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350 parte v – desenvoLvendo pessoas Fase 1 Pressão sobre a administração Estímulo para a ação Estímulo sobre a estrutura de poder Reação da estrutura de poder Experimen- tação com novas soluções Busca de resultados Diagnósticos das áreas com problemas Reconheci- mento de problemas específicos Reforço dos resultados positivos Aceitação de novas práticas Invenção de novas soluções Acordo quanto a novos cursos de ação Invenção da cúpula Reorientação para problemas internos Fase 3 Fase 5Fase 2 Fase 4 Fase 6 fIgura 16 Seis fases da mudança organizacional.31 fIgura 17 A gradativa ampliação da mudança individual para a mudança organizacional. 1. Consciência quanto à necessidade de mudança Comunicação dos gerentes Insumos dos clientes Mudanças nos mercados Acesso on-line à informação 2. Desejo de participar e de apoiar a mudança Medo de perder o emprego Insatisfação com o status quo Consequências negativas iminentes Afiliação e senso de pertencer Avanço na carreira Alcance de poder ou posição Confiança e respeito pela liderança Esperança em um futuro melhor 3. Conhecimento de como implementar a mudança Treinamento e educação Acesso à informação Exemplos e modelos de papéis 4. Capacidade para implementar as habilidades e os comportamentos requeridos Prática e uso de novas habilidades Coaching Mentoring Remoção de barreiras 5. Reforço consistente para manter a mudança Incentivos e recompensas Mudanças na remuneração Reconhecimento às pessoas Celebrações Que habilitam a mudança organizacional Fases da mudança individualA mudança traz novas práticas e soluções, mas para que possam funcionar a contento, torna-se necessário mudar também as pessoas. Esse é o papel do desenvol- vimento de pessoas. vOltandO aO CasO IntrOdutórIO: o Banco Planetário Uma das preocupações de Pedro Behring era mapear as forças positivas e as negativas ao processo de mudança que queria implantar no Banco Planetário. O diretor de RH pron- tificou-se a ajudá-lo nesse sentido. Como proceder no caso? gestão da mudança Muitos programas de mudança organizacional simplesmente não funcionam porque se limitam a mudanças no trabalho, e não na atitude e no compor- tamento das pessoas. O primeiro passo está em mudar o comportamento individual para posteriormente ter condições de mudar o organizacional. É o velho pro- blema do ovo e da galinha. Para tanto, é necessário que as pessoas visualizem claramente o que deve ser mu- dado e concordem com isso para depois alcançar a mu- dança. Daí para a frente, pode-se então mudar a estru- tura organizacional que envolve as pessoas – como os sistemas de reconhecimento e recompensas, arquite- tura e modelagem do trabalho, cultura organizacional, tudo em sintonia com o novo tipo de comportamento (Figura 17).30 CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 351 A maior parte das organizações entende erronea- mente que a gestão das mudanças significa fazer pe- quenas alterações tópicas em alguns assuntos pro- blemáticos para consertar situações ou corrigir erros. Engano! Gestão da mudança organizacional tem um significado extremamente amplo e sistêmico. A Figura 18 dá uma ideia dos cinco níveis de gestão da mudança organizacional. O nível mais elevado – competência organizacional em mudança planejada – mostra que a gestão da mudança atua em todos os níveis organiza- cionais e em todas as áreas do negócio. desenVolVImento de Pessoas Treinamento e desenvolvimento (T&D) estão na ordem do dia. As diferenças entre ambos já foram dis- cutidas anteriormente. O desenvolvimento de pessoas está mais relacionado com a educação e a orientação para o futuro do que o treinamento. Por educação, en- tende-se as atividades de desenvolvimento pessoal que estão relacionadas com os processos mais profundos de formação da personalidade e da melhora da capa- cidade de compreender e interpretar o conhecimento, mais do que com a repartição de um conjunto de fatos e informações a respeito de habilidades motoras ou executoras.32 O desenvolvimento está mais focalizado no crescimento pessoal do empregado e visa à carreira futura, e não apenas ao cargo atual. Todas as pessoas – independentemente de suas di- ferenças individuais – podem e devem se desenvolver. Na abordagem tradicional, o desenvolvimento geren- cial era reservado apenas para uma pequena fatia do pessoal: apenas os níveis mais elevados. Com a redução de níveis hierárquicos e a formação de equipes de traba- lho, os funcionários passaram a ter maior participação nos objetivos de seus cargos e maior preocupação com a qualidade e com os clientes. Hoje, as organizações es- tão exigindo novas habilidades, conhecimentos e com- petências de todas as pessoas. E o desenvolvimento pas- sou a envolver a totalidade dos funcionários. dICa: definição de desenvolvimento, treinamento e educação 33 •» desenvolvimento organizacional: é o conjunto or- ganizado de ações focadas na aprendizagem (intencio- nais e propositais) em função das experiências passadas e atuais, proporcionadas pela organização em um espe- cífico período, para oferecer a oportunidade de melhora do desempenho e/ou do crescimento humano. Inclui três áreas de atividades: desenvolvimento gerencial, de- senvolvimento pessoal, treinamento e educação. •» desenvolvimento gerencial: é o conjunto organi- zado de ações educacionais no sentido de desenvolver habilidades e competências gerenciais, como lideran- ça, motivação, condução de equipes e, sobretudo, ges- tão dos processos de GP. •» desenvolvimento pessoal: são as experiências não necessariamente relacionadas com o cargo atual, mas que proporcionam oportunidades para desenvolvi- mento e crescimento profissional. •» treinamento: são as experiências organizadas de aprendizagem e centradas na posição atual da or- ganização. O treinamento aumenta a possibilidade de o funcionário desempenhar melhor suas atuais responsabilidades. •» educação: é o conjunto holístico das experiências de aprendizagem que preparam a pessoa para enfrentar a vida e se adaptar aos desafios do mundo atual. fIgura 18 Cinco níveis de gestão da mudança organizacional.34 5 Competência organizacional em mudança planejada A gestão competente de mudança é evidente em todos os níveis organizacionais e é parte da propriedade intelectual da organização e do seu eixo competitivo Processos globais de melhoria contínua 4 Padrões organizacionais de mudança planejada Padrões organizacionais amplos e métricas são amplamente desdobrados para gerir e liderar a mudança organizacional Seleção de uma abordagem comum 3 Múltiplos projetos esparsos de mudança A abordagem compreensiva para a gestão da mudança é aplicada em múltiplos projetos. Mas não há uma abordagem sistêmica Exemplos de melhores práticas são evidentes 2 Projetos isolados de mudança tópica Alguns elementos de gestão de mudança são aplicados em projetos isolados envolvendo diferentes áreas da organização várias táticas diferentes são usadas, mas sem consistência 1 Ad hoc ou ausência de qualquer tipo de mudança Pequena ou nenhuma gestão da mudança é aplicada na organização As pessoas são dependentes e sem nenhuma prática ou plano formal Elevada responsividade e lucratividade da organização Grande volume de falhas em projetos, alta rotatividade e perda de produtividade 352 parte v – desenvoLvendo pessoas gp de HOje: aprendizagem organizacional Geus afirma que a organização bem-sucedida é aquela que aprende eficazmente. A habilidade de aprender mais rapidamente que os concorrentes é a única vantagem competitiva sustentável. Quando a aprendizagem é enco- rajada, as pessoas se tornam capazes de: 35 •» Desenvolver novas competências: para compreen- der o negócio e as causas e os efeitos de certas decisões estratégicas. •» adquirir novos insights: sobre como a missão organi- zacional influencia as decisões cotidianas na organização. •» Visualizar novos horizontes:combinando os novos insights e competências para ajudar as pessoas a ver mais claramente o que devem alcançar e como alcançar. •» sentirse recompensada no trabalho: aprenden- do e desenvolvendo habilidades e competências, as pessoas se sentem mais satisfeitas e realizadas com o que fazem. Quando se sentem mais recom- pensadas, elas tendem a se tornar excelentes e comprometidas com os objetivos da organização – um fator que contribui para o desenvolvimento e o sucesso no longo prazo das organizações. métodos de desenvolvimento de pessoas Há muitos métodos para o desenvolvimento de pessoas. Existem técnicas de desenvolvimento de ha- bilidades pessoais no cargo (como rotação de cargos, posições de assessoria e atribuições de comissões) e fora do cargo (como cursos e seminários, exercícios de simulação e treinamento fora da empresa). Os principais métodos de desenvolvimento de pes- soas são:33 •» Rotação de cargos: significa a movimentação das pessoas em várias posições na organização no es- forço de expandir habilidades, conhecimentos e capacidades. A rotação de cargos pode ser vertical ou horizontal. A rotação vertical significa uma promoção provisória para uma nova posição mais complexa. A rotação horizontal funciona como uma transferência lateral de curto prazo para ab- sorção de conhecimentos e experiências da mesma complexidade. A rotação de cargos representa um excelente méto- do para ampliar a exposição da pessoa às operações da organização e transformar especialistas em ge- neralistas. Permite o aumento das experiências in- dividuais e estimula o desenvolvimento de novas ideias, ao mesmo tempo que proporciona oportu- nidades para uma avaliação de desempenho mais ampla e confiável do funcionário. •» Posições de assessoria: significa dar a oportu- nidade para que a pessoa, com elevado potencial, trabalhe