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Direito Administrativo - Ponto 6 (06-06-2023)

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Questões resolvidas

Conforme entendimento firmado pelo STF em sede de repercussão geral, os servidores temporários NÃO possuem direito a 13º salário e férias, SALVO se: (i) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário; ou (ii) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações (STF. Plenário. RE 1066677, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 22/05/2020 – Repercussão Geral – Tema 551 – Info 984).

Adquirida a estabilidade pelo servidor público, somente poderá ser demitido ou exonerado nas seguintes hipóteses:

a) Sentença judicial transitada em julgado;
b) Processo administrativo disciplinar em que lhe sejam garantidos o contraditório e a ampla defesa;
c) Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa: a referida lei complementar ainda não foi editada, de forma que o dispositivo não possui ainda aplicabilidade (EC 19/98);

Quais são os regimes previdenciários previstos no ordenamento constitucional brasileiro?
Regime geral de previdência social (RGPS) e Regime próprio de previdência social (RPPS).
Verdadeiro
Falso

As instâncias administrativa e penal são independentes entre si, salvo quando reconhecida a inexistência do fato ou a negativa de autoria na esfera criminal. AgInt no RMS 62007/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2020, DJe 27/04/2020

A respeito das formas de provimento de cargo público, é correto afirmar que:
a) reintegração é o reingresso do funcionário exonerado ou demitido, determinado exclusivamente por decisão judicial transitada em julgado, com ressarcimento do vencimento e das vantagens inerentes ao período em que o servidor esteve afastado do exercício de suas atribuições.
b) a readaptação de servidor em estágio probatório dependerá de prévia inspeção realizada por junta médica do órgão oficial competente, podendo ser definitiva ou provisória, mediante decisão devidamente fundamentada do superior hierárquico.
c) transferência é ato de provimento de servidor em outro cargo de denominação e atribuições diversas, com retribuição equivalente, determinada de ofício pela autoridade administrativa a quem originariamente subordinado o servidor, por razões de interesse público.
d) a readaptação por provimento em outro cargo poderá acarretar elevação de vencimento, se ocorrida em unidade administrativa diferente, consideradas a hierarquia e as funções do cargo, preservados os demais direitos e vantagens pessoais do servidor.
e) aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do servidor colocado em disponibilidade, em cargo de natureza e vencimento compatíveis com os daquele anteriormente ocupado, precedido de inspeção médica quanto à sanidade física e mental do servidor.

De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que:
a) é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência ou do regime de previdência militar com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da lei.
b) o tempo de serviço público federal será contado integralmente para efeito de aposentadoria do servidor, mas não para pagamento de adicional por tempo de serviço.
c) o vencimento consiste na retribuição mensal paga ao servidor pelo exercício do cargo e corresponde ao valor da remuneração somado às vantagens pecuniárias.

11. Acerca do provimento de cargo efetivo, assinale a afirmativa correta.
a) A remoção de servidor público para cargo diverso, também efetivo, configura provimento do novo cargo.
b) A reestruturação de cargos, com extinção do cargo ocupado, acarreta o provimento automático do novo cargo, ainda que com atribuições diversas.
c) A permanência no cargo efetivo por nomeação pode acarretar a efetividade, por decurso do tempo.
d) Se dá por concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação do certame.

(II) CORRETA. Art. 37, XV, CF/88: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.”.

(I) INCORRETA. Art. 39, § 9º, CF/88 (incluído pela EC nº 103/2019): “é vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.”.
(II) CORRETA. Art. 37, XV, CF/88: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.”.
(III) INCORRETA. Conforme entendimento do STF (RE nº 650.898 – Tema 484), “o artigo 39, parágrafo 4.º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário...”.
(IV) CORRETA. Art. 37, caput, X, CF/88: “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”

O que é a reversão de acordo com a Lei Federal nº 8.112/90?

a) Retorno do servidor aposentado ao serviço ativo por invalidez.
b) Retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado.
c) Retorno do servidor estável ao cargo em razão de reintegração do anterior ocupante.
d) Retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade.

A respeito das formas de provimento de cargo público, é correto afirmar que:
a) reintegração é o reingresso do funcionário exonerado ou demitido, determinado exclusivamente por decisão judicial transitada em julgado, com ressarcimento do vencimento e das vantagens inerentes ao período em que o servidor esteve afastado do exercício de suas atribuições.
b) a readaptação de servidor em estágio probatório dependerá de prévia inspeção realizada por junta médica do órgão oficial competente, podendo ser definitiva ou provisória, mediante decisão devidamente fundamentada do superior hierárquico.
c) transferência é ato de provimento de servidor em outro cargo de denominação e atribuições diversas, com retribuição equivalente, determinada de ofício pela autoridade administrativa a quem originariamente subordinado o servidor, por razões de interesse público.
d) a readaptação por provimento em outro cargo poderá acarretar elevação de vencimento, se ocorrida em unidade administrativa diferente, consideradas a hierarquia e as funções do cargo, preservados os demais direitos e vantagens pessoais do servidor.
e) aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do servidor colocado em disponibilidade, em cargo de natureza e vencimento compatíveis com os daquele anteriormente ocupado, precedido de inspeção médica quanto à sanidade física e mental do servidor.

De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que:
a) é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência ou do regime de previdência militar com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
b) o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária e opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória.
c) aplica-se o regime próprio de previdência social ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público.
d) incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio de previdência social que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral, aplicando-se as mesmas alíquotas em vigor para os servidores ocupantes de cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
e) os tempos de contribuição federal, estadual ou municipal para o regime próprio de previdência serão contados para efeito de aposentadoria e de disponibilidade do servidor público.

Tendo como referência as disposições da Lei Estadual n.º 6.745/1985, do estado de Santa Catarina, assinale a opção correta.
a) o regime de trabalho dos servidores públicos do estado de Santa Catarina será, em regra, de quarenta e quatro horas semanais, ressalvada previsão específica na legislação de regência de determinada carreira.
b) a equivalência de vencimentos e a manutenção da essência das atribuições do cargo são requisitos que devem ser observados para fins de redistribuição.
c) readaptação implica em mudança de cargo e não tem prazo certo de duração, devendo ser observados os demais requisitos legais.
d) o tempo de serviço público prestado à União, a estado, a município ou ao Distrito Federal é computado integralmente para efeito de aposentadoria do servidor, mas não para pagamento de adicional por tempo de serviço.
e) O vencimento consiste na retribuição mensal paga ao servidor pelo exercício do cargo e corresponde ao valor da remuneração somado às vantagens pecuniárias.

Juan Mesquita é brasileiro naturalizado, tem 55 anos de idade e acaba de se aposentar. Antes da aposentadoria, ocupava emprego público de fisioterapeuta em Hospital Municipal. Candidatou-se em concurso público para o cargo efetivo de fiscal de rendas do Estado e foi aprovado. Sabe-se que dispõe da escolaridade exigida para o cargo, goza de boa saúde física e mental, está em dia com suas obrigações militares e eleitorais e em pleno gozo de seus direitos políticos. Considerando a situação descrita, é correto concluir que Juan:
a) não poderá tomar posse no cargo público, pois ultrapassou a idade máxima exigida para vincular-se ao regime próprio de previdência dos servidores públicos.
b) poderá tomar posse no cargo público, desde que requeira a desaposentação em relação ao vínculo anterior.
c) não poderá tomar posse no cargo público, pois se trata de cargo privativo de brasileiro nato.
d) não poderá tomar posse no cargo público, pois a percepção da aposentadoria com os vencimentos do cargo implica acúmulo vedado pela Constituição Federal.
e) poderá tomar posse no cargo público, pois não há nenhum impedimento para tanto.

11. Acerca do provimento de cargo efetivo, assinale a afirmativa correta.
a) A remoção de servidor público para cargo diverso, também efetivo, configura provimento do novo cargo.
b) A reestruturação de cargos, com extinção do cargo ocupado, acarreta o provimento automático do novo cargo, ainda que com atribuições diversas.
c) A permanência no cargo efetivo por nomeação pode acarretar a efetividade, por decurso do tempo.
d) Se dá por concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação do certame.

A exceção prevista no art. 37, IX, deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais.
A) INCORRETA. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede e não constitui hipótese de provimento. De acordo com o art. 8º da Lei nº 8.112/90, são formas de provimento de cargo público: a nomeação; promoção; readaptação; reversão; aproveitamento; reintegração; e recondução.
B) INCORRETA. O STF não admite a aplicação da chamada “teoria do fato consumado” para consolidar nomeações a cargos públicos feitas ao arrepio do Direito. Segundo o Supremo, o decurso do tempo não possui o condão de assegurar a permanência no cargo público, não ensejando estabilidade ou efetividade (RE 608.482/RN). Por oportuno, destaque-se a diferença entre esses dois conceitos, conforme didático julgado do STF: a estabilidade é o direito de permanência no serviço público no cargo em que fora admitido, sendo impossível sua demissão fora das hipóteses constitucionais, existindo de forma excepcional para quem atender aos requisitos do art. 19 do ADCT; por outro lado, a efetividade somente é adquirida por concurso público, incorporando o servidor à carreira, com direito aos benefícios privativos de seus integrantes e à progressão funcional, inclusive com filiação ao RPPS (ADI 114 e ARE 1.069.876 AgR).
C) INCORRETA. Nos termos do art. 37, no caso de extinção de cargo público, o servidor será redistribuído para outro cargo de provimento efetivo que deverá, entre outros requisitos, possuir a mesma essência das atribuições do cargo. Caso o servidor estável não seja redistribuído, será colocado em disponibilidade até seu aproveitamento.
D) CORRETA. Art. 37, inciso II, da CF88: “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

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Questões resolvidas

Conforme entendimento firmado pelo STF em sede de repercussão geral, os servidores temporários NÃO possuem direito a 13º salário e férias, SALVO se: (i) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário; ou (ii) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações (STF. Plenário. RE 1066677, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 22/05/2020 – Repercussão Geral – Tema 551 – Info 984).

Adquirida a estabilidade pelo servidor público, somente poderá ser demitido ou exonerado nas seguintes hipóteses:

a) Sentença judicial transitada em julgado;
b) Processo administrativo disciplinar em que lhe sejam garantidos o contraditório e a ampla defesa;
c) Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa: a referida lei complementar ainda não foi editada, de forma que o dispositivo não possui ainda aplicabilidade (EC 19/98);

Quais são os regimes previdenciários previstos no ordenamento constitucional brasileiro?
Regime geral de previdência social (RGPS) e Regime próprio de previdência social (RPPS).
Verdadeiro
Falso

As instâncias administrativa e penal são independentes entre si, salvo quando reconhecida a inexistência do fato ou a negativa de autoria na esfera criminal. AgInt no RMS 62007/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2020, DJe 27/04/2020

A respeito das formas de provimento de cargo público, é correto afirmar que:
a) reintegração é o reingresso do funcionário exonerado ou demitido, determinado exclusivamente por decisão judicial transitada em julgado, com ressarcimento do vencimento e das vantagens inerentes ao período em que o servidor esteve afastado do exercício de suas atribuições.
b) a readaptação de servidor em estágio probatório dependerá de prévia inspeção realizada por junta médica do órgão oficial competente, podendo ser definitiva ou provisória, mediante decisão devidamente fundamentada do superior hierárquico.
c) transferência é ato de provimento de servidor em outro cargo de denominação e atribuições diversas, com retribuição equivalente, determinada de ofício pela autoridade administrativa a quem originariamente subordinado o servidor, por razões de interesse público.
d) a readaptação por provimento em outro cargo poderá acarretar elevação de vencimento, se ocorrida em unidade administrativa diferente, consideradas a hierarquia e as funções do cargo, preservados os demais direitos e vantagens pessoais do servidor.
e) aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do servidor colocado em disponibilidade, em cargo de natureza e vencimento compatíveis com os daquele anteriormente ocupado, precedido de inspeção médica quanto à sanidade física e mental do servidor.

De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que:
a) é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência ou do regime de previdência militar com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da lei.
b) o tempo de serviço público federal será contado integralmente para efeito de aposentadoria do servidor, mas não para pagamento de adicional por tempo de serviço.
c) o vencimento consiste na retribuição mensal paga ao servidor pelo exercício do cargo e corresponde ao valor da remuneração somado às vantagens pecuniárias.

11. Acerca do provimento de cargo efetivo, assinale a afirmativa correta.
a) A remoção de servidor público para cargo diverso, também efetivo, configura provimento do novo cargo.
b) A reestruturação de cargos, com extinção do cargo ocupado, acarreta o provimento automático do novo cargo, ainda que com atribuições diversas.
c) A permanência no cargo efetivo por nomeação pode acarretar a efetividade, por decurso do tempo.
d) Se dá por concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação do certame.

(II) CORRETA. Art. 37, XV, CF/88: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.”.

(I) INCORRETA. Art. 39, § 9º, CF/88 (incluído pela EC nº 103/2019): “é vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.”.
(II) CORRETA. Art. 37, XV, CF/88: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.”.
(III) INCORRETA. Conforme entendimento do STF (RE nº 650.898 – Tema 484), “o artigo 39, parágrafo 4.º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário...”.
(IV) CORRETA. Art. 37, caput, X, CF/88: “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”

O que é a reversão de acordo com a Lei Federal nº 8.112/90?

a) Retorno do servidor aposentado ao serviço ativo por invalidez.
b) Retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado.
c) Retorno do servidor estável ao cargo em razão de reintegração do anterior ocupante.
d) Retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade.

A respeito das formas de provimento de cargo público, é correto afirmar que:
a) reintegração é o reingresso do funcionário exonerado ou demitido, determinado exclusivamente por decisão judicial transitada em julgado, com ressarcimento do vencimento e das vantagens inerentes ao período em que o servidor esteve afastado do exercício de suas atribuições.
b) a readaptação de servidor em estágio probatório dependerá de prévia inspeção realizada por junta médica do órgão oficial competente, podendo ser definitiva ou provisória, mediante decisão devidamente fundamentada do superior hierárquico.
c) transferência é ato de provimento de servidor em outro cargo de denominação e atribuições diversas, com retribuição equivalente, determinada de ofício pela autoridade administrativa a quem originariamente subordinado o servidor, por razões de interesse público.
d) a readaptação por provimento em outro cargo poderá acarretar elevação de vencimento, se ocorrida em unidade administrativa diferente, consideradas a hierarquia e as funções do cargo, preservados os demais direitos e vantagens pessoais do servidor.
e) aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do servidor colocado em disponibilidade, em cargo de natureza e vencimento compatíveis com os daquele anteriormente ocupado, precedido de inspeção médica quanto à sanidade física e mental do servidor.

De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que:
a) é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência ou do regime de previdência militar com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
b) o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária e opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória.
c) aplica-se o regime próprio de previdência social ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público.
d) incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio de previdência social que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral, aplicando-se as mesmas alíquotas em vigor para os servidores ocupantes de cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
e) os tempos de contribuição federal, estadual ou municipal para o regime próprio de previdência serão contados para efeito de aposentadoria e de disponibilidade do servidor público.

Tendo como referência as disposições da Lei Estadual n.º 6.745/1985, do estado de Santa Catarina, assinale a opção correta.
a) o regime de trabalho dos servidores públicos do estado de Santa Catarina será, em regra, de quarenta e quatro horas semanais, ressalvada previsão específica na legislação de regência de determinada carreira.
b) a equivalência de vencimentos e a manutenção da essência das atribuições do cargo são requisitos que devem ser observados para fins de redistribuição.
c) readaptação implica em mudança de cargo e não tem prazo certo de duração, devendo ser observados os demais requisitos legais.
d) o tempo de serviço público prestado à União, a estado, a município ou ao Distrito Federal é computado integralmente para efeito de aposentadoria do servidor, mas não para pagamento de adicional por tempo de serviço.
e) O vencimento consiste na retribuição mensal paga ao servidor pelo exercício do cargo e corresponde ao valor da remuneração somado às vantagens pecuniárias.

Juan Mesquita é brasileiro naturalizado, tem 55 anos de idade e acaba de se aposentar. Antes da aposentadoria, ocupava emprego público de fisioterapeuta em Hospital Municipal. Candidatou-se em concurso público para o cargo efetivo de fiscal de rendas do Estado e foi aprovado. Sabe-se que dispõe da escolaridade exigida para o cargo, goza de boa saúde física e mental, está em dia com suas obrigações militares e eleitorais e em pleno gozo de seus direitos políticos. Considerando a situação descrita, é correto concluir que Juan:
a) não poderá tomar posse no cargo público, pois ultrapassou a idade máxima exigida para vincular-se ao regime próprio de previdência dos servidores públicos.
b) poderá tomar posse no cargo público, desde que requeira a desaposentação em relação ao vínculo anterior.
c) não poderá tomar posse no cargo público, pois se trata de cargo privativo de brasileiro nato.
d) não poderá tomar posse no cargo público, pois a percepção da aposentadoria com os vencimentos do cargo implica acúmulo vedado pela Constituição Federal.
e) poderá tomar posse no cargo público, pois não há nenhum impedimento para tanto.

11. Acerca do provimento de cargo efetivo, assinale a afirmativa correta.
a) A remoção de servidor público para cargo diverso, também efetivo, configura provimento do novo cargo.
b) A reestruturação de cargos, com extinção do cargo ocupado, acarreta o provimento automático do novo cargo, ainda que com atribuições diversas.
c) A permanência no cargo efetivo por nomeação pode acarretar a efetividade, por decurso do tempo.
d) Se dá por concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação do certame.

A exceção prevista no art. 37, IX, deve ser interpretada restritivamente, cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais.
A) INCORRETA. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede e não constitui hipótese de provimento. De acordo com o art. 8º da Lei nº 8.112/90, são formas de provimento de cargo público: a nomeação; promoção; readaptação; reversão; aproveitamento; reintegração; e recondução.
B) INCORRETA. O STF não admite a aplicação da chamada “teoria do fato consumado” para consolidar nomeações a cargos públicos feitas ao arrepio do Direito. Segundo o Supremo, o decurso do tempo não possui o condão de assegurar a permanência no cargo público, não ensejando estabilidade ou efetividade (RE 608.482/RN). Por oportuno, destaque-se a diferença entre esses dois conceitos, conforme didático julgado do STF: a estabilidade é o direito de permanência no serviço público no cargo em que fora admitido, sendo impossível sua demissão fora das hipóteses constitucionais, existindo de forma excepcional para quem atender aos requisitos do art. 19 do ADCT; por outro lado, a efetividade somente é adquirida por concurso público, incorporando o servidor à carreira, com direito aos benefícios privativos de seus integrantes e à progressão funcional, inclusive com filiação ao RPPS (ADI 114 e ARE 1.069.876 AgR).
C) INCORRETA. Nos termos do art. 37, no caso de extinção de cargo público, o servidor será redistribuído para outro cargo de provimento efetivo que deverá, entre outros requisitos, possuir a mesma essência das atribuições do cargo. Caso o servidor estável não seja redistribuído, será colocado em disponibilidade até seu aproveitamento.
D) CORRETA. Art. 37, inciso II, da CF88: “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

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CPF: 860.542.154-18
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
1 
 
 
Direito Administrativo 
Ponto 6 
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: https://loja.mege.com.br/ 
Celular / Whatsapp: (99) 98262-2200 
Turma: Clube Delta 
Material: Ponto 6 (Direito Administrativo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
(PONTO 6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ....................................................................... 4 
DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................ 5 
1. DOUTRINA (RESUMO) .................................................................................................... 5 
2. JURISPRUDÊNCIA .........................................................................................................78 
3. QUESTÕES ....................................................................................................................97 
4. GABARITO COMENTADO ...........................................................................................103 
 
 
 
CPF: 860.542.154-18
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital Mege) 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Agentes públicos. (Ponto 6) 
 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO (conteúdo atualizado em 30-09-2022) 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. AGENTES PÚBLICOS 
 
A noção de agente público é bastante AMPLA, abrangendo toda e qualquer 
pessoa que atue em nome do Estado, INDEPENDENTEMENTE de com ele estabelecer 
vínculo jurídico específico, mesmo que sem remuneração e de forma transitória. 
É essa a concepção firmada no § 6º do art. 37 da Constituição Federal, de 
acordo com o qual o Estado (lato sensu) responde pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros. 
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429/92) também 
encampa esse conceito amplo de agente público, prescrevendo se tratar de “todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior” 
(art. 2º). 
Assim, também o Código Penal, cujo art. 327 estabelece que “considera-se 
funcionário público, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública”. 
 
ATENÇÃO! A expressão “funcionários públicos” não possui ressonância na Constituição 
Federal de 1988, encontrando-se em desuso em razão de sua equivocidade, sem 
conteúdo definido. Nada obstante, consta ainda de alguns diplomas normativos, como 
o mencionado dispositivo do Código Penal, enquanto sinônima de “agentes públicos”. 
 
De acordo com a doutrina majoritária, essa concepção ampla de agente público 
abrange 03 (três) subgrupos/subclassificações: a) agentes políticos; b) agentes 
administrativos; e c) particulares em colaboração: 
a) AGENTES POLÍTICOS: responsáveis pela tomada de decisões políticas 
primordiais do Estado, ocupando cargos estruturais da vida política do país. Sua 
investidura se dá, em regra, por meio de eleição (alguns casos podem ser nomeados), 
extraindo suas atribuições diretamente da Constituição. Tradicionalmente, abrange tão 
somente os Chefes do Poder Executivo e seus auxiliares diretos, além dos membros do 
Poder Legislativo. Contudo, mais recentemente, já se firmando como posição 
majoritária na doutrina brasileira, incluem-se também os membros da Magistratura e 
do Ministério Público, por exercerem funções essenciais ao Estado e praticarem atos 
relacionados com a soberania estatal. Considera-se, ademais, que eles ocupam o topo 
dos Poderes Estatais [embora o MP não seja propriamente um “Poder”]. Há, ainda, 
quem inclua os membros das Cortes de Contas, sendo este, todavia, um entendimento 
minoritário. 
 
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ATENÇÃO! A jurisprudência do STF já se pronunciou pela natureza política das funções 
exercidas pelos membros da Magistratura e do Ministério Público (RE nº 228.977/SP, j. 
em 05/03/2002). No entanto, o Supremo rejeita a inclusão dos membros dos Tribunais 
de Contas na categoria dos agentes políticos, considerando-os agentes administrativos. 
Neste último ponto, o Supremo analisou a designação de irmão de Governador de 
Estado para o cargo de Conselheiro de Contas, anulando a nomeação justamente por 
entender se tratar de função administrativa, abrangida, assim, pela Súmula Vinculante 
nº 13, que veda o nepotismo (Rcl nº 6.702 MC -AgR, j. em 04/03/2009). Ressalte-se que 
importantes vozes da doutrina não admitem a inclusão dos integrantes da Magistratura, 
do MP e dos Tribunais de Contas no grupo dos agentes políticos, a exemplo de Celso 
Antônio Bandeira de MELLO, de acordo com o qual o vínculo que eles mantêm com o 
Estado é de natureza profissional, e não política. 
 
b) AGENTES ADMINISTRATIVOS: exercem atividade profissional e remunerada 
no âmbito da Administração, ocupando cargo, emprego ou função pública. Essa 
subclassificação abrange os: 
 
- Servidores Públicos: possuem vínculo legal ou estatutário 
(todos os seus direitos e deveres decorrem de lei) com a 
Administração Pública e são providos mediante concurso público 
(efetivos) ou indicação para o desempenho de atribuições de 
chefia, direção e assessoramento (comissionado). Submetem-se 
a regime jurídico de Direito Público; 
- Empregados Públicos: possuem vínculo contratual (seus 
direitos e deveres decorrem dos termos do contrato firmado) 
com a Administração Pública regido pela CLT (celetistas). 
Ocupam emprego público e submetem-se ao regime jurídico de 
Direito Privado, embora sujeitos a algumas derrogações do 
regime publicista, como a exigência de concurso público, a 
proibição de acumulação, o teto remuneratório, a equiparação 
a funcionário público para fins penais e a submissão ao controle 
judicial pelos remédios constitucionais (MS, HD, ação popular, 
etc.); 
- Servidores Temporários: são contratados por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público (art. 37, IX, CF/88). Possuem com 
a Administração vínculo especial de cunho administrativo e 
desempenham função administrativa temporária. 
 
c) PARTICULARES EM COLABORAÇÃO: são aqueles que, sem perder a 
qualidade de particulares, atuam, em situações excepcionais, em nome do Estado, 
exercendo função pública: 
 
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- Agentes Honoríficos ou Designados: sem qualquer vínculo 
profissional com a Administração, são convocados para prestar 
serviço transitório e, comumente, sem remuneração. São 
escolhidos em razão de sua capacidade profissional ímpar, de 
sua condição cívica ou ainda de sua honorabilidade. Exercem 
múnus público, sendo obrigatória sua participação sob pena de 
sanção. É o caso dos mesários eleitorais e dos membros do júri; 
- Agentes Voluntários: atuam de forma voluntária em nome do 
Estado, em repartições, escolas, hospitais ou em situações 
emergenciais, desde que o Estado possua algum programa de 
voluntariado. Como exemplo, temos os “Amigos da Escola”; 
- Agentes Delegados: atuando em colaboração com o Estado, 
exercem atividade, obra ou serviço sob a constante fiscalização 
do Poder Público, em nome próprio e assumindo os riscos da 
incumbência. São, por exemplo, os notários e serventuários, os 
tradutores públicos e os agentes de concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos; 
 
ATENÇÃO! Não é mansa a inclusão dos agentes delegados na categoria dos agentes 
públicos, porquanto, em princípio, de forma imediata, não atuam em nome do Estado, 
mas em nome próprio ou da pessoa jurídica a que se vinculam. Para a doutrina 
majoritária, entretanto, são espécie de agentes públicos. 
 
- Agentes Credenciados: mediante remuneração, representam a 
Administração Pública na prática de um ato ou em certa 
atividade específica. Cite-se, como exemplo, a representação do 
Estado em um evento de âmbito nacional por meio de um artista 
de renome. Diferentemente, Matheus CARVALHO considera 
agentes credenciados aqueles que atuam em nome do Estado 
em virtude de convênios celebrados com a Administração, como 
ocorre com os médicos e hospitais privados que participam do 
Sistema Único de Saúde. 
 
ATENÇÃO! AGENTE OU FUNCIONÁRIO DE FATO 
Trata-se dos particulares que desempenham função pública na intenção de satisfazer o 
interesse público, mas sem que possuam vínculo formal regular com o Poder Público 
(sem investidura prévia e válida). Parte da doutrina subdivide-os: 
- Agentes Putativos: possuem aparência de servidores públicos e atuam em situação de 
normalidade pública (ex.: servidor não regularmente investido que pratica atos 
administrativos). Segundo José dos Santos CARVALHO FILHO, agentes putativos “são os 
que desempenham uma atividade pública na presunção de que há legitimidade, embora 
não tenha havido investidura dentro do procedimento legalmente exigido”. É o caso 
daquele que foi nomeado, entrou em exercício e praticou diversos atos no exercício da 
função, mas que, posteriormente, acabou sendo exonerado em virtude da verificação 
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de vício em sua investidura (ex.: aprovado em concurso público convocado com 
preterição da ordem de classificação). Veja que há uma investidura no cargo, mas ela é 
viciada, inválida. Em aplicação da teoria da aparência, os atos praticados são 
considerados válidos e responsabilizam o Estado por eventuais danos causados. 
- Agentes Necessários: exercem a função administrativa em situações excepcionais, 
como as de calamidade e emergência (ex.: pessoas que atuam para auxiliar os outros 
em situações catastróficas). Serão reputados válidos os atos praticados quando 
beneficiarem terceiros, mas eventuais danos causados não serão de responsabilização 
do Poder Público. 
O agente ou funcionário de fato não se confunde com o “usurpador de função”, que é 
aquele que atua em nome do Estado sem qualquer forma de investidura prévia, agindo 
por iniciativa própria e no intuito de se beneficiar. A usurpação de função pública é crime 
tipificado no art. 328 do CP. 
 
1.1.1. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO 
 
Cargo público é o lugar, inserido na organização administrativa interna do ente 
público, caracterizando-se por determinado conjunto de atribuições e 
responsabilidades de natureza permanente, com denominação própria e pagamento 
pelo erário. Sua criação se dá por meio de lei, que disciplina os direitos e as obrigações 
do agente. Subdivide-se em: 
 
a) Cargo efetivo: decorre de prévia aprovação em concurso 
público; 
b) Cargo em comissão: de livre nomeação e exoneração para o 
desempenho de função de chefia, direção ou assessoramento. 
 
Emprego público, a seu turno, é o vínculo contratual (celetista) que liga o 
empregado público à Administração. O emprego público é obrigatório nas entidades de 
direito privado pertencentes à Administração Pública Indireta (empresas públicas, 
sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado), as quais estão 
submetidas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos 
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários, nos termos do art. 173, 
§ 1º, II, da CF/88. No âmbito da Administração Direta, Autárquica e Fundacional (de 
direito público), desde o restabelecimento do regime jurídico único pelo STF em 2007 
(ADI 2.135 MC/DF), o regime estatutário é preferencial, não se admitindo sua 
concorrência com o celetista. Voltaremos a tratar deste ponto na sequência. 
 
ATENÇÃO! AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E AGENTES DE COMBATE ÀS 
ENDEMIAS 
O § 4º do art. 198 da CF/88 prescreve que “Os gestores locais do sistema único de saúde 
poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por 
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meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas 
atribuições e requisitos específicos para sua atuação”. Por sua vez, a Lei Federal nº 
11.350/06, disciplinando aquele dispositivo constitucional, estabeleceu que o vínculo 
desses agentes é regido pela CLT, de modo que se trata de exceção ao regime jurídico 
único. 
 
A função pública é o conjunto de atribuições conferidas por lei a determinado 
agente público. Podem ou não corresponder a um cargo ou emprego. É o caso do 
servidor temporário, que, apesar de não ocupar cargo ou emprego público, desempenha 
função pública. 
Assim, concluiu-se que todo cargo público implica o exercício de função pública, 
mas nem toda função corresponde a um cargo. Ademais, a expressão “emprego público” 
é utilizada para identificar a relação funcional trabalhista, de modo que o empregado 
público tem função pública, mas não ocupa cargo público. 
Destaque-se que, nos termos do art. 61, § 1º, II, “a” da CF/88, a criação, 
transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas na Administração 
Direta e Autárquica (e Fundacional) dependem de LEI da iniciativa privativa do 
Presidente da República [aplicável às demais esferas federativas, por força do princípio 
da simetria]. 
 
ATENÇÃO! Embora existam vozes dissonantes na doutrina, deve-se atentar para a 
redação da Constituição no sentido de que a exigência de lei para a criação, 
transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas NÃO SE APLICA às 
entidades da Administração Indireta com personalidade jurídica de direito privado 
(sociedade de economia mista, empresa pública e fundações públicas de direito 
privado). 
 
