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Lei de Introdução ao Direito Brasileiro

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Questões resolvidas

Qual é a finalidade da nova normatização introduzida pela Lei nº 13.655/2018 à LINDB?

a) Restringir o âmbito de atuação interpretativa do agente público, nas searas administrativa, controladora ou judicial, prestigiando uma perspectiva pragmática ou consequencialista em suas decisões.
b) Ampliar o poder discricionário dos agentes públicos na tomada de decisões administrativas.
c) Criar um ambiente de instabilidade interpretativa para os agentes públicos e para os atos administrativos.

Qual das alternativas abaixo está correta de acordo com o texto apresentado?

A. A alternativa A está correta.
B. A alternativa B está correta.
C. A alternativa C está correta.
D. A alternativa D está correta.
E. A alternativa E está correta.

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Questões resolvidas

Qual é a finalidade da nova normatização introduzida pela Lei nº 13.655/2018 à LINDB?

a) Restringir o âmbito de atuação interpretativa do agente público, nas searas administrativa, controladora ou judicial, prestigiando uma perspectiva pragmática ou consequencialista em suas decisões.
b) Ampliar o poder discricionário dos agentes públicos na tomada de decisões administrativas.
c) Criar um ambiente de instabilidade interpretativa para os agentes públicos e para os atos administrativos.

Qual das alternativas abaixo está correta de acordo com o texto apresentado?

A. A alternativa A está correta.
B. A alternativa B está correta.
C. A alternativa C está correta.
D. A alternativa D está correta.
E. A alternativa E está correta.

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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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DIREITO CIVIL 
Ponto 1 – Lindb 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MENSAGEM DO CURSO 
 
Olá Delta, tudo bem? 
Estamos diante de uma matéria que costuma ser cobrada com pegada 
legalista, com pequenas abordagens de súmulas e jurisprudências do STF e STJ. 
Toda a legislação e doutrina necessária já está neste material, em matéria de 
LINDB. 
Indicamos a realização de outras questões além deste material, vai te ajudar 
muito no desenvolvimento. 
Aos estudos. 
Estamos com você Delta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 4 
1.2. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ..................................... 4 
2. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 31 
3. QUESTÕES ................................................................................................................... 31 
4. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 36 
 
 
 
 
 
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DIREITO CIVIL 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) é composta de 30 
(trinta) artigos, que cuidam de temas que ultrapassam o direito civil, sendo aplicáveis a 
todos os ramos jurídicos. 
Cuida-se, em consequência, de uma norma de sobredireito/superdireito, ou 
seja, uma norma jurídica que possui o objetivo de regulamentar outras normas - 
norma sobre as normas - (Lex legum). Assim, como norma geral de aplicação aos mais 
variados ramos do direito, estabelece alguns parâmetros genéricos para formação, 
elaboração, vigência, eficácia, interpretação, integração e aplicação das leis. 
 
ATENÇÃO! A lei de introdução é uma legislação que contém princípios gerais sobre a 
norma jurídica. 
 
Aplicabilidade da Norma - Esta norma não se aplica somente ao direito civil, 
mas a todos os ramos do direito. Dessa forma, está explicada a mudança do nome do 
Decreto-Lei pela Lei 12.376/10. Hoje, denomina-se Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro (LINDB). 
Finalidades da LINDB: 
 
- Resolver conflitos de lei no tempo; 
- Resolver conflitos de lei no espaço (sentenças estrangeiras, 
tratados etc.); 
- Estabelecer critérios de hermenêutica (técnicas de 
interpretação); 
- Estabelecer critérios de integração (inclusão); 
- Regular a vigência e eficácia das normas; 
- Cuidar de normas de direito internacional privado; 
- Elevar os níveis de segurança jurídica e de eficiência na criação 
e aplicação do direito público. 
 
Note que a finalidade da antes denominada Lei de Introdução ao Código Civil 
brasileiro era muito mais ampla do que a primeira intelecção literal poderia 
depreender. Em que pese se referir ao Código Civil, a norma conhecida originalmente 
como Lei de Introdução ao Código Civil (em verdade, o Decreto-lei n. 4.657/42) dele 
não era parte integrante, constituindo, na realidade, um diploma que disciplina a 
aplicação das leis em geral. 
 
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1.2.1. NOÇÕES GERAIS 
 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB (Decreto-Lei nº 
4.657, de 4 de setembro de 1942) recebeu esse nome com o advento da Lei nº 
12.376/2010, sendo anteriormente chamada de Lei de Introdução ao Código Civil – 
LICC. Tal mudança nominativa reflete o caráter universal da LINDB, uma vez que suas 
normas se estendem a todo direito, e não somente ao direito civil. 
Trata-se de uma norma máxima de compreensão do sistema jurídico, que, 
além da evidente importância para a soberania nacional, regula a vigência e a eficácia 
de todas as outras, trazendo critérios para os seus conflitos no tempo e espaço, bem 
como estabelecendo parâmetros para a interpretação normativa (art. 4º) e garantindo 
a eficácia global do ordenamento positivo, ao não admitir o erro de direito (art. 3º) e 
ao reconhecer a necessidade de preservação das situações consolidadas em que o 
interesse individual prevalece (art. 6º). 
Cumpre acentuar, neste ponto, que a Lei nº 13.655/2018 inclui no Decreto-Lei 
nº 4.657, disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do 
direito público, até então inexistentes. Bem por isso, a aplicação desses noveis 
dispositivos é afeta ao direito público. 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro sofreu profunda alteração 
por meio da promulgação da Lei n. 13.655, de 25 de abril de 2018, que acrescentou os 
novos arts. 20 a 30 à LINDB. 
O acréscimo dos acenados artigos à LINDB busca trazer pragmaticidade e 
concretude a um dos valores mais basilares do sistema, qual seja: a segurança jurídica. 
Trata-se de uma forma de valorizar a segurança e a previsibilidade do Direito, 
buscando privilegiar a boa-fé e a confiança do cidadão nos atos do Poder Público. 
Todavia, como restará demonstrado, a Lei nº 13.655/2018 possui algumas 
contradições. 
Adite-se, ainda, que recentemente o Decreto nº 9.830, de 10 de Junho de 
2019 regulamentou o disposto nos acenados arts. 20 ao art. 30. 
Sendo uma lei diminuta, a LINDB dedica atenção à própria norma jurídica, e 
não a comportamentos humanos, estruturando-se da seguinte forma: 
 
ESTRUTURA 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Vigência Arts. 1º e 2º 
Obrigatoriedade geral e abstrata das normas ou do ordenamento 
jurídico 
Art. 3º 
Integração normativa ou colmatação de lacunas Art. 4º 
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ESTRUTURA 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Interpretação das normas ou função social das normas Art. 5º 
Aplicação das normas no tempo ou direito intertemporal Art. 6º 
Aplicação da lei no espaço, direito espacial ou direito internacional 
Arts. 7º ao 
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Princípios gerais a serem observados pelas autoridades nas decisões 
baseadas em normas indeterminadas 
Arts. 20 a 22 
Efeitos da invalidação de atos em geral Art. 21 
Regula o direito à transição adequada quando da criação de novas 
situações jurídicas passivas 
Art. 23 
Impede a invalidação de atos em geral por mudança de orientação Art. 24 
Estabelece o regime jurídico para negociação entre autoridades 
públicas e particulares 
Art. 26 
Determina a compensação, dentro dos processos, de benefícios ou 
prejuízos injustos gerados para os envolvidos 
Art. 27 
Impede a responsabilização injusta de autoridade em caso de revisão 
de suas decisõesArt. 28 
Impõe a consulta pública obrigatória para a edição de regulamentos 
administrativos 
Art. 29 
Determina que as autoridades atuem em prol da segurança jurídica, 
inclusive com a expedição de regulamentos, súmulas administrativas 
e respostas a consultas com caráter vinculante 
Art. 30 
 