provisoriamente sob a supervisão de um gerente bem-sucedido em diferentes áreas da or- ganização. Trabalhando como assistente de staff ou em equipes de assessoria direta, a pessoa pode desempenhar diferentes tarefas sob a condução apoiadora de um gerente. •» Aprendizagem prática: é uma técnica de treina- mento por meio da qual o treinando se dedica a um trabalho de tempo integral para analisar e resolver problemas em certos projetos ou em outros depar- tamentos. Geralmente, é aplicada em conjunto com outras técnicas. Muitos treinandos trabalham juntos para desenvolver projetos que requerem cooperação. •» Atribuição de comissões: significa uma oportu- nidade para a pessoa participar de comissões de trabalho compartilhando da tomada de decisões, aprender pela observação e pesquisar problemas específicos da organização. Geralmente, essas co- missões são de natureza temporária e efêmera, atuando como forças-tarefa desenhadas para resol- ver um problema específico, propor soluções e re- comendações sobre uma implementação. Atribui- ções temporárias são interessantes e desafiadoras, pois aumentam a exposição da pessoa aos outros membros da organização, amplia a compreensão e proporciona oportunidades de crescimento. •» Participação em cursos e seminários externos: é uma forma tradicional de desenvolvimento por meio de cursos formais de leitura e seminários. Oferece a oportunidade de adquirir novos conhe- cimentos e desenvolver habilidades conceituais e analíticas. Pode ser feita por cursos ou seminá- rios in-house, com a ajuda de consultores, fornece- dores, etc. Modernamente, as organizações estão utilizando a TI para proporcionar a aprendizagem a distância, em que o facilitador pode estar em ou- tro lugar, enquanto sua apresentação é transmi- tida simultaneamente para vários lugares, como é o caso da videoconferência.36 A British Airways utiliza o ensino a distância para treinar funcioná- rios para posições de supervisão. Colaboradores CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 353 localizados em diferentes países têm a oportuni- dade de receber treinamento de diferentes orga- nizações sem necessidade de custos de viagens, deslocamentos e hospedagens.37 •» Exercícios de simulação: a simulação extrapolou a seleção de pessoal e tornou-se também uma téc- nica de treinamento e desenvolvimento. Os exercí- cios de simulação incluem estudos de casos, jogos de empresas, simulação de papéis (role playing), etc. Nas análises de estudo de caso, utiliza-se a ex- periência de outras organizações para que a pessoa descreva e diagnostique os problemas reais, analise as causas, desenvolva soluções alternativas, sele- cione aquela que julgue a mais adequada e a imple- mente. O estudo de casos proporciona discussões estimulantes entre os participantes, bem como ex- celentes oportunidades para que a pessoa defenda as suas habilidades analíticas e julgamentais. Os jo- gos de empresas e os exercícios de dramatização co- locam a pessoa no papel de ator ou participando de problemas gerenciais. Os exercícios de simulação apresentam a vantagem de criar um ambiente si- milar em relação às situações reais em que a pessoa trabalha sem os altos custos envolvidos em ações reais indesejáveis. Contudo, é difícil simular todas as situações da vida cotidiana. •» Treinamento (outdoor) fora da empresa: uma recente tendência é a utilização de treinamento externo, muitas vezes relacionado com a busca de novos conhecimentos, atitudes e comportamen- tos que não existem na organização e que preci- sam ser obtidos fora dela. O treinamento fora da empresa é geralmente oferecido por organizações especializadas em T&D e que oferecem esquemas integrados, cujo foco primário é ensinar aos trei- nandos a importância de trabalhar em conjunto, como uma equipe. •» Estudo de casos: é um método de desenvolvimen- to no qual a pessoa se defronta com a descrição de um problema organizacional para ser analisado e resolvido. Trata-se de uma técnica que permite diagnosticar um problema real e apresentar opções de solução, desenvolvendo habilidades de análise, comunicação e persuasão. •» Jogos de empresas: também denominados ma- nagement games ou business games, são técnicas de desenvolvimento nas quais equipes de funcioná- rios ou de gerentes competem umas com as outras tomando decisões computadorizadas a respeito de situações reais ou simuladas de empresas. •» Centros de desenvolvimento internos: ou in- -house development centers, são métodos baseados em centros localizados na empresa para expor gerentes e pessoas a exercícios realísticos para de- senvolver e melhorar habilidades pessoais. É o caso das universidades corporativas. •» Coaching: o gerente pode integrar vários papéis, como líder renovador, preparador, orientador e im- pulsionador para se transformar em um coach. O coaching significa o conjunto de todas essas facetas.38 •» Tutoria ou mentoring: é a assistência que execu- tivos da cúpula oferecem a pessoas que aspiram subir a níveis mais elevados na organização.25 A progressão na carreira requer que as pessoas sejam favorecidas por pessoas com posições dominantes na organização e que definem os objetivos corpora- tivos, prioridades e padrões.39 Dá-se o nome de tutoria quando um executivo exer- ce um papel ativo em guiar e orientar uma pessoa em sua carreira. Assim como um técnico de espor- tes observa, analisa e tenta melhorar o desempe- nho dos atletas, o tutor proporciona orientação na hierarquia corporativa, guia, aconselha, faz críticas e dá sugestões para ajudar o crescimento do cola- borador.40 Tutores ou mentores são executivos que se oferecem para assistir colaboradores de várias áreas da empresa para proporcionar apoio e supor- te sistemático, profissional e político.41 Empresas como Motorola, Tenneco e Prudential promovem internamente os gerentes que fazem tutoria e que são bem-sucedidos no sistema corporativo de su- porte a funcionários.40 O mentor guia e orienta o candidato e responde por ele nos círculos mais al- tos da organização. Essa ferramenta apresenta van- tagens, como aprender fazendo, nasoportunidades de intensa interação e rápida retroação no desem- penho de ações. As possíveis desvantagens são: ten- dência para perpetuar os atuais estilos e práticas da organização e a capacidade do mentor/tutor de ser um bom treinador. A eficácia dessa técnica repousa na capacidade do tutor. A tutoria pode ocorrer em qualquer nível da organização. Todavia, uma pes- soa pode ser um excelente executivo sem que haja a criação de um ambiente de aprendizagem e de su- porte para tanto. •» Aconselhamento de funcionários: o gerente pro- porciona aconselhamento no sentido de assesso- rar as pessoas no desempenho de suas atividades. O aconselhamento se aproxima da abordagem de tutoria, mas difere em um aspecto: ocorre quando 354 parte v – desenvoLvendo pessoas surge algum problema de desempenho e o foco da discussão é relacionado com o processo de discipli- na. Quando o colaborador apresenta um comporta- mento inconsistente com o ambiente de trabalho (ausências, atrasos, irritação, insubordinação) ou é incapaz de desempenhar o cargo satisfatoriamente e o gerente deve intervir. Porém, antes que ocorra a intervenção, é imperativo que o gerente identi- fique claramente o problema; se está relacionado com a capacidade do colaborador, o esforço geren- cial passa a ser o de facilitador de treinamento ou desenvolvimento. O processo de aconselhamento de funcionários exige do gerente grande habilidade de ouvir e persuadir. avalIaçãO CrítICa: ampliar conhecimentos evita o desemprego 42 Diante da atual situação socioeconômica, as pes- soas e as organizações estão mais preocupadas com os índices de desemprego do que com um fenômeno me- nos visível, mas muito mais grave: a erosão provocada pela diferença de velocidade que as mudanças tecnoló- gicas estão requerendo em termos de conhecimentos e habilidades da força de trabalho e a velocidade da reaprendizagem. Uma crescente defasagem. O desenvolvimento de conhecimentos e habilida- des é o melhor antídoto contra o desemprego e a pre- carização das relações de trabalho (trabalho temporá- rio, trabalho em tempo parcial). É a velha negentropia. No ambiente de hipercompetitividade, somente so- breviverão as empresas mais ágeis e capazes de se antecipar no processo de mudanças e que tenham a seu favor o fator surpresa. Essas vantagens competiti- vas não são permanentes e necessitam ser criadas de forma contínua. As precondições para tanto são a visão e a antecipação do futuro dos negócios e o comprome- timento das pessoas nessa construção. Desse ponto de vista, a única vantagem competitiva autossustentável são os ativos humanos. Só vão sobreviver ou se torna- rão líderes de mercado as organizações que considera- rem o trabalho não apenas uma utilização de braços e músculos, mas acima de tudo o desenvolvimento da mente e da emoção. O conhecimento, cada dia mais, é um ponto de apoio para a sobrevivência dos indivíduos, da sociedade e das empresas, o que supõe criar organizações de aprendiza- gem capazes de gerenciar a mudança a seu favor. A aprendizagem das organizações torna-se a questão-chave para a criação contínua da vantagem competitiva. Quem faz isso acontecer? Pessoas, so- mente as pessoas. Só o desenvolvimento do poten- cial humano cria essa condição. Afinal, o que é uma organização de aprendizagem senão um grupo de pessoas constantemente aprimorando a capacidade de criar o futuro? Um futuro que tenha significado para as empresas e seus funcionários. Nessa filosofia, surge a necessidade de desenvolver nas empresas uma cultura que tenha a pessoa como fator crítico de sucesso. Desenvolvimento do potencial humano, do conhecimento e das habilidades, com