Logo Passei Direto
Buscar

Princípios da Administração Pública

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

De acordo com os chamados contratos de gestão, previsto no art. 37, §8º, qual é a autonomia que pode ser ampliada mediante contrato entre os órgãos e entidades da administração direta e indireta?

I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

Segundo jurisprudência do STF de abril/2015, qual foi a interpretação dada para considerar constitucionais as normas que dispensam licitação em celebração de contratos de gestão firmados entre o Poder Público e as organizações sociais para a prestação de serviços públicos?

a) Apenas a Lei das Organizações Sociais foi considerada constitucional.
b) Apenas a Lei 8.666/1993 foi considerada constitucional.
c) Tanto a Lei das Organizações Sociais quanto o inciso XXIV do artigo 24 da Lei 8.666/1993 foram considerados constitucionais.

Qual é a exigência para a aquisição da estabilidade pelo servidor público e a perda do cargo do servidor estável, conforme a CF/88, art. 41?

a) A avaliação especial de desempenho é necessária para a aquisição da estabilidade, mas não para a perda do cargo.
b) A avaliação especial de desempenho é necessária tanto para a aquisição da estabilidade quanto para a perda do cargo.
c) A avaliação especial de desempenho não é necessária para a aquisição da estabilidade, apenas para a perda do cargo.

De acordo com o texto sobre decisões do STJ e STF relacionadas a concursos públicos, qual é o entendimento sobre o direito à nomeação de candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas?

a) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas têm direito à nomeação apenas se houver vagas previstas no edital do concurso.
b) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas têm direito à nomeação se houver o surgimento de novas vagas dentro do prazo de validade do concurso.
c) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas não possuem direito à nomeação, exceto se o gestor público decidir convocá-los.
d) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas têm direito à nomeação apenas se as vagas forem decorrentes de vacância de cargos.

Qual é a redação do inciso XI do art. 37 da Constituição Federal e qual a interpretação dada pelo STF após a ADI-MC 3.854/DF?

a) A redação do inciso XI do art. 37 permaneceu inalterada após a ADI-MC 3.854/DF e o STF deu interpretação conforme a qual inciso?
b) A redação do inciso XI do art. 37 foi alterada após a ADI-MC 3.854/DF e o STF deu interpretação conforme a qual inciso?
c) A redação do inciso XI do art. 37 foi revogada após a ADI-MC 3.854/DF e o STF deu interpretação conforme a qual inciso?

O que estabelece o § 12 do art. 37 da Constituição Federal?

a) O § 12 do art. 37 trata da fixação de limites de subsídios para cargos públicos.
b) O § 12 do art. 37 trata da readaptação de servidores públicos.
c) O § 12 do art. 37 trata da complementação de aposentadorias de servidores públicos.

O que determina o § 14 da Emenda Constitucional 103/2019 em relação à aposentadoria de servidores públicos?

a) O § 14 estabelece que a aposentadoria não acarreta o rompimento do vínculo que gerou o tempo de contribuição.
b) O § 14 estabelece que a aposentadoria acarreta o rompimento do vínculo que gerou o tempo de contribuição.
c) O § 14 estabelece que a aposentadoria permite a complementação de renda dos servidores públicos.

A respeito da situação hipotética acima, julgue os seguintes itens.
O exercício do cargo de analista é legalmente acumulável com o cargo de professor, conforme jurisprudência do STJ, desde que haja compatibilidade de horários.
a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor.
b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação funcional.
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à aposentadoria de Auditor.
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e renunciar à aposentadoria de Auditor.
e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor.

Tratando-se de acumulação de cargos e empregos públicos, avalie a seguinte situação: José, Auditor aposentado da Receita Federal, é Professor da autarquia Universidade Federal do Rio de Janeiro — UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao concurso público para Gestor governamental. Uma vez aprovado, aponte a sua conduta lícita.

a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor.
b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação funcional.
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à aposentadoria de Auditor.
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e renunciar à aposentadoria de Auditor.
e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor.

As consequências para os condenados por improbidade administrativa, cuja regulamentação está contida na Lei 8.429/1992, incluem:
I - SUSPENSÃO dos direitos políticos (e não cassação);
II - PERDA da função pública;
III - INDISPONIBILIDADE dos bens;
IV - RESSARCIMENTO ao erário.

No ordenamento constitucional e jurídico brasileiro, a responsabilidade do poder público é objetiva, adotando-se a Teoria do Risco Administrativo. Quais são os requisitos para essa responsabilidade?
I - dano;
II - conduta administrativa;
III - nexo causal entre a conduta da administração e o dano causado a terceiro.

(CESPE/PROCURADOR/ BACEN/2009) A responsabilidade das autarquias pelos prejuízos causados a terceiros não é direta, de modo que, diante da ocorrência de dano, o lesado deve buscar a reparação diretamente ao ente federativo e não à autarquia.
ERRADO. O erro decorre do fato de que a responsabilidade é da pessoa jurídica, no caso a autarquia, e não da pessoa política. Caso o dano fosse causado por um órgão da administração direta, aí sim a responsabilidade seria imputada à pessoa jurídica (política) à qual o Órgão pertence.

(VUNESP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SP/2010) Assinale a alternativa que está de acordo com a Constituição Federal.
A letra “A” está incorreta porque a criação de autarquias e fundações públicas será feita mediante Lei.
A letra “B” está incorreta porque o ato de improbidade administrativa não acarretará a cassação dos direitos políticos mas sim a suspensão destes.
A letra “C” está errada porque só seriam imprescritíveis, nos termos do art. 37, §5º da CF as ações de ressarcimento.
(A) Somente por decreto do chefe do Poder Executivo poderão ser criadas autarquias e fundações públicas, bem como de suas subsidiárias ou coligadas.
(B) O ato de improbidade administrativa acarretará a cassação dos direitos políticos do servidor público ou do particular responsável pelo ato lesivo aos cofres públicos.
(C) O ilícito praticado pelo agente público que cause prejuízo ao erário será imprescritível.
(D) O subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça poderá atingir no máximo 80,25 % do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
(E) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

(CESPE/ANALISTA/TRE RJ/2012) Servidor público, no exercício de suas atividades, não pode responder perante a Fazenda Pública, mesmo no caso de causar dano a terceiros, pois a responsabilidade, nessas ocorrências, pertence ao Estado.

O que diz o artigo 40 da Constituição Federal sobre o regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos?

a) Deve ser contributivo e solidário, com contribuições do ente federativo, servidores ativos, aposentados e pensionistas, observando critérios de equilíbrio financeiro e atuarial.
b) Os servidores abrangidos pelo regime serão aposentados por invalidez permanente, incapacidade permanente para o trabalho, compulsoriamente aos 70 anos de idade, ou voluntariamente após cumprir tempo mínimo de efetivo exercício.
c) No âmbito da União, a aposentadoria ocorre aos 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, enquanto nos Estados, Distrito Federal e Municípios, a idade mínima é estabelecida por emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

Aqui temos um pequeno conflito com o que foi decidido no âmbito da ADI 5.316-MC, pois para o STF apenas Lei de iniciativa do Supremo poderia dispor sobre as novos limites de aposentadoria dos demais membros do Poder Judiciário. Mas lembre-se de que as leis já nascem com presunção de constitucionalidade, portanto, a nova Lei Complementar só poderia ser atacada, se fosse o caso, em sede ação direta de inconstitucionalidade, no âmbito abstrato ou concentrado, pelo vício forma de iniciativa quanto à aposentadoria dos magistrados. Lembre-se também de que a Emenda Constitucional 88/2015 somente havia estendido o limite de aposentadoria (75 anos) para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União. Outro possível questionamento quanto à constitucionalidade da LC 152/2015, também de natureza formal, diz respeito ao vício de iniciativa. Isso porque, como você sabe, compete privativamente ao Presidente da República a iniciativa de projeto de lei que verse sobre regime jurídico dos servidores da União e Territórios, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria:

Devem, assim, contribuir para o Regime Próprio: I - o Ente Federativo; II - os servidores ativos; III - os servidores inativos e pensionistas, apenas em relação ao valor do provento que ultrapassar o teto das aposentadorias do Regime Geral (RGPS), para que haja isonomia com os trabalhadores da iniciativa privada, para os quais o art. 195, II estabelece (com a redação da EC 103/2019): Art. 195 - A Seguridade Social será financiada (...) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Com relação ao estágio probatório para servidores do Regime Geral de Previdência Social e servidores públicos federais, conforme o art. 20 da Constituição Federal, e considerando as avaliações especiais de desempenho e a estabilidade, analise as seguintes afirmativas:
I - Para a aquisição da estabilidade, é necessário atender, cumulativamente, aos requisitos de aprovação em concurso público, nomeação para cargo público efetivo, três anos de efetivo exercício do cargo e avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
II - A avaliação especial de desempenho destinada à atribuição da estabilidade ao servidor é feita por comissão instituída para essa finalidade, nos termos do art. 41, §4º, da CF.
III - O servidor público federal, mesmo em estágio probatório, não pode ser exonerado ex officio, com base em decreto que extingue o cargo, conforme entendimento do STF.
IV - O prazo do estágio probatório dos servidores públicos é de três anos, conforme definição da Terceira Seção do STJ.
V - A estabilidade sindical prevista no art. 8º, inciso VIII, da CF, assegura ao servidor em estágio probatório a garantia de não ser dispensado do cargo.
VI - A dispensa de empregados públicos de empresas estatais deve ser motivada, assegurando-se os princípios da impessoalidade e isonomia, conforme entendimento do STF.

Segundo jurisprudência do STF de abril/2015, qual foi a interpretação dada para considerar constitucionais as normas que dispensam licitação em celebração de contratos de gestão firmados entre o Poder Público e as organizações sociais para a prestação de serviços públicos?

a) Dispensa de licitação é considerada constitucional para contratos de gestão com organizações sociais.
b) A Lei 8.666/1993 é aplicável de forma estrita para contratos de gestão com organizações sociais.
c) As organizações sociais devem realizar concurso público para contratação de pessoal.

Quais são as exceções à regra do concurso público para ingresso em cargo ou emprego público?

I - Nomeação para cargos em comissão.
II - Contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
III - Contratação de professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
IV - Contratação e admissão de agentes comunitários da saúde e agente de combate a endemias.
V - Ingresso nos Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais de Justiça e no Tribunal Superior do Trabalho pelo chamado 'quinto constitucional'.

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Questões resolvidas

De acordo com os chamados contratos de gestão, previsto no art. 37, §8º, qual é a autonomia que pode ser ampliada mediante contrato entre os órgãos e entidades da administração direta e indireta?

I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

Segundo jurisprudência do STF de abril/2015, qual foi a interpretação dada para considerar constitucionais as normas que dispensam licitação em celebração de contratos de gestão firmados entre o Poder Público e as organizações sociais para a prestação de serviços públicos?

a) Apenas a Lei das Organizações Sociais foi considerada constitucional.
b) Apenas a Lei 8.666/1993 foi considerada constitucional.
c) Tanto a Lei das Organizações Sociais quanto o inciso XXIV do artigo 24 da Lei 8.666/1993 foram considerados constitucionais.

Qual é a exigência para a aquisição da estabilidade pelo servidor público e a perda do cargo do servidor estável, conforme a CF/88, art. 41?

a) A avaliação especial de desempenho é necessária para a aquisição da estabilidade, mas não para a perda do cargo.
b) A avaliação especial de desempenho é necessária tanto para a aquisição da estabilidade quanto para a perda do cargo.
c) A avaliação especial de desempenho não é necessária para a aquisição da estabilidade, apenas para a perda do cargo.

De acordo com o texto sobre decisões do STJ e STF relacionadas a concursos públicos, qual é o entendimento sobre o direito à nomeação de candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas?

a) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas têm direito à nomeação apenas se houver vagas previstas no edital do concurso.
b) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas têm direito à nomeação se houver o surgimento de novas vagas dentro do prazo de validade do concurso.
c) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas não possuem direito à nomeação, exceto se o gestor público decidir convocá-los.
d) Candidatos aprovados dentro do cadastro de reservas têm direito à nomeação apenas se as vagas forem decorrentes de vacância de cargos.

Qual é a redação do inciso XI do art. 37 da Constituição Federal e qual a interpretação dada pelo STF após a ADI-MC 3.854/DF?

a) A redação do inciso XI do art. 37 permaneceu inalterada após a ADI-MC 3.854/DF e o STF deu interpretação conforme a qual inciso?
b) A redação do inciso XI do art. 37 foi alterada após a ADI-MC 3.854/DF e o STF deu interpretação conforme a qual inciso?
c) A redação do inciso XI do art. 37 foi revogada após a ADI-MC 3.854/DF e o STF deu interpretação conforme a qual inciso?

O que estabelece o § 12 do art. 37 da Constituição Federal?

a) O § 12 do art. 37 trata da fixação de limites de subsídios para cargos públicos.
b) O § 12 do art. 37 trata da readaptação de servidores públicos.
c) O § 12 do art. 37 trata da complementação de aposentadorias de servidores públicos.

O que determina o § 14 da Emenda Constitucional 103/2019 em relação à aposentadoria de servidores públicos?

a) O § 14 estabelece que a aposentadoria não acarreta o rompimento do vínculo que gerou o tempo de contribuição.
b) O § 14 estabelece que a aposentadoria acarreta o rompimento do vínculo que gerou o tempo de contribuição.
c) O § 14 estabelece que a aposentadoria permite a complementação de renda dos servidores públicos.

A respeito da situação hipotética acima, julgue os seguintes itens.
O exercício do cargo de analista é legalmente acumulável com o cargo de professor, conforme jurisprudência do STJ, desde que haja compatibilidade de horários.
a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor.
b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação funcional.
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à aposentadoria de Auditor.
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e renunciar à aposentadoria de Auditor.
e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor.

Tratando-se de acumulação de cargos e empregos públicos, avalie a seguinte situação: José, Auditor aposentado da Receita Federal, é Professor da autarquia Universidade Federal do Rio de Janeiro — UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao concurso público para Gestor governamental. Uma vez aprovado, aponte a sua conduta lícita.

a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor.
b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação funcional.
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à aposentadoria de Auditor.
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e renunciar à aposentadoria de Auditor.
e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor.

As consequências para os condenados por improbidade administrativa, cuja regulamentação está contida na Lei 8.429/1992, incluem:
I - SUSPENSÃO dos direitos políticos (e não cassação);
II - PERDA da função pública;
III - INDISPONIBILIDADE dos bens;
IV - RESSARCIMENTO ao erário.

No ordenamento constitucional e jurídico brasileiro, a responsabilidade do poder público é objetiva, adotando-se a Teoria do Risco Administrativo. Quais são os requisitos para essa responsabilidade?
I - dano;
II - conduta administrativa;
III - nexo causal entre a conduta da administração e o dano causado a terceiro.

(CESPE/PROCURADOR/ BACEN/2009) A responsabilidade das autarquias pelos prejuízos causados a terceiros não é direta, de modo que, diante da ocorrência de dano, o lesado deve buscar a reparação diretamente ao ente federativo e não à autarquia.
ERRADO. O erro decorre do fato de que a responsabilidade é da pessoa jurídica, no caso a autarquia, e não da pessoa política. Caso o dano fosse causado por um órgão da administração direta, aí sim a responsabilidade seria imputada à pessoa jurídica (política) à qual o Órgão pertence.

(VUNESP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SP/2010) Assinale a alternativa que está de acordo com a Constituição Federal.
A letra “A” está incorreta porque a criação de autarquias e fundações públicas será feita mediante Lei.
A letra “B” está incorreta porque o ato de improbidade administrativa não acarretará a cassação dos direitos políticos mas sim a suspensão destes.
A letra “C” está errada porque só seriam imprescritíveis, nos termos do art. 37, §5º da CF as ações de ressarcimento.
(A) Somente por decreto do chefe do Poder Executivo poderão ser criadas autarquias e fundações públicas, bem como de suas subsidiárias ou coligadas.
(B) O ato de improbidade administrativa acarretará a cassação dos direitos políticos do servidor público ou do particular responsável pelo ato lesivo aos cofres públicos.
(C) O ilícito praticado pelo agente público que cause prejuízo ao erário será imprescritível.
(D) O subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça poderá atingir no máximo 80,25 % do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
(E) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

(CESPE/ANALISTA/TRE RJ/2012) Servidor público, no exercício de suas atividades, não pode responder perante a Fazenda Pública, mesmo no caso de causar dano a terceiros, pois a responsabilidade, nessas ocorrências, pertence ao Estado.

O que diz o artigo 40 da Constituição Federal sobre o regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos?

a) Deve ser contributivo e solidário, com contribuições do ente federativo, servidores ativos, aposentados e pensionistas, observando critérios de equilíbrio financeiro e atuarial.
b) Os servidores abrangidos pelo regime serão aposentados por invalidez permanente, incapacidade permanente para o trabalho, compulsoriamente aos 70 anos de idade, ou voluntariamente após cumprir tempo mínimo de efetivo exercício.
c) No âmbito da União, a aposentadoria ocorre aos 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, enquanto nos Estados, Distrito Federal e Municípios, a idade mínima é estabelecida por emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

Aqui temos um pequeno conflito com o que foi decidido no âmbito da ADI 5.316-MC, pois para o STF apenas Lei de iniciativa do Supremo poderia dispor sobre as novos limites de aposentadoria dos demais membros do Poder Judiciário. Mas lembre-se de que as leis já nascem com presunção de constitucionalidade, portanto, a nova Lei Complementar só poderia ser atacada, se fosse o caso, em sede ação direta de inconstitucionalidade, no âmbito abstrato ou concentrado, pelo vício forma de iniciativa quanto à aposentadoria dos magistrados. Lembre-se também de que a Emenda Constitucional 88/2015 somente havia estendido o limite de aposentadoria (75 anos) para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União. Outro possível questionamento quanto à constitucionalidade da LC 152/2015, também de natureza formal, diz respeito ao vício de iniciativa. Isso porque, como você sabe, compete privativamente ao Presidente da República a iniciativa de projeto de lei que verse sobre regime jurídico dos servidores da União e Territórios, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria:

Devem, assim, contribuir para o Regime Próprio: I - o Ente Federativo; II - os servidores ativos; III - os servidores inativos e pensionistas, apenas em relação ao valor do provento que ultrapassar o teto das aposentadorias do Regime Geral (RGPS), para que haja isonomia com os trabalhadores da iniciativa privada, para os quais o art. 195, II estabelece (com a redação da EC 103/2019): Art. 195 - A Seguridade Social será financiada (...) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Com relação ao estágio probatório para servidores do Regime Geral de Previdência Social e servidores públicos federais, conforme o art. 20 da Constituição Federal, e considerando as avaliações especiais de desempenho e a estabilidade, analise as seguintes afirmativas:
I - Para a aquisição da estabilidade, é necessário atender, cumulativamente, aos requisitos de aprovação em concurso público, nomeação para cargo público efetivo, três anos de efetivo exercício do cargo e avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
II - A avaliação especial de desempenho destinada à atribuição da estabilidade ao servidor é feita por comissão instituída para essa finalidade, nos termos do art. 41, §4º, da CF.
III - O servidor público federal, mesmo em estágio probatório, não pode ser exonerado ex officio, com base em decreto que extingue o cargo, conforme entendimento do STF.
IV - O prazo do estágio probatório dos servidores públicos é de três anos, conforme definição da Terceira Seção do STJ.
V - A estabilidade sindical prevista no art. 8º, inciso VIII, da CF, assegura ao servidor em estágio probatório a garantia de não ser dispensado do cargo.
VI - A dispensa de empregados públicos de empresas estatais deve ser motivada, assegurando-se os princípios da impessoalidade e isonomia, conforme entendimento do STF.

Segundo jurisprudência do STF de abril/2015, qual foi a interpretação dada para considerar constitucionais as normas que dispensam licitação em celebração de contratos de gestão firmados entre o Poder Público e as organizações sociais para a prestação de serviços públicos?

a) Dispensa de licitação é considerada constitucional para contratos de gestão com organizações sociais.
b) A Lei 8.666/1993 é aplicável de forma estrita para contratos de gestão com organizações sociais.
c) As organizações sociais devem realizar concurso público para contratação de pessoal.

Quais são as exceções à regra do concurso público para ingresso em cargo ou emprego público?

I - Nomeação para cargos em comissão.
II - Contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
III - Contratação de professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
IV - Contratação e admissão de agentes comunitários da saúde e agente de combate a endemias.
V - Ingresso nos Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais de Justiça e no Tribunal Superior do Trabalho pelo chamado 'quinto constitucional'.

Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL 
Administração Pública (arts. 37 a 43 da CF/1988) 
Disposições Gerais (Administração Pública - arts. 37 e 38 da 
CF/1988) 
Atenção: este módulo foi revisto e atualizado em 19/8/2022 
 
Administração Pública 
 
Vamos juntos estudar agora um assunto denso na matéria de Direito 
Administrativo, mas com forte matriz no Direito Constitucional, que diz 
respeito ao Capítulo VII da Constituição Federal, o qual trata da disciplina 
da Administração Pública e de seus servidores. 
 
Vamos tratar especificamente da vertente constitucional da Administração, 
que naturalmente lança sua influência sobre as demais disciplinas que tratem 
do assunto. Por isso, costumo dizer que Direito Constitucional bem estudado 
assegura 50% de acerto das questões envolvendo as demais disciplinas do 
Direito, e em Direito Administrativo possivelmente mais do que isso. Assim, as 
questões envolvendo a Administração, no seu aspecto constitucional, 
poderão cair tanto na prova de Direito Constitucional como de Administrativo. 
 
Bem, toda e qualquer norma infraconstitucional submete-se à tutela e ao 
regramento da Constituição. Tenha em mente que a Administração Pública é 
uma só, com três esferas distintas de governo – federal, estadual e 
municipal. 
 
Da mesma forma, o poder estatal é um só, porém dividido funcionalmente 
em três (Executivo, Legislativo e Judiciário) no plano federal e estadual e em 
dois no âmbito municipal (Executivo e Legislativo). 
 
As normas da Constituição abrangem e obrigam a todos os entes federativos, 
independentemente do estatuto jurídico de cada um. Inclusive, esse tema do 
regime jurídico único foi objeto de discussão, em diversas oportunidades, pelo 
Supremo. Mas, o que é a Administração Pública? 
 
 
 
Na verdade, a Administração Pública é o conjunto de entidades e de órgãos 
incumbidos de realizar a atividade administrativa visando a satisfação das 
necessidades coletivas e segundo as políticas públicas definidas pelo Poder 
Executivo, pelo Poder Legislativo e também pelo Poder Judiciário para 
atingimento dos fins desejados pelo Estado. 
 
Gostaria de chamar sua atenção para alguns conceitos relativos à organização 
dos poderes e da administração pública. 
 
Muito comum a referência a governo em sentido objetivo ou material e 
governo em sentido subjetivo ou formal; a administração pública em 
sentido objetivo e administração em sentido subjetivo. 
 
Bom, mas governo e administração não são a mesma coisa? Você verá 
que não, pois o governo relaciona-se à forma ou ao sistema de exercício do 
poder, enquanto que a administração diz respeito aos instrumentos de ação 
governamental (atividades, órgãos, entidades ou agentes públicos). 
 
Quando falamos de governo em sentido objetivo, material ou funcional, 
estamos nos referindo às funções de Estado: legislativa, executiva e judicial. 
Já quando dizemos governo em sentido subjetivo, formal ou orgânico, 
referimo-nos aos poderes de Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
Quando nos referimos à administração pública, em sentido objetivo, 
queremos dizer das atividades exercidas pelos órgãos, entidades e agente 
públicos, como fomento, poder de polícia ou serviços e já a administração em 
sentido subjetivo diz respeito aos órgãos, entidades e agentes que 
manifestam a vontade do Estado. O quadro abaixo sintetiza este 
entendimento. 
 
 
 
 
 
A vontade do Estado é manifestada pelo Governo em sentido subjetivo 
(Poderes da República), os quais, no exercício da atividade 
administrativa (Administração Pública em sentido objetivo), devem 
obediência aos comandos emanados da Constituição. 
 
Dessa forma, temos que a Administração Pública em sentido subjetivo, objeto 
de nosso estudo neste capítulo, compreende a disciplina constitucional que 
envolve os Órgãos, as Entidades e os agentes públicos que os manejam e 
operam. 
 
Princípios da Administração Pública 
 
A Constituição Federal inicia o Capítulo sobre a Administração, em seu art. 37, 
discorrendo sobre os Princípios da Administração Pública 
– LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência): 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: 
 
 
 
Antes de discorrer sobre os princípios, convém esclarecer que eles constituem 
corolário (decorrência) do chamado REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO, e 
que diz respeito às normas de direito público que regem a Administração e 
seus agentes. 
 
Por sua vez, o regime jurídico-administrativo é caracterizado pelos princípios 
da supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse 
público. 
 
O princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das 
prerrogativas e dos poderes da Administração Pública, de que decorre a 
denominada relação vertical Administração-particular. Toda atuação 
administrativa em que existe imperatividade, em que são impostas, 
unilateralmente, obrigações para o administrado, ou em que são restringidos 
ou condicionados direitos dos particulares é respaldada pelo princípio da 
supremacia do interesse público. 
 