ATENÇÃO! Não se esqueça da possibilidade de EXTINÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS 
VAGOS por decreto do Presidente da República, o chamado “decreto autônomo”. 
 
Confiram-se as disposições legais sobre o tema: 
 
Constituição Federal 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do 
Presidente da República, não exigida esta para o especificado 
nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de 
competência da União, especialmente sobre: 
X – criação,transformação e extinção de cargos, empregos e 
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; 
Art. 61. [...] 
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§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as 
leis que: 
[...] 
II - disponham sobre: 
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na 
administração direta e autárquica ou aumento de sua 
remuneração 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Lei Federal nº 8.112/90 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente 
investida em cargo público. 
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura organizacional que 
devem ser cometidas a um servidor. 
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os 
brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e 
vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em 
caráter efetivo ou em comissão. 
 
ATENÇÃO! De acordo com o STJ, a Lei Federal nº 8.112/1990 NÃO se aplica por analogia 
aos servidores estaduais e municipais como regra, admitindo-se sua incidência apenas 
quando houver omissão na legislação estadual/municipal quanto à disciplina de 
direito constitucional autoaplicável e que não dê azo a aumento de gastos. Nessa 
ordem de ideias, o Supremo considerou inconstitucional a aplicação, por analogia, do 
instituto da recondução previsto no art. 29, I, da Lei Federal nº 8.112/1990 a servidor 
público estadual na hipótese de o ordenamento jurídico do Estado ser omisso acerca 
desse direito. (RMS 46.438-MG, j. em 16/12/2014). 
 
1.1.2. ACESSIBILIDADE AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES 
 
Sobre o tema a Constituição Federal, em seu art. 37 dispõe: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, 
ao seguinte: 
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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos 
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, 
assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
 
Verifica-se que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis tanto aos 
brasileiros quanto aos estrangeiros: 
 
Brasileiros Estrangeiros 
Aos brasileiros natos ou naturalizados 
basta observarem os requisitos 
constitucionais e legais (idade, formação, 
etc.). 
Os naturalizados apenas não poderão 
desempenhar algumas funções, como é o 
caso das previstas no art. 12, §3º da 
CF/88: 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os 
cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da 
República; 
II - de Presidente da Câmara dos 
Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal 
Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
 
É necessária a prévia edição de lei 
delimitando as hipóteses específicas em 
que será autorizado o seu ingresso no 
serviço público. Nessa parte, o dispositivo 
constitucional é uma norma de eficácia 
limitada. Cada ente deve editar a sua 
própria norma prevendo as hipóteses 
autorizativas. 
Vale ressaltar que o art. 207, §1º, da 
CF/88, faculta às universidades admitir 
professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei. 
 
Ao estabelecer os requisitos que devem ser cumpridos para o desempenho da 
função pública, é possível que a lei crie algumas LIMITAÇÕES (a exemplo da idade 
mínima). Essas limitações, contudo, devem passar pelo filtro da razoabilidade e 
proporcionalidade. Caso contrário, serão consideradas inconstitucionais. Vejamos 
alguns enunciados sumulares que tratam do tema: 
 
Súmula 683 do STF: O limite de idade para a inscrição em 
concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF/88, 
quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido. 
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Súmula 266 do STJ: O diploma ou habilitação legal para o 
exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição 
para o concurso público. 
Súmula Vinculante 44: Só por lei se pode sujeitar a exame 
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. 
 
Nesse sentido, o STJ entende que a LIMITAÇÃO DE IDADE, SEXO E ALTURA para 
o ingresso na carreira militar é válida desde que haja previsão em lei específica e no 
edital do concurso público (RMS 044597/SC). Em suma, não basta a previsão em edital, 
exigindo-se lei para que se fixem limites de idade, sexo e altura para acesso a cargos, 
empregos e funções públicas, devendo ser observados, ainda, os postulados da 
razoabilidade e da proporcionalidade. 
Ademais, o limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de 
determinado concurso público, há de ser comprovado no momento da inscrição do 
certame (STF, ARE 840592 AgR – Info 791). Entretanto, à luz da razoabilidade, o STJ 
admite a posse de menor com 17 anos, desde que já emancipado voluntariamente e que 
faltem poucos meses (REsp nº 1.462.659/RS – Info 576) ou dias (RMS 36.422/MT – Info 
524) para o atingimento da maioridade. 
A respeito do EXAME PSICOTÉCNICO, além da previsão na lei e no edital, deverá 
adotar critérios objetivos de avaliação e possibilitar ao candidato a interposição do 
recurso contra o resultado. 
Segundo o STJ, “a exigência de exame psicotécnico é legítima quando prevista 
em lei e no edital, a avaliação esteja pautada em critérios objetivos, o resultado seja 
público e passível de recurso” (AgRg no REsp 1.404.261/DF, j. em 11/02/2014). 
Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidato deve ser submetido a nova 
avaliação, pautada por critérios objetivos e assegurada a ampla defesa. 
 
ATENÇÃO! No tocante ao requisito temporal de três anos de atividade jurídica para 
ingresso no Ministério Público e na Magistratura, o Supremo Tribunal Federal possui 
entendimento firme de que ele deve ser comprovado na inscrição definitiva do concurso 
(e não na posse). No RE 655.265/DF, o STF firmou a seguinte tese: “é constitucional a 
regra que exige a comprovação do triênio de atividade jurídica privativa de bacharel 
em Direito no momento da inscrição definitiva”. No mesmo sentido, o STJ também 
entende que nos concursos públicos para ingresso na Magistratura ou no Ministério 
Público a comprovação dos requisitos exigidos deve ser feita na inscrição definitiva e 
não na posse (RMS 031.168/PA). 
 
Ademais, o STJ já decidiu que a exigência de TESTE DE APTIDÃO FÍSICA é 
legítima quando prevista em lei, guarde relação de pertinência com as atividades a 
serem desenvolvidas, esteja pautada em critérios objetivos e seja passível de recurso 
(RMS 044.406/MA e informativo nº 502). 
Ainda sobre o teste de aptidão física em concurso público, a jurisprudência 
entende que é vedada a realização de novo teste no caso de incapacidade temporária, 
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SALVO PREVISÃO NO EDITAL, sob pena de violação aos princípios da impessoalidade e 
isonomia, queregem os concursos públicos. Nesse sentido, no RE 630.733/DF (j. em 
15/05/2013 – TEMA 335), o STF fixou a seguinte tese de Repercussão Geral: 
 
“Inexiste direito dos candidatos em concurso público à prova 
de segunda chamada nos testes de aptidão física, salvo 
contrária disposição editalícia, em razão de circunstâncias 
pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, 
mantida a validade das provas de segunda chamada realizadas 
até 15/5/2013, em nome da segurança jurídica”. 
 
ATENÇÃO! CANDIDATA GESTANTE E SEGUNDA CHAMADA EM TESTES DE APTIDÃO 
FÍSICA – MUDANÇA DE JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO 
Sem embargo, em novembro de 2018, no julgamento do RE nº 1.058.333/PR, de 
relatoria do Ministro Luiz Fux, modificando posição anterior, o STF concluiu pelo direito 
de candidatas gestantes à remarcação de testes de aptidão física em concursos 
públicos, independentemente de haver previsão no edital. 
O STJ vem alinhando seu entendimento com o entendimento do STF, como podemos 
ver no seguinte julgado de 2019: 
ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE PENITENCIÁRIO FEMININO. CURSO DE 
FORMAÇÃO. CANDIDATA LACTANTE. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. REMARCAÇÃO. 
POSSIBILIDADE. 
1. O Supremo Tribunal Federal, sob a sistemática da repercussão geral (RE 630.733/DF), 
pacificou o entendimento de que não há direito à remarcação de provas de concurso 
público em razão de circunstâncias pessoais dos candidatos, exceto se previsto em 
edital, julgado este que tem sido acompanhado pelas duas Turmas de Direito Público 
desta Corte Superior. 
2. Em julgamento mais hodierno, a Excelsa Corte, também sob a sistemática da 
repercussão geral, entendendo que o RE 630.733/DF não seria aplicável às candidatas 
gestantes, estabeleceu a seguinte tese: "É constitucional a remarcação do teste de 
aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, 
independentemente da previsão expressa em edital do concurso público". 
3. Hipótese em que as premissas estabelecidas no novel julgado são plenamente 
aplicáveis à candidata que, ao ser convocada para o Curso de Formação para o cargo de 
Agente Penitenciário Feminino, encontrava-se em licença maternidade, com apenas um 
mês de nascimento da sua filha, período em que sabidamente todas as mulheres estão 
impossibilitadas de praticar atividades físicas, estando totalmente voltadas para 
amamentação e cuidados com o recém-nascido. 
4. Direitos constitucionalmente previstos (saúde, maternidade, família e planejamento 
familiar) que devem ser protegidos, merecendo a candidata lactante o mesmo amparo 
estabelecido pelo STF para as gestantes. 
5. Recurso provido. (RMS 52.622/MG, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 26/03/2019, DJe 29/03/2019)”. 
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ATENÇÃO! ESCUSA DE CONSCIÊNCIA POR MOTIVO RELIGIOSO 
Segundo entendeu o STF, é possível a fixação de obrigações alternativas a candidatos 
em concursos públicos e a servidores em estágio probatório, que se escusem de cumprir 
as obrigações legais originalmente fixadas por motivos de crença religiosa. 
Dessa forma, com fundamento no art. 5º, VIII, da CF/88, é possível a realização de etapas 
de concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato 
que invoca escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que presentes a 
razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que 
não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de 
maneira fundamentada. 
Nesse mesmo trilhar, também nos termos do art. 5º, VIII, da CF/88, é possível à 
Administração Pública, inclusive durante o estágio probatório, estabelecer critérios 
alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos 
públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência, desde que 
presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do exercício 
de suas funções e não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que 
deverá decidir de maneira fundamentada. 
(STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 – Repercussão Geral – Tema 386 – Info 1000). 
 
Sobre a IDONEIDADE MORAL, exigida pela Constituição para certos cargos 
públicos e pela maioria das leis que disciplinam os servidores públicos, o STF e o STJ 
entendiam, de forma peremptória, que a condenação criminal que pode afastá-la era 
apenas aquela com trânsito em julgado, não sendo suficiente inquéritos policiais ou 
processos judiciais em curso para se eliminar candidato na fase de investigação social 
(STF, AI nº 829.186/CE-AgR, Primeira Turma, Rel. Ministro Dias Toffoli, DJe de 27/6/13; 
STJ – AgRg no RMS: 39580 PE 2012/0244086-6, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, j. em 11/02/2014, T2 – SEGUNDA TURMA. 
ENTRETANTO, em 2020, em sede de repercussão geral (Tema 22 – Informativo 
STF nº 965), o STF temperou esse entendimento para estabelecer que: 
 
1. Via de regra, apenas condenações criminais transitadas em 
julgado ou por órgão colegiado (com base na Lei da Ficha Limpa 
– LC nº 135/2010) justificam a eliminação de candidato na fase 
de investigação social do concurso público; 
2. Ainda assim, a exclusão somente se justificará se houver 
pertinência/incompatibilidade entre a natureza do crime 
praticado e as atribuições do cargo, de modo que nem toda 
condenação importa, de forma direta e imediata, a inidoneidade 
moral para o exercício de posição pública; 
3. Excepcionalmente, em razão da natureza de determinados 
cargos, como as carreiras de segurança, da magistratura e 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
15 
essenciais à justiça (Ministério Público, Advocacia Pública e 
Defensoria Pública), é possível, desde que haja previsão legal e 
adequação constitucional em concreto, que a existência de 
inquéritos policiais ou ações penais em curso impliquem a 
inidoneidade moral do candidato e determinem sua exclusão 
do certame. Aqui, também deve haver relação de 
incompatibilidade entre o crime e as atribuições do cargo, não 
podendo a lei prever, genericamente, que quaisquer delitos em 
investigação ou processamento importam a eliminação do 
candidato. 
 
Confira-se a ementa: 
 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO 
GERAL. IDONEIDADE MORAL DE CANDIDATOS EM CONCURSOS 
PÚBLICOS. INQUÉRITOS POLICIAIS OU PROCESSOS PENAIS EM 
CURSO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRINCÍPIO DA 
MORALIDADE ADMINISTRATIVA. 
1. Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou 
processos penais em curso não autoriza a eliminação de 
candidatos em concursos públicos, o que pressupõe: (i) 
condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de 
incompatibilidade entre a natureza do crime em questão e as 
atribuições do cargo concretamente pretendido, a ser 
demonstrada de forma motivada por decisão da autoridade 
competente. 
2. A lei pode instituir requisitos mais rigorosos para 
determinados cargos, em razão da relevância das atribuições 
envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da 
magistratura, das funções essenciais à justiça e da segurança 
pública (CRFB/1988, art. 144), sendo vedada, em qualquer caso, 
a valoração negativa de simples processo em andamento, salvo 
situações excepcionalíssimas e de indiscutível gravidade. 
3. Por se tratar de mudança de jurisprudência, a orientação ora 
firmada não se aplica a certames já realizados e que não 
tenham sido objeto de impugnação até a data do presente 
julgamento. 
4. Recurso extraordináriodesprovido, com a fixação da seguinte 
tese de julgamento: “Sem previsão constitucional adequada e 
instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso 
público que restrinja a participação de candidato pelo simples 
fato de responder a inquérito ou ação penal”. 
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16 
[STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral – Tema 22) (Info 
965)]. 
 
O STJ já vinha assim entendendo, conforme consta da 9ª edição de sua 
Jurisprudência em Teses: 
 
“Tese 14: O entendimento de que o candidato não pode ser 
eliminado de concurso público, na fase de investigação social, 
em virtude da existência de termo circunstanciado, inquérito 
policial ou ação penal sem trânsito em julgado ou extinta pela 
prescrição da pretensão punitiva não se aplica aos cargos cujos 
ocupantes agem stricto sensu em nome do Estado, como o de 
delegado de polícia”. 
 
Vale registrar que o STJ entende que a investigação social não se resume ao 
exame da existência de antecedentes criminais, mas uma análise da sua conduta moral 
e social no decorrer da vida, para se aferir seu padrão de comportamento diante das 
normas exigidas para o acesso ao cargo, de retidão, lisura e probidade, ainda mais em 
posições públicas de segurança ou afetas ao Direito (RMS 24.287/RO, Rel. Min. Alderita 
Ramos de Oliveira (Desembargadora Convocada do TJ/PE, j. em 04/12/2012). 
Ainda sobre idoneidade moral e investigação social, uma vez declarada a 
prescrição da pretensão punitiva do Estado, descabe evocar a participação do candidato 
em crime, para se dizer da ausência da capacitação moral exigida relativamente a 
concurso público. (RE nº 212.198/MS e RE 450.971/DF). 
Vale registrar, também, que o Supremo considera que a existência de transação 
penal, nas infrações de menor potencial ofensivo, não autoriza a reprovação de 
candidato na fase de investigação social (ARE nº 937.620/DF-AgR, Segunda Turma, 
Relator o Ministro Teori Zavascki, DJe de 22/3/16). 
De mais a mais, o STJ entendeu que a negativa de nomeação em cargo estadual 
em virtude de demissão anterior no âmbito do Poder Público Federal configura abuso 
de poder se inexistente previsão em lei ou no edital do certame (RMS, 30.518/RR). 
Por outro lado, segundo o STF, não tem capacitação moral para o exercício da 
atividade policial o candidato que está subordinado ao cumprimento de exigências 
decorrentes da suspensão condicional da pena prevista no art. 89 da Lei nº 9.099/95. 
(RE 568.030/RN). 
De acordo com o STJ, a omissão do candidato em prestar informações, 
conforme determinado pelo edital, na fase de investigação social ou de sindicância da 
vida pregressa, enseja a sua eliminação do concurso público. (STJ. 2ª Turma. AgRg no 
RMS 39.108/PE, Rel. Min. Humberto Martins, j. em 23/04/2013; Jurisprudência em 
Teses, 9ª Edição, Tese 16: “O candidato pode ser eliminado de concurso público quando 
omitir informações relevantes na fase de investigação social”). 
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17 
Finalmente, para o STJ, carece de razoabilidade e proporcionalidade o ato que, 
na etapa de investigação social, exclui candidato de concurso público baseado no 
registro deste em cadastro de serviço de proteção ao crédito (STJ. 5ª Turma. RMS 
30.734/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 20/09/2011; Jurisprudência em Teses, 9ª 
Edição, Tese 15: “O candidato não pode ser eliminado de concurso público, na fase de 
investigação social, em virtude da existência de registro em órgãos de proteção ao 
crédito”). 
 
1.1.3. EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DE CONCURSO PÚBLICO PARA INVESTIDURA EM 
CARGO OU EMPREGO PÚBLICO 
 
A acessibilidade aos cargos e empregos públicos da Administração Direta e 
Indireta, via de regra, se dá por meio de concurso público. Trata-se de exigência 
constitucional prevista no art. 37, II, in verbis: 
 
Art. 37, II, CF - a investidura em cargo ou emprego público 
depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou 
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade 
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
 
ATENÇÃO! A regra constitucional do concurso público aplica-se tanto para a 
Administração Direta quanto para a Indireta, abrangendo, inclusive, as empresas 
estatais. 
 
A exigência é uma concretização dos princípios da isonomia, da moralidade e 
da eficiência administrativa. Essa regra, todavia, não é absoluta. Existem situações 
excepcionais que autorizam o desempenho de cargo ou função pública mesmo por 
aqueles que não foram previamente aprovados em um certame público. São EXCEÇÕES 
à regra constitucional do concurso público: 
 
a) Cargo em comissão (art. 37, II, da CF/88); 
 
ATENÇÃO! Nos termos do art. 37, V, da CF/88, as funções de confiança, embora também 
se destinem às funções de direção, chefia e assessoramento, serão exercidas 
exclusivamente por ocupantes de cargo público efetivo, de modo que não são exceção 
à regra constitucional do concurso público. 
 
b) Servidores temporários (art. 37, IX, da CF/88); 
c) Cargos eletivos; 
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18 
d) Agente comunitário de saúde e agentes de combates às 
endemias (art. 198, §4º, da CF/88); 
 
ATENÇÃO! Os agentes comunitários de saúde e agentes de combates às endemias têm 
sua contratação submetida à realização de “processo seletivo público”, de acordo com 
a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 
A disciplina consta da Lei Federal nº 11.350/2006. 
 
e) Nomeação de determinados Desembargadores e Ministros 
de Tribunais (quinto constitucional); 
f) Ex-combatentes (art. 53, I, do ADCT). 
 
Nos termos da Constituição, o concurso público será de provas ou de provas e 
títulos. Ou seja, não será possível a realização de certame com base na análise exclusiva 
de títulos para provimento cargo efetivo ou empregos públicos. 
Ademais, segundo o STF, as PROVAS DE TÍTULOS são meramente 
classificatórias, NÃO podendo ter caráter eliminatório. Confira-se: 
 
“as provas de títulos em concursos públicos para provimento de 
cargos efetivos no seio da Administração Pública brasileira, 
qualquer que seja o Poder de que se trate ou o nível federativo 
de que se cuide, não podem ostentar natureza eliminatória, 
prestando-se apenas para classificar os candidatos, sem jamais 
justificar sua eliminação do certame, consoante se extrai, a 
contrario sensu, do art. 37, II, da Constituição da República” (MS 
32.074, rel. min. Luiz Fux, j. 2-9-2014, 1ª Turma). 
 
Ademais, conforme disposições esparsas da CF/88, a prova de títulos é 
obrigatória para Magistratura, MP, Advocacia Pública, DP e profissionais de educação 
escolar das redes públicas. 
Finalmente, registre-se o entendimento do STF no sentido de que “viola o 
princípio constitucional da isonomia norma que estabelece como título o mero exercício 
de função pública” (ADI 3.433/MA). 
Por força do PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO, 
diz-se que “o edital é a lei do concurso público” e suas regras obrigam tanto a 
Administração Pública quanto os candidatos. 
Nessa ordem de ideias, de acordo com o STF, somente se admite a modificação 
das regras do concurso após a publicação de seu edital se houver alteração da legislação 
que disciplinaa carreira (MS 27.160/DF). 
O PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO é o período que a Administração 
Pública tem para nomear os aprovados no concurso público, sendo de ATÉ 02 (dois) 
anos, prorrogável, uma vez, por igual período. Dispõe o art. 37, III, da CF/88: 
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19 
 
Art. 37. 
[....] 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois 
anos, prorrogável uma vez, por igual período. 
[...] 
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a 
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos 
termos da lei. 
 
Segundo o STJ, o termo inicial do prazo de vigência do concurso público é a 
publicação da homologação do resultado final do certame (RMS 33.719/SP). 
A prorrogação do prazo de validade é ato discricionário da Administração, mas, 
caso exercida, deverá ser por período idêntico àquele estabelecido no edital para a 
validade inicial. 
Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração é obrigada a 
convocar os aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, na ORDEM DE 
CLASSIFICAÇÃO FINAL: 
 
Art. 37 
[...] 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de 
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou 
de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
Em regra, é possível a realização de novo concurso público ainda que exista 
concurso anterior em vigor. Contudo, os aprovados mais antigos terão prioridade sobre 
os mais novos. Diz-se “em regra” porque, no âmbito federal, existe vedação expressa à 
abertura de novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior 
com prazo de validade não expirado (art. 12, §2º, da Lei Federal nº 8.112/1990). Para os 
demais entes federativos, aplica-se a lógica constitucional acima analisada, ressalvada 
previsão legal análoga à lei federal. 
O CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS previstas no 
edital possui direito subjetivo à nomeação. Todavia, o momento de nomeação será 
determinado discricionariamente pela Administração, desde que respeite o prazo de 
validade do certame. 
 
ATENÇÃO! Vale ressaltar que o STF destacou hipóteses excepcionais em que a 
Administração pode deixar de nomear candidato aprovado dentro do número de vagas, 
desde que a situação preencha os seguintes requisitos (RE 598.099/MS): 
CPF: 860.542.154-18
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20 
- Superveniência: os fatos excepcionais devem ser obrigatoriamente posteriores ao 
edital; 
- Imprevisibilidade: a situação não pode ter sido previsível à época da publicação do 
edital; 
- Gravidade: o abalo causado pela situação deve ser tal que impeça a nomeação dos 
candidatos (excessiva onerosidade); 
- Necessidade: prova de que não há outra medida menos onerosa que possa sanar a 
situação excepcional. 
 
O CANDIDATO APROVADO FORA DO NÚMERO DE VAGAS terá direito 
subjetivo à nomeação, se: 
 
- houver inobservância da ordem classificatória – preterição na 
nomeação (Enunciado nº 15 da Súmula do STF); 
- candidato anteriormente convocado desistir de assumir o cargo 
(STJ, AgRg no ROMS 48.266-TO - Informativo nº 567); 
 
ATENÇÃO! SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS OU ABERTURA DE NOVO CONCURSO 
Segundo o STF (RE 837.311/PI, repercussão geral): 
“O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, 
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito 
à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital. 
Ficam ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da 
Administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público 
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período 
de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público 
exsurge nas seguintes hipóteses: a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de 
vagas dentro do edital; b) quando houver preterição na nomeação por não observância 
da ordem de classificação; e c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo 
concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos 
de forma arbitrária e imotivada por parte da Administração nos termos acima.” 
Ademais, ainda que não haja preterição arbitrária ou imotivada do candidato 
aprovado fora do número de vagas, haverá direito à nomeação se houver: surgimento 
de novas + comprovação da necessidade do provimento + inexistência de restrição 
orçamentária (STJ, 1ª Seção, MS 22.813/DF, j. em 13/06/2018 – Info 630). 
 
Além disso, destaque-se que a NOMEAÇÃO TARDIA de candidato aprovado em 
concurso público dentro do número de vagas NÃO lhe confere direito a pagamento 
retroativo (RE 429.652; REsp 1.238.344) nem a promoção retroativa (RE 629.392). 
 
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21 
ATENÇÃO! Convocação do candidato: 
Convocação para determinada fase ou para nomeação de candidato aprovado apenas 
pelo diário oficial após passado muito tempo desde a divulgação da etapa anterior viola 
os princípios da razoabilidade e da publicidade, uma vez que não se pode exigir que o 
candidato acompanhe, diariamente, as publicações oficiais (STJ, RMS 37227/RS – Info 
515). 
Ademais, a convocação de candidato para fase posterior do concurso não pode ser 
realizada apenas pelo diário oficial se todas as comunicações anteriores tenham 
ocorrido, conforme previsão editalícia de divulgação das fases do concurso, também 
pela internet (STJ, AgRg no RMS 33.696/RN – Info 522). 
 
Ademais, sobre a chamada “CLÁUSULA DE BARREIRA”, que ocorre quando o 
edital limita o número de candidatos que serão convocados para as próximas etapas do 
certame, registre que o STF a considera constitucional, desde que fundada em critérios 
objetivos relacionados ao desempenho meritório do candidato (RE 635.739/AL). 
 
ATENÇÃO! TEORIA DO FATO CONSUMADO E POSSE POR DECISÃO JUDICIAL PRECÁRIA: 
Consoante o STF, a teoria do fato consumado NÃO SE APLICA aos candidatos 
nomeados precariamente por força de decisão judicial (“sub judice”), caso essa decisão 
venha a ser posteriormente reformada (RE 608.482/RN). Para o Supremo, não se pode 
falar em segurança jurídica em sentido subjetivo (proteção da confiança) no caso, 
porquanto o candidato sabe de antemão que a decisão que lhe assegura a nomeação 
não é definitiva, inexistindo boa-fé. 
No mesmo sentido: “A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para 
consolidar remoção de servidor público destinada a acompanhamento de cônjuge, em 
hipótese que não se adequa à legalidade estrita, ainda que tal situação haja perdurado 
por vários anos em virtude de decisão liminar não confirmada por ocasião do julgamento 
de mérito”. (STJ. Corte Especial. EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, j. em 
7/12/2016 (Info 598). 
Pondere-se, contudo, que, em 2020, o STJ aplicou a teoria do fato consumado, que se 
justificaria em casos excepcionais de posse por decisão judicial precária quando 
houvesse solidificação de situações fáticas em razão do excessivo decurso de tempo 
entre a liminar concedida e os dias atuais, de maneira que a reversão do quadro 
implicaria danos desnecessários e irreparáveis ao servidor e à sociedade, impondo-se o 
distinguishing. No caso concreto, o STJ manteve policialrodoviário federal no cargo que, 
reprovado nos testes práticos, tomou posse por força de liminar em 1999, a qual foi 
confirmada pelo magistrado de primeiro grau, mas, em segundo, revogada, em razão do 
entendimento do TRF de que não houve vício no exame prático (STJ. 1ª Turma. AREsp 
883.574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. em 20/02/2020 – Info 666; STJ. 2ª 
Turma. AgInt no REsp 1569719/SP, Rel. Min. Og Fernandes, j. em 08/10/2019). Como se 
observa, essa distinção feita pelo STJ contraria frontalmente o entendimento do STF, o 
qual nega a teoria do fato consumado mesmo após longo período de tempo. 
ENTRETANTO, não se pode cassar aposentadoria de servidor que ingressou por força 
de provimento judicial precário e se aposentou durante o processo, tendo em vista o 
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22 
elevado grau de estabilidade da situação jurídica, em homenagem ao princípio da 
proteção da confiança legítima (STF, 1ª Turma, RE 740.029 AgR/DF, j. em 14/08/2018 – 
Info 911) 
 
Em relação ao CONTROLE JUDICIAL DE LEGALIDADE DO CONCURSO PÚBLICO, 
o STF entende que não compete ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora 
para reexaminar o conteúdo das questões e dos critérios de correção utilizados, sob 
pena de violação ao princípio da separação dos poderes e da reserva de administração: 
“os critérios adotados por banca examinadora em um concurso público não podem ser 
revistos pelo Poder Judiciário”. 
Sem embargo, o Supremo admite que o Judiciário: 
 
i) analise a compatibilidade do conteúdo das questões do 
concurso com o previsto no edital do certame (STF, Plenário, RE 
nº 632.853, j. em 23/04/2015 – repercussão geral – Info 782); 
ii) decrete a nulidade de questão que contenha grave erro no 
enunciado, com troca de conceitos que conduzam o candidato a 
uma resposta errada (STJ, 2ª T, RMS 49.896/RS, j. em 
20/04/2017 – Info 603); 
iii) exija a apresentação de espelho de prova, antes ou durante a 
divulgação do resultado (STJ, 2ª T, RMS 49.896/RS, j. em 
20/04/2017), ou mesmo a posteriori (STJ, 1ª T, AgInt no RMS 
51.969/MS, j. em 08/08/2017). 
 
Ademais, prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias para candidato 
impetrar mandado de segurança contra regra editalícia que tenha fundamentado sua 
eliminação do certame começa a correr da data em que toma ciência do ato 
administrativo que determina sua exclusão, e não da data de publicação do edital (STF, 
MS-AgR nº 29.874/DF). Por sua vez, se a ilegalidade for a omissão da Administração de 
nomear o candidato aprovado, o prazo começa do término do prazo de validade do 
concurso (STF, RMS nº 24.119/DF, dentre outros; STJ, RMS-AgR 21.165/MG). Ainda, no 
caso de candidato aprovado por força de questão anulada em ação judicial autônoma, 
o prazo para impetração do mandamus visando à sua nomeação é a data do trânsito 
em julgado daquela ação (STJ, 1ª T, AgRg no REsp 1.284.773/AM, j. em 23/04/2013 – 
Info 522). 
Sobre a RESERVA DE VAGAS PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA, prescreve o 
art. 37, VIII, da CF/88: 
 
Art. 37. 
[...] 
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23 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos 
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios 
de sua admissão; 
 
Bem, essa reserva de vagas depende da legislação infraconstitucional, que deve 
fixar percentuais máximos e mínimos. Cada ente federativo deve regulamentar o 
dispositivo. 
A Lei 8.112/90, em seu art. 5º, §2º, estabelece expressamente a reserva de 20% 
dos cargos para pessoas portadoras de deficiência. 
Segundo o STJ: 
 
Deverão ser reservadas, no mínimo, 5% das vagas ofertadas em 
concurso público às pessoas com deficiência e, caso a aplicação 
do referido percentual resulte em número fracionado, este 
deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente, 
desde que respeitado o limite máximo de 20% das vagas 
ofertadas, conforme art. 37, §§ 1º e 2º, do Decreto n. 3.298/99, 
e art. 5º, §2º, da Lei n. 8.112/90. (AgRg no REsp 1137619/RJ). 
 