autodisciplina decorrente da autonomia e da responsabilidade, é a principal missão de seus dirigentes. A realização das metas e as estratégias da empresa devem ser cada vez mais dependentes da expansão do conhecimento dos funcionários. Como consequência, os requisitos para admissão estão cada vez mais altos, paralelamente ao grande esforço da empresa em in- vestir em educação e treinamento. Os conhecimentos abrangem conceitos gerenciais, formação técnica, edu- cação comportamental e educação em padrões de ser- viço em benefício dos clientes. A consequência desse esforço é a maior competi- tividade da empresa e, para os funcionários, a maior empregabilidade. O legítimo poder de negociação da força de trabalho também crescerá na medida em que este novo cenário for sendo construído. O “capital humano” difere dos ativos físicos, pois não pode ser possuído pelo proprietário do capital, nem gerenciado como equipamento ou dinheiro. Os proprietários do conhecimento, se insatisfeitos, vão em- bora. E é deles que depende a inovação de produtos, processos e serviços. desenvolvimento de carreiras O desenvolvimento de pessoas está intimamente relacionado com o desenvolvimento de suas carreiras. Carreira é a sucessão ou a sequência de cargos ocupa- dos por uma pessoa ao longo da vida profissional. A carreira pressupõe desenvolvimento profissional gra- dativo e cargos crescentemente mais elevados e com- plexos. O desenvolvimento de carreira é um processo formalizado e sequencial que focaliza o planejamen- to do futuro dos funcionários que têm potencial para CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 355 ocupar cargos mais elevados. O desenvolvimento de carreiras é alcançado quando as organizações conse- guem integrar o processo com outros programas de GP, como avaliação do desempenho, T&D e planeja- mento de GP. Os primeiros planos de desenvolvimento de car- reiras adotados pelas organizações eram rigidamente formalizados e estavam voltados unicamente para as necessidades organizacionais, como um planejamento prévio e preparação antecipada dos funcionários para expansão, novos mercados e outras mudanças organi- zacionais. Mais recentemente, esses planos deixaram de ser unilaterais e passaram a abranger tanto as neces- sidades da organização quanto das pessoas envolvidas (Figura 19). Algumas organizações estão atribuindo gradativa- mente a responsabilidade pela administração de car- reira aos próprios funcionários, dando-lhes condições e suportes possíveis para que façam escolhas adequa- das e sejam bem-sucedidos. Isso envolve alguns pro- blemas nas organizações achatadas de hoje, nas quais as oportunidades de se movimentar verticalmente na hierarquia são bem menores do que nas organizações menos tradicionais e burocráticas. Os funcionários precisam de alguma orientação para desenvolver suas carreiras, seja dentro ou fora da organização. As principais ferramentas utilizadas pelas organi- zações para o desenvolvimento de carreiras são (Fi- gura 20): •» Centros de avaliação: utilizam as mesmas técni- cas de seleção de talentos humanos, como entre- vistas, exercícios dirigidos, simulações e jogos de empresas para o desenvolvimento de carreiras. Os centros de avaliação – os assesment centers – propor- cionam retroação sobre as forças e fraquezas dos candidatos e a compreensão de suas habilidades, ajudando-os a desenvolver objetivos claros e pla- nos de carreiras adequados e realísticos. •» Testes psicológicos: os mesmos testes utilizados na seleção de pessoal servem para ajudar os cola- boradores a compreender melhor seus interesses, habilidades e competências. •» Avaliação do desempenho: é outra fonte de infor- mação valiosa para o desenvolvimento de carreira. •» Projeções de promovabilidade: são julgamentos feitos pelos gerentes quanto ao avanço potencial de seus subordinados. Essas projeções ajudam a organização a identificar pessoas que apresentem potencial de avanço e ajudam os colaboradores a melhorar seus conhecimentos e experiências. •» Planejamento de sucessão: focaliza o preparo das pessoas para preencher posições mais complexas na medida em que se tornam vagas. O Leadership Necessidades da organização Quais são os principais itens estratégicos para os próximos anos? Quais conhecimentos,habilidades e experiências serão necessários para enfrentar tais desafios? Quais são os níveis de pessoas a serem requeridos? Quais são as forças necessárias à organização para enfrentar esses desafios? Consequência: Os funcionários estão se desenvolvendo de maneira que junte sua eficácia e satisfação com o alcance dos objetivos estratégicos da organização Necessidades individuais de carreira Como encontrar oportunidades de carreira em uma organização que: Utilize minhas forças e competências Atenda às minhas necessidades de desenvolvimento Proporcione desafios Atenda meus interesses Utilize meu estilo pessoal fIgura 19 Sistema de desenvolvimento de carreiras.43 Compatibilidade Centros de avaliação Testes psicológicos Avaliação do desempenho Projeções de promovabilidade Planejamento de sucessão Avaliação organizacional Descrição de cargos Manuais de carreira Workshops sobre planejamento de carreira Autoavaliação do funcionário fIgura 20 Principais ferramentas de avaliação de carreiras. 356 parte v – desenvoLvendo pessoas Continuity Program (LCP) da American Telephone & Telegraph (AT&T) enfatiza o desenvolvimento das pessoas, e não necessariamente sua promoção a posições mais elevadas. Os colaboradores rece- bem novos encargos para prepará-los para assu- mir crescentes responsabilidades. Os candidatos são selecionados para o LCP na base de três crité- rios: excelente desempenho sustentável, alta ava- liação entre seus colegas e potencial demonstrado para desempenhar quatro níveis salariais, no mí- nimo, acima de seu nível atual. orientação ao pessoal Além das ferramentas expostas, existem os seguin- tes esquemas de orientação aos colaboradores: •» Aconselhamento individual de carreiras: com o objetivo de ajudar cada colaborador a examinar suas aspirações. O aconselhamento inclui as respon- sabilidades do cargo atual, interesses e objetivos de carreira do colaborador. Na Coca-Cola e na Disney, o aconselhamento é feito por especialistas. Quando o gerente de linha conduz as sessões de aconselha- mento, o staff de RH geralmente monitora a eficácia e proporciona assistência na forma de treinamento e formatos de aconselhamento. A vantagem é que o gerente de linha tem a proximidade com o colabora- dor e pode avaliar suas forças e fraquezas, bem como possuir melhor visão do seu futuro profissional. •» Serviços de informação aos colaboradores: ser- vem para oferecer ao pessoal informação a respeito das oportunidades internas. Essa abordagem per- mite oferecer diversidade de interesses e aspirações da organização que possam servir às pessoas. Os mais comuns são: »– Sistemas de informação sobre oportunidades de vagas: a organização anuncia aberturas de ofertas de cargos, promovendo recrutamento in- terno e reforçando a noção de que a organização promove de dentro. »– Inventários de habilidades ou banco de talentos: banco de dados sobre habilidades, conhecimentos e competências dos colabora- dores. Utilizado como mapeamento das dispo- nibilidades internas de talentos e das necessida- des de T&D da força de trabalho e identificação dos talentos existentes. »– Mapeamento de carreiras: espécie de organo- grama com as possíveis direções e oportunidades de carreira disponíveis na organização, etapas e degraus existentes e os meios para chegar lá. »– Centro de recursos de carreira: coleção de materiais para o desenvolvimento de carrei- ra, como biblioteca, casos, CD-ROMs, DVDs e softwares. Em sua matriz em Rochester, NY, a Ko- dak dispõe de três centros internos de carreira conhecidos como Kodak Career Services e ofe- rece conselheiros profissionais de carreira, além de biblioteca, recursos instrucionais e progra- mas formais de T&D. gp de HOje: programas bem-sucedidos de encarreiramento44 A 3M utiliza um departamento de recursos de carreira para a avaliação do desempenho e o planeja- mento de RH no sentido de alcançar melhor balanço entre as necessidades da organização e dos colabo- radores. O departamento sistematiza e coordena o desenvolvimento de carreiras por meio de programas como workshops de gerentes e colaboradores, acon- selhamento de carreiras e realocações para carreiras duais. A gigantesca empresa aerospacial Boeing tem um estilo de administração direto e controlador aliado a uma abordagem participativa e orientada para equipes desde a década de 1980. Seu programa de desenvol- vimento de carreiras denominado Careers proporciona todos os recursos que inclui acesso direto dos colabora- dores a terminais com programas computadorizados de descrições de cargos e avanço na carreira e workshops. O Careers tem forte envolvimento dos gerentes de linha nos programas. A British Petroleum (BP) encoraja os colaboradores a desenvolver as próprias carreiras, oferecendo-lhes um programa de desenvolvimento para melhorar habilida- des, desempenho e satisfação nos cargos. O processo de autodesenvolvimento de carreiras tem cinco etapas: 1. Na primeira fase, cada colaborador faz um exercício de autoavaliação para definir quais habilidades, in- teresses e valores ao redor ele pretende desenvolver. 