A lei 13.655/2018, que acresceu dez novos artigos à LINDB, entrou em vigor 
na data da sua publicação (25/4/2018), à exceção do art. 29, cuja vacatio legis foi de 
180 dias. 
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Com o novel acréscimo implementado pela Lei nº 13.655/2018, acabou-se 
realçando a ideia de responsabilidade decisória estatal diante da incidência de normas 
jurídicas indeterminadas. 
De acordo com o professor de Direito Civil Carlos Eduardo Elias de Oliveira, o 
diploma que surge poderia ser batizado de Lei da Segurança Hermenêutica na 
Administração Pública: 
 
“pois o seu objetivo foi, em síntese, implantar um ambiente de 
menor instabilidade interpretativa para os agentes públicos e 
para os atos administrativos, os quais sambam nas asas 
vacilantes das surpresas provocadas pela superveniência de 
interpretações jurídicas advindas especialmente de órgãos de 
controle”. 
 
O acenado autor divide a norma em três grupos temáticos, o que serve muito 
bem para resumir o seu conteúdo. O primeiro diz respeito à clareza normativa (arts. 29 
e 30). O segundo à responsabilização do agente por infração hermenêutica (arts. 22 e 
28). O terceiro grupo está relacionado à invalidade de ato administrativo, o que ele 
fraciona em quatro subgrupos: 
 
a) princípio da motivação concreta (arts. 20 e 21, caput); 
b) regime de transição (art. 23), princípio da menor 
onerosidade da regularização (art. 21, parágrafo único) e 
irregularidade sem pronúncia de nulidade (art. 21, parágrafo 
único, e art. 22, caput e § 1º); 
c) convalidação por compromisso com ou sem compensações 
(arts. 26 e 27); e 
d) invalidade referencial (art. 24 da LINDB). 
 
A finalidade da nova normatização se evidencia: busca-se restringir o âmbito 
de atuação interpretativa do agente público, nas searas administrativa, controladora 
ou judicial, prestigiando-se uma perspectiva “pragmática” ou “consequencialista” em 
suas decisões. 
A propósito disso, destacamos: 
 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não 
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que 
sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a 
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive 
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em face das possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, 
de 2018) 
 
Esse artigo acrescentado pela Lei nº 13.655/2018 à LINDB, buscando uma 
segurança hermenêutica, consagra o dever de motivação concreta e a 
responsabilidade decisória dos gestores dos interesses públicos ao julgarem sobre 
questões que lhe são levadas a análise. 
Ele veda decisões vazias, retóricas e/ou principiológicas, sem a necessária 
análise prévia de fatos e de impactos. Obriga o julgador a avaliar, na motivação, a 
partir de elementos idôneos obtidos no processo administrativo, judicial ou de 
controle, as consequências práticas de sua decisão. 
Nota-se, assim, que a análise das consequências práticas da decisão passa a 
fazer parte das razões de decidir do julgador. Não se decidirá com base em valores 
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
Aliás, essa noção também vale para decisões proferidas nas esferas administrativa e 
controladora, não se restringindo à judicial. 
 
ATENÇÃO! Caso sejam indagados acerca do artigo 20, até mesmo em eventual prova 
oral, sugiro que se manifestem no sentido de que é recomendável e esperado que o 
juiz sopese o impacto da sua decisão e delineie, sim, possíveis consequências e efeitos 
discutidos pelas partes ao longo da demanda. No entanto, exigir que o magistrado 
anteveja todos os possíveis efeitos e consequências não discutidos no processo é 
juridicamente inviável e humanamente inaceitável. 
Se demonstra um evidente exagero essa exigência, contida especialmente no art. 20, 
no sentido de que não se decidirá “com base em valores jurídicos abstratos” — afinal, 
o que seriam “valores jurídicos abstratos”? Princípios? Cláusulas gerais? Conceitos 
normativos? Postulados ou preceitos não densificados? — senão antevendo (todas) as 
consequências práticas da decisão. 
Vale lembrar que o dever de motivação das decisões consta do art. 93, inc. IX, da 
Constituição Federal de 1988. No mais, o art. 489, II, do Código de Processo Civil de 
2015 já contém regra segundo a qual “não se considera fundamentada qualquer 
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão”, que “empregar 
conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência 
no caso”. Excelente essa previsão na Lei Processual, diferentemente da contida na 
nova LINDB, que, diante de “valores jurídicos abstratos”, exige projeções (futuristas) 
de (todos) os efeitos e consequências advindos de uma decisão. 
Assim, ao tempo em que o art. 20 da LINDB defende decisões não abstratas, a Lei nº 
13.655/2018 incorporou na LINDB expressões jurídicas abstratas. 
 
Vê-se, pois, que o parágrafo único do art. 20 se preocupa com decisões que 
acarretem invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa. Do 
mesmo modo, o art. 21, que estabelece, de forma clara e direta, em seu caput, que: 
 
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“a decisão que, na esfera administrativa, controladora ou 
judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa deverá indicar de modo 
expresso suas consequências jurídicas e administrativas”. 
 
O dispositivo em questão exige o exercício responsável da função judicante 
do agente estatal. Invalidar atos, contratos, processos configura atividade altamente 
relevante, que importa em consequências imediatas a bens e direitos alheios. 
Decisões irresponsáveis que desconsiderem situações juridicamente constituídas e 
possíveis consequências aos envolvidos são incompatíveis com o Direito. 
É justamente por isso que se buscou garantir que o julgador (nas esferas 
administrativa, controladora e judicial), ao invalidar atos, contratos, processos e 
demais instrumentos, indique, de modo expresso, as consequências jurídicas e 
administrativas decorrentes de sua decisão1. 
Cumpre acentuar, neste ponto, nos termos do Decreto nº 9.830/2019, que a 
decisão será motivada com a contextualização dos fatos, quando cabível, e com a 
indicação dos fundamentos de mérito e jurídicos (art. 2º). 
A motivação da decisão conterá os seus fundamentos e apresentará a 
congruência entre as normas e os fatos que a embasaram, de forma argumentativa. 
(art. 2º, § 1º). 
A motivação indicará as normas, a interpretação jurídica, a jurisprudência ou a 
doutrina que a embasaram (art. 2º, § 2º). 
A motivação poderá ser constituída por declaração de concordância com o 
conteúdo de notas técnicas, pareceres, informações, decisões ou propostas que 
precederam a decisão (art. 2º, § 3º). Veja aqui a utilização da técnica de motivação per 
relationem. 
Nessa linha intelectiva, a decisão que sebasear exclusivamente em valores 
jurídicos abstratos observará o disposto no art. 2º e as consequências práticas da 
decisão (art. 3º). 
A propósito, para fins do disposto no Decreto nº 9.830/2019, consideram-se 
valores jurídicos abstratos aqueles previstos em normas jurídicas com alto grau de 
indeterminação e abstração. (art. 3º, § 1º). 
É preciso ficar claro que não está proibido decidir com base em valores 
jurídicos abstratos. Contudo, sempre que se decidir com base em valores jurídicos 
abstratos, deverá ser feita uma análise prévia de quais serão as consequências práticas 
dessa decisão. 
Note que ao fundamentar a decisão, deverá ser apontado o maior número de 
consequências práticas que se possa vislumbrar. É certo, no entanto, que resta 
possível cogitar de alternativas que não foram mencionadas (art. 3º, § 2º). 
Perceberam a contradição? Ao tempo em que o art. 20 da LINDB defende 
decisões não abstratas, a Lei nº 13.655/2018 incorporou na LINDB expressões jurídicas 
abstratas, como, por exemplo, interesses gerais da época, orientação nova sobre 
 