Para que seja aplicado o benefício constitucional, é imprescindível que as 
atribuições do cargo sejam compatíveis com a deficiência do candidato. No entanto, 
essa análise não pode ser feita com base em raciocínio hipotético para deixar de reservar 
vagas aos deficientes. Segundo o STF, a presunção de que nenhuma das atribuições 
inerentes aos cargos pode ser desempenhada por pessoas portadoras de deficiência não 
é compatível com o ordenamento jurídico brasileiro (RE 676.335). Para o Supremo, é 
inconstitucional a prévia não reserva de vagas por incompatibilidade com a atividade: 
para a não reserva ocorrer, o candidato deve ser submetido a exame médico específico, 
nomeado para o cargo ou emprego público e entrar em exercício, de modo que, 
somente quando do estágio probatório, ser verificada a efetiva impossibilidade 
desempenho das atribuições. 
Sobre o tema, o Estatuto da Pessoa com Deficiência dispõe: 
 
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua 
livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de 
qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de 
trabalho acessíveis e inclusivos. 
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e 
favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por 
trabalho de igual valor. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
24 
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e 
qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas 
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, 
exames admissional e periódico, permanência no emprego, 
ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como 
exigência de aptidão plena. 
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao 
acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de 
carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais 
oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades 
com os demais empregados. 
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência 
acessibilidade em cursos de formação e de capacitação. 
 
ATENÇÃO! Surdez unilateral: não caracteriza deficiência para fins de reserva de vagas 
em concurso público (Enunciado nº 552 da Súmula do STJ). 
Visão monocular: qualifica o portador para a reserva de vagas de deficientes (Enunciado 
nº 377 da Súmula do STJ). 
 
Nos termos do art. 37, § 2º, da CF/88, a CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO 
importa: nulidade do ato (inaplicabilidade da teoria do fato consumado) + remuneração 
pelos dias trabalhados (vedação ao enriquecimento sem causa) + punição da 
autoridade responsável. 
Além da remuneração pelos dias trabalhados, o agente público faz jus aos 
depósitos do FGTS, conforme estabelece o art. 19-A da Lei Federal nº 8.036/1990. Assim 
também prescreve o Enunciado nº 363 da Súmula do TST e o STF (RE 596.478/RR). 
 
ATENÇÃO! O STF entendia que os depósitos de FGTS não eram direito do servidor 
contratado por prazo determinado. Entretanto, no RE nº 765.320, j. em 20/09/2016, o 
Supremo entendeu que, sim, os servidores temporários contratados sem concurso 
público também fazem jus aos depósitos de FGTS. 
 
1.1.4. FUNÇÃO DE CONFIANÇA X CARGO EM COMISSÃO 
 
Art. 37, V, CF – as funções de confiança, exercidasexclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os 
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de 
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos 
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento. 
 
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25 
Conforme previsto no dispositivo constitucional acima transcrito, tanto os 
cargos em comissão quanto as funções de confiança destinam-se exclusivamente ao 
desempenho das funções de direção, chefia e assessoramento e são de livre nomeação 
e exoneração pela autoridade competente. 
A diferença reside no fato de que as funções de confiança são exercidas 
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, enquanto os cargos em 
comissão podem ser preenchidos por pessoas sem qualquer vínculo com a 
Administração, apenas se exigindo que a lei fixe um percentual mínimo que deve ser 
ocupado por ocupantes de cargos efetivos de carreira. 
O STF ao analisar o Tema 1010, afirmou que a criação de cargos em comissão é 
exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso público de provas ou 
provas e títulos e somente se justifica quando presentes os pressupostos constitucionais 
para sua instituição. Na oportunidade, foram fixadas as seguintes teses: 
 
a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o 
exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se 
prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas 
ou operacionais; 
b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança 
entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; 
c) o número de cargos comissionados criados deve guardar 
proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e 
com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no 
ente federativo que os criar; e 
d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, 
de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir. 
STF. Plenário. RE 1041210 RG, Rel. Dias Toffoli, julgado em 
27/09/2018 (Repercussão Geral – Tema 1010). 
 
Função de Confiança Cargo em Comissão 
Apenas pode ser desempenhada por 
servidores ocupantes de cargo efetivo. 
Pode ser desempenhado por servidores 
ou não. 
A lei deverá determinar condições e 
percentuais mínimos dos cargos em 
comissão que deverão ser 
obrigatoriamente exercidos por 
servidores de carreira. 
 
ATENÇÃO! Conforme já pontuado, perceba-se que a função de confiança não é exceção 
à regra constitucional do concurso público, pois somente servidores de carreira podem 
ser designados para desempenhá-la. 
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26 
 
ATENÇÃO! Cuidado para não confundir a exigência de a função de confiança ser apenas 
conferida a quem ocupe cargo público efetivo com a comum referência a ela feita como 
“função sem cargo”. Esse qualificativo decorre do fato de a função de confiança não 
estar atribuída a cargo específico algum, mas aos servidores públicos em geral 
ocupantes de cargo efetivo. Diferentemente, o cargo em comissão é cargo, que a lei 
declarará de livre nomeação e exoneração, nos termos da parte final do inciso II do art. 
37 da CF/88, embora possa ser ocupado por quem não possui qualquer vínculo prévio 
com a Administração. 
 
1.1.5. ASSOCIAÇÃO SINDICAL 
 
Art. 37, VI, CF – é garantido ao servidor público civil o direito à 
livre associação sindical. 
 
Assim como aos trabalhadores em geral (art. 8º da CF/88), também é garantido 
aos servidores públicos a liberdade de associação sindical, vedada disposição normativa 
prevendo a filiação obrigatória. 
 
1.1.6. DIREITO DE GREVE 
 
Art. 37, VII, CF - o direito de greve será exercido nos termos e 
nos limites definidos em lei específica. 
 
Trata-se de norma de eficácia limitada e que depende da prévia 
regulamentação normativa para viabilizar o exercício do direito de greve pelos 
servidores estatutários. 
O STF já reconheceu a mora legislativa na regulamentação do dispositivo e 
tornou possível o exercício do direito de greve pelos servidores públicos nos termos 
do regramento aplicável aos empregados privados, a Lei Federal nº 7.701/88 (MI 
670/ES). 
Registre-se que, aos Policiais Militares, Bombeiros Militares e Militares das 
Forças Armadas, é vedada a sindicalização e a greve, sem qualquer exceção (art. 142, 
3º, IV c/c art. 42, § 1º, CF). 
 
ATENÇÃO! Segundo entendimento do STF, essa proibição de greve também abrange os 
policiais civis e todos os servidores públicos que atuem diretamente na área da 
segurança pública [deu-se interpretação finalística à vedação constitucional]: 
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos 
policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de 
segurança pública. 
CPF: 860.542.154-18
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27 
É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos 
classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para 
vocalização dos interesses da categoria. (STF, ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre 
de Moraes, j. 5-4-2017, Plenário, Informativo nº 860) 
 
Acerca dos descontos dos dias de paralisação dos servidores públicos, 
recentemente o STF fixou a seguinte tese de repercussão geral: “A administração 
pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício 
do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo 
funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto 
será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta 
ilícita do Poder Público” (RE nº 693.456, j. em 27/10/2016). 
Assim, segundo o Supremo, a deflagração de greve por servidor público civil 
corresponde à suspensão do trabalho e, ainda que a greve não seja abusiva, a 
remuneração dos dias de paralisação não deve ser paga em regra. Somente haverá 
pagamento dos dias não trabalhados se for comprovada que a greve decorreu de 
conduta ilícita do Poder Público. 
 
ATENÇÃO! COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE GREVE POR SERVIDOR PÚBLICO 
De acordo com o STF (RE 846854/SP, j. em 25/5/2017 – repercussão geral – Info 871), a 
competência para julgar greve de servidor público da Administração Direta, Autárquica 
e Fundacional é da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho, pouco importando se 
o servidor é estatutário ou celetista. Confira-se: 
“A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve 
de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e 
fundações públicas. Compete à justiça comum (estadual ou federal) julgar causa 
relacionada ao direito de greve de servidor público, pouco importando se se trata de 
celetista ou estatutário”. 
 
Ainda, quanto ao exercício do direito de greve, o Decreto nº 4.264/95, do 
Estado da Bahia, que determina as providências a serem adotadas em caso de 
paralisação de servidores públicos a título de greve, foi declarado constitucional pelo 
STF em junho de 2018, uma vez que, conforme voto da Ministra Cármen Lúcia, relatora, 
o decreto não regulamenta o direito de greve, mas apenas dispõe de providências 
administrativas nos casos de paralisação dos servidores públicos estaduais (STF. 
Plenário. ADI 1306/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/6/2017 (Info 906)). 
 
1.1.7. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA 
 
Art.37, IX, CF – a lei estabelecerá os casos de contratação por 
tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público; 
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28 
 
Trata-se de norma de eficácia limitada que autoriza os entes federativos, tanto 
a Administração Direta quanto na Indireta, a contratação de servidores temporários nos 
casos de necessidade temporária de excepcional interesse público. Caberá a cada ente 
federativo a regulamentação do dispositivo trazendo as hipóteses autorizativas de 
contratação de servidores temporários, sendo que inexistindo lei específica, ou fora das 
hipóteses legais – caso exista a espécie normativa –, não será juridicamente possível a 
utilização da contratação temporária. 
Segundo o STF, “são inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF, a 
autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de 
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias” (ADI 3.662 – Informativo 
nº 858). 
Prevalece o entendimento de que podem ser contratados para o desempenho 
de atividades regulares e permanentes, e não apenas aquelas de caráter eventual, 
temporário ou excepcional. É que a temporariedade é da necessidade, e não das funções 
que serão desempenhadas (ADI 3247/MA). Nesse sentido, o STF já decidiu: 
 
O art. 37, IX, da Constituição do Brasil autoriza contratações, sem 
concurso público, desde que indispensáveis ao atendimento de 
necessidade temporária de excepcional interesse público, quer 
para o desempenho das atividades de caráter eventual, 
temporário ou excepcional, quer para o desempenho das 
atividades de caráter regular e permanente (ADI 3.068). 
 
Os servidores temporários exercem função administrativa temporária (não 
vinculada a cargo ou emprego), estabelecendo junto ao Poder Público um vínculo de 
cunho administrativo. 
Justamente em virtude da natureza administrativa do vínculo temporário, o STF 
entendeu que as demandas envolvendo os servidores temporários serão julgadas pela 
Justiça Comum, Federal ou Estadual, conforme o caso (Recl. 5.381-4/AM e AI 784188 
AgR). 
De acordo com o STF, é vedado o estabelecimento do regime celetista por 
meio de lei municipal ou estadual aos servidores temporários. 
O STF decidiu que “é compatível com a CF a previsão legal que exija o 
transcurso de 24 meses, contados do término do contrato, antes de nova admissão de 
professor temporário anteriormente contratado” (RE nº 635.648, j. 14/06/2017 – 
Informativo nº 869 – repercussão geral – Tema 403). 
Conforme entendimento firmado pelo STF em sede de repercussão geral, os 
servidores temporários NÃO possuem direito a 13º salário e férias, SALVO se: (i) 
expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário; ou (ii) comprovado 
desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de 
sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações (STF. Plenário. RE 1066677, Rel. 
Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 22/05/2020 – 
Repercussão Geral – Tema 551 – Info 984). 
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29 
 
1.1.8. SISTEMA REMUNERATÓRIO 
 
O sistema remuneratório dos agentes públicos abrange os conceitos de 
vencimentos, salários e subsídio. 
 
a) Vencimentos: é o somatório do vencimento básico (parte fixa 
delimitada em lei) com as vantagens pecuniárias de caráter 
permanente previstas em lei (adicionais e gratificações). Aplica-
se aos servidores estatutários em geral; 
b) Salário: contraprestação pecuniária pelos serviços prestados 
no âmbito da relação de emprego (celetista). Aplica-se aos 
empregados públicos; 
c) Subsídio: remuneração fixada em parcela única, vedado o 
acréscimo de outras vantagens pecuniárias (gratificação, 
adicional, abono, prêmio, verba de representação, etc.). O 
regime é obrigatório para algumas carreiras delimitadas na 
Constituição e de adoção facultativa para os agentes 
organizados em carreira (escalonamento hierarquizado de 
cargos). Devem adotar obrigatoriamente o regime de subsídio: 
- Membro de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), o 
detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os 
Secretários Estaduais e Municipais (art. 39, §4º, da CF/88); 
- Membros dos Tribunais de Contas (art. 73, §3º, da CF/88); 
- Membros do Ministério Público (art. 128, §5º, da CF/88); 
- Membros da Advocacia Pública (art. 135 da CF/88); 
- Defensores Públicos (art. 135 da CF/88); 
- Carreiras Policiais (art. 144, §9º da CF/88). 
 
ATENÇÃO! É INCONSTITUCIONAL a instituição de subsídio vitalício para ex-Governador, 
por violação ao princípio da isonomia, não havendo fundamento razoável para a 
benesse (STF, Plenário, ADI 4.552 MC/DF, j. em 09/04/2015 – Info 780). 
Em complemento a esse entendimento, o STF declarou que, embora inconstitucional o 
pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex-Governadores de Estado, assim, como o 
pagamento de pensão às viúvas dos ex-ocupantes deste cargo; as pessoas beneficiadas 
com o pagamento não terão que devolver as quantias recebidas (STF, ADI 4545/PR, Rel. 
Min. Rosa Weber, julgado em 5/12/2019 – Info 962). 
 
Nos termos do art. 39, § 3º, da CF/88, e do Enunciado nº 16 da Súmula do STF, 
a remuneração dos agentes públicos não poderá ser inferior ao salário mínimo. 
CONTUDO, o que não pode ser inferior ao salário mínimo é o conjunto da remuneração, 
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30 
e não propriamente o vencimento base. Nesse sentido, é possível que algum servidor 
público tenha “vencimento” abaixo do mínimo salarial, desde que a sua remuneração 
total supere o referido valor. 
Note que o pagamento em parcela única, não impede o recebimento pelo 
servidor de valores de natureza indenizatória, bem como de valores pagos como 
retribuição por eventual execução de encargos especiais não incluídos no plexo das 
atribuições normais e típicas do cargo considerado. 
 
ATENÇÃO! É constitucional lei estadual que preveja o pagamento de gratificação para 
servidores que já recebem pelo regime de subsídio quando eles realizarem atividades 
que extrapolam as funções próprias e normais do cargo. Essas atividades, a serem 
retribuídas por esta parcela própria, detêm conteúdo ocupacional estranho às 
atribuições ordinárias do cargo e, portanto, podem ser remuneradas por gratificação 
além da parcela única do subsídio, sem que isso afronte o art. 39, § 4º, da CF/88. Essa 
gratificação somente seria inconstitucional se ficasse demonstrado que estaria havendo 
um duplo pagamento pelo exercício das mesmas funções normais do cargo. STF. 
Plenário. (ADI 4941/AL, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado 
14/8/2019 – Info 947). 
 
ATENÇÃO! De acordo com o Supremo, a Constituição NÃO assegura o salário mínimo 
aos militares, sendo essa a razão da Súmula Vinculante nº 6: “Não viola a Constituição 
o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças 
prestadoras de serviço militar inicial”. De acordo com RE nº 570.177 (TEMA 15), 
representativo desse precedente vinculante: 
I — A CF/1988 não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao 
salário mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. II — O regime a que 
se submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, 
visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. III — Oscidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público 
relacionado com a defesa da soberania da pátria. IV — A obrigação do Estado quanto 
aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada 
prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. 
 
Ademais, os vencimentos e subsídios devem ser FIXADOS ou ALTERADOS por 
meio de LEI ESPECÍFICA, com iniciativa reservada conforme a carreira em discussão. 
No caso dos servidores do Poder Executivo, por exemplo, a iniciativa é exclusiva do chefe 
do Executivo, nos termos do art. 61, §1º, da CF/88. 
 
Art. 37. 
[...] 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que 
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados 
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, 
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31 
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem 
distinção de índices; 
 
ATENÇÃO! Súmula Vinculante nº 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função 
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de 
isonomia. 
 
ATENÇÃO! De acordo com o Supremo, é constitucional lei estadual que passa a exigir 
nível superior para determinado cargo público (antes de ensino médio) e prevê o 
aumento da remuneração para seus ocupantes, que irão receber agora como servidores 
de nível superior (STF, Plenário, ADI 4.303/RN, j. em 05/02/2014 – Info 734). 
 
Por sua vez, sobre a chamada “REVISÃO GERAL”, cuida-se de lei da iniciativa 
privativa do Chefe do Poder Executivo, de caráter geral (aplicável aos servidores de 
todos os Poderes da unidade federativa) e que se destina a evitar o efeito corrosivo da 
inflação sobre o poder de compra dos servidores públicos. 
 
ATENÇÃO! Na ADI nº 3.599/DF, o STF esclareceu que a iniciativa reservada prevista no 
inciso X do art. 37 da CF/88 (a cada caso) não se aplica à revisão geral, que sempre será 
da iniciativa do Chefe do Poder Executivo. 
 
Três são os requisitos da revisão geral: 
 
i) Lei estabelecendo os critérios de revisão; 
ii) Periodicidade anual; 
iii) Índice fixado deve ser igualmente aplicado a todas as 
carreiras (geral). 
 
ATENÇÃO! O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos 
dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito 
subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma 
fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. STF. Plenário. RE 
565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 25/9/2019 (repercussão geral – Tema 19) (Info 953). 
O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a 
apresentação de projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da 
remuneração dos servidores públicos, tampouco para fixar o respectivo índice de 
correção (repercussão geral – Tema 642) (Info 998). 
 
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32 
Importante registrar que a revisão geral não se aplica aos militares (EC 
19/1998). 
 
ATENÇÃO! O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos 
dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito 
subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma 
fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. STF. Plenário. RE 
565089/SP, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
25/09/2019 (repercussão geral - Tema 19) (Info 953). 
 
Nos termos do inciso XIII do art. 37 da CF/88, “é vedada a VINCULAÇÃO OU 
EQUIPARAÇÃO DE QUAISQUER ESPÉCIES REMUNERATÓRIAS para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público”. 
Nesse sentido, a Súmula Vinculante nº 42 estabelece que “É inconstitucional a 
vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices 
federais de correção monetária”. 
Registre-se, ainda, que, nos termos do inciso XII do art. 37 da CF/88, “os 
vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser 
superiores aos pagos pelo Poder Executivo”. 
Importante abordar também a vedação constitucional ao chamado EFEITO 
CASCATA/EFEITO CLIQUET/REPIQUE, constado o inciso XIV do art. 37 da CF/88 que “os 
acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem 
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores”. 
No ponto, registre-se que a redação desse dispositivo era diferente antes da EC 
19/1998, vedando o repique apenas se os acréscimos tivessem fundamento igual. Por 
esse motivo, o STF vinha entendendo que, desde que possuíssem fundamentos 
diferentes, era possível a incidência cumulativa. 
De mais a mais, merece destaque a IRREDUTIBILIDADE DE REMUNERAÇÃO, 
prevista no inciso XV do art. 37 da CF/88, no sentido de que “o subsídio e os vencimentos 
dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos 
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”. 
Conforme se observa, essa garantia constitucional de irredutibilidade não 
impede o corte remuneratório decorrente da aplicação do teto constitucional [a seguir 
examinado]. 
Ainda sobre remuneração, vale destacar que o desvio de função ocorrido após 
a CF/88 confere ao servidor o direito apenas às diferenças salariais do período em que 
exerceu, de fato, funções do cargo estranho (STF, RE 486.184 AgR/SP; Enunciado nº 378 
da Súmula do STJ). A exigência de concurso público afasta a possibilidade de 
equiparação salarial “pro futuro”. 
Por fim, a EC 103/2019 inseriu o § 9º no art. 39 da CF/88 estabelecendo ser 
“vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício 
de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo”. De 
acordo com o art. 13 da EC 103/2019, a nova regra não se aplica a parcelas 
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33 
remuneratórias decorrentes de incorporação de vantagens de caráter temporário ou 
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão efetivada até 
a data de entrada da emenda. 
 
1.1.9. TETO REMUNERATÓRIO 
 
Art. 37, CF 
[...] 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, 
funções e empregos públicos da administração direta, 
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais 
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas 
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não 
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros 
do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos 
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito 
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder 
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no 
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores 
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder 
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério 
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.Trata-se do chamado “teto remuneratório”, ou seja, o valor máximo que os 
agentes públicos podem receber no país. A finalidade do dispositivo é evitar que existam 
servidores recebendo remuneração incompatível com o serviço público (“super 
salários”). 
Conforme se extrai da norma, além do teto geral (nacional), que é o subsídio 
dos Ministros do STF, existem tetos específicos para cada ente federativo (subtetos 
estaduais e municipais). 
 
Teto Geral Ministro do STF. 
Subteto dos 
Estados e DF 
- Poder Executivo: Governador. 
- Poder Legislativo: Deputado estadual. 
- Poder Judiciário: Desembargador do Tribunal de Justiça. 
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34 
O limite do Poder Judiciário também se aplica aos membros do 
Ministério Público, aos Procuradores de Estado e aos Defensores 
Públicos. 
Obs.: É possível que se estabeleça o subsídio dos 
Desembargadores do Tribunal de Justiça como subteto único 
para todos os Poderes, com exceção dos Deputados 
Estaduais/Distritais (sujeitos a regras próprias – art. 37, §12º, da 
CF/88). 
Subteto dos 
Municípios 
Prefeito. 
 
ATENÇÃO! SUBTETO ÚNICO NO ESTADO OU DISTRITO FEDERAL 
É possível a criação de um subteto único no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, 
equivalente ao subsídio mensal dos Desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do 
subsídio dos Ministros do STF. 
A criação desse subteto único estadual/distrital depende de EMENDA à Constituição 
Estadual ou à Lei Orgânica Distrital. 
Entretanto, esse subteto único estadual/distrital não se aplica aos Deputados Estaduais 
e Distritais. 
Confira-se a redação do §12 do art. 37 da CF/88: 
Art. 37, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado 
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas 
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte 
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados 
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
 
O teto remuneratório aplica-se a cargos públicos, empregos públicos e 
mandatos eletivos, de toda a Administração Direta e Autárquica ou Fundacional. 
 
ATENÇÃO! Conforme o § 9º do art. 37 da CF/88, o teto remuneratório somente se 
aplicará às empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) se 
elas forem DEPENDENTES, recebendo recursos orçamentários para despesas com 
pessoal ou de custeio em geral1. 
 
1 O conceito de empresa estatal dependente está previsto no art. 2º, III, da LC 101, nos 
seguintes termos: “empresa controlada que receba do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de 
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação 
acionária”. 
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35 
 
O teto, em regra, abarca a totalidade das espécies remuneratórias. Algumas 
parcelas, no entanto, são excluídas do limite máximo remuneratório: 
 
a) Parcelas de caráter indenizatório (§ 11 do art. 37); 
b) Quantias recebidas pelo servidor a título de abono de 
permanência em serviço (§ 19 do art. 40); 
c) Remuneração em caso de acumulação legítima de cargos 
públicos: De acordo com o atual entendimento do STJ (AgRg no 
RMS 45.937/DF) e do STF (RE 612.975/MT e RE 602.043/MT – 
TEMA 377), cada um dos cargos é considerado individualmente 
para fins de aplicação do teto. Ou seja, a soma da remuneração 
de ambos os cargos pode ultrapassar o limite máximo. Segundo 
o STF: “Nos casos autorizados constitucionalmente de 
acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 
37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada 
um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto 
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente 
público”. 
 
ATENÇÃO! PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA DE PROVENTOS DE INATIVIDADE OU PENSÃO 
O STF já possuía entendimento no sentido de que se submete a único teto a percepção 
simultânea de proventos de inatividade, por força da literalidade do § 11 do art. 40 da 
CF/88, conforme estabelecido no MS 24.448-8. 
Agora em 2020, em sede de repercussão geral, esse posicionamento foi reiterado, 
ficando estabelecido que, se o servidor público recebe remuneração (ou aposentadoria) 
mais pensão, a soma dos dois valores não pode ultrapassar o teto. Segundo o Supremo, 
ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda 
Constitucional 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI do art. 37 da 
Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração ou provento e pensão 
percebida por servidor. Veja que, para o STF, se há proventos de inatividade ou pensão, 
 
Vale destacar que os cargos de direção (presidente e diretores) das empresas estatais 
não são considerados empregados públicos e, portanto, não se submetem à CLT. São 
regidos por um regime diferenciado, que não tem definição em lei própria. São 
disciplinados pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404) e demais disposições de 
direito privado pertinentes. Os membros do Conselho Fiscal e Administrativo também 
estão sujeitos a este regime diferenciado. Neste ponto, destaca-se o fato de que as 
pessoas que exercem função nos conselhos das empresas estatais recebem retribuição 
pecuniária denominada 'jeton', que está fora do limite do teto constitucional 
remuneratório, por ser considerada verba de natureza indenizatória. Por isso, é comum 
a afirmativa de que dirigentes das estatais recebem acima do teto, pois eles recebem 
gratificações (ex. jeton), que não estão incluídas no limite para pagamento no serviço 
público. 
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36 
sua cumulação com outros proventos ou mesmo remuneração se submete a um único 
teto remuneratório (STF. Plenário. RE 602584/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
6/8/2020 – Repercussão Geral – Tema 359 – Info 985). 
 
d) Verbas sociais elencadas no art. 39, § 3º da CF/88 (13º 
salário, 1/3 constitucional de férias, horas extras, adicional 
noturno, etc.): não seria coerente, por exemplo, exigir que um 
servidor que recebe remuneração no limite máximo realizasse 
horas extras sem receber mais por isso. São as chamadas “verbas 
sociais constitucionais”. 
 
De acordo com o entendimento do STF, o teto remuneratório fixado pela EC nº 
41/2003 possui aplicabilidade imediata, alcançando a totalidade das remunerações dos 
agentes públicos pertencentes a todas as esferas de governo. Aqueles que recebiam 
acima do teto constitucional com base em regramento normativo anterior à referida 
emenda constitucional tiveram que se adequar ao limite máximo remuneratório (RE nº 
609.381/GO). Para o Supremo, não houve qualquer violação ao princípio da 
irredutibilidade ou à garantia do direito adquirido, uma vez que o próprio texto 
constitucional possibilita a redução de remuneração em razão do “abate teto” (art. 37, 
XV, da CF/88). 
O STF decidiu sobre a aplicação do teto constitucional nos casos de acumulação 
de cargos públicos, pondo fim a grande controvérsia doutrinária e jurisprudencial. 
Segundo o Supremo, nas situações jurídicas em que a Constituição autoriza a 
acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à remuneraçãode cada um deles, e não ao somatório do que recebido. Na ocasião foi fixada a seguinte 
tese de repercussão geral: 
 
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de 
cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da 
Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos 
vínculos formalizados, afastada a observância do teto 
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente 
público. (RE 612975/MT e RE 602043/MT, rel. ministro Marco 
Aurélio, julgamento em 27/4/2017) 
 
ATENÇÃO! RECEBIMENTO INDEVIDO DE VALORES POR SERVIDOR PÚBLICO E A 
EVENTUAL OBRIGAÇÃO DE DEVOLVÊ-LOS: 
- Decisão administrativa posteriormente revogada em razão de interpretação errônea 
da lei “ERRO DE DIREITO”: NÃO haverá obrigação de devolver os valores. Há presunção 
de que o servidor os recebeu de boa-fé (REsp 1.244.182/PB); 
Súmula 249 do TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente 
percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de 
erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de 
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autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da 
presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas 
salariais. 
Súmula 34 da AGU: É incabível a restituição de valores de caráter alimentar percebidos 
de boa-fé, por servidor público, em virtude de interpretação errônea, má aplicação da 
lei ou erro da Administração. 
É incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público 
em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da 
Administração Pública. Quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma 
lei, resultando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que 
os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto, 
ante a boa-fé do servidor público. Em virtude do princípio da legítima confiança, o 
servidor público, em regra, tem a justa expectativa de que são legais os valores pagos 
pela Administração Pública, porque jungida à legalidade estrita. Assim, diante da 
ausência da comprovação da má-fé no recebimento dos valores pagos indevidamente 
por erro de direito da Administração, não se pode efetuar qualquer desconto na 
remuneração do servidor público, a título de reposição ao erário. STJ. 1a Seção. REsp 
1.244.182-PB, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/10/2012 (Recurso 
Repetitivo – Tema 531). 
- Decisão administrativa posteriormente revogada em razão de erro administrativo 
“ERRO DE FATO”: Em princípio, a devolução é devida. Mas, o servidor pode demonstrar, 
no caso concreto, que não tinha condições de perceber a ilicitude no recebimento dos 
valores. 
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo 
(operacional ou de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da 
lei pela Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o 
servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com 
demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. STJ. 1ª 
Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 
(Recurso Repetitivo – Tema 1009) (Info 688). 
A possibilidade de exigir do servidor a devolução das quantias pagas encontra-se 
prevista no art. 46, caput, da Lei nº 8.112/90. Impossibilitar a devolução dos valores 
recebidos indevidamente por erro perceptível da Administração Pública, sem a análise 
do caso concreto da boa-fé objetiva, permitiria o enriquecimento sem causa por parte 
do servidor, em flagrante violação do art. 884 do Código Civil. 
Os pagamentos indevidos aos segurados decorrentes de erro administrativo (material 
ou operacional) não embasado em interpretação errônea da lei pela Administração, são 
repetíveis, sendo legítimo o desconto no percentual de até 30% (trinta por cento) do 
valor do benefício pago ao segurado/beneficiário, ressalvada a hipótese em que o 
segurado, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com a 
demonstração de que não era possível constatar o pagamento indevido. STJ. 1ª Seção. 
REsp 1.381.734/RN, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso 
Repetitivo — Tema 979) (Info 688). 
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38 
- Decisão judicial posteriormente reformada: Haverá obrigação de devolver os valores, 
face a precariedade da decisão judicial. O servidor tinha conhecimento que a decisão 
poderia ser modificada em sede recursal (AREsp 58.820/AL); 
- Decisão transitada em julgada e posteriormente rescindida (ação rescisória): NÃO 
haverá obrigação de devolver os valores. O caráter definitivo da sentença originária 
denota a boa-fé do servidor no recebimento dos valores (AREsp 463.279/RJ). 
 
ATENÇÃO! O STJ diferenciou a situação do servidor que recebe quantias em razão de 
erro da Administração daquela do herdeiro que recebe valores da Administração por 
erro operacional: “Os herdeiros devem restituir proventos que, por erro operacional da 
Administração Pública, continuaram sendo depositados em conta de servidor público 
após o seu falecimento”. A ideia é que o herdeiro não tem relação jurídica com o Estado 
e que não há como se presumir boa-fé em tal situação, de modo que o contrário 
caracterizaria enriquecimento sem causa vedado no 884 do CC. 
 
