo em uma empresa possui múltiplas formas de atuação. Uma delas é a área de
Treinamento e Desenvolvimento que se refere à formação continuada dos profissionais, que
promove o desenvolvimento de capacidades cognitivas e habilidades criativas, visando à
adaptação às condições de trabalho exigidas pela empresa.
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 O psicopedagogo desenvolve suas atividades no departamento de RH da organização.
Você sabe que a dinâmica das organizações exige soluções estratégicas, as quais levam em
conta as várias maneiras de transmissão de conhecimentos, bem como a aprendizagem dos
colaboradores no contexto do trabalho. Nesse sentido, a presença de um ou mais especialistas
em aprendizagem humana é necessária nas empresas, pois é preciso pensar o processo de
aprendizagem coletiva da organização e o desenvolvimento da capacidade dos profissionais em
uma abordagem sistêmica.
O psicopedagogo pode atuar nas seguintes demandas:
CRIAÇÃO DE DIFERENTES CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM NO
TRABALHO.
DESENVOLVIMENTO DE FUNÇÕES, DESEMPENHO E APTIDÕES
CRIATIVAS DOS TRABALHADORES.
AUMENTO DE SOLUÇÕES E DINÂMICAS PARA A CONSCIÊNCIA
DA ATUAÇÃO DOS COLABORADORES.
AJUSTES DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES
ENTRE PESSOAS E SETORES.
 ATENÇÃO
O psicopedagogo organizacional orienta ações na empresa, contribui com o planejamento, a
gestão, o controle e a avaliação deaprendizagens. Além disso, dedica-se à qualidade dos
processos de recrutamento, seleção e organização de pessoal, dando aportes significativos e
perfis específicos aos treinamentos que ocorrem dentro e fora da organização.
Não podemos esquecer que a atuação do psicopedagogo deve promover a construção e o
compartilhamento do conhecimento, estimular novas formas de relacionamentos, criando sinergia
entre o comportamento de gestores e colaboradores.
O TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO NAS
DIVERSAS INSTITUIÇÕES: ESCOLAR,
HOSPITALAR E ORGANIZACIONAL
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre a Importância do papel do psicopedagogo na
escola, nos hospitais e nas empresas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SABEMOS QUE O TRABALHO HOSPITALAR É TAMBÉM UMA
MODALIDADE DE ATUAÇÃO PARA O PSICOPEDAGOGO. DESSA FORMA,
LEIA E ANALISE AS AFIRMAÇÕES ABAIXO:
I. A EDUCAÇÃO HOSPITALAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
REPRESENTA UM NOVO DESAFIO À EDUCAÇÃO, ESPECIFICAMENTE AO
PSICOPEDAGOGO QUE, EM RAZÃO DE SUA FORMAÇÃO
INTERDISCIPLINAR, É UM DOS PROFISSIONAIS MAIS APTOS A ESTA
MODALIDADE.
II. A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NOS HOSPITAIS TORNOU-SE
INVIÁVEL E GEROU ALGUMAS CONFUSÕES, POIS, AO INVÉS DE
TRABALHAR COM FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO PROFESSOR DE CLASSE
ESPECIAL, ACABOU ASSUMINDO AS SUAS FUNÇÕES.
III. A ALTERNATIVA DE APOIO EDUCACIONAL PSICOPEDAGÓGICO AO
PACIENTE INTERNADO É INTERESSANTE PARA ASSEGURAR-LHE UMA
BOA RECUPERAÇÃO EM MEIO À INQUIETAÇÃO ORIUNDA DA
PREOCUPAÇÃO EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO RECOMENDADO E AO
TEMPO DE HOSPITALIZAÇÃO.
CONSIDERANDO AS ASSERÇÕES ACIMA, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA:
A) As sentenças I e III estão corretas.
B) As sentenças II e III estão corretas.
C) Apenas a sentença II está correta.
D) Apenas a sentença I está correta.
E) As sentenças I, II, III estão corretas.
2. VIMOS QUE O PSICOPEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES (EMPRESAS)
PODE ASSUMIR DIVERSAS FUNÇÕES. NESSE SENTIDO, ANALISE AS
AFIRMAÇÕES A SEGUIR:
I. A PSICOPEDAGOGIA NA ORGANIZAÇÃO PODE ORIENTAR AÇÕES
AVALIANDO A APRENDIZAGEM PROFISSIONAL, PROPONDO E
COORDENANDO CURSOS DE ATUALIZAÇÃO QUE ATENDAM ÀS
NECESSIDADES ESPECÍFICAS DESSE ESPAÇO.
II. A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO PLANEJAMENTO, GESTÃO,
CONTROLE E AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGENS PODE FAVORECER A
QUALIDADE DOS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E
ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL, BEM COMO OS DE DIAGNÓSTICO
ORGANIZACIONAL.
