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209 ObjetIvOs de aprendIzagem Após estudar este capítulo, você estará capacitado para: »» Definir o conceito de avaliação do desempenho e suas potencialidades. »» Explicar a administração por objetivos. »» Reconhecer como o administrador pode trabalhar com objetivos relevantes. »» Mostrar os diversos métodos de avaliação do desempenho. »» Indicar as tendências no processo de avaliar o desempenho das pessoas. O Que será vIstO adIante »» Conceito de avaliação do desempenho. »» Qual é o foco da avaliação do desempenho? »» Por que avaliar o desempenho? »» Quem deve avaliar o desempenho? »» Métodos tradicionais de avaliação do desempenho. »» Novas abordagens na avaliação do desempenho. »» Aplicações da avaliação do desempenho. avalIação do deseMpenho hUMano CaPítulo 8 CasO IntrOdutórIO: as Indústrias reunidas Ômega A avaliação do desempenho nas Indústrias Reunidas Ômega era uma perfeita peça burocrática. A cada semestre, os gerentes recebiam do departamento de recursos huma- nos (DRH) os formulários de avaliação do desempenho de seus subordinados para preencher. Cada gerente deveria fazer um retrospecto do desempenho no semestre anterior de cada funcionário e deveria interpretá-lo por meio das cruzes que anotava nas escalas gráficas do formulário. A seguir, tentava explicar a cada subordinado os resultados de sua avaliação no semestre e, por fim, enviava os for- mulários em um envelope confidencial ao DRH que os arquivava nas pastas individuais de cada funcionário. Tudo dentro dos procedimentos estabelecidos. O gerente impe- rava como juiz supremo dos subordinados e sua avaliação pessoal era inquestionável. O subordinado continuava com seu desempenho tradicional, o gerente com sua pos- tura autocrática de sempre e a organização se mantinha na costumeira rotina. E tudo continuava na mesma. Os objetivos da avaliação de desempenho eram: ve- rificar o mérito pessoal de cada funcionário em função do desempenho no passado e premiá-lo com um aumento salarial e verificar possíveis carências ou necessidades de treinamento. Como cada gerente não tinha condições de alterar salários, esse objetivo era simplesmente desaten- dido. Como também não tinha condições de estabelecer programas de treinamento, o outro objetivo também era desfalcado. Em todas as circunstâncias e momentos se está ava- liando tudo o que acontece ao redor. Os mais diversos assuntos – como a inflação na economia nacional, o desempenho das exportações nacionais, as bolsas de valores, como funciona o celular do colega, a geladeira, como está o sabor da cerveja importada, como se com- porta a namorada atual do melhor amigo, qual é a capa- cidade do professor de matemática, qual é a potência do carro novo do papai, etc. – são assuntos continuamente avaliados pelas pessoas. 210 parte III – apLICando pessoas A avaliação do desempenho é um tema constante e corriqueiro na vida particular das pessoas. O mesmo ocorre nas organizações. Elas sempre se defrontam com a necessidade de avaliar os mais diferentes desempe- nhos: financeiro, humano, operacional, técnico, em ven- das e marketing. Como está a qualidade dos produtos, a produtividade da empresa, o atendimento ao cliente, a lucratividade. E, principalmente, como está o desem- penho humano. Afinal, são as pessoas que dão vida e dinâmica à organização. Elas constituem a mola mestra do sucesso organizacional. Na moderna organização não há mais tempo para remediar um desempenho sofrível ou abaixo da média. O desempenho humano precisa ser excelente em todos os momentos para que a organização tenha competitividade para atuar e se sair bem no mundo globalizado de hoje. gp de HOje: o que medir? Geralmente, a principal preocupação das organiza- ções está voltada para a medição, a avaliação e a moni- toração de quatro aspectos principais: 1. Resultados: os resultados concretos e finais que se pretende alcançar em certo período. 2. desempenho: o comportamento ou os meios instru- mentais que se pretende colocar em prática. 3. Competências: as competências individuais que as pessoas oferecem ou agregam à organização. 