1 https://www.conjur.com.br/dl/parecer-juristas-rebatem-criticas.pdfv 
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norma de conteúdo indeterminado, etc. Os demais artigos, adiante, corroboram essa 
constatação. 
Sublinhe-se que a decisão que decretar invalidação de atos, contratos, 
ajustes, processos ou normas administrativos observará o disposto no art. 2º e 
indicará, de modo expresso, as suas consequências jurídicas e administrativas (art. 4º). 
Adite-se, ainda, nos termos do que dispõe o parágrafo único do art. 21 da 
LINDB, que: 
 
“a decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando 
for o caso, indicar as condições para que a regularização 
ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos 
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos 
ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, 
sejam anormais ou excessivos”. 
 
Vale mencionar, também, o teor do art. 22 da LINDB: 
 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão 
considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e 
as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo 
dos direitos dos administrados. 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de 
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão 
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, 
limitado ou condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a 
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem 
para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou 
atenuantes e os antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na 
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas 
ao mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
 
O art. 22 da LINDB traz regra de hermenêutica ou interpretação relativa às 
normas sobre gestão pública, devendo ser considerados os obstáculos e as 
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem 
prejuízo dos direitos dos administrados. Valoriza-se a primazia da realidade, em 
especial as dificuldades que podem ser enfrentadas pelos agentes públicos em suas 
decisões interpretativas. 
Nos termos do dispositivo supra, o órgão julgador deve considerar não apenas 
a literalidade das regras que o administrador tenha eventualmente violado, mas 
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também as dificuldades práticas que ele enfrentou e que podem vir a justificar esse 
descumprimento. 
Esse dispositivo reconhece que os diversos órgãos de cada ente da Federação 
possuem realidades próprias que não podem ser ignoradas. E não podia ser diferente, 
afinal, óbvio que a realidade de gestor da União é distinta da realidade de gestor em 
um pequeno município. 
O artigo em apreço assumiu a premissa de que as decisões na gestão pública 
não são tomadas em um mundo abstrato dos sonhos, mas de forma concreta e real, 
para resolver problemas e necessidades reais. A gestão pública envolve especificidades 
que devem ser consideradas pelo julgador para a produção de decisões justas, 
corretas. 
Nota-se, assim, que o referido artigo criou condicionantes a qualquer 
julgador, condicionantes estas que envolvem considerar (i) os obstáculos e a realidade 
fática do gestor, (ii) as políticas públicas caso existentes e (iii) o direito dos 
administrados envolvidos. 
Nesse sentido, o Decreto nº 9.830/2019 dispôs que na interpretação de 
normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos, as dificuldades reais 
do agente público e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos 
direitos dos administrados (art. 8º). 
Outro dispositivo acrescentado pela Lei nº 13.655/2018, foi o art. 23, que 
trata da mudança de interpretação normativa, regime de transição e compromisso 
para o ajustamento da conduta. 
 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que 
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de 
conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo 
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição 
quando indispensável para que o novo dever ou 
condicionamento de direito seja cumprido de modo 
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos 
interesses gerais. 
 
O objetivo é não surpreender o agente público, o que representa aplicação da 
boa-fé objetiva no plano dos atos administrativos. Há aqui outra influência do 
CPC/2015, em especial do seu art. 927, § 3º, in verbis: “na hipótese de alteração de 
jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou 
daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos 
efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica”. 
Sublinhe-se que a decisão administrativa que estabelecer interpretação ou 
orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado e impuser novo dever ou 
novo condicionamento de direito, preverá regime de transição, quando indispensável 
para que o novo dever ou o novo condicionamento de direito seja cumprido de modo 
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais (art. 6º do 
Decreto nº 9.830/2019). 
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Na hipótese de o julgador instituir nova interpretação ou orientação sobre 
norma de conteúdo indeterminado, resultando em novo dever ou condicionamento de 
direito aos envolvidos, deve, da mesma forma, estabelecer um regime de transição 
para o seu cumprimento. 
Cuida-se de uma espécie de modulação de efeitos, de sorte a evitar que 
mudanças de interpretação lancem situações anteriores em regime de incerteza. 
Orientar a transição é dever básico de quem cria nova regulação a respeito de 
qualquer assunto. 
A propósito, de acordo com o art. 7º do Decreto nº 9.830/2019, quando 
cabível, o regime de transição preverá: 
 
I - os órgãos e as entidades da administração pública e os 
terceiros destinatários; 
II - as medidas administrativas a serem adotadas para 
adequação à interpretação ou à nova orientação sobre norma 
de conteúdo indeterminado; e 
III - o prazo e o modo para que o novo dever ou novo 
condicionamento de direito seja cumprido. 
 
A invalidadereferencial está prevista no art. 24 da LINDB: 
 
“a revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, 
quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa cuja produção já se houver completado levará 
em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, 
com base em mudança posterior de orientação geral, se 
declarem inválidas situações plenamente constituídas.” 
 
A propósito, o art. 5º do Decreto nº 9.830/2019, afiança que: 
 
“a decisão que determinar a revisão quanto à validade de atos, 
contratos, ajustes, processos ou normas administrativos cuja 
produção de efeitos esteja em curso ou que tenha sido 
concluída levará em consideração as orientações gerais da 
época.” 
 
Afirma, ainda, o parágrafo único do art. 24: 
 
“consideram-se orientações gerais as interpretações e 
especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou 
em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda 
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as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo 
conhecimento público.” 
 
O ato deverá ser analisado conforme as orientações gerais da época e as 
situações por elas regidas deverão ser declaradas válidas, mesmo que apresentem 
vícios. 
Segundo a doutrina, essa norma fortalece a ideia de irretroatividade do direito 
em prejuízo de situações jurídicas perfeitas, constituídas de boa-fé, em coerência com 
o ordenamento à época vigente. Visa dar segurança no longo prazo para situações 
jurídicas plenamente constituídas à luz de um entendimento geral válido. 
Registre-se que, o artigo 25, um dos mais polêmicos do projeto, que criava a 
ação civil pública declaratória de validade, com efeito erga omnes, para dar 
estabilidade a atos, contratos, ajustes, processos e normas administrativas, foi 
integralmente vetado pelo Presidente da República. 
O art. 26 da LINDB, por sua vez, afirma que: 
 
“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou 
situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive 
no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa 
poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após 
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante 
interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, 
observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a 
partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e 
compatível com os interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) 
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou 
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; 
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo 
para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de 
descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
 