Já o princípio da indisponibilidade do interesse público faz contraponto ao 
primeiro. Ao mesmo tempo em que exerce seus poderes especiais, 
exorbitantes do Direito comum, a Administração também sofre restrições em 
sua atuação. Essas restrições decorrem do fato de que o dona da coisa 
pública, o proprietário do patrimônio público, titular do interesse público é o 
povo e não a Administração. 
 
Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, a 
Administração somente pode agir quando houver lei que autorize sua 
atuação, nos limites estipulados por essa norma. O que há não é a “vontade” 
da Administração, mas sim a “vontade” da lei, que é quem legitimamente 
traduz a vontade geral, vontade do povo, manifestada pelos seus 
representantes no Poder Legislativo. 
 
Bom, mas e os princípios constitucionais? 
 
Você deve ter em mente que um princípio é uma norma jurídica geral, com 
alto grau de abstração e abrangência, que dá coerência, dá organicidade, 
confere lógica ao conjunto de normas jurídicas integrantes de um subsistema, 
 
 
orientando a produção e a interpretação das outras normas jurídicas que o 
integram ou integrarão. 
 
Como a Constituição é o mais elevado ato normativo de nosso ordenamento, 
representando o fundamento de validade de todas as demais normas 
jurídicas, os princípios, justamente por serem normas de grande abrangência, 
encontram-se, em regra, na própria Constituição. 
 
Mas, notem bem, os princípios constitucionais podem 
ser expressos ou implícitos. 
 
Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade não estão expressos na 
Constituição, mas são considerados princípios constitucionais implícitos, 
tendo sido identificados pela jurisprudência, e passaram, a partir de 1999, na 
esfera federal, a constituir princípios legais expressos na Lei nº 9.784/1999, art. 
2º: 
 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência. 
 
Já o princípio da eficiência passou a estar expresso no texto constitucional, no 
caput do art. 37, a partir da Emenda Constitucional 19/1998. Vamos, então, 
estudar cada um dos princípios expressos nesse artigo. 
 
Princípio da legalidade: Tendo em conta o fato de que a Administração 
Pública está sujeita ao princípio da indisponibilidade do interesse público, e 
como não é ela quem determina o que é de interesse público, mas somente a 
lei (e a própria Constituição, obviamente), que é aexpressão legítima da 
vontade geral, para que a Administração possa atuar, diferentemente dos 
particulares, não basta a inexistência de proibição na lei, é necessária a 
existência de determinação ou autorização da atuação administrativa na lei. 
 
Diz-se que a Administração, além de não poder atuar contra a lei ou além da 
lei, somente pode agir segundo a lei (a atividade administrativa não pode 
 
 
ser contra legem nem praeter legem, mas apenas secundum legem). Os atos 
eventualmente praticados em desobediência a tais parâmetros são atos 
inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela própria Administração 
que o haja editado ou pelo Poder Judiciário. 
 
Princípio da Impessoalidade: atua como determinante da finalidade de toda 
a atuação administrativa (também chamado princípio da finalidade, 
considerado um princípio implícito, inserido no princípio expresso da 
impessoalidade). 
 
Dessa forma, ele impede perseguições ou favorecimentos, discriminações 
benéficas ou prejudiciais aos administrados. Qualquer ato praticado com 
objetivo diverso da satisfação do interesse público será inválido por desvio de 
finalidade. 
 
Essa é a acepção mais conhecida do princípio da impessoalidade, e traduz a 
ideia de que toda atuação da Administração deve visar ao interesse público, e 
deve ter como finalidade a sua satisfação. 
 
A segunda acepção do princípio da impessoalidade está ligada à ideia 
de vedação à pessoalização das realizações da Administração, à promoção 
pessoal do agente público. Essa acepção está consagrada no § 1º do art. 37 da 
Constituição, segundo o qual: 
 
Art. 37..... 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens 
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos.” 
 
Uma terceira vertente do princípios da impessoalidade, contida em José 
Afonso da Silva, assevera que "os atos e provimentos administrativos são 
imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou 
entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor 
institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade 
estatal". Acrescenta o autor que, em virtude disso "as realizações 
 
 
governamentais não são do funcionário ou autoridade, mas da entidade 
pública em nome de quem as produzira. A própria Constituição dá uma 
consequência expressa a essa regra, quando, no § 1 º do artigo 3 7, proíbe que 
conste nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, 
serviços e campanhas dos órgãos públicos". (SILVA, José Afonso da. Curso de 
direito constitucional positivo. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2003, p. 
647) 
 
Outras manifestações do princípio da impessoalidade, você encontra nos 
incisos II e XXI do art. 37: 
 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista 
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração;” 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, 
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.” 
 
Princípio da Moralidade: outro princípio expresso no caput do art. 37. A moral 
administrativa está ligada à ideia de probidade e de boa-fé, dentro de padrões 
éticos esperados de um agente público. Está expressa ainda na Lei nº 
9.784/1999, no seu art. 2º, parágrafo único: 
 
Art. 2º.............. 
 
Parágrafo Único: nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. 
 
 
 
É importante destacar, ainda que a noção de moral administrativa não se 
vincula às crenças e convicções íntimas do agente público, mas sim à noção 
de adequação e ética existentes em determinado grupo social, e que deve ser 
aplicada nas ações conduzidas pelos servidores e agentes públicos em geral. 
 
Um ato praticado com o intuito de favorecer alguém pode ser legal do ponto 
de vista formal, mas, certamente, comprometido com a moralidade 
administrativa, sob o aspecto material. 
 
Maria Sylvia Zanella di Pietro, citando Antônio José Brandão, leciona que foi 
no direito civil que a regra moral primeiro se imiscuiu na esfera jurídica, por 
meio da doutrina do exercício abusivo dos direitos e, depois, pelas doutrinas 
do não locupletamento à custa alheia e da obrigação natural. O mesmo 
ocorreu no âmbito do direito público, em especial no Direito Administrativo, 
no qual penetrou quando se começou a discutir o problema do exame 
jurisdicional do desvio de poder. 
 
Afirma que Maurice Hauriou define a moralidade administrativa como 
"conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da 
Administração". Implica, portanto, saber distinguir não só o bem e o mal, 
o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas 
também entre o honesto e o desonesto; nesse caso, existe uma moral 
institucional, prevista na lei e a moral administrativa, que "é imposta de 
dentro e vigora no próprio ambiente institucional e condiciona a utilização de 
qualquer poder jurídico, mesmo o discricionário" (PIETRO, Marya Sylvia 
Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. 2014. São Paulo, Atlas, p. 77-78). 
 
Princípio da Publicidade: uma boa definição para o princípio da publicidade 
vem de José Afonso da Silva, para quem “a publicidade sempre foi tida como 
um princípio administrativo, porque se entende que o Poder Público, por ser 
público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os 
administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os administradores 
estão fazendo”. 
 
Exemplo da manifestação desse princípio, você encontra no art. 31, §3º, da 
CF/88, o qual exige a publicidade das contas municipais: 
 
 
 
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo 
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do 
Poder Executivo Municipal, na forma da lei. (...) 
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à 
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.” 
 
Segundo o STF, a divulgação no Diário Oficial, seja da União, Estado, DF ou 
município, é suficiente para atender ao requisito da publicidade do ato 
administrativo: 
 
2. Desnecessária a sua veiculação em jornais de grande circulação. A 
divulgação no Diário Oficial é suficiente per se para dar publicidade a um ato 
administrativo. (RE 390.939, rel. min. Ellen Gracie, julgamento 16/8/2005) 
 
Princípio da Eficiência: o princípio da eficiência foi concebido originalmente 
nos anais da Assembleia Nacional Constituinte de 1985 como "serviço público 
de qualidade", tendo como mentor o então Ministro Luís Carlos Bresser 
Pereira. Em determinado momento, um consultor legislativo do Senado, 
sugeriu retirar aquela locução pela expressão "eficiência", que ficou gravada 
no caput do art. 37. Um termo eminentemente da economia e não do Direito. 
 
Esse substantivo eficiência, portanto, significa que o gestor público deve agir 
visando o melhor resultado, com o melhor aproveitamento possível dos 
recursos disponíveis.,no menor prazo possível. Trata-se, portanto, de um 
modelo de administração que privilegia resultados ao invés de processos, a 
especialização e a priorização de determinados setores governamentais, no 
sentido de buscar a economicidade dos gastos. A busca do melhor resultado é 
normalmente vinculado à noção de eficácia, enquanto que a conjugação de 
eficiência e eficácia tem como resultante a efetividade. 
 
Está vinculado à noção da nova administração pública ou da administração 
pública gerencial, proposta pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do 
Estado (PDRAE), apresentado em 1995. Preconiza que o gestor público deve 
agir visando o melhor resultado, com o melhor aproveitamento possível dos 
recursos disponíveis. 
 
 
 
Trata-se de um modelo de administração que privilegia resultados ao invés de 
processos, a especialização e a priorização de determinados setores 
governamentais, no sentido de buscar a economicidade dos gastos, evitando 
o desperdício e assegurando maior rentabilidade ao cidadão-cliente, e por 
consequência, maior rentabilidade social. 
 
Grosso modo, defende-se a ideia de que a atuação da Administração deve ser, 
em termos de eficiência, semelhante à das empresas do setor privado, 
ou segundo setor. Daí a ênfase no atingimento de resultados e a tentativa de 
reduzir os controles de meios. Tome, como exemplo, os chamados contratos 
de gestão, previsto no art. 37, §8º: 
 
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades 
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a 
ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto 
a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei 
dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (contrato de 
gestão) 
 
I - o prazo de duração do contrato; 
 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e 
responsabilidade dos dirigentes; 
 
III - a remuneração do pessoal.” 
 
 
Aqui, vale anotar uma importante jurisprudência do STF, de abril/2015, 
relativa à Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.923, revisor Min. Luiz Fux, 
julg. em 16/4/2015, no bojo da qual o Supremo deu interpretação conforme a 
Constituição para considerar constitucionais as normas que dispensam 
licitação em celebração de contratos de gestão firmados entre o Poder 
Público e as organizações sociais para a prestação de serviços públicos de 
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e 
preservação ao meio ambiente, cultura e saúde, em especial a Lei 9.637/1998 
 
 
(Lei das Organizações Sociais), e o inciso XXIV do artigo 24 da Lei 8.666/1993, 
dispositivos legais atacados pelos autores da ADI, o PDT e o PT. 
 
Nesse sentido, o STF assentou que a celebração de contratos de gestão com 
tais entidades deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, 
com observância dos princípios constitucionais que regem a Administração 
Pública (caput do artigo 37). É dizer, as Organizações Sociais poderão ser 
contratadas por dispensa de licitação e não precisarão, no âmbito de sua 
atuação, observar estritamente a Lei de Licitações (Lei 8.666/1993 e agora a 
Lei 14.133/2021) ou realizar concurso público para contratação de pessoal, 
não obstante tenham de observar princípios gerais da Administração, como a 
impessoalidade e a moralidade. Na contratação de pessoal, por exemplo, 
deverão adotar processo seletivo público, ainda que não estritamente 
qualificado como "concurso público". 
 
Na realidade, o Supremo está dando empoderamento a essas entidades, que 
foram criadas no âmbito do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 
em 1995, justamente para, por intermédio de um processo denominado 
"publicização", fundações e associações pudessem ser qualificadas como 
organizações sociais, com o objetivo de prestação de serviços públicos não 
exclusivos de Estado, em penhor do princípio da eficiência da 
Administração. O objetivo do STF é reforçar esse novo modelo gerencial de 
administração pública, que possa se revelar mais eficiente do que o 
tradicional, mas sob os controles do Estado. 
 
De igual modo, as OSCIP's, organizações da sociedade civil de interesse 
público, que firmarem termo de parceria com o Poder Público, poderão 
adotar regulamento próprio para contratação de serviços e obras, a teor do 
art. 14, da Lei 9.790/1990: 
 
Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, 
contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os 
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como 
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, 
observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei. 
 
O Supremo decidiu também que a CF, no art. 37, XXI, determina a 
obrigatoriedade de obediência aos procedimentos licitatórios para a 
 
 
administração pública direta e indireta de qualquer um dos poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A mesma regra não existe 
para as entidades privadas que atuam em colaboração com a 
administração pública ( ADI 1.864, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, julg. 
8/8/2007). 
 
Vale ressaltar que o Supremo não afastou a competência do Tribunal de 
Contas da União e do Ministério Público para o controle e a fiscalização de 
recursos públicos que essas entidades eventualmente recebam do erário. O 
STF perfilhou vertente semelhante à adotada com relação aos serviços sociais 
autônomos (Sistema S) que possuem natureza jurídica de direito privado e 
não estão sujeitos à regra do artigo 37, inciso II, da Constituição. Nesse 
sentido, segundo o STF, as organizações sociais e as do Sistema S são 
financiadas de alguma forma por recursos públicos, e quando há dinheiro 
público envolvido, deve haver necessariamente uma fiscalização por parte do 
Ministério Público e o controle de Estado pelos tribunais de contas. 
 
Outro exemplo de desdobramento do princípio da eficiência é a exigência 
de avaliação especial de desempenho para a aquisição da estabilidade pelo 
servidor público e a perda do cargo do servidor estável “mediante 
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa”, conforme a CF/88, art. 41. 
 
Ainda no princípio da eficiência, temos no art. 39, § 2º, da CF/88, que dispõe: 
 
A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para 
a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a 
participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, 
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os 
entes federados. 
 
Mais uma manifestação do princípio da eficiência você encontra no art. 241 da 
CF/88: 
 
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de 
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de 
 
 
serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, 
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços 
transferidos.” 
 
Da investidura em cargo ou emprego público 
 
Continuemos, agora com a disciplina do concurso público (art. 37, II a IV): 
 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista 
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração; 
 
 
As exceções à regra do concurso público para ingresso em cargo ou emprego 
público incluem: 
 
I - a nomeação para cargos em comissão, declarados de livre nomeação e 
exoneração, de acordo com o art. 37, II, da CF/88.II - O art. 37, IX da CF/88 prevê ainda como exceção a contratação por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público, nos termos da lei, no caso a lei 8.745/1993. 
 
III - Contratação de professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma 
da lei, de acordo com o art. 207, §1º; 
 
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio 
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei. 
 
 
 
IV - a contratação e admissão de agentes comunitários da saúde e agente de 
combate a endemias, por processo seletivo público, por parte dos gestores 
locais do sistema único de saúde, nos termos do art. 198, §4º da CF/88; 
 
V - ingresso nos Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do 
Trabalho, Tribunais de Justiça e no Tribunal Superior do Trabalho 
pelo chamado "quinto constitucional", regra do art. 94 da CF, e de um terço 
no Superior Tribunal de Justiça, de advogados com mais de dez anos de 
efetiva atividade profissional, os quais nem mesmo se sujeitam a qualquer 
prazo de estágio probatório para aquisição de vitaliciedade (não é 
estabilidade!). 
 
ATENÇÃO: No julgamento do MS 22643, em 4/12/1998, o Supremo decidiu que 
: 
 
i) os Conselhos de Fiscalização Profissional foram criadas por lei, tendo 
personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e 
financeira; 
ii) eles exercem atividade de fiscalização de exercício profissional, atividade 
tipicamente de natureza pública; 
iii) as atividades de fiscalização de exercício profissional exercidas pelos 
conselhos são tipicamente públicas, e que estes têm o dever de prestar contas 
ao TCU. 
 
Nesse ínterim, foi aprovada a Lei 9.649/1998, que atribuiu personalidade 
jurídica de direito privado aos Conselhos. 
 
Foi então proposta a ADI 1717, no âmbito da qual o Supremo declarou, em 
28/3/2003, a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 9.649/1998, e 
decidiu, com eficácia vinculante e efeitos erga omnes, que: 
 
i) a fiscalização das profissões, por se tratar de uma atividade típica de Estado, 
que abrange o poder de polícia, de tributar e de punir, não pode ser delegada; 
 
 
ii) são de natureza autárquica os conselhos profissionais, pelo caráter público 
da atividade desenvolvida; 
iii) a fiscalização das profissões, por se tratar de atividade típica de Estado, 
que abrange o poder de polícia, de tributar e de punir, não pode ser delegada. 
 
A partir dessa ação, reconheceu-se a incidência do regime jurídico-
administrativo aos Conselhos Profissionais e às regras dele derivadas, como 
observância do concurso público e submissão ao controle externo pelo TCU. 
Nesse sentido, o MS 28.469, Rel. Min. Luiz Fux, , Primeira Turma, DJe de 
31/7/2015; MS 26.424, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 20/3/2013; 
RE 539.224, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, Dje de 15/6/2012. 
 
Você se lembra também que no julgamento da ADI 3026, o Supremo afastou o 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil da observância das 
regras do concurso público e da fiscalização do TCU, considerando essa 
entidade como "instituição sui generis", exercendo função 
constitucionalmente privilegiada, qual seja a representação dos profissionais 
indispensáveis à administração da Justiça, além da defesa da cidadania e da 
sociedade civil (ADI 3.026, rel. Min. Eros Grau, DJ 29/9/2006). 
 
Agora, parece dar Supremo uma guinada, e mesmo reconhecendo a 
incidência de normas de direito público sobre os Conselhos de Fiscalização 
em geral, autarquias corporativas criadas por lei para o exercício de atividade 
típica de Estado, assenta que possuem maior grau de autonomia 
administrativa e financeira do que aquele conferido às autarquias comuns. 
Nesse overruling, o STF afasta algumas regras de direito público, em virtude 
de sua natureza sui generis. Nesse sentido, o Supremo agora assentou que 
(ADI 5.367). O julgamento foi suspenso para aguardar o voto do Ministro Dias 
Toffoli, mas a maioria já está formada: 
 
i) a desvinculação de seus recursos financeiros do orçamento público e a 
desnecessidade de lei para criação de cargos permite concluir que os 
conselhos configuram uma espécie sui generis de pessoa jurídica de Direito 
Público não estatal; 
ii) O regime jurídico único previsto pelo art. 39, caput, da CF, que compele a 
adoção do regime estatutário à Administração Direta, autárquica e 
fundacional, não se aplica aos Conselhos Profissionais; 
 
 
iii) não há exigência de lei em sentido formal para criação de cargos e fixação 
da remuneração, característica da própria independência desses entes; 
iv) os recursos dessas entidades provêm de contribuições parafiscais pagas 
pelas respectivas categorias e, não havendo a destinação de recursos 
orçamentários da União, suas despesas não são fixadas pela lei orçamentária 
anual; 
v) é válida a opção do legislador (Lei Federal 9.649/199, art. 58, § 3º), no 
sentido da formação dos quadros dos Conselhos Profissionais com pessoas 
admitidas por vínculo celetista. 
 
Segundo o STF, 
"a natureza peculiar dos Conselhos Profissionais, autarquias corporativas 
criadas por lei para o exercício de atividade típica do Estado, mas com maior 
grau de autonomia administrativa e financeira que o conferido às autarquias 
comuns, possibilita o afastamento de algumas regras impostas ao Poder 
Público em geral. (...) a autonomia na escolha de seus dirigentes, o exercício 
de funções de representação de interesses profissionais (além da fiscalização), 
a desvinculação de seus recursos financeiros do orçamento público e a 
desnecessidade de lei para criação de cargos permite concluir que os 
conselhos configuram uma espécie sui generis de pessoa jurídica de Direito 
Público não estatal. (...) Os recursos dessas entidades são provenientes de 
contribuições parafiscais pagas pela respectiva categoria. Não são destinados 
recursos orçamentários da União, suas despesas, como disse, não são fixadas 
pela lei orçamentária anual (ADI 5.367, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de 
Moraes, julg. em 8/6/2020) 
 
Art. 37.......... 
...... 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável 
uma vez, por igual período; 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele 
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos 
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo 
ou emprego, na carreira; 
 
Antes de continuar, quero deixar com você um entendimento acerca 
dos editais de concursos públicos. Entende o Supremo que administração 
 
 
pode alterar as condições constantes do edital, enquanto não homologado 
o mesmo o mesmo. Por exemplo, saindo uma nova Emenda Constitucional 
enquanto abertas as inscrições, pode ser lançado um novo edital cobrando 
esse novo conhecimento. 
 
Entretanto, preste atenção! A Administração não pode, apenas via edital, 
prever exigências ou pré-requisitos para o preenchimento do cargo que não 
estejam previstas em lei! Por exemplo, cargos exclusivos para servidores do 
sexo feminino ou masculino (presídios femininos) ou teste 
psicotécnico (famoso teste “psicodoido”), limitações de idade, sexo ou 
altura, assim como exigência de determinados cursos superiores para este ou 
aquele cargo são requisitos que somente a lei de criação e regramento do 
cargo podem prever. Jamais podem ser incluídos somente no edital. 
 
Súmula Vinculante 44/STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público 
 
Também o verbete 683 da Súmula de Jurisprudência predominante do do 
Supremo Tribunal Federal estabelece a possibilidade de limite de idade para 
inscriçãoem concurso público, desde que justificada pela natureza das 
atribuições do cargo: 
 
Súmula 683/STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se 
legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado 
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
Entretanto, essas características do cargo deverão ser estabelecidas por 
lei, nunca unicamente pelo edital ou outro ato administrativo. 
 
É isso também o que preconiza o verbete 14 da Súmula do Supremo: 
 
Súmula 14/STF: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão 
da idade, inscrição em concurso para cargo público. 
 
 
 
Segundo sólida jurisprudência do STF, "o exame psicotécnico, especialmente 
quando possuir natureza eliminatória, deve revestir-se de rigor científico, 
submetendo-se, em sua realização, à observância de critérios técnicos que 
propiciem base objetiva destinada a viabilizar o controle jurisdicional da 
legalidade, da correção e da razoabilidade dos parâmetros norteadores da 
formulação e das conclusões resultantes dos testes psicológicos, sob pena de 
frustrar -se, de modo ilegítimo, o exercício, pelo candidato, da garantia de 
acesso ao Poder Judiciário, na hipótese de lesão a direito (dentre outros, AI 
625.617 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 19.6.2007). É dizer, pode haver 
apreciação judicial em procedimento de avaliação psicológica em etapa 
eliminatória de concurso público. 
 
Além disso, o STF já firmou a orientação de que o requisito etário deve ser 
comprovado na data da inscrição no certame, e não em momento posterior 
(dentre outros, ARE 901.899 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julg. 15.12.2015). 
 
Ainda segundo o STF, as etapas do concurso prescindem de disposição 
expressa em lei no sentido formal e material, sendo suficientes a previsão no 
edital e o nexo de causalidade consideradas as atribuições do cargo (MS 
30.177, rel. Min. Marco Aurélio, julg. 24.4.2012). 
 
Também segundo o STF, a apresentação de documentos que comprovem a 
habilitação para o cargo concorrido pode se dar inclusive após a nomeação e 
antes da posse (RE 613.376 ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13.12.2011). 
 
E mais esta: o STF deu provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 898.450, em 
17/8/2016, com repercussão geral reconhecida, no qual um candidato a 
soldado da Polícia Militar de São Paulo foi eliminado por ter tatuagem na 
perna. Assentou a seguinte tese de repercussão geral: 
 
" Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com 
tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores 
constitucionais”. 
 
O Relator do Extraordinário, Ministro Luiz Fux, observou que a criação de 
barreiras arbitrárias para impedir o acesso de candidatos a cargos públicos 
afronta os princípios constitucionais da isonomia e da razoabilidade. 
 
 
Remontou a entendimento consolidado na Corte de que qualquer obstáculo a 
acesso a cargo público deve estar relacionado unicamente ao exercício das 
funções como, por exemplo, idade ou altura que impossibilitem o exercício de 
funções específicas. 
 
Ainda para o Relator, a tatuagem passou a representar autêntica forma 
de liberdade de manifestação do indivíduo, pela qual não pode ser punido, 
sob pena de flagrante violação também a esse direito (art. 5º, IV, CF/88). 
 
Outra jurisprudência do STF (RE 789.874/DF, Rel. Teori Zavaski, 17/9/2014), 
assentou também o entendimento de que os Serviços Sociais Autônomos 
(Sistema S), por possuírem natureza jurídica de direito privado e não 
integrarem a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de 
interesse público em cooperação com o ente estatal, não estão sujeitos à 
observância da regra de concurso público (CF, art. 37, II) para contratação de 
seu pessoal. 
 
O STF considerou, entretanto, que a autonomia conferida a essas entidades 
(Senac, Sest, Sescoop, Senai etc), patrocinadas por recursos recolhidos do 
setor produtivo beneficiado, encontra limites no controle finalístico do 
TCU quanto à aplicação dos recursos, bem como auditorias a cargo de 
Ministérios afins e aprovação de eventuais recursos orçamentários pelo Poder 
Executivo. 
 
Bom, ainda sobre concurso público, temos o prazo de validade máximo de 2 
anos, prorrogável por igual período (dois anos, neste caso). Isso quer dizer, 
por exemplo, que um concurso com validade de 6 meses não poderá ser 
prorrogado por período maior que o original. O mesmo vale para um concurso 
com validade original de 1 ou 2 anos. 
 