4. fatores críticos de sucesso: os aspectos fundamen- tais para que a organização seja bem-sucedida no desempenho e nos resultados. Muitas organizações desenvolvem vários sistemas de avaliação para acompanhar resultados financeiros, custos de produção, quantidade e qualidade dos bens produzidos, desempenho individual dos colaboradores e satisfação dos clientes. conceIto de aValIação do desemPenHo Da mesma forma que os professores avaliam con- tinuamente o desempenho de seus alunos, as organi- zações estão preocupadas com o desempenho de seus colaboradores. Em épocas passadas de estabilidade e permanência, a avaliação do desempenho podia ser fei- ta por esquemas burocráticos e rotineiros. Até então, a rotina burocrática era a marca registrada. Com os novos tempos de mudança, transformação e instabilidade, o padrão burocrático cedeu lugar para a inovação e para a necessidade de agregar valor à organização, às pessoas e a todos os stakeholders que dela se servem. A avaliação é uma apreciação sistemática do de- sempenho de cada pessoa – ou de uma equipe – em função das atividades que desenvolve, das metas e dos resultados a serem alcançados, das competências que oferece e do potencial de desenvolvimento. A avaliação de desempenho é um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e as competências de uma pessoa ou equipe e, sobretudo, qual é a sua contribuição para o negócio da organização. Recebe denominações variadas – como avaliação do mérito, avaliação de pessoal, relatórios de progres- so, avaliação de eficiência individual ou grupal, etc. – e varia enormemente de uma organização para outra. Na realidade, a avaliação do desempenho é um processo dinâmico que envolve o avaliado, seu gerente, seus re- lacionamentos e representa uma técnica de direção im- prescindível na atividade administrativa de hoje. É um excelente meio pelo qual localiza problemas de supervi- são e gestão, de integração das pessoas à organização e ao trabalho, de localização de possíveis dissonâncias ou ca- rências de treinamento, de construção de competências e, consequentemente estabelecer os meios e programas para melhorar continuamente o desempenho humano. No fundo, a avaliação do desempenho constitui um po- deroso meio de melhorar a qualidade do trabalho e a qualidade de vida nas organizações. dICa: algumas definições de avaliação do desempenho •» avaliação do desempenho é o processo que mede o desempenho do funcionário e configura o grau em que ele alcança os requisitos do seu trabalho.1 •» avaliação do desempenho é o processo de rever a atividade produtiva passada para avaliar a contri- buição das pessoas para o alcance dos objetivos da organização.2 •» avaliação do desempenho é a identificação, a mensuração e a administração do desempenho hu- mano nas organizações. A identificação se apoia na CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 211 análise de cargos e procura determinar quais áreas de trabalho se deve examinar quando se mede o desempenho. A mensuração é o elemento central do sistema de avaliação e procura determinar como o desempenho pode ser comparado com padrões objetivos. A administração é o ponto-chave de todo sistema de avaliação. A avaliação deve ser mais do que uma atividade orientada para o passado, ou seja, deve estar orientada para o futuro para poder alcançar todo o potencial humano da organização.3 •» avaliação do desempenho é a maneira pela qual os fornecedores e clientes internos avaliam as competên- cias individuais de uma pessoa com a qual mantêm relacionamentos de trabalho e que fornece dados e informações a respeito de seu desempenho e compe- tências individuais para a sua melhoria contínua. Existem seis questões fundamentais na avaliação do desempenho:4 1. Por que avaliar o desempenho? 2. Qual é o desempenho que deve ser avaliado?3. Como avaliar o desempenho? 4. Quem deve fazer a avaliação do desempenho? 5. Quando avaliar o desempenho? 6. Como comunicar a avaliação do desempenho? O desempenho humano na organização é extrema- mente contingencial. Varia de pessoa para pessoa e de situação para situação, pois depende de inúmeros fato- res condicionantes que o influenciam poderosamente. O valor das recompensas e a percepção de que estas dependem de esforço determinam o volume de esforço individual que a pessoa estará disposta a realizar. É uma apreciação da relação de custo/benefício que cada pessoa faz para poder avaliar até quanto vale a pena fazer determinado esforço. Por sua vez, o esforço indivi- dual depende das competências individuais da pessoa e da sua percepção do papel a ser desempenhado. Assim, o desempenho é função de