2. Na segunda fase, o colaborador é encorajado a so- licitar retroação de seu gerente e supervisores, pa- res, subordinados, família e amigos em um círculo de 360º. CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 357 3. Na terceira fase, o colaborador estabelece objetivos tanto para o cargo atual quanto para futuras posi- ções, para decidir se melhora seu desempenho no cargo atual ou assume novas responsabilidades para melhorar suas principais habilidades ou então se movimentar horizontalmente. Assim, ele pode criar uma estrutura real sobre a qual poderá desenvolver e melhorar ações, definir metas e datas para completar tais ações e identificar os recursos necessários para completá-las. 4. Na quarta fase do processo “faça por si mesmo”, o colaborador e seu gerente devem chegar a um con- senso sobre avaliação, objetivos e planos de ação. Juntos, fazem uma listagem de verificação, para saber se o colaborador poderá alcançar seus objeti- vos na BP ou quais as qualificações que ele deverá conquistar. 5. Na quinta fase, colaborador e gerente elaboram um planejamento de desenvolvimento pessoal, que é agendado para que o colaborador possa incremen- tar suas habilidades e competências e completar seus planos de ação. avalIaçãO CrítICa: a avaliação interna da Krones 45 Os executivos da subsidiária brasileira da Krones, fabricante alemã de máquinas para engarrafamento de refrigerante, sediada em Diadema, SP, passaram por um sufoco. Foram submetidos a uma verdadeira auditoria. Sentaram-se diante de psicólogos, responderam a tes- tes, foram entrevistados e participaram de simulações de situações estressantes. O faturamento da Krones cresceu quase oito vezes. O quadro de colaboradores pulou de 110 para 1.200 e de 11 para 36 executivos. O objetivo: saber se os gerentes e supervisores estão preparados para garantir o crescimento da empresa. O diagnóstico: estão bem, mas precisam de treinamento e aperfeiçoa- mento. O trabalho realizado pela consultoria Roland Berger utiliza o management audit – ou auditoria geren- cial – para avaliar o capital humano da empresa. A vida de cada executivo é passada a limpo: sua carreira, perfil emocional e profissional, competências pessoais, etc. O trabalho é parte do Programa de Avaliação de Potenciais. Programas de trainees As organizações bem-sucedidas estão investindo fortemente em programas de trainees como um meca- nismo de enriquecimento planejado do capital huma- no e um verdadeiro programa de melhora contínua da qualidade do pessoal estendido no longo prazo. Uma espécie de investimento no sucesso futuro da empre- sa. Os participantes do programa desenvolvem um es- tágio programado; recebem treinamento planejado e contínuo ministrado por profissionais de alto nível da empresa, participam ativamente de certasatividades previamente definidas, enquanto são continuamente monitorados e avaliados quanto ao desempenho, vin- culação com a empresa e sua cultura, espírito de equi- pe, competências e potencial de desenvolvimento.46 Os programas de trainees representam uma espécie de curto-circuito dos antigos programas de encarreira- mento profissional, uma vez que os treinandos são po- sicionados, após sua formação e desenvolvimento, em determinados pontos já avançados ao longo da carreira da empresa. Em geral, os programas de trainees estão vol- tados para universitários recém-formados, no último ou penúltimo ano de formação escolar. Algumas empresas fazem convênios com escolas de alto nível para acompa- nhamento da formação escolar dos melhores alunos para depois integrá-los no quadro de colaboradores. dICa: programas bem-sucedidos de trainees Empresas como Acesita, Johnson & Johnson, NEC, Nestlé, Avon, Banco itaú, Embraco, Hewlett-Packard, Co- pesul, Cemig, Eletrosul, Hering e itambé desenvolvem programas de estágios para alunos de administração, engenharia, economia, ciências contábeis, computação, marketing, psicologia, comércio exterior, direito, quími- ca, farmácia, comunicação e agronomia. Na maioria, esses estágios de treinamento são contratados pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).47 vOltandO aO CasO IntrOdutórIO: o Banco Planetário O presidente e o diretor de RH do Banco Planetário começaram a desenhar juntos os métodos de desenvolvi- 358 parte v – desenvoLvendo pessoas mento de pessoas a serem utilizados na empresa a fim de incentivar o processo de mudança organizacional. Quais sugestões podem ser dadas? CasO de apOIO: a cadeia de hotéis Hyatt 33 DeCenzo e Robbins mencionam o presidente do grupo hoteleiro Hyatt, que ressalta a importância dos programas de treinamento para o sucesso de sua empresa. Para que sua organização seja bem-sucedida no competitivo merca- do hoteleiro, ele sabe que todos os colaboradores – desde o presidente da companhia até a mais modesta arrumadeira de quartos – devem ter uma perfeita e completa compreen- são da operação diária do hotel para que, pelas ações con- juntas, se torne possível o encantamento do cliente. O grupo Hyatt instituiu no programa “um dia de toque”, um treinamento diário destinado a habilitar melhor a ad- ministração para compreender as atividades diárias execu- tadas em cada hotel. O objetivo é trazer os gerentes para a proximidade da experiência direta e do contato direto com os clientes. Um gerente de compras, por exemplo, foi desig- nado a passar o dia de trabalho como empregado de lim- peza no hotel de Chicago. Durante o dia, ele encontrou um enorme obstáculo: não tinha lençóis suficientes para trocar as camas. Por quê? Porque os gerentes corporativos da ma- triz não costumam solicitar a compra de lençóis adicionais. O gerente de compras levou um dia inteiro para conseguir aprovar a aquisição de lençóis e toalhas para poder retor- nar aos quartos. Graças à sua experiência de aprendizagem percebeu quanta perda de tempo com um simples pedido. O presidente dá uma importância especial ao “dia de toque” para os colaboradores do Hyatt, pois sabe que ao proporcionar insights aos executivos nas ações que afetam os colaboradores e, na ponta final, os clientes, as relações com os empregados e clientes se tornam muito melhores. Questões 1. Utilizar o processo de levantamento de necessidades de treinamento para descrever como o grupo Hyatt chegou à conclusão de desenvolver seu programa de “um dia de toque” para o Hyatt Hotéis. 2. Como avaliar a eficácia desse programa do Hyatt? O que avaliar? Como avaliar? 3. Como visualizar o programa como parte de um sistema maior? Como amarrá-lo no processo de treinamento? gp de HOje: empregabilidade 48 A crise do emprego transborda no Brasil e no mundo industrializado para a crise da empregabilidade. Que bicho é esse? Resumidamente, é a falta de qualificação profissio- nal em um mercado de trabalho em ebulição. Existem vagas oferecidas que não são preenchidas em razão do “analfabetismo profissional” dos candidatos. As profissões (e qualificações) estão mudando. Quem não mudar com elas perde o bonde do emprego que passa. Isso vale para o chão da fábrica ou para o comando da empresa. Para sentir o baque da coisa, conforme relata Roberto Macedo em seu livro Seu diploma, sua prancha, o grupo Catho, consultoria de RH, entrevistou 520 profissionais de média e alta gerências em São Paulo e no Rio de Ja- neiro. Um em cada quatro estava desempregado. Até aí, nenhuma surpresa em tempos de downsizing (extinção de cargos e funções na hierarquia das empresas). O susto da pesquisa começa pela descoberta de um elo perdido da economia global: 54% dos executivos desempregados não fala inglês. Bastaria essa limitação para barrá-los, como nunca antes, nos processos seletivos das empresas de bom tutano. Ou seja: estão com a empregabilidade gravemen- te danificada. E mais: são desempregados com diploma universitário; 41% nunca teve por conta própria nenhum curso de desenvolvimento ligado à sua profissão. E 29% não leu nenhum livro de interesse profissional nos últimos seis meses. Pode? Macedo utiliza esse quadro para analisar a responsa- bilidade individual pelo sucesso profissional e pelo plane- jamento da carreira – independentemente dos programas de RH das empresas, mesmo nas empresas que adotam a “gestão de carreira compartilhada”. O desenvolvimento profissional por conta própria é necessário para a preser- vação da empregabilidade pessoal, principalmente nas empresas que praticam o “máximo de transparência nos critérios de promoção”. Para melhorar a própria emprega- bilidade, Macedo recomenda que o profissional de qual- quer nível deve: 1. Utilizar critérios adequados de autoavaliação perma- nente. 2. Plugar-se na identificação contínua de oportunidades na empresa e fora dela. 3. Estabelecer objetivos de carreira e um planejamento estratégico para alcançá-los. Complicado? Só que não existe outra saída. CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 359 desenVolVImento oRganIzacIonal T&D lidam com a mudança nas pessoas, isto é, com a aprendizagem no nível individual. Doravante o as- sunto passará para os instrumentos de mudança orga- nizacional, isto é, com a aprendizagem organizacional no nível de toda a organização. O desenvolvimento organizacional (DO) é uma abordagem de mudança na qual os próprios colabora- dores formulam a mudança necessária e a implemen- tam com a assistência de um consultor interno ou ex- terno. O DO apresenta as seguintes características: 49 •» O DO é baseado na pesquisa e na ação: o que signifi- ca coletar dados sobre uma unidade (unidade orga- nizacional, departamento ou a organização inteira) e alimentar os colaboradores com esses dados a fim de que analisem e desenvolvam hipóteses sobre como essa unidade deveria ser se ela fosse excelen- te. Em outros termos, o DO utiliza um diagnóstico da situação (pesquisa) e uma intervenção para a lte- rar a situação (ação) e, posteriormente, um reforço positivo para estabilizar e manter a nova situação. A metodologia pesquisa-ação é utilizada pelos es- pecialistas em treinamento das Nações Unidas, em empresas do setor público e privado de países em desenvolvimento, como a estratégia mais comple- ta de mudança organizacional. •» O DO aplica os conhecimentos