O art. 26 da LINDB institui a convalidação do ato administrativo por 
compromisso sem compensações. 
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O aludido dispositivo criou um regime jurídico geral para a negociação entre 
autoridades públicas e particulares, de forma a eliminar eventual irregularidade, 
incerteza jurídica ou mesmo uma situação de litígio. Trata-se de uma regra geral que 
pode ser complementada pelas legislações específicas sobre o tema. 
Com efeito, o art. 26 da LINDB prevê a possibilidade de a autoridade 
administrativa celebrar um acordo (compromisso) com os particulares com o objetivo 
de eliminar eventual irregularidade, incerteza jurídica ou um litígio (situação 
contenciosa). 
Acerca da temática, destacamos o teor dos arts. 10º e 11 do Decreto nº 
9.830/2019. Estes preveem a celebração de termo de ajustamento de gestão entre os 
agentes públicos e os órgãos de controle interno da administração pública 
Nos termos do art. 27 da LINDB, temos que: 
 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, 
controladora ou judicial, poderá impor compensação por 
benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos 
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas 
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for 
o caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser 
celebrado compromisso processual entre os envolvidos. 
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
 
O dispositivo em comento possui o escopo de evitar que partes, públicas ou 
privadas, em processo na esfera administrativa, controladora ou judicial obtenham 
benefícios indevidos ou sofram prejuízos anormais ou injustos oriundos do próprio 
processo ou da conduta de qualquer dos envolvidos. 
Sublinhe-se que esse artigo teve o cuidado de exigir que a decisão que impõe 
compensação seja devidamente motivada e precedida da oitiva das partes (§ 1º). 
Possibilitou, ainda, a celebração de compromisso processual entre os envolvidos. 
Nos termos do art. 28 acrescentado pela Lei nº 13.655/2018, “o agente 
público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de 
dolo ou erro grosseiro”. Este último conceito deve ser entendido como culpa grave, 
havendo na norma a confirmação da antiga máxima segundo a qual essa se equipara 
ao dolo (culpa lata dolo aequiparatur). 
Pois bem, o objetivo do dispositivo em apreço é garantir a devida segurança 
para que o agente público possa desempenhar suas funções de forma adequada. Não 
sem razão, determina que ele só responderá pessoalmente por suas decisões ou 
opiniões em caso de dolo ou erro grosseiro, o que incluiria situações de negligência 
grave, imprudência grave ou imperícia grave. 
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O Decreto nº 9.830/2019, em seu art. 12 (...) § 2º, dispõe que não será 
configurado dolo ou erro grosseiro do agente público se não restar comprovada, nos 
autos do processo de responsabilização, situação ou circunstância fática capaz de 
caracterizar o dolo ou o erro grosseiro. 
O mero nexo de causalidade entre a conduta e o resultado danoso não 
implica responsabilização, exceto se comprovado o dolo ou o erro grosseiro do agente 
público. (art. 12, § 3º). 
De forma consentânea com a transparência e previsibilidade à atividade 
normativa do Executivo, a Lei nº 13.655/2018 incluiu, ainda, no Decreto-Lei nº 4.657, o 
artigo 29: 
 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos 
normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera 
organização interna, poderá ser precedida de consulta pública 
para manifestação de interessados, preferencialmente por 
meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento) 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o 
prazo e demais condições da consulta pública, observadas as 
normas legais e regulamentares específicas, se houver. 
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) 
 
 
Este dispositivo celebra a transparênciada atividade normativa do Executivo 
quando da edição de atos normativos, de modo que para a edição de qualquer norma 
administrativa poderá ser considerada a realização prévia de consulta/audiência 
pública. 
Registramos, por oportuno e em arremate, que a Lei nº 13.655/2018 acresceu 
à LINDB o seguinte dispositivo: 
 
“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a 
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio 
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a 
consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste 
artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou 
entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela 
Lei nº 13.655, de 2018)” 
 
Note que o art. 30 é auto explicativo, prevendo a necessidade de uma atuação 
complementar e explicativa das autoridades públicas, esclarecendo às normas então 
existentes. 
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As autoridades públicas atuarão com vistas a aumentar a segurança jurídica na 
aplicação das normas, inclusive por meio de normas complementares, orientações 
normativas, súmulas, enunciados e respostas a consultas. (19 do Decreto nº 
9.830/2019). 
Esses instrumentos terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade 
a que se destinam, até ulterior revisão, sendo perceptível novamente a influência do 
CPC/2015, agora quanto ao caráter vinculativo das decisões. 
 
1.2.2. VIGÊNCIA NORMATIVA 
 
No âmbito do Direito Constitucional, analisa-se o processo legislativo das 
espécies normativas capituladas no art. 59 da CF/88. Em uma visão ampla, após o 
devido processo legislativo – que se desenvolve, em regra, com uma casa iniciadora, 
uma casa revisora, quórum de aprovação, parecer de comissões, veto/sanção –, a 
norma é promulgada, ato que lhe confere existência e validade. 
Após a promulgação, a norma é publicada no Diário Oficial. A publicação é 
requisito para que a norma possa produzir seus efeitos, mas não enseja, regra geral, o 
vigor normativo imediato. Isso porque, em regra, há um hiato temporal entre a 
publicação da norma e o momento em que produzirá seus efeitos chamado vacatio 
legis, período no qual a norma está em um verdadeiro estado de latência. 
Geralmente, a vacatio legis será de 45 (quarenta e cinco) dias para o 
território nacional (sistema da obrigatoriedade simultânea) e 3 (três) meses para o 
estrangeiro (art. 1º, “caput” e § 1º, LINDB). 
Sendo concebida a lei como fonte do direito – mas não como a única e 
exclusiva –, a Lei de Introdução consagra no seu início regras relativas à sua vigência. O 
art. 1.º, caput, da Lei de Introdução, enuncia que “salvo disposição contrária, a lei 
começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente 
publicada”. 
De acordo com o art. 1º, § 1º, da Lei de Introdução, a obrigatoriedade da 
norma brasileira passa a vigorar, nos Estados estrangeiros, três meses após a 
publicação oficial em nosso País, previsão esta de maior interesse ao Direito 
Internacional Público. 
 
ATENÇÃO! O prazo de 3 (três) meses para vigência no exterior não é de 90 (noventa) 
dias, pois a forma de contagem do prazo em meses e dias é diferenciada. 
 
É certo, no entanto, ser possível a norma autodeclarar prazo diverso, 
conforme dicção do art. 1º da LINDB, devendo fazê-lo em dias – não em meses e/ou 
anos, conforme art. 8º da LC 95/98, modificada pela LC 107/2001. Exemplo recente de 
prazo diverso foi o instituído pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, 
de 6 de julho de 2015), que, em seu art. 127, autodeclarou vacatio legis de 180 (cento 
e oitenta) dias. 
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Ademais, importante lembrar a possibilidade de uma mesma norma 
estabelecer prazos diferentes de vacatio legis para situações diversas. 
Em relação à contagem dos prazos, uma forma diferenciada deve ser 
observada, em atenção ao que prescreve a LC 95/98, modificada pela LC 107/2001. 
Para contabilizar o prazo de vacatio legis, deve-se incluir o dia da publicação e o dia da 
consumação do prazo, entrando a lei em vigor na data subsequente à da consumação 
do prazo, ainda que este dia seja feriado ou sem expediente forense. 
Registre-se, por oportuno, a possibilidade de uma norma produzir seus 
efeitos desde a sua publicação nos casos de norma de pequena repercussão geral. 
Em caso de reforma total ou parcial da lei durante o período de vacatio legis, 
é preciso atenção. Havendo reforma total, a vacatio legis será reiniciada. Em sendo 
parcial, por exemplo, tão somente tal parcela sofrerá o reinício do prazo. 
Frise-se que, em regra, não se aplica vacatio legis a regulamentos e decretos 
administrativos. 
Do ponto de vista terminológico, veja-se a diferença entre vigência e vigor. 
 