III. O PSICOPEDAGOGO ASSUME PAPEL SIGNIFICATIVO AO LADO DOS
PROFISSIONAIS DE RECURSOS HUMANOS. SUA AÇÃO SE DÁ COM O
OBJETIVO DE FACILITAR A CONSTRUÇÃO E O COMPARTILHAMENTO DO
CONHECIMENTO, INCENTIVANDO NOVAS FORMAS DE
RELACIONAMENTOS E CRIANDO SINERGIA ENTRE O COMPORTAMENTO
DE GESTORES E COLABORADORES.
CONSIDERANDO AS ASSERÇÕES ACIMA, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA:
A) As sentenças I e II estão corretas.
B) As sentenças II e III estão corretas.
C) Apenas a sentença II está correta.
D) Apenas a sentença I está correta.
E) As sentenças I, II, III estão corretas.
GABARITO
1. Sabemos que o trabalho hospitalar é também uma modalidade de atuação para o
psicopedagogo. Dessa forma, leia e analise as afirmações abaixo:
I. A educação hospitalar da criança e do adolescente representa um novo desafio à
educação, especificamente ao psicopedagogo que, em razão de sua formação
interdisciplinar, é um dos profissionais mais aptos a esta modalidade.
II. A atuação do psicopedagogo nos hospitais tornou-se inviável e gerou algumas
confusões, pois, ao invés de trabalhar com formação específica do professor de classe
especial, acabou assumindo as suas funções.
III. A alternativa de apoio educacional psicopedagógico ao paciente internado é
interessante para assegurar-lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da
preocupação em relação ao tratamento recomendado e ao tempo de hospitalização.
Considerando as asserções acima, assinale a alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
A atuação do psicopedagogo no hospital pode centralizar-se na promoção de avaliação e
atendimento psicopedagógico a crianças e adolescentes e no assessoramento dos profissionais
das áreas de Saúde e Educação.
2. Vimos que o psicopedagogo nas organizações (empresas) pode assumir diversas
funções. Nesse sentido, analise as afirmações a seguir:
I. A Psicopedagogia na organização pode orientar ações avaliando a aprendizagem
profissional, propondo e coordenando cursos de atualização que atendam às necessidades
específicas desse espaço.
II. A contribuição do psicopedagogo no planejamento, gestão, controle e avaliação de
aprendizagens pode favorecer a qualidade dos processos de recrutamento, seleção e
organização de pessoal, bem como os de diagnóstico organizacional.
III. O psicopedagogo assume papel significativo ao lado dos profissionais de recursos
humanos. Sua ação se dá com o objetivo de facilitar a construção e o compartilhamento do
conhecimento, incentivando novas formas de relacionamentos e criando sinergia entre o
comportamento de gestores e colaboradores.
Considerando as asserções acima, assinale a alternativa correta:
A alternativa "E " está correta.
O psicopedagogo organizacional pode trabalhar diretamente no setor de recursos humanos,
desenvolvendo diversas funções, como, por exemplo, nas áreas de recrutamento, seleção,
treinamento e desenvolvimento. Pode se dedicar à formação continuada dos profissionais,
promovendo o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e das habilidades criativas e
visando à adaptação às condições de trabalho exigidas pela empresa.
MÓDULO 3
 Reconhecer o desenvolvimento de estudos das questões de Educação e da Saúde no
que concerne ao processo de aprendizagem
PSICOPEDAGOGIA E A CIÊNCIA
Para dialogarmos sobre este assunto, nada melhor do que trazer as ideias da experiente e
renomada psicopedagoga Nádia Bossa. A Psicopedagogia hoje se constitui como uma área de
estudos, ou seja, busca firmar-se como Ciência. Contudo, vamos relembrar aqui que a
Psicopedagogia é objeto de pesquisa e se originou de uma prática que hoje está essencialmente
voltada para a questão da aprendizagem humana.
Estudiosos da Educação alertam sobre a necessidade de termos pesquisas na área da
Psicopedagogia. Mesmo com a dificuldade teórica exigida pela natureza do objeto de estudo, que
solicita conhecimentos de diversas disciplinas e a difícil arte de unir tais conhecimentos em uma
perspectiva interdisciplinar, é possível pensarmos neste contexto com vistas à melhoria da
formação e da prática psicopedagógica.
A reflexão acerca da prática psicopedagógica tem relação com os fatores sociais que determinam
a necessidade de construir conhecimento no campo da intervenção psicopedagógica. No Brasil,
esse campo se caracteriza como um espaço multi e interdisciplinar. Sabemos que, há mais de
três décadas, profissionais de várias áreas de formação, envolvidos no âmbito da Educação e
Saúde, têm-se ocupado da questão das dificuldades de aprendizagem, motivados por uma
questão que se faz presente no cotidiano escolar e que ainda não foi resolvido: o fracasso do
sistema educacional brasileiro (BOSSA, 2008).
Há uma diversidade de disciplinas que compõem os estudos da Psicopedagogia. Alguns autores
descrevem práticas psicopedagógicas que focam no processo de ensino-aprendizagem; outros,
na intervenção dos transtornos do processo de aprendizagem, com formas de intervenção
direcionadas tanto ao sujeito individual como ao coletivo.