das ciências com- portamentais: com o propósito de melhorar a eficá- cia da organização. •» O DO muda atitudes, valores e crenças dos funcio- nários: para que eles próprios possam identificar e implementar as mudanças – sejam técnicas, pro- cedurais, comportamentais, estruturais ou outras – necessárias para melhorar o funcionamento da organização. •» O DO muda a organização rumo a determinada di- reção: como a melhora na solução de problemas, fle- xibilidade, reatividade, incremento da qualidade do trabalho, aumento da eficácia e mudança cultural. dICa: algumas definiçõesde desenvolvimento organizacional •» do é um esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, no sentido de melhorar os processos de re- solução de problemas e de renovação organizacio- nal, particularmente por meio de diagnóstico cola- borativo e administração da cultura organizacional – com ênfase especial nas equipes formais de tra- balho, equipes temporárias e cultura intergrupal – com a assistência de um consultor-facilitador e a utilização da teoria e da tecnologia das ciências do comportamento, incluindo ação e pesquisa.50 •» do é a aplicação dos conhecimentos das ciências com- portamentais no esforço de longo prazo de melhorar a capacidade da organização de se confrontar com as mu- danças no ambiente externo e aumentar as habilidades na solução de problemas.51 •» do é um conjunto de intervenções planejadas de mu- dança construído sobre valores humanísticos e demo- cráticos que procuram aumentar a eficácia organizacio- nal e o bem-estar dos funcionários.52 o processo de desenvolvimento organizacional O DO utiliza um processo dinâmico composto de três fases distintas: 1. Diagnóstico: é feito a partir da pesquisa sobre a situação atual. Em geral, o diagnóstico é uma per- cepção a respeito da necessidade de mudança na organização ou em parte dela. O diagnóstico deve ser obtido por entrevistas ou pesquisas com as pes- soas ou grupos envolvidos. 2. Intervenção: é uma ação para alterar a situação atual. Geralmente, a intervenção é definida e pla- nejada em workshops e discussões entre as pessoas e grupos envolvidos para determinar as ações e os rumos adequados para a mudança. 3. Reforço: é um esforço para estabilizar e manter a nova situação pela constante retroação. Em geral, o reforço é obtido em reuniões e avaliações perió- dicas que servem de retroinformação a respeito da mudança alcançada. Na realidade, o DO funciona como um processo planejado e negociado de mudança organizacional. O conceito de mudança é baseado no conceito de Le- win:28 a mudança é um processo contínuo de descon- gelamento, mudança e recongelamento, como mostra a Figura 21. 360 parte v – desenvoLvendo pessoas técnicas de desenvolvimento organizacional O DO utiliza uma variada tecnologia. As principais técnicas de DO são:23 •» Treinamento da sensitividade: também chama- do treinamento da sensibilidade, constitui a técni- ca mais antiga e ampla de DO. Consiste em reunir grupos chamados T-groups (grupos de treinamen- to) que são orientados por um líder treinado para aumentar a sensibilidade quanto às habilidades e às dificuldades de relacionamento interpessoal. O resultado consiste em maior criatividade (menos temor dos outros e menos posição de defesa), me- nor hostilidade quanto aos outros (pela melhor compreensão dos outros) e maior sensitividade às influências sociais e psicológicas sobre o compor- tamento em trabalho.54 Isso favorece a flexibilida- de do comportamento das pessoas em relação aos outros. Geralmente é aplicado de cima para baixo, começando na cúpula da organização e descendo até os níveis mais baixos. •» Análise transacional (AT): é uma técnica que visa ao autodiagnóstico das relações interpessoais.55 As relações interpessoais ocorrem por meio de transa- ções, que significa qualquer forma de comunicação ou relação com os demais. A AT é uma técnica des- tinada a indivíduos, pois se concentra nos estilos e conteúdos das comunicações entre as pessoas. Ensina as pessoas a enviar mensagens que sejam claras e ágeis e a dar respostas que sejam naturais e razoáveis. O objetivo é reduzir hábitos destrutivos de comunicação – os chamados “jogos” – nos quais a intenção ou o significado da comunicação fica obscuro ou distorcido. A AT assemelha-se à terapia psicológica para melhorar o relacionamento inter- pessoal, permitindo a cada indivíduo autodiagnos- ticar sua inter-relação com os outros para modificá- -la e melhorá-la gradativamente.29 •» Desenvolvimento de equipes: é uma técnica de alteração comportamental na qual várias pessoas de vários níveis e áreas da organização se reúnem sob a coordenação de um consultor ou líder e criticam-se mutuamente, procurando um ponto de encontro em que a colaboração seja mais fru- tífera, eliminando-se as barreiras interpessoais de comunicação pelo esclarecimento e compreensão de suas causas. Ao final, a equipe autoavalia o seu comportamento por meio de determinadas variá- veis descritas na Figura 22. A ideia básica é cons- truir equipes pela abertura de mentalidade e de ação das pessoas. Para o trabalho em equipe são eli- minadas as diferenças hierárquicas e os interesses específicos de cada departamento ou área, propor- cionando a predisposição sadia para a interação e, consequentemente, para a criatividade e inovação. As organizações estão migrando de uma estrutura organizacional baseada na departamentalização funcional para redes integradas de equipes na bus- ca de flexibilização, inovação e mudança.56 Equipes eficazes requerem a definição clara da filosofia e da missão da organização, uma estrutura organiza- cional flexível e participativa, sistemas organiza- cionais adequados, políticas organizacionais que permitam o comprometimento das pessoas e o trei- namento de habilidades técnicas e interpessoais. Processo de mudança Processos de DO Diagnóstico Obter e analisar dados sobre a situação e definir objetivos de mudança Intervenção Buscar ação colaborativa para implementar a mudança desejada Reforço Acompanha- mento para apoiar e reforçar a mudança Descongelamento Mudança Recongelamento fIgura 21 O processo de DO como um processo de mudança.53 fIgura 22 Diferentes técnicas de DO.58 Técnicas de DO Treinamento da sensitividade Análise transacional Desenvolvimento de equipes Consultoria de procedimentos Reunião de confrontação Retroação de dados Níveis de intervenção Intrapessoal Interpessoal Intergrupal Intragrupal Intraorganizacional CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 361 •» Consultoria de procedimentos: é uma técnica em que cada equipe é coordenada por um consultor cuja atuação varia enormemente. A coordenação permite certas intervenções para tornar a equipe mais sensível aos processos internos de estabelecer metas e objetivos, de participação, liderança, toma- da de decisões, confiança e criatividade. O consul- tor ajuda os membros da equipe a compreender a dinâmica das relações de trabalho em situações de grupo e a desenvolver o diagnóstico de barreiras e habilidades de solução de problemas para forta- lecer o senso de unidade entre os membros, incre- mentar relações interpessoais, melhorar o cumpri- mento das tarefas e aumentar a eficácia. •» Reunião de confrontação: é uma técnica de altera- ção comportamental com a ajuda de um consultor interno ou externo (denominado terceira parte). Dois grupos antagônicos em conflito (por discor- dância, antagonismo, desconfiança recíproca, hos- tilidade, etc.) são defrontados em uma reunião que dura um dia, na qual cada grupo se autoavalia, bem como avalia o comportamento do outro, como se fosse colocado diante de um espelho. Cada grupo apresenta ao outro os resultados das suas avalia- ções e é interrogado no que se refere às percepções. Segue-se uma discussão, inicialmente acalorada, tendendo à posição de compreensão e entendimen- to recíproco quanto ao comportamento das partes envolvidas. O consultor facilita a confrontação, com total isenção de ânimo, ponderando críticas, moderando os trabalhos, orientando a discussão para a solução construtiva do conflito e eliminan- do as barreiras intergrupais. A reunião de confron- tação é uma técnica de enfoque socioterapêutico para melhorar a saúde da organização, incremen- tar as comunicações e as relações entre diferentes departamentos ou equipes e planejar ações correti- vas ou profiláticas. •» Retroação de dados (feedback de dados): é uma técnica de mudança de comportamento que parte do princípio de que, quanto maisdados cognitivos o indivíduo recebe, maior será sua possibilidade de organizá-los e agir criativamente. A retroação de dados proporciona aprendizagem de novos dados a respeito de si mesmo, dos outros, dos processos grupais ou da dinâmica de toda a organização – da- dos que nem sempre são levados em consideração. A retroação refere-se às atividades e aos processos que refletem a maneira pela qual uma pessoa é percebida ou visualizada pelas demais pessoas.57 Requer intensa comunicação e fluxo adequado de informações na organização para atualizar os membros e permitir que eles próprios possam se conscientizar das mudanças e explorar oportuni- dades que geralmente se encontram encobertas. As técnicas de DO geralmente são aplicadas em uma sequência definida, conforme mostra a Figura 22. O ponto de partida é melhorar a sensibilidade in- trapessoal das pessoas para posteriormente melhorar e incentivar os seus relacionamentos interpessoais. A seguir, iniciam-se a formação e o desenvolvimento de equipes com técnicas intragrupais, às quais se seguem as técnicas intergrupais necessárias para integrar as diferentes equipes entre si e, mais adiante, as técnicas intraorganizacionais para definir os objetivos orga- nizacionais desejados mediante o trabalho conjunto e coordenado das diferentes equipes envolvidas. As evidências mostram que as mudanças que enfatizam as pessoas e a organização como um todo são mais profundas e eficazes. No fundo, o DO representa um verdadeiro mutirão de esforços para mudar a organiza- ção pela mudança de atitudes e comportamentos das pessoas que nela trabalham. Uma verdadeira mudança de mentalidade como o meio mais eficaz de mudar a organização inteira. vOltandO aO CasO IntrOdutórIO: o Banco Planetário Pedro Behring queria utilizar o desenvolvimento de pessoas e o desenvolvimento organizacional juntos para estimular o processo de mudança no banco. Isso exigiria a atuação do DRH como órgão de consultoria interna e a contratação de um consultor externo para ajudar a organi- zação. Quais são as sugestões para o caso? avalIaçãO CrítICa: o segredo da qualidade da Canon 59 A Canon Corporation, empresa japonesa mundialmen- te conhecida pelo foco na qualidade, utiliza os seguintes princípios em seu esquema de T&D: •» Desenvolver treinamento básico estruturado, prático e confiável. 