1.1.10. ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES 
 
Art. 37, XVI, da CF - é vedada a acumulação remunerada de 
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de 
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções 
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades 
de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, 
direta ou indiretamente, pelo poder público. 
 
ATENÇÃO! A proibição de cumulação abrange as entidades da Administração Indireta 
com personalidade jurídica de direito privado. Aqui, não importa se é dependente ou 
não. 
 
Veda-se, expressamente, a acumulação remunerada de cargos, empregos e 
funções públicas. Em uma interpretação literal do dispositivo constitucional, parte da 
doutrina entende ser possível a acumulação não remunerada de funções, situação em 
que apenas receberá a remuneração referente a uma delas. 
Em que pese a regra acima exposta, existem algumas situações excepcionais 
em que a própria Constituição permite a acumulação remunerada, desde que haja 
compatibilidade de horários. Vejamos cada uma delas: 
 
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39 
a) Dois cargos de professor; 
b) Cargo de professor com outro técnico ou científico; 
 
ATENÇÃO! De acordo com o STJ, cargo técnico para fins de acumulação de cargos 
públicos não é aquele de nível médio com atribuições burocráticas e instrumentais, mas, 
sim, aquele que demanda a aplicação de conhecimento específico de grau superior 
(universitário) ou profissionalizante (REsp 1.569.574/RN; RMS 28.497/DF). 
 
c) Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, 
com profissões regulamentadas;d) Cargo de vereador (art. 38, III, da CF/88): havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do 
cargo eletivo; 
e) Exercício do magistério por magistrados (art. 95, parágrafo 
único, I, da CF/88); 
f) Exercício do magistério por membros do Ministério Público 
(art. 128, §5º, da CF/88). 
 
ATENÇÃO! SEGUNDO O STJ, não é possível a acumulação de dois cargos públicos 
quando a soma da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite máximo 
de 60 horas semanais (REsp 1.565.429/SE, j. em 24/11/2015 (Info 576). Assim, mesmo 
que exista compatibilidade de horários, se a jornada semanal ficar acima de 60 horas, a 
acumulação não será permitida, considerando que o servidor estaria muito cansado e 
isso atrapalharia seu desempenho funcional, em prejuízo ao princípio constitucional da 
eficiência. 
ENTRETANTO, DE ACORDO COM O STF, tal limite de horas semanais extrapola a redação 
da CF/88, que condiciona a cumulação de cargos tão somente à compatibilidade de 
horários. Assim, para o Supremo, não existe, em tese, carga horária semanal máxima 
para a cumulação. Para o Supremo, basta que haja compatibilidade de horários. Confira-
se a decisão de agosto de 2018: 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. PARECER GQ 145/1998/AGU. LIMITE MÁXIMO DE 60 HORAS SEMANAIS 
EM CASOS DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS OU EMPREGOS PÚBLICOS. IMPOSSIBILIDADE. 
PRECEDENTES. COMPATIBILIDADE DAS JORNADAS DE TRABALHO DA IMPETRANTE. 
COMPROVAÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. 
I – A existência de norma infraconstitucional que estipula limitação de jornada semanal 
não constitui óbice ao reconhecimento do direito à acumulação prevista no art. 37, XVI, 
c, da Constituição, desde que haja compatibilidade de horários para o exercício dos 
cargos a serem acumulados. Precedentes. II - Agravo regimental a que se nega 
provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4°, do CPC. (RMS, DJe 
06/08/2018) 
Trata-se de jurisprudência firme no STF, consoante se depreende dos julgados abaixo: 
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40 
“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. 
PROFISSIONAL DA SAÚDE. ART. 17 DO ADCT. 
1. Desde 1º.11.1980, a recorrida ocupou, cumulativamente, os cargos de auxiliar de 
enfermagem no Instituto Nacional do Câncer e no Instituto de Assistência dos Servidores 
do Estado do Rio de Janeiro - IASERJ. A administração estadual exigiu que ela optasse 
por apenas um dos cargos. 
2. A recorrida encontra-se amparada pela norma do art. 17, § 2º, do ADCT da CF/88. Na 
época da promulgação da Carta Magna, acumulava dois cargos de auxiliar de 
enfermagem. 
3. O art. 17, § 2º, do ADCT deve ser interpretado em conjunto com o inciso XVI do art. 
37 da Constituição Federal, estando a cumulação de cargos condicionada à 
compatibilidade de horários. Conforme assentado nas instâncias ordinárias, não havia 
choque de horário nos dois hospitais em que a recorrida trabalhava. 
4. Recurso extraordinário conhecido e improvido.” 
[...] 
MINISTRA ELLEN GRACIE (Relatora): 
“Em 29 de dezembro de 2004, a administração estadual exigiu que a recorrida optasse 
por apenas um desses cargos, sob o fundamento de que a soma da carga horária 
semanal superava o limite de 65 horas estabelecido no Decreto estadual 13.042/89, que 
regulamentou a matéria no Estado do Rio de Janeiro. 
(...) 
Sob o ponto de vista das normas constitucionais, a recorrida preencheu todos os 
requisitos para a pretendida acumulação. 
É lícito ao Chefe do Executivo editar decretos para dar cumprimento à lei e à 
Constituição. 
Não pode, entretanto, sob o pretexto de regulamentar dispositivo constitucional, criar 
regra não prevista, como fez o Estado do Rio de Janeiro no presente caso, fixando 
verdadeira norma autônoma.” (RE 351.905/RJ, Rel. Min. Ellen Gracie, j. em 
24/05/2005) 
‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. 
CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS. EXISTÊNCIA DE 
NORMA INFRACONSTITUCIONAL QUE LIMITA A JORNADA SEMANAL DOS CARGOS A 
SEREM ACUMULADOS. PREVISÃO QUE NÃO PODE SER OPOSTA COMO IMPEDITIVA AO 
RECONHECIMENTO DO DIREITO À ACUMULAÇÃO. COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS 
RECONHECIDA PELA CORTE DE ORIGEM. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. 
I - A existência de norma infraconstitucional que estipula limitação de jornada semanal 
não constitui óbice ao reconhecimento do direito à acumulação prevista no art. 37, 
XVI, c, da Constituição, desde que haja compatibilidade de horários para o exercício 
dos cargos a serem acumulados. 
II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido quanto à 
compatibilidade de horários entre os cargos a serem acumulados, necessário seria o 
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41 
reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da 
Súmula 279 do STF. 
III - Agravo regimental improvido.’ (Grifos meus)” 
(grifos no original). (RE 633.298-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, 
DJe de 14/2/2012) 
 
Em regra, também é VEDADA a PERCEPÇÃO ACUMULADA de proventos de 
aposentadoria provenientes do Regime Próprio de Previdência Social com a 
remuneração de cargo, emprego ou função pública. 
 
Art. 37, § 10, CF – É vedada a percepção simultânea de 
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função 
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão 
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 
Art. 40, § 6º, CF - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a 
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de 
previdência previsto neste artigo. 
 
Exceções: 
 
a) Acumulações de cargos permitidas pela Constituição 
(situações acima estudadas); 
b) Cargos eletivos; 
c) Cargos em comissão. 
 
ATENÇÃO! Perceba que não há qualquer vedação à cumulação de remuneração de 
cargo, emprego ou função pública com proventos decorrentes do Regime Geral de 
Previdência Social (art. 201 da CF/88). 
 
1.1.11. SERVIDORES PÚBLICOS E O EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO 
 
Art. 38 da CF – Ao servidor público da administração direta, 
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, 
aplicam-se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, 
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; 
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42 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, 
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do 
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a 
norma do inciso anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício 
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para 
todos os efeitos legais, exceto para promoção por 
merecimento; 
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência 
social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de 
origem. 
 
ATENÇÃO! Aregra do art. 38 da CF NÃO abrange as entidades da Administração Indireta 
com personalidade de direito privado. Ocorre, contudo, que outros dispositivos da 
Constituição Federal acabam por vedar tal acumulação: Deputados Federais e 
Senadores (art. 54, I, “a”), Deputados Estaduais (art. 27, § 1º), Vereadores (art. 29, IX), 
Presidente e Vice-Presidente da República, Governadores e Vice-Governadores (art. 28, 
§ 1º), Prefeitos e Vice-Prefeitos (art. 29, XIV). 
 
Regra 
O servidor deverá ser afastado de seu cargo, emprego ou 
função. 
Mandato de 
Prefeito 
O servidor deverá ser afastado de seu cargo, emprego ou 
função, mas poderá optar entre a remuneração de prefeito ou 
a do cargo público a que pertencia. 
Mandato de 
Vereador 
a) Há compatibilidade de horários: continuará desempenhando 
o cargo, emprego ou função de origem e receberá de forma 
cumulativa a sua remuneração com a do mandato eletivo; 
b) Não há compatibilidade de horários: deverá ser afastado de 
seu cargo, emprego ou função, mas poderá optar entre a 
remuneração de vereador ou a do cargo público a que 
pertencia. 
 
1.1.12. REGIME JURÍDICO ÚNICO 
 
Art. 39 da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime 
jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
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43 
administração pública direta, das autarquias e das fundações 
públicas. (redação original) 
Art. 39 da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão conselho de política de administração e 
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados 
pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) 
 
Em sua redação original, o art. 39 da CF/88 previa a exigência de instituição no 
âmbito da Administração Direta e na Autárquica e Fundacional (Administração de 
Direito Público) de um regime jurídico único para os servidores públicos. Note que a 
Constituição apenas “exigiu” a instituição do regime único, de modo que sua efetiva 
instituição dependia da edição de uma lei específica por cada ente federativo. 
Mas o que era esse regime jurídico único? 
Bem, era a impossibilidade de a Administração Pública Direta, Autárquica e 
Fundacional, em cada âmbito federativo, ter servidores públicos estatutários e celetistas 
ao mesmo tempo. Cada esfera da federação, portanto, devia optar entre um ou outro 
regime jurídico, fixando-o como o padrão para seus servidores. 
De acordo com Fernanda MARINELA, havia uma preferência pelo regime 
estatutário, cujos direitos, obrigações e garantias são mais compatíveis com o 
funcionamento da Administração Pública (de direito público) e com o exercício de 
funções típicas de Estado, justificando-se a opção pelo regime de emprego público 
(celetista) apenas para Municípios sem condições de arcar com os ônus inerentes ao 
regime de cargo público (estatutário). Há, entretanto, quem sustente haver ampla 
liberdade do legislador para escolher entre um e outro. De todo modo, essa “opção” 
devia ser feita por lei de cada ente federativo. 
 
ATENÇÃO! No âmbito federal, a Lei Federal nº 8.112/1990 instituiu o regime único 
estatutário. Isso se repete em todos os Estados da Federação. 
 
Ocorre, no entanto, que, com a promulgação da Emenda Constitucional nº 
19/98 [que promoveu a chamada “Reforma Administrativa”], alterou-se a redação do 
art. 39, suprimindo-se a exigência constitucional desse regime jurídico único. Na 
prática, seria possível a criação de leis instituindo, paralelamente, o regime estatutário 
e o celetista. 
Foi o que ocorreu, no âmbito federal, com a entrada em vigor da Lei Federal nº 
9.962/2000, que previu o chamado regime do emprego público (celetista) para a 
Administração Direta, Autárquica e Fundacional Federal [o mesmo ocorreu com a maior 
parte dos Estados brasileiros]. 
Nesse segundo momento, acaba a obrigatoriedade do regime jurídico único (EC 
19/98), e, com a Lei Federal nº 9.962/2000, acaba efetivamente o regime jurídico único 
em âmbito federal. Dessa forma, seria possível vislumbrar, dentro de uma mesma 
pessoa pública, servidores submetidos a regime celetistas e outros a regime estatutário. 
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E isso efetivamente ocorreu, havendo diversos empregados públicos no âmbito da 
Administração Direta, Autárquica e Fundacional Federal. 
TODAVIA, posteriormente, o STF deferiu medida cautelar em ADI 
reconhecendo a inconstitucionalidade formal da alteração do art. 39, caput, da CF/88, 
promovida pela EC 19/98, uma vez que não houve a apreciação de reforma textual por 
ambas as Casas Legislativas (art. 60, §2º, CF/88). 
A concessão da medida cautelar produziu o chamado efeito repristinatório (art. 
11, § 2º, da Lei 9.868/99), tornando novamente aplicável a redação originária do art. 
39, de modo que foi restabelecido o regime jurídico único. 
Ademais, como não houve manifestação do STF em sentido diverso, a decisão 
liminar produziu efeito ex nunc (não retroativo), de modo que aqueles empregados 
públicos já contratados até o deferimento da cautelar continuam a atuar no âmbito das 
unidades federativas, continuando a existir empregados públicos no âmbito das 
entidades federativas que já haviam optado pelo regime jurídico estatutário antes da EC 
19/98. 
Em suma, a partir da decisão do STF, voltou a vigorar o regime jurídico único na 
Administração Pública com personalidade jurídica de direito público, contudo, em razão 
da ausência de efeitos retroativos da decisão, eventuais agentes públicos contratados 
nos termos do regime de emprego público (Lei Federal nº 9.962/2000) permanecerão 
regidos por esse vínculo. 
Sobre o regime de emprego público, podemos fazer o seguinte resumo: 
 
- Na Administração Direta, Autárquica e Fundacional, foi possível 
a contratação de celetista [ao lado dos estatutários] entre a EC 
19/1998 e o deferimento de MC na ADI 2.135/DF, continuando 
aqueles que assim ingressaram na Administração regidos pela 
CLT até a atualidade [mas sem possibilidade de novas 
contratações]; 
- Na Administração Indireta de Direito Privado [empresas 
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de 
direito privado], é o regime adotado [não é possível regime 
estatutário] 
- Regime celetista para agentes comunitários de saúde e agentes 
de combate às endemias (art. 198, § 4º, CF/88, c/c Lei Federal nº 
11.350/2006); 
- Obrigatoriedade de concurso público (art. 37, II, CF/88), 
inclusive para as pessoas jurídicas de direito privado da 
Administração; 
- Proibição de acumulação (art. 37, XVII, CF/88), inclusive para as 
pessoas jurídicas de direito privado da Administração; 
- Respeito ao teto constitucional, aplicável às empresas públicas 
e sociedades de economia mista apenas se dependentes (art. 37, 
§ 9º, CF/88); 
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- Ausência de estabilidade: S. 390, II, TST; 
- Dispensa necessariamente motivada (STF, RE 589.998/PI). 
 
ATENÇÃO! EMPREGO PÚBLICO EM COMISSÃO 
Embora não se exija lei para a criação de empregos públicos na Administração Indireta 
de Direito Privado, entende-se que, como a figura do emprego público em comissão não 
tem previsão constitucional, bem como por se tratar de exceção à regra constitucional 
do concurso público [lembre-se que o acesso a quaisquer cargos, empregos oufunções 
públicas na Administração Direta e Indireta depende, em regra, de concurso público], é 
indispensável que haja lei criando o emprego em comissão. Essa é a posição do TST e 
do TRF-8, in verbis: 
RECURSO DE REVISTA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONTRATAÇÃO DE PESSOAL. 
EMPREGO EM COMISSÃO. CRIAÇÃO AUTORIZADA POR LEI. NECESSIDADE. A empresa 
reclamada é uma sociedade de economia mista, cuja criação, ao teor do art. 37, XIX, da 
Constituição Federal, com a redação dada pela EC-19/1998, depende de autorização em 
lei específica. Por ser uma sociedade de economia mista, está sujeita ao regime jurídico 
próprio da iniciativa privada, inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas (art. 
173, § 1º, II, da Constituição Federal), encontrando-se seus empregados sob o regime 
da CLT, que não prevê, de forma específica e clara, entre as modalidades do contrato 
(art. 443), o emprego em comissão-. A Constituição Federal, por sua vez, dispõe que a 
investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do 
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração (art. 37, II, da CF). A 
Constituição da República faz expressa distinção entre cargo (regido pelo estatuto 
próprio de natureza administrativa) e emprego público (regido pelas regras gerais típicas 
da iniciativa privada – CLT), mas exige a prévia aprovação em concurso para investidura 
em ambos e, ao fazer a ressalva, não menciona emprego em comissão, cogitando 
apenas de cargo público. Nesse contexto, percebe-se que não há, no direito positivo, 
previsão de emprego público em comissão, donde se conclui que se trata de uma criação 
das empresas públicas e sociedades de economia mista, que o instituem em seus 
regulamentos, nos moldes dos cargos em comissão previstos na administração direta. A 
necessidade de haver espaço para que outras pessoas, além dos empregados públicos 
stricto sensu, isto é, aqueles ocupantes de empregos permanentes, exerçam funções de 
direção, chefia e assessoramento, uma vez que conclusão oposta imobilizaria as 
perspectivas gerenciais e a otimização das atividades próprias das sociedades de 
economia mista, é uma realidade. Não obstante, faz-se necessário a observância de 
determinados requisitos, estes extraídos da própria Carta Magna, entre os quais o de 
que os empregos em comissão sejam criados por lei. O quadro fático apresentado na 
decisão recorrida mostra que o emprego em comissão não foi criado por lei, o que 
demonstra a clara intenção de burlar a exigência de concurso público. Incidência da 
Súmula n.º 363 do TST. Recurso de revista a que se dá provimento. (RR – 95600-
42.2008.5.10.0009, julgado em 27/06/2012, Relatora Ministra: Kátia Magalhães 
Arruda, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/07/2012). 
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46 
“A reclamada não juntou aos autos a Lei nº 2.740, de 2 de março de 1956, que a criou. 
Consta, entretanto, às fls. 88 a 104, o seu estatuto social, estabelecendo o parágrafo 
único do artigo 1º que a reclamada se rege, no que couber, pela Lei das Sociedades por 
Ações, pelas disposições especiais das leis federais, pelo presente Estatuto e demais 
dispositivos legais aplicáveis. (sic, fl. 88). 
Há, ainda, nos autos as Portarias nºs 052/2003-PRE-CEA (fl. 14) e 015/2006-PRE-CEA (fl. 
113), pelas quais o reclamante foi contratado e exonerado pela reclamada, 
respectivamente, do cargo em comissão de chefe de agência de Amapá-AGAM. 
Cabe, aqui, a indagação: seria possível a existência de empregos a serem providos em 
comissão em empresas públicas e sociedades de economia mista, sem necessidade, 
portanto, de prévia aprovação em concurso público? 
Destaco, desde logo, que a questão é polêmica, mas que, em um ponto, há acordo, qual 
seja, no caso de se pretender criar empregos gerenciais e de assessoramento de livre 
nomeação e exoneração, faz-se necessário que isto se dê por força da lei que 
estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública ou da sociedade de economia mista, 
nos termos do disposto no artigo 173, § 1º, da CF/88. 
No caso dos autos, conforme antes referido, não há como se aferir a criação, ou não, de 
tais cargos de comissão, o do reclamante, inclusive, qual seja, o de gerente de agência 
de Amapá. Inexiste, portanto, prova de sua criação regular. 
Entendo, assim, que, como não houve criação por lei, não há falar em existência de 
empregos gerenciais e de assessoramento de livre nomeação e exoneração no âmbito 
da sociedade de economia mista reclamada. 
Desta forma, ao contrário do alegado pelo reclamante, não ficou configurado que, de 
fato, ocupasse cargo comissionado. Igualmente, não prospera a sua afirmação de que à 
reclamada não se aplicam as regras típicas do regime estatutário, mas sim do celetista, 
deixando-se claro que a ela se aplica o disposto no artigo 37, inciso II e § 2º, da CF/88, o 
qual, no caso concreto, foi descumprido. Por assim ser, não há como se reformar a 
sentença neste particular.” (RO – 0089000-96.2007.5.08.0202, julgado em 04/12/2007, 
Relatora Desembargadora do Trabalho SUZY ELIZABETH CAVALCANTE KOURY. 1º 
Turma, DJT 07/12/2007) 
 
ATENÇÃO! TEMA CONTROVERSO! SERVIDORES PÚBLICOS E COMPETÊNCIA DE 
JUSTIÇA! 
No julgamento da ADI 3395, o STF fixou a tese de que o disposto no art. 114, I, da CF 
(competência da Justiça do Trabalho para “as ações oriundas da relação de trabalho, 
abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”) não abrange as 
causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação 
jurídico-estatutária (STF. Plenário. ADI 3395 MC, Rel. Cezar Peluso, j. em 05/04/2006). 
Em 2015, em sede de repercussão geral, o Supremo estabeleceu que “Compete à Justiça 
do Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da Administração 
Pública, por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes 
da CF/88, sob regime da CLT, com o objetivo de obter prestações de natureza 
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47 
trabalhista”. (STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 
01/10/2015 (repercussão geral). 
Nesse mesmo sentido, em 2016, examinando o Conflito de Competência nº 7.950/RN, 
o STF estabeleceu que “Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com 
depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou 
no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso”. (STF. 
Plenário.CC 7950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 – Info 839). 
Perceba-se que, até então, o critério que parecia estar vigendo na Corte Maior para a 
definição da competência era o da natureza da verba em discussão. 
Entretanto, em 2016 e 2017, o Plenário do STF afirmou que o critério para estabelecer 
a competência de justiça é o da natureza do vínculo existente com a Administração, 
firmando que: 
Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos de 
vantagem remuneratória, que teve origem em período celetista anterior ao advento do 
regime jurídico único. 
Reconhecido que o vínculo atual entre o servidor e a Administração Pública é 
estatutário, compete à Justiça comum processar e julgar a causa. 
É a natureza jurídica do vínculo existente entre o trabalhador e o Poder Público, vigente 
ao tempo da propositura da ação, que define a competênciajurisdicional para a solução 
da controvérsia, independentemente de o direito pleiteado ter se originado no período 
celetista.” (STF. Plenário. Rcl 8909 AgR/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
Min. Cármen Lúcia, j. em 22/09/2016 – Info 840; STF. 2ª Turma. Rcl 26064 AgR/RS, rel. 
orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, j. em 21/11/2017 – Info 885). 
Essa tese foi confirmada em 2019, no sentido de que: 
Compete à Justiça comum processar e julgar causa de servidor público municipal 
admitido mediante aprovação em concurso público sob o regime da CLT e que, 
posteriormente, passou a ser regido pelo estatuto dos servidores públicos municipais 
(estatutário). 
Como o vínculo do servidor com a administração pública é atualmente estatutário, a 
competência para julgar a causa é da Justiça comum, ainda que as verbas requeridas 
sejam de natureza trabalhista e relativas ao período anterior à alteração do regime de 
trabalho. 
(STF. Plenário. CC 8018/PI, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 19/12/2019 – Info 964). 
Igualmente, agora em 2020, o Supremo firmou o entendimento de que: 
Compete à Justiça Comum julgar conflitos entre Município e servidor contratado depois 
da CF/88, ainda que sem concurso público, pois, uma vez vigente regime jurídico-
administrativo, este disciplinará a absorção de pessoal pelo poder público. 
Logo, eventual nulidade do vínculo e as consequências daí oriundas devem ser 
apreciadas pela Justiça comum, e não pela Justiça do Trabalho. 
(STF. Plenário. ARE 1179455 AgR/PI, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 5/5/2020 – Info 976). 
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48 
Ao que parece, atualmente, o STF considera que o critério definidor da competência 
para o julgamento de demandas apresentadas por agentes da Administração Pública 
Direta, autárquica e fundacional é a natureza do vínculo funcional atual, não importando 
a da verba discutida. Essa é a posição GENÉRICA a ser adotada em concursos. Contudo, 
se houver a cobrança específica da Repercussão Geral ARE 906491 RG, deve ser 
observada sua literalidade, no sentido de que “Compete à Justiça do Trabalho processar 
e julgar demandas propostas contra órgãos da Administração Pública, por servidores 
que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes da CF/88, sob regime 
da CLT, com o objetivo de obter prestações de natureza trabalhista”. Da mesma forma, 
também deve ser considerado correto o texto do Conflito de Competência nº 7.950/RN, 
qual seja “Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço 
público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso”. Embora não possamos 
dizer que essa é a distinção tomada pelo STF, fiquem atentos para o detalhe de que 
ambos se referem a servidores que ingressaram sem concurso antes da CF/88. 
 
1.1.13. ESTÁGIO PROBATÓRIO E A GARANTIA DA ESTABILIDADE 
 
Art. 41 da CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício 
os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em 
virtude de concurso público. 
1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja 
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor 
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se 
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a 
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em 
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço. 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o 
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado 
aproveitamento em outro cargo. 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é 
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
 
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A ESTABILIDADE é o direito do servidor público ocupante de cargo público de 
provimento efetivo em virtude de concurso público de não ser dispensado do cargo que 
desempenha, ressalvadas as hipóteses constitucionais autorizativas. 
Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo, após três anos de 
efetivo exercício e submissão a avaliação especial de desempenho, tornam-se estáveis. 
Verifica-se, assim, a impossibilidade de os empregados públicos tornarem-se estáveis, 
já que não ocupam cargo público efetivo. A garantia é restrita aos servidores 
estatutários. 
 
ATENÇÃO! Os empregados públicos, embora não possuam estabilidade, têm sua 
dispensa condicionada à motivação, em respeito aos princípios constitucionais da 
impessoalidade e da moralidade, a exemplo dos empregados públicos dos Correios, 
empresa pública (STF, Plenário, RE nº 589.998 ED/PI, j. em 10/10/2018 – repercussão 
geral – Info 919). Essa motivação, contudo, não se confunde com a justa causa da CLT, 
que exige o enquadramento em uma das hipóteses legais. Trata-se apenas da 
demonstração de que a dispensa do empregado público visou ao interesse público, e 
não por razões de perseguições ou outros interesses privados escusos. 
 
Por sua vez, ESTÁGIO PROBATÓRIO é o período inicial de três anos de efetivo 
em que o servidor é avaliado quanto à sua aptidão para o cargo assumido. 
É obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída 
para essa finalidade, com aprovação, para a aquisição da estabilidade. Ou seja, não 
basta o mero decurso do tempo, sendo imprescindível efetiva avaliação do desempenho 
do servidor (neste sentido: Enunciado 37 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ). 
 
ATENÇÃO! Apesar de ainda não estável, o servidor em estágio probatório não poderá 
ser exonerado sem que lhe seja garantido, previamente, o contraditório e a ampla 
defesa. Assim, deve ser instaurado procedimento regular para apurar a capacidade do 
servidor. Nesse sentido, o Enunciado nº 21 da Súmula do STF dispõe: “Funcionário em 
estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as 
formalidades legais de apuração de sua capacidade”. 
 
Adquirida a estabilidade pelo servidor público, somente poderá ser demitido 
ou exonerado nas seguintes hipóteses: 
 
a) Sentença judicial transitada em julgado; 
b) Processo administrativo disciplinar em que lhe sejam 
garantidos o contraditório e a ampla defesa; 
c) Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa: a 
referida lei complementar ainda não foi editada, de forma que o 
dispositivo não possui ainda aplicabilidade (EC 19/98); 
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d) Adequação de gastos com despesa de pessoal (art. 169, §4º, 
da CF/88): nessa hipótese, a exoneração dos servidores estáveis 
apenas poderá ser implementada após a redução em pelo 
menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e 
funções de confiança e a exoneração dos servidores não estáveis 
[a exoneração de servidores estáveis é a terceira opção]. Nesse 
caso, servidorque perder o cargo fará jus a indenização 
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. 
Ademais, o cargo objeto da redução será considerado extinto, 
sendo vedada a criação de cargo, emprego ou função com 
atribuições semelhantes pelo prazo de 04 (quatro) anos. 
 
Não confunda a estabilidade com a VITALICIEDADE, que é uma garantia de mais 
elevada de determinados cargos públicos. Os servidores vitalícios somente poderão ser 
demitidos por sentença judicial transitada em julgado. A CF/88 atribui essa garantia 
aos: 
 
- Magistrados (art. 95, I, da CF/88); 
- Membros do Ministério Público (art. 128, §5º, da CF/88); 
- Membros dos Tribunais de Contas (art. 73, §3º, da CF/88). 
 
1.1.14. ESTABILIDADE EXTRAORDINÁRIA 
 
Art. 19 do ADCT: Os servidores públicos civis da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração 
direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na 
data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco 
anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma 
regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis 
no serviço público. 
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo 
será contado como título quando se submeterem a concurso 
para fins de efetivação, na forma da lei. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de 
cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem 
aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço 
não será computado para os fins do "caput" deste artigo, exceto 
se se tratar de servidor. 
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de 
nível superior, nos termos da lei. 
 
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51 
A Constituição garantiu estabilidade excepcional aos servidores que, embora 
não tenham sido admitidos por meio de concurso público, encontravam-se em 
exercício há pelo menos 05 anos quando da data da promulgação da CF/88. 
Note que o STF decidiu que a referência a “fundações públicas” no caput do art. 
19 do ADCT limita-se às fundações públicas de direito público, não abrangendo as 
fundações públicas de direito privado (STF. RE 716378/SP, j. 07.08.2019 – Info 946). 
Essa estabilidade não abrange ocupantes de cargos, funções e empregos de 
confiança ou em comissão, em razão da precariedade inerente ao vínculo então 
estabelecido. 
 
ATENÇÃO! ESTABILIDADE x EFETIVIDADE 
Em julgado didático, o STF explicou a diferença entre estabilidade [é o direito de 
permanência no serviço público no cargo em que fora admitido, sendo impossível sua 
demissão fora das hipóteses constitucionais, existindo de forma excepcional para quem 
atender aos requisitos do art. 19 do ADCT] de efetividade [somente adquirida por 
concurso público, incorpora o servidor na carreira, com direito aos benefícios privativos 
de seus integrantes e à progressão funcional, inclusive com filiação ao RPPS]. Assim 
sendo, para o Supremo, aquele que goza da estabilidade excepcional do art. 19 do 
ADCT, como não foi aprovado em concurso público, não é servidor efetivo, de modo 
que não integra a carreira, não gozando dos benefícios que lhe são próprios, 
vinculando-se ao RGPS, e não ao RPPS (STF, ADI 114 e ARE 1.069.876 AgR). 
 
Por fim, ressalte-se que o STF entende que as Constituições Estaduais e Leis 
Orgânicas Municipais e Distrital NÃO podem ampliar a estabilidade extraordinária do 
art. 19 do ADCT (STF, ADI nº 1.241/RN). 
 