Estabelece o inciso IV do art. 37 que durante o prazo improrrogável previsto 
no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou 
de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados 
para assumir cargo ou emprego, na carreira. 
 
O STF assentou ainda que a prova de títulos em concursos públicos somente 
possui natureza classificatória, jamais eliminatória. Segundo o Supremo, 
 
 
eventual caráter eliminatório da prova de títulos ofende a isonomia, 
porquanto exige maior pontuação de candidatos mais jovens, os quais sequer 
viveram o suficiente para se qualificar, lesionando o princípio da igualdade (AI 
nº 194188 AgR; MC-MS 32.074/DF). 
 
Outro tópico que merece atenção na sua prova é que cada vez mais os editais 
dos concursos públicos estipulem critérios que restringem o número de 
candidatos de uma fase para outra dos certames. As regras editalícias que 
impedem o candidato de prosseguir no certame, denominadas regras 
restritivas, subdividem-se em eliminatórias e cláusulas de barreira. 
As regras eliminatórias preveem, por exemplo, a exclusão dos candidatos 
que não acertarem, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) das questões 
objetivas de cada matéria. Outro exemplo são os testes de prova escrita, 
provas orais, aptidão física ou testes psicotécnicos. 
 
É comum que se conjugue outra regra que restringe o número de candidatos 
para a fase seguinte do concurso. São as denominadas cláusulas de 
barreira que não eliminam por insuficiência de desempenho mas por um 
corte deliberado no número de candidatos que passam para a fase posterior. 
Por exemplo, a banca determina que só irá corrigir 200 ou 150 redações, em 
fase posterior do certame, de acordo com a classificação da prova objetiva e 
discursiva. 
 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, as regras restritivas em editais de 
concurso público, como as eliminatórias e as cláusulas de barreira, quando 
fundadas em critérios objetivos relacionados ao desempenho meritório do 
candidato, concretizam o princípio da igualdade e da impessoalidade no 
âmbito do concurso público. O denominado ‘afunilamento’ de candidatos no 
decorrer das fases do concurso viabiliza a investidura em cargo público com 
aprovação em concurso de provas ou de provas e títulos, obedecendo aos 
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
(RE 635.739, voto do rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 19-2-2014, 
Plenário). 
 
Segundo também o Supremo Tribunal Federal, os serviços sociais 
autônomos, embora colaborem com ela na execução de atividades de 
relevante significado social, não integram a Administração Pública, sendo 
consideradas entidades paraestatais. Nesse sentido, estão sujeitas 
 
 
formalmente, apenas ao controle finalístico do Tribunal de Contas da União, 
da aplicação de eventuais recursos federais recebidos e de suas contribuições 
parafiscais, devendo ainda prestar obediência aos princípios gerais de 
licitação (não à Lei 8.666/1993 estritamente). O STF assentou que essas 
entidades não estão submetidas à exigência de concurso público para a 
contratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da CF. (RE 789.874, rel. min. 
Teori Zavascki, julgamento em 17-9-2014, Plenário). 
 
 
O STJ e o STF, durante muito tempo, instados a se manifestarem sobre o 
tema, não haviam fechado questãoquanto ao chamado direito subjetivo à 
convocação para nomeação de aprovado em concurso público dentro do 
número de vagas. Muitas decisões divergentes, não obstante grande parte 
delas em favor dos concursados aprovados. 
 
Entretanto, essa discussão acabou por perder em relevância, a partir do 
momento em que os órgãos e entidades começaram a realizar concursos para 
preenchimento de cadastros de reserva. Foi uma maneira que muitos órgãos 
encontraram de não se verem com problemas judiciais de candidatos que 
exigem a convocação, dentro do prazo de validade do concurso! Mas o STJ 
não entrou nessa... 
 
De acordo com decisões do STJ de 2013 ( RMS 38117 e RMS 37882), a 
aprovação de candidato em concurso público dentro do cadastro de 
reservas, ainda que fora do número de vagas inicialmente previstas no edital, 
garante o direito subjetivo à nomeação se houver o surgimento de novas 
vagas, dentro do prazo de validade do concurso. Para os Ministros, o gestor 
público não pode alegar não ter direito líquido e certo a nomeação o 
concursando aprovado e classificado dentro do chamado cadastro de reserva, 
se as vagas decorrentes da criação legal de cargos novos ou vacância 
ocorrerem no prazo do concurso ao qual se habilitou e foi aprovado. A 
exceção a esta regra poderá ocorrer se for alcançado o limite prudencial de 
despesas de pessoal, conforme prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
 
O STJ também já tinha firmado o entendimento de que candidato 
aprovado em primeiro lugar tem direito à nomeação, ainda que o edital do 
concurso não tivesse fixado número de vagas ( RMS 33.426): 
 
 
"ADMINISTRATIVO. CONCURSO PARA O QUADRO DE CARREIRA DO 
MAGISTÉRIOPÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CANDIDATA 
APROVADA EMPRIMEIRO LUGAR. DIREITO À NOMEAÇÃO. CONTROVÉRSIA 
DECIDIDA PELO STFNO JULGAMENTO DO RE 598.099/MS. AGRAVO IMPROVIDO, 
ACOMPANHANDO O RELATOR". (STJ - AgRg no RMS: 33426 RS 2010/0217695-0, 
Relator: Ministro Teori Zavascki, julgamento em 23/8/2011) 
 
No âmbito do Supremo Tribunal Federal, o leading case, ou seja, o que 
conduz o entendimento do direito subjetivo à nomeação dentro do número 
de vagas é justamente o RE 598.099/MS: 
 
"Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o 
momento no qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a 
própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um 
direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder 
público. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de 
vagas, o ato da Administração que declara os candidatos aprovados no 
certame cria um dever de nomeação para a própria Administração e, 
portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro 
desse número de vagas." ( RE 598.099, Relator Ministro Gilmar Mendes, 
Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, DJe de 3/10/2011, c/ repercussão 
geral - tema 161). 
 
É importante ainda anotar que a antiga jurisprudência do Supremo, sumulada 
no Enunciado de Súmula 15/1963, permanece válida, ao admitir a existência 
do direito adquirido à nomeação do candidato preterido em razão de 
desrespeito à ordem de classificação dos candidatos aprovados: 
 
Súmula 15/STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato 
aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem 
observância da classificação. 
 
Essa regra antiga coexiste perfeitamente com a novel jurisprudência da 
mesma Corte Suprema segundo a qual está assegurado o direito subjetivo à 
nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas prevista no 
edital do concurso. Isso porque, haja ou não especificação do número de 
vagas no edital, e tenham ou não as nomeações ocorrido dentro do número 
 
 
de vagas eventualmente previstas, aplica-se o entendimento da Súmula 15, 
caso haja preterição da ordem de classificação do candidato. 
 
Por exemplo, se você foi aprovado no concurso de Auditor de Controle 
Externo do TCU em 30º lugar, tendo o edital previsto a existência de 25 vagas, 
e o Tribunal convoca para nomeação, dentro do prazo de validade do 
certame, o 38º colocado, você adquire direito líquido e certo à nomeação, por 
ter sido preterido pelo candidato "pulão". 
 
Outra jurisprudência do Supremo e que você deve memorizar: 
 
Configura preterição do direito de nomeação a nomeação ou mesmo a 
contratação de pessoal a título precário (temporário), na forma de cargo em 
comissão de livre nomeação e exoneração, temporários ou funcionários 
terceirizados, mesmo que não haja previsão específica de vagas no edital do 
concurso. Havendo vagas e candidatos aprovados no prazo de validade do 
certame, o exercício precário de atribuições próprias do servidor efetivo faz 
nascer para o candidato aprovado o direito subjetivo à nomeação ( dentre 
outros julgados, o ARE 853.712/RJ, 5/12/2014; ARE 759.580 RS, 11/9/2013 ). 
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o 
servidor não faz jus à indenização , sob fundamento de que deveria ter sido 
investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade 
flagrante ( RE 724.347/DF. Red. Min. Roberto Barroso, 26/2/2015) . 
 
Esse é o caso de candidatos aprovados dentro do número de vagas, na 
primeira fase do concurso, e que somente participaram da segunda fase e 
foram nomeados e empossados em cargos públicos por força de decisão 
transitada em julgado, e que pleiteiam indenização por danos 
materiais em decorrência da demora na nomeação determinada 
judicialmente. 
 
O Supremo não se arriscou a definir a partir de que momento a nomeação de 
candidato aprovado fora do número de vagas deixa de constituir opção 
administrativa e se transforma em direito subjetivo, ainda que o surgimento 
de novas vagas, exceto quando tais candidatos forem preteridos na ordem de 
classificação. 
 
 
 
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo 
cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera 
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das 
vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e 
imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento 
tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca 
necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do 
certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito 
subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge 
nas seguintes hipóteses: 1 - Quando a aprovação ocorrer dentro do número 
de vagas dentro do edital; 2 - Quando houver preterição na nomeação por não 
observância da ordem de classificação; 3 - Quando surgirem novas vagas, ou 
for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a 
preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da 
administração nos termos acima. (RE 837.311/PI, rel. Min. Luiz Fux, julg. 
9/12/2015). 
 
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso 
público exsurge nas seguintes hipóteses: 
 
a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas previsto no 
edital; 
 
b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem 
de classificação, dentro do prazo de validade do concurso; e 
 
c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a 
validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de 
forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos 
acima. 
 
O STF reassentou o entendimento de que os critérios adotados por banca 
examinadora de concurso público não podem ser revistos pelo Poder 
Judiciário. O STF afirmou não competir ao Poder Judiciário substituir a banca 
examinadora para reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de 
correção utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade e inconstitucionalidade.Nesse sentido, seria exigível apenas que a banca examinadora dê tratamento 
 
 
igual a todos os candidatos, ou seja, que aplicasse a eles, indistintamente, a 
mesma orientação ( RE 632.853/CE, rel. Min. Gilmar Mendes, 23.4.2015). 
 
Divergir dessa orientação seria adentrar no mérito do ato 
administrativo e substituir a banca examinadora para renovar a correção de 
questões de concurso público, a violar o princípio da separação de Poderes 
e a reserva de Administração. Caberia ao Judiciário, quando muito, 
apenas verificar se as questões formuladas estariam no programa do 
certame, dado que o edital seria a lei do concurso. 
 
Quanto ao sistema de cotas raciais, o STF entende que é constitucional a 
reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento 
de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública 
direta e indireta e é legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios 
subsidiários de heteroidentificação: 
 
"É constitucional a Lei 12.990/2014, que reserva a pessoas negras 20% das 
vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e 
empregos públicos no âmbito da administração pública federal direta e 
indireta, por três fundamentos (...) É legítima a utilização, além da 
autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação (e.g., a 
exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do concurso), 
desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o 
contraditório e a ampla defesa". (ADC 41 rel. min. Roberto Barroso, j. 8/6/2017) 
O que é certo, e que você deve guardar pra a prova, é que, havendo um 
concurso público, com validade de, por exemplo, 1 ano, e não tendo sido 
chamados todos os candidatos, a Administração lança novo edital dentro do 
prazo do concurso anterior (até aí nenhum problema) e convoca novos 
candidatos antes daqueles já aprovados no concurso anterior, pode entrar 
com mandado de segurança porque seu direito é líquido e certo! 
 
Para chamar os candidatos aprovados no novo certame, a Administração 
deverá convocar primeiro, necessariamente, os concurseiros aprovados 
anteriormente dentro do número de vagas, sob pena de violação do 
princípio da ordem de aprovação prevista no inciso IV do art. 37. Essa 
jurisprudência é assente. 
 
 
 
Assim, caro concurseiro, mesmo que a banca examinadora entre em 
contradição ao adotar certa linha doutrinária no edital, mas não o fazê-lo 
quanto à solução das questões impugnadas, ou não responder ou justificar a 
negativa de recurso que você interpôs contra a banca, não adianta chorar no 
mandado de segurança, ao menos enquanto a posição do STF for essa... 
 
Investigado x presunção de inocência 
 
Em mudança de postura do STF, o princípio da presunção de 
inocência impede a proibição de investigados que ainda não foram 
condenados de participar de concursos públicos. Seguindo o voto do Relator, 
Min. Roberto Barroso, o Tribuna entendeu que a mera existência de processo 
penal em curso, não autoriza a eliminação de candidato em concurso público, 
externo ou interno, para promoção, mesmo que em carreiras da magistratura, 
funções essenciais à Justiça e da segurança pública: 
"Como regra geral, a simples existência de inquéritos ou processos penais em 
curso não autoriza a eliminação de candidatos em concursos públicos, o que 
pressupõe: (i) condenação por órgão colegiado ou definitiva; e (ii) relação de 
incompatibilidade entre a natureza do crime em questão e as atribuições do 
cargo concretamente pretendido, a ser demonstrada de forma motivada por 
decisão da autoridade competente. 2. A lei pode instituir requisitos mais 
rigorosos para determinados cargos, em razão da relevância das atribuições 
envolvidas, como é o caso, por exemplo, das carreiras da magistratura, das 
funções essenciais à justiça e da segurança pública (CRFB/1988, art. 144), 
sendo vedada, em qualquer caso, a valoração negativa de simples processo 
em andamento, salvo situações excepcionalíssimas e de indiscutível 
gravidade" (RE 560.900, rel. Min. Roberto Barroso, julg. em 5/2/2020) 
O Supremo Tribunal Federal possui precedentes firmando entendimento de 
que a exigência de experiência profissional prevista apenas em edital, sem 
estar prevista e justificada em lei, em razão das características do cargo a ser 
exercido, importa em ofensa constitucional,, não se justificando em nome do 
princípio da eficiência: 
 
"3. Ressalte-se que a regra geral é o acesso de todos aos cargos ou empregos 
públicos, salvo limitações decorrentes de lei. Essas ressalvas podem ocorrer, 
por exemplo, em razão da idade, da altura, da colação de grau em nível 
superior ou mesmo do tempo de prática profissional. Entretanto, elas só são 
legítimas se forem fixadas, de forma razoável, para atender às exigências das 
 
 
funções do cargo a ser preenchido. O referido edital não poderia estabelecer, 
portanto, exigência além da escolaridade mínima, de período de experiência 
em atividades correlatas com as funções a serem desenvolvidas no exercício 
dos cargos administrativos a serem providos, sendo ilegítima tal exigência" 
(RE 558.833 AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento 8/9/2009) 
No julgamento do RE 560.900 o STF decidiu ainda: 
 
a) É inconstitucional exclusão de candidato de concurso público que esteja 
respondendo a processo criminal; 
b) a exclusão do candidato apenas em razão da tramitação de processo penal 
contraria o entendimento do STF sobre a presunção de inocência 
c) A decisão se deu em sede de concurso interno de promoção para progressão 
na carreira militar; 
 
O inciso V do art. 37 trata do exercício das funções de confiança e dos cargos 
em comissão: 
 
Art. 37............ 
.... 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes 
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores 
de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; 
 
Ou seja, as funções de confiança, assim determinadas em lei, só serão 
exercidas por servidores públicos de cargo efetivo, concursados. Já 
os cargos em comissão poderão ser preenchidos por servidores não 
concursados, nos limites mínimos estabelecidos em lei. 
 
Apesar de a Constituição exigir lei, no Poder Executivo Federal, essa 
regulamentação foi dada pelo Decreto 5.497/2005, com as alterações 
do Decreto 9.021/2017, e o qual disciplina o preenchimento dos cargos em 
comissão por servidores efetivos, (DAS 1 a DAS 6), com os respectivos 
percentuais para cada Nível de Assessoramento. 
 
 
 
No âmbito do Ministério Público da União, foi editada a Lei 11.415/2006, 
que em seu art. 4º, determina que em cada ramo do Ministério Público, no 
mínimo 50% dos cargos em comissão devem ser destinados aos integrantes 
da carreira do MPU. 
 
No âmbito do Poder Judiciário Federal, a Lei 11.416/2006, em seu art. 5º, § 7º, 
determina que pelo menos 50% dos cargos em comissão, a que se refere 
o caput deste artigo, no âmbito de cada órgão do Poder Judiciário, serão 
destinados a servidores efetivos integrantes de seu quadro de pessoal, na 
forma prevista em regulamento, que no caso é a Portaria Conjunta do STF, 
CNJ e Tribunais Superiores nº 3/2007. 
 
Isso nos leva a crer que a norma emanada do Poder Competente nem sempre 
será “lei” em sentido formal, e diz respeito ao princípio da legalidade e não 
ao da reserva legal ou da estrita reserva legal. Ou seja, a regra pode ser 
definida em norma regulamentadora, como decreto, portaria etc. Isso apesar 
de o Supremo Tribunal Federal ter assentado que a norma do inciso V do art. 
37 deve ser disciplinada em lei ordinária: 
 
"Cargos em comissão a serem preenchidos por servidores efetivos. A norma 
inscrita no art. 37, V, da Carta da República é de eficácia contida, pendente de 
regulamentaçãopor lei ordinária" ( RMS 24.287, rel. min. Maurício Corrêa, julg. 
26/11/2002, 2ª Turma). 
 
Entretanto, jamais foi arguida a inconstitucionalidade do Decreto 
5.497/2005, no âmbito do Poder Executivo Federal, que permanece vigente e 
válido há quase duas décadas! 
 
Em resumo: 
 
Funções de Confiança ⇒ Exclusivas para servidores efetivos 
 
Cargos em Comissão ⇒ Para servidores de carreira (efetivos) nos 
percentuais mínimos definidos em lei 
 
 
 
Por exemplo, no Poder Judiciário Federal, 80% dos cargos em comissão 
devem ser exercidos por servidores efetivos; no Poder Executivo Federal, para 
cada DAS – Designação de Assessoramento Superior, há um percentual 
definido em Decreto, e assim por diante. 
 
E por quê essa regra foi estabelecida na Constituição? Isso ocorreu porque os 
cargos comissionados têm sido utilizados como prática patrimonialista de 
favorecimento político, com a concessão de cargos a aliados e parentes 
(nepotismo) em troca de apoio político. O nepotismo é prática que afronta os 
Princípios da impessoalidade e da moralidade, previstos no caput do art. 37. 
Não por outro motivo, o STF editou o Enunciado de Súmula Vinculante 13: 
 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica 
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para 
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função 
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a 
Constituição Federal. 
 
Interessante posicionamento do Supremo diz respeito à nomeação de parente 
para cargo de agente político, que segundo o STF é perfeitamente lícita. É o 
caso dos secretários de estado indicados pelo governador, secretário de 
município indicado pelo prefeito e dos Ministros de Estado indicados pelo 
Presidente da República. 
 
Também de acordo com o STF, os cargos em comissão, de livre nomeação e 
exoneração, não poderão ser criados para o exercício de atividades técnicas, 
burocráticas ou típicas da Administração. Para o Supremo Tribunal Federal, 
nas hipóteses em que ocorre criação de cargos em comissão, para o 
desempenho de atividades técnica, em que inexiste o necessário requisito 
da confiança para sua nomeação, tem entendido a jurisprudência ser possível 
a interferência judicial, para sanar uma situação de ilegalidade, verificada pela 
edição de uma tal legislação. 
 
 
 
Segundo o Supremo, é inegavelmente inconstitucional diploma legal que cria 
cargos em comissão para funções que não pressupõem a necessária relação 
de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado, impondo 
que seu preenchimento deva recair sobre determinada classe de servidores, 
por violação expressa às normas do artigo 37, incisos I, II e V, da Constituição 
Federal (ADI 4.125/TO, Rel. Min. Cármen Lúcia, RE 470.928/RS, Rel. Min. Dias 
Tóffoli): 
 
Art. 37........... 
 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei; 
 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista 
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração; 
 
.......... 
 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos 
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento; 
 
Livre associação sindical 
 
Ao servidor público é assegurado o direito à livre associação sindical (art. 37, 
VI, CF). Quanto a esta garantia, o Supremo assentou que o exercício de função 
executiva por servidor público em instituição sindical não se confunde com o 
exercício de mandato eletivo, previsto no art. 38 da CF. Firmou a possibilidade 
de norma constitucional estadual assegurar aos servidores públicos estaduais 
dirigentes sindicais o afastamento do exercício do cargo, sem prejuízo da 
 
 
remuneração e das vantagens inerentes ao cargo público (ADI 510, rel. min. 
Cármen Lúcia, julgamento em 11-6-2014, Plenário, DJE de 3/10/2014). 
 
O STF decidiu ainda ser inconstitucional a vedação de desconto de 
contribuição sindical, previsto no art. 8º, IV, c/c o art. 37, VI, da Constituição, 
bem como a exclusão do regime da contribuição legal compulsória exigível 
dos membros da categoria. (ADI 1.416, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento 
em 10-10-2002, Plenário; ADIn 962, 11/11/1993). 
 
Direito de Greve do Servidor 
 
Não podemos deixar de comentar o inciso VII do art. 37, que dispõe sobre o 
direito de greve do servidor público. Durante muito tempo, esse dispositivo, 
de eficácia limitada, careceu de regulamentação por absoluta inércia do 
Poder Executivo em apresentar projeto de lei sobre o assunto. 
 
Art. 37................ 
 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica; 
 
Pois bem, por três vezes o STF foi instado a se manifestar em sede de 
mandado de injunção coletivo (MI 670, 708 e 712) para que obrigasse o 
Executivo a apresentar o PL sobre o assunto, declarando em mora o poder 
competente. 
 
Tradicionalmente, ao julgar um mandado de injunção, o STF apenas 
declarava a mora legislativa em editar lei que regulamentasse determinado 
direito. Essa posição era classificada como não concretista e tinha pouca 
efetividade para o impetrante do Mandado de Injunção, pois a norma 
constitucional permanecia não regulamentada e o exercício do seu direito 
obstado. Então o que acontecia? O Supremo declarava o órgão faltoso em 
mora e aguardava que o próprio órgão editasse a norma faltante. Então, a 
nova Lei do Mandado de Injunção trouxe algumas inovações: 
 
 
 
A posição concretista individual intermediária manifesta-se quando o STF 
determina a edição da norma faltante, estabelecendo prazo para a feitura da 
lei. É o que determina inclusive o art. 8º, I, da Lei 13.300/2016: 
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção 
para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da 
norma regulamentadora; 
..... 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I 
do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em 
mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
A posição concretista geral direta decorre de decisão que formata 
diretamente a norma ou indica a norma a ser aplicada à situação. Nesse 
sentido, por exemplo, o STF adotou essa posição, em sede de três mandados 
de injunção coletivo (MI 670, 708 e 712), e ao invés de simplesmente declarar a 
demora do legislador, atribuiu, nos casos concretos, a eficácia da lei de greve 
do setor privado para os servidores públicos, hipótese em que se aplica aos 
servidores públicos de todo o país a Lei nº 7.783/89: 
"6.1. Aplicabilidade aos servidores públicos civis da Lei no 7.783/1989, sem 
prejuízo de que, diante do caso concreto e mediante solicitação de entidade 
ou órgão legítimo, seja facultado ao juízo competente a fixação de regime de 
greve mais severo, em razão de tratarem de "serviços ou atividades 
essenciais" (Lei no 7.783/1989, arts. 9o a 11). 6.2. Nessa extensão do 
deferimento do mandado de injunção, aplicação da Lei no 7.701/1988, no que 
tange à competência para apreciar e julgar eventuais conflitos judiciais 
referentes à grevede servidores públicos que sejam suscitados até o 
momento de colmatação legislativa específica da lacuna ora declarada, nos 
termos do inciso VII do art. 37 da CF" (MI 670 ES, relator Min. Maurício Corrêa, 
julg. 25/10/2007). 
 
O art. 8º, inciso II, da Lei 13.300/2016 também admite a adoção da teoria 
geral concretista, no caso de o legislador ou gestor não tomar as 
providências no prazo determinado, a injunção será deferida para que o 
direito seja exercido nas condições deferidas pelo Tribunal, até a edição da 
norma definitiva: 
 
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção 
para: 
 
 
...... 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das 
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em 
que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso 
não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
Portanto, desde 2007, no julgamento definitivo dos referidos mandados de 
injunção, o STF assegurou o direito do exercício de greve dos servidores, com 
base na Lei da iniciativa privada, até que seja editada a lei exigida pelo 
constituinte. 
 
Quanto à possibilidade de desconto nos vencimentos dos servidores dos dias 
paralisados, durante a greve, o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte 
tese de repercussão geral, no julgamento do RE 693.456, rel. Min. Dias Toffoli, 
julg. 27/10/2016: 
 
"A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de 
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores 
públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, 
permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, 
incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita 
do Poder Público". 
 
Reserva de vagas para portadores de deficiência 
 
Estabelece o inciso VIII do art. 37 da Constituição: 
 
Art. 37........ 
 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as 
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
A Lei nº 8.112/90 assegura às pessoas portadoras de deficiência o direito de 
se inscrever em concurso público para provimento de cargo público 
federal cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são, no 
percentual de no máximo 20% das vagas oferecidas no concurso. 
 