TERMINOLOGIA ADEQUADA 
VIGÊNCIA 
período de validade da norma – questão meramente temporal – 
duração 
VIGOR 
período de real produção de efeitos – questão de efetiva eficácia – 
força vinculante 
 
Uma vez escoado o período de vacatio legis e tendo início a produção de 
efeitos, a lei submete-se ao princípio da continuidade ou permanência, ou seja, a 
norma produzirá seus efeitos até que outra a modifique ou revogue, conforme art. 2º 
da LINDB. As leis temporárias ou circunstanciais não se submetem ao princípio da 
continuidade ou permanência. 
Todavia, não se fixando este prazo, prolongam-se a obrigatoriedade e o 
princípio da continuidade até que a lei seja modificada ou revogada por outra (art. 2º, 
caput, da Lei de Introdução). A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria 
de que tratava a lei anterior (art. 2º, § 1º). Entretanto, a lei nova, que estabeleça 
disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei 
anterior (art. 2º, § 2º). 
 
1.2.3. DISTINÇÃO ENTRE RETROATIVIDADE E ULTRATIVIDADE OU PÓS-ATIVIDADE 
 
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Retroatividade: É a possibilidade de a lei incidir sobre fatos anteriores à sua 
vigência. Ex.: lei que beneficia o réu retroage para alcançar fatos anteriores à sua 
vigência. 
Ultratividade: Consiste no fenômeno através do qual uma lei, já revogada, 
produz efeitos mesmo após a sua revogação. Ex.: lei temporária e lei excepcional. 
A revogação da lei admite as seguintes classificações: 
 
CLASSIFICAÇÕES DA REVOGAÇÃO LEGISLATIVA 
QUANTO À 
EXTENSÃO 
Ab-rogação Revogação total 
Derrogação Revogação parcial 
QUANTO À 
FORMA 
Expressa Quando há comando expresso na nova norma 
Tácita 
Quando há incompatibilidade normativa ou 
regulamentação colidente 
 
A análise detida da revogação legislativa é necessária para compreensão de 
como é possível sanar eventuais antinomias no ordenamento jurídico, já que a 
constante edição de novas leis pode gerar conflitos no ordenamento jurídico. 
Para resolver o conflito de normas com o escopo de manter a coerência do 
sistema jurídico, Norberto Bobbio prescreveu critérios metajurídicos de resolução de 
conflitos: 
 
CRITÉRIOS PARA SOLUÇÃO DE ANTINOMIAS 
HIERÁRQUICO Norma superior prevalece sobre inferior 
ESPECIALIDADE Norma especial prevalece sobre a geral 
CRONOLÓGICO Norma posterior prevalece sobre a anterior 
 
Há, no entanto, situações em que ocorrem antinomias de segundo grau, ou 
seja, os próprioscritérios de resolução de conflitos colidem. Nesses casos, há a 
seguinte ordem de prevalência: 
MODO DE RESOLUÇÃO DE ANTINOMIA DE SEGUNDO GRAU: 
 
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CRITÉRIO HIERÁRQUICO (H) 
 
CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE (E) 
 
CRITÉRIO CRONOLÓGICO (C) 
CONFLITOS 
H x E = H vence 
 H x C = H vence 
E x C = E vence 
 
Quando for possível resolver a antinomia de 2º grau por um dos modos acima 
indicados, é o caso de antinomia aparente. Em não sendo viável sanar o conflito de 
normas via critérios hierárquico, especial ou cronológico, pode-se afirmar que se trata 
de uma antinomia real, oportunidade em que deve recorrer aos métodos de 
integração do direito (que serão vistos a seguir). 
Em regra, não se admite no direito brasileiro a repristinação, ou seja, a 
revogação de lei revogadora não faz restaurar (repristinar) os efeitos da lei revogada. 
Para efeitos didáticos, veja o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
Lei A de 2010 Lei B de 2015 Lei C de 2017 
Revogada Revogadora Revogadora da revogadora 
 
A Lei A de 2010 foi revogada em 2015 pela Lei B. Após, em 2017, a Lei C 
revogou a Lei B. De acordo com o art. 2º, § 3º, da LINDB, o fato de a Lei B ter sido 
revogada não permite, de maneira automática, que a Lei A volte a produzir efeitos. A 
repristinação apenas irá ocorrer acaso a Lei C traga em seu bojo previsão expressa. 
 
ATENÇÃO! Repristinação não se confunde com efeito repristinatório. 
Efeito repristinatório é a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada. 
Ocorre quando uma norma que revogou outra é declarada inconstitucional. A lei 
inicialmente revogada, então, entra em vigor novamente. 
Admite-se, no Brasil, o efeito repristinatório (conferir julgado ao final). 
 
Assim, o chamado efeito repristinatório da declaração de 
inconstitucionalidade não se confunde com a repristinação prevista no artigo 2º, § 3º, 
da LICC, sobretudo porque, no primeiro caso, sequer há revogação no plano jurídico. 
 
1.2.4. OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
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Prescreve o art. 3º da LINDB que “ninguém se escusa de cumprir a lei, 
alegando que não a conhece”. O artigo impõe a obrigatoriedade das normas ou 
eficácia geral do ordenamento jurídico. 
Três são as correntes doutrinárias que procuram justificar o conteúdo da 
norma: 
 
a) Teoria da ficção legal, eis que a obrigatoriedade foi instituída 
pelo ordenamento para a segurança jurídica; 
b) Teoria da presunção absoluta, pela qual haveria uma 
dedução iure et de jure de que todos conhecem as leis; 
c) Teoria da necessidade social, amparada, segundo Maria 
Helena Diniz, na premissa “de que as normas devem ser 
conhecidas para que melhor sejam observadas”, a gerar o 
princípio da vigência sincrônica da lei. 
 
No Brasil, a premissa do conhecimento da norma relaciona-se à teoria da 
necessidade social, uma vez que, acaso não se presumisse o conhecimento, a alegação 
de ignorância seria lenitivo para o não cumprimento da norma e sua consequente 
ineficácia. 
Importante destacar que há uma presunção relativa (juris tantum), e não 
absoluta (jure et de jure), sendo possível, excepcionalmente, a parte alegar erro de 
direito, a exemplo das hipóteses constantes no art. 65, II, CP e nos arts. 139, III, 171, 
178 e 1.561, CC/2002. 
Sobre a referida presunção, comenta Zeno Veloso - filiado à teoria da 
necessidade social que: 
 
“Não se deve concluir que o aludido art. 3º da LICC está 
expressando uma presunção de que todos conhecem as leis. 
Quem acha isto está conferindo a pecha de inepto ou insensato 
ao legislador. E ele não é estúpido. Num País em que há um 
excesso legislativo, uma superprodução de leis, que a todos 
atormenta, assombra e confunde – sem contar o número 
enormíssimo de medidas provisórias –, presumir que todas as 
leis são conhecidas por todo mundo agrediria a realidade”. 
 