1.1.15. FORMAS DE PROVIMENTO E VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS 
 
Conforme visto acima: 
 
- Servidor público (em sentido estrito) é a pessoa legalmente 
investida em cargo público; 
- Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas 
a um servidor; 
- O cargo público pode ser para provimento em caráter efetivo 
ou em comissão: cargo em caráter efetivo é aquele que deve ser 
preenchido mediante prévia aprovação em concurso público 
para ser ocupado em caráter permanente; cargo em comissão é 
aquele previsto em lei de livre nomeação e exoneração pela 
autoridade competente. 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
52 
O provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido o cargo 
público, com a designação do seu titular (provimento = preenchimento). Existem duas 
formas de provimento de cargos públicos: 
 
a) Provimento originário (inicial): não decorre qualquer vínculo 
anterior com o Poder Público. A única forma de provimento 
originário é a nomeação; 
b) Provimento derivado: pressupõe um vínculo anterior entre o 
servidor e a Administração Pública. O provimento derivado é 
dividido em 03 subespécies: 
- Provimento derivado vertical: ocorre quando o servidor muda 
para um cargo melhor. Cite-se como exemplo a ascensão 
funcional (transposição/acesso) e a promoção. De acordo com o 
atual entendimento do STF, é inconstitucional o provimento de 
cargos por meio da ascensão funcional (progressão funcional do 
servidor para um cargo pertencente a carreira distinta). 
 
ATENÇÃO! 
Súmula vinculante nº 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado 
ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente 
investido. 
Na esteira dessa SV nº 43, o STF entendeu que “A equiparação de carreira de nível médio 
a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada pelo art. 37, II, da CF/88”. 
(STF. Plenário. ADI 3199, Rel. Roberto Barroso, j. em 20/04/2020 – Info 977). 
 
- Provimento derivado horizontal: servidor muda para um cargo 
com atribuições similares e com remuneração compatível ao 
cargo de origem. É admitida pelo ordenamento jurídico, como 
ocorre no caso da readaptação; 
- Provimento derivado por reingresso: após sair do serviço 
público, servidor retorna para o mesmo cargo que 
desempenhava anteriormente. Também é admitida pelo 
ordenamento jurídico, como ocorre no caso da recondução, 
reintegração, aproveitamento e da reversão. 
 
O art. 8º da Lei Federal nº 8.212/90 estabelece as ss. formas de provimento de 
cargo público: 
 
I - nomeação; 
II - promoção; 
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53 
III - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
IV – transferência; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
V - readaptação; 
VI - reversão; 
VII - aproveitamento; 
VIII - reintegração; 
IX - recondução. 
 
Para fins de prova, é importante saber diferenciar as diferentes formas de 
provimento. 
A NOMEAÇÃO pode ser para cargo em caráter efetivo ou em comissão. Nos 
termos do art. 10 da Lei nº 8.112/90, a nomeação para cargo de provimento efetivo 
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, 
obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Por outro lado, a 
nomeação para os cargos em comissão é ato discricionário que sequer precisa de 
motivação, assim como a exoneração. 
Neste ponto, é importante ressaltar que a investidura no cargo público e a 
aquisição da qualidade de servidor público apenas ocorrem com a posse, a qual, de 
acordo com o art. 13 da Lei Federal nº 8.112/90, deve se dar no prazo improrrogável de 
30 (trinta) dias, contados da publicação do ato de provimento. É necessário conferir o 
prazo da legislação estadual, o qual pode diferir daquele federal, inclusive com a 
previsãoda possibilidade de prorrogação. Nomeado, caso não se tome posse, aquele 
ato de provimento será TORNADO SEM EFEITO. 
A seu turno, com a entrada em exercício, o servidor passa efetivamente a 
desempenhar as atribuições do cargo público ou função de confiança, com a contagem 
do tempo de serviço para todos os fins. Na Lei Federal, o servidor deve entrar em 
exercício em 15 (quinze) dias, contados da data da posse, sob pena de EXONERAÇÃO 
(art. 15). 
Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de inscrição a 
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições estejam aptas a exercer, 
sendo-lhes reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas. 
A PROMOÇÃO é a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro de 
uma mesma carreira. Pode acontecer por antiguidade ou merecimento. É a única 
hipótese de provimento derivado vertical compatível com a Constituição; eventuais 
outros casos previstos em lei local não são admitidos. 
A READAPTAÇÃO, por sua vez, é a investidura do servidor em cargo de 
atribuições e responsabilidades compatíveis com limitação à sua capacidade física ou 
mental posterior à nomeação (arts. 25-27 da Lei Federal nº 8.212/90). 
A readaptação deve ser efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a 
habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese 
de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até 
a ocorrência de vaga. Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será 
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54 
aposentado por invalidez. A Readaptação foi incluída no artigo 37, § 13º, da CF por força 
da Emenda 103 de 2019: 
 
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser 
readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e 
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha 
sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto 
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o 
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida 
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
 
A REVERSÃO é o retorno do servidor aposentado ao serviço ativo seja a pedido 
do servidor ou ex oficio. Segundo disposto no art. 25 da Lei nº 8.112, a reversão é o 
retorno à atividade de servidor aposentado: 
 
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar 
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou 
II - no interesse da administração, desde que: 
a) tenha solicitado a reversão; 
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; 
c) estável quando na atividade; 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à 
solicitação; 
e) haja cargo vago. 
 
Assim, de acordo com a Lei Federal nº 8.112/90, são duas as formas de 
reversão: 
 
- De ofício: junta médica constata que deixaram de existir os 
motivos que levaram o servidor a aposentar-se por invalidez; 
- A pedido: servidor estável aposentado voluntariamente que 
atender aos requisitos da lei, e desde que haja interesse da 
Administração (discricionariedade). 
 
ATENÇÃO! Para fins de memorização, tente associar a reversão à ideia do Velho, que, 
aposentado, retorna ao serviço público. Essa associação “v-v” é apenas uma estratégia 
de memorização, pois, como visto, não se restringe ao retorno do aposentado por 
tempo de contribuição/idade. 
 
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55 
A REINTEGRAÇÃO é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente 
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua 
demissão por decisão administrativa ou judicial com ressarcimento de todas as 
vantagens. 
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade. 
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao 
cargo de origem, sem direito à indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, 
posto em disponibilidade. 
 
ATENÇÃO! Disponibilidade é a situação funcional na qual o servidor passa à inatividade 
em virtude da extinção de seu cargo ou da declaração de sua desnecessidade. 
 
A RECONDUÇÃO, por outro lado, é o retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado em razão de reintegração do anterior ocupante e de 
inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. 
A reintegração está prevista expressamente no art. 41, §2º, da CF. Também tem 
assento constitucional, mas apenas na segunda hipótese (reintegração do anterior 
ocupante), a recondução [veja, portanto, que a recondução em caso de inabilitação em 
estágio probatório de outro cargo não é um direito constitucional do servidor]. Confira-
se: 
 
Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, 
será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, 
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
 
Reitere-se o entendimento do STJ no sentido de que NÃO é possível aplicação 
do instituto da recondução [na hipótese de inabilitação em estágio probatório relativo 
a outro cargo] a servidor estadual, por analogia da Lei Federal nº 8.112/1990, na 
hipótese em que o ordenamento jurídico estadual/municipal/distrital não prevê esse 
direito (RMS 46.438-MG – Info 553). 
Por fim, o APROVEITAMENTO é o retorno à atividade do servidor que estava 
em disponibilidade, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o 
anteriormente ocupado. Destaque-se que a colocação em disponibilidade exige que o 
servidor público seja estável. 
RESUMO DE PROVIMENTOS DERIVADOS: 
 
Promoção Progressão dentro da mesma carreira. 
Readaptação Limitação física ou mental. 
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56 
Reversão Servidor aposentado (“Velho”). 
Reintegração Demissão ilegal. 
Recondução Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo (Lei 
Federal nº 8.112/90); ou reintegração de servidor que ocupava o 
cargo. 
Aproveitamento Servidor estável posto em disponibilidade. 
 
ATENÇÃO! A figura do “excedente” somente existe na readaptação e na reversão de 
ofício; 
São modalidades de provimento derivado exclusivas de servidores estáveis a 
reintegração, a recondução e a reversão a pedido (no interesse da Administração) (Lei 
Federal nº 8.112/90); 
A colocação em disponibilidade pressupõe que o servidor seja estável. 
 
ATENÇÃO! Nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por 
decisão judicial, com eficácia retroativa: 
- Não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se a 
nomeação houvesse ocorrido a tempo e modo corretos. De acordo com o STF, a 
promoção ou progressão funcional [a depender do caráter da movimentação, se, 
respectivamente, vertical ou horizontal] não se resolve apenas mediante o 
cumprimento do requisito temporal, pressupondo aprovação em estágio probatório e a 
confirmação no cargo, bem como o preenchimento de outras condições indicadas na 
legislação própria (RE nº 629.392, repercussão geral, j. em 08/06/2017 – TEMA 454 – 
Informativo 868); 
- Não gera direito à indenização, salvo flagrante ilegalidade (RE 429.652; REsp 
1.238.344). 
 
ATENÇÃO! O candidato sub judice, beneficiado por decisão judicial, não possui direito 
subjetivo à nomeação e à posse antes do trânsito em julgado, mas apenas à reservada vaga (STJ, AgRg no RMS nº 30.000/PA, j. em 25/09/2012). 
 
1.1.16. FORMAS DE VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS 
 
VACÂNCIA é a saída do servidor público de seu cargo, emprego ou função. É a 
desocupação do cargo, emprego ou função, tornando-o passível de ser ocupado por 
outrem. São hipóteses de vacância previstas no art. 33 da Lei Federal nº 8.112/1990: 
 
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57 
a) EXONERAÇÃO: dispensa do servidor público sem caráter 
disciplinar, por pedido daquele ou pela Administração. Não tem 
natureza sancionatória. 
 
Se cargo efetivo, a exoneração de ofício ocorre nas hipóteses de não satisfeitas 
as condições do estágio probatório ou de, tomada posse, o servidor não entrar em 
exercício no prazo estabelecido. 
No caso de cargo em comissão, a exoneração a juízo da autoridade competente 
não precisa ser motivada, pois é ato discricionário. Contudo, se houver indicação dos 
motivos, a Administração ficará vinculada a esses motivos (Teoria dos Motivos 
Determinantes). 
Também poderá ocorrer exoneração de cargo efetivo quando for extinto cargo 
ocupado por servidor estável ou não estável (por excesso de despesa com pessoal - 
169, § 4º, da CF/88) ou se o servidor não estável estiver ocupando cargo que deva ser 
provido mediante reintegração de outro servidor anteriormente demitido ilegalmente. 
 
b) DEMISSÃO: é imposta ao servidor pelo cometimento de falta 
disciplinar e tem a natureza sancionatória. 
 
Outras hipóteses de vacância: promoção; readaptação; aposentadoria; posse 
em outro cargo inacumulável; e falecimento. 
Vacância e provimento simultâneos: promoção, readaptação e posse em outro 
cargo inacumulável. 
 
1.1.17. RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS 
 
Nos termos do art. 121 da Lei Federal nº 8.112/90, o servidor responde civil, 
penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. A 
responsabilidade do servidor pode decorrer de ato omissivo ou comissivo, doloso ou 
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
Ademais, no âmbito das decisões/opiniões técnica, o art. 28 da LINDB (incluído 
pela Lei Federal nº 13.655/2018) fixa que o “O agente público responderá pessoalmente 
por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro”. 
Importante destacar que as responsabilidades civil, penal e administrativa são 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES entre si e poderão ser cumuladas. Diz-se 
“relativamente independentes” porque, excepcionalmente, haverá interferência entre 
as diferentes esferas de responsabilidade no caso de absolvição criminal pela negativa 
do fato ou da autoria, devendo, então, ser afastada a responsabilidade nas esferas 
administrativa e civil (art. 126). A contrario sensu, a absolvição criminal por insuficiência 
de provas ou por qualquer outra razão não interfere nas demais esferas. 
Neste ponto, cabe destacar o entendimento do STJ, consagrado no Informativo 
651, estabelecendo que se a infração disciplinar praticada for, em tese, também crime, 
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58 
o prazo prescricional do processo administrativo será aquele que for previsto no art. 109 
do CP, esteja ou não esse fato sendo apurado na esfera penal (STJ. MS 20857-DF, 
22.05.2019). 
 
ATENÇÃO! As instâncias administrativas e penal são independentes entre si, salvo 
quando reconhecida a inexistência do fato ou a negativa de autoria na esfera criminal. 
No mesmo sentido, a autoridade administrativa pode aplicar a pena de demissão 
quando em processo administrativo disciplinar é apurada a prática de ato de 
improbidade por servidor público, tendo em vista a independência das instâncias civil, 
penal e administrativa. 
 
1.1.18. APOSENTADORIA 
 
Os regimes de aposentadoria público e privado foram sensivelmente alterados 
com a promulgação da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, a 
chamada Reforma da Previdência. Aqui, limitar-nos-emos a analisar a disciplina 
constitucional do regime próprio de previdência social. 
O ordenamento constitucional brasileiro prevê a existência de DOIS REGIMES 
PREVIDENCIÁRIOS: 
 
a) Regime geral de previdência social (RGPS - art. 201 da CF/88): 
cuida-se do regime da iniciativa privada, também aplicável, no 
âmbito da Administração Pública, aos empregados públicos, 
servidores que ocupam exclusivamente cargo em comissão e os 
servidores temporários. Nesse sentido, o art. 40, § 13, da CF 
dispõe: 
§ 13 - Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato 
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência 
Social. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
b) Regime próprio de previdência social (RPPS - art. 40 da 
CF/88): abrange os servidores ocupantes de cargos efetivos e 
aqueles ocupantes de cargos vitalícios. Dispõe o art. 40 da CF: 
Art. 40 da CF. O regime próprio de previdência social dos 
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo 
e solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial. Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019) 
 
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59 
ATENÇÃO! Os agentes em função de confiança e os ocupantes de cargo em comissão 
que possuam cargo efetivo estão vinculados ao RPPS. 
 
Destaque-se que as normas do RGPS se aplicam, no que couber, ao RPPS (art. 
40, §12, da CF/88). 
Vale ressaltar, ainda, a existência de vedação constitucional à existência de 
mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos 
efetivos (art. 40, §20, da CF/88). Isso não impede a existência de um regime de 
previdência especial para as Forças Armadas, o qual, inclusive, não foi afetado pela EC 
103/2019, embora tenha sofrido alterações em razão da Lei Federal nº 13.954, de 16 de 
dezembro de 2019. 
 
ATENÇÃO! DETENTORES DE MANDATO ELETIVO 
No que diz respeito aos detentores de mandato eletivo, os Deputados e Senadores 
estavam submetidos ao regime especial de previdência social da Lei Federal nº 
9.506/1997 [nos Estados, DF e Municípios, por meio de lei própria, também era possível 
a criação de regime especial para os respectivos detentores de mandato eletivo]. No 
entanto, a EC nº 109/2019 proibiu a instituição de novos regimes especiais dessa 
natureza e se estabeleceu a filiação obrigatória ao RGPS para os novos detentores de 
mandato eletivo. Os atuais mandatários eletivos continuam vinculados ao regime 
especial previsto pelo ente federativo [com o pagamento do pedágio de 30% para 
senadores e deputados federais], mas com a possibilidade de optarem, em até 180 dias, 
por migrarem para o RGPS, com a contagem recíproca do tempo e compensação 
financeira (art. 209, § 9º). Quanto àqueles que já foram detentores mas deixaram de ser 
mandatários eletivos, vedou-se seu retorno ao regime especial, apenas possibilitando 
que eles aproveitem as contribuições vertidas ao regime especial no RGPS [em outras 
palavras, mesmo que já tenham exercido mandado eletivo e vertido contribuição para 
o regime especial, se eles voltarem a titularizar mandato eletivo, não poderão retornar 
ao regime especial, estando, sim, vinculados ao RGPS, somente podendoaproveitar, 
neste, as contribuições vertidas àquele regime especial]. Enfim, novos detentores de 
mandato eletivo [tenham ou não já exercido mandato eletivo anteriormente] estarão 
submetidos ao RGPS. 
A locução “a qualquer tempo” do § 3º do art. 14 da EC 103/2019 diz respeito ao direito 
adquirido daqueles mandatários eletivos que já implementaram os requisitos para a 
concessão dos benefícios previdenciários do regime especial quando da promulgação 
da EC 103/2019, estabelecendo que eles não serão prejudicados pelas novas regras 
previdenciária estejam ou não aposentados. 
 
Conquanto os notários e os registradores exerçam atividade estatal por 
delegação do Poder Público, eles não são servidores públicos, não estando sujeitos ao 
RPPS nem às demais normas do art. 40, I, da CF/88, tal como a aposentadoria 
compulsória (STF, ADI nº 2.602). 
 
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60 
ATENÇÃO! Aplica-se o RGPS aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo dos 
Municípios que não possuírem lei própria disciplinando o RPPS. 
 
O RPPS tem caráter contributivo (apenas aqueles que contribuem para o 
sistema possuem direito aos benefícios), solidário (financia os atuais beneficiários, não 
se contribuindo para a sua própria conta, o que fundamenta, por exemplo, a 
contribuição do inativo) e compulsório (de filiação e contribuição obrigatórias). 
04 são os contribuintes do RPPS: ente público; servidores ativos; servidores 
inativos; pensionistas. 
 
ATENÇÃO! CONTRIBUIÇÃO DOS INATIVOS E PENSIONISTAS NO RPPS 
Diferentemente do que ocorre no RGPS, é cabível, no RPPS, a incidência de 
contribuições previdenciárias sobre os proventos de aposentadoria. Nesse sentido o art. 
40, §18, da CF/88 dispõe: 
Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo 
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual 
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Redação dada pela 
EC nº 41/03). 
Foi a EC nº 41/03 que instituiu a contribuição previdenciária para INATIVOS e 
PENSIONISTAS: estabeleceu expressamente que servidores inativos e pensionistas 
também devem contribuir para o custeio do regime previdenciário. 
A base de cálculo da contribuição dos inativos e pensionistas é a parcela dos proventos 
e pensões que supera o teto do RGPS e a alíquota aplicável é a mesma aplicável aos 
servidores ativos. 
A recente Reforma da Previdência revogou o §21 do art. 40 da Constituição Federal, que 
previa uma benesse para o portador de doença incapacitante: sua contribuição sobre 
os proventos de aposentadoria do RPPS somente poderia incidir sobre o montante que 
superar o dobro do teto do RGPS. 
A revogação do benefício passou a valer a partir da entrada em vigor da Reforma da 
Previdência no âmbito federal, enquanto que, nos âmbito estadual e municipal, a nova 
regra passará a valer na data de publicação de lei de iniciativa privativa do respectivo 
Poder Executivo que as referende integralmente, nos termos da regra de transição da 
Reforma de Previdência (art. 36, II, da EC nº 103/2019). 
Por fim, destaque-se que, embora tenha sido alterada a redação do § 2º do art. 40 da 
CF/88, a demonstrar que, agora, os servidores estão submetidos ao teto do RGPS, o 
dispositivo ressalva os §§ 14 a 16, de modo que, numa interpretação sistemática, 
somente haverá a imposição do teto se for criada a Previdência Complementar, o que 
depende de lei de iniciativa do Chefe do Executivo do respectivo ente: a União instituiu 
a Previdência Complementar através da Lei Federal nº 12.618/2012, já estando os 
servidores federais, pois, sujeitos ao teto do RGPS; quanto aos Estados e Municípios, é 
necessário verificar caso a caso. 
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61 
 
As normas da Constituição sobre aposentadoria dos servidores públicos 
efetivos são de observância obrigatória por todos os entes federados, não podendo 
nem mesmo a Constituição Estadual ou Lei Orgânica dispor sobre o tema em sentido 
contrário (STF, ADI nº 4.696). 
Além de respeitar as normas constitucionais, a autonomia dos entes políticos 
para disciplinar seu RPPS é também limitada pelas Leis Federais nº 9.717/98 e nº 
10.887/04, por meio das quais a União editou normas gerais. Tais regras vinculam todos 
os entes da Federação e devem ser observadas quando da elaboração das normas 
específicas da própria União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Art. 40, § 1º, CF - § 1º O servidor abrangido por regime próprio 
de previdência social será aposentado: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em 
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, 
hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações 
periódicas para verificação da continuidade das condições que 
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do 
respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo 
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 
(setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, 
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, 
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas 
Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de 
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei 
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 2º - Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores 
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores 
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de 
Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 3º - As regras para cálculo de proventos de aposentadoria 
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados 
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência 
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62 
social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º-A - Poderão ser estabelecidos por lei complementar do 
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de servidores com 
deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial 
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º-B - Poderão ser estabelecidos por lei complementar do 
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de 
agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial 
dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o 
inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 
144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º-C - Poderãoser estabelecidos por lei complementar do 
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas 
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por 
categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 5º - Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima 
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da 
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei 
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção 
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de 
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e 
condições para a acumulação de benefícios previdenciários 
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
ATENÇÃO! POSSIBILIDADE DE PROGRESSÃO DE ALÍQUOTAS NO RPPS! 
A Reforma da Previdência (EC nº 103/2019) incluiu os §§ 1º-A/B/C no art. 149 da CF/88 
para permitir que as alíquotas das contribuições para o RPPS sejam PROGRESSIVAS. 
Vejamos: 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção 
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
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63 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, 
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e 
pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões 
que supere o salário-mínimo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
(Vigência) 
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o 
deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da 
União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) 
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída 
simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por 
período determinado, contado da data de sua instituição. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) 
 
Existem três modalidades de aposentadoria constitucionalmente previstas 
para os servidores públicos: 
 
a) Aposentadoria por incapacidade permanente: trata-se de 
norma de eficácia limitada e que, portanto, depende de lei do 
respectivo ente federado para que produza efeitos. 
b) Aposentadoria compulsória: os servidores que completarem 
70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de 
idade, na forma de lei complementar, serão aposentados 
compulsoriamente e com proventos proporcionais. 
 
ATENÇÃO! A Lei Complementar Federal nº 152/2015 regulamentou a aposentadoria 
compulsória aos 75 anos, permitindo-a aos seguintes servidores: 
- Servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; 
- Membros do Poder Judiciário; 
- Membros do Ministério Público; 
- Membros das Defensorias Públicas 
- Membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas. 
De acordo com o STF, a aposentadoria compulsória não alcança os servidores que 
ocupam exclusivamente cargo em comissão, que podem continuar em exercício após 
os 75 (setenta e cinco) anos de idade (RE 786.540/DF – repercussão geral – Info. nº 
851). A regra é aplicada exclusivamente aos servidores públicos efetivos, já que apenas 
eles são submetidos ao RPPS. Não alcança, portanto, servidores vinculados ao RGPS. 
 
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64 
c) Aposentadoria voluntária: situação em que o servidor, 
mesmo tendo condições de continuar desempenhando o cargo, 
opta por se aposentar. 
 
A Reforma da Previdência prevê, nos § 4º-A a §4º-C, que lei complementar do 
respectivo ente federativo poderá estabelecer critérios e requisitos diferenciados para 
a aposentadoria dos servidores: 
 
i) Portadores de deficiência; 
ii) Ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente 
socioeducativo ou de policial (polícia federal; polícia rodoviária 
federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; polícia da 
Câmara dos Deputados; e polícia do Senado Federal); 
iii) Agentes que trabalhem expostos a agentes químicos, físicos 
e biológicos prejudiciais à saúde (vedada a caracterização por 
categoria profissional ou ocupação). 
 
Neste ponto, é importante destacar que, uma vez que a Reforma da Previdência 
atribuiu aos entes federados a competência para editar lei regulamentando a 
aposentadoria especial, o direito à conversão em tempo comum do trabalho prestado 
sob condições especiais também estará sujeito à legislação complementar dos entes 
federados, os quais, de acordo com o novo texto constitucional, poderão ou não 
estabelecer critérios e requisitos diferenciados para aposentadoria de servidores cujas 
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e 
biológicos prejudiciais à saúde, não podendo mais se afirmar que os servidores têm 
direito à conversão com base na aplicação do regime geral, no caso de silêncio da 
legislação complementar (RE 1014286, j. 31.08.2020). 
O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito 
de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade 
(art. 40, §9º, da CF/88). 
Ademais, NÃO é admitida qualquer forma de contagem de tempo de 
contribuição fictício para fins de recebimento de benefícios previdenciários (art. 40, 
§10, da CF/88). 
 
ATENÇÃO! DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO 
De início, não há se confundir os institutos: (i) na desaposentação, o segurado, mesmo 
depois de se aposentar, continua trabalhando e pagando contribuições previdenciárias, 
para que, depois de algum tempo, renuncia à aposentadoria que recebe, peça que os 
tempos que contribuiu antes e depois dessa inativação sejam somados, e pleiteie nova 
aposentadoria mais vantajosa, com maior tempo de contribuição; (ii) na reaposentação, 
o segurado também continua trabalhando após se aposentar e pagando contribuições 
previdenciárias referentes ao novo trabalho e renuncia à aposentadoria que já recebe 
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para pleitear outra, a qual, porém, utilizará apenas o tempo de contribuição posterior à 
primeira, sem qualquer soma. 
Em 2016, em repercussão geral, o STF concluiu que a desaposentação, embora não 
afronte a Constituição, não possui previsão legal, daí porque não pode ser admitida, 
sendo certo que somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias, sendo 
constitucional o art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991 (STF. Plenário. RE 381367/RS, RE 
661256/SC e RE 827833/SC, j. em 26 e 27/10/2016 – repercussão geral – Info 845). 
Agoraem 2020, apreciando embargos de declaração que pretendiam diferenciar o 
julgado pelo STF em 2016 dos casos de reaposentação, o STF esclareceu que a tese 
firmada anteriormente também se aplica à reaposentação, que também não possui 
previsão legal e se diferencia da desaposentação apenas porque o tempo anterior de 
contribuição não é aproveitado. Entretanto, o Supremo deu parcial provimento aos 
aclaratórios e modulou sua decisão para declarar irrepetíveis os valores alimentares 
recebidos de boa-fé por segurados beneficiados com desaposentação ou 
reaposentação, até a proclamação do resultado e garantir o direito daqueles que 
usufruem de “desaposentação” ou de “reaposentação” em decorrência de decisão 
transitada em julgado, até a proclamação do resultado do julgamento dos embargos de 
declaração, de 06/02/2020 (STF. Plenário. RE 381367 ED/RS e RE 827833 ED/SC, rel. orig. 
Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. em 06/02/2020 – 
repercussão geral – Info 965). 
 
1.1.18.1. Aposentadoria especial do professor 
 
No RPPS, vem tratada no § 5º do art. 40 da CF: 
 
§ 5º - Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima 
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da 
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei 
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
Temos, assim, que os professores que comprovem tempo de efetivo exercício 
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio 
fazem jus a uma redução de 05 (cinco) anos na idade mínima para a aposentadoria 
voluntária. 
Destaca-se que o benefício em comento não se aplica aos professores 
universitários (ensino superior) nem aos de ensino profissionalizante, limitando-se ao 
ensino básico (educação infantil, ensino fundamental e médio). 
Inicialmente, o STF entendia que as funções de magistério referidas no texto 
constitucional se restringiam à atividade em sala de aula, excluindo quaisquer atividades 
administrativas, o que devia ser observado por todos os entes federados. 
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66 
Todavia, com a publicação da Lei Federal nº 11.301/2006 [que acrescentou §2º 
ao art. 67 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei Federal nº 9.394/96), previram-
se como beneficiários do direito à aposentadoria especial do professor não só aqueles 
que atuam em sala de aula, mas também a atividade dos “especialistas em educação”, 
que exercem a direção de unidade escolar, coordenação e assessoramento 
pedagógico. 
Ocorre, contudo, que essa alteração foi questionada perante o STF, o qual, em 
2008, conferiu ao art. 1º da Lei nº 11.301/06 interpretação conforme a Constituição, 
para abranger como beneficiários da aposentadoria especial dos professores os 
diretores, coordenadores e assessores pedagógicos desde que estes sejam professores 
de carreira e desempenhem a atividade em estabelecimento de ensino básico, 
excluídos os especialistas em educação (STF, ADI nº 3.772) Confira-se a ementa do 
precedente: 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
MANEJADA CONTRA O ART. 1º DA LEI FEDERAL 11.301/2006, 
QUE ACRESCENTOU O § 2º AO ART. 67 DA LEI 9.394/1996. 
CARREIRA DE MAGISTÉRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL PARA OS 
EXERCENTES DE FUNÇÕES DE DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E 
ASSESSORAMENTO PEDAGÓGICO. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 
40, §4º, E 201, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
INOCORRÊNCIA. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE, 
COM INTERPRETAÇÃO CONFORME. 
I - A função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho 
em sala de aula, abrangendo também a preparação de aulas, a 
correção de provas, o atendimento aos pais e alunos, a 
coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção 
de unidade escolar. 
II - As funções de direção, coordenação e assessoramento 
pedagógico integram a carreira do magistério, desde que 
exercidos, em estabelecimentos de ensino básico, por 
professores de carreira, excluídos os especialistas em educação, 
fazendo jus aqueles que as desempenham ao regime especial de 
aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 4º, e 201, § 1º, da 
Constituição Federal. 
III - Ação direta julgada parcialmente procedente, com 
interpretação conforme, nos termos 
supra. 
 
ATENÇÃO! Conforme o voto do Ministro Relator, entenda-se por “especialistas em 
educação” aqueles que, não sendo professores de carreira, desempenham as funções 
de direção, coordenação e assessoramento pedagógico. 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
67 
O STF reafirmou o entendimento da referida ADI, no julgamento do RE nº 
1.039.644, com repercussão geral reconhecida. Segundo o STF, todas as demais 
atividades-fim nas unidades escolares, vinculadas ao atendimento pedagógico, 
estariam abrangidas como de magistério para fins de aposentadoria. Por outro lado, 
atividades meramente administrativas não podem ser consideradas como magistério, 
sob pena de ofensa à autoridade da decisão proferida na ADI 3772. 
 
1.1.18.2. EC Nº 41/2003 e o fim da paridade e integralidade 
 
A PARIDADE era uma garantia estabelecida aos servidores aposentados de que 
os aumentos conferidos àqueles que estavam em atividade lhe seriam igualmente 
estendidos. Com exceção dos servidores que se enquadram na regra de transição 
prevista no art. 3º da EC 47/2005, não existe mais a garantia de paridade entre ativos 
e inativos. 
Atualmente, apenas é assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real (art. 40, §8º, da CF/88), observados 
os critérios definidos em lei. 
 
Art. 40, §8º, CF: É assegurado o reajustamento dos benefícios 
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, 
conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela EC 
nº 41/03) 
 
A INTEGRALIDADE, a seu turno, era a garantia de que o servidor aposentado 
receberia o mesmo valor da última remuneração a título de proventos. Essa garantia, 
contudo, foi extinta, sendo que, AGORA, o valor dos proventos é calculado com base 
na média das remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor (art. 
40, §§ 3º e 17, da CF/88). O cálculo da média é regulamentado pela Lei Federal nº 
10.887/04, que estabelece regras gerais aplicáveis aos regimes próprios de todos os 
entes federados [média dos 80% maiores salários de contribuições desde julho de 1994 
ou, se posterior o início, desde o começo da contribuição]. 
 