 
 
Esse dispositivo foi inicialmente regulamentado pelo Decreto nº 3.298/1999, e 
posteriormente pelo Decreto 9.508/2018, que reserva às pessoas com 
deficiência percentual de 5% de cargos e empregos públicos ofertados em 
concursos públicos e em processos seletivos no âmbito da administração 
pública federal direta e indireta: 
 
Art. 1º Fica assegurado à pessoa com deficiência o direito de se inscrever, no 
âmbito da administração pública federal direta e indireta e em igualdade de 
oportunidade com os demais candidatos, nas seguintes seleções: 
I - em concurso público para o provimento de cargos efetivos e de empregos 
públicos; e 
II - em processos seletivos para a contratação por tempo determinado para 
atender necessidade temporária de excepcional interesse público, de que 
trata a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993 . 
§ 1º Ficam reservadas às pessoas com deficiência, no mínimo, cinco por cento 
das vagas oferecidas para o provimento de cargos efetivos e para a 
contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de 
excepcional interesse público, no âmbito da administração pública federal 
direta e indireta. 
§ 2º Ficam reservadas às pessoas com deficiência os percentuais de cargos de 
que trata o art. 93 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , às empresas 
públicas e às sociedades de economia mista. 
§ 3º Na hipótese de o quantitativo a que se referem os § 1º e § 2º resultar em 
número fracionado, este será aumentado para o primeiro número inteiro 
subsequente. 
Perceba que o Decreto estabelece que em caso de número fracionado, este é 
arredondado para cima. Mas quanto ao limite máximo (20%), o Supremo 
tinha jurisprudência no sentido de também se arredondar para cima o 
número de vagas, ainda que se extrapolasse o limite de 20%. Mas a orientação 
predominante hoje é outra. 
 
Pela possibilidade de arredondamento acima dos limites: 
 
"A exigência constitucional de reserva de vagas para portadores de deficiência 
em concurso público se impõe ainda que o percentual legalmente previsto 
 
 
seja inferior a um, hipótese em que a fração deve ser arredondada. 
Entendimento que garante a eficácia do art. 37, VIII, da CF, que, caso 
contrário, restaria violado". (RE 227.299, rel. min. Ilmar Galvão, j. 14-6-2000, 
Pleno) 
 
Pela impossibilidade de arredondamento acima dos limites: 
"É certo que esta Corte, no julgamento do RE nº 227.299/MG, Tribunal Pleno, 
Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 6/10/2000, entendeu, à época, que, 
independentemente do número de vagas oferecidas, a fração resultante do 
percentual mínimo destinado aos deficientes físicos deveria ser arredondada 
para o primeiro número inteiro subsequente. Este Supremo Tribunal Federal, 
entretanto, na sessão Plenária de 20/9/07, modificou seu entendimento sobre 
a matéria, ao apreciar o MS nº 26.310/DF, Relator o Ministro Marco Aurélio, 
publicado no DJe de 31/10/07, no qual fixou entendimento no sentido de que 
a reserva de vagas para portadores de deficiência física deve-se ater aos 
limites da lei, na medida da viabilidade das vagas oferecidas, reconhecendo a 
impossibilidade de arredondamento no caso de majoração das porcentagens 
mínima e máxima previstas (RE: 1.089.393/SE, Relator Min. Dias Toffoli, 
Julgamento 7/11/2017) 
"Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Reserva de 
vagas para portadores de deficiência. Arredondamento do coeficiente 
fracionário para o primeiro número inteiro 
subsequente. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência desta Corte 
fixou entendimento no sentido de que a reserva de vagas para portadores de 
deficiência deve ater-se aos limites da lei, na medida da viabilidade das vagas 
oferecidas, não sendo possível seu arredondamento no caso de majoração 
das porcentagens mínima e máxima previstas". (RE 440.988/DF, Relator: Min. 
Dias Toffoli, julgamento 28/2/2012) 
"O STF, buscando garantir razoabilidade à aplicação do disposto no Decreto 
3.298/1999, entendeu que o referido diploma legal deve ser interpretado em 
conjunto com a Lei 8.112/1990. Assim, as frações mencionadas no art. 37, § 2º, 
do Decreto 3.298/1999 deverão ser arredondadas para o primeiro número 
subsequente, desde que respeitado o limite máximo de 20% das vagas 
oferecidas no certame". (RMS 27.710 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 
28/5/2015; MS 30.861/DF, Relator Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 
8/6/12; MS 31.715/DF, Relatora a Ministra Rosa Weber, decisão monocrática, 
DJe de 4/9/2014) 
"4. Impossibilidade de arredondamento do coeficiente fracionário para o 
primeiro número inteiro subsequente. 5. Agravo regimental a que se nega 
 
 
provimento. Cumpre ressaltar, por necessário, que esse entendimento vem 
sendo observado em sucessivos julgamentos, proferidos no âmbito desta 
Corte, a propósito de questão essencialmente idêntica à que ora se examina 
nesta sede recursal. (RE 613.151/DF, relator Min. Celso de Mello, julgamento: 
03/08/2015) 
Ainda nessa seara, depois de idas e vindas jurisprudenciais, o Superior 
Tribunal de Justiça alterou anterior posicionamento para considerar que o 
candidato portador de surdez unilateral não deve concorrer em concurso 
público nas vagas destinadas a portadores de deficiência (MS 18.966/DF, rel. 
Min. Castro Meira, rel. p/ Acórdão Min. Humberto Martins, julg. 2/10/2013), 
seguindo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, no MS 
29.210/AgR/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julg. 21/6/2011, que assentou: "a 
perda auditiva unilateral não é condiçãoapta a qualificar o candidato a 
concorrer às vagas destinadas aos portadores de deficiência". 
 
Já quanto à visão monocular, o STJ em seu Enunciado 377, considera que “o 
portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, 
às vagas reservadas aos deficientes.” 
 
Essa posição é corroborada pelo STF: "Concurso público. Candidato portador 
de deficiência visual. Ambliopia. Reserva de vaga. O candidato com visão 
monocular padece de deficiência que impede a comparação entre os dois 
olhos para saber-se qual deles é o "melhor". A visão univalente – 
comprometedora das noções de profundidade e distância – implica limitação 
superior à deficiência parcial que afete os dois olhos". (RMS 26.071, rel. min. 
Carlos Ayres Britto, julg. 13/11/2007). 
 
Portanto, consoante posição do STF e do STJ, os portadores de surdez 
unilateral não podem concorrer às vagas destinadas a portadores de 
deficiência. Já os portadores de visão monocular, nos termos da Súmula 
377/STJ e da jurisprudência do STF, poderão concorrer a essas vagas. 
 
Por que essa diferença Jean? Com base nos critérios técnicos e médicos 
aplicáveis, o Decreto 3.298/99, que regulamentou a Lei nº 7.853/89, que dispõe 
sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência, estabeleceu em seu art. 4º, II e III, os critérios para deficiência 
auditiva e visual, exigindo a perda bilateral apenas para caracterizar 
a deficiência auditiva: 
 
 
 
Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas 
seguintes categorias: 
 
............ 
 
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; 
 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa 
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; 
os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos 
for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das 
condições anteriores; 
 
Segundo o STJ, o candidato que não se declara portador de necessidades 
especiais no ato da inscrição não pode, após a divulgação do resultado final 
do certame, ser incluído na lista especial em virtude de debilidade residual 
permanente,supervenientemente atestada em laudo técnico, oriundo de fato 
ocorrido antes do edital (EDCL-RMS 29.625/DF, rel. Min. Maria Thereza Moura, 
julg. 20/9/2011). 
 
Também segundo o Superior Tribunal de Justiça, a "reserva de percentual de 
cargo para as pessoas portadoras de deficiência física, nos termos do art. 37, 
VIII, da CF, não afasta a exigência de aprovação em etapa do concurso 
público em que se avalia a capacitação física do candidato, indispensável 
para o desempenho do cargo" (ROMS 10.481/DF, Rel. Min. Felix Fischer, DJU 
16/8/1999). 
 
Contratação temporária no serviço público 
 
Estabelece o art. 37, IX, da Constituição Federal: 
 
 
 
Art. 37...... 
 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; 
 
O Supremo Tribunal Federal assentou os seguintes requisitos para a validade 
da contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público (ADI 2.229, Rel. Min. Carlos 
Velloso, DJ de 25/6/2004): 
 
a) previsão em lei dos cargos; 
b) tempo determinado; 
c) necessidade temporária de interesse público; 
d) interesse público excepcional. 
 
Em 2014, a questão foi reexaminada pelo Pleno do STF em processo 
submetido à sistemática da repercussão geral, ocasião na qual foi assentada a 
tese de que: 
 
"(…) para que se considere válida a contratação temporária, é preciso que: a) 
os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratação seja 
predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja 
excepcional; e) a necessidade de contratação seja indispensável, sendo 
vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e 
que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração" 
(RE 658.026, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 31/10/2014, Tema 612). 
 
Remuneração e subsídio dos servidores 
 
Questão que sempre dá azo a discussões e polêmicas, por envolver os 
interesses de diversas categorias de servidores e agentes públicos. O assunto 
é disciplinado basicamente nos incisos X a XV do art. 37, os quais vamos 
estudar agora. 
 
 
 
Nos termos do inciso X a remuneração e o subsídio dos servidores somente 
podem ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa 
privativa em cada caso, assegurada a revisão geral anual, na mesma data e 
sem distinção de índices. Essa regra foi introduzida pela Emenda 
Constitucional 19/1998, evitando que aumentos de remuneração fossem 
dados por simples ato de cada Poder, como acontecia com a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal, que fixavam, por Resolução, a remuneração de 
seus servidores. 
 
A esse respeito, o Supremo decidiu, em sede de repercussão geral, que esse 
direito não implica necessariamente a concessão de reajuste no valor: 
"2. O art. 37, X, da CF/1988 não estabelece um dever específico de que a 
remuneração dos servidores seja objeto de aumentos anuais, menos ainda em 
percentual que corresponda, obrigatoriamente, à inflação apurada no 
período. Isso não significa, porém, que a norma constitucional não tenha 
eficácia. Ela impõe ao Chefe do Poder Executivo o dever de se pronunciar, 
anualmente e de forma fundamentada, sobre a conveniência e possibilidade 
de reajuste ao funcionalismo. 3. Recurso extraordinário a que se nega 
provimento, com a fixação da seguinte tese: “O não encaminhamento de 
projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, 
previsto no inciso X do art. 37 da CF/1988, não gera direito subjetivo a 
indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, pronunciar-se de forma 
fundamentada acerca das razões pelas quais não propôs a revisão" (RE 
565.089/SP, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julg. em 25/9/2019) 
Merece menção ainda o seguinte enunciado Súmula do STF: 
Súmula 679: a fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser 
objeto de convenção coletiva. 
 
O entendimento prevalecente no Supremo Tribunal Federal é no sentido de 
que o reajuste automático de vencimentos de servidores públicos, tomando-
se como base a variação de indexadores de atualização monetária, como o 
Índice de Preços ao Consumidor (IPC), desrespeita a autonomia dos Estados-
membros e a vedação constitucional de vinculação, para efeito de 
remuneração de servidores públicos, nos termos dos arts. 25 e 37, XIII, da 
Constituição, respectivamente. Nesse sentido, o Supremo editou a Súmula 
Vinculante 42: 
 
 
 
Súmula Vinculante 42/STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de 
vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de 
correção monetária 
 
Já os limites de remuneração no serviço público (teto) estão estabelecidos no 
inciso XI do art. 37; um inciso bastante longo e que vamos esquematizá-lo aqui 
pra facilitar o seu entendimento, com os limites gerais e por cada Poder nas 
diversas esferas da Federação: 
 
Subsídios 
 
Federal 
 
Estadual/DF 
 
Municipal 
 
Teto 
Máximo 
Geral 
 
de Ministro STF 
 
de Ministro do STF 
 
de Ministro 
do STF 
 
Poder 
Legislativo 
 
de Ministro do 
STF 
 
dos deputados estaduais/distritais 
 
do Prefeito 
 
Poder 
Executivo 
 
de Ministro do 
STF 
 
do Governador 
 
do Prefeito 
 
Poder 
Judiciário 
 
Tribunais 
Superiores 
⇒ 95% do STF 
(art. 93, V)** 
 
de Desembargador do TJ ⇒ 90,25%do STF , também aplicado a 
membros do MP, Procuradores de 
Justiça e Defensoria Pública** 
 
Não há 
poder 
Judiciário 
 
** Estes subtetos de remuneração foram suprimidos pelo Supremo Tribunal 
Federal, no julgamento da ADI-MC 3.854/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, julg. em 
28/2/2007, que deu interpretação conforme ao inciso XI do artigo 37 da CF, e 
por arrastamento, ao art. 93, V, para excluir do subteto de 90,25% os 
magistrados e desembargadores estaduais de justiça e do subteto de 95% os 
magistrados dos Tribunais Superiores. 
 
Isso significa que os magistrados estaduais e desembargadores dos 
tribunais de justiça fazem jus ao mesmo limite dos juízes federais (95% do 
subsídio dos Ministros do STF), conforme o art. 93, V? 
 
 
 
Art. 93......... 
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e 
cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e 
escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da 
estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser 
superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e 
cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; 
 
Então, por incrível que pareça, não. Entendeu o Supremo que o subteto 
estabelecido pelo constituinte originário estaria violando o princípio da 
isonomia, ao dar tratamento assimétrico aos magistrados federais e 
estaduais, que desempenham funções semelhantes e se submetem ao mesmo 
regramento constitucional e estatutário, motivo pelo qual às Emendas 
Constitucionais 41/2003 e 47/2005 foi dada interpretação conforme à 
Constituição, para submeter toda a magistratura nacional ao teto dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal: 
 
"MAGISTRATURA. Remuneração. Limite ou teto remuneratório constitucional. 
Fixação diferenciada para os membros da magistratura federal e estadual. 
Inadmissibilidade. Caráter nacional do Poder Judiciário. Distinção arbitrária. 
Ofensa à regra constitucional da igualdade ou isonomia. Interpretação 
conforme dada ao art. 37, inc. XI, e § 12, da CF. Aparência de 
inconstitucionalidade do art. 2º da Resolução nº 13/2006 e do art. 1º, § único, 
da Resolução nº 14/2006, ambas do Conselho Nacional de Justiça. Ação direta 
de inconstitucionalidade. Liminar deferida. Vencido o Senhor Ministro 
Joaquim Barbosa, que indeferia a liminar, e parcialmente vencido o Senhor 
Ministro Marco Aurélio, que a deferia em menor extensão, tão-somente para 
suspender a eficácia das resoluções do Conselho Nacional de Justiça. (ADI-MC 
3.854/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, julg. em 28/2/2007) 
 
Portanto, também tiveram a eficácia suspensa o art. 2º da Resolução 13/2006, 
bem como do parágrafo único do art. 1º da Resolução 14/2007, ambas do 
Conselho Nacional de Justiça: 
 
Art. 2º Nos órgãos do Poder Judiciário dos Estados, o teto remuneratório 
constitucional é o valor do subsídio de Desembargador do Tribunal de Justiça, 
 
 
que não pode exceder a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos 
por cento) do subsídio mensal de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
 
Art. 1º O teto remuneratório para os servidores do Poder Judiciário da União, 
nos termos do inciso XI do art. 37 da Constituição Federal, é o subsídio de 
Ministro do Supremo Tribunal Federal e corresponde a R$ 24.500,00 (vinte e 
quatro mil e quinhentos reais). 
 
Parágrafo único. Enquanto não editadas as leis estaduais referidas no art. 93, 
inciso V, da Constituição Federal, o limite remuneratório dos magistrados e 
servidores dos Tribunais de Justiça corresponde a 90,25% (noventa inteiros e 
vinte e cinco centésimos por cento) do teto remuneratório constitucional 
referido no caput, nos termos do disposto no art. 8º da Emenda Constitucional 
nº 41/2003. 
 
Na prática, a decisão do STF tornou letra morta o inciso V do art. 93 da CF. 
Entretanto, o subteto de 90,25% continua valendo para os demais agente 
públicos mortais, ou seja, servidores do Judiciário estadual, membros do 
Ministério Público estadual, procuradores de justiça e defensores estaduais. 
 
Segue a redação do inciso XI do art. 37, que permanece incólume mesmo após 
a ADI-MC 3.854/DF, pois o STF deu interpretação conforme ao inciso: 
 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos 
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e 
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra 
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio 
do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do 
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais 
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores 
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por 
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do 
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; 
 
 
 
Estabelece ainda o § 12 do art. 37 que: 
 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado 
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às 
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal 
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros 
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
 
 
A Emenda Constitucional 103/2019 (Pec da Previdência), acrescentou os 
seguintes parágrafos ao artigo 37: 
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para 
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis 
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, 
enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o 
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a 
remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019) 
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição 
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral 
de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o 
referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e 
de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do 
disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga 
regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
Quanto ao § 13, a Reforma instituiu que a readaptação de servidores que 
sofreram limitação em sua capacidade está condicionada à existência de 
habilitação e nível de escolaridade exigido para o novo cargo, mas com a 
remuneração do cargo de origem, mas apenas enquanto permanecer nessa 
condição. 
 
 
O § 14 determina que servidor ou empregado público aposentado com base 
em tempo de contribuição, inclusive pelo Regime Geral, tem seu vínculo 
originário, que gerou o tempo de contribuição, rompido, para quaisquer 
efeitosfuturos. 
O § 15 estabelece a vedação de complementação de aposentadorias de 
servidores e de pensões por morte a seus dependentes fora da hipóteses dos 
§§ 14 a 16 do art. 40 (Regime Complementar Público), ou que não esteja 
prevista em lei que extinguiu o regime próprio de Previdência: 
Art. 40....... 
.... 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei 
de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência 
complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, 
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de 
previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá 
plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará 
o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de 
previdência complementar ou de entidade aberta de previdência 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 
15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até 
a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de 
previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 15/12/98) 
 
Já o inciso XII estabelece que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e 
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. 
Essa regra acaba por não ter muita eficácia prática, pois refere-se aos 
vencimentos básicos, não incluindo gratificações e outros adicionais que 
normalmente levam determinados cargos administrativos do Poder 
Legislativo e do Poder Judiciário e terem uma remuneração total superior aos 
do Poder Executivo, dentre outras razões, pela quantidade menor de 
servidores, o que acaba facilitando a obtenção de condições mais vantajosas 
de remuneração e de planos de carreira. 
 
 
 
Agora dê uma olhada no § 9º do art. 37: 
 
§ 9º O disposto no inciso XI (teto constitucional) aplica-se às empresas 
públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que 
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em 
geral. 
 
Ele afirma que apenas as Empresas Estatais dependentes é que estarão 
sujeitas ao teto remuneratório constitucional. Banco do Brasil, Petrobrás e 
outras estatais que não recebam recursos do orçamento fiscal para 
pagamento de despesas correntes (pessoal e custeio), são autorizadas a 
oferecer salários a seus executivos similares à da iniciativa privada, se preciso, 
pois, dentre outras razões, competem em condição de igualdade com outras 
empresas do ramo no setor econômico em que atuam. 
 
O art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, que estabelece que os empregados 
públicos das empresas estatais, sejam elas dependentes ou não dependentes, 
e de suas subsidiárias, são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho e 
não pelo regime estatutário: 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive 
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
 
Nesse sentido, já assentou o Tribunal Superior do Trabalho: 
 
O artigo 173, § 1º, da Constituição da República é categórico ao dispor que a 
empresa pública e a sociedade de economia mista estão sujeitas ao regime 
próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e 
 
 
tributária (TST - E-RR: 5103035719985015555 510303-57.1998.5.01.5555, 
Relator: Milton de Moura França, Data de Julgamento: 22/11/2004) 
 
O Supremo Tribunal Federal confirmou que a EC nº 19/98 incluiu o § 9º ao art. 
37 da Constituição Federal, com a finalidade de excluir do teto 
remuneratório os empregados das empresas estatais não 
dependentes (ADI 1.282/SP, rel. Min. Dias Tóffoli, julg. 27/8/2012): 
 
"A figura do teto remuneratório foi alterada, deixando de lado o limite então 
vigente para o Poder Executivo estadual, qual seja, a remuneração dos 
Secretários de Estado, para na atualidade fixar como baliza última o subsídio 
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e, no âmbito do Executivo 
estadual, a remuneração do Governador do Estado, exceção feita a algumas 
carreiras. Ademais, a EC nº 19/98 incluiu o § 9º ao art. 37 da Constituição 
Federal, com a finalidade de excluir do teto remuneratório os empregados das 
empresas estatais não dependentes, in verbis: “Art. 37. (…) § 9º (...)". 
 
Já o § 11 do artigo 37 exclui do teto remuneratório do inciso XI as 
chamadas verbas indenizatórias previstas em lei, tais como diárias, 
passagens, ajudas de custo de combustível e alimentação para serviço 
externo, hospedagem e outras: 
 
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de 
que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter 
indenizatório previstas em lei. 
 
Por exemplo, suponha que um servidor tenha vencimentos de R$ 8.000,00 e 
uma gratificação de desempenho de 20% (R$ 2.000,00), num total de R$ R$ 
10.000,00. Se posteriormente for instituída uma nova gratificação, digamos, 
de conclusão de pós-graduação strito senso, de 10%, esse percentual incidirá 
sobre os R$ 8.000,00 e não sobre o total de R$ 10.000,00. 
 
Além das verbas indenizatórias (auxílio-moradia, auxílio-paletó, 
ressarcimento de despesas médicas, etc), estão excluídos do teto de 
remuneração dos servidores do Judiciário e magistrados (Resolução 14/2006 
do CNJ): 
 
 
 
i) hipóteses de acumulação de cargos públicos; por exemplo, servidores do 
Judiciário ou magistrados que também dê aula em uma universidade pública, 
poderão ganhar além do teto remuneratório, se a soma dos contracheques 
ultrapassar esse valor; 
 
ii) auxílio-funeral, auxílio-reclusão, auxílio-transporte, diárias, auxílio-
alimentação e outras parcelas indenizatórias previstas em lei; 
 
iii) benefícios recebidos de planos de previdência fechados, ainda que 
extintos; 
 
iv) benefícios de caráter temporário ou eventual, como auxílio-creche, 
benefícios de plano de assistência médica, abono de permanência em serviço, 
bolsa de estudo e devolução de tributos/contribuições previdenciárias 
indevidamente recolhidos; 
 
v) acúmulo da função da magistratura com a função eleitoral; é o caso dos 
desembargadores de tribunal de justiça que atuem nos Tribunais Regionais 
Eleitorais, bem como Ministros do Supremo Tribunal Federal que integram o 
Tribunal Superior Eleitoral. 
 
O teto constitucional previsto no art. 37, XI, da Constituição incide em cada 
cargo em que é permitida a acumulação de cargos públicos. O Supremo 
firmou posição em sede de repercussão geral no sentido de que nas situações 
jurídicas em que a Constituição Federal autoriza a acumulação de cargos, o 
teto remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada um 
deles, e não ao somatório do que recebido. 
"O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro 
Edson Fachin, apreciando o tema 377 da repercussão geral, negou provimento 
ao recurso e fixou a seguinte tese de repercussão geral: Nos casos autorizados 
constitucionalmente deacumulação de cargos, empregos e funções, a 
incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe 
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância 
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público". 
(RE 612.975/MT, Relator Marco Aurélio, julgamento 27/4/2017) 
 
 
O STF assentou ainda a impossibilidade de acumulação tríplice de cargos 
públicos: 
"impossibilidade da acumulação tríplice de cargos públicos, ainda que os 
provimentos nestes tenham ocorrido antes da vigência da EC 20/1998. (...) o 
art. 11 da EC 20/1998 possibilita a acumulação, apenas, de um provento de 
aposentadoria com a remuneração de um cargo na ativa, no qual se tenha 
ingressado por concurso público antes da edição da referida emenda, ainda 
que inacumuláveis os cargos. Em qualquer hipótese, é vedada a acumulação 
tríplice de remunerações, sejam proventos, sejam vencimentos" (ARE 848.993 
RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, julg. 6/10/2016). 
O inciso XIII do art. 37 trata da não vinculação ou equiparação de espécies 
remuneratórias: 
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço 
público; 
 
É dizer, não pode ser pleiteado que a remuneração de um auditor do INSS, por 
exemplo, seja equiparada à remuneração de um auditor da Receita Federal ou 
analista de finanças e controle da CGU. A Constituição Federal 
estabelece hipóteses taxativas de limites e parâmetros para determinadas 
categorias de vencimentos, como nos dispositivos abaixo: 
 
Art. 29, VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras 
Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe 
esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei 
Orgânica e os seguintes limites máximos: (...) 
 
Art. 39, § 5º: Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos 
servidores públicos; 
 
Já o inciso XIV do art. 37 veda o chamado aumento "em cascata" e o inciso XV 
estabelece o princípio da irredutibilidade salarial (subsídios e vencimentos): 
 
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão 
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; 
 
 
 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos 
são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI (teto constitucional) e XIV 
(efeito cascata) deste artigo e nos arts. 39, § 4º (subsídio em parcela única), 150, 
II, 153, III, e 153, § 2º, I (imposto de renda); 
 
 
É assente a jurisprudência do Supremo de que não há direito adquirido a 
regime jurídico, ficando entretanto, assegurada a irredutibilidade de 
vencimentos. 
 