SEGUNDO BOSSA (2008), AS AÇÕES DA INTERVENÇÃO
SÃO MÚLTIPLAS E DIVERSAS. POR EXEMPLO, É
POSSÍVEL TERMOS INTERVENÇÃO NO SISTEMA
EDUCATIVO, EM CLÍNICAS, HOSPITAIS, CENTROS DE
SAÚDE, ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS, CENTROS
COMUNITÁRIOS.
Contudo, com relação às estratégias de intervenção, nas práticas psicopedagógicas existem
várias técnicas: entrevistas, trabalho interdisciplinar, grupos terapêuticos, técnicas de recolocação
de informação diagnóstica, estratégias terapêuticas, assessoramento e coordenação de projetos
educativos institucionais e projetos pedagógicos inovadores, entreoutras (BOSSA, 2008).
Depreendemos que as disciplinas que dão suporte à prática psicopedagógica são:
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
TEORIA DA APRENDIZAGEM
TEORIA DA EDUCAÇÃO
TEORIA PSICANALÍTICA
PSICOLOGIA PSICODINÂMICA
PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL
SOCIOLOGIA
NEUROCIÊNCIAS
DIDÁTICA
EPISTEMOLOGIA
Mesmo sabendo que a prática psicopedagógica cresce significativamente, aumentando o espaço
de ação e as formas de intervenção, há muito a ser feito no que diz respeito ao campo da
investigação científica, para que se possa de fato fazer frente à demanda que a originou.
Apenas pesquisas realizadas no contexto acadêmico poderão oferecer uma produção de
conhecimento que tenha condições de mudar tal realidade (BOSSA, 2008).
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 Há muito a ser feito no campo da investigação científica ligada à Psicopedagogia.
Vários esforços se unem atualmente no campo de conhecimento científico para proporcionar à
Psicopedagogia mais espaço na academia, para que possamos ter os subsídios e o apoio à
pesquisa em nosso país. Ao longo do tempo, temos trabalhado com determinação, vencendo
obstáculos e acreditando na ideia de que esses conhecimentos representam enorme evolução no
desenvolvimento do ser humano.
ESTUDOS CIENTÍFICOS NA ÁREA DE
EDUCAÇÃO E SAÚDE RELACIONADOS AO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A Psicopedagogia preocupa-se, estuda e intervém nos processos de aprendizagem humana. Seu
campo de atuação, como vimos até aqui, relaciona-se às escolas, às clínicas, às empresas e aos
hopsitais. A busca por uma Psicopedagogia científica é constante e desafiadora, por isso vamos
apresentar alguns relatos de pesquisas científicas realizadas na área da Educação e Saúde que
apontam sua importância no espaço psicopedagógico.
Os estudos que ora apresentamos têm como propósito mostrar os benefícios que trazem para a
evolução da Psicopedagogia como Ciência e, ao mesmo tempo, como contribuem para amenizar
os problemas gerados pelo não aprender.
Campagnolo e Marquezan (2019) realizaram uma pesquisa cujo objetivo foi analisar as
publicações recentes sobre o psicopedagogo escolar, a fim de compreender de que forma o
psicopedagogo tem se inserido na escola, como se dá a sua atuação no contexto escolar, como
ele desenvolve seu trabalho e quais as relações que estabelece com os demais atores escolares.
A metodologia apoiou-se na pesquisa bibliográfica do tipo Estado do Conhecimento; e o
levantamento dos dados se deu por meio de publicações em artigos da Revista da Associação
Brasileira de Psicopedagogia (ABPP) — versão on-line. Como resultado, foram selecionados sete
artigos relativos à escola e definidas três categorias de análise: o psicopedagogo, o aluno e o
professor.
ESTADO DO CONHECIMENTO
Referência ao estágio atual de conhecimento científico sobre um objeto de análise ou de
estudo.
A pesquisa concluiu que o psicopedagogo é um profissional necessário e muito importante em
diferentes instâncias na escola, que precisa ter conhecimentos específicos de diferentes áreas
profissionais (como os transtornos mentais e psicológicos de comportamento e as questões
sociais que interferem na aprendizagem) e, principalmente, entender o funcionamento do
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ambiente e das especificidades do ambiente escolar.
Já o estudo de Bittencourt et al. (2019), a partir de revisão integrativa, teve como objetivo
compreender a atuação do psicopedagogo em relação à inovação no ambiente escolar,
considerando as novas demandas, os desafios e as necessidades de transformação. Foram
selecionados e analisados 22 artigos. Os resultados revelaram a necessidade do desenvolvimento
de pesquisas que demonstrem a importância e a diversidade de atuação do psicopedagogo para
atender às novas demandas de inovação no contexto de aprendizagem escolar, contribuindo para
o desenvolvimento do conhecimento científico da área, dos profissionais e, principalmente, para o
potencial de aprendizagem dos indivíduos.