todas essas variáveis que o condicionam fortemente (Figura 1). Qual É o foco da aValIação do desemPenHo? A avaliação do desempenho pode focar o cargo ocu- pado pela pessoa ou as competências que esta oferece à organização como contribuição ao sucesso organizacio- nal. Assim, surge a pergunta: o que é mais importante: o desempenho no cargo ou a oferta de competências requeridas pela organização? A Figura 2 permite uma ideia dos dois tipos de foco. PoR Que aValIaR o desemPenHo? Toda pessoa precisa receber retroação a respeito de seu desempenho para saber como está fazendo seu tra- balho e fazer as devidas correções. Sem essa retroação, as pessoas caminham às cegas. Também a organização precisa saber como as pessoas desempenham suas ati- vidades para ter uma ideia de suas potencialidades. As- sim, pessoas e organizações precisam conhecer tudo a respeito de seu desempenho. As principais razões pelas quais as organizações estão preocupadas em avaliar o desempenho de seus colaboradores são:5 •» Recompensas: a avaliação do desempenho pro- porciona o julgamento sistemático para justificar aumentos salariais, promoções, transferências e, muitas vezes, demissões de funcionários. É a ava- liação por mérito. •» Retroação: a avaliação proporciona conhecimento a respeito dos resultados do desempenho e das ati- tudes e competências. •» Desenvolvimento: permite que cada colaborador saiba exatamente quais são seus pontos fortes (aqui- lo que poderá aplicar mais intensamente no traba- lho) e pontos frágeis (aquilo que deverá ser objeto de melhoria pelo treinamento). fIgura 1 Principais fatores que afetam o desempenho no cargo. Percepção de que as recompensas dependem de esforço Percepção do papel DesempenhoEsforço individual valor das recompensas Competências da pessoa 212 parte III – apLICando pessoas •» Relacionamento: a avaliação permite que cada colaborador possa melhorar seu relacionamen- to com as pessoas ao seu redor – gerente, pares, subordinados – e saber como estas avaliam o seu desempenho. •» Percepção: a avaliação proporciona meios para que cada colaborador saiba o que as pessoas ao seu redor pensam a seu respeito. Isso melhora a autopercepção e a percepção do entorno social. •» Potencial de desenvolvimento: a avaliação pro- porciona meios para conhecer em profundidade o potencial de desenvolvimento de seus colaborado- res a fim de definir programas de T&D, sucessão, carreiras, etc. •» Aconselhamento: a avaliação oferece informações ao gerente ou ao especialista de RH sobre como fazer aconselhamento e orientação aos colaboradores. A avaliação do desempenho deve proporcionar be- nefícios para a organização e para as pessoas. Para tanto, ela precisa atender às seguintes linhas básicas:6 •» A avaliação deve cobrir o desempenho atual nas atividades, como também o alcance de metas e objetivos: desempenho e objetivos devem ser tópi- cos inseparáveis da avaliação do desempenho. •» A avaliação deve enfatizar o colaborador no car- go: e não a impressão a respeito dos hábitos pes- soais observados no trabalho. Deve se concentrar em uma análise objetiva do desempenho e não em uma avaliação subjetiva de hábitos pessoais. Empenho e desempenho são coisas distintas. •» A avaliação deve ser aceita por ambas as partes: avaliador e avaliado. Ambos devem estar de acordo de que a avaliação deve trazer benefícios para a or- ganização e para o colaborador. •» A avaliação do desempenho deve melhorar a pro- dutividade do colaborador: tornando-o mais bem equipado para produzir com eficácia e eficiência.7 Os principais pontos fracos do processo de avaliação do desempenho são:8 •» Quando as pessoas envolvidas na avaliação do de- sempenho a percebem como uma situação de re- compensa/punição pelo desempenho passado. •» Quando a ênfase do processo repousa mais sobre o preenchimento de formulários do que sobre a ava- liação crítica e objetiva do desempenho. •» Quando as pessoas avaliadas percebem o processo como injusto ou tendencioso. A iniquidade prejudi- ca profundamente o processo de avaliação. fIgura 2 Avaliação do desempenho baseado em cargos versus avaliação do desempenho baseado em competências. Baseado em cargos Baseado em competências Avaliar competências individuais ou grupais Competências adequadamente aplicadas no trabalho pelas pessoas Adequação das competências ao negócio da organização Resultado das competências aplicadas