É importante também que você saiba que o STF decidiu que o princípio da 
irredutibilidade salarial de que trata o inciso XV do art. 37, além das 
limitações que o próprio inciso já prevê, é nominal, ou seja, não pode ser 
invocada para reposição da perda de poder aquisitivo em virtude de 
desvalorização inflacionária da remuneração ou vencimento. 
 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, a mudança de regime jurídico 
pertinente à composição dos vencimentos, desde que a eventual 
modificação introduzida por ato legislativo superveniente preserve o 
montante global da remuneração e, em consequência, não provoque decesso 
de caráter pecuniário, não viola o direito adquirido (Dentre outros, RE 
227.755 CE, Rel. Min. Dias Tóffoli). 
 
"O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência no sentido de que não há 
direito adquirido à regime jurídico-funcional pertinente à composição dos 
vencimentos ou à permanência do regime legal de reajuste de vantagem, 
desde que eventual modificação introduzida por ato legislativo superveniente 
preserve o montante global da remuneração, não acarretando decesso de 
caráter pecuniário. Precedentes". (RE 593.304 AgR, rel. min. Eros Grau, 2ª T, j. 
29/9/2009) 
 
não há direito adquirido a regime jurídico pertinente à composição dos 
vencimentos, desde que a eventual modificação introduzida por ato 
legislativo superveniente preserve o montante global da remuneração e, 
em consequência, não provoque decesso de caráter pecuniário. Não há 
 
 
garantia de manutenção do valor real (atualizado monetariamente) da 
remuneração. É possível, portanto, a redução ou mesmo a supressão de 
gratificações ou outras parcelas remuneratórias, desde que preservado o 
valor nominal da remuneração. 
 
 
Precedentes: RE n. 597.838-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, 1ª 
Turma, DJe de 24/2/11; RE n. 601.985-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, 
1ª Turma, DJe de 1/10/10; RE n. 550.650-AgR, Relator o Ministro Eros Grau, 2ª 
Turma, DJe de 27/6/08; RE n. 375.936-AgR, Relator o Ministro Carlos Britto, 1ª 
Turma, DJ de 25/8/06. 
 
Além disso, o STF tem assente também a inexistência de direito adquirido a 
regime jurídico previdenciário e da aplicação do princípio tempus regit 
actum nas relações previdenciárias. Entende não existir direito que possa se 
mostrar como adquirido antes de se cumprirem os requisitos imprescindíveis 
à aposentadoria, cujo regime constitucional pode vir a ser modificado. Por 
exemplo, apenas os servidores públicos que haviam preenchido os requisitos 
previstos na EC 20/98, antes do advento da EC 41/2003, adquiriram o direito 
de aposentar-se de acordo com as normas naquela previstas, conforme 
assegurado pelo art. 3º da EC 41/2003 ("Art. 3º É assegurada a concessão, a 
qualquer tempo, de aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão 
aos seus dependentes, que, até a data de publicação desta Emenda, 
tenham cumprido todos os requisitos para obtenção desses benefícios, com 
base nos critérios da legislação então vigente." ( ADI 3105/DF e ADI 3128/DF). 
 
Acumulação de Cargos e Empregos Públicos 
 
É um assunto que adora cair nas provas, e na sua não será diferente. Está 
disciplinado nos incisos XVI e XVII do art. 37, além de outros dispositivos que 
esquematizamos a seguir: 
 
 
A disciplina constitucional de acumulação lícita de cargos ou empregos 
públicos, havendo compatibilidade de horários, é a seguinte: 
 
 
 
a) dois cargos de professor; 1 cargo de professor + 1 cargo técnico ou 
científico; 2 cargos privativos da área de saúde; (art. 37, XVI, da CF/88), 
estendida a proibição a empregos e funções da administração indireta, 
subsidiárias e sociedades controladas pelo poder público (art. 37, XVII, CF/88). 
Art. 37......... 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando 
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no 
inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas 
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público; 
b) mandato de vereador e cargo ou função pública (art. 38, III da CF/88): 
Art. 38..... 
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a 
norma do inciso anterior; 
c) cargo de magistério público e cargo de juiz (art. 95, parágrafo único, I da 
CF/88); 
Art. 95..... 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de 
magistério; 
d) cargo de magistério público e cargo de membro do Ministério Público; 
(art. 128, §5º, II, d daCF/88). 
Art. 128.... 
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos 
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e 
o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus 
membros: 
 
 
II - as seguintes vedações: 
.............. 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo 
uma de magistério; 
e) Proventos de aposentadoria pelo regime próprio de previdência social 
de cargos acumuláveis na forma da Constituição, proventos de 
aposentadoria do RPPS com cargo eletivo e cargos em comissão (art. 37, § 
10º, da CF/88). 
Art. 37...... 
 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria 
decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, 
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de 
livre nomeação e exoneração. 
f) cargo de magistrado e exercício de função eleitoral em Tribunal 
Eleitoral, conforme Lei 8.350/1991 e Conselho Nacional de Justiça, Resolução 
14/2006; aqui, temos uma hipótese de acumulação de funções e proventos 
admitida fora do texto da Constituição. 
 
Além disso, a referida Resolução do CNJ afastou a gratificação do 
magistrado pelo exercício de função eleitoral da incidência do teto 
remuneratório do inciso XI do art. 37, por considerar a verba de caráter 
eventual ou temporário. 
 
g) ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na 
forma da Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria 
à conta do regime de previdência do serviço público (art. 40, § 6º); 
 
h) A Emenda Constitucional 77/2014 estendeu aos profissionais de saúde 
que atuam nas Forças Armadas a possibilidade de acumulação lícita de 
cargos e empregos públicos na área de saúde, modificando o art. 142, § 3º, 
incisos II e III da Constituição, que você pode verificar em maiores detalhes no 
módulo Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, caso essa parte 
caia no seu concurso: 
 
 
Art. 142........ 
............ 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-
se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil 
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", 
será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação da EC 77/2014) 
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, 
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da 
administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, 
alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto 
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe 
o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a 
reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, 
transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação da EC 77/2014) 
... 
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX 
e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com 
prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação da 
EC 77/2014) 
i) A Emenda Constitucional 101/2019 incluiu os militares estaduais nas 
hipóteses de acumulação do inciso XVI: 
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, 
instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
...... 
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o 
disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído 
pela EC 101/2019) 
Observações: 
 
I - Naturalmente, a possibilidade de cumulação de cargos de magistério a que 
se refere a Constituição diz respeito ao magistério público. Se o juiz, 
promotor ou ocupante de cargo técnico-científico exercer o magistério em 
instituição de ensino particular, poderá fazê-lo em quantas desejar, 
conquanto haja compatibilidade de horários com a função pública que exerce. 
 
 
 
II - Bem, o que precisamos verificar agora é esse tal cargo técnico-científico. 
A maior parte das questões da espécie que chegaram ao Supremo Tribunal 
Federal o foram pela via do recurso extraordinário, que não admite reanálise 
de fato ou reexame de provas, para aferir se o cargo é técnico-científico ou 
não. Num dos poucos julgados do Supremo em que se referiu à questão , o 
STF assim se manifestou: 
 
"Acumulação de emprego de atendente de telecomunicações de sociedade de 
economia mista, com cargo público de magistério. Quando viável, em recurso 
extraordinário, o reexame das atribuições daquele emprego (atividade de 
telefonista), correto, ainda assim, o acórdão recorrido, no sentido de se 
revestirem elas de "características simples e repetitivas", de modo a afastar-se 
a incidência do permissivo do art. 37, XVI, "b", da Constituição". No tocante 
às atividades relacionadas ao cargo de atendente de telecomunicações, é 
exigido o conhecimento técnico específico, com submissão a cursos 
específicos ."( AI 192.918-AgR/DF, rel. Min. Octavio Gallotti, julg. em 3.6.1997) 
 
Restou ao Superior Tribunal de Justiça e ao Tribunal de Contas da 
União deliberarem a respeito. Segundo o STJ, cargo técnico ou científico, 
para fins de acumulação com o de professor, nos termos do art. 37, XVII, da Lei 
Fundamental, é aquele para cujo exercício sejam exigidos conhecimentos 
técnicos específicos e habilitação legal, não necessariamente de nível 
superior. ( STJ, 5ª Turma, RMS 20.033/RS, Relator Ministro Arnaldo Esteves 
Lima, DJ de 12.03.2007). 
 
Para o TCU, a conceituação de cargo técnico ou científico, para fins da 
acumulação permitida pelo texto constitucional, abrange os cargos de nível 
superior e os cargos de nível médio cujo provimento exige a habilitação 
específica para o exercício de determinada atividade profissional, a 
exemplo do técnico em enfermagem, do técnico em contabilidade, entre 
outros (Acórdão 408/2004-TCU-1ª Câmara e outros) 
 
Abrange, por exemplo: técnico de redes de informática, técnico em 
contabilidade, engenheiro, advogado, auditor, analista de sistemas, analista 
judiciário área judiciária (exige o curso de Direito) etc etc. Dessa forma, o 
Superior Tribunal de Justiça tem entendido inconstitucional a acumulação de 
cargo de natureza burocrática com o de magistério. 
 
 
 
As bancas oscilam no assunto, mas tem prevalecido o entendimento que 
expus acima. O Cespe/Unb já considerou inconstitucional o acúmulo do 
cargo de analista de controle externo do TCU com o de professor: 
 
(Cespe/Analista de Controle Externo/Auditoria/2008) Maria, servidora pública 
federal, com 25 anos de idade, tomou posse e entrou em exercício no seu cargo 
efetivo de analista no TCU, cargo para o qual se exige formação de nível 
superior em qualquer área do conhecimento. Tempos depois, ela tomou posse e 
entrou em exercício no cargo público de professor universitário, na Universidade 
de Brasília (UnB). Somente um ano depois de ter tomado posse na UnB, Maria 
comunicou esse fato ao setor de pessoal do TCU, ocasião em que tomou posse 
em cargo em comissão nesse tribunal. 
 
A respeito da situação hipotética acima, julgue os seguintes itens. 
 
O exercício do cargo de analista é legalmente acumulável com o cargo de 
professor, conforme jurisprudência do STJ, desde que haja compatibilidade 
de horários. Gabarito: Errado. 
 
Agora veja esta questão da ESAF. A banca considerou que o cargo de Auditor 
da Receita (aposentado) ou de Gestor, que não exigem curso superior 
específico, são acumuláveis com o deprofessor universitário público, pois o 
gabarito da questão foi "c" (veja que a estão é antiga)! 
 
(ESAF/Especialista em Políticas Públicas/MPOG/2002) Tratando-se de 
acumulação de cargos e empregos públicos, avalie a seguinte situação:José, 
Auditor aposentado da Receita Federal, é Professor da autarquia Universidade 
Federal do Rio de Janeiro — UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao concurso 
público para Gestor governamental. Uma vez aprovado, aponte a sua conduta 
licita. 
 
a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor. 
 
b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação 
funcional. 
 
 
 
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à 
aposentadoria de Auditor. 
 
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e 
renunciar à aposentadoria de Auditor. 
 
e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor. 
 
Já a FCC seguiu a posição do CESPE, marcando como correta a alternativa 
"d", conforme a questão a seguir: 
 
(FCC/Analista Judiciário/Área Judiciária/2003) A Constituição Federal veda a 
percepção simultânea de remuneração de cargo público com proventos de 
aposentadoria à conta do regime previdenciário previsto para os servidores 
públicos, ressalvando alguns casos em que possibilita essa acumulação. Assim é 
que os proventos de aposentadoria no cargo de analista judiciário junto ao TRT 
da 5ª Região 
 
a) poderão ser acumulados com a remuneração de cargo vinculado ao Poder 
Judiciário Federal. 
 
b) poderão ser acumulados com a remuneração de um cargo privativo de 
profissionais da saúde. 
 
c) não poderão ser acumulados com a remuneração de qualquer outro cargo 
público. 
 
d) poderão ser acumulados com a remuneração de um cargo de professor. 
 
e) poderão ser acumulados com a remuneração de um cargo de médico. 
 
 
 
Bem, como a questão apenas mencionou "analista judiciário", não indicando 
qualquer especialização, ficamos na dúvida. O cargo da prova era para a área 
judiciária, área fim, mas isso não ficou claro na questão!! Diante desse 
"salseiro", só nos resta acompanhar a "jurisprudência" dos tribunais e "das 
bancas"!!!!! 
 
O inciso XVII do art. 37 determina ainda que a proibição de acumular 
estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
 
Cumpre acrescentar que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos 
RE's 602.043 e 612.975, decidiu que deve ser aplicado o teto remuneratório 
constitucional de forma isolada para cada cargo público acumulado, nas 
formas autorizadas pela Constituição, aprovando a seguinte tese de 
repercussão geral: 
 
"Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, 
empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição 
Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, 
afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos 
ganhos do agente público" ( RE 602.043 e 612.975, rel. Min. Marco Aurélio, julg. 
em 27/4/2017). 
 
 
Precedência da Administração Fazendária 
 
Dois incisos do art. 37 tratam especialmente do setor fazendário e tributário 
das administrações federal, estaduais e municipais. Isso ocorre, naturalmente, 
em função de que a atividade tributária represente a principal fonte de renda 
do Estado, receita derivada dos tributos impostos aos cidadãos-contribuintes, 
para que o Estado possa, teoricamente, devolvê-los em forma de serviços e 
produtos úteis à coletividade. 
 
 
 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de 
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais 
setores administrativos, na forma da lei; 
 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do 
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos 
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma 
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de 
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
 
Mas o que significa essa “precedência” sobre os demais setores 
administrativos? Algum privilégio especial de casta?? 
 
Nada disso. Os servidores da administração fazendária compõem aquilo que 
se convencionou chamar, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 
uma das carreiras típicas de Estado, assim como os militares, gestores, 
auditores, policiais federais e outros. 
 
Assim, a administração tributária é função essencial para a própria 
manutenção do Estado e de sua atuação. Assim, a precedência possui um 
caráter objetivo e um subjetivo. 
 
O caráter objetivo diz respeito à estrutura da gestão fazendária, articulada no 
âmbito federal, estadual e municipal, dentro do poder de auto-organização de 
cada ente federado, estrutura essa que disporá prioritariamente dos recursos 
necessários à execução de suas atividades de arrecadação e fiscalização. 
 
O caráter subjetivo diz respeito aos servidores que atuam na gestão 
fazendária, estabelecidos em carreira típica de Estado, e com atenção especial 
no que se refere a remuneração, estabilidade, prerrogativas e planos de 
carreira. 
 
Exemplo do caráter objetivo da precedência é que o STF, por 
maioria, entendeu constitucionais dispositivos da Lei 105/2001 que 
permitem à Receita Federal receber dados bancários de contribuintes 
 
 
fornecidos diretamente pelos bancos. O Relator dos processos, Dias Toffoli, 
destacou, em seu voto, que não se trata propriamente a quebra de sigilo 
bancário, o que pressupõe a circulação desses dados, mas sim a transferência 
desse sigilo dos bancos ao agentes do Fisco, e que a lei prevê severas punições 
ao servidor público que vazar essas informações (RE 601.314, rel. min. Edson 
Fachin e ADIs 2.859, 2.390, 2.386 e 2.397, rel. min. Dias Toffoli, julg. em 
24/2/2016). 
 
Mais recentemente ainda, permitiu ao Tribunal de Contas da União acessar 
essas informações, quando estiverem em análise suspeitas de desvio de 
recursos públicos federais. 
 
Administração Pública Indireta 
 
Estabelece o inciso XIX do art. 37 que: 
 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas 
de sua atuação. 
 
Ou seja: Autarquia e Fundação Pública de Direito Público: criação por lei 
específica; 
Fundação pública de direito privado e empresas estatais e suas subsidiárias: 
criação autorizada por lei específica. 
 
Atente para o fato de que existe a figura jurídica da Fundação Autárquica, ou 
seja, Fundação com formato de autarquia, pessoa jurídica de direito público, 
e que exige lei específica para sua criação (ex. Fundação Universidade de 
Brasília). A fundação cuja criação é autorizada por lei, é a fundação pública 
de direito privado, ou seja, com o mesmo regime jurídico de direito 
privado das empresas públicas e das sociedades de economia mista. 
 
É dizer: para criação de autarquia ou fundação autárquica (por exemplo, 
Fundação Universidade de Brasília), é a própria lei que irá criar a entidade da 
Administração Indireta. Nos demais casos, a lei autorizará a criação, que 
 
 
poderá se dar, por exemplo, por decreto ou no registro civil. No caso da 
fundação pública de direito privado, a personalidade é adquirida com a 
inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas. Exemplo de fundação pública de direito privado? A Fundação 
Roquette Pinto, que foi qualificada como organização social pela Lei 
9.637/1998. 
 
Portanto, a leiserá de criação para autarquia e de autorização para empresa 
pública, sociedade de economia mista e fundação, cabendo, neste último 
caso, a uma outra lei complementar, definir as áreas de sua atuação. 
 
Vale aqui ainda relembrar o conceito de autarquia, visto na parte de Direito 
Administrativo: trata-se de um serviço da administração autônomo, 
criado por lei, com personalidade jurídica,patrimônio e receita próprios, para 
executar ATIVIDADES TÍPICAS da Administração Pública, que requeiram, para 
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira 
descentralizada. 
 
Outras espécies de autarquia (pessoas jurídicas de direito público) abrangem 
as autarquias territoriais (Territórios Federais), as autarquias em regime 
especial (agências executivas e agências reguladoras), autarquias 
profissionais (conselhos de fiscalização profissional), associações públicas e 
outras. 
 
Guarde ainda outra dica importante, relacionada à interpretação do inciso XX 
do mesmo artigo: 
 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de 
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a 
participação de qualquer delas em empresa privada; 
 
Com relação a este inciso XX, o Supremo Tribunal Federal assentou o 
entendimento de que se a lei de criação ou que autorizou a criação da 
empresa pública ou da sociedade de economia mista contiver autorização 
para a criação de subsidiárias, não haverá necessidade de uma 
autorização legislativa para cada nova empresa controlada do grupo (ADI 
1.649, rel. Min. Maurício Corrêa, julg. em 25/3/1994). 
 
 
 
Essa autorização só será imprescindível se os estatutos jurídicos da estatal 
não previrem a possibilidade de criação de subsidiárias. 
 
Ressalte-se que essas subsidiárias, pessoas jurídicas de direito privado, assim 
como as estatais que lhes deram origem, diferentemente destas últimas, não 
pertencem à Administração Indireta. 
 
O quadro a seguir sintetiza as principais características das entidades da 
administração indireta, que você estudará com mais detalhes na disciplina 
Direito Administrativo: 
 
 
 
Importante ainda anotar que as autarquias submetem-se ao 
chamado controle finalístico do órgão ao qual ela se vincula. Não se trata de 
hierarquia, mas de obediência às orientações políticas e estratégicas 
emanadas do Ministério vinculante. Por exemplo, o INSS, autarquia federal, 
deverá seguir, na execução de suas políticas, as diretrizes previdenciárias 
emanadas do Ministério da Previdência e Assistência Social. 
 
 
 
Por fim, vale lembrar que as entidades da Administração Indireta 
possuem personalidade jurídica própria. É dizer, podem postular em juízo, 
pois detém capacidade postulatória, o que sói acontecer com quem detenha 
personalidade jurídica, seja de direito público ou de direito privado. 
 
Já os órgãos, integrantes da Administração Direta, não possuem 
personalidade jurídica, são entes despersonalizados, pois essa pertence à 
pessoa política respectiva - União, Estado, DF ou município. Desse modo, não 
poderiam postular em nome próprio, sendo representados judicialmente por 
órgão específico, que no caso da União, é a Advocacia Geral da União. Por 
exemplo, o Ministério Público da União não possui personalidade jurídica, 
quem tem é a União, Pessoa Jurídica de Direito Público Interno. Então, de 
ordinário, esses Órgãos não poderiam exercer atos processuais próprios de 
pessoas jurídicas ou físicas. 
 
Contudo, o STF manifestou-se no sentido de que alguns Órgãos, notadamente 
aqueles com status constitucional – tribunais, tribunais de contas, 
procuradorias, advocacias públicas, possuem algumas prerrogativas 
processuais próprias das pessoas jurídicas, tais como figurarem em pólo ativo 
e passivo de mandado de segurança, realizar sustentação oral em juízo, 
dentre outras. 
"...personalidade judiciária (capacidade para ser parte) ou mesmo, como no 
caso, capacidade processual (para estar em juízo). Tal legitimidade existe 
quando o órgão despersonalizado, por não dispor de meios extrajudiciais 
eficazes para garantir seus direitos-função contra outra instância de Poder do 
Estado, necessita da tutela jurisdicional. Essa capacidade, que decorre do 
próprio sistema de freios e contrapesos, não exime o julgador de verificar a 
legitimidade ad causam do órgão despersonalizado, isto é, sua legitimidade 
para a causa concretamente apreciada (RE 595.176, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, julg. 12/4/2010)". 
No final de 2017, o Supremo reafirmou a tese de que as empresas públicas e 
sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução 
via precatório, previsto no art. 100 da CF . 
 
A 1ª turma do STF entendeu pela aplicação do art. 173, §1º, inciso II, da CF, o 
qual submete a empresa pública ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, 
trabalhistas e tributários. Observou incongruente considerar os bens 
 
 
integrantes do patrimônio de empresas públicas, enquanto pessoas jurídicas 
de direito privado, como bens públicos, a fim de gozar das vantagens 
decorrentes do regime de precatórios (RE 851.711 AgR/DF, rel. Min. Marco 
Aurélio, julgamento em 12/12/2017). 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta 
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. 
 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: 
 
(...) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive 
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
 
Essa norma é a Lei 13.303/2016, que dispôs sobre o estatuto jurídico da 
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no 
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
A Constituição estabelece a competência dos juízes federais para processar e 
julgar as causas, em geral, em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes 
ou oponentes e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada as causas judiciais de 
falência, as de acidentes de trabalho e a competência da Justiça Militar, da 
Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral, nos termos do art. 109, I e IV, da CF: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal 
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (...) 
 
 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de 
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da 
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
E as empresas estatais dependentes, ou executoras de serviços púbicos? 
Essas também não se sujeitam ao regime de precatórios, tendo o 
professor/Ministro Alexandre de Moraes ficado vencido nesse ponto, no 
mesmo julgado acima citado. 
 
Improbidade Administrativa 
 
A improbidade administrativa bem como a prescritibilidade das ações contra 
atos de agentes contra o erário, estão previstas no art. 37, §§ 4º e 5º: 
 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública,a indisponibilidade dos 
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, 
sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por 
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao 
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
 
Quanto às ações de ressarcimento, o STF havia assentado que 
são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário, ex vi do que 
decidido no âmbito do MS 26.210-9/DF, que cuidou de processos de tomada 
de contas especial perante o Tribunal de Contas da União. Entretanto, mais 
recentemente, nos autos do RE 669.069, relator Min. Teori Zavascki, os 
Ministros da Suprema Corte firmaram tese de repercussão geral no sentido de 
que “é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública 
decorrente de ilícito civil". Essa tese não alcança prejuízos que decorram 
de atos de improbidade administrativa, espécie de ilícito civil, regida pela 
Lei 8.429/1992 ou os de direito penal, que permanecem imprescritíveis. 
 
O Supremo considerou que a ressalva contida no final do parágrafo 5º do art. 
37 da Constituição Federal, o qual remete à lei a fixação de prazos de 
 
 
prescrição para ilícitos que causem prejuízos ao erário, mas excetua as 
respectivas ações de ressarcimento, deve ser interpretado de forma restrita. 
Uma interpretação ampla da ressalva final conduziria à imprescritibilidade de 
toda e qualquer ação de ressarcimento movida pelo erário, mesmo as 
fundadas em ilícitos civis que não decorram de culpa ou dolo. 
 