Do princípio da obrigatoriedade da lei, expresso no art. 3º, decorre a 
desnecessidade de comprovação em juízo da existência e da validade da lei, uma vez 
que o magistrado deve conhecê-la. 
Sublinhe-se que o princípio da obrigatoriedade das leis não pode ser visto 
como um preceito absoluto, havendo claro abrandamento no Código Civil de 2002. 
Isso porque o art. 139, inc. III, da codificação material em vigor admite a existência de 
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erro substancial quando a falsa noção estiver relacionada com um erro de direito 
(error iuris), desde que este seja a única causa para a celebração de um negócio 
jurídico e que não haja desobediência à lei. 
Não existe conflito entre o art. 3º da Lei de Introdução e o citado art. 139, inc. 
III, do CC, que possibilita a anulabilidade do negócio jurídico pela presença do erro de 
direito, conforme previsão do seu art. 171. A primeira norma (LINDB) é geral, apesar 
da discussão da sua eficácia, enquanto o Código Civil é especial, devendo prevalecer. 
No que tange ao momento em que a lei se torna obrigatória no direito 
nacional, pelo fato de o Brasil ter adotado a teoria da obrigatoriedade simultânea ou 
vigência sincrônica, a lei entra em vigor e se torna vinculante na mesma data em todo 
território nacional. 
 
1.2.5. INTEGRAÇÃO NORMATIVA 
 
O sistema jurídico constitui um sistema aberto, no qual há lacunas. Contudo, 
as lacunas não são do Direito, mas da lei, omissa em alguns casos. Daí a máxima de 
que “O Direito não é lacunoso, mas há lacunas.” 
Eventualmente, a lei pode apresentar antinomias reais, oportunidade em que 
será necessário o magistrado valer-se dos métodos de integração do direito. Isso 
porque o juiz não pode esquivar-se do julgamento sob a escusa de omissão legislativa 
em vista do princípio da indeclinabilidade ou vedação ao non liquet, conforme o 
disposto no art. 140 do NCPC. 
Assim, conforme lição de Norberto Bobbio de que o ordenamento é uno, 
coerente e completo (dogma da completude), o próprio ordenamento oferece solução 
para colmatação de lacunas. Nesse sentido, prescreve o art. 4º que, “quando a lei for 
omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de direito.”. 
As lacunas podem ser: 
 
- normativa: ausência de norma para o caso; 
- ontológica: há norma para o caso, mas tal norma não tem 
eficácia social; 
- axiológica: há norma para o caso, mas tal norma apresenta 
comando insatisfatório; 
- conflito ou antinomia: há mais de uma norma para o caso. 
 
Presentes as lacunas, como se extrai da doutrina e da jurisprudência, deverão 
ser utilizadas as formas de integração da norma jurídica, tidas como ferramentas de 
correção do sistema, constantes dos arts. 4º e 5º da Lei de Introdução. Anote-se que a 
integração não se confunde com a subsunção, sendo a última a aplicação direta da 
norma jurídica a um determinado tipo ou fattispecie. O art. 4º da Lei de Introdução 
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enuncia que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, 
os costumes e os princípios gerais de direito. 
Em análise dos métodos deintegração do direito – analogia, costumes e 
princípios gerais de direito –, a doutrina majoritária afirma tratar-se de uma 
enumeração preferencial, ou seja, na solução de uma lacuna, deve-se dar predileção à 
analogia, depois aplicando os costumes e princípios gerais de direito. 
 
ATENÇÃO! A equidade consiste na justiça no caso concreto e não está capitulada na 
LINDB. Portanto, a priori, não deve ser considerada como método de integração do 
direito para fins de concurso embasado no texto da LINDB. Entretanto, de forma 
excepcional, é possível sua utilização quando a lei expressamente autorize. 
 
Compreendidas as noções gerais de integração normativa, passa-se à análise 
de cada um dos métodos. 
A analogia parte da ideia de que fatos de igual natureza devem ser julgados 
de maneira similar. Sua aplicação requer a falta de previsão legal, a semelhança entre 
os casos (sendo um disciplinado e outro não contemplado na lei) e a identidade 
jurídica das situações. A analogia classifica-se, ainda, em legis ou legal (aplicação de 
uma norma) e iuris ou jurídica (aplicação de um conjunto de normas e princípios). 
Assim, temos que: 
 
- Analogia Legal ou Legis - É a aplicação de somente uma 
norma próxima. 
 - Analogia Jurídica ou Iuris - É a aplicação de um conjunto de 
normas próximas, extraindo elementos que possibilitem a 
analogia. Ex.: analogia das regras da ação reivindicatória para a 
ação de imissão de posse. 
 
Ademais, é importante fazer a seguinte diferenciação: 
 
Analogia Vs. Interpretação Extensiva - Não se pode confundir a 
aplicação da analogia com a interpretação extensiva. No 
primeiro caso, rompe-se com os limites do que está previsto na 
norma, havendo integração da norma jurídica. Na interpretação 
extensiva, apenas se amplia o seu sentido, havendo subsunção 
à norma. 
 
ATENÇÃO! Impossibilidade de Analogia ou Interpretação Extensiva às Normas de 
Exceção ou Normas Excepcionais - Regra geral importante que deve ser captada é que 
as normas de exceção ou normas excepcionais não admitem analogia ou interpretação 
extensiva. Entre essas normas podem ser citadas as normas que restringem a 
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autonomia privada, salvo se para proteger vulnerável ou um valor fundamental. Ex.: a 
exigência de autorização dos demais filhos para que um pai possa vender determinado 
imóvel a um deles não pode ser estendida à hipoteca por aplicação da analogia, salvo 
se para proteger um filho incapaz, por exemplo. 
 
Entende-se por costumes uma prática reiterada, repetitiva e uniforme que se 
entenda obrigatória. Para sua configuração, é necessário tanto um elemento objetivo, 
externo ou material – prática reiterada – como um elemento subjetivo, interno ou 
psicológico – entendê-lo como obrigatório. 
Ainda em relação aos costumes, é possível elencar três espécies: 
 
- costumes secundum legem ou segundo a lei: é o costume que 
não infringe a lei, servindo, em verdade, de apoio a ela; 
- costumes praeter legem ou na falta de lei: legislador não 
disciplinou a matéria, tendo os costumes a incumbência de 
regulamentar; 
- costumes contra legem: não são admitidos no direito 
brasileiro, pois consistem naqueles que se contrapõem às leis. 
 
Requisitos para Aplicação dos Costumes (Rubens Limongi): 
 
- Continuidade; 
- Uniformidade; 
- Diuturnidade; 
- Moralidade; 
- Obrigatoriedade. 
 
É necessário que o costume esteja arraigado na consciência popular após a 
sua prática durante um tempo considerável, e, além disso, goze da reputação de 
imprescindível norma costumeira. A jurisprudência consolidada pode constituir 
elemento integrador do costume (costume judiciário ou jurisprudencial). 
Os princípios gerais do Direito são princípios universais e gerais, veiculados 
em conceitos vagos, ou até mesmo implícitos no ordenamento, utilizados para 
preencher as lacunas. São regras de conduta que norteiam o juiz na interpretação da 
norma do ato ou negócio jurídico. Os princípios gerais de Direito não se encontram 
positivados no sistema normativo. Têm como função principal auxiliar o juiz no 
preenchimento das lacunas. Exemplos: viver honestamente, não lesar ninguém e dar a 
cada um o que é seu. 
 