Smerdel e Murgo (2018) realizaram um relato sobre a atuação do psicopedagogo no contexto
hospitalar como membro da equipe multidisciplinar do hospital. Com base na reflexão teórica e
prática, analisaram o atendimento psicopedagógico realizado na pediatria de um hospital. Os
encontros foram divididos em dez sessões semanais de intervenções baseadas em atividades
individuais e em leito hospitalar e dez sessões semanais de intervenções grupais realizadas na
brinquedoteca com atividades lúdicas. Foi possível verificar a importância da intervenção
psicopedagógica para o aprender e para a qualidade de vida de crianças e adolescentes em idade
escolar no processo de hospitalização.
Batista, Goncalves e Andrade (2015), com base em uma avaliação psicopedagógica, buscaram
descrever a queixa de alterações no desenvolvimento de uma criança. O caso estudado foi o de
um menino de 9 anos de idade, atendido em clínica-escola de instituição da grande São Paulo. O
relatório médico reportou alterações no desenvolvimento, especificamente atraso do
desenvolvimento neuropsicomotor, desatenção e dificuldade de aprendizado, com diagnóstico de
transtorno específico misto do desenvolvimento e outro transtorno comportamental e emocional
especificado com início habitualmente na infância ou adolescência.
Foram feitas oito sessões em que foram aplicados os seguintes instrumentos:
DESENHO DA FAMÍLIA
DESENHO DA FAMÍLIA CINÉTICA
DESENHO DO PAR EDUCATIVO
HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
SONDAGEM DA ESCRITA
PROVAS PIAGETIANAS
Os resultados revelaram, de acordo com a avaliação psicopedagógica, um atraso na
aprendizagem da escrita, no desenvolvimento cognitivo e, também, dificuldades de coordenação
motora, interação e comunicação.
O estudo concluiu que a avaliação psicopedagógica foi fundamental, pois permitiu uma análise
abrangente do sujeito e de sua aprendizagem, incluindo sugestões de encaminhamentos
baseadas nos resultados alcançados.
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 A avaliação psicopedagógica com a criança
Lima e Natel (2010) fizeram um levantamento das contribuições da Psicopedagogia para o
Atendimento Pedagógico Hospitalar. Realizaram estudos sobre o processo de hospitalização
infantil e a forma de aprendizagem neste contexto, as atribuições e legislações sobre classe
hospitalar, assim como a Psicopedagogia Institucional como abordagem para atender tal
demanda. Realizou-se uma entrevista com a psicopedagoga que atuava em uma classe
hospitalar, com o propósito de entender a realidade desse tipo de atendimento.
O estudo aponta que a Psicopedagogia, a partir de uma visão institucional e sistêmica, contribui
significativamente com o atendimento pedagógico hospitalar não somente em casos de possíveis
dificuldades de aprendizagem, mas, principalmente, no planejamento das atividades e na
formação dos educadores.
 ATENÇÃO
Com esses cinco estudos relatados, queremos afirmar que as pesquisas científicas na área da
Psicopedagogia contribuem para a construção de conhecimento e podem ser consideradas
grandes aliadas no processo da aprendizagem humana. Não tivemos a pretensão de esgotar o
assunto, mas queríamos que você soubesse que conhecer pesquisas científicas é fundamental
para sua formação.
Na visão de Bossa (2008, p. 47), ainda que os obstáculos sejam muitos, a Psicopedagogia se
constrói incessantemente e propõe auxiliar o ser humano a superar-se nas adversidades por meio
da aprendizagem. Assim, entende que o fato de a Psicopedagogia argumentar sobre seu direito
de existir já é prova de sua existência. Sabe-se que existindo e, consciente de sua
responsabilidade, reivindica tenazmente espaço para sua autoria.
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA ÁREA DA
PSICOPEDAGOGIA
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre a importância de pesquisas científicas realizadas
na área da educação e saúde que apontam a relevância de estudos no espaço psicopedagógico.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AO FALARMOS DE UMA PSICOPEDAGOGIA PREOCUPADAEM FIRMAR-
SE COMO CIÊNCIA, ESTAMOS FALANDO, ENTÃO, DE UMA ÁREA DO
CONHECIMENTO QUE BUSCA OBJETIVIDADE, TÉCNICAS E
PROCEDIMENTOS PRECISOS PARA LIDAR COM SEU OBJETO DE ESTUDO.
COM RELAÇÃO A ESSE ASPECTO, ASSINALE A ALTERNATIVA
INCORRETA:
A) As pesquisas realizadas no contexto acadêmico poderão produzir conhecimento que tenha
condições de mudar a realidade.
B) As pesquisas realizadas pelos psicopedagogos estão de acordo com os pressupostos
científicos.
C) Apesar dos vários esforços realizados para se ter um campo de conhecimento científico que
proporcione à Psicopedagogia estar na academia, sabemos que é impossível conquistar este
espaço.
D) Muitos estudos ainda são realizados com o intuito de entender o fracasso escolar tão presente
nos contextos escolares. O psicopedagogo se faz presente neste campo de compreensão.
E) As pesquisas buscam identificar a dimensão da relação entre psicopedagogo e sujeito, de
forma a favorecer a aprendizagem.