Dessa decisão, a Procuradoria-Geral da República opôs embargos de 
declaração, o que instou o STF, em 16/6/2016, a posicionar-se mais 
claramente acerca de alguns pontos, especialmente quanto à delimitação do 
alcance do julgado, não obstante formalmente tenha rejeitado os embargos: 
 
i) a tese da prescritibilidade alcança somente os atos danosos ao erário que 
violem normas de direito privado, como, por exemplo, acidentes de trânsito 
provocados por agentes públicos ou privados que causem dano ao erário; 
 
ii) A prescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário em face de 
agentes públicos por ato de improbidade administrativa, objeto do Tema 
897 de repercussão geral, ou atos cometidos no âmbito de relações jurídicas 
de caráter administrativo, não foi alcançada pela tese da prescritibilidade 
fixada no julgado embargado; 
 
iii) a tese firmada no julgamento do MS 26.210/DF já foi apreciada nos autos 
do RE 636.886, prescrevem em cinco anos as pretensões de ressarcimento 
ao erário decorrentes decisões do TCU em processos de tomada de contas 
especial (Tema 899 de repercussão geral). 
Tema 899: Possui repercussão geral a controvérsia relativa à prescritibilidade 
da pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de 
Contas. 
Fixação da seguinte tese para o TEMA 899: “É prescritível a pretensão de 
ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de Contas”. 
Segundo o STF, 
"3. A excepcionalidade reconhecida pela maioria do SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL no TEMA 897, portanto, não se encontra presente no caso em 
análise, uma vez que, no processo de tomada de contas, o TCU não julga 
pessoas, não perquirindo a existência de dolo decorrente de ato de 
improbidade administrativa, mas, especificamente, realiza o julgamento 
técnico das contas à partir da reunião dos elementos objeto da fiscalização e 
 
 
apurada a ocorrência de irregularidade de que resulte dano ao erário, 
proferindo o acórdão em que se imputa o débito ao responsável, para fins de 
se obter o respectivo ressarcimento. 4. A pretensão de ressarcimento ao erário 
em face de agentes públicos reconhecida em acórdão de Tribunal de Contas 
prescreve na forma da Lei 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal)". 
(RE 636.886/AL, rel. Min. julgamento em 20/4/2020) 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a 
imprescritibilidade de ações de ressarcimento de danos ao erário decorrentes 
de ato doloso de improbidade administrativa, mas não de ato culposo: 
 
"Nos casos em que o Constituinte visou prever a imprescritibilidade, ele o fez. 
Não cabe ao intérprete excluir do campo da aplicação da norma situação 
jurídica contemplada, como não cabe também incluir situação não prevista. 
(...) O comando estabelece, como um verdadeiro ideal republicano, que a 
ninguém, ainda que pelo longo transcurso de lapso temporal, é autorizado 
ilicitamente causar prejuízo ao erário, locupletando-se da coisa pública ao se 
eximir do dever de ressarci-lo". (RE 852.475, rel. min. Alexandre de Moraes julg. 
em 8/8/2018) 
 
Foi aprovada a seguinte tese de repercussão geral: 
 
"São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática 
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa". 
 
Bem, preciso agora que você guarde que o Supremo Tribunal Federal, nos 
autos da Reclamação 2138-6, havia decidido que os agentes políticos que 
respondiam constitucionalmente por crime de responsabilidade, não 
respondiam segundo a lei de improbidade administrativa, mas apenas 
pelo crime de responsabilidade, definido na Constituição e em lei federal (Lei 
1.079/1950). Em regra esses agentes políticos são, além dos Chefes do Poder 
Executivo federal, estadual e municipal, os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, os Ministros de Estado e os Secretários estaduais e municipais, 
além do Chefe do Poder Legislativo Municipal (Constituição Federal e Lei 
1079/1950). 
 
Entretanto, posteriormente, o Supremo assentou a repercussão geral da 
questão para permitir o julgamento, por ação civil de improbidade 
 
 
administrativa, de agentes políticos com prerrogativa por foro de 
função, à exceção do Presidente da República, ao argumento, já exarado 
nos autos da Pet 3.923-QO, Rel. Min. Joaquim Barbosa, de que “as condutas 
descritas na lei de improbidade administrativa, quando imputadas a 
autoridades detentoras de prerrogativa de foro, não se convertem em crimes 
de responsabilidade", assentando aí o princípio da independência das 
instâncias (ARE 683.235/PA, Red. p/ o Ac. Min. Gilmar Mendes, Plenário, julg. 
30/8/2012). Lembre-se ainda que aquela decisão da Reclamação 2138-6 não 
detinha eficácia erga omnes e efeito vinculante, apesar de ter se tornado um 
orientador para julgamentos posteriores da Suprema Corte; entretanto, o 
entendimento ali assentado foi superado. 
 
Mais recentemente, o Supremo reiterou este entendimento, de que os agentes 
políticos, à exceção do Presidente da Republica, que só responde por crime de 
responsabilidade estão sujeitos a uma “dupla normatividade em matéria de 
improbidade, com objetivos distintos”, tanto aquela fundada na Lei nº 
8.429/92, quanto aquela decorrente da Lei nº 1.079/50. Desse modo, 
Governador de Estado, em pleno exercício de seu mandato eletivo, tanto 
quanto o que não mais exerce mandato eletivo, submete-se, em tema de 
processo civil de improbidade administrativa, ao regime jurídico da Lei nº 
8.429/92, definindo a competência de órgãos judiciários de primeira 
instância, ou seja, confirmando também a ausência de prerrogativa de 
foro por função para ações de natureza civil: 
 
"O que se conclui, em suma, é que, excetuada a hipótese de atos de 
improbidade praticados pelo Presidente da República (sujeitos, por força 
da própria Constituição, a regime especial), não há norma constitucional 
alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de 
responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas 
no art. 37, § 4º. Seria igualmente incompatível com a Constituição eventual 
preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa 
natureza" (RE 803.297/RS, rel. min. Celso de Mello, julg. 6/2/2017). 
 
Bem, as consequências para os condenados por improbidade administrativa, 
cuja regulamentação está contida na Lei 8.429/1992,incluem: 
 
I - SUSPENSÃO dos direitos políticos (e não cassação); 
 
 
 
II - PERDA da função pública; 
 
III - INDISPONIBILIDADE dos bens; 
 
IV - RESSARCIMENTO ao erário. 
 
A decisão terá que transitar em julgado para a suspensão dos direitos 
políticos, conforme já se pronunciou o Supremo: 
"3. Competência do Tribunal de origem para suspender os direitos políticos de 
membro do Congresso Nacional. Permite-se ao Poder Judiciário decretar a 
suspensão dos direitos políticos nos casos de improbidade administrativa, 
cabendo à respectiva Casa apenas dar fiel execução à decisão transitada em 
julgado e declarar a perda do mandato do parlamentar. Precedentes. (...) 17. 
Nesse contexto, afastada a incidência do § 2º do art. 55 da Constituição à 
hipótese, conclui-se que pode o Poder Judiciário decretar a suspensão dos 
direitos políticos nos casos de improbidade administrativa, cabendo ao Poder 
Legislativo, apenas, dar fiel execução à decisão transitada em julgado e 
declarar a perda do mandato". (AgR-RE 640.466/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 
julg. em 26/9/2014) 
Importante ainda você saber que a Ação de Improbidade não possui natureza 
penal, mas sim civil. Nesse sentido, não se submete ao foro por 
prerrogativa de função, assim como as demais ações de natureza cível, 
interpostas contra autoridades políticas, tais como a ação civil pública e a 
ação popular. 
 
Quanto à prescritibilidade de atos ilícitos cometidos por agentes públicos, 
servidores ou não, prevista no § 5º do art. 37, acima transcrito, a Lei 
8.112/1990 estabeleceu diversos prazos de prescrição para punição dos 
agentes, que não iremos tratar aqui em detalhes por ser matéria de Direito 
Administrativo. Entretanto, de forma resumida, os prazos para punição no 
âmbito do Processo Administrativo Disciplinar são: 
 
I - 5 anos: 
 
II - 2 anos: 
 
 
 
III - 180 dias: 
 
Por força da jurisprudência do Supremo, consolidada na Súmula Vinculante nº 
5, a falta de defesa técnica por advogado no PAD não viola o direito à ampla 
defesa e ao contraditório, consectários do devido processo legal, previstos 
no art. 5º, LIV e LV, da Constituição: 
 
Súmula Vinculante 5/STF. A falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
 
Os prazos começam a correr a partir de quando o fato se tornou conhecido 
pela Administração, e podem ser interrompidos pela abertura da sindicância 
ou instauração do PAD, iniciando novamente a contagem do prazo desde o 
início após a decisão do processo. 
 
Responsabilidade Civil do Estado 
 
Importante tópico, que despenca (não cai) nas provas de Direito 
Constitucional e Direito Administrativo. Dispõe o § 6º do art. 37: 
 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
No ordenamento constitucional e jurídico brasileiro, a responsabilidade do 
poder público é objetiva, adotando-se a Teoria do Risco Administrativo, e 
que é fundada na ideia de solidariedade social, ou seja, na justa repartição dos 
ônus decorrentes da prestação dos serviços públicos, exigindo-se a presença 
dos seguintes requisitos: 
 
I - dano; 
 
 
 
II - conduta administrativa e 
 
III - nexo causal entre a conduta da administração e o dano causado a terceiro. 
 
Sendo a responsabilidade objetiva, não é necessária a demonstração do 
elemento volitivo subjetivo da conduta - dolo ou culpa. A culpa ou o dolo do 
agente somente serão verificados no caso de ação regressiva do Estado, que é 
uma ação proposta contra o agente causador do dano para ressarcimento do 
Erário, que arcou com a indenização ao particular. 
 
Admite-se o abrandamento ou mesmo a exclusão da responsabilidade 
objetiva do Estado, se coexistirem atenuantes ou excludentes que atuem 
sobre o nexo de causalidade, como a culpa concorrente ou exclusiva da 
vítima, respectivamente. A conduta administrativa diz respeito à função 
pública exercida pelo agente, seja de um órgão, de uma entidade da 
administração ou mesmo de uma concessionária de serviço público. 
 
Isso porque a teoria do risco administrativo impõe o dever de 
indenizar independentemente da culpa do agente. Afere-se, tão somente, a 
culpa concorrente ou exclusiva da vítima, quando se aferirá o abrandamento 
ou exclusão da responsabilidade do Estado. No caso da culpa exclusiva da 
vítima, fica afastado o dever de indenizar do Estado. Essa tese é 
corroborada pelo Supremo Tribunal Federal: 
 
"A administração pública pode anular seus próprios atos, quando inquinados 
de ilegalidade (Súmula 473) mas, se a atividade do agente público acarretou 
danos patrimoniais ou morais a outrem – salvo culpa exclusiva dele –, eles 
deverão ser ressarcidos, de acordo com o disposto no art. 37, § 6º, da CF" ( RE 
460.881, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 18/4/2006, 1ª Turma). 
 
"A discussão relativa à responsabilidade extracontratual do Estado, referente 
ao suicídio de paciente internado em hospital público, no caso, foi excluída 
pela culpa exclusiva da vítima, sem possibilidade de interferência do ente 
público". ( RE 318.725 AgR, rel. min. Ellen Gracie, julg. 16/12/2008, 2ª Turma). 
 
 
 
Mas nem sempre foi assim. As bancas adoram transitar entre as diversas 
teorias da responsabilidade do Estado, que resumimos abaixo pra você: 
 
1º ⇒ irresponsabilidade total do Estado; 
 
2º ⇒ culpa civil: Havia a diferenciação entre atos de império sem 
responsabilidade, e os atos de gestão, que eram responsabilizados desde que 
com culpa do agente; 
 
3º ⇒ culpa civil subjetiva: responsabilidade subjetiva, na qual era necessário 
provar o dolo ou a culpa do agente (elementos subjetivos), e nexo causal (já 
havia elementos objetivos). Essa é aplicada hoje na ampla maioria das 
relações particulares. 
 
4º ⇒ culpa administrativa ou culpa anônima: estágio de transição entre a 
doutrina civilista e a tese objetiva do risco administrativo. Exige apenas a 
comprovação da falta do serviço (faute du service) e independe do agente. 
 
5º ⇒ teoria do risco objetivo ou risco administrativo: é a nossa atual teoria 
vigente, que prescinde do elemento subjetivo, bastando o nexo de 
causalidade entre o dano e o ato do agente. Para danos nucleares, não há 
consenso na doutrina. Boa parte entende que se aplica o risco administrativo 
para as ações e as omissões estatais. Como não tivemos, até hoje, nenhum 
desastre nuclear de grandes proporções, a teoria não foi posta à prova. 
 
6º ⇒ Em se tratando de omissão no cumprimento do dever genérico, o 
Supremo Tribunal Federal havia historicamente decidido que somente é 
possível perquirir a responsabilidade subjetiva do Poder Público (STF, 2ª 
Turma, RE nº 369.820/RS, rel. Min. Carlos Velloso, julg. em 04/11/2003). 
 
Entretanto, esse posicionamento foi invertido no recurso extraordinário nº 
841.526, relator ministro Luiz Fux, oportunidade na qual ficou consolidado 
o entendimento quanto à necessária observância do artigo 37, § 6º, da 
Constituição Federal no tocante a omissões administrativas 
(responsabilidade objetiva): 
 
 
 
"1. A responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição Federal de 1988, 
em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para 
as condutas estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a 
teoria do risco integral. 2. A omissão do Estado reclama nexo de causalidade 
em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder Público 
ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado 
danoso. 3. É dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execução da 
pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentaisdo 
detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, 
inciso XLIX, da Constituição Federal)". 
 
Posteriormente, o Supremo confirmou esse vertente, ao julgar recurso 
extraordinário em que o recorrente teve o caminhão roubado enquanto era 
lavrado auto de infração por excesso de peso por parte da concessionária de 
serviços de gestão rodoviária. Na hipótese em apreço, o Tribunal assentou 
a responsabilidade objetiva da empresa concessionária de serviço público, 
pela omissão no dever de guarda do veículo estacionado em suas 
dependências enquanto era lavrado o auto de infração: 
 
"A Turma reconheceu o nexo causal entre a conduta omissiva da empresa 
prestadora de serviços que deixou de agir com o cuidado necessário quanto à 
vigilância no posto de pesagem, por ocasião do estacionamento obrigatório 
do veículo para lavratura do auto de infração, e o dano causado ao recorrente. 
Desse modo, entendeu caracterizada a falha na prestação e organização do 
serviço. Afirmou não haver espaço para afastar 
a responsabilidade, independentemente de culpa, ainda que sob a óptica da 
omissão, ante o princípio da legalidade, presente a teoria do risco 
administrativo. A responsabilidade objetiva do Estado tem por fundamento a 
proteção do cidadão, que se encontra em posição de subordinação e está 
sujeito aos danos provenientes da ação ou omissão do Estado, o qual deve 
suportar o ônus de suas atividades". (RE 598.356/SP, rel. min. Marco Aurélio, 
julg. em 8/5/2018) 
 
7º A teoria do risco integral, que impõe a responsabilidade do Estado, 
mesmo quando há culpa exclusiva da vítima, nunca foi acolhida em nosso 
ordenamento. 
 
 
 
Apesar de a teoria do risco administrativo a regra geral, o Supremo Tribunal 
Federal reconheceu a possibilidade de responsabilização objetiva na hipótese 
de “infração a um dever específico de cuidado”. Foi o que ocorreu em 
julgamento no qual a Administração Pública omitiu-se em garantir 
a indenidade física dos presos (RE 841.526/RS, rel. Min. Luiz Fux, julg. em 
20/03/2016). 
 
É plenamente admissível que surja um dano em decorrência de lei 
inconstitucional, caso em que o Estado não poderá afastar sua 
responsabilidade civil objetiva em face da atuação indevida do Poder 
Legislativo. Essa posição é adotada tanto pela doutrina (José dos Santos 
Carvalho Filho), quanto chancelada pelo Supremo: 
 
“Desse modo, é plenamente possível que, se o dano surge em decorrência de 
lei inconstitucional, a qual evidentemente reflete atuação indevida do órgão 
legislativo, não pode o Estado simplesmente eximir-se da obrigação de 
repará-lo, porque nessa hipótese configurada estará a sua responsabilidade 
civil. Como já acentuou autorizada doutrina, a noção de lei inconstitucional 
corresponde à de ato ilícito, provocando o dever de ressarcir os danos 
patrimoniais dele decorrentes.” (FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de 
Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Atlas. 2017, p. 614) 
 
Segundo o STF: 
 
"O Supremo Tribunal Federal consagrou esse entendimento e prestigiou essa 
orientação em pronunciamentos nos quais deixou consignado que "O Estado 
responde civilmente pelo dano causado em virtude de ato praticado com 
fundamento em lei declarada inconstitucional." (RDA 20/42, ReI. Min. CASTRO 
NUNES) (...) Todas essas considerações - que traduzem mera reflexão sobre os 
efeitos decorrentes de comportamentos legislativos inconstitucionais do 
Poder Público - decorrem de minha pessoal convicção sobre a 
inconstitucionalidade do bloqueio dos cruzados novos, já registrada, quanto 
aos seus fundamentos jurídicos, por ocasião do julgamento da ADIn 534-DF" 
(RE 158.962, rel. Min. Celso de Mello, julg. em 4/12/1992) 
 
 
 
 
Algumas premissas importantíssimas que eu desejo que você guarde em 
relação a este tópico: 
 
 
I - Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público 
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente 
público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua 
competência legal; 
 
II - A responsabilidade objetiva do Estado abrange danos materiais e 
morais; 
 
III - Assim como os órgãos e entidades estatais, as pessoas jurídicas de 
direito privado prestadoras de serviços públicos, respondem 
objetivamente, independentemente de dolo ou culpa; 
 
IV - Segundo o mais recente entendimento do STF, firmado em tese de 
repercussão geral (Tema 130) a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de 
direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a 
terceiros usuários e não usuários do serviço: 
"A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras 
de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários, e não 
usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da CF. A inequívoca 
presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado 
ao terceiro não usuário do serviço público é condição suficiente para 
estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado". 
(RE 591.874, rel. min. Ricardo Lewandowski, julg. 26/8/2009, P, DJE de 18-12-
2009, Tema 130) 
 
V - Caso haja dano a algum cidadão, por exemplo decorrente da má 
conservação de vias ou estradas, e reste provada conduta omissiva do 
Estado, a responsabilidade deste será subjetiva. Trata-se da teoria da 
culpa administrativa ou culpa anônima, ou ainda da faute du service ou falta 
do serviço, e é aplicada nos casos em que o dano é derivado por ausência ou 
retardamento do serviço; 
 
VI - A simples existência de nexo causal entre a ação ou omissão e o resultado 
danoso é suficiente para haver a responsabilização civil do Estado, 
independe das responsabilidades criminais e/ou administrativos dos agentes 
públicos; 
 
 
 
VII - O valor da indenização deve abranger o que a vítima efetivamente 
perdeu e o que gastou, com advogado p.ex., para ressarci-se do prejuízo, bem 
assim como o que deixou de ganhar em consequência direta do ato lesivo 
causado pelo agente (lucros cessantes). 
 
VIII - Segundo o CESPE, o caso fortuito e a força maior excluem o nexo 
causal, pois são eventos externos à vontade das partes; 
 
IX - O Estado, regra geral, não é responsabilizado pela atuação do juiz ou do 
parlamentar, em suas funções típicas. Entretanto, a CF/88 estabelece duas 
exceções em seu art.5, inciso LXXV: erro judiciário e prisão alem do tempo 
fixado na sentença, ambas na esfera penal: 
 
Art. 5º.... 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que 
ficar preso além do tempo fixado na sentença; 
 
A esse respeito, o STF se pronunciou que a responsabilidade civil do Estado 
pelo erro judiciário não impediria eventual reconhecimento dessa 
responsabilidade pela falta do serviço judiciário: 
 
"O direito à indenização da vítima de erro judiciário e daquela presa além do 
tempo devido, previsto no art. 5º, LXXV, da Constituição, já era previsto no art. 
630 do CPP (...) A regra constitucional não veio para aditar pressupostos 
subjetivos à regra geral da responsabilidade fundada no risco administrativo, 
conforme o art. 37, § 6º, da Lei Fundamental: a partir do entendimento 
consolidado de que a regra geral é a irresponsabilidade civil do Estado por 
atos de jurisdição, estabelece que, naqueles casos, a indenização é uma 
garantia individual e, manifestamente, não a submete à exigência de dolo ou 
culpa do magistrado. (...) nem impede eventuais construções doutrinárias que 
venham a reconhecer a responsabilidade do Estado em hipóteses que não a 
de erro judiciário stricto sensu, mas de evidente falta objetiva do serviço 
público da Justiça. (RE 505.393, rel. min. Sepúlveda Pertence, julg. 26/6/2007) 
 
Já a responsabilidade civil regressiva dos magistrados dar-se-á somente 
por dolo, fraude, recusa, omissão ou retardamento injustificadodo 
processo. 
 
X - a responsabilidade objetiva de empresas fornecedoras de bens e 
serviços (farmácias, supermercados), diversamente do que ocorre com os 
bancos, que demandam segurança ostensiva, não há direito a indenização a 
 
 
cliente assaltado, pois esse caso equipara-se a caso fortuito externo, que 
rompe o nexo de causalidade (boa para sua prova de Direito Civil). Nesse 
sentido, o STJ: 
 
"1. Em se tratando de responsabilidade civil de empresa fornecedora de bens 
e serviços, de natureza diversa à das instituições financeiras ou outras 
atividades que demandam vigilância e segurança ostensivas reforçadas, não 
tem obrigação de indenizar as lesões material e extrapatrimonial, pelo roubo 
mediante uso de arma de fogo ocorrido no interior de seu estabelecimento 
comercial. 2. Em tais situações, a jurisprudência desta Casa entende que o 
evento é equiparado a fortuito externo, situando fora do risco da atividade 
mercantil. 3. O roubo, mediante uso de arma de fogo, em regra é fato de 
terceiro equiparável a força maior, que deve excluir o dever de indenizar, 
mesmo no sistema de responsabilidade civil objetiva". (Resp 1.801.784 - SP, 
rel. Min. Luís Felipe Salomão, julg. em 30/4/2019) 
 
Dispositivos gerais 
 
Os incisos e parágrafos abaixo do art. 37 costumam ser cobrados em sua 
literalidade, não merecendo maiores comentários, pelo menos na disciplina 
de Direito Constitucional: 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública 
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas 
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento 
das obrigações. 
 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração 
pública direta e indireta, regulando especialmente: 
 
 
 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, 
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a 
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; 
 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre 
atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo 
de cargo, emprego ou função na administração pública. 
 
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou 
emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a 
informações privilegiadas. 
 
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades 
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a 
ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto 
a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei 
dispor sobre: 
 
I - o prazo de duração do contrato: 
 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, 
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
 
III - a remuneração do pessoal. 
 
Servidores no Exercício de Mandatos Eletivos 
 
Os servidores públicos de quaisquer dos entes federativos – União, Estados, 
DF e Municípios que forem habilitados para o exercício de cargo eletivo 
deverão obedecer às regras do art. 38 da Constituição: 
 
 
 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, 
no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado 
de seu cargo, emprego ou função; 
 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou 
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; 
 
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a 
norma do inciso anterior; 
 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato 
eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto 
para promoção por merecimento; 
 
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores 
serão determinados como se no exercício estivesse. 
 
Guarde, portanto, este resumo: 
 
Mandato federal, estadual ou distrital 
 
Afastado do cargo, emprego ou 
função 
 
Mandato de prefeito 
 
Afastado, mas pode optar pela 
remuneração 
 
Mandato de vereador 
 
Havendo Compatibilidade de horários Não havendo compatibilidade 
 
 
 
Acumulará a remuneração do cargo efetivo com 
o de vereador 
 
Opta pela remuneração (mesmo do 
prefeito) 
 
 
O Supremo Tribunal Federal assentou que o cargo de secretário municipal 
não permite o exercício concomitante com o da vereança, uma vez que 
exige dedicação exclusiva, como auxiliar direto do Chefe do Poder Executivo 
Municipal. Portanto, não poderá haver a acumulação. É o que se extrai do 
entendimento firmado no RE 497.554/PR: 
 
“RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. 
VEREADOR. SECRETÁRIO MUNICIPAL. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E 
VENCIMENTOS IMPOSSIBILIDADE. CONHECIMENTO E PROVIMENTO DOS 
RECURSOS. 
 
I - Em virtude do disposto no art. 29, IX, da Constituição, a lei orgânica 
municipal deve guardar, no que couber, correspondência com o modelo 
federal acerca das proibições e incompatibilidades dos vereadores. 
 
II - Impossibilidade de acumulação dos cargos e da remuneração de 
vereador e de secretário municipal. 
 
III - Interpretação sistemática dos arts. 36, 54 e 56 da Constituição 
Federal." 
 
A Emenda Constitucional 103/2019 (Pec da Previdência) alterou a redação do 
inciso V do art. 38: 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, 
no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
.... 
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores 
serão determinados como se no exercício estivesse. 
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, 
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação 
dada pela EC 103/2019) 
 
 
 
 
(CESPE/PROCURADOR/ BACEN/2009) A responsabilidade das autarquias 
pelos prejuízos causados a terceiros não é direta, de modo que, diante da 
ocorrência de dano, o lesado deve buscar a reparação diretamente ao 
ente federativo e não à autarquia. 
 
ERRADO. O erro decorre do fato de que a responsabilidade é da pessoa 
jurídica, no caso a autarquia, e não da pessoa política. Caso o dano fosse 
causado por um órgão da administração direta, aí sim a responsabilidade 
seria imputada à pessoa jurídica (política) à qual o Órgão pertence. 
 
 
(VUNESP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE 
SP/2010) Assinale a alternativa que está de acordo com a Constituição 
Federal. 
 
(A) Somente por decreto do chefe do Poder Executivo poderão ser criadas 
autarquias e fundações públicas, bem como de suas subsidiárias ou coligadas. 
 
(B) O ato de improbidade administrativa acarretará a cassação dos direitos 
políticos do servidor público ou do particular responsável pelo ato lesivo aos 
cofres públicos. 
 