Art. 40 da CF: 
§3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião 
da sua concessão, serão consideradas as remunerações 
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos 
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na 
forma da lei. (Redação dada pela EC nº 41/03) 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o 
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente 
atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela EC nº 41/03) 
 
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ATENÇÃO! INTEGRALIDADE x PROVENTOS INTEGRAIS 
A integralidade significa que será tomada como base para os proventos de 
aposentadoria o valor da última remuneração do servidor público, e não a média dos 
80% maiores salários de contribuição [...]. 
A seu turno, proventos integrais importamque os proventos de aposentadoria não 
sofrerão qualquer redução em virtude de o tempo de contribuição ser menor ao previsto 
legalmente. Em outras palavras, os proventos não serão proporcionais ao tempo 
(menor) de contribuição. Fazem jus aos proventos integrais aqueles que preencheram o 
tempo mínimo previsto em lei de contribuição para a aposentadoria voluntária ou, 
excepcionalmente, aquele que, mesmo não contando com o tempo mínimo de 
contribuição, aposentou-se por invalidez decorrente de acidente de trabalho, moléstia 
profissional ou doença grave, assim reconhecidas em lei. 
 
ATENÇÃO! Paridade e Integralidade: Direito adquirido 
A paridade e a integralidade continuam sendo aplicadas aos servidores que ingressaram 
no serviço público antes da EC 41/03, em razão do direito adquirido ou da aplicação das 
regras de transição introduzidas pela referida emenda e posteriores. 
 
1.1.18.3. Pensão por morte 
 
Art. 40, § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando 
se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo 
dependente, o benefício de pensão por morte será concedido 
nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará 
de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de 
que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício 
ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
 
É o benefício previdenciário recebido pelos dependentes do servidor ativo ou 
inativo falecido. 
No que se refere ao valor do benefício, devem-se diferenciar duas situações: 
 
a) Servidor recebia remuneração ou provento igual ou inferior 
ao teto do RGPS: o benefício será igual à totalidade da 
remuneração/provento do servidor no cargo efetivo; 
b) Servidor recebia acima do teto do RGPS: o benefício será 
correspondente à soma do valor estabelecido como teto do 
RGPS mais 70% da parcela excedente a este limite. 
 
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Foi também a EC nº 41/03 que estabeleceu o redutor para a pensão por morte. 
Antes da referida emenda, o benefício da pensão por morte era concedido em valor 
equivalente à totalidade dos proventos do servidor falecido. Após a EC nº 41/03, o 
benefício da pensão por morte passou a ser equivalente à totalidade dos proventos ou 
da remuneração do servidor até o limite máximo dos benefícios do RGPS, acrescido de 
70% da parcela que supera esse limite. Ou seja, instituiu-se um redutor de 30% sobre o 
valor que supera o limite máximo do RGPS. 
 
1.1.18.4. Previdência complementar 
 
Art. 40, § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder 
Executivo, regime de previdência complementar para servidores 
públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo 
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o 
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de 
previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade 
contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será 
efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência 
complementar ou de entidade aberta de previdência 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto 
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver 
ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de 
instituição do correspondente regime de previdência 
complementar. 
 
A Previdência Complementar dos servidores públicos poderá ser instituída por 
meio de lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo de cada um dos entes federativos. 
Caso instituída, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem 
concedidas pelo RPPS, o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. 
A submissão ao Regime de Previdência Complementar é uma opção do 
servidor público, não havendo obrigação constitucional nesse sentido: 
 
- Servidor que ingressou no serviço público antes da instituição 
do Regime Complementar: se quiser, poderá aderir à 
sistemática da previdência complementar A Constituição exige 
prévia e expressa adesão; 
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70 
- Servidor admitido posteriormente à instituição da Previdência 
Complementar: filiação ao RPPS continua sendo obrigatória e a 
aplicação do teto de benefícios do RGPS também será de 
observância compulsória, mas sua vinculação à previdência 
complementar, com contribuição específica para esse regime, 
será facultativa. Cuidado: a CF/88 não exige prévia e expressa 
adesão para que haja a filiação ao regime complementar, mas é 
sempre garantida a facultatividade da permanência, podendo o 
servidor manifestar interesse em se desfiliar. A filiação 
automática ou não depende do previsto na legislação local. 
 
Melhor explicando: 
 
a) Para quem ingressou no serviço público após a instituição da 
Previdência Complementar: 
- os benefícios do RPPS estão submetidos ao teto do RGPS; 
- não há exigência constitucional de prévia e expressa adesão ao 
regime complementar, podendo a filiação ser automática, 
conforme disponha a lei complementar local, mas sempre 
garantido ao servidor o direito de se desfiliar da previdência 
complementar (é sempre facultativa); 
b) Para quem ingressou no serviço público antes da instituição 
da Previdência Complementar: 
- a CF/88 garante que a adesão ao regime complementar 
dependerá de prévia e expressa manifestação do servidor, que é 
irrevogável e irretratável; 
- optando por se submeter à previdência complementar, seus 
proventos pelo RPPS estarão limitados ao teto do RGPS e o 
servidor deverá verter contribuições próprias à Previdência 
Complementar [a vantagem do servidor “antigo” aderir ao 
regime complementar é que, embora ele tenha seus proventos 
do RPPS limitados ao teto do RPGS, a contribuição ao RPPS 
incidente em sua remuneração se limitará também ao teto do 
RGPS, ficando livre da tributação boa parte de seus vencimentos, 
“sobrando-lhe” mais dinheiro, além de que ele se vinculará a 
regime teoricamente mais seguro, o complementar, que é de 
contribuição definida]. 
 
Os planos de previdência complementar devem ser organizados 
exclusivamente na modalidade de contribuição definida. Nesses planos, o valor do 
benefício a que o participante fará jus, no futuro, depende sempre do montante de 
recursos acumulados em sua conta e da opção que o participante fizer quanto ao tipo 
de renda que desejará (diferem dos planos de benefício definido, adotada pelo RGPS e 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
71 
RPPS, em que o segurado pode prever o valor do benefício futuro em razão dos 
parâmetros estabelecidos na lei). 
Segundo o art. 202, §3º, da CF/88, “é vedado o aporte de recursos a entidade 
de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras 
entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese 
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado”. Assim sendo, os 
entes políticos, as autarquias e fundações públicas de direito público somente poderão 
participar da Previdência Complementarenquanto patrocinadores, estando sua 
contribuição limitada àquela do segurado. 
 
1.1.18.5. Abono permanência 
 
Art. 40, § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei 
do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo 
que tenha completado as exigências para a aposentadoria 
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer 
jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao 
valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade 
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
 
O servidor que cumpra os requisitos da aposentadoria voluntária e decidir 
continuar trabalhando, fará jus ao chamado abono permanência. O valor do abono 
corresponde à contribuição previdenciária. Poderá receber tais valores até que alcance 
a idade suficiente para a aposentadoria compulsória. 
 
1.1.19. LIMITES DE DESPESAS COM PESSOAL 
 
A Lei Complementar nº 101/2000, também chamada de Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF), representa um marco nas contas públicas, uma vez que 
estabeleceu normas aplicáveis à administração financeira e orçamentária de todos os 
gestores de recursos públicos, em todas as esferas de governo, com o objetivo, entre 
outros, de promover e manter o equilíbrio entre a realização da receita e da despesa. 
Em relação à despesa de pessoal, a LRF deu ao tema especial atenção. A 
preocupação não é sem razão, pois a despesa com pessoal é um dos principais itens da 
despesa do setor público no Brasil e o seu descontrole pode ter consequências nefastas 
para os cofres públicos. 
A contratação de um novo servidor público gera gastos por período 
indeterminado, de forma que o aumento indiscriminado das despesas com pessoal 
certamente afeta a efetivação de políticas públicas, dada a insuficiência de recursos. 
O conceito legal de “despesa total com pessoal” consta do 18 da LRF: 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
72 
 
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se 
como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente 
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, 
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, 
civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies 
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e 
variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e 
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e 
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos 
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de 
previdência. 
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra 
que se referem à substituição de servidores e empregados 
públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de 
Pessoal". 
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a 
realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente 
anteriores, adotando-se o regime de competência. 
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a 
realizada no mês em referência com as dos 11 (onze) 
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de 
competência, independentemente de empenho. (Redação dada 
pela Lei Complementar nº 178, de 2021) 
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será 
observada a remuneração bruta do servidor, sem qualquer 
dedução ou retenção, ressalvada a redução para atendimento 
ao disposto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal. 
(Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021) 
 
A própria Constituição Federal estabelece requisitos para o aumento de 
despesas com pessoal, nos seguintes termos: 
 
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá 
exceder os limites estabelecidos em lei complementar. 
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de 
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou 
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou 
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e 
entidades da administração direta ou indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão 
ser feitas: 
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73 
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para 
atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos 
dela decorrentes; 
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes 
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
 
Ao tratar do tema, o art. 21 da LRF estabelece que é nulo de pleno direito o ato 
que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda os seguintes requisitos: 
 
a) Requisitos previstos para a criação, expansão ou 
aperfeiçoamento e para as despesas obrigatórias de caráter 
continuado (art. 16 e 17 da LRF comentados acima); 
b) Vedação à vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias (art. 37, XIII da CF/88); 
c) Prévia dotação orçamentária suficiente às projeções de 
despesa e aos acréscimos dela decorrentes (art. 169, §1º, I da 
CF/88); 
d) Autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, 
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista (art. 169, §1º, II da CF/88); 
e) Respeito ao limite legal de comprometimento aplicado às 
despesas com pessoal inativo; 
f) Vedação ao aumento de despesa com pessoal nos 180 dias 
anteriores ao final do mandato. 
 
1.1.19.1. Limite de gastos com pessoal e consequências jurídicas 
 
Conforme exposto acima, a própria Constituição estabelece que a despesa com 
pessoal não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar (art. 169). 
Regulamentando este dispositivo constitucional, a LRF fixou os limites de gastos 
para despesas com pessoal por esfera federativa (federal, estadual e municipal) e por 
Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário, MP), em percentual da receita corrente 
líquida2 (arts. 19 e 20). 
 
2 O conceito de receita corrente líquida encontra-se no art. 2º, inc. IV, da LRF: somatório 
das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de 
serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, com as deduções 
previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do inciso IV (transferências constitucionais e legais 
entre os entes federados e certas contribuições sociais). 
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74 
Ocorre que, além de fixar o limite total de gastos com despesa de pessoal, a 
LRF instituiu também o limite alerta e o limite prudencial com o objetivo de advertir o 
gestor para a observância do limite legal antes de que este fosse ultrapassado. 
O limite alerta, fixado em 90% do limite total de gastos com pessoal (art. 59 da 
LRF), apenas implica na notificação pelos Tribunais de Contas de que o Poder excedeu a 
este percentual. Assim, não há qualquer sanção caso o ente ultrapasse esse limite. 
Por sua vez, o limite prudencial, de 95% do total de gastos com pessoal, indica 
que o ente público está próximo do limite máximo admitido para despesa com pessoal 
e possui função acautelatória, impondo vedações com o objetivo de evitar que se 
ultrapasse o referido limite. 
Segundo o disposto no art. 22 da LRF, se a despesa total com pessoal exceder a 
95% do limite, são vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso: 
 
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de 
remuneraçãoa qualquer título, salvo os derivados de sentença 
judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a 
revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; 
II - criação de cargo, emprego ou função; 
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de 
despesa; 
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de 
pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de 
aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de 
educação, saúde e segurança; 
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso 
II do § 6º do art. 57 da Constituição e as situações previstas na 
lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Ultrapassado o limite total de gastos com pessoal, a LRF estabelece um prazo 
para que o órgão ou poder providencie a volta das despesas ao limite. Segundo a lei, o 
percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo 
pelo menos um terço no primeiro (art. 23)3. 
Nesse período, o órgão ou poder4 deverá tomar as medidas necessárias para 
voltar ao limite, sob pena de, além das vedações previstas no art. 22, retro colacionado, 
ficar impedido de: 
 
 
3 A LRF prevê hipóteses de suspensão e de dilação do prazo determinado para a recondução ao limite de 
gastos de pessoal nos arts. 65 e 66. 
4 Encampando o chamado “princípio da instranscendência subjetiva das sanções”, a LC nº 178/2021 
alterou a redação da LRF para não mais se referir a ente, mas, sim, a órgão ou poder, deixando claro que 
a obrigação de retorno aos limites de despesa e as sanções aplicáveis em caso de não atendimento se 
restringem ao órgão ou poder envolvido, não alcançando todo o ente federativo. 
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75 
I - receber transferências voluntárias; 
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; 
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao 
pagamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das 
despesas com pessoal. 
 
Assim, para evitar chegar a esse ponto, o ente possui o prazo de dois 
quadrimestres para reduzir os gastos com pessoal ao limite. Para tanto, ele poderá 
adotar, entre outras medidas, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da 
Constituição, que dispõe: 
 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base 
neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar 
referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios adotarão as seguintes providências: 
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com 
cargos em comissão e funções de confiança; 
II - exoneração dos servidores não estáveis. 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não 
forem suficientes para assegurar o cumprimento da 
determinação da lei complementar referida neste artigo, o 
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato 
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a 
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da 
redução de pessoal. 
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo 
anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de 
remuneração por ano de serviço. 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos 
anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, 
emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo 
prazo de quatro anos. 
 
ATENÇÃO! Além das medidas previstas nas Constituição, o § 2º do art. 23 da LC 101 
estabeleceu a possibilidade de redução temporária da jornada de trabalho com 
adequação dos vencimentos à nova carga horária como medida de redução de despesas 
de pessoal para readequação ao limite. 
Contudo, ao analisar o referido dispositivo legal, no julgamento da medida cautelar da 
ADI 2238, o STF decidiu por suspender integralmente a eficácia do § 2º do artigo 23 da 
LRF, bem como a eficácia da expressão "quanto pela redução dos valores a eles 
atribuídos" do § 1º da mesma lei, por ofensa ao princípio da irredutibilidade de 
vencimentos (art. 37, XV, da CF). 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
76 
Assim, não é possível a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos 
vencimentos à nova carga horária como medida de redução de despesas de pessoal em 
razão da decisão do STF. 
 
Conforme consta do §§ 3º e 4º do art. 169 da CF/88, para o cumprimento do 
limite de gastos com pessoal previsto na Lei Complementar (LRF) é possível a 
exoneração de servidor estável, desde que demonstrada que apenas a redução de 20% 
dos cargos em comissão e a exoneração dos servidores não estáveis não é suficiente 
para a readequação ao limite. Nesse caso, o servidor público estável exonerado será 
indenizado em um mês de remuneração por ano de serviço. 
Por fim, destaque-se que, em qualquer caso de exoneração de servidor para 
recondução ao limite de despesas com pessoal, o cargo objeto da redução será 
considerado EXTINTO, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições 
iguais ou assemelhadas pelo prazo de QUATRO ANOS. 
 
ATENÇÃO! Duplicação do prazo de recondução 
O prazo de recondução ao limite de despesas com pessoal será duplicado (04 
quadrimestres) em caso de crescimento real baixo ou negativo do PIB por período igual 
ou superior a 03 trimestres, conforme dispõe o art. 66 da LRF: 
O prazo de recondução ao limite de despesas com pessoal será duplicado (04 
quadrimestres) em caso de crescimento real baixo ou negativo do PIB por período igual 
ou superior a 04 trimestres, conforme dispõe o art. 66 da LRF: 
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de 
crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou 
estadual por período igual ou superior a quatro trimestres. 
§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do Produto 
Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro 
últimos trimestres. 
§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma 
metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e regional. 
§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medidas previstas no art. 22. 
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas 
monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do 
art. 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres. 
 
ATENÇÃO! Lei Complementar nº 164/2018: Flexibilização 
A Lei Complementar nº 164/2018, que acrescentou os §§ 5º e 6º ao art. 23 da LRF – LC 
nº 101/2000, flexibilizou o cumprimento dos limites de despesas com pessoal para os 
Municípios, suprimindo as vedações do § 3º daquele art. 23 em caso de superação do 
limite por queda na arrecadação superior a 10% à do mesmo quadrimestre do exercício 
anterior: 
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77 
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, 
ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no 
art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, 
sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências 
previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição. 
§ 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, oobjetivo poderá ser 
alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a 
eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5) 
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos 
vencimentos à nova carga horária. (Vide ADIN 2.238-5) 
§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o 
órgão ou poder não poderá: 
I - receber transferências voluntárias; 
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; 
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao pagamento da dívida 
mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. 
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal 
exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de 
Poder ou órgão referidos no art. 20. 
§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se aplicam ao Município em caso 
de queda de receita real superior a 10% (dez por cento), em comparação ao 
correspondente quadrimestre do exercício financeiro anterior, devido a: (Incluído pela 
Lei Complementar nº 164, de 2018) 
 I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios 
decorrente de concessão de isenções tributárias pela União; e (Incluído pela Lei 
Complementar nº 164, de 2018) 
 II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais. (Incluído 
pela Lei Complementar nº 164, de 2018) 
 § 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a despesa total com pessoal do 
quadrimestre vigente não ultrapasse o limite percentual previsto no art. 19 desta Lei 
Complementar, considerada, para este cálculo, a receita corrente líquida do 
quadrimestre correspondente do ano anterior atualizada monetariamente. (Incluído 
pela Lei Complementar nº 164, de 2018) 
 
 
 
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78 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
SÚMULAS DO STF 
 
SÚMULA VINCULANTE Nº 3 
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a 
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato 
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 15 
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o 
abono utilizado para se atingir o salário mínimo. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 16 
Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da Emenda Const. 19/1998), da Constituição, referem-
se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 33 
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência 
social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, III da CF/88, até a 
edição de lei complementar específica. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 37 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o fundamento de isonomia. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 42 
É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção monetária. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 43 
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, 
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que 
não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 44 
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo 
público. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 55 
O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos. 
SÚMULA Nº 10 
O tempo de serviço militar conta-se para efeito de disponibilidade e aposentadoria do 
servidor público estadual. 
SÚMULA Nº 11 
CPF: 860.542.154-18
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79 
A vitaliciedade não impede a extinção do cargo, ficando o funcionário em 
disponibilidade, com todos os vencimentos. 
SÚMULA Nº 15 
Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à 
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. 
SÚMULA Nº 16 
Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse. 
SÚMULA Nº 17 
A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da posse. 
SÚMULA Nº 20 
É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de funcionário 
admitido por concurso. 
SÚMULA Nº 21 
Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito 
ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade. 
SÚMULA Nº 22 
O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo. 
SÚMULA Nº 25 
A nomeação a termo não impede a livre demissão pelo presidente da república, de 
ocupante de cargo dirigente de autarquia. 
SÚMULA Nº 36 
Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade. 
SÚMULA Nº 39 
À falta de lei, funcionário em disponibilidade não pode exigir, judicialmente, o seu 
aproveitamento, que fica subordinado ao critério de conveniência da administração. 
SÚMULA Nº 47 
Reitor de universidade não é livremente demissível pelo presidente da república 
durante o prazo de sua investidura. 
SÚMULA Nº 339 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob fundamento de isonomia. 
SÚMULA Nº 359 
Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei 
vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários. 
SÚMULA Nº 567 
A Constituição, ao assegurar, no § 3º do art. 102, a contagem integral do tempo de 
serviço público federal, estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e 
disponibilidade não proíbe à união, aos estados e aos municípios mandarem contar, 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
80 
mediante lei, para efeito diverso, tempo de serviço prestado a outra pessoa de direito 
público interno. 
SÚMULA Nº 679 
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção 
coletiva. 
SÚMULA Nº 680 
O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos. 
SÚMULA Nº 681 
É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção monetária. 
SÚMULA Nº 682 
Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos 
vencimentos de servidores públicos. 
SÚMULA Nº 683 
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, 
XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido. 
SÚMULA Nº 684 
É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. 
SÚMULA Nº 685 
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, 
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que 
não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
SÚMULA Nº 726 
Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de 
serviço prestado fora da sala de aula. 
 
SÚMULAS DO STJ 
 
SÚMULA Nº 266: 
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não 
na inscrição para o concurso público. 
SÚMULA Nº377: 
O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas 
reservadas aos deficientes. 
SÚMULA Nº 378: 
Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças salariais decorrentes. 
SÚMULA Nº 552: 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
81 
O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim 
de disputar as vagas reservadas em concursos públicos. 
SÚMULA Nº 591: 
É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla 
defesa. 
SÚMULA Nº 592: 
O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa 
nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. 
SÚMULA Nº 611: 
Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é 
permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia 
anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
SÚMULA Nº 634: 
Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de Improbidade 
Administrativa para o agente público. 
 
JULGADOS DO STF 
TESES DE REPERCUSSÃO GERAL 
 
TEMA 384 E 377 
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e 
funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe 
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto 
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. (RE 612975/MT e 
RE 602043/MT, rel. ministro Marco Aurélio, julgamento em 27/4/2017) 
 
TEMA 386 
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal é possível a realização de etapas de 
concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato 
que invoca escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que presentes a 
razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que 
não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de 
maneira fundamentada. (STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ 
o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 386) (Info 1021).) 
 
TEMA 571 
Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no artigo 40, parágrafo 1º, inciso II, 
da Constituição Federal aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que 
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82 
não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente 
dos cofres públicos. (RE 647827, rel. ministro Gilmar Mendes, julgamento em 
15/02/2017) 
 
TEMA 541 
1 - O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos 
policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de 
segurança pública. 2 - É obrigatória a participação do Poder Público em mediação 
instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 
165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. (ARE 654432/GO, rel. ministro 
Ricardo Lewandowski, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
05/04/2017) 
 
TEMA 454 
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato 
judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou 
progressões funcionais que alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a 
nomeação. (RE 629.392, rel. ministro Marco Aurélio, julgamento em 08/06/2017) 
 
TEMA 965 
Para a concessão da aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 5º, da Constituição, 
conta-se o tempo de efetivo exercício, pelo professor, da docência e das atividades de 
direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico, desde que 
em estabelecimentos de educação infantil ou de ensino fundamental e médio. (RE 
1.039.644, rel. ministro Alexandre de Moraes, julgamento em 12/10/2017, DJE 
13/11/2017) 
 
TEMA 403 
É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o transcurso de 24 
(vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de nova admissão de 
professor temporário anteriormente contratado. (RE 635.648, rel. ministro Edson 
Fachin, julgamento em 14/06/2017, DJE 12-09-2017) 
 
TEMA 763 
1) Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à 
regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, inciso II, da Constituição 
Federal, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, 
também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão; 2) 
Ressalvados os impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional 
a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo 
comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre 
nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de 
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83 
vínculo efetivo com a Administração. (RE 786.540/DF, rel. ministro Dias Toffoli, 
julgamento em 15-12-2016) 
 
TEMA 838 
Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, 
salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. 
(RE 898.450/SP1, rel. ministro Luiz Fux, julgamento em 17-8-2016, DJE de 23-8-2016) 
 
TEMA 531 
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes 
do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do 
vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O 
desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por 
conduta ilícita do Poder Público. (RE 693.456/RJ, rel. ministro Dias Toffoli, julgado 27-
10-2016, DJE de 8-11-2016) 
 
TEMA 784 
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, 
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito 
à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital. 
Ficam ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da 
Administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público 
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período 
de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público 
exsurge nas seguintes hipóteses: a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de 
vagas dentro do edital; b) quando houver preterição na nomeação por não observância 
da ordem de classificação; e c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo 
concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos 
de forma arbitrária e imotivada por parte da Administração nos termos acima. (RE 
837.311/PI, rel. ministro Luiz Fux, julgamento em 9-12-2015, acórdão publicado no DJE 
de 18-4-2016) 
 
TEMA 257 
Computam-se, para efeito de observância do teto remuneratório do art. 37, XI, da CF, 
também os valores percebidos anteriormente à vigência da EC 41/2003 a título de 
vantagens pessoais pelo servidor público, dispensada a restituição de valores 
eventualmente recebidos em excesso e de boa-fé até 18/11/2015. (RE606.358/SP, rel. 
ministra Rosa Weber, julgamento em 18-11-2015, acórdão publicado no DJE de 7-4-
2016) 
 
TEMA 916 
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84 
A contratação por tempo determinado para atendimento de necessidade temporária de 
excepcional interesse público realizada em desconformidade com os preceitos do art. 
37, IX, da Constituição Federal não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em relação 
aos servidores contratados, com exceção do direito à percepção dos salários referentes 
ao período trabalhado e, nos termos do art. 19-A da Lei 8.036/1990, ao levantamento 
dos depósitos efetuados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). (RE 
765.320/MG, rel. ministro Teori Zavascki, julgamento por meio eletrônico de 26-8 a 15-
9-2016, DJE de 23-9-2016) 
 
TEMA 921 
O art. 11 da EC 20/98 possibilita a acumulação, apenas, de um provento de 
aposentadoria com a remuneração de um cargo na ativa, no qual se tenha ingressado 
por concurso público antes da edição da referida emenda, ainda que inacumuláveis os 
cargos. Em qualquer hipótese, é vedada a acumulação tríplice de remunerações: sejam 
proventos, sejam vencimentos. (ARE 848.993/MG, rel. ministro Gilmar Mendes, 
julgamento por meio eletrônico de 16-9 a 6-10-2016) 
 
TEMA 782 
Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores aos prazos da licença-gestante, 
o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não 
é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada. (RE 778.889/PE, 
rel. ministro Roberto Barroso, julgado em 10-3-2016) 
 
TEMA 509 
A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de juiz 
substituto, nos termos do art. 93, I, da CF, deve ocorrer no momento da inscrição 
definitiva no concurso público. (RE 655.265/DF, rel. orig. ministro Luiz Fux, red. p/ o 
acórdão ministro Edson Fachin, julgado em 13-4-2016) 
 
TEMA 888 
É legítimo o pagamento do abono de permanência previsto no art. 40, § 19, da CF ao 
servidor público que opte por permanecer em atividade, embora tenha preenchido os 
requisitos para a concessão da aposentadoria voluntária especial (CF, art. 40, § 4º). (ARE 
954.408 RG/RS, rel. ministro Teori Zavascki, julgado em 15-4-2016, DJE de 22-4-2016) 
 
TEMA 737 
É inconstitucional norma que vincula pensões e proventos de aposentadoria de 
servidores públicos efetivos a subsídios de agentes políticos. (RE 759518, rel. ministro 
Gilmar Mendes, julgado em 02-12-2016, DJE 03-02-2017). 
 
TEMA 671 
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85 
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não 
faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento 
anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. (RE 724347, rel. ministro Marco 
Aurélio, red. p/ o acórdão ministro Roberto Barroso, julgado em 26-02-2015, DJE 13-05-
2015) 
 
TEMA 485 
Não compete ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora para reexaminar o 
conteúdo das questões e os critérios de correção utilizados, salvo ocorrência de 
ilegalidade ou de inconstitucionalidade. (RE 632853, rel. ministro Gilmar Mendes, 
julgado em 23/04/2015) 
 
TEMA 483 
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração 
Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e 
vantagens pecuniárias. (ARE 652777, rel. ministro Teori Zavascki, julgado em 
23/04/2015, DJE 01-07-2015) 
 
TEMA 476 
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a 
manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado 
que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou 
outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou 
modificado. (RE 608482, rel. ministro Teori Zavascki, julgado em 07-08-2014, DJE 30-10-
2014) 
Informativo posterior nº 808 
O candidato que toma posse em concurso público por força de decisão judicial precária 
assume o risco de posterior reforma desse julgado que, em razão do efeito “ex tunc”, 
inviabiliza a aplicação da teoria do fato consumado em tais hipóteses. (RMS 31538/DF, 
rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 17.11.2015) 
 
TEMA 973 
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja 
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital 
do concurso público. (RE 1.058.333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, j. em 21.11.2018). 
 
Incide o teto remuneratório constitucional aos substitutos interinos de serventias 
extrajudiciais. STF. 2ª Turma. MS 29.039/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
13/11/2018 (Info 923) 
 
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86 
É desnecessária a devolução dos valores recebidos por liminar revogada, em razão de 
mudança de jurisprudência. Também é descabida a restituição de valores recebidos 
indevidamente, circunstâncias em que o servidor público atuou de boa-fé. 
A orientação ampara-se na confiança legítima que tinham os beneficiários de a 
pretensão ser acolhida e no lapso temporal transcorrido entre o deferimento da liminar 
e sua revogação. Os princípios da boa-fé e da segurança jurídica afastam o dever de 
restituição de parcelas recebidas por ordem liminar revogada. MS 32.185/DF, rel. Min. 
Marco Aurélio, julgamento em 13.11.2018. (Info 923) 
 
TEMA 22 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. IDONEIDADE MORAL 
DE CANDIDATOS EM CONCURSOS PÚBLICOS. INQUÉRITOS POLICIAIS OU PROCESSOS 
PENAIS EM CURSO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
1. Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou processos penais em curso 
não autoriza a eliminação de candidatos em concursos públicos, o que pressupõe: (i) 
condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de incompatibilidade entre 
a natureza do crime em questão e as atribuições do cargo concretamente pretendido, a 
ser demonstrada de forma motivada por decisão da autoridade competente. 
2. A lei pode instituir requisitos mais rigorosos para determinados cargos, em razão da 
relevância das atribuições envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da 
magistratura, das funções essenciais à justiça e da segurança pública (CRFB/1988, art. 
144), sendo vedada, em qualquer caso, a valoração negativa de simples processo em 
andamento, salvo situações excepcionalíssimas e de indiscutível gravidade. 
3. Por se tratar de mudança de jurisprudência, a orientação ora firmada não se aplica 
a certames já realizados e que não tenham sido objeto de impugnação até a data do 
presente julgamento. 
4. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação da seguinte tese de julgamento: 
“Sem previsão constitucional adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de 
edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato 
de responder a inquérito ou ação penal”. 
[STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 
(repercussão geral – Tema 22) (Info 965)]. 
 
A regra que estabelece a necessidade de residência do servidor no município em que 
exerce suas funções é compatível com a Constituição de 1988, a qual já prevê obrigação 
semelhante para magistrados, nos termos do seu art. 93, VII. 
Por outro lado, viola a Constituiçãoa lei estadual que proíba a saída do servidor do 
Município sede da unidade em que atua sem autorização do superior hierárquico. Essa 
previsão configura grave violação da liberdade fundamental de locomoção (art. 5º, XV, 
da CF/88) e do devido processo legal (art. 5º, LIV). 
[STF. Plenário. ADPF 90, Rel. Luiz Fux, j. em 03/04/2020 (Info 977)]. 
 