2. A PSICOPEDAGOGIA, NA BUSCA PELO STATUS DE CIÊNCIA, ESTÁ
VOLTADA PARA OS CONHECIMENTOS E PRINCÍPIOS DE DIVERSAS
CIÊNCIAS HUMANAS. NESSE SENTIDO, PODEMOS DIZER QUE SEUS
ESTUDOS SE RELACIONAM AOS:
A) Problemas relacionais
B) Problemas puramente afetivos
C) Problemas das Neurociências
D) Problemas de dificuldade de aprendizagem
E) Problemas mentais
GABARITO
1. Ao falarmos de uma Psicopedagogia preocupada em firmar-se como Ciência, estamos
falando, então, de uma área do conhecimento que busca objetividade, técnicas e
procedimentos precisos para lidar com seu objeto de estudo. Com relação a esse aspecto,
assinale a alternativa incorreta:
A alternativa "C " está correta.
A Psicopedagogia é uma área de conhecimento científico em construção e tem ocupado lugar de
destaque ao longo dos anos no que diz respeito à Educação e a Saúde.
2. A Psicopedagogia, na busca pelo status de Ciência, está voltada para os conhecimentos
e princípios de diversas Ciências Humanas. Nesse sentido, podemos dizer que seus
estudos se relacionam aos:
A alternativa "D " está correta.
Os psicopedagogos desenvolvem pesquisas em diversos campos do saber, principalmente na
área da Educação e Saúde, cujo foco está voltado para os processos de aprendizagem e suas
dificuldades.
MÓDULO 4
 Definir o trabalho multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar na Psicopedagogia
A DIFERENÇA ENTRE A
MULTIDISCIPLINARIDADE E A
INTERDISCIPLINARIDADE
Para que você compreenda o trabalho multidisciplinar e interdisciplinar na Psicopedagogia,
inicialmente é preciso entender a diferença entre esses dois conceitos fundamentais. Fique atento!
MULTIDISCIPLINARIDADE
Na opinião de Costa (2007), a multidisciplinaridade requer a proximidade de diversas disciplinas
que, porém, não estão relacionadas entre si. Não pressupõe, necessariamente, trabalho em
equipe e coordenação. Na multidisciplinaridade, não se acordam conceitos e métodos.

INTERDISCIPLINARIDADE
Considera o grau de integração entre as disciplinas e a intensidade de trocas entre os
especialistas. Desse processo interativo, todas as disciplinas saem enriquecidas. Não basta
somente tomar de empréstimo elementos de outras disciplinas, mas também comparar, julgar e
incorporar elementos na produção de uma disciplina modificada.
A autora Fazenda (2001) amplia nossa reflexão sobre o conceito de interdisciplinar, ao apontar
que interdisciplinaridade não é somente um conhecimento, mas ação. Ela também nos
direciona ao duvidar sobre “o que seriam atividades de conhecimento”. A interdisciplinaridade se
desenvolveria a partir do desenvolvimento das próprias disciplinas.
SE A INTERDISCIPLINARIDADE APONTA A RELAÇÃO
ENTRE DUAS OU MAIS DISCIPLINAS, ATRAVÉS DO
TRABALHO INTERDISCIPLINAR É POSSÍVEL
ESTABELECER TROCAS DE CONHECIMENTO AO
PROMOVER UMA COMUNICAÇÃO E UMA ABORDAGEM
NÃO FRAGMENTADA E UM ATENDIMENTO PARA A
PESSOA EM SUA INTEGRALIDADE.
A atuação dos profissionais de forma interdisciplinar promove trocas de saberes e contribuições
no meio científico com possibilidades de mudanças em instituições e na sociedade, gerando maior
qualidade de vida às pessoas atendidas e aos familiares (TRINDADE, 2020). A
interdisciplinaridade pode também ser entendida como um campo de aspectos políticos e sociais,
como uma visão do sujeito psicossocial.
 ATENÇÃO
É importante apontar que um conceito não se sobrepõe ao outro. O trabalho multiprofissional pode
ser realizado, como é visível em alguns momentos do estudo do objeto, de forma separada. O
trabalho interdisciplinar, ou em equipe, implica um trabalho em conjunto, no qual cada profissional
coloca o que conhece, domina, o que sente e, também, expõe as suas expectativas em função de
um objetivo partilhado (COSTA, 2007).
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 A atuação dos profissionais de forma interdisciplinar promove trocas de saberes.
O TRABALHO INTERDISCIPLINAR E
MULTIDISCIPLINAR NA PSICOPEDAGOGIA
Vamos explorar agora a visão de Griz (2006) acerca do trabalho interdisciplinar e multidisciplinar
na Psicopedagogia.
Vimos que a Psicopedagogia visa intervir nos processos de aprendizagem e sabemos que, por
diversas razões, encontramos crianças que não conseguem aprender, não conseguem
acompanhar os conteúdos em sala de aula e nem ter um desempenho semelhante ao de seus
colegas. Afinal, cada ser tem sua individualidade, sua subjetividade, é único em sua forma de
aprender e se relacionar com o mundo.