(C) O ilícito praticado pelo agente público que cause prejuízo ao erário será 
imprescritível. 
 
(D) O subsídio mensal dosDesembargadores do Tribunal de Justiça poderá 
atingir no máximo 80,25 % do subsídio mensal dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal. 
 
(E) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. 
 
 
 
A letra “A” está incorreta porque a criação de autarquias e fundações públicas 
será feita mediante Lei. 
 
A letra “B” está incorreta porque o ato de improbidade administrativa não 
acarretará a cassação dos direitos políticos mas sim a suspensão destes. 
 
A letra “C” está errada porque só seriam imprescritíveis, nos termos do art. 
37, §5º da CF as ações de ressarcimento: “ § 5º - A lei estabelecerá os prazos de 
prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que 
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de 
ressarcimento.” Entretanto, nova orientação do STF, nos autos do (RE) 
669.069 afastou a imprescritibilidade mesmo nas ações de ressarcimento 
por danos causados ao erário, não alcançando essa tese, entretanto, os 
prejuízos decorrentes de ato de improbidade administrativa. 
 
Errada também a letra “D” porque, como vimos, o STF derrubou o subteto da 
magistratura estadual, no julgamento do ADI 3.854-MC/2007, Relator Min. 
César Peluso. Mesmo que a questão falasse em 90,25%, e o gabarito fosse esse 
item, seria passível de recurso à banca. 
 
A letra “E” está correta, pois reproduz o inciso XIII do art. 37: “ XIII - é vedada a 
vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito 
de remuneração de pessoal do serviço público.” 
 
Gabarito: item “E”. 
 
 
(CESPE/ANALISTA/TRE RJ/2012) Servidor público, no exercício de suas 
atividades, não pode responder perante a Fazenda Pública, mesmo no 
caso de causar dano a terceiros, pois a responsabilidade, nessas 
ocorrências, pertence ao Estado. 
 
ERRADO. O servidor responderá em ação regressiva, uma vez comprovada a 
sua culpa. Repare que, na teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado, 
 
 
a indenização ao particular independe de culpa do agente, mas a ação 
regressiva não prescinde dessa evidenciação. 
 
Dos Servidores Públicos (arts. 39 a 41 da CF/1988) 
Atenção: este capítulo foi revisto e atualizado em 31/7/2020 
 
Servidores Públicos 
 
A Emenda Constitucional 19/1998, no bojo do Plano Diretor da Reforma do 
Aparelho do Estado (PDRAE), buscou acabar com a obrigatoriedade de a 
Administração Pública contratar servidores públicos exclusivamente pelo 
regime estatutário, abrindo a possibilidade de contratação por regimes 
híbridos e pela própria CLT, e dando a seguinte redação ao art. 39 da CF: 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado 
por servidores designados pelos respectivos Poderes. 
 
Contudo, com o julgamento cautelar da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade 2.135, o STF suspendeu a vigência do caput do art. 39 
da Constituição, modificado pela referida Emenda: 
 
Decisão: O Tribunal, por maioria, vencidos os Senhores Ministros Nelson 
Jobim, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, deferiu parcialmente a 
medida cautelar para suspender a eficácia do artigo 39, caput, da Constituição 
Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 19, de 04 de junho de 
1998, tudo nos termos do voto do relator originário, Ministro Néri da Silveira, 
esclarecido, nesta assentada, que a decisão - como é próprio das medidas 
cautelares - terá efeitos ex nunc, subsistindo a legislação editada nos termos 
da emenda declarada suspensa. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie, que 
lavrará o acórdão. Não participaram da votação a Senhora Ministra Cármen 
Lúcia e o Senhor Ministro Gilmar Mendes por sucederem, respectivamente, 
aos Senhores Ministros Nelson Jobim e Néri da Silveira. Plenário, red. p/ o 
acórdão Ministra Ellen Gracie, julgamento em 2/8/2007. 
 
Assim, voltou a viger a redação original do art. 39: 
 
 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os 
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações 
públicas. 
 
O § 1º do art. 39 fixa os padrões de vencimento dos servidores e o § 2º trata 
dos incentivos à eficiência, ambos com redação dada pela Emenda 
Constitucional 19/1998: 
 
Art. 39........... 
 
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema 
remuneratório observará: 
 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos 
componentes de cada carreira; 
 
II - os requisitos para a investidura; 
 
III - as peculiaridades dos cargos. 
 
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a 
formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a 
participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, 
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes 
federados. 
 
O § 3º do art. 39 trata dos direitos dos trabalhadores que são devidos aos 
servidores públicos: 
 
Art. 39........ 
 
 
 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, 
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer 
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
 
São devidos, portanto, os seguintes direitos trabalhistas aos servidores 
públicos: 
 
Salário mínimo, garantia de salário nunca inferior ao mínimo, para os que 
percebem remuneração variável, décimo-terceiro salário, remuneração do 
trabalho noturno superior à do diurno, duração do trabalho normal não 
superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, repouso semanal 
remunerado, preferencialmente aos domingos, remuneração do serviço 
extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal, gozo 
de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o 
salário normal, licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a 
duração de cento e vinte dias, licença-paternidade, nos termos fixados em 
lei, proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei, redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança e proibição de diferença de 
salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, 
idade, cor ou estado civil. 
 
Não são devidos aos servidores públicos os seguintes direitos: 
 
Proteção contra demissão sem justa, FGTS, seguro-desemprego, piso salarial 
proporcional, irredutibilidade salarial salvo convenção, proteção do salário na 
forma da lei, participação nos lucros, jornada de 6 horas para turnos 
ininterruptos de revezamento, aviso prévio, adicional de atividade penosa, 
aposentadoria ( para os servidores aplicam-se as regras do regime especial 
de previdência) , assistência gratuita dos filhos até 5 anos em creches 
( atentar que é dever do Estado a educação infantil, em creche e pré-
escola, às crianças até 5 anos ), aviso prévio proporcional ao tempo de 
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; adicional de 
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da 
lei, reconhecimento das convenções acordos coletivos de trabalho, proteção 
contra automação, seguro contra acidentes do trabalho ( redução dos riscos 
inerentes ao trabalho está incluída ), ação, quanto aos créditos resultantes 
das relações de trabalho, com prazo prescricional, proibição de qualquer 
 
 
discriminação salarial e critérios diferenciados para admissão de deficientes, 
proibição de distinção entre trabalho manual e intelectual, proibição trabalho 
noturnopara menores, igualdade de direitos entre trabalhador com vínculo e 
avulso. 
 
A tabela abaixo apresenta cada um dos direitos dos trabalhadores 
adicionados ou não à categoria dos servidores públicos: 
 
Direitos dos trabalhadores (art. 7º, CF) 
 
Servidores 
Públicos (art. 
39, § 3º) 
 
I - Relação de emprego protegida contra despedida 
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei 
complementar... 
 
Não 
 
II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário 
 
Não 
 
III - Fundo de garantia do tempo de serviço 
 
Não 
 
IV - Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente 
unificado... 
 
Sim 
 
V - Piso salarial proporcional à extensão e complexidade 
do trabalho 
 
Não 
 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em 
convenção ou acordo coletivo; 
 
Não (inciso XV 
do art. 37 
assegura) 
 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, 
para os que percebem remuneração variável; 
 
Sim 
 
VIII - décimo terceiro salário com base na 
remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
Sim 
 
 
 
 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do 
diurno; 
 
Sim 
 
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo 
crime sua retenção dolosa; 
 
Não 
 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada 
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na 
gestão da empresa, conforme definido em lei 
 
Não 
 
XII - salário-família pago em razão do dependente do 
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
 
Sim 
 
XIII - duração do trabalho normal não superior a 
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação 
 
Sim 
 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação 
coletiva; 
 
Não 
 
XV - repouso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos; 
 
Sim 
 
XVI - remuneração do serviço extraordinário 
superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do 
normal; 
 
Sim 
 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo 
menos, um terço a mais do que o salário normal; 
 
Sim 
 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e 
do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
 
Sim 
 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; Sim 
 
 
 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, 
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
 
Sim 
 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, 
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
 
Não 
 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
 
Sim 
 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades 
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
 
Não 
 
XXIV - aposentadoria; 
 
Não 
 
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes 
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em 
creches e pré-escolas; 
 
Não 
 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos 
coletivos de trabalho; 
 
Não 
 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da 
lei; 
 
Não 
 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, sem excluir a indenização a que este está 
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
 
Não 
 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações 
de trabalho, com prazo prescricional 
 
Não 
 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício 
de funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
 
Sim 
 
 
 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
 
Não 
 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, 
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
 
Não 
 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; 
 
Não 
 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com 
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso 
 
Não 
 
 
Como vimos na parte geral de Administração Pública, algumas categorias de 
agentes públicos devem ser remuneradas remuneradas mediante subsídio 
fixado em parcela única, na forma do § 4º do art. 39: 
 
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e 
os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por 
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, 
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
 
À parcela de subsídio, pode haver o acréscimo de parcelas indenizatórias, 
que nos termos da Lei 8.112/1990, incluem ajuda de custo, diárias, transporte 
e auxílio-moradia. O subsídio é também aplicado às seguintes categorias de 
servidores, podendo ser estendido a outras categorias, na forma do § 8º, do 
art. 39: 
 
⇒ Membros das corporações policiais ( art. 144, § 9º); 
 
⇒ Membros do Ministério Público (a rt. 128, § 5º, I, c); 
 
 
 
⇒ Defensores públicos e membros da AGU ( art. 135); 
 
⇒ Outras categorias que a lei estabelecer ( art. 39, § 8º), como aconteceu, por 
exemplo, com os servidores da Receita Federal: 
 
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser 
fixada nos termos do § 4º. 
 
Os parágrafos 5º a 7º do art. 39, também incluídos pela Emenda 
Constitucional 19/1998, introduziram mecanismos de transparência e 
controle dos gastos com remuneração no serviço público, bem como a 
aplicação de economia com despesas correntes para aplicação no 
aperfeiçoamento de pessoal. 
 
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá 
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores 
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. 
 
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os 
valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. 
 
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a 
aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas 
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no 
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço 
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. 
O § 9º, do art. 39, incluído pela EC 103/2019 (Pec da Previdência), vedou a 
incorporação de vantagens oriundas do exercício do cargo demissível ad 
nutum à remuneração do cargo efetivo, quando aquele foi exercido por 
servidor concursado: 
Art. 39.... 
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou 
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à 
remuneração do cargo efetivo. 
 
 
Atualmente, a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011) , já obriga aos 
Órgãos e Entidades da Administração a disponibilizarem, independentemente 
de requerimentos, informações relativas às despesas em geral, inclusive da 
remuneração dos servidores. O Supremo Tribunal Federal, nos autos 
da Suspensão de Liminar SL 623, decisão do Ministro Ayres Britto, de 
11/7/2012, permitiu a divulgação de salários de servidores públicos na 
internet, asseverando que a remuneração dos servidores públicos é “gasto do 
Poder Público que deve guardar correspondência com a previsão legal, com o 
teto remuneratório do serviço público e, em termos globais, com as metas de 
responsabilidade fiscal". Posteriormente, o STF reiterou o entendimento de 
que é constitucional a veiculação da remuneração deservidores públicos na 
internet (ARE 652.777, rel. Min. Teori Zavascki, julg. 23/4/2015). 
 
Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos 
 
o artigo 40 da CF, que trata das regras de aposentadoria em regime especial 
definida para os servidores públicos. Trata-se de regras cobradas na maioria 
das vezes, em cima da literalidade da Constituição nos concursos públicos, 
bastando para isso uma leitura atenta do artigo. Os pontos eventualmente 
polêmicos ou que mereçam discussão doutrinária serão comentados a seguir. 
Estabelece o art. 40, com a redação dada pela Emenda Constitucional 
103/2019 (Pec da Previdência): 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, 
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e 
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de 
cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial. (Redação da EC 103/2019) 
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este 
artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores 
fixados na forma dos §§ 3º e 17: 
§ 1º. O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será 
aposentado: (Redação da EC 103/2019) 
 
 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia 
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver 
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na 
forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação da EC 103/2019) 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos 
de idade, na forma de lei complementar; 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de 
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se 
dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e 
cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 
aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante 
emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de 
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do 
respectivo ente federativo. (Redação da EC 103/2019) 
O caráter contributivo e solidário diz respeito a que todos contribuem para 
todos, isto é, não há uma plano atuarial com uma conta individualizada por 
servidor beneficiado, o que seria desejável do ponto de vista econômico, dado 
o enorme desequilíbrio desse tipo de sistema, não obstante haja quem afirme 
que esse déficit não existe... 
 
Importante jurisprudência do STF assentou que os servidores ocupantes de 
cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da 
aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge 
apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, 
também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em 
comissão. Ressalvados outros impedimentos legais, não há óbice 
constitucional a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente 
permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja 
 
 
nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se 
trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração. Pra 
variar, vencido o Min. Marco Aurélio (RE 786.540/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julg. 
em 15/12/2016). 
 
Assim, as regras para aposentadoria no serviço público, para quem adentrou 
na Administração após a EC 41/2003 estão no §1º do art. 40 e são as seguintes 
(com a redação da EC 103/2019): 
 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais (e não 
integrais) ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em 
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na 
forma da lei, caso em que os proventos serão integrais; 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver 
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na 
forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação da EC 103/2019) 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) 
anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 88, de 2015) 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de 
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se 
dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, 
e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 
aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante 
emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de 
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do 
respectivo ente federativo. (Redação da EC 103/2019) 
 
 
 
Aqui, é importante falarmos um pouco da Emenda Constitucional 88/2015, 
promulgada em 7/5/2015, também chamada jocosamente de "Pec da 
Bengala". A Emenda alterou a redação do art. 40, § 1º, inciso II (acima 
destacado), da Constituição e introduziu o artigo 100 no Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, assegurando, desde logo, a aposentadoria 
compulsória aos 75 anos de idade para Ministros do STF, de Tribunais 
Superiores e do Tribunal de Contas da União: 
 
ADCT - art. 100: Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o 
inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da 
União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos 
de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal. 
 
Afinal, a Emenda estendeu a aposentadoria "expulsória" para todos os 
servidores públicos ou não? Essa Emenda Constitucional teve as seguintes 
consequências: 
 
(i) Estendeu, de imediato, a possibilidade ( não é obrigatoriedade) para os 
Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União, 
de se aposentarem não mais aos 70 mas aos 75 anos; ou seja, se quiserem se 
aposentar antes, podem, desde que preencham os requisitos para 
aposentadoria do artigo 40 da CF; chegandoaos 75, serão compulsoriamente 
aposentados. 
 
(ii) Abriu a possibilidade para que os demais servidores públicos e 
magistrados não abrangidos pelo art. 100 do ADCT (dos tribunais regionais e 
tribunais dos estados) possam se aposentar aos 75 anos de idade, desde que 
Lei Complementar, de iniciativa do Presidente da República e aprovada pelo 
Congresso Nacional, estabeleça essa regra; ou seja, se você é servidor, 
somente após a edição dessa Lei Complementar, e se ela abranger a sua 
carreira, poderá continuar trabalhando após os 70 anos. 
 
(iii) A interpretação da expressão " nas condições do art. 52 da Constituição 
Federal " do art. 100 do ADCT que permanecia uma incógnita, foi resolvida 
pelo Supremo . Para o STF, a necessidade de nova sabatina perante o Senado 
Federal violação à separação dos poderes (CF, art. 60, §4º, III). Significa ultraje 
à independência e à imparcialidade do Poder Judiciário. Nesse sentido, 
 
 
declarou a inconstitucionalidade da expressão "nas condições do art. 52 da 
Constituição Federal" do artigo 100 do ADCT. Com relação ao sentido da 
expressão "lei complementar" na nova redação do art. 40, §1º, II, da CF, 
assentou que com relação aos membros do Poder Judiciário, há 
necessidade de lei complementar de iniciativa do STF (Art. 93, VI, da CF). 
Assentou ainda a invalidade de leis estaduais que disponham sobre 
aposentadoria de magistrados ( ADI 5.316-MC, rel. min. Luiz Fux, j. 21-5-2015, 
Plenário). 
 
Boa parte da doutrina já entendia essa sabatina como teratológica e 
desnecessária, uma vez que o art. 52, III, "a", da Constituição Federal, refere-
se à necessidade de aprovar previamente, por voto secreto e arguição 
pública, a escolha dos membros do STF, TCU e outros Tribunais Superiores e 
não para simples extensão de mandato dos Ministros. 
 
Decorre disso tudo, que tanto a Lei Complementar que se destina a regular a 
aposentação aos 75 anos de magistrados (de iniciativa do STF), quanto a Lei 
Complementar destinada a regular a situação dos demais servidores públicos, 
seriam necessárias para dar eficácia aos dispositivos constitucionais em 
comento (art. 40, §1º, II e art. 100, do ADCT), configurando-as como normas 
constitucionais de eficácia limitada. 
 
Referida Lei Complementar foi aprovada pelo Congresso Nacional. É a Lei 
Complementar 152, de 3 de dezembro de 2015, que alterou a idade da 
aposentadoria por limite de idade, com proventos proporcionais, para 75 
anos, na forma prevista no art. 40, § 1º, II, da CF/1988, para todos os 
servidores públicos da União, Estados, DF e Municípios, de todos os 
Poderes, e cujo art. 2º assim dispôs: 
 
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade: 
I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; 
II – os membros do Poder Judiciário; 
III – os membros do Ministério Público; 
IV – os membros das Defensorias Públicas; 
 
 
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas. 
Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº 
11.440, de 29 de dezembro de 2006, o disposto neste artigo será aplicado 
progressivamente à razão de 1 (um) ano adicional de limite para aposentadoria 
compulsória ao fim de cada 2 (dois) anos, a partir da vigência desta Lei 
Complementar, até o limite de 75 (setenta e cinco) anos previsto no caput. 
Apenas para os servidores no exterior (missões diplomáticas, p. ex.), a idade 
para aposentadoria compulsória será estendida de forma gradual. 
 
Aqui temos um pequeno conflito com o que foi decidido no âmbito da ADI 
5.316-MC, pois para o STF apenas Lei de iniciativa do Supremo poderia 
dispor sobre as novos limites de aposentadoria dos demais membros do 
Poder Judiciário. Mas lembre-se de que as leis já nascem com presunção de 
constitucionalidade, portanto, a nova Lei Complementar só poderia ser 
atacada, se fosse o caso, em sede ação direta de inconstitucionalidade, no 
âmbito abstrato ou concentrado, pelo vício forma de iniciativa quanto à 
aposentadoria dos magistrados. Lembre-se também de que a Emenda 
Constitucional 88/2015 somente havia estendido o limite de aposentadoria 
(75 anos) para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais 
Superiores e do Tribunal de Contas da União. 
 
Outro possível questionamento quanto à constitucionalidade da LC 152/2015, 
também de natureza formal, diz respeito ao vício de iniciativa. Isso porque, 
como você sabe, compete privativamente ao Presidente da República a 
iniciativa de projeto de lei que verse sobre regime jurídico dos servidores da 
União e Territórios, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria: 
 
Art. 61.... 
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
............ 
II - disponham sobre: 
...................... 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de 
cargos, estabilidade e aposentadoria; 
 
A Lei Complementar 152/2015 teve iniciativa parlamentar (no Senado 
Federal) e mesmo tendo sido vetada pelo Presidente da República por 
inconstitucionalidade formal quanto ao vício de iniciativa, teve o veto 
 
 
derrubado no Congresso Nacional e a LC foi promulgada como está. Desse 
modo, até que a LC seja considerada inconstitucional em sede de controle 
abstrato ou revogada por outra lei, a aposentadoria compulsória no serviço 
público para os servidores civis agora tem como limite os 75 anos de 
idade. 
 
 
STF: "Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da 
CF (70 ou 75 anos) aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde 
que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam 
remuneração proveniente dos cofres públicos" (RE 647.827, rel. min. Gilmar 
Mendes, julg. 15/2/2017, Plenário) 
STF: "Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se 
submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, 
da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, 
inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em 
comissão" (RE 786.540, rel. min. Dias Toffoli, julg. 15/12/2016, Plenário) 
 
A Emenda Constitucional 20/1998 aboliu a aposentadoria integral no 
serviço público. Pelas regras atuais, o servidor irá se aposentar 
voluntariamente com base nos 80% maiores salários de contribuição, na 
forma da lei, observadas as regras do art. 40, parágrafo § 1º, com a redação 
da EC 103/2019 (PEC da Previdência), que também remete à lei federal a 
forma de cálculo da aposentadoria: 
 
Art. 40...... 
......... 
§ 1º. O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será 
aposentado: (Redação da EC 103/2019) 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia 
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da 
lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver 
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
 
 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na 
forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação da EC 103/2019) 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos 
de idade, na forma de lei complementar; 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de 
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se 
dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:(Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e 
cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se 
mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 
aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante 
emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de 
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do 
respectivo ente federativo. (Redação da EC 103/2019) 
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua 
concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no 
cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para 
a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998) 
§ 2º. Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor 
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo 
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto 
nos §§ 14 a 16. (Redação da EC 103/2019) 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua 
concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as 
contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este 
artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 3º. As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas 
em lei do respectivo ente federativo. (Redação da EC 103/2019) 
 
 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este 
artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos 
de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 
2005) 
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 47, de 2005) 
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem 
a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
47, de 2005) 
§ 4º. É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para 
concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado 
o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação da EC 103/2019) 
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente 
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria 
de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação 
biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar. (Incluído pela EC 103/2019) 
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente 
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria 
de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou 
de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso 
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela EC 
103/2019) 
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente 
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria 
de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a 
agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação 
desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou 
ocupação. (Incluído pela EC 103/2019) 
O § 5º do art. 40, com a redação da EC 103/2019 (PEC da Previdência), 
estabelece a redução da idade mínima para o cargo de professor, desde que 
comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei 
complementar da União, Estados, DF ou Municípios: 
Art. 40..... 
 
 
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em 
cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que 
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de 
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 
(cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no 
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio 
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação da EC 
103/2019) 
O § 7º do art. 40 também sofreu mudança significativa com a EC 103/2019 
(PEC da Previdência), remetendo o cálculo da pensão por morte para a lei 
do respectivo ente federativo, garantido o valor correspondente ao salário 
mínimo, conforme o Regime Geral de Previdência (art. 201, § 2º, CF) e caso se 
trate da única fonte de renda formal auferida pelo dependente: 
Art. 40.... 
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será 
igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a 
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que 
se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta 
por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do 
óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte 
de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte 
será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará 
de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B 
decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação 
da EC 103/2019) 
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos 
de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação da 
EC 103/2019) 
 
 
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de 
idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, 
o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação da EC 103/2019) 
Art. 201.... 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. 
O § 8º, do art. 40, não foi modificado pela EC 103/2019: 
Art. 40........ 
.... 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. 
(Redação da EC 41/2003) 
A contagem do tempo de contribuição federal, estadual e municipal foi 
mantida pela EC 103/2019, que incluiu o Distrito Federal, e a observância da 
contagem de tempo recíproca prevista no art. 201, §§ 9º e § 9º-A: 
Art. 40.... 
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal serácontado 
para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito 
de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será 
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do 
art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de 
disponibilidade. 
Veja o art. 201, § 9º e § 9º-A da Constituição: 
Art. 201.... 
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do 
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural 
e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se 
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. 
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do 
tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os 
regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a 
 
 
compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em 
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os 
arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência 
Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca 
para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira 
será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as 
receitas de contribuição aos demais regimes. (Incluído dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
A EC 103/2019 remeteu agora à lei complementar a disciplina sobre a 
cobertura de benefícios excepcionais, como acidente de trabalho, a ser 
atendido pelo Regime Geral e pelo setor privado (art. 40, § 10): 
Art. 40..... 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser 
atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo 
setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não 
programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida 
concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor 
privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
Os §§ 10 e 11 foram mantidos pela EC 103/2019, a qual no entanto modificou 
a disciplina do §12 e do § 13, para aplicar o regime geral de Previdência 
também aos detentores de cargo eletivo: 
Art. 40...... 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de 
contribuição fictício. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão 
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e 
consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da 
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores 
públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e 
critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de 
previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o 
 
 
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário 
ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência 
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo 
temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime 
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
Uma regra importantíssima relativa ao regime próprio de aposentadoria diz 
respeito à possibilidade de a União os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os 
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo (lembre-se que os 
servidores de livre nomeação e exoneração vinculam-se ao regime geral!), 
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas 
pelo regime de que trata este artigo (RGPS), o limite máximo estabelecido 
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201. 
 
Já o § 15, com a redação dada pela EC 103/2019, determina que o regime de 
previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de 
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e 
seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de 
previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos 
respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade 
de contribuição definida. Contribuição definida consiste no compromisso de 
contribuir com determinado percentual mínimo, que no serviço público 
federal, por exemplo, é de 11%. 
 