362 parte v – desenvoLvendo pessoas •» Combinar treinamento organizado por nível com trei- namento organizado por função. •» Fazer do treinamento uma parte do plano global de desenvolvimento de RH. •» Proporcionar sistemas de follow-up (retroação) para que o treinamento seja avaliado pelos resultados. •» Focalizar o treinamento para apoiar objetivos de quali- dade, custo e tempo. •» Estabelecer objetivos unificados para o treinamento em todos os níveis. •» Utilizar o treinamento com casos e histórias, bem como combinar treinamento no cargo e em classe. •» Desenvolver um staff de treinadores na companhia uti- lizando o pessoal excelente como instrutores. •» Estabelecer padrões de programas para que as diferen- ças nas oportunidades de treinamento não ocorram entre divisões ou cargos, isto é, dar a cada um a oportu- nidade de aprender e melhorar. A Canon trabalha com competências. Quando preci- sa desenvolver um projeto, ela reúne pessoas de várias competências diferentes em uma equipe transitória para compor uma constelação de competências necessárias. A ênfase está na conjunção de competências para criar um produto totalmente novo e inovador. Terminado o projeto, as pessoas são reunidas em outras equipes para compor competências necessárias para o novo projeto. exerCíCIO: a Companhia Aérea Nacional 60 Objetivos do exercício: 1. Ilustrar como as forças para a mudança e a estabilidade podem ser administradas em um programa de DO. 2. Ilustrar os efeitos das técnicas alternativas de mudança na força relativa dos impulsos de mudança e forças de estabilidade. situação A divisão de marketing da Companhia Aérea Nacio- nal (CAN) passou por duas reorganizações nos últimos dois anos. Na primeira, a estrutura organizacional passou da forma funcional para a matricial, mas a estrutura ma- tricial não satisfez os gerentes funcionais. Eles se queixa- vam de que a estrutura em matriz confundia as relações de autoridade e responsabilidade. Em vista das queixas, o gerente de marketing decidiu retornar à estrutura fun- cional. A nova estrutura manteve os grupos de marketing e de projetos, os quais eram gerenciados por gerentes de projetos com algum pessoal de staff. Mas nenhum espe- cialista funcional foi introduzido nesses grupos. Após a mudança, surgiram novos problemas. Os ge- rentes de projeto queixavam-se de que não conseguiam obter assistência adequada dos staffs funcionais e, além da demora, não conseguiam estabelecer relações estáveis com eles. Como tais problemas afetavam os serviços ao cliente, os gerentes de projeto solicitaram uma mudança na estrutura organizacional, provavelmente em direção novamente à estrutura matricial. Mediante essas duas queixas e demandas, o vice-presidente ponderou a res- peito de uma nova reorganização. Para tanto, solicitou um consultor externo para ajudá-lo no plano de reorganização. Procedimento 1. Dividir a classe em grupos de cinco a sete alunos para assumirem os papéis de consultores. 2. Cada grupo deve identificar as forças de impulso e re- sistência encontradas na empresa, relacionando-as: forças de impulso Forças de resistência 3. Cada grupo deve desenvolver um conjunto de estraté- gias para aumentar as forças de impulso, e outro para reduzir as forças de resistência. 4. Cada grupo deve preparar uma relação de mudanças que pretende introduzir. 5. A classe deve ouvir e avaliar as recomendações de cada grupo. CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 363 aplicações de desenvolvimento organizacional A variedade de aplicações do DO – chamadas inter- venções ou técnicas de DO – aumentou nos últimos anos. O DO começou com intervenções em processos humanos para ajudar as pessoas a modificar as próprias atitudes, valores, crenças e, consequentemente, melho- rar a organização. A amplitude de aplicações do DO é impressionante em função da variedade das mudanças necessárias. Todas voltadas para proporcionar aos cola- boradores a coleta de dados – a fim de criar e implemen- tar as soluções necessárias – e a retroação – a fim de criar condições de autoavaliação do progresso efetuado. O DO está intimamente relacionado com mudanças que buscam agregar valor ao negócio da organização, às pessoas e aos clientes. No fundo, o DO pode ser utilizado para uma reavaliação da estrutura organizacional, dos processos e tecnologias utilizados, dos produtos e servi- ços produzidos e da cultura organizacional. A Figura 23 mostra as possibilidades de aplicação do DO. As principais características do DO são: 23 •» Focalizar a organização como um todo integrado. •» Utilizar processos grupais. •» Orientação abrangente e sistêmica. •» Orientação contingencial em face da mudança. •» Utilizar agentes de mudança. •» Proporcionar retroação imediata dos dados. •» Enfatizar a solução de problemas. •» Estimular a aprendizagem experiencial. •» Acelerar o desenvolvimento de equipes de trabalho. •» Focalizar as relações sociais e interativas. O DO tem enorme potencial para complemen- tar e incentivar os programas de qualidade total nas organizações, já que ambos têm vários aspectos em comum. Além dos fatores apontados na Figura 24, os progra- mas de qualidade total incluem fatores que melhoram a competência individual dos colaboradores, tais como:61 •» Educação e treinamento. •» Um processo seletivo capaz de alinhar personalida- de, educação, conhecimentos e experiência com os requisitos do cargo. •» Métodos de trabalho estabelecidos para assegurar o melhor uso dos recursos. •» Oportunidades em cargos multifuncionais para de- senvolver novas habilidades. •» Condições detrabalho com segurança e estabilidade. •» Sistema de promoções e progressão profissional bem definido. Cultura/ pessoas Como está estruturada a empresa? Para a permanência ou para a mudança? Qual é o esquema hierárquico existente? Como funcionam as comunicações? E o processo decisório? Qual é a importância das pessoas? Como funcionam os processos? Como é o ciclo operacional? Como é a rede de informações? E a matriz tecnológica? Como é o desenho de cargos? Qual é a função das pessoas? Quem são os clientes internos e externos? Quais são o perfil e as características? O que a empresa oferece? Quais são as características dos P/S? Conservadores ou inovadores? Qual é a missão da empresa? Quais são os valores? Qual é o papel das pessoas? Existem equipes? E a administração? E os gerentes? Como funciona o sistema de motivação e recompensas? E a participação das pessoas? Estrutura organizacional Processos e tecnologia Produtos/ serviços fIgura 23 Mudanças para agregar valor ao negócio. 364 parte v – desenvoLvendo pessoas •» Supervisão e liderança para desenvolver os talen- tos das pessoas. Nada melhor do que conjugar os aspectos positivos do DO e da qualidade total. limitações do desenvolvimento organizacional Embora seja um forte impulsionador da mudança e da inovação organizacional, o DO apresenta algumas limitações, como:62 •» A eficácia dos programas de DO é difícil de ser ava- liada. •» Os programas de DO demandam muito tempo. •» Os objetivos de DO são geralmente muito vagos. •» Os custos totais de um programa de DO são difíceis de avaliar. •» Os programas de DO são geralmente muito caros. Essas limitações não significam que se devam eli- minar os esforços de DO. Apenas indicam as áreas nas quais o programa precisa ser aperfeiçoado. Os gerentes podem melhorar a qualidade dos esforços de DO por meio das seguintes providências:63 •» Ajustar sistematicamente os programas de DO às necessidades da organização. •» Ensinar como as pessoas podem mudar seus com- portamentos como parte do programa de mudança organizacional. •» Modificar os sistemas de recompensas da organiza- ção para premiar os membros que mudam o com- portamento de acordo com o programa. O papel da GP e dos gerentes de linha pode ser am- pliado pelos esforços de DO como um excelente meio de atuação na melhora das organizações e no desen- volvimento das pessoas. gp de HOje: T&D como base para a qualidade total 64 Quando uma organização se prepara para melhorar pela qualidade total, precisa definir um programa de T&D de maneira que sejam planejados, coordenados, im- plementados, avaliados e melhorados em um processo contínuo. Novos tipos de treinamento são necessários para apoiar esse processo e implementar abordagens bem-sucedidas de melhora por meio de todas as pessoas da organização. O treinamento deve levar em conta que a necessidade para o envolvimento – e a flexibilidade – seja o corolário óbvio: treinar e retreinar incessantemen- te. Para tanto, a organização precisa: Estrutura organizacional Desenvolvimen- to e utilização de métodos confiáveis valor agregado Integração