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ATENÇÃO! Princípio do Fim Social da Norma e do Bem Comum - art. 5º da LINDB - Na 
aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do 
bem comum. Assim, o magistrado, na aplicação da lei, deve ser guiado pela sua função 
ou fim social e pelo objetivo de alcançar o bem comum (a pacificação social). 
 
1.2.6. INTERPRETAÇÃO NORMATIVA 
 
A interpretação da norma ou hermenêutica jurídica está interligada ao 
momento de aplicação da norma, motivo pelo qual não se pode falar em direito sem a 
devida interpretação. 
Sobre a interpretação normativa, o art. 5º da LINDB prescreve “na aplicação 
da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum.”. Verifica-se que a LINDB optou por considerar que se deve buscar na exegese 
uma finalidade teleológica e uma função social (princípio da sociabilidade). 
A interpretação judicial, sempre com fundamento no já mencionado 
dispositivo, busca também atualizar o entendimento da lei, dando-lhe uma 
interpretação atual que atenda aos reclamos das necessidades do momento histórico 
em que está sendo aplicada. 
Neste ponto, toda a construção pretoriana sobre certos conceitos jurídicos, 
calcada principalmente na doutrina e na observação da sociedade, permite entender o 
conteúdo socialmente vigente da lei. 
O acenado comando legal é fundamental, ainda, por ser critério 
hermenêutico, a apontar a correta conclusão a respeito de uma determinada lei que 
surge para a sociedade, o que foi repetido pelo art. 8.º do Novo CPC, ainda com maior 
profundidade e extensão, pela menção aos princípios da dignidade da pessoa humana, 
da proporcionalidade, da razoabilidade, da legalidade, da publicidade e da eficiência. 
Quanto aos seus agentes, a interpretação pode ser: 
 
- autêntica ou legislativa: realizada pelo legislador; 
- judicial ou jurisprudencial: praticada pelos juízes de tribunais; 
- doutrinária: feita pelos estudiosos do direito. 
 
Quanto aos elementos utilizados, a interpretação pode ser: 
 
- gramatical ou literal: considera apenas aspectos linguísticos, 
buscando o sentido do texto legal; 
- lógica ou racional: visa a eliminar contradições, utilizando 
silogismos, deduções e presunções; 
- ontológica: busca a razão da norma; 
- sistemática: considera a norma em seu contexto jurídico, 
como parte de um ordenamento; 
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- histórica: considera a evolução histórica do instituto e a 
exposição de motivos; 
- teleológica ou sociológica: busca a finalidade da norma no 
contexto social. 
 
Quanto aos resultados interpretativos, estes podem ser: 
 
- ampliativo ou extensivo: quando o operador do direito busca 
ampliar o alcance da norma; 
- declarativo: quando o operador do direito busca aplicar a 
norma nos exatos termos da criação parlamentar; 
- restritivo ou limitador: quando o operador do direito busca 
restringir a aplicação normativa. 
 
1.2.7. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO OU DIREITO INTERTEMPORAL 
 
A norma jurídica é criada para valer ao futuro, não ao passado. Porém, 
ocasionalmente, pode uma determinada norma atingirtambém os fatos pretéritos, 
desde que respeitados os parâmetros que constam da Lei de Introdução e da 
Constituição Federal. Ou seja, a irretroatividade é a regra, e a retroatividade, a 
exceção. 
O art. 6º da LINDB, seguindo o art. 5º, XXXVI, da CF/88, adota o princípio da 
irretroatividade normativa, indicando que a lei nova produz efeitos imediatos e gerais. 
Essa macroideia tem os seguintes desdobramentos: 
 
- lei nova não se aplica aos fatos pretéritos; 
- lei nova se aplica a fatos pendentes, especificamente nas 
partes posteriores; 
- lei nova se aplica aos fatos futuros. 
 
Sucede que a própria LINDB traz exceções à irretroatividade, desde que, 
cumulativamente, exista expressa disposição normativa nesse sentido e tais efeitos 
retroativos não atinjam o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido. 
Limites da Retroatividade: 
 
Art. 5º, XXXVI, da CF - A lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Art. 6º da LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, 
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada. 
 
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Por ato jurídico perfeito, compreenda-se aquele ato consumado consoante a 
lei do seu tempo. É a manifestação de vontade lícita, emanada por quem esteja em 
livre disposição, e aperfeiçoada. 
Por coisa julgada, deve-se entender quando há uma decisão no processo da 
qual não caiba mais recurso. Sobre o assunto, atenção à possibilidade de relativização 
de coisa julgada em caso de exame de DNA. O assunto será melhor discutido em 
direito de família. 
Por direito adquirido, deve-se entender aquele direito já incorporado ao 
patrimônio jurídico de seu titular ou de alguém que possa exercê-lo, bem como aquele 
que tenha termo prefixo ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
É correto afirmar que o direito adquirido é o mais amplo de todos, 
englobando os demais, uma vez que tanto no ato jurídico perfeito quanto na coisa 
julgada existiriam direitos dessa natureza, já consolidados. Em complemento, a coisa 
julgada também deve ser considerada um ato jurídico perfeito, sendo o conceito mais 
restrito. 
 
ATENÇÃO! Em que consiste retroatividade máxima, média e mínima? 
Máxima: atinge direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e também a coisa julgada. É 
dizer, a lei nova não estabelece o respeito às situações já decididas em decisões 
judiciais ou em situações nas quais o direito de ação já havia caducado; 
Média: atinge os fatos/prestações PENDENTES, de negócios celebrados no passado. 
Ou seja, há o respeito às causae finitae, mas os fatos que não foram objeto de decisões 
judiciais, nem cobertos por títulos, podem ser modificados pela lei nova; 
Mínima: atinge as prestações/efeitos FUTUROS, de negócios celebrados no passado. 
Assim, há o respeito aos efeitos jurídicos já produzidos, pela situação fixada 
anteriormente à nova legislação. 
 
1.2.8. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO OU DIREITO ESPACIAL 
 
A LINDB, nos seus arts. 7º a 19, passa a regular a aplicação das leis no espaço, 
reservando tratamento à temática afeta ao direito civil e ao direito internacional. 
Em uma análise de direito comparado, pode-se afirmar que, no mundo, 
versando sobre direito espacial, há três sistemas jurídicos vigentes: 
 
- Territorialidade; 
- Territorialidade moderada ou mitigada; 
- Extraterritorialidade. 
 
O ordenamento jurídico brasileiro está submetido ao princípio da 
territorialidade moderada, temperada ou mitigada, segundo o qual, no território 
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brasileiro, aplicar-se-á, em regra, a lei brasileira, sob o fundamento da soberania e, 
excepcionalmente, a norma estrangeira. Outrossim, na seara da exceção, é possível a 
aplicação da lei brasileira ao território estrangeiro. 
Conceito de território nacional: 
 
- Território real - solo, espaço aéreo correspondente, as águas, 
ilhas e faixa de mar territorial de 12 milhas; 
- Território ficto - embaixadas; navios, embarcações e 
aeronaves de guerras nacionais onde quer que estejam; navios 
mercantes nacionais em águas brasileiras ou internacionais; 
navios estrangeiros em águas brasileiras e aeronaves 
sobrevoando o território nacional. 
 
Estatuto Pessoal: 
 
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as 
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos de família. (Lex Domicilii) 
 
O art. 7.º da Lei de Introdução consagra a regra lex domicilii, pela qual devem 
ser aplicadas, no que concerne ao começo e fim da personalidade, as normas do país 
em que for domiciliada a pessoa, inclusive quanto ao nome, à capacidade e aos 
direitos de família. 
 