Regime de Previdência Complementar 
 
A EC 103/2019 modificou ainda os §§ 14 e 15 do art. 40, para instituir a 
obrigatoriedade da instituição do regime de previdência complementar dos 
servidores da União, Estados, DF e municípios, cujos planos poderão ser 
oferecidos por entidade fechada de previdência complementar ou 
de entidade aberta de previdência complementar: 
 
 
Art. 40..... 
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que 
instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos 
servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das 
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este 
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei 
de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência 
complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, 
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de 
previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será 
instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o 
disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de 
entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que 
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na 
modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá 
plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará 
o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de 
previdência complementar ou de entidade aberta de previdência 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
E isso, na verdade, já aconteceu, inclusive no âmbito da União! a Lei 
12.618/2012 criou a Funpresp - Fundação de Previdência Complementar 
do Servidor Público Federal, que instituiu o regime de previdência 
complementar para os servidores da União que ingressaram no serviço 
público a partir de então, e aqueles quejá eram servidores e assim desejarem 
optar. Portanto, haverá duas categorias de servidores públicos, aqueles com a 
aposentadoria pelas regras antigas e os que vão aderir ao fundo. 
 
A lei trouxe a limitação das aposentadorias dos servidores públicos federais 
até o teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), previsto no § 14 
do art. 40. Para os servidores que ganham acima desse valor, a 
complementação das aposentadorias será realizada por meio desse Fundo, 
 
 
para a qual será destinada a contribuição paritária do servidor e da União até 
o limite previsto na lei do que excede o teto do RGPS. 
 
Os defensores da nova sistemática de complementação das aposentadorias 
argumentam que em 20 anos o déficit atuarial do Regime Especial de 
Previdência dos Servidores estaria zerado, reduzindo o "rombo" gerado 
anualmente no orçamento da seguridade social, o que faz sentido, pois com 
uma régua atuarial bem gerida é possível que o sistema passe a gerar mesmo 
superávits, a exemplos de outros fundos de previdência complementar 
existentes. 
 
Quando um servidor público federal sujeito as novas regras se aposentar, ele 
receberá, no máximo, o teto previsto em lei (R$ 5.189,80 - 2016). Para garantir 
um valor equivalente ao salário que tem na ativa, a aposentadoria do servidor 
será complementada pela fundação de previdência complementar relativa ao 
poder para o qual trabalha. 
 
Os parágrafos 16 e 17 do art. 40 não foram modificados pela EC 103/2019: 
Art. 40.... 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 
15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até 
a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de 
previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 15/12/98) 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do 
benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da 
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
Significa dizer que se você entrou no serviço público até a data de instituição 
do Funpresp, por exemplo, poderá optar voluntariamente pela adesão ao 
fundo ou permanecer na regra geral. Aqueles que entraram no serviço público 
federal após a Lei 12.618/2012, já estão automaticamente inseridos na 
sistemática dos §§ 14 e 15 do art. 40. 
 
Abono de Permanência 
 
 
 
O §19 do art. 40 traz a regra do chamado abono de permanência, que é um 
benefício concedido ao servidor que permanece trabalhando após ter 
cumprido todos os requisitos para aposentadoria voluntária não proporcional 
ao tempo de contribuição. Os §§ 18 e 21 tratam da cobrança da contribuição 
previdenciária sobre os proventos de aposentados e pensionistas servidores 
públicos que ultrapassarem o teto do Regime Geral de Previdência, com a 
modificação da EC 103/2019, que afastou a obrigatoriedade do abono de 
permanência: 
Art. 40.......... 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que 
trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores 
titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências 
para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por 
permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao 
valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para 
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente 
federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as 
exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em 
atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no 
máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade 
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência 
social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma 
unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o 
disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência 
social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente 
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e 
fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os 
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar 
 
 
de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019) 
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as 
parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na 
forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 47, de 2005)(Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
Na prática, o servidor fica dispensado de pagar a contribuição 
previdenciária até que complete as exigências para a aposentadoria 
compulsória, carinhosamente chamada de "expulsória". Portanto, na 
verdade, não se trata de um abono propriamente dito, mas uma suspensão de 
recolhimento de contribuição previdenciária. 
 
 
A jurisprudência do STF concluiu que, uma vez preenchidos os requisitos para 
o recebimento do abono de permanência, esse direito não pode estar 
condicionado a outra exigência. (RE 648.727 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 
julg. 2/6/2017) 
A ocupação de novo cargo dentro da estrutura do Poder Judiciário, pelo 
titular do abono de permanência, não implica a cessação do benefício ( MS 
33.424, rel. min. Marco Aurélio, julg. 28/3/2017) 
A EC 103/2019 incluiu ainda o § 22 no art. 40, que veda a instituição de novos 
regimes próprios de previdência dos servidores públicos: 
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei 
complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de 
organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, 
dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral 
de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
 
 
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos 
recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que 
trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de 
contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer 
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
VII - estruturação do órgão ou entidadegestora do regime, observados os 
princípios relacionados com governança, controle interno e 
transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que 
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a 
gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de 
contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
 
Além disso tudo, é importante que você saiba que em se tratando de Regime 
Próprio estadual, distrital ou municipal, as alíquotas cobradas para o seu 
financiamento não poderão ser inferiores às cobradas pela União, nos 
termos do art. 149, § 1º, da Constituição, amplamente modificado pela EC 
103/2019 (Pec da Previdência): 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto 
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, 
de sistemas de previdência e assistência social. 
 
 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime 
previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da 
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por 
meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência 
social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, 
que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de 
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos 
aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de 
aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para 
equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição 
extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos 
aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019) 
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída 
simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e 
vigorará por período determinado, contado da data de sua 
instituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
Devem, assim, contribuir para o Regime Próprio: 
 
I - o Ente Federativo; 
II - os servidores ativos; 
III - os servidores inativos e pensionistas, apenas em relação ao valor do 
provento que ultrapassar o teto das aposentadorias do Regime Geral (RGPS), 
para que haja isonomia com os trabalhadores da iniciativa privada, para os 
quais o art. 195, II estabelece (com a redação da EC 103/2019): 
Art. 195 - A Seguridade Social será financiada (...) II - do trabalhador e dos 
demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas 
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de 
Previdência Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019) 
 
 
O art. 4º da EC 103/2019 estabeleceu ainda as regras para aposentadoria dos 
servidores públicos: 
Art. 4º O servidor público federal que tenha ingressado no serviço público em 
cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional 
poderá aposentar-se voluntariamente quando preencher, cumulativamente, 
os seguintes requisitos: 
I - 56 (cinquenta e seis) anos de idade, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos de 
idade, se homem, observado o disposto no § 1º; 
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de 
contribuição, se homem; 
III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público; 
IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e 
V - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, 
equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96 (noventa e seis) 
pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 2º e 3º. 
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2022, a idade mínima a que se refere o inciso I 
do caput será de 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 62 (sessenta 
e dois) anos de idade, se homem. 
§ 2º A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação a que se refere o inciso V do 
caput será acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 100 
(cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento e cinco) pontos, se homem. 
§ 3º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo 
do somatório de pontos a que se referem o inciso V do caput e o § 2º. 
§ 4º Para o titular do cargo de professor que comprovar exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e 
no ensino fundamental e médio, os requisitos de idade e de tempo de 
contribuição de que tratam os incisos I e II do caput serão: 
I - 51 (cinquenta e um) anos de idade, se mulher, e 56 (cinquenta e seis) anos 
de idade, se homem; 
II - 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta) anos de 
contribuição, se homem; e 
III - 52 (cinquenta e dois) anos de idade, se mulher, e 57 (cinquenta e sete) 
anos de idade, se homem, a partir de 1º de janeiro de 2022. 
§ 5º O somatório da idade e do tempo de contribuição de que trata o inciso V 
do caput para as pessoas a que se refere o § 4º, incluídas as frações, será de 81 
(oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem, aos 
 
 
quais serão acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada 
ano, até atingir o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, e de 100 
(cem) pontos, se homem. 
§ 6º Os proventos das aposentadorias concedidas nos termos do disposto 
neste artigo corresponderão: 
I - à totalidade da remuneração do servidor público no cargo efetivo em que se 
der a aposentadoria, observado o disposto no § 8º, para o servidor público 
que tenha ingressado no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro 
de 2003 e que não tenha feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da 
Constituição Federal, desde que tenha, no mínimo, 62 (sessenta e dois) anos 
de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, ou, para 
os titulares do cargo de professor de que trata o § 4º, 57 (cinquenta e sete) 
anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem; 
II - ao valor apurado na forma da lei, para o servidor público não contemplado 
no inciso I. 
§ 7º Os proventos das aposentadorias concedidas nos termos do disposto 
neste artigo não serão inferiores ao valor a que se refere o § 2º do art. 201 da 
Constituição Federal e serão reajustados: 
I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 
de dezembro de 2003, se cumpridos os requisitos previstos no inciso I do § 6º; 
ou II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social, na 
hipótese prevista no inciso II do § 6º. 
§ 8º Considera-se remuneração do servidor público no cargoefetivo, para fins 
de cálculo dos proventos de aposentadoria com fundamento no disposto no 
inciso I do § 6º ou no inciso I do § 2º do art. 20, o valor constituído pelo 
subsídio, pelo vencimento e pelas vantagens pecuniárias permanentes do 
cargo, estabelecidos em lei, acrescidos dos adicionais de caráter individual e 
das vantagens pessoais permanentes, observados os seguintes critérios: 
I - se o cargo estiver sujeito a variações na carga horária, o valor das rubricas 
que refletem essa variação integrará o cálculo do valor da remuneração do 
servidor público no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria, 
considerando-se a média aritmética simples dessa carga horária proporcional 
ao número de anos completos de recebimento e contribuição, contínuos ou 
intercalados, em relação ao tempo total exigido para a aposentadoria; 
II - se as vantagens pecuniárias permanentes forem variáveis por estarem 
vinculadas a indicadores de desempenho, produtividade ou situação similar, 
o valor dessas vantagens integrará o cálculo da remuneração do servidor 
público no cargo efetivo mediante a aplicação, sobre o valor atual de 
 
 
referência das vantagens pecuniárias permanentes variáveis, da média 
aritmética simples do indicador, proporcional ao número de anos completos 
de recebimento e de respectiva contribuição, contínuos ou intercalados, em 
relação ao tempo total exigido para a aposentadoria ou, se inferior, ao tempo 
total de percepção da vantagem. 
§ 9º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios as normas constitucionais e infraconstitucionais 
anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto 
não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo 
regime próprio de previdência social. 
§ 10. Estende-se o disposto no § 9º às normas sobre aposentadoria de 
servidores públicos incompatíveis com a redação atribuída por esta Emenda 
Constitucional aos §§ 4º, 4º-A, 4º-B e 4º-C do art. 40 da Constituição Federal. 
O art. 10 estabeleceu uma regra de transição para os servidores federais, até 
que entre em vigor a Lei que discipline o Regime Próprio de Previdência da 
União: 
Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do 
regime próprio de previdência social dos servidores da União, aplica-se o 
disposto neste artigo. 
§ 1º Os servidores públicos federais serão aposentados: 
I - voluntariamente, observados, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
a) 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos 
de idade, se homem; e 
b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo 
mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 
(cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria; 
II - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiverem 
investidos, quando insuscetíveis de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria; ou 
III - compulsoriamente, na forma do disposto no inciso II do § 1º do art. 40 da 
Constituição Federal. 
Para os servidores do Regime Geral de Previdência (que aderiram ao 
FUNPRESP, por exemplo), o regime é o do art. 20: 
Art. 20. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao 
Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no serviço público em cargo 
efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá 
 
 
aposentar-se voluntariamente quando preencher, cumulativamente, os 
seguintes requisitos: 
I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de 
idade, se homem; 
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de 
contribuição, se homem; 
III - para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço 
público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; 
Estabilidade dos Servidores Públicos 
 
Dispõe o art. 41 da CF: 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma 
de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele 
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo 
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em 
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará 
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até 
seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação 
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
 
Para a aquisição da estabilidade é necessário atender, cumulativamente, a 
aos seguintes requisitos: 
 
 
 
I - aprovação em concurso público; 
II - nomeação para cargo público efetivo; 
III - três anos de efetivo exercício do cargo; 
IV - avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa 
finalidade. 
 
Essa avaliação especial de desempenho é feita com base no 
acompanhamento feito durante o estágio probatório do servidor. Esse 
acompanhamento é feito pelo chefe imediato do servidor, devendo ser 
observado o devido processo legal e a ampla defesa quanto às avaliações 
negativas. Nesse sentido, o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 
1ª Região e do Supremo Tribunal Federal: 
 
"Determinando a Instrução Normativa 10, de 14/09/1994, que o servidor em 
estágio probatório deve ser avaliado por seu chefe imediato, é irregular 
avaliação procedida pelo superior imediato [do chefe]. 2. O estágio probatório 
do servidor público não autoriza sua exoneração por insuficiência de 
desempenho profissional sem a observância do devido processo legal, já que 
deve ser facultada a ampla defesa quanto às avaliações negativas". (AMS 
1997.34.00.014588-3/DF, Rel. Desembargador Federal Antônio Sávio de 
Oliveira Chaves, Primeira Turma, DJ p.4 de 01/10/2007). 
Ainda segundo o STF, servidor efetivo, ainda que em estágio probatório, não 
pode ser exonerado ex officio, com base em decreto que extingue o cargo: 
"O servidor público ocupante de cargo efetivo, ainda que em estágio 
probatório, não pode ser exonerado ad nutum, com base em decreto que 
declara a desnecessidade do cargo, sob pena de ofensa à garantia do devido 
processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Incidência da Súmula 21 
do STF" ( ARE 878.278, Relatora: Min. Cármen Lúcia, julgado em 03/04/2015). 
A esse respeito, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o 
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao 
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 
3º, CF). 
 
Entretanto, a avaliação especial de desempenho destinada à atribuição 
da estabilidade ao servidor é feita por comissão instituída para essa 
finalidade, nos termos do art. 41, §4º, da CF. 
 
 
 
Com relação a este ponto (estágio probatório) apesar de o prazo não estar 
explícito na Constituição, vale a pena discutirmos. Desde 2009 está 
relativamente assentada a questão do estágio probatório no âmbito do STJ, 
em decorrência do julgamento do MS 12.523, conforme se depreende do 
informativo daquele Tribunal: 
 
Depois de algumas idas e vindas legislativas, a Terceira Seção do 
Superior Tribunalde Justiça (STJ) definiu: com a Emenda Constitucional 
(EC) n. 19/1998, o prazo do estágio probatório dos servidores públicos é 
de três anos. A mudança no texto do artigo 41 da Constituição Federal 
instituiu o prazo de três anos para o alcance da estabilidade, o que, no 
entender dos ministros, não pode ser dissociado do período de estágio 
probatório. 
 
O novo posicionamento, unânime, baseou-se em voto do ministro Felix 
Fischer, relator do mandado de segurança que rediscutiu a questão no STJ. O 
ministro Fischer verificou que a alteração do prazo para a aquisição da 
estabilidade repercutiu sim no prazo do estágio probatório. Isso porque esse 
período seria a sede apropriada para avaliar a viabilidade ou não da 
estabilização do servidor público mediante critérios de aptidão, eficiência e 
capacidade, verificáveis no efetivo exercício do cargo. 
 
Perguntinha: a Constituição assegura a estabilidade sindical ao servidor em 
estágio probatório? Lembre-se que a estabilidade sindical está prevista no art. 
8º, inciso VIII, da CF: 
 
Art. 8º.......... 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da 
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que 
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos 
termos da lei. 
 
Agora guarde que os empregados públicos de empresas estatais - empresas 
públicas e sociedades de economia mista - ingressam nos quadros dessas 
empresas mediante concurso público, por força do art. 37, II, da Constituição, 
independentemente de serem ou não prestadoras de serviço público, como 
 
 
por exemplo os Correios. Entretanto, não gozam da estabilidade conferida 
somente aos servidores públicos de cargo efetivo (art. 41, CF). 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público. 
 
Entretanto, o Supremo já se pronunciou no sentido de que a demissão dos 
empregados públicos, apesar de não estáveis, deve ser devidamente 
motivada: 
 
"I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da 
CF, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998. 
Precedentes. II - Em atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e 
isonomia, que regem a admissão por concurso publico, a dispensa do 
empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que 
prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que tais 
princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também 
respeitados por ocasião da dispensa. III - A motivação do ato de dispensa, 
assim, visa a resguardar o empregado de uma possível quebra do 
postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder 
de demitir" (RE 589.998, rel. min. Ricardo Lewandowski, julg. em 20/3/2013). 
 
No julgamento dos embargos desse julgado, foi aprovada a seguinte tese de 
repercussão geral e a dispensa de processo administrativo para a demissão: 
 
Tema 131 - Despedida imotivada de empregados de Empresa Pública: Os 
empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista 
não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da Constituição Federal, mas 
sua dispensa deve ser motivada. (...) Não se pode exigir, em especial, 
instauração de processo administrativo ou a abertura de prévio contraditório 
(RE 589.998-ED, rel. min. Roberto Barroso, julg. em 10/10/2018). 
 
Bem, o Supremo Tribunal Federal, em jurisprudência bem sedimentada, 
assentou que conquanto haja estendido ao servidor público o exercício de 
prerrogativas próprias do empregado regido pelo direito comum do trabalho, 
incluindo a de liberdade de associação sindical (art. 37, VI, CF), a 
 
 
Constituição cuidou de estabelecer limitações a que o exercício de tais 
direitos não entre em choque com as vigas mestras do regime administrativo 
que preside as relações funcionais, entre essas, a relativa à estabilidade 
sindical do art. 8º, VIII, que importaria a supressão do estágio probatório, a 
que estão sujeitos todos os servidores. 
 
Desse modo, para o Supremo (e para a sua prova), a condição de dirigente ou 
representante sindical não impede a exoneração do servidor público 
estatutário, regularmente reprovado em estágio probatório. A 
estabilidade sindical não alcança nem mesmo o servidor público regido por 
regime especial, ocupante de cargo em comissão de livre nomeação e 
exoneração e que, concomitantemente, exerça cargo de direção no sindicato 
da categoria, pois poderá ser exonerado ad nutum. 
 
Agora deixa eu lhe fazer uma outra pergunta que o CESPE já fez: o servidor 
público federal tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o 
estágio probatório de novo cargo assumido? 
 
Instado a se manifestar diversas vezes sobre o assunto, o Supremo firmou 
posição no sentido de que somente enquanto estiver no estágio probatório 
do novo cargo, o servidor poderá ser reconduzido ao cargo anterior, se assim 
desejar. Além disso, não poderá ter pedido exoneração do cargo anterior, 
mas sim vacância para posse em cargo inacumulável. 
 
Por exemplo, vamos supor que você, Auditor Federal de Controle Interno da 
CGU, área de correição, cansado do marasmo do PAD e outras sindicâncias, 
resolve fazer concurso para a Polícia Federal e agregar emoção à sua vida 
profissional. Após algumas operações especiais, em que você atua agora do 
lado do perigo, com apreensão de drogas, troca de tiros e tudo o mais que 
você sonhou, você acha que sua vida é preciosa, está correndo riscos 
demasiados e deseja voltar à tranquilidade. Caso já se tenham passados os 
três anos, ou seja, o seu estágio probatório na Polícia já se completou, não 
poderá mais voltar ao cargo de auditor. Resultado: vai continuar fazendo 
operações especiais, ou pedir para realizar serviços internos. Mas lembre-se: 
Você precisa ser estável no cargo de origem, no caso Auditor da CGU, para 
poder retornar. 
 
 
 
Quanto à perda do cargo do servidor estável, ela poderá ocorrer em quatro 
hipóteses (§ 1º do art. 41 e art. 169, § 4º): 
 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa; 
 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa; 
 
IV – uma outra hipótese de perda do cargo pelo servidor estável, que nem 
todos se lembram, é a do art. 169, § 4º, o qual prevê a possibilidade de o 
servidor estável vir a perder o cargo, em virtude de ultrapassagem do 
limite com despesa de pessoal previsto em lei complementar. 
 
Nesse caso, não sendo suficientes as providências para retorno aos 
limites previstas no § 3º do art. 169, o servidor estável poderá vir a perder 
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes 
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto 
da redução de pessoal. 
 
Art. 169......... 
......... 
 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, 
durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: 
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; 
II - exoneração dos servidores não estáveis. 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem 
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei 
complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, 
 
 
desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a 
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de 
pessoal. 
 
O servidor que perder o cargo dessa forma fará jus a indenizaçãocorrespondente a um mês de remuneração por ano de serviço (art. 169, § 5º, 
CF). Além disso, o cargo objeto da redução será considerado extinto, vedada a 
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas 
pelo prazo de quatro anos, na forma do § 6º, do art. 169: 
 
Art. 169...... 
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a 
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço. 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será 
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com 
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. 
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na 
efetivação do disposto no § 4º. 
 
Conforme o § 7º acima, o dispositivo do § 4º é norma de eficácia limitada, cuja 
exequibilidade é condicionada à edição da lei federal. 
 
O art. 247 das Disposições Constitucionais Gerais, incluído pela EC 19/1998, 
estabelece que na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo 
de servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo 
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado, deverá ocorrer por 
processo administrativo, com critérios e garantias especiais para a perda do 
cargo. Na realidade, a perda do cargo de todo e qualquer servidor 
estável dependerá de processo administrativo em que sejam assegurados a 
ampla defesa e o contraditório: 
 
Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art. 169 
estabelecerão critérios e garantias especiais para a perda do cargo pelo 
servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo 
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado. 
 
 
 
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo 
somente ocorrerá mediante processo administrativo em que lhe sejam 
assegurados o contraditório e a ampla defesa. 
 
PAD - Processo Administrativo Disciplinar 
 
Quanto ao processo administrativo disciplinar, visto em detalhes na disciplina 
de Direito Administrativo, cumpre lembrarmos a Súmula Vinculante 5/STF: 
 
"A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar 
não ofende a Constituição". 
 
A validade dessa súmula foi reafirmada pelo STF em 30 de novembro de 
2016, coma rejeição do pedido de cancelamento da Súmula feito pelo ainda 
em 2008 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pedido 
esse recebido como mera petição e que foi reautuado em 2011 como 
"Proposta de Súmula Vinculante 58 - PSV 58, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julg. 30/11/2016", após a regulamentação legal da proposta de edição, revisão 
e cancelamento de Súmulas. 
 
O Conselho argumentava que não havia reiteradas decisões sobre o tema e 
não seria possível aceitar que um leigo, sem conhecimento do processo em 
sua complexidade (prescrição, juiz natural, devido processo legal, 
contraditório e ampla defesa), possa ser incumbido de manejar ingredientes 
tão complicados de modo a promover um trabalho que seja minimamente 
eficiente e à altura dos postulados constitucionais. A Súmula, quando editada, 
assegurou e confirmou a legalidade da demissão de 1.711 servidores públicos 
que responderam a PAD. 
 
O Relator do feito considerou que o mero descontentamento ou divergência 
quanto ao conteúdo do verbete vinculante não propicia a reabertura das 
discussões sobre tema já debatido à exaustão pelo STF. Ressaltou ainda que 
para admitir-sea revisão ou o cancelamento de súmula vinculante, é 
necessário que seja evidenciada a superação da jurisprudência da Suprema 
Corte no trato da matéria, que haja alteração legislativa quanto ao tema ou, 
 
 
ainda, modificação substantiva de contexto político, econômico ou social, 
o que não ocorreu na espécie. 
 
 
(CESPE/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE 
EXTERNO/TCU/2009) Atualmente, em razão de decisão do Supremo 
Tribunal Federal, a União, os estados, o Distrito Federal (DF) e os 
municípios devem instituir, no âmbito de suas competências, regime 
jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração 
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
CERTO. De início, você deve guardar que o fim do regime jurídico único, 
ocorrido com a edição da EC 19/98, foi revogado pelo STF, com efeitos ex 
nunc, ou seja, da decisão do Supremo para a frente. A redação do art. 39, 
revogada pelo STF era a seguinte: 
 
“ Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por 
servidores designados pelos respectivos Poderes.” 
 
Assim, retorna a redação anterior do art. 39, que estabelece o regime jurídico 
único no âmbito de cada ente da Federação: 
 
“ Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os 
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações 
públicas.” 
 
Isso significa que cada Estado, Município e a União deverão editar regime 
jurídico próprio, que abrangerá os servidores de todos os Poderes do Ente 
Federativo. 
 
 
(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE ES/2010) É vedada a 
filiação ao RGPS, na qualidade de segurado obrigatório, de pessoa 
participante de regime próprio de previdência, ainda que servidor 
ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
 
 
 
ERRADO. O regime de aposentadoria dos servidores ocupantes de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração são filiados 
obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social. 
 
Mas cuidado! Se a questão vier dizendo em servidores ocupantes de cargo de 
confiança declarado em lei de livre nomeação e exoneração, lembre-se que 
tais cargos são ocupados exclusivamente por servidores de cargo efetivo. 
Assim, neste caso, tais servidores são, naturalmente, filiados ao Regime 
Especial de Previdência.

Mais conteúdos dessa disciplina