ao negócio da organização Pessoas dotadas de competências essenciais do sucesso do negócio da organização Competências aplicáveis e aplicadas e custos de avaliação do desempenho Avaliar o desempenho no cargo Cargos adequadamente desempenhados pelos ocupantes Adequação dos ocupantes aos cargos ocupados Força de trabalho adequada ao conjunto de cargos da organização Cargos ocupados e bem desempenhados na organização Cargos bem ocupados e custos de avaliação do desempenho avaliação do desempenho Objetivo primário Objetivo final Eficiência Eficácia Indicador Retorno sobre o investimento CapÍtULo 8 – avaLIaÇão do deseMpenHo HUMano 213 •» Quando os comentários desfavoráveis do avaliador conduzem a uma reação negativa e de não aceitação por parte do avaliado. •» Quando a avaliação é inócua, isto é, quando está ba- seada em fatores de avaliação que não conduzem a nada e não agregam valor a ninguém. ção contínua de cada loja em relação ao padrão de atendimento que leva em conta: qualidade, serviço, limpeza e valor. Os franquiados que não cumprem essas exigências são eliminados. •» estabelecimento de padrões elevados: excelentes prestadoras de serviços estabelecem elevados padrões de qualidade. A Swissair tem como meta que 96% ou mais de seus passageiros avaliem seus serviços como bons ou ótimos; caso contrário, toma providências imediatas. O Citibank estabelece como meta atender às chamadas telefônicas em dez segundos e responder às cartas dos clientes em até dois dias. Os padrões são elevados de forma propositada. Um padrão de 98% de exatidão pode parecer bom, mas no caso da Federal Express (FedEx), isso significa deixar de entregar 64 mil pacotes por dia. Consequência: 10 palavras dei- xariam de ser compreendidas em cada página, 400 mil prescrições seriam mal preenchidas diariamente e beber água seria uma atividade insegura em 8 dias por ano. As empresas podem ser classificadas entre aquelas que oferecem serviços “bons” e aquelas que oferecem serviços excelentes, com 100% de qualidade e sem nenhum defeito: zero defeito e prontidão. •» sistemas para monitorar o desempenho dos ser viços: as empresas de serviços de alta categoria fa- zem regularmente auditorias de desempenho, tanto de seus serviços quanto dos concorrentes. Utilizam vários meios para mensurar o desempenho, como: compra comparativa, compradores-fantasma, pes- quisa de consumidores, formulários de sugestões e reclamações, equipes de auditoria de serviços e cartas para o presidente. A General Electric (GE) envia 700 mil cartões-resposta por ano para que donas de casa avaliem o desempenho de seu pessoal de serviços. O Citibank avalia continuamente o desempenho de seus funcionáriosem relação a padrões de exatidão, atenção e oportunidade, bem como emprega clientes- -fantasma para testar se estão recebendo bons servi- ços. O First Chicago Bank adota o programa de men- suração de desempenho que consiste em assinalar em um gráfico o desempenho semanal de vários itens relacionados com o atendimento de clientes. Sempre que o desempenho fica abaixo de um nível mínimo aceitável, são tomadas providências corretivas. •» sistemas para atender às reclamações dos clien tes: as empresas de serviços ágeis atendem rápida e generosamente às reclamações de seus consumidores e proporcionam outros serviços gratuitamente quan- fIgura 3 Processo de avaliação do desempenho. Ambiente externo Ambiente interno Definir objetivos específicos da avaliação do desempenho Discutir a avaliação com o funcionário Avaliar o desempenho Examinar o trabalho desempenhado Estabelecer expectativas para a pessoa (análise do trabalho) gp de HOje: a qualidade dos serviços depende dos colaboradores 9 Estudos recentes mostram que as empresas adotam algumas práticas comuns para administrar seus serviços com excelência: •» conceito estratégico: as empresas que prestam ser- viços de alto nível têm verdadeira obsessão pelos clientes. Possuem uma percepção clara dos clientes- -alvo e das necessidades que pretendem satisfazer. Desenvolvem uma estratégia exclusiva para satisfazer essas necessidades de tal maneira que conseguem conquistar a lealdade e a fidelidade dos consumi- dores. •» alta administração comprometida com a qualida de: empresas como Disney, Delta Airlines, Marriott e McDonald’s têm profundos compromissos com a qualidade. Sua cúpula não vê apenas o desempenho financeiro mensal, mas