ATENÇÃO! Para facilitar o aprendizado, existe o seguinte mnemônico: 
“FACA NO PÉ” (FA= família; CA= Capacidade; NO= nome; PE= personalidade) 
 
No que se refere ao casamento celebrado no Brasil, devem ser aplicadas as 
regras quanto aos impedimentos matrimoniais que constam do art. 1.521 do CC 
(art.7º, § 1º, da Lei de Introdução). O casamento entre estrangeiros poderá ser 
celebrado no Brasil, perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos 
os nubentes (art. 7º, § 2º, da LINDB). Caso os nubentes tenham domicílios diversos, 
deverão ser aplicadas as regras, quanto à invalidade do casamento, do primeiro 
domicílio conjugal (art. 7º, § 3º, da LINDB). 
Em relação as regras patrimoniais, ao regime de bens, seja ele de origem legal 
ou convencional, deverá ser aplicada a lei do local em que os cônjuges tenham 
domicílio. Havendo divergência quanto aos domicílios, prevalecerá o primeiro 
domicílio conjugal (art. 7º, § 4º, da Lei de Introdução). 
No que se refere aos bens, prevê a Lei de Introdução que deve ser aplicada a 
norma do local em que esses se situam (lex rei sitiae – art. 8.º). Tratando-se de bens 
móveis transportados, incide a norma do domicílio do seu proprietário (§ 1º). Quanto 
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ao penhor, direito real de garantia que recai sobre bens móveis, por regra, deve ser 
aplicada a norma do domicílio que tiver a pessoa em cuja posse se encontre a coisa 
empenhada, outra aplicação do princípio lex domicilii (§ 2º). 
Em suma: 
Lei Aplicável em Relação aos Bens - art. 8º da LINDB -Para qualificar os bens e 
regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem 
situados. 
Lei Aplicável Quanto aos Bens Móveis - § 1º Aplicar-se-á a lei do país em que 
for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se 
destinarem a transporte para outros lugares. 
Lei Aplicável ao Penhor - § 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que 
tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. 
Obrigações internacionais: 
 
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do 
país em que se constituírem. 
Peculiaridades Referentes à Forma: § 1º Destinando-se a 
obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma 
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da 
lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
Local de Constituição do Contrato (Internacionais): § 2º A 
obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar 
em que residir o proponente. 
 
Lei Aplicável na Sucessão por Morte ou por Ausência - art. 10 da LINDB - A 
sucessãopor morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o 
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
Bens Situados no País - § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no 
País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de 
cujus. Previsto também no artigo 5º, XXXI, CF/88. 
Capacidade de Suceder - § 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário 
regula a capacidade para suceder. 
Quanto às sociedades e fundações deve ser aplicada a norma do local de sua 
constituição (art. 11). Os três parágrafos desse artigo trazem regras específicas que 
devem ser atentadas quanto à pessoa jurídica, pela ordem. Primeiro, para atuarem no 
Brasil, as sociedades e fundações necessitam de autorização pelo governo federal, 
ficando sujeitas às leis brasileiras (arts. 11, § 1º, da Lei de Introdução e 1.134 do CC). 
Interessante a regra referente à competência da autoridade judiciária 
brasileira. Segundo o art. 12 da Lei de Introdução, há necessidade de atuação quando 
o réu for domiciliado em nosso País ou aqui tiver que ser cumprida a obrigação, como 
no caso de um contrato. Quanto aos imóveis situados no país, haverá competência 
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exclusiva da autoridade nacional (art. 12, § 1º); bem como quanto ao exequatur, o 
“cumpra-se” relacionado com uma sentença estrangeira homologada perante o 
Superior Tribunal de Justiça, conforme nova redação dada ao art. 105 da CF/1988, pela 
Reforma do Judiciário (EC 45/2004). 
Lei Aplicável Quanto a Prova dos Fatos Ocorridos no Estrangeiro - art. 13 da 
LINDB - A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele 
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais 
brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
Prova da Lei Estrangeira - art. 14 da LINDB - Não conhecendo a lei 
estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. 
Sentenças estrangeiras, cartas rogatórias, casamento, divórcio e laudos 
periciais estrangeiros: 
 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no 
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente 
verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades 
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver 
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, 
sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
 
ATENÇÃO! Vedação ao Reenvio (retorno) – É a hipótese tratada no art. 16 da LINDB, 
já tendo sido cobrada em alguns concursos. 
 
ATENÇÃO! Com o advento da Emenda Constitucional 45/2004, que alterou o artigo 
105 da CF/88, a competência para homologar sentenças estrangeiras passou a ser do 
STJ. 
 
Com grande repercussão prática em relação ao Direito Privado, estabelece o 
art. 17 da Lei de Introdução que “as leis, atos e sentenças de outro país, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a 
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes”. 
 
ATENÇÃO! DICA PARA OTIMIZAÇÃO DO ESTUDO! Entendemos que os assuntos 
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tratados nos artigos 8º, 10, 11, 13, 14, 17 e 18 podem ser resolvidos com a leitura do 
tópico da legislação destacada, pois o que se tem exigido em provas objetivas sobre os 
assuntos tratados fica restrito ao texto de lei. 
 
1.2.9. INOVAÇÕES DA LINDB 
 
Muito importante a leitura na íntegra para provas de Delta. 
Bancas de cunho legalista (como é de praxe) vão atuar nestes dez dispositivos 
de forma fria. 
 
Como já restou demonstrado, em 25 de abril de 2018, foi publicada a Lei 
13.655, que acrescentou à LINDB 10 (dez) novos artigos versando sobre segurança 
jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público, com disposições mais 
afetas ao Direito Administrativo. 
A lei entrou em vigor na data da sua publicação, à exceção do art. 29, cuja 
vacatio legis foi de 180 dias em razão das exigências de adequação para o seu 
cumprimento. 
O projeto de lei foi cercado de polêmicas e críticas perpetradas notadamente 
pelos órgãos de controle, que viram no novo diploma normativo um instrumento de 
restrição ao controle da Administração Pública. Não obstante, o projeto foi convertido 
em lei, com veto presidencial em alguns artigos, destacando-se o veto ao art. 25, um 
dos mais polêmicos, que instituía ação civil pública declaratória de validade, com efeito 
erga omnes, para dar estabilidade a atos, contratos, ajustes, processos e normas 
administrativas. 
Embora pretenda garantir maior previsibilidade e segurança jurídica, a norma 
apresenta diversos conceitos jurídicos indeterminados, que dificultam a compreensão 
de sua extensão e mesmo a sua correta aplicação. 
Na doutrina, já há vozes que se levantam contra o art. 28 (“O agente público 
responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou 
erro grosseiro”), alegando sua inconstitucionalidade, pois restringe a responsabilidade 
do agente público às hipóteses de “dolo ou erro grosseiro”, quando a Constituição 
Federal, em seu art. 37, § 6º, preconiza que os agentes públicos responderão em caso 
de “dolo ou culpa”. Assim, parte da doutrina entende que a LINDB restringe as 
hipóteses de responsabilidade dos agentes públicos em afronta ao texto 
constitucional. 
Não custa rememorar, por oportuno, que em 10 de Junho de 2019, - 
sobreveio o Decreto nº 9.830, regulamentando o disposto nos referidos arts. 20 ao