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Podemos compreender por que, originalmente, os profissionais procuravam, em suas áreas de
conhecimento e de forma isolada, encontrar uma solução que explicasse e resolvesse os
problemas no processo de aprendizagem. Cada um, com sua ação própria e se baseando em
diversas teorias, teve então necessidade de se apoiar em disciplinas e práticas diferentes, pois
uma só não oferecia explicação ou resolução para os problemas que surgiam.
Imagem: Shutterstock.com
Vimos que a Psicopedagogia visa intervir nos processos de aprendizagem e sabemos que, por
diversas razões, encontramos crianças que não conseguem aprender, não conseguem
acompanhar os conteúdos em sala de aula e nem ter um desempenho semelhante ao de seus
colegas. Afinal, cada ser tem sua individualidade, sua subjetividade, é único em sua forma de
aprender e se relacionar com o mundo.
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Podemos compreender por que, originalmente, os profissionais procuravam, em suas áreas de
conhecimento e de forma isolada, encontrar uma solução que explicasse e resolvesse os
problemas no processo de aprendizagem. Cada um, com sua ação própria e se baseando em
diversas teorias, teve então necessidade de se apoiar em disciplinas e práticas diferentes, pois
uma só não oferecia explicação ou resolução para os problemas que surgiam.
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A Psicopedagogia não foi diferente de outras áreas do conhecimento ao buscar um corpo teórico
consistente para responder aos diversos problemas de aprendizagem. Ao realizar esse
movimento, tornou-se inicialmente multidisciplinar. Mas a ação psicopedagógica também não pôde
explicar a questão do não aprender em sua totalidade. Essa prática era ainda exercida por
profissionais que procuravam intervir nos problemas de aprendizagem, cada um com sua
formação acadêmica trabalhando isoladamente, com seus pontos de vista e procedimentos.
A PARTIR DE TROCAS TEÓRICAS E DE UMA AÇÃO
CONJUNTA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA PEDAGOGIA,
PSICOLOGIA, FONOAUDIOLOGIA, PSICANÁLISE,
NEUROLOGIA E PSICOLOGIA SOCIAL, UMA NOVA
PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA FOI CONSTRUÍDA, EM
UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR, NA QUAL O INDIVÍDUO
QUE NÃO APRENDIA ERA VISTO DE FORMA INTEGRAL.
Vale lembrar que, para analisar e solucionar os problemas de aprendizagem, os profissionais de
diversas áreas começaram a observar cada aspecto do aprendiz, levando em consideração as
diversas áreas de conhecimento. A partir de então, um modelo de intervenção psicopedagógica foi
se desenvolvendo de maneira mais ampla, observando também a relação entre a aprendizageme
a queixa escolar. Essa posição interdisciplinar deu suporte para uma postura científica da
Psicopedagogia.
É importante destacar que a Psicopedagogia, como área de conhecimento que caminha em busca
da verdade, também se constitui em uma área que não se completou. Ela não se esgota nessa
busca. Da mesma forma que procura construir no sujeito a capacidade de ser sempre aprendente,
ela se posiciona como construtora do conhecimento, também na condição de aprendente, e como
reprodutora de conhecimento, na condição de quem aprende.
A Psicopedagogia é, pois, uma área do conhecimento que permite ao ser humano ser
protagonista de seu pensamento, oferece novas oportunidades, dando a esse sujeito uma
aprendizagem significativa.
TRANSDISCIPLINARIDADE E
PSICOPEDAGOGIA: UM NOVO OLHAR E
NOVAS POSSIBILIDADES DE AGIR
A transdisciplinaridade nos revela o que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, por meio das
diferentes disciplinas e além das disciplinas. Seu objetivo é a compreensão do mundo atual — e
um dos pontos chaves para isso é o conhecimento. Baseia-se em novos aspectos de realidade,
trabalha nas lacunas, “entre”, “através” e “além” das disciplinas.
A TRANSDISCIPLINARIDADE SE INTERESSA, ACIMA DE
TUDO, NO QUE ATRAVESSA AS ESPECIALIDADES, NO
TRABALHO QUE OCORRE ENTRE AS DISCIPLINAS, NO
IR ALÉM DAS FRONTEIRAS, A MOVIMENTAÇÃO DA
DEFINIÇÃO DE UM CAMPO DE SABER PARA OUTRO E A
UNIÃO DO CONHECIMENTO. ELA VAI MAIS ALÉM: NÃO
SE RESTRINGE ÀS INTERAÇÕES E ÀS
RECIPROCIDADES ENTRE AS DISCIPLINAS, UMA VEZ
QUE PROPÕE A AUSÊNCIA DE FRONTEIRAS ENTRE
ELAS (COSTA, 2007).
Ora, a Psicopedagogia também caminha nessa direção. Não se limita a uma visão multidisciplinar
e interdisciplinar. Ela caminha pelo conhecimento das diversas disciplinas, transcendendo-as para
ocupar um espaço que é seu, firmar-se no estudo, na análise e na solução do problema do sujeito
que apresenta dificuldades no seu processo de aprender.
A Psicopedagogia surge na condição de dependente de uma série de outras Ciências — ciências
essas que se relacionam, devendo tornar-se transdisciplinares e construir novos conceitos, novas
maneiras de olhar o ser humano para poder encontrar direções para a solução dos problemas de
aprendizagem.