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87 
JULGADOS DO STJ 
 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 2/STJ. CONCURSO PÚBLICO. 
CLASSIFICAÇÃO FORA DAS VAGAS OFERECIDAS. INAPTIDÃO DE CANDIDATOS MAIS BEM 
CLASSIFICADOS. MANIFESTAÇÃO DE DESISTÊNCIA. RECLASSIFICAÇÃO DO CANDIDATO 
APROVADO COMO EXCEDENTE. DIREITO À NOMEAÇÃO. PRECEDENTES. 
1. Apenas o candidato aprovado dentro do número de vagas ofertadas no edital do 
certame tem, em regra, direito público subjetivo à nomeação, conforme decidido no RE 
598.099/MS, relator o Em. Ministro Gilmar Mendes, em julgamento com repercussão 
geral. 
2. No entanto, o candidato originalmente excedente que, em razão da inaptidão de 
outros concorrentes mais bem classificados, ou de eventuais desistências, reclassifica-
se e passa a figura nesse rol de vagas ofertadas, ostenta igualmente o direito à 
nomeação. Precedentes. 
3. Recurso ordinário em mandado de segurança provido. 
(RMS 52.251/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 
05/09/2017, DJe 07/12/2017) 
 
A desistência de candidatos melhor classificados em concurso público convola a mera 
expectativa em direito líquido e certo, garantindo a nomeação dos candidatos que 
passarem a constar dentro do número de vagas previstas no edital. 
Inicialmente, é importante destacar que o Supremo Tribunal Federal, em julgamento 
submetido ao rito da repercussão geral (RE n. 837.311/PI), fixou orientação no sentido 
de que o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo 
cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o 
direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, 
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da 
administração, caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público 
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período 
de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Por outro 
lado, em relação àqueles candidatos aprovados dentro do número de vagas, o Supremo 
Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 598.099/MS, também submetido à sistemática 
da repercussão geral, fixou orientação no sentido haver direito à nomeação. Após o 
julgamento do referido recurso extraordinário, a Corte Suprema, ao aplicar a tese aos 
casos concretos, firmou o entendimento de que havendo desistência de candidatos 
melhor classificados, fazendo com que os seguintes passem a constar dentro do número 
de vagas, a expectativa de direito se convola em direito líquido e certo, garantindo, 
assim, o direito à vaga disputada. Conclui-se, dessa forma, o alinhamento desta Corte 
Superior às balizas definidas pelo STF no já mencionado RE n. 598.099/MS, em que "para 
justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de nomeação por parte da 
Administração Pública, é necessário que a situação justificadora seja dotada das 
seguintes características: a) Superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma 
situação excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do 
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88 
certame público; b) Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por 
circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital; c) 
Gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente 
graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de 
cumprimento efetivo das regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica e 
excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente 
necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando 
absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação 
excepcional e imprevisível". Na hipótese, vale destacar que o ente da federação não se 
desincumbiu de comprovar nenhum desses aspectos, razão pela qual a vedação prevista 
na Lei de Responsabilidade Fiscal não deve ser aplicada ao caso em exame. 
(RMS 53.506-DF, Rel. Min. Regina Helena Costa, por unanimidade, julgado em 
26/09/2017, DJe 29/09/2017 - Informativo nº 612) 
 
SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO. RESISTÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. TEORIA DO 
FATO CONSUMADO. INAPLICABILIDADE. 
A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de 
servidor público destinada a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se 
adequa à legalidade estrita, ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em 
virtude de decisão liminar não confirmada por ocasião do julgamento de mérito. 
Em uma primeira linha, a teoria do fato consumado tem sido aplicada, no âmbito 
judicial, para as hipóteses em que, pela própria lei da natureza, não haveria como 
desfazer os acontecimentos decorrentes do ato viciado. Também tem sido reconhecida 
a incidência da teoria do fato consumado nas hipóteses em que a Administração 
permite, por vários anos, a permanência de situação contrária à legalidade estrita, 
atribuindo ares de legalidade a determinada circunstância, e, assim, fazendo crer que as 
pessoas agem de boa-fé, conforme o direito. Nessa perspectiva, a teoria do fato 
consumado guarda íntima relação com a convalidação dos atos administrativos, 
atualmente regulada pelo artigo 54 da Lei n. 9.784/99. Quanto aos comportamentos das 
partes ao longo do tempo, faz-se necessário, para que se tenha por aplicável a teoria do 
fato consumado, distinguir duas situações que podem ocorrer quando se pratica um ato 
equivocado. A primeira situação corresponde à hipótese em que um ato contrário à lei 
é praticado sem dolo e sem contestação, tendo vigência por anos a fio, e assim 
atribuindo à situação fática ares de legalidade, atraindo para si o valor da segurança 
jurídica. Há, nesses casos, de ser preservada a estabilidade das relações geradas pelo 
ato inválido, cuja regularidade manteve-se inconteste por anos, fazendo convalescer o 
vício que originalmente inquinava sua validade. Protege-se, com isso, a boa-fé e o 
princípio da confiança legítima do administrado, a ela associado. Situação diversa é 
aquela em que determinado ato é praticado sob contestação das pessoas envolvidas, 
que o reputam irregular e manifestam a existência de tal irregularidade nas vias 
adequadas, mas que, por causa da demora no transcurso do procedimento destinado à 
apuração da legalidade do ato, termina por gerar efeitos no mundo concreto. Nessa 
última hipótese, verificada ou confirmada a ilegalidade, sendo ainda possível, o ato deve 
ser desfeito, preservando-se apenas aquilo que, pela consolidação fática irreversível, 
não puder ser restituído ao status quo ante. Mesmo nesses casos, se ficar configurado 
prejuízo decorrente do fato irreversível, deve ser ressalvada à parte prejudicada o 
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89 
direito de exigir perdas e danos. E, embora se reconheça o relevante valor social da 
família, cuja proteção encontra-se determinadapela própria Constituição Federal, o STF 
já assentou que o artigo 226 da Lei Fundamental não é motivo suficiente, por si só, para 
garantir ao servidor o direito a lotação na cidade em que possui vínculos afetivos. Por 
outro lado, a remoção de servidor fora das hipóteses legais termina por desbalancear o 
quadro de lotação dos órgãos públicos, retirando da Administração a discricionariedade 
que a lei lhe outorgou na distribuição de sua força de trabalho, segundo as reais 
necessidades do serviço público. A teoria do fato consumado não se presta, assim, para 
mitigar a interpretação do art. 36, III, "a", da Lei n. 8.112/90, assegurando ao servidor 
lotação para acompanhamento de cônjuge fora da estrita moldura normativa. Não se 
deve perder de vista que a teoria do fato consumado é de aplicação excepcional e deve 
ser adotada com cuidado e moderação, para que não sirva de mecanismo para premiar 
quem não tem direito pelo só fato da demora no julgamento definitivo da causa em que 
fora deferida uma decisão liminar, cuja duração deve ser provisória por natureza. Com 
essas considerações, tem-se por inaplicável a teoria do fato consumado para consolidar 
remoção destinada a acompanhamento de cônjuge, em situação que não se adéqua à 
legalidade estrita, mitigando a interpretação do artigo 36, III, "a", da Lei n. 8.112/90, 
ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em virtude de decisão liminar não 
confirmada quando do julgamento de mérito. 
(EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/12/2016 - Informativo nº 
598) 
 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ENUNCIADO 
ADMINISTRATIVO N. 3/STJ. EX-MEMBRO DA MAGISTRATURA. REINGRESSO. 
INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. NECESSIDADE DE 
APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO EM OBSERVÂNCIA AO TEXTO CONSTITUCIONAL E 
À LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL. ORIENTAÇÃO VINCULANTE DO 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. RECURSO 
ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA NÃO PROVIDO. 
1. A controvérsia colocada em discussão no presente caso diz respeito à possibilidade 
de o Tribunal de Justiça a quo, no exercício da função administrativa, declarar a 
inconstitucionalidade de norma prevista no Código de Organização Judiciária do 
Tribunal de Justiça do Mato Grosso que prevê a possibilidade de readmissão aos quadros 
da Magistratura de magistrado exonerado. 
2. A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal é no sentido da inexistência 
de direito adquirido a regime jurídico. No que tange à controvérsia colocada em 
discussão no caso em concreto, a Corte Suprema tem entendido que, após a 
promulgação da Constituição Federal de 1988, não remanesce ao servidor exonerado 
o direito de reingresso no cargo, tendo em vista que o atual ordenamento 
constitucional impõe a prévia aprovação em concurso público como condição para o 
provimento em cargo efetivo da Administração Pública. 
3. O Conselho Nacional de Justiça, nos autos da consulta n. 0004482-93.2015.2.00.0000, 
expediu orientação normativa vinculante assentando a impossibilidade de formas de 
provimentos dos cargos relacionados à carreira da Magistratura que não estejam 
explicitamente previstas na Constituição Federal de 1988, nem na LOMAN. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
90 
4. No caso em concreto, não há falar na existência de direito líquido e certo da parte ora 
Recorrente de fazer valer-se de norma prevista em legislação local que esteja em afronta 
aos dispositivos da Constituição Federal e da Lei Orgânica da Magistratura. 
5. Não há óbice para que o Tribunal a quo, ainda que no exercício da função 
administrativa, lance mão da orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal 
aplicável à espécie para fundamentar sua decisão de negar o pedido de readmissão da 
Recorrente. Assim o fazendo, a Administração deu cumprimento à Constituição Federal, 
à Lei Orgânica da Magistratura Nacional, bem como à orientação normativa expedida 
pelo Conselho Nacional de Justiça. 
6. Recurso ordinário em mandado de segurança não provido. 
(STJ. 2ª Turma. RMS 61.880-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 
03/03/2020 – Info 666) 
 
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo 
critério da heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição do 
fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o franqueamento do contraditório e 
da ampla defesa. 
(STJ. 2ª Turma. RMS 62.040-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/12/2019 
– Info 666). 
 
A Edição nº 154 da Jurisprudência em Teses do STJ trouxe um compilado dos 
importantes entendimentos da Corte sobre o PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR: 
 
1) O controle judicial no processo administrativo disciplinar - PAD restringe-se ao 
exame da regularidade do procedimento e da legalidade do ato, à luz dos princípios 
do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, não sendo possível 
nenhuma incursão no mérito administrativo. AgInt no RMS 58438/RS, Rel. Ministro 
FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2020, DJe 26/06/2020 
 
2) Na via do mandado de segurança, é possível valorar a congruência entre a conduta 
apurada e a capitulação da pena de demissão aplicada no processo administrativo 
disciplinar. MS 17151/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 13/02/2019, DJe 11/03/2019 
 
3) O mandado de segurança não é a via adequada para o exame da suficiência do 
conjunto fático-probatório constante do processo administrativo disciplinar - PAD. MS 
17807/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
11/12/2019, DJe 13/12/2019 
 
4) A Lei n. 8.112/1990 pode ser aplicada de modo supletivo aos procedimentos 
administrativos disciplinares estaduais, nas hipóteses em que existam lacunas nas leis 
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91 
locais que regem os servidores públicos. RMS 60493/PR, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/09/2019, DJe 11/10/2019 
 
5) Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é 
permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia 
anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. (Súmula n. 
611/STJ) MS 21084/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 26/10/2016, DJe 01/12/2016 
 
6) Instaurado o competente processo administrativo disciplinar, fica superado o 
exame de eventuais irregularidades ocorridas durante a sindicância. MS 20994/DF, Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/05/2016, DJe 
06/06/2016 
 
7) A portaria de instauração do processo administrativo disciplinar prescinde da 
exposição detalhada dos fatos a serem apurados. (Súmula n. 641/STJ) AgInt no RMS 
60208/MS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
17/02/2020, DJe 20/02/2020 
 
8) No PAD, a alteração da capitulação legal imputada ao acusado não enseja nulidade, 
uma vez que o indiciado se defende dos fatos nele descritos e não dos 
enquadramentos legais. MS 21773/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 23/10/2019, DJe 28/10/2019 
 
9) Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam-se na 
data em que a autoridade competente para a abertura do procedimento 
administrativo toma conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato de 
instauração válido, sindicância de caráter punitivo ou processo disciplinar, e voltam a 
fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção.(Súmula n. 635/STJ) MS 
24672/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2020, 
DJe 05/08/2020 
 
10) A ausência de termo de compromisso de membro de comissão processante não 
implica nulidade do PAD, uma vez que tal designação decorre de lei e recai, 
necessariamente, sobre servidor público, cujos atos funcionais gozam de presunção 
de legitimidade e de veracidade. MS 12803/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 09/04/2014, DJe 15/04/2014 
 
11) É possível a substituição de membros da comissão processante, desde que 
respeitados, quanto aos membros designados, os requisitos insculpidos no art. 149 da 
Lei n. 8.112/1990. MS 21898/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 23/05/2018, DJe 01/06/2018 
 
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92 
12) As alegações de imparcialidade e de suspeição de membro da comissão 
processante devem estar fundadas em provas, não bastando meras conjecturas ou 
suposições desprovidas de qualquer comprovação. MS 16611/DF, Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2019, DJe 
05/02/2020 
 
13) A imparcialidade de membro de comissão não fica prejudicada tão somente por 
este compor mais de uma comissão processante instituída para apuração de fatos 
distintos que envolvam o mesmo servidor. MS 21773/DF, Rel. Ministro BENEDITO 
GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2019, DJe 28/10/2019 
 
14) Declarações prestadas à mídia por autoridade pública, acerca de irregularidades 
cometidas por servidores públicos a ela subordinados, não ensejam, por si só, a 
nulidade do PAD. MS 18370/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 08/02/2017, DJe 01/08/2017 
 
15) A simples oitiva de membro da comissão processante, da autoridade julgadora ou 
da autoridade instauradora como testemunha ou informante no bojo de outro 
processo administrativo ou até mesmo penal que envolva o investigado não enseja, 
por si só, o reconhecimento da quebra da imparcialidade. MS 22928/DF, Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/06/2018, DJe 
19/06/2018 
 
16) Na composição de comissão de processo administrativo disciplinar, é possível a 
designação de servidores lotados em órgão diverso daquele em que atua o servidor 
investigado, não existindo óbice nas legislações que disciplinam a apuração das 
infrações funcionais. MS 17796/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. 
p/ Acórdão Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/09/2019, 
DJe 19/11/2019 
 
17) Em regra, a instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor 
efetivo cedido dar-se-á no órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade 
(cessionário), devendo o julgamento e a eventual aplicação de sanção ocorrer no 
órgão ao qual o servidor efetivo estiver vinculado (cedente). MS 17590/DF, Rel. 
Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2019, DJe 
13/12/2019 
18) Compete ao Ministro de Estado da Educação a instauração de procedimento 
administrativo disciplinar e a aplicação de penalidades previstas na Lei n. 8. 112/1990 
contra servidor integrante do quadro de pessoal de Universidade Pública Federal, por 
força do disposto nos Decretos n. 3.035/1999 e n. 3.669/2000. MS 21669/DF, Rel. 
Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/08/2017, DJe 09/10/2017 
 
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93 
19) A participação de membro do Ministério Público em conselho da polícia civil torna 
nulo o procedimento administrativo disciplinar instaurado para processar e para julgar 
servidor público estadual, por prática de ato infracional. AgInt no RMS 59598/PR, Rel. 
Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/03/2020, DJe 
26/03/2020 
 
20) A convalidação de atos, determinada pelo Supremo Tribunal Federal - STF na ADPF 
n. 388, não alcança aqueles produzidos no âmbito de processo administrativo 
disciplinar declarado nulo em razão da participação de membro do Ministério Público 
em conselho da polícia civil estadual. AgInt no RMS 49869/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/12/2019, DJe 19/12/2019 
 
21) O superintendente regional de Polícia Federal é competente para designar os 
membros de comissão permanente de disciplina, bem como para determinar a 
abertura de procedimento administrativo disciplinar no âmbito da respectiva 
superintendência. MS 14787/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 25/02/2016, DJe 02/03/2016 
 
22) A designação de comissão temporária para promover processo administrativo 
disciplinar é legítima, nos termos da Lei n. 8.112/1990, já que a existência de comissão 
permanente para a apuração de faltas funcionais só é exigida para os casos 
determinados em lei. MS 16927/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 10/05/2017, DJe 15/05/2017 
 
23) Os policiais rodoviários federais se sujeitam às disposições da Lei n. 8. 112/1990, 
que nada dispõe sobre a necessidade de ser permanente a comissão que conduz o 
processo administrativo disciplinar instaurado para apurar responsabilidade de 
servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições. MS 21787/DF, Rel. 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/09/2019, DJe 
16/09/2019 
 
24) A designação de comissão temporária para promover processo administrativo 
disciplinar contra servidor policial federal viola os princípios do juiz natural e da 
legalidade, a teor da Lei n. 4.878/1965, que exige a condução do procedimento por 
comissão permanente de disciplina. MS 14576/DF, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA 
PALHEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/11/2018, DJe 01/02/2019 
 
25) A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não 
ofende a Constituição. (Súmula Vinculante n. 5/STF) RMS 50365/PE, Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/08/2019, DJe 
02/09/2019 
 
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94 
26) É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a 
ampla defesa. (Súmula n. 591/STJ) MS 25131/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/11/2019, DJe 08/05/2020 
 
27) A decretação de nulidade no processo administrativo depende da demonstração 
do efetivo prejuízo para as partes, à luz do princípio pas de nullité sans grief. MS 
24672/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2020, 
DJe 05/08/2020 
 
28) O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só 
causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. (Súmula n. 592/STJ) MS 
24672/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2020, 
DJe 05/08/2020 
 
29) As instâncias administrativa e penal são independentes entre si, salvo quando 
reconhecida a inexistência do fato ou a negativa de autoria na esfera criminal. AgInt 
no RMS 62007/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 22/04/2020, DJe 27/04/2020 
 
30) É possível haver discrepância entre a penalidade sugerida pela comissão disciplinar 
e a aplicada pela autoridade julgadora desde que a conclusão lançada no relatório final 
não guarde sintonia com as provas dos autos ea sanção imposta esteja devidamente 
motivada. MS 21773/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 23/10/2019, DJe 28/10/2019 
 
31) A Administração Pública, quando se depara com situação em que a conduta do 
investigado se amolda às hipóteses de demissão ou de cassação de aposentadoria, não 
dispõe de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por se tratar de ato 
vinculado. MS 17054/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 11/12/2019, DJe 13/12/2019 
32) Não há falar em ofensa ao princípio da proporcionalidade e da razoabilidade 
quando a única reprimenda prevista para a infração disciplinar apurada é a pena de 
demissão. MS 21937/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão 
Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/08/2019, DJe 
23/10/2019 
 
33) A autoridade administrativa pode aplicar a pena de demissão quando, em 
processo administrativo disciplinar, é apurada a prática de ato de improbidade por 
servidor público, tendo em vista a independência das instâncias civil, penal e 
administrativa. RMS 47351/SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 23/06/2020, DJe 26/06/2020 
 
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95 
34) A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) não revogou, de forma 
tácita ou expressa, os dispositivos da Lei n. 8.112/1990, em relação aos processos 
administrativos disciplinares. AgRg nos EDcl no REsp 1459867/MA, Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 13/11/2015 
 
35) É possível utilizar a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.492/1992), em 
interpretação sistemática, para definir o tipo previsto no art. 132, IV, da Lei n. 
8.112/1990 e justificar a aplicação de pena de demissão a servidor. MS 21937/DF, Rel. 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministra ASSUSETE 
MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/08/2019, DJe 23/10/2019 
 
36) Na esfera administrativa, o proveito econômico auferido pelo servidor é 
irrelevante para a aplicação da penalidade no processo disciplinar, pois o ato de 
demissão é vinculado (art. 117 c/c art. 132 da Lei n. 8.112/1990), razão pela qual é 
despiciendo falar em razoabilidade ou proporcionalidade da pena. MS 18090/DF, Rel. 
Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 
21/05/2013 
 
37) A demonstração do ânimo específico de abandonar o cargo público que ocupa 
(animus abandonandi) é necessária para tipificar conduta de servidor como prática de 
infração administrativa de abandono de cargo. MS 22566/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/11/2019, DJe 29/11/2019 
 
38) A pena de cassação de aposentadoria prevista nos art. 127, IV, e art. 134 da Lei n. 
8.112/1990 é constitucional e legal, inobstante o caráter contributivo do regime 
previdenciário. MS 20968/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 10/06/2020, DJe 29/06/2020 
 
39) O fato de o acusado estar em licença para tratamento de saúde não impede a 
instauração de processo administrativo disciplinar, nem mesmo a aplicação de pena 
de demissão. MS 19451/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 14/12/2016, DJe 02/02/2017 
 
40) Em caso de inobservância de prazo razoável para a conclusão de processo 
administrativo disciplinar, não há falar em ilegalidade na concessão de aposentadoria 
ao servidor investigado. AgInt no AREsp 1348488/RJ, Rel. Ministro BENEDITO 
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2020, DJe 19/02/2020 
 
41) Quando o fato objeto da ação punitiva da administração também constituir crime, 
o prazo prescricional no âmbito administrativo disciplinar será regido pela pena 
cominada em abstrato (art. 109 do Código Penal - CP), enquanto não houver sentença 
penal condenatória, e pela pena aplicada em concreto, após o trânsito em julgado ou 
o não provimento do recurso da acusação (art. 110, § 1º, c/c art. 109 do CP). AgInt no 
CPF: 860.542.154-18
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RMS 52268/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
21/10/2019, DJe 23/10/2019 
 
42) O deferimento de provimento judicial que determine à autoridade administrativa 
que se abstenha de concluir procedimento administrativo disciplinar suspende o curso 
do prazo prescricional da pretensão punitiva administrativa. AgRg no RMS 48667/SP, 
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/02/2016, DJe 
20/05/2016 
 
43) É possível o imediato cumprimento da penalidade aplicada na conclusão de 
processo administrativo disciplinar, uma vez que os recursos administrativos e os 
pedidos de reconsideração, em regra, não possuem efeito suspensivo automático. MS 
21120/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
22/02/2018, DJe 01/03/2018 
 
44) É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo 
em que se fundou a primeira. (Súmula n. 19/STF) MS 20978/DF, Rel. Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/10/2016, DJe 01/12/2016 
 
45) Reconhecida a nulidade de PAD pela existência de vício insanável, antes do seu 
julgamento, não há que se falar em reformatio in pejus quando a segunda comissão 
processante opina por penalidade mais gravosa. MS 18370/DF, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/02/2017, DJe 01/08/2017 
 
46) Meras alegações de que existe fato novo não têm o condão de abrir a via da revisão 
do processo administrativo disciplinar, sendo indispensável a comprovação da 
existência de fatos novos, desconhecidos ao tempo do PAD. MS 21065/DF, Rel. 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/10/2018, DJe 
22/10/2018 
 
47) Da revisão do PAD não poderá resultar agravamento da sanção aplicada, em 
virtude da proibição do bis in idem e da reformatio in pejus. RMS 61317/MG, Rel. 
Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/02/2020, DJe 20/02/2020 
 
48) É cabível recurso administrativo hierárquico em face de decisão prolatada em 
Processo Administrativo Disciplinar - PAD. MS 17449/DF, Rel. Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/2019, DJe 01/10/2019 
 
 
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97 
3. QUESTÕES 
 
1. Se os servidores estatutários de uma autarquia ambiental deflagrem greve e 
pararem de trabalhar. 
a) a greve será, de pronto, ilegal, visto que ainda não foi editada lei que regulamente a 
greve no serviço público. 
b) a greve poderá ser considerada legal se o Estado der causa à deflagração, assim como 
ocorreria no caso de servidores policiais civis. 
c) a administração poderá agir discricionariamente para escolher se desconta a 
remuneração dos servidores os dias parados. 
d) a greve poderá ser declarada legal, porém a administração pública deverá, em regra, 
descontar a remuneração dos servidores os dias parados. 
e) a administração pública será obrigada, caso haja requerimento de sindicato ou 
associação, a promover uma compensação pelas horas não trabalhadas, evitando o 
desconto na remuneração dos servidores. 
 
2. A respeito das formas de provimento de cargo público, é correto afirmar que: 
a) reintegração é o reingresso do funcionário exonerado ou demitido, determinado 
exclusivamente por decisão judicial transitada em julgado, com ressarcimento do 
vencimento e das vantagens inerentesao período em que o servidor esteve afastado do 
exercício de suas atribuições. 
b) a readaptação de servidor em estágio probatório dependerá de prévia inspeção 
realizada por junta médica do órgão oficial competente, podendo ser definitiva ou 
provisória, mediante decisão devidamente fundamentada do superior hierárquico. 
c) transferência é ato de provimento de servidor em outro cargo de denominação e 
atribuições diversas, com retribuição equivalente, determinada de ofício pela 
autoridade administrativa a quem originariamente subordinado o servidor, por razões 
de interesse público. 
d) a readaptação por provimento em outro cargo poderá acarretar elevação de 
vencimento, se ocorrida em unidade administrativa diferente, consideradas a hierarquia 
e as funções do cargo, preservados os demais direitos e vantagens pessoais do servidor. 
e) aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do servidor colocado em 
disponibilidade, em cargo de natureza e vencimento compatíveis com os daquele 
anteriormente ocupado, precedido de inspeção médica quanto à sanidade física e 
mental do servidor. 
 
3. De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que: 
a) é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do 
regime próprio de previdência ou do regime de previdência militar com a remuneração 
de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
98 
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
b) o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário que tenha completado 
as exigências para aposentadoria voluntária e opte por permanecer em atividade fará 
jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária 
até completar as exigências para aposentadoria compulsória. 
c) aplica-se o regime próprio de previdência social ao servidor ocupante, 
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público. 
d) incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas 
pelo regime próprio de previdência social que superem o limite máximo estabelecido 
para os benefícios do regime geral, aplicando-se as mesmas alíquotas em vigor para os 
servidores ocupantes de cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração. 
e) os tempos de contribuição federal, estadual ou municipal para o regime próprio de 
previdência serão contados para efeito de aposentadoria e de disponibilidade do 
servidor público. 
 
4. Tendo como referência as disposições da Lei Estadual n.º 6.745/1985, do estado de 
Santa Catarina, assinale a opção correta. 
a) o regime de trabalho dos servidores públicos do estado de Santa Catarina será, em 
regra, de quarenta e quatro horas semanais, ressalvada previsão específica na legislação 
de regência de determinada carreira. 
b) a equivalência de vencimentos e a manutenção da essência das atribuições do cargo 
são requisitos que devem ser observados para fins de redistribuição. 
c) readaptação implica em mudança de cargo e não tem prazo certo de duração, 
devendo ser observados os demais requisitos legais. 
d) o tempo de serviço público prestado à União, a estado, a município ou ao Distrito 
Federal é computado integralmente para efeito de aposentadoria do servidor, mas não 
para pagamento de adicional por tempo de serviço. 
e) O vencimento consiste na retribuição mensal paga ao servidor pelo exercício do cargo 
e corresponde ao valor da remuneração somado às vantagens pecuniárias. 
 
5. Juan Mesquita é brasileiro naturalizado, tem 55 anos de idade e acaba de se 
aposentar. Antes da aposentadoria, ocupava emprego público de fisioterapeuta em 
Hospital Municipal. Candidatou-se em concurso público para o cargo efetivo de fiscal 
de rendas do Estado e foi aprovado. Sabe-se que dispõe da escolaridade exigida para 
o cargo, goza de boa saúde física e mental, está em dia com suas obrigações militares 
e eleitorais e em pleno gozo de seus direitos políticos. Considerando a situação 
descrita, é correto concluir que Juan: 
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a) não poderá tomar posse no cargo público, pois ultrapassou a idade máxima exigida 
para vincular-se ao regime próprio de previdência dos servidores públicos. 
b) poderá tomar posse no cargo público, desde que requeira a desaposentação em 
relação ao vínculo anterior. 
c) não poderá tomar posse no cargo público, pois se trata de cargo privativo de brasileiro 
nato. 
d) não poderá tomar posse no cargo público, pois a percepção da aposentadoria com os 
vencimentos do cargo implica acúmulo vedado pela Constituição Federal. 
e) poderá tomar posse no cargo público, pois não há nenhum impedimento para tanto. 
 
6. A Lei de Responsabilidade Fiscal − Lei Complementar no 101/2000 − impõe, em seu 
artigo 22, uma série de medidas restritivas para os Poderes e órgãos que 
ultrapassarem o chamado “limite prudencial”, correspondente a 95% dos limites 
máximos de despesas de pessoal, constantes dos artigos 19 e 20 do mesmo diploma, 
calculados em percentuais da receita corrente líquida dos respectivos entes políticos. 
Ainda que atingido o limite prudencial, será permitido promover: 
a) o provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal para reposição 
decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores de quaisquer áreas da 
administração pública. 
b) a criação de cargo, emprego ou função pública nas áreas de saúde e educação. 
c) a alteração de estrutura de carreira, ainda que implique aumento de despesa. 
d) a revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos agentes públicos. 
e) a contratação de hora extra, desde que devidamente justificada a necessidade pelo 
gestor público. 
 
7. Lei Municipal prevê a concessão de auxílio-alimentação aos servidores 
mensalmente, em parcela destacada, sem incidência de contribuição previdenciária, 
incorporando-o definitivamente após 12 meses. Estabelece, ainda, que o valor pago a 
título de auxílio-alimentação integrará a base de cálculo para efeitos de pagamento 
de 13º salário e férias. Questionada a constitucionalidade e a extensão da norma, é 
correto afirmar que: 
a) o auxílio-alimentação ostenta caráter indenizatório e é devido apenas durante o 
exercício funcional, não pode ser estendido a inativos e pensionistas, nem ser 
incorporado, mas a incidência proporcional sobre 13º salário e férias, direito 
constitucionalmente assegurado, legitima-se, com base na expressa previsão 
orçamentária. 
b) o Município goza de total liberdade na organização do seu pessoal, impondo-se, sob 
pena de violação aos princípios federativos e da separação dos poderes, prestigiar a 
legislação editada sem vício de iniciativa e aprovada em regular processo legislativo. 
c) o auxílio alimentação, nos termos em que instituído, perdeu a natureza indenizatória 
e deve ser estendido a inativos e pensionistas. 
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100 
d) se trata de verba indenizatória, o que não permite sua incorporação à remuneração 
ou integração à base de cálculo para efeito de 13º salário e férias. 
 
8. Diante de uma arguição de inconstitucionalidadede Lei Municipal que trata de 
contratação temporária de servi- dores, por burla ao princípio da obrigatoriedade do 
concurso público, é forçoso concluir que: 
a) não é possível admissão de servidores sem concurso público, na medida em que o 
artigo 37, inciso II, da Constituição Federal impõe essa forma de seleção para 
atendimento aos princípios da eficiência, da impessoalidade e da moralidade 
administrativa. 
b) as contratações temporárias, quando excepcionalmente admitidas, não podem ser 
prorrogadas. 
c) as regras que admitem a contratação sem concurso público devem ser interpretadas 
restritivamente, impondo previsão em lei, interesse público excepcional e necessidade 
indispensável. 
d) quando admitidos servidores em caráter temporário, fora das hipóteses estritas em 
que permitido pela Constituição, é cabível ação de improbidade, com determinação de 
devolução das quantias pagas, sem prejuízo das demais penalidades. 
 