funcional cruzada Alinhamento organizacional para a melhora Melhora contínua (identificação, quantificação, eliminação de desperdício) Qualidade em primeiro lugar Foco no cliente Parceria das pessoas Liderança da direção de cúpula Qualidade incorporada ao produto/ serviço fIgura 24 Princípios fundamentais da qualidade total. dICa: a melhora da qualidade proporciona consequências •» Mudanças no ambiente dos colaboradores: »– Pessoas mais educadas em todos os níveis organiza- cionais. »– Capacidade e desejo de envolvimento na tomada de decisões. »– Expectativas de tornar o trabalho mais agradável. »– Aumento da importância dos fatores ambientais. •» Mudanças no ambiente dos clientes/consumidores: »– Necessidade de melhor qualidade, confiabilidade e responsabilidade. »– Custos e valores agregados como considerações pri- márias. »– Maior competitividade da organização. •» Mudanças no ambiente da organização: »– Resultados incrementados pela melhora da qua- lidade. »– Aumento da competição em termos de tempo e dinheiro. »– Redução de perdas em razão da consciência de custos. CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 365 •» Investir no capital humano mais do que em equipa- mentos ou hardwares. •» Treinar todos os novos colaboradores e retreiná-los con- tinuamente. •» Treinar cada pessoa nas técnicas de solução de proble- mas para que possa contribuir para a melhora da qua- lidade. •» Treinar extensivamente as pessoas seguindo sua pro- moção até o nível gerencial: a seguir, treinar os geren- tes para que avancem na carreira. •» Utilizar o treinamento como veículo para desenvolver confiança na organização. •» Insistir que o treinamento deva ser uma responsabi- lidade de linha; todo programa de treinamento deve consistir basicamente de insumos da linha; deve ser pilotado em muitos pontos da linha e ser tocado subs- tancialmente pelo pessoal de linha. unIVeRsIdades coRPoRatIVas Em vez de unidades específicas de treinamento – como departamentos ou centros de treinamento –, as organizações estão pensando agora em uma dimensão maior.65 Trata-se do conceito de universidades corpo- rativas (UC) para cuidar da educação corporativa e da gestão do conhecimento corporativo de modo integral e sistêmico.66 A UC não é propriamente um local físi- co, mas um conceito que envolve toda a organização. A UC deve ser um centro gerador de resultados para a empresa.67 Colateralmente, as pessoas precisarão desenvolver certas competências pessoais para atuar em novos am- bientes de negócios, a saber: 65 •» Aprender a aprender: as pessoas precisam contri- buir construtivamente em tudo, desde como asse- gurar qualidade aos produtos até como melhorar processos organizacionais. Para tanto, precisam ter condições de utilizar um conjunto de técni- cas, como analisar situações, questionar, procurar conhecer o que não compreendem e pensar criati- vamente para gerar opções. O objetivo é fazer com que a atitude de aprender a aprender seja parte na- tural do modo como as pessoas pensam e compor- tam-se no trabalho. O conhecimento das pessoas é um ativo intangível. Elas não são mais considera- das um elemento de custo no balanço patrimonial, mas parte do seu capital intelectual. •» Comunicação e colaboração: antigamente, o bom desempenho significava a execução de um conjun- to de tarefas que eram repetitivas, e a qualificação profissional era associada com cada tarefa específi- ca. Agora, as equipes constituem o fundamento das organizações flexíveis, e a eficiência das pessoas está cada vez mais vinculada com a habilidade in- terpessoal de comunicação e colaboração. •» Raciocínio criativo e solução de problemas: no passado, a administração paternalista assumia a responsabilidade de desenvolver os meios de au- mentar a produtividade do trabalhador. Centra- lizava o pensar e o planejar. Hoje, espera-se que as pessoas no nível operacional descubram por si mesmas como melhorar e agilizar o trabalho. Para isso, elas precisam pensar criativamente, desenvol- ver habilidades de resolução de problemas e anali- sar situações, indagar, esclarecer o que não sabem e sugerir melhorias. •» Conhecimento tecnológico: no passado, conhe- cer tecnologia significava saber como operar o computador pessoal para processar textos ou análi- ses financeiras. Agora, a ênfase está em usar o equi- pamento de informação que o conecte com mem- bros das equipes ao redor do mundo. As pessoas devem usar computadores não apenas em suas ta- refas relacionadas com o trabalho, mas sobretudo para contatos com profissionais em todo o mundo, compartilhando melhorias e recomendando me- lhorias nos processos de trabalho. O computador é a principal plataforma de trabalho das empresas. •» Conhecimento global dos negócios: cada vez mais, as pessoas devem aprender novas habilida-des técnicas e comerciais que levem em conta o ambiente competitivo global, que não permite pre- ver com nenhuma certeza o que virá no futuro para a organização ou para o mercado. Nesse ambiente global e volátil, a capacidade de ver o todo sistêmi- co (Gestalt) em que a organização opera torna-se in- dispensável para cumprir a exigência de se agregar continuamente mais valor à organização. •» Liderança: o novo imperativo é o desenvolvimen- to da liderança nas empresas. A identificação e o desenvolvimento de pessoas excepcionais capazes de levar a organização para o futuro será funda- mental. A criação de líderes será vital. E o segredo do sucesso estará cada vez mais nas pessoas. •» Autogerenciamento da carreira: as organizações estão transferindo para as pessoas o autodesenvol- vimento e o autogerenciamento para que possam 366 parte v – desenvoLvendo pessoas assumir o controle de suas carreiras e gerenciar o próprio desenvolvimento pessoal. Como as qualifi- cações necessárias continuam a mudar e a evoluir, as pessoas de todos os níveis da organização assumem o compromisso de assegurar que possuam as qualifi- cações, o conhecimento e as competências exigidas tanto na atividade atual quanto nas futuras. Assim, a capacidade de gerenciar a própria vida profissional passa a ser considerada uma competência adquirida e necessária para deslanchar todas as outras compe- tências exigidas no novo ambiente de negócios. gp de HOje: clientes são clientes. Negócios à parte 68 Como já visto, várias empresas criaram suas UC com enorme sucesso em termos de resultados. Mas uma de- las fez diferente. A Dell Anno, fábrica de móveis sediada em Bento Gonçalves, RS, não só levou a sério o negócio, como extrapolou. E também com sucesso. Seu lema é: quem quiser estudar tem de pagar. Quando a empresa decidiu implantar uma UC, a Única Indústria de Móveis S/A – dona das marcas Dell Anno, Favorita e New – não pensava em lucrar nem em mudar o foco do seu negó- cio para a educação. Seu objetivo inicial era combater o desperdício típico na indústria e oferecia treinamento gratuito em atendimento e vendas aos donos e gerentes das franquias que trabalhavam com seus produtos. Mas percebeu que o investimento estava virando fumaça, por causa da rotatividade do pessoal. De cada dez trei- nandos, apenas três permaneciam na empresa nos doze meses seguintes. Para fazer com que os franqueados passassem a valorizar o treinamento recebido, a em- presa passou a cobrar R$ 10 mil pelo curso para lojistas, com 72 horas de duração, algo como R$ 138 a hora/aula, valor superior ao de qualquer curso similar. No começo foi difícil convencê-los, pois estavam acostumados ao sistema gratuito. Durante quase três meses, o gerente de treinamento peregrinou pelo país explicando aos lo- jistas o modelo pago e ficou surpreso pela receptividade. A primeira turma lotou. As empresas que participaram do curso cresceram 60% nos dois anos seguintes, con- forme dados da UC. Em 2008, a UC estabeleceu a meta de atender 3 mil alunos por ano. Agora, os cursos estão abertos para todos os funcionários da rede, de qualquer nível hierárquico – são cinco opções de formação, entre elas um programa para transformar vendedores em con- sultores de ambientes. Os demais cursos são gratuitos. vOltandO aO CasO IntrOdutórIO: o Banco Planetário O diretor de RH deu uma sugestão a Pedro Behring: criar uma equipe de mudanças com duas funções prin- cipais. A primeira seria estabelecer metas de mudanças e comunicá-las amplamente a todos os funcionários do banco. A segunda seria definir estratégias de mudanças e cuidar para que fossem perfeitamente compreendidas. Ao mesmo tempo, Pedro passou a fazer reuniões diárias com grupos de funcionários para conversar com eles, explicar os planos de mudanças e obter a aprovação e comprome- timento. A partir dessas reuniões, Pedro queria a indicação de equipes multifuncionais de qualidade e produtividade, envolvendo funcionários e gerentes de todas as unidades do banco. Mais ainda, Pedro queria colocar à disposição de cada equipe todos os meios e recursos possíveis, como treinamento, orientação, desenvolvimento, liderança, mo- tivação, ideias, conceitos e filosofias. Como ajudar Pedro? Em resumo, os processos de desenvolvimento de pes- soas e organizações requerem dois aspectos essenciais: 1. As pessoas precisam se conscientizar de que se qualificar e se requalificar sempre é indispensável. A ênfase na educação continuada ajuda a pessoa a descobrir o novo, o inédito, torna o trabalho mais produtivo e possibilita um direcionamento eficaz para a carreira e para o sucesso da organização. De um lado, o autodesenvolvimento é a melhor ma- neira de incentivar a empregabilidade. De outro, o aporte de conhecimentos promove a renovação e a revitalização do aprender, incentiva potenciali- dades da pessoa e agrega valor ao negócio da or- ganização. 