É com essa visão transdisciplinar que a Psicopedagogia ouve o sujeito e analisa a queixa de
dificuldade na aprendizagem, tendo uma compreensão dinâmica e levando em consideração as
contradições e tensões da mente humana. Com o olhar transdisciplinar, a Psicopedagogia vai
além e procura também entender os conflitos e as tensões presentes na comunicação da escola,
ao mesmo tempo que olha o sujeito da aprendizagem.
A Psicopedagogia ouve os diferentes discursos que estão constituídos no sujeito e pelo sujeito. É
dessa maneira que ele trabalha, com as incertezas e os conflitos que acontecem na sua prática
clínica, como na sua atuação na instituição. A Psicopedagogia irá sempre analisar seus
fundamentos e construir novos instrumentos, ampliando espaços para novas buscas do
conhecimento no processo de aprendizagem humana.
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 A Psicopedagogia e as contradições e as tensões da mente humana.
A Psicopedagogia entende que encontrar soluções para os problemas da aprendizagem não é
mais seu único propósito. Na atualidade, ela se preocupa também com a busca de soluções para
que o homem construa uma sociedade mais justa, onde cada cidadão se constitua em um
aprendente que pertence a um mundo que muda constante e rapidamente (GRIZ, 2006).
O PRÓPRIO CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO
APONTA, NO CAPÍTULO 1 – DOS PRINCÍPIOS, EM SEU
ARTIGO 2º, QUE A PSICOPEDAGOGIA É DE NATUREZA
INTER E TRANSDISCIPLINAR, UTILIZA MÉTODOS,
INSTRUMENTOS E RECURSOS PRÓPRIOS PARA A
COMPREENSÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM,
CABÍVEIS NA INTERVENÇÃO.
Na opinião de Gasparian (2006), a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade são dois
conceitos que vêm assumindo importância crescente, como parte de um amplo movimento de
interesse e, com isso, de crítica ao paradigma científico moderno que até então nos oferecia
suporte. Tanto a interdisciplinaridade quanto a transdisciplinaridade nos direcionam para outras
possibilidades de atuação como resposta aos limites do modelo atual, caracterizado pela
simplificação, redução e fragmentação da realidade, que já não mais responde às perguntas dos
pesquisadores e pensadores em Educação.
A TRANSDISCIPLINARIDADE É UMA TEORIA DO
CONHECIMENTO, É UMA COMPREENSÃO DE
PROCESSOS, É UM DIÁLOGO ENTRE AS DIFERENTES
ÁREAS DO SABER E UMA AVENTURA DO ESPÍRITO. (...)
É UMA NOVA ATITUDE, É A ASSIMILAÇÃO DE UMA
CULTURA, É UMA ARTE, NO SENTIDO DA CAPACIDADE
DE ARTICULAR A MULTIRREFERENCIALIDADE E A
MULTIDIMENSIONALIDADE DO SER HUMANO E DO
MUNDO. ELA IMPLICA UMA POSTURA SENSÍVEL,
INTELECTUAL E TRANSCENDENTAL PERANTE A SI
MESMO E PERANTE O MUNDO. IMPLICA, TAMBÉM,
APRENDERMOS A DECODIFICAR AS INFORMAÇÕES
PROVENIENTES DOS DIFERENTES NÍVEIS QUE
COMPÕEM O SER HUMANO E COMO ELES
REPERCUTEM UNS NOS OUTROS.
(GASPARIAN, 2006, p. 267)
Os elementos norteadores para o exercício da transdisciplinaridade relacionam-se à teoria dos
quatro pilares elaborada por Jacques Delors (Relatório para a Unesco, 1996) para a Educação
do Século XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a
ser, que são agregados a dois pilares complementares, aprender a participar e aprender a
antecipar.
Cabe, portanto, aos professores e psicopedagogos, pesquisadores do saber humano, descobrir as
inter-relações possíveis entre as disciplinas próximas e as mais distantes, com vistas a instituir
práticas interdisciplinares e transdisciplinares que expandam o processo de conhecimento nas
diversas áreas do saber. Para que isso ocorra, será necessária a incorporação desses
pensamentos, o que implicará ao pesquisador repensar sua própria formação.
Ao assumirmos, professores e psicopedagogos, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade
como categoria de ação, devemos transformar nossos comportamentos em nossas práticas
sociais, na vida, nas relações inter, intra e transpessoais. Isso não é fácil, mas temos que dar o
primeiro passo para um longo caminho de autoconhecimento (GASPARIAN, 2006).