principalmente o desempe- nho dos serviços. A McDonald’s insiste na mensura- 214 parte III – apLICando pessoas do o desempenho está sofrível ou quando o cliente espera por muito tempo. •» satisfação tanto dos colaboradores quanto dos clientes: as empresas de serviços excelentes acre- ditam que suas relações com os colaboradores se refletem diretamente nas relações com os clientes. Elas criam um ambiente de apoio aos colaborado- res, que são recompensados pelo bom desempenho nos serviços. Regularmente, auditam a satisfação dos colaboradores em relação às suas tarefas. O Citibank estabeleceu uma meta de satisfação dos clientes em torno de 90% e dos colaboradores em 70%. Mas teve de equiparar os índices quando percebeu que era im- possível obter 90% de satisfação dos clientes se 30% dos colaboradores estavam insatisfeitos. Karl Albrecht observou que os funcionários insatisfeitos podem se tornar os “terroristas” da organização. Rosenbluth e Peters,10 no livro The customer comes second, vão além ao dizer que os funcionários – e não os clien- tes – é que devem ocupar o lugar “número um” se a empresa pretende realmente satisfazer os clientes. Ponha os funcionários na frente e os clientes serão mais bem atendidos. A avaliação por trás disso. vOltandO aO CasO IntrOdutórIO: as Indústrias reunidas Ômega Rubens Alcântara, o presidente das Indústrias Reu- nidas Ômega, era avesso ao sistema de avaliação do de- sempenho que existia em sua empresa. Achava que o sistema não agregava nenhum valor à empresa nem aos funcionários. Era apenas tempo perdido em papelório e tramitações burocráticas. Mas acreditava que deveria ha- ver uma maneira de avaliar as pessoas e suas contribui- ções ao negócio da empresa. Queria mudar radicalmente o sistema e torná-lo uma ferramenta administrativa para motivar o pessoal a melhorar continuamente o seu de- sempenho, mas não sabia como fazê-lo. O primeiro passo foi perguntar aos gerentes da empresa por que estavam avaliando o desempenho dos funcionários. As opiniões foram desencontradas. Alguns achavam que era uma im- posição do DRH. Outros, que a avaliação era uma perfeita peça burocrática e sem sentido. Rubens notou que sua opinião era compartilhada pelos gerentes. Quem deVe aValIaR o desemPenHo? A avaliação do desempenho é um processo de redu- ção da incerteza e, ao mesmo tempo, de busca de conso- nância. A avaliação reduz a incerteza do funcionário ao proporcionar retroação a respeito do seu desempenho. Ela busca a consonância na medida em que proporciona a troca de ideias e concordância de conceitos entre o funcionário e seu gerente. A avaliação do desempenho deve mostrar ao colaborador o que as pessoas pensam a respeito do seu trabalho e da sua contribuição à orga- nização e ao cliente e stakeholders. No fundo, o principal interessado na avaliação do desempenho é o próprio colaborador. E também a or- ganização. Antigamente, as organizações criavam siste- mas de avaliação centralizados em um único órgão que monopolizava o assunto – o DRH. Isso está mudando. O ideal seria um sistema simples de avaliação no qual o próprio trabalho ou entorno proporcionasse toda a re- troação a respeito do desempenho da pessoa sem neces- sidade de intermediários ou da intervenção de terceiros. A hierarquia, o staff e a centralização sempre impõem regras e normas rígidas que se afastam da realidade que cerca o colaborador e fazem o processo de avaliação se tornar uma verdadeira maratona burocrática. avalIaçãO CrítICa: quem avalia o desempenho das pessoas? As organizações utilizam diferentes formas a res- peito de quem deve avaliar o desempenho da pessoa. As mais democráticas e participativas proporcionam ao próprio colaborador a responsabilidade de autoavaliar livremente o seu desempenho. Outras organizações atribuem a responsabilidade pela avaliação ao gerente imediato para reforçar a hierarquia. Outras procuram integrar o gerente e o subordinado na avaliação para reduzir a diferença hierárquica. Outras atribuem a avaliação do desempenho à equipe, principalmente quando estão estruturadas em equipes autossuficien- tes e autogeridas. Outras ainda adotam um processo circular de 360º na avaliação. E há outras em que o órgão de ARH centraliza e monopoliza totalmente o processo de avaliação. A seguir será descrita cada uma dessas alternativas. Parte III - Aplicando Pessoas Capítulo 8 – Avaliação do Desempenho Humano