2. Os processos de desenvolver talentos influenciam forte- mente todos os demais processos de GP. É fundamental que sejam alavancadores de resultados para os demais processos e que proporcionem meios para aumentar não somente o capital humano das organizações, mas principalmente o seu capital intelectual. Nessa visão, as organizações do novo milênio precisam reunir cinco características simultâneas e fundamentais, os cinco F: fast, focused, flexible, friend e fun (veloz, focada, flexível, amigável e divertida) para incentivar a aprendiza- gem e o conhecimento organizacional. 69 CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 367 Em resumo, fazer a mudança acontecer, viver a mu- dança e encarar a complexidade e a incerteza. Simplifi- car e descomplicar as organizações para desamarrá-las do entulho burocrático que ainda tolhe seu funciona- mento. Dar mais liberdade às pessoas para que possam utilizar o recurso mais importante: a inteligência, o ta- lento e o conhecimento.70 Isso tudo indica a necessidade de algo maior e mais amplo dentro da organização: a educação corporativa.29 CasO para dIsCussãO: a abb 65 Para se tornar competitiva globalmente e enfrentar um ambiente high-tech, as organizações modernas estão fazendo da competitividade a sua prioridade máxima. Um bom exemplo disso é a ABB, uma empresa sediada em Zu- rique, mas que é mundial. Produz equipamentos elétricos de alta tecnologia, fatura US$ 30 bilhões e emprega 215 mil colaboradores. O colosso fez uma “desorganização” para competir no rápido e movimentado mercado global. A ABB tomou quatro atitudes para se tornar supercompe- titiva: 1. Organizou-se em miniunidades de negócios. 2. Fortaleceu seus colaboradores pelo empowerment. 3. Compactou a hierarquia reduzindo níveis intermediá- rios. 4. Eliminou o staff central da matriz. Em primeiro lugar, o presidente Percy Barnevik transformou a empresa em 5 mil minicompanhias, cada qual com uma equipe de no máximo 50 colabora- dores. Cada minicompanhia funciona como um peque- no negócio focalizado no consumidor, e no qual o es- forço de cada colaborador está totalmente centrado no mercado local. Cada uma das unidades de 50 pessoas escolhe seu gerente e três ou quatro representantes. Como cada unidade é perfeitamente gerenciável, tor- na-se fácil monitorar o que cada pessoa está fazendo, o que não é possível em unidades com muitas pessoas. Em segundo lugar, a rapidez na tomada de decisões permite que cada uma das 5 mil minicompanhias seja au- tônoma com colaboradores fortalecidos (empowerment) e com autoridade para tomar todas as decisões do seu negó- cio com autoconfiança e motivação para trabalhar. Se um cliente tem uma reclamação sobre um equipamento de US$ 500 mil, o colaborador tem au- toridade para aprovar sua substituição e não precisa obter aprovação dos superiores. A autoridade dada ao colaborador significa que os 5 mil negócios da ABB são assessorados por especialistas e membros de equipes de elevado desempenho (high performan- ce), altamente habilitados com capacidade e compro-metimento para tomar todas as grandes decisões. Em terceiro lugar, diferentemente das grandes em- presas, a ABB enxugou a hierarquia e reduziu a cadeia de comando. A estrutura tem apenas três níveis adminis- trativos (uma companhia do mesmo tamanho teria sete ou oito níveis). Há um comitê executivo da alta adminis- Processos de desenvolver talentos Maior atração Melhor perfil Maior acuracidade Melhor precisão Processos de agregar talentos Tempo de adaptação Melhor adequação Melhor desempenho Melhor avaliação Maior satisfação Processos de aplicar talentos Maior adaptabilidade Maior permanência Fidelização Melhor clima Maior satisfação Processos de manter talentos Processos de monitorar talentos Melhores resultados Melhor incentivo Maiores ganhos Maior satisfação Processos de desenvolver talentos fIgura 25 influência dos processos de desenvolver talentos sobre os demais processos de GP. 368 parte v – desenvoLvendo pessoas tração com sede em Zurique, abaixo deste há um nível executivo de 250 gerentes locais e executivos que co- mandam grupos de negócios. Por fim, um terceiro nível de gerentes das 5 mil minicompanhias e suas equipes administrativas. Ao cortar fatias hierárquicas e colocar as decisões no nível operacional, a ABB fortaleceu seus cola- boradores para responder mais rapidamente às necessi- dades dos clientes e aos movimentos dos concorrentes. Em quarto lugar, ao deslocar o processo decisório para o pessoal da linha de frente, a ABB eliminou o staff central. Quando Barnevik assumiu a presidên- cia, a ABB tinha 2 mil pessoas trabalhando no staff da matriz com a incumbência de receber e analisar as decisões dos colaboradores de nível mais baixo. Ra- pidamente reduziu o staff central a 200 pessoas e o staff de consultoria de 800 para 25. Ao mesmo tempo, reduziu o staff da ABB alemã de 1.600 para apenas 100 pessoas. A descentralização foi o brado de ordem. A competitividade é o primeiro efeito dessas mudan- ças. Uma organização enxuta e achatada ocupada por co- laboradores comprometidos e organizados em pequenas equipes fortalecidas (empowerment), cada qual capaz de responder aos movimentos dos concorrentes e às ne- cessidades dos clientes sem esperar aprovação da matriz. Pessoas como o carro-chefe da mudança organizacional. Questões 1. Explique o processo de des-organização da ABB e seus objetivos. 2. Qual o papel da ARH nesse processo? 3. Explique o empowerment dos funcionários. Universidade corporativa Aprender a aprender Aprender continuamente Comunicação e colaboração Raciocínio criativo e solução de problemas Conhecimento tecnológico Conhecimento global dos negócios Liderança Autogerenciamento da carreira Os novos tempos Ambiente estável e previsível Ambiente instável e imprevisível Organizações Mecanísticas Orgânicas Criatividade e inovação Processo inovador: Criação de ideias Experimentação Avaliação da viabilidade Aplicação final Mudança organizacional Processo de mudança: Descongelamento Mudança Recongelamento DO Diagnóstico Intervenção Reforço Gestão da mudança Fases da mudança individual Consciência quanto a sua necessidade Desejo de participar e apoiar a mudança Conhecimento de como implementá-la Competência para implementá-la Reforço consistente para mantê-la Orientação ao pessoal Aconselhamento Serviço de informação Banco de talentos Inventário de habilidades Mapeamento de carreiras Centro de recursos DO Treinamento da sensitividade Análise transacional Desenvolvimento de equipes Consultoria de processos Reunião de confrontação Retroação de dados Gestão da informação Criar Capturar Organizar Arquivar Sistematizar Disseminar Compartilhar Aplicar Gestão do conhecimento Incrementar o aprendizado organizacional Aumentar o conhecimento corporativo Rentabilizar o conhecimento Incentivar a criatividade Enfatizar a inovação Aumentar a competitividade Aumentar o capital humano Aumentar o capital intelectual Métodos de desenvolvimento de pessoas Rotação de cargos Posição de assessoria Aprendizagem prática Atribuição de comissões Cursos e seminários externos Exercícios de simulação Treinamento outdoor Estudos de casos Jogos de empresas Centro de desenvolvimento Coaching Mentoring Aconselhamento fIgura 26 Mapa mental do Capítulo 13 – Desenvolvimento de Pessoas e de Organizações. CapÍtULo 13 – desenvoLvIMento de pessoas e de organIZaÇÕes 369 exerCíCIOs 1. Definir as características dos novos tempos e das novas organizações. 2. Comentar a onda de reorganizações e suas causas. 3. Explicar a criatividade e a inovação. Definir o processo inovador. 4. Quais são as características das pessoas e das organiza- ções criativas? 5. Dar sugestões sobre como incentivar a criatividade orga- nizacional. 6. Explicar as cinco disciplinas das organizações que apren- dem. 7. Explicar o processo de mudança. Definir cada uma das etapas. 8. Explicar o campo dinâmico de forças no processo de mu- dança. 9. O que é agente de mudança? 10. Conceituar desenvolvimento de pessoas. 11. Quais são os métodos de desenvolvimento de pessoas li- gados ao cargo atual? 12. Quais são os métodos de desenvolvimento de pessoas fora do cargo? 13. Explicar o desenvolvimento de carreiras. Como conciliar os interesses? 14. Quais são as ferramentas utilizadas para o desenvolvi- mento de carreiras? 15. Quais são os esquemas de orientação aos funcionários? 16. Explicar alguns programas bem-sucedidos de encarreira- mento. 17. Explicar o programa de trainees. 18. Como funciona o programa da cadeia de Hotéis Hyatt? 19. Conceituar DO, suas características e suas etapas como processo. 20. Explicar as técnicas de DO e suas características. 21. Citar as aplicações e limitações do DO. PasseIo Pela InteRnet www.astd.com www.learncma.com www.learningtree.com www.stalla.com www.morganintl.com www.elearningbrasil.com.br www.engaginglearning.com www.learnlets.com www.elearning.innovatia.net www.designedlearning.com www.valueinnovations.com www.teamspace.com www.fastcompany.com www.directedcreativity.com www.brainstorming.co.uk www.leading.innovations.com www.apqc.org www.ganthead.com www.ccl.org www.knowledgeplanet.com www.pierce.edu www.doubleclick.net www.sloanmanagementreview. com www.ark-group.com www.MyWebDesktop.net www.designedlearning.com www.knowledgetree.com www.parity.net www.boardvantage.com www.taskmap.com www.ftknowledge.com www.change-management. com www.jovianarchive.com www.knowledgepool.com www.km.org www.peoplesoft.com www.knowledgestorm.com www.centra.com www.fastcompany.com/ magazine www.insead.edu www.lotus.com www.lguide.com www.axialent.com www.masie.com www.interwise.com www.jma.org www.placeware.com www.strategy-business.com www.trainingsupersite.com www.brandon-hall.com referênCIas bIblIOgráfICas 1. 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