O TRABALHO MULTIDISCIPLINAR,
INTERDISCIPLINAR E TRANSDISCIPLINAR E
A PSICOPEDAGOGIA
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre como a Psicopedagogia tornou-se inicialmente
multidisciplinar para depois passar a ter uma visão interdisciplinar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UM DOS GRANDES DESAFIOS QUE A PSICOPEDAGOGIA ENFRENTA NA
EMERGÊNCIA DO NOVO SÉCULO DIZ RESPEITO AO DIÁLOGO ENTRE OS
DIVERSOS SABERES QUE HABITAM SEUS CAMPOS DE ATUAÇÃO. NESSE
SENTIDO, A PROPOSTA DE INTEGRAR AS DISCIPLINAS DE
CONHECIMENTO RELACIONA-SE À:
A) Pluridisciplinaridade
B) Interdisciplinaridade
C) Multidisciplinaridade
D) Transdisciplinaridade
E) Transversalidade
2. (CONCURSO, PREFEITURA MUNICIPAL DE URUÇUÍ, PI, 2018) A
PSICOPEDAGOGIA É UMA ÁREA QUE:
I. ENGLOBA VÁRIOS CAMPOS DO CONHECIMENTO, ATUAÇÃO
MULTIDISCIPLINAR.
II. ANALISA O CONTEXTO ESCOLAR, FAMILIAR, AFETIVO, COGNITIVO E
BIOLÓGICO DA CRIANÇA.
III. ORGANIZA A VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA, QUANDO ESTA NÃO SABE
FAZÊ-LO ESPONTANEAMENTE.
IV. AFIRMA QUE SUJEITO DEPENDE DO GRUPO PARA PODER ASSIMILAR
O CONHECIMENTO.
ESTÃO CORRETAS APENAS:
A) I, II, III e IV
B) I e II
C) I, II e III
D) II, III e IV
E) II e III
GABARITO
1. Um dos grandes desafios que a Psicopedagogia enfrenta na emergência do novo século
diz respeito ao diálogo entre os diversos saberes que habitam seus campos de atuação.
Nesse sentido, a proposta de integrar as disciplinas de conhecimento relaciona-se à:
A alternativa "B " está correta.
A interdisciplinaridade ressalta a relação entre duas ou mais disciplinas, na qual é possível
estabelecer interação e integração de conhecimentos entre os diversos profissionais e impactos
no meio científico com possibilidades de mudanças em instituições e na sociedade de um modo
geral.2. (Concurso, Prefeitura Municipal de Uruçuí, Pi, 2018) A Psicopedagogia é uma área que:
I. Engloba vários campos do conhecimento, atuação multidisciplinar.
II. Analisa o contexto escolar, familiar, afetivo, cognitivo e biológico da criança.
III. Organiza a vida escolar da criança, quando esta não sabe fazê-lo espontaneamente.
IV. Afirma que sujeito depende do grupo para poder assimilar o conhecimento.
Estão corretas apenas:
A alternativa "C " está correta.
Por mais que seu foco ainda seja o trabalho interdisciplinar, o trabalho multiprofissional pode ser
realizado em alguns momentos do estudo do objeto. Além disso, sua atuação relaciona-se a
diversos campos e não se restringe somente ao atendimento clínico como ocorria no passado.
Contudo, vale ressaltar que o indivíduo pode aprender por conta própria e não precisa somente do
grupo para obter conhecimento.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste material, discutimos o campo de atuação e as funções do psicopedagogo clínico,
escolar, hospitalar e organizacional. Vimos o quanto esse profissional é imprescindível nesses
espaços, os quais têm suas particularidades.
Não existe um campo de atuação melhor do que o outro; o psicopedagogo visa sempre auxiliar as
pessoas que, de certa forma, encontram-se em sofrimento e buscam uma nova relação com o
aprender, incluindo o aprender a viver melhor.
A Psicopedagogia tem procurado caminhos sólidos que apontem estudos consistentes que
contribuam para a formação e a atuação do psicopedagogo. Ela ganhou espaço no meio científico
e isso fortalece os profissionais que ainda esperam o reconhecimento em sua carreira.
Entendemos que o trabalho multidisciplinar foi importante no surgimento da Psicopedagogia.
Contudo, embora ainda esteja presente e seja necessário em alguns momentos do estudo do
objeto de pesquisa, a multidisciplinaridade foi superada pela interdisciplinaridade e pela
transdisciplinaridade, hoje fundamentais para a prática psicopedagógica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
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EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
O Código de Ética do psicopedagogo cuja finalidade é estabelecer parâmetros e orientar
os profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto aos princípios que regem a boa
conduta profissional e instituir diretrizes para o exercício profissional.
O artigo Psicopedagogia e a sua relevância no contexto educacional da atualidade, de
Mariana Siqueira, que se encontra em Webartigos.
As entrevistas e reflexões compiladas da palestra Psicopedagogia hospitalar: por que e
para quem?, do evento Psicopedagógico Sedes Sapientiae, realizado em agosto de 2007.
O artigo Atuação do psicopedagogo nos diversos e complexos contextos de
dificuldades de aprendizagem nas instituições escolares, de Marcos Tadeu Garcia
Paterra e Silvestre Coelho Rodrigues.
Acesse o vídeo Epistemología Convergente no Youtube, em que Jorge Visca explica os
pressupostos que fundamentaram a epistemologia convergente. O áudio está em espanhol,
mas é de fácil compreensão.
CONTEUDISTA
Patricia Rossi Carraro
 CURRÍCULO LATTES
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