9. Lei Municipal concede direito a décimo terceiro salário e terço constitucional de 
férias a vereadores, sofrendo arguição incidental de inconstitucionalidade em ação 
civil pública ajuizada pelo Ministério Público, diante da aprovação, por eles próprios, 
da concessão do direito. Diante desse impasse, é certo concluir: 
a) não há inconstitucionalidade porque as verbas em questão não integram os 
subsídios, tanto que a lei municipal estabeleceu em favor dos agentes públicos para 
evitar esvaziamento de garantias asseguradas constitucionalmente a todos os 
trabalhadores. 
b) a questão não poderia ter sido deduzida em ação de improbidade administrativa, 
mas apenas em sede de ação direta de inconstitucionalidade, considerando a presunção 
de legitimidade das normas editadas for- malmente pelo Poder Legislativo e a 
necessária vinculação dos atos administrativos a elas estatuídos. 
c) o regime de subsídio é incompatível com outras par- celas remuneratórias. 
d) a questão deve ser objeto de apreciação incidental da inconstitucionalidade por parte 
da Câmara para a qual foi distribuída a apelação, avaliando a imputada 
inconstitucionalidade porque parte dos fundamentos da ação de improbidade 
administrativa. 
 
10. Maria foi aprovada em concurso público para o cargo efetivo de analista 
processual do Estado Delta e classificada em quinto lugar. O edital do concurso 
ofereceu apenas quatro vagas, não obstante houvesse dez cargos efetivos vagos. O 
resultado final do concurso foi regularmente homologado e, durante o seu prazo de 
validade, que não foi prorrogado e acaba na próxima semana, o Estado Delta 
convocou e nomeou os quatro primeiros classificados. Maria logrou obter 
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informações e documentos que comprovam, de forma cabal, que o Estado Delta 
recentemente nomeou, sem prévio concurso público, para cargo em comissão, três 
pessoas para exercerem exatamente as mesmas funções afetas ao cargo de analista 
processual, de necessidade permanente para o Estado, sendo que, para desempenho 
da mesma função, há ainda servidores temporários com prorrogações sucessivas de 
seus contratos de trabalho. Assim, Maria impetrou mandado de segurança, 
pleiteando sua convocação, nomeação e posse. Consoante a atual jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, a ordem deve ser: 
a) denegada, pois apenas convertem a mera expectativa de direito em direito subjetivo 
à nomeação os candidatos aprovados dentro do número de vagas oferecidas no edital 
do concurso público; 
b) denegada, pois apenas possuem direito subjetivo à nomeação os candidatos 
aprovados dentro do número de vagas e os que forem preteridos pela administração 
pública por burla à ordem de classificação; 
c) denegada, pois apenas possuem direito subjetivo à nomeação os candidatos 
aprovados dentro do número de vagas e aqueles que forem preteridos na ordem de 
classificação, bem como se houver abertura de novo concurso para o mesmo cargo, 
durante o prazo de validade do certame anterior; 
d) concedida, pois Maria passou a ter direito subjetivo à nomeação, na medida em que 
surgiram novas vagas durante o prazo de validade do certame, o que gera 
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas 
previstas no edital do concurso anterior; 
e) concedida, pois Maria passou a ter direito subjetivo à nomeação, na medida em que 
foi preterida de forma arbitrária e imotivada por parte da administração pública, em 
comportamento expresso que revela a inequívoca necessidade de sua nomeação. 
 
11. Acerca do provimento de cargo efetivo, assinale a afirmativa correta. 
a) A remoção de servidor público para cargo diverso, também efetivo, configura 
provimento do novo cargo. 
b) A reestruturação de cargos, com extinção do cargo ocupado, acarreta o provimento 
automático do novo cargo, ainda que com atribuições diversas. 
c) A permanência no cargo efetivo por nomeação pode acarretar a efetividade, por 
decurso do tempo. 
d) Se dá por concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de 
classificação do certame. 
 
12. Sobre a remuneração do servidor público, analise as afirmativas a seguir. 
I. As gratificações recebidas pelo servidor público, ainda que a título transitório, se 
incorporam à remuneração e não podem ser suprimidas, pois fazem parte da 
remuneração. 
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102 
II. As modificações do regime jurídico alteram a remuneração do servidor público, mas 
o valor recebido deve ser mantido, em razão do princípio da irredutibilidade da 
remuneração. 
III. Os subsídios dos agentes políticos são pagos de uma só vez, não se admitindo o 
pagamento do 13º (décimo terceiro) salário. 
IV. Somente poderá ser fixada ou alterada por lei específica, observada a iniciativa 
privativa. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, II e III, somente. 
b) I e II, somente. 
c) I, II, III e IV. 
d) II e IV, somente. 
 
 
 
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4. GABARITO COMENTADO 
 
1. D 
O direito de greve dos servidores públicos está previsto no art. 37, VII, da Constituição 
Federal e, muito embora, ainda não se encontre devidamente regulamentado por lei 
específica, conforme comando constitucional (norma de eficácia limitada), seu exercício 
é legal, observado o regramento aplicável aos empregados privados (MI 670/ES). 
O entendimento acima, no entanto, não abrange os policiais civis e todos os servidores 
públicos que atuem diretamente na área da segurança pública, aos quais, de acordo com 
recente decisão do STF (Info 860), é vedado o exercício do direito de greve, sob qualquer 
forma ou modalidade. 
Acerca dos descontos dos dias de paralisação dos servidores públicos, recentemente o 
STF fixou a seguinte tese de repercussão geral: “A administração pública deve proceder 
ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos 
servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, 
permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se 
ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público” (RE 
nº 693.456, j. em 27/10/2016). 
 
2. E 
Embora a questão cobre disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do 
Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro (Decreto-Lei nº 220/1975) e seu respectivo 
Regulamento (Decreto Estadual nº 2.479/1979 – Regulamento do Estatutodos 
Funcionários Públicos Civis do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro), a questão 
pode tranquilamente ser respondida com o conhecimento geral do regime jurídico dos 
servidores públicos. 
(A) INCORRETA. De acordo com o art. 5º do referido DL, “Invalidada a demissão do 
funcionário, será ele reintegrado e ressarcido”. Nessa mesma toada, o § 2º do art. 41 da 
CF/88 dispõe que “Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será 
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de 
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em 
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço”. Não se fala em 
reintegração em caso de exoneração, portanto. 
(B) INCORRETA. Segundo o § 13 do art. 39 da CF/88, “O servidor público titular de cargo 
efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e 
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua 
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a 
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a 
remuneração do cargo de origem”. Nessa mesma linha, o art. 7º do DL prevê que “O 
funcionário estável fisicamente incapacitado para o pleno exercício do cargo poderá ser 
ajustado em outro de vencimento equivalente e compatível com suas aptidões e 
qualificações profissionais”. Em sintonia, o art. 49 do mencionado Regulamento 
estabelece que “O funcionário estável poderá ser readaptado ex-officio ou a pedido em 
função mais compatível, por motivo de saúde ou incapacidade física”. Vê-se, portanto, 
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104 
que somente o servidor estável tem direito à readaptação. Gravem o seguinte: 
reintegração, readaptação e disponibilidade somente são possíveis para servidores 
estáveis. 
(C) INCORRETA. Os arts. 59-60 do Regulamento consigna que a “Transferência, quando 
não se trata da definida no Art.4º do Decreto-lei n.º 220, de 18-07-75, e no inciso IV, 
alínea c, do Art.14 do Decreto-lei n.º 408, de 02-02- 79, é o ato de simples investidura 
do funcionário em outro cargo de denominação diversa e de retribuição equivalente”, 
sendo que ela “se fará à vista de comprovação competitiva de habilitação dos 
interessados para o exercício do novo cargo”, não ocorrendo, pois, de ofício. Registre-
se, todavia, o teor da Súmula Vinculante nº 43: “É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido.”. Eis a ementa do precedente representativo: 
Ação direta de inconstitucionalidade. Ascensão ou acesso, transferência e 
aproveitamento no tocante a cargos ou empregos públicos. O critério do mérito aferível 
por concurso público de provas ou de provas e títulos é, no atual sistema constitucional, 
ressalvados os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração, 
indispensável para cargo ou emprego público isolado ou em carreira. Para o isolado, em 
qualquer hipótese; para o em carreira, para o ingresso nela, que só se fará na classe 
inicial e pelo concurso público de provas ou de provas e títulos, não o sendo, porém, 
para os cargos subsequentes que nela se escalonam até o final dela, pois, para estes, a 
investidura se fará pela forma de provimento que é a “promoção”. Estão, pois, banidas 
das formas de investidura admitidas pela CF/1988 a ascensão e a transferência, que são 
formas de ingresso em carreira diversa daquela para a qual o servidor público ingressou 
por concurso e que não são, por isso mesmo, ínsitas ao sistema de provimento em 
carreira, ao contrário do que sucede com a promoção, sem a qual obviamente não 
haverá carreira, mas, sim, uma sucessão ascendente de cargos isolados. O inciso II do 
art. 37 da CF/1988 também não permite o “aproveitamento”, uma vez que, nesse caso, 
há igualmente o ingresso em outra carreira sem o concurso exigido pelo mencionado 
dispositivo. 
[ADI 231, rel. min. Moreira Alves, P, j. 5-8-1992, DJ de 13-11-1992.] 
(D) INCORRETA. Conforme prevê o § 2º do art. 50 do aludido Regulamento, a 
readaptação não acarretará descenso nem elevação de vencimento. 
(E) CORRETA. Segundo o art. 6º do referido DL, “O funcionário em disponibilidade 
poderá ser aproveitado em cargo de natureza e vencimento compatíveis com os do 
anteriormente ocupado”. Nessa mesma toada, os arts, 45-46 do Regulamento 
prescrevem que: 
Art. 45 - Aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do funcionário 
colocado em disponibilidade. 
Art. 46 - O funcionário em disponibilidade poderá ser aproveitado em cargo de natureza 
e vencimento compatíveis com os do anteriormente ocupado. 
§ 1º- Restabelecido o cargo, ainda que modificada sua denominação, poderá nele ser 
aproveitado o funcionário posto em disponibilidade quando da sua extinção. 
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105 
§ 2º- O aproveitamento dependerá de prova de sanidade físico-mental verificada 
mediante inspeção médica. 
 
3. A 
(A) CORRETA. Artigo 37, § 10, da Constituição: 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do 
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, 
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os 
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 
(B) INCORRETA. O STF decidiu no julgamento do RE 786540, em repercussão geral, que 
apenas servidor titular de cargo de provimento efetivo se submete à aposentadoria 
compulsória, não incidindo a regra sobre titulares de cargos comissionados: 
1 - Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à 
regra da aposentadoria compulsória prevista no artigo 40, parágrafo 1º, inciso II, da 
Constituição Federal, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, 
inexistindo também qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. 
2 - Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional 
a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo 
comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre 
nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de 
vínculo efetivo com a Administração. 
(C) INCORRETA. Art. 40, § 13, da Constituição: 
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de 
livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego 
público, aplica-se o regime geral de previdência social. 
(D) INCORRETA. Art. 40, § 18, da Constituição: 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas 
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual 
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 
(E) INCORRETA. Art. 40, § 9, da Constituição: 
§ 9º. O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito 
de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. 
 
4. B 
Embora a questão tenha cobrado a literalidade da Lei Estadual nº 6.745/1985 – Estatuto 
dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, a questão podia ter sido 
respondida tranquilamente com o material que disponibilizamos, já que, em geral, 
cobrounoções genéricas dos servidores públicos ou que possuem a mesma disciplina na 
legislação federal. Vejamos: 
(A) INCORRETA. Trata-se do caput do art. 23 da Lei Estadual. O erro da questão é até 
intuitivo, eis que, salvo casos excepcionais, as repartições públicas não funcionam nos 
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106 
finais de semana, razão pela qual, sendo comum a jornada máxima diária de 08 (oito) 
horas, se chega a 40 (quarenta) horas semanais, e não 44 (quarenta e quatro): 
Art. 23. O regime de trabalho dos funcionários públicos do Estado, sendo omissa a 
especificação de cargo, é de 40 (quarenta) horas semanais, cumpridas em dias e 
horários próprios, observada a regulamentação específica. 
(B) CORRETA. A redistribuição vem prevista no art. 32 da Lei Catarinense. Igualmente à 
anterior, é possível analisar a assertiva segundo princípios administrativos, 
considerando-se que o acesso a cargos públicos se dá obrigatoriamente por concurso 
público, conforme exigência do art. 37, II, da CF/88, que impede a ocorrência de 
transposições, migrações, equiparações ou reenquadramentos de servidores públicos, 
esbarrando no comando peremptório da Súmula Vinculante nº 43, segundo a qual “É 
inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, 
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que 
não integra a carreira na qual anteriormente investido”. Nesse trilhar, a redistribuição 
somente se legitima à luz da Lei Maior Brasileira se mantiver a essência das atribuições 
do cargo. Confira-se, de todo modo, a dicção do art. 32 da Lei Estadual: 
Art. 32. Redistribuição é o deslocamento motivado de cargo de provimento efetivo, 
ocupado ou vago no âmbito do quadro de pessoal, para outro órgão ou entidade do 
mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central de pessoal, observados os 
seguintes requisitos: 
I - interesse da Administração; 
II - equivalência de vencimentos; 
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; 
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; 
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; e 
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão 
ou entidade. (NR) (Redação do art. 32 dada pela Lei Complementar 210, de 2001) 
(C) INCORRETA. A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e 
responsabilidades compatíveis com limitação à sua capacidade física ou mental 
posterior à nomeação, devendo ser efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada 
a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos (arts. 25-27 
da Lei Federal nº 8.212/90). Embora a questão tenha cobrado a dicção da Lei Estadual, 
a lógica é a mesma da federal, com destaque para a asserção expressa da Lei Catarinense 
no sentido de que a readaptação não implica mudança de cargo. Embora a Lei Federal 
pareça indicar que, com a readaptação, o servidor passa a ocupar outro cargo público, 
não é isso que realmente ocorre, afinal de contas, como visto, o acesso a cargo público 
somente se fará por meio de concurso público. Na verdade, o readaptando continua 
ocupante do cargo para o qual fez concurso, foi nomeado e tomou posse, apenas sendo 
designado para o exercício de funções típicas de outro cargo que se mostrem 
compatíveis com sua limitação física/mental posterior à nomeação. Vejamos o teor dos 
arts. 35-36 da Lei Estadual: 
Art. 35. Dar-se-á a readaptação funcional quando, não sendo possível a transferência, 
ocorrer modificação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário, que 
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107 
aconselhe o seu aproveitamento em atribuições diferentes, compatíveis com a sua 
condição funcional (art. 71). 
§ 1º A readaptação não implica em mudança de cargo e terá prazo certo de duração, 
conforme recomendação do órgão médico oficial. 
§ 2º Expirado o prazo de que trata o parágrafo anterior e se o funcionário não tiver 
readquirido as condições normais de saúde, a readaptação será prorrogada. 
Art. 36. A readaptação não acarretará decesso nem aumento de remuneração. 
(D) INCORRETA. Aqui, realmente, era necessário algum conhecimento da disciplina do 
adicional por tempo de serviço nas diversas legislações estaduais [em geral, ele 
considera todo o período que o servidor atuou no serviço público; em certos casos, 
como ocorre no Estado de São Paulo, considera-se até o período de inscrição na 
categoria profissional própria do cargo, a exemplo da PGE/SP, em que os Procuradores 
do Estado têm contabilizados o tempo de filiação à OAB, inclusive enquanto 
estagiários]. Vejamos a disciplina da Lei do Estado do Paraná: 
Art. 42. O tempo de serviço público prestado à União, Estados, Municípios, Distrito 
Federal, Territórios e seus órgãos de Administração Indireta e Fundações, bem como o 
tempo de exercício de mandato eletivo, é computado integralmente para efeito de 
aposentadoria, disponibilidade e adicional por tempo de serviço. 
§ 1º Para efeito deste artigo, considera-se exclusivamente o tempo de exercício junto às 
entidades mencionadas, vedados quaisquer acréscimos não computáveis para todos os 
efeitos na legislação estadual. 
§ 2º Vetado. 
§ 2º Para efeito de Licença-Prêmio, considerar-se-á o tempo de serviço prestado ao 
Estado em suas Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e 
Autarquias. (NR) (Redação do § 2º dada pela Lei 6.800, de 1986). 
Art. 43. Considera-se tempo de serviço público estadual, para todos os efeitos legais, o 
tempo de exercício em cargo, emprego ou função pública do Estado de Santa Catarina 
e suas autarquias e, ainda, com as ressalvas desta Lei, os períodos de férias; licenças 
remuneradas; júri e outras obrigações legais; faltas justificadas, afastamentos 
legalmente autorizados, sem perda de direitos ou suspensão do exercício, ou 
decorrentes de prisão ou suspensão preventivas e demais processos, cujos delitos e 
conseqüências não sejam afinal confirmados. 
§ 1º É computado, exclusivamente, para fins de aposentadoria e disponibilidade, 
observado o disposto no § 1º, do art. 42, desta Lei: 
I - o tempo de serviço prestado à instituição de caráter privado, que tenha sido 
transformado em estabelecimento público; 
II - o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade ou aposentado; 
III – em dobro, o período relativo à licença-prêmio obtida no exercício de cargo público 
estadual e não gozada. (Redação do inciso III revogada pela Lei Complementar 36, de 
1991) 
§ 2º Para efeito de aposentadoria, em todas as suas modalidades, é computado o tempo 
de serviço prestado em atividades de natureza privada, desde que o funcionário tenha 
completado 10 (dez) anos de serviço público estadual. 
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108 
Art. 44. É vedada a contagem de tempo de serviço prestado concorrente ou 
simultaneamente em cargos e empregos exercidos em regime de acumulação ou em 
atividade privada. 
Art. 45. O tempo de serviço público estadual verificado à vista dos elementos 
comprobatórios de freqüência, observado o disposto no art. 43, será apurado em dias e 
estes convertidos em ano, considerado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) 
dias. 
Art. 46. A comprovação do tempo de serviço, para efeito de averbação, nos termos do 
art. 42, desta Lei, será procedidamediante certidão, com os seguintes requisitos: 
I - a expedição por órgão competente e visto da autoridade responsável pelo mesmo; 
II - a declaração de que os elementos da certidão foram extraídos de documentação 
existente na respectiva entidade, anexando cópia dos atos de admissão e dispensa; 
III - a discriminação do cargo, emprego ou função exercidos e a natureza do seu 
provimento; 
IV - a indicação das datas de início e término do exercício; 
V - a conversão em ano dos dias de efetivo exercício, na base de 365 (trezentos e 
sessenta e cinco) dias por ano; 
VI - o registro de faltas, licenças, penalidades sofridas e outras notas constantes do 
assentamento individual; 
VII - o esclarecimento de que o funcionário está ou não desvinculado da entidade que 
certificar. 
§ 1º Será admitida a justificação judicial como prova do tempo de serviço tão somente 
em caráter subsidiário ou complementar, com começo razoável de prova material da 
época e desde que evidenciada a impossibilidade de atendimento dos requisitos deste 
artigo. 
§ 2º A contagem e a comprovação do tempo de serviço na atividade privada, 
obedecerão às normas estabelecidas na legislação federal própria. 
(E) INCORRETA. O sistema remuneratório dos agentes públicos abrange os conceitos de 
vencimentos, salários e subsídio. 
a) Vencimentos: é o somatório do vencimento básico ou simplesmente “vencimento” 
(parte fixa delimitada em lei) com as vantagens pecuniárias de caráter permanente 
previstas em lei (adicionais e gratificações). Aplica-se aos servidores estatutários em 
geral; 
b) Salário: contraprestação pecuniária pelos serviços prestados no âmbito da relação de 
emprego (celetista). Aplica-se aos empregados públicos; 
c) Subsídio: remuneração fixada em parcela única, vedado o acréscimo de outras 
vantagens pecuniárias (gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação, 
etc.). O regime é obrigatório para algumas carreiras delimitadas na Constituição e de 
adoção facultativa para os agentes organizados em carreira (escalonamento 
hierarquizado de cargos). Devem adotar obrigatoriamente o regime de subsídio: 
- Membro de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), o detentor de mandato eletivo, 
os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais (art. 39, §4º, da CF/88); 
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- Membros dos Tribunais de Contas (art. 73, §3º, da CF/88); 
- Membros do Ministério Público (art. 128, §5º, da CF/88); 
- Membros da Advocacia Pública (art. 135 da CF/88); 
- Defensores Públicos (art. 135 da CF/88); 
- Carreiras Policiais (art. 144, §9º da CF/88). 
Nos termos do art. 39, § 3º, da CF/88, e do Enunciado nº 16 da Súmula do STF, a 
remuneração dos agentes públicos não poderá ser inferior ao salário mínimo. 
CONTUDO, o que não pode ser inferior ao salário mínimo é o conjunto da remuneração, 
e não propriamente o vencimento base. Nesse sentido, é possível que algum servidor 
público tenha “vencimento” abaixo do mínimo salarial, desde que a sua remuneração 
total supere o referido valor. 
 
5. E 
(A) INCORRETA. A aposentadoria compulsória no RPPS (idade máxima para o serviço 
público) se dá com 75 (setenta e cinco) anos de idade, conforme prevê o art. 40, § 1º, II, 
da CF/88, c/c o art. 152/2015 
Art. 40, § 1º, CF - § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social 
será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
[...] 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei 
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) 
(B) INCORRETA. Não há mais vínculo funcional anterior, eis que o servidor se encontra 
aposentado. Além disso, a desaposentação não é possível, conforme entendimento do 
STF (RE 381367, RE 827833 e RE 661256, Rel. para acórdão Min. Dias Toffoli, julgados 
em 26/10/2016 (repercussão geral).) 
(C) INCORRETA. Os cargos de brasileiro nato são apenas aqueles do art. 12, § 3º, CF/88: 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 
23, de 1999) 
(D) INCORRETA. O art. 37, caput, da CF/88, veda a acumulação remunerada de cargos 
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, quando se tratar de dois 
cargos de professor, um de professor e outro técnico ou científico, e dois cargos ou 
empregos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Ademais, o art. 
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110 
40, § 6º, da CF/88, proíbe, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis, a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do RPPS. No caso, o 
Juan cumularia uma aposentadoria pelo RPPS com um cargo público, não incidindo em 
nenhuma das hipóteses defesas pela Constituição. 
(E) CORRETA. Vide comentários anteriores. 
 
6. D 
(A) INCORRETA. Art. 22, parágrafo único, IV, da LRF: 
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por 
cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido 
no excesso: 
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, 
ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das 
áreas de educação, saúde e segurança 
(B) INCORRETA. Art. 22, parágrafo único, IV, da LRF: 
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por 
cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido 
no excesso: 
II - criação de cargo, emprego ou função 
(C) INCORRETA. Art. 22, parágrafo único, III, da LRF: 
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por 
cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido 
no excesso: 
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa 
(D) CORRETA. Art. 22, parágrafo único, III, da LRF: 
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por 
cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido 
no excesso: 
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a 
qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou 
contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição (revisão 
geral anual) 
(E) INCORRETA. Art. 22, parágrafo único, V, da LRF: 
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por 
cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido 
no excesso: 
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da 
Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias. 
 
7. D 
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O auxílio alimentação tem caráter transitório e indenizatório e, portanto, não integra o 
vencimento, a remuneração ou o salário, não sendo computado paraefeitos de 
quaisquer vantagens que um servidor perceba ou venha a perceber. 
Além disso, uma vez que o auxílio alimentação visa a subsidiar as despesas relativas à 
alimentação do servidor em atividade, é vedada sua extensão aos pensionistas ou 
inativos, a teor dos Enunciados nº s 680 e 55 da Súmula do STF: “o direito ao auxílio- 
alimentação não se estende aos servidores inativos”. 
 
8. C 
(A) INCORRETA. A Constituição Federal traz em seu art. 37, inciso II, o princípio do 
concurso público como requisito para o provimento de cargos públicos, admitindo, no 
entanto, algumas exceções, quis sejam: (i) cargos em comissão (art. 37, II, CF); (ii) 
servidores temporários (art. 37, IX); (iii) cargos eletivos; (iv) ex-combatentes (art. 53, I, 
ADCT); e (v) agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (art. 198, 
§4º, CF). 
(B) INCORRETA. A Lei Federal 8.47593 estabelece que a contratação de servidores 
temporários serão realizadas por prazos determinados, apontando os prazos máximos 
que deverão ser observados, admitindo, no entanto, a prorrogação dos contratos em 
hipóteses lá especificadas, por exemplo: 
- admissão de professor substituto e professor visitante; 
- atividades de identificação e demarcação territorial; atividades finalísticas do Hospital 
das Forças Armadas; 
- atividades de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito do 
Ministério da Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações 
emergenciais ligadas ao comércio internacional de produtos de origem animal ou 
vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana; 
- admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão das instituições 
federais de ensino; 
- atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de 
sistemas de informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e 
Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações – CEPESC; e 
- realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas 
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 
(C) CORRETA. A exceção prevista no art. 37, IX, deve ser interpretada restritivamente, 
cabendo ao legislador infraconstitucional a observância dos requisitos da reserva legal, 
da atualidade do excepcional interesse público justificador da contratação temporária e 
da temporariedade e precariedade dos vínculos contratuais. 
(D) INCORRETA. De fato, contratação de servidores temporários, fora das hipóteses 
admitidas na Carta Magna, implica a contratação irregular de servidores públicos e a 
consequente violação do princípio do concurso público, configurando, portanto, ato de 
improbidade administrativa por violação aos princípios da legalidade, impessoalidade e 
lealdade às instituições [entendimento que poderá ser alterado com as alterações 
promovidas na LIA]. 
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112 
Ocorre que não haverá restituição dos valores pagos aos servidores durante o período 
em que prestaram serviço para a Administração Pública, sob pena de enriquecimento 
ilícito da Administração. 
Seria considerada a devolução de valores recebidos, mesmo que de forma irregular pelo 
servidor público, como uma verdadeira ilegalidade e arbitrariedade, por ter sido 
recebida como uma contraprestação pecuniária pelo trabalho/função exercida em prol 
do serviço público. Ou seja, o recebimento de remuneração como uma contraprestação 
pecuniária é inalienável e pertence ao patrimônio jurídico de quem foi destinatário do 
mesmo. 
 
9. A 
O STF decidiu que o art. 39, § 4º, da Constituição Federal, não é incompatível com o 
pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário (Tema 484 da Repercussão 
Geral), isto porque o regime de subsídio é incompatível com outras parcelas 
remuneratórias de natureza mensal, o que não é o caso do décimo terceiro salário e do 
terço constitucional de férias, pagos a todos os trabalhadores e servidores com 
periodicidade anual. No entanto, a obrigação de pagamento de tais verbas depende de 
previsão em legislação municipal. (STF. 1ª Turma. Rcl 32483 AgR/SP, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 3/9/2019 – Info 950). 
 
10. E 
Segundo o STF (RE 837.311/PI, repercussão geral): 
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, 
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito 
à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital. 
Ficam ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da 
Administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público 
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período 
de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público 
exsurge nas seguintes hipóteses: a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de 
vagas dentro do edital; b) quando houver preterição na nomeação por não observância 
da ordem de classificação; e c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo 
concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos 
de forma arbitrária e imotivada por parte da Administração nos termos acima. 
Como exemplos da hipótese “c” (“preterição arbitrária e imotivada por parte da 
Administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público 
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período 
de validade do certame”) são frequentemente reconhecidas pelo Judiciário justamente 
as situações narradas na questão, de nomeações para cargos em comissão com funções 
idênticas ou assemelhadas e de nomeações ou prorrogações sucessivas de contratos de 
servidores temporários com funções idênticas ou assemelhadas. Nesses casos, estaria 
cabalmente demonstrada a necessidade da Administração de nomear os aprovados em 
concurso público fora do número de vagas do edital. 
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113 
Por fim, a título de curiosidade, entendeu o STJ em 2018 que, ainda que não haja 
preterição arbitrária ou imotivada do candidato aprovado fora do número de vagas do 
edital, haverá direito à nomeação se houver: surgimento de novas vagas + comprovação 
da necessidade do provimento + inexistência de restrição orçamentária (STJ, 1ª Seção, 
MS 22.813/DF, j. em 13/06/2018 – Info 630). 
 
11. D 
A) INCORRETA. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito 
do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede e não constitui hipótese de 
provimento. De acordo com o art. 8º da Lei nº 8.112/90, são formas de provimento de 
cargo público: a nomeação; promoção; readaptação; reversão; aproveitamento; 
reintegração; e recondução. 
B) INCORRETA. O STF não admite a aplicação da chamada “teoria do fato consumado” 
para consolidar nomeações a cargos públicos feitas ao arrepio do Direito. Segundo o 
Supremo, o decurso do tempo não possui o condão de assegurar a permanência no 
cargo público, não ensejando estabilidade ou efetividade (RE 608.482/RN). Por 
oportuno, destaque-se a diferença entre esses dois conceitos, conforme didático 
julgado do STF: a estabilidade é o direito de permanência no serviço público no cargo 
em que fora admitido, sendo impossível sua demissão fora das hipóteses 
constitucionais, existindo de forma excepcional para quem atender aos requisitos do 
art. 19 do ADCT; por outro lado, a efetividade somente é adquirida por concurso público, 
incorporando o servidor à carreira, com direito aosbenefícios privativos de seus 
integrantes e à progressão funcional, inclusive com filiação ao RPPS (ADI 114 e ARE 
1.069.876 AgR). 
C) INCORRETA. Nos termos do art. 37, no caso de extinção de cargo público, o servidor 
será redistribuído para outro cargo de provimento efetivo que deverá, entre outros 
requisitos, possuir a mesma essência das atribuições do cargo. Caso o servidor estável 
não seja redistribuído, será colocado em disponibilidade até seu aproveitamento. 
D) CORRETA. Art. 37, inciso II, da CF88: “a investidura em cargo ou emprego público 
depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em 
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração”. 
 
12. D 
(I) INCORRETA. Art. 39, § 9º, CF/88 (incluído pela EC nº 103/2019): “é vedada a 
incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função 
de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.”. 
(II) CORRETA. Art. 37, XV, CF/88: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos 
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste 
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.”. 
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114 
(III) INCORRETA. Conforme entendimento do STF (RE nº 650.898 – Tema 484), “o artigo 
39, parágrafo 4.º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço 
de férias e décimo terceiro salário...”. 
(IV) CORRETA. Art. 37, caput, X, CF/88: “a remuneração dos servidores públicos e o 
subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei 
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, 
sempre na mesma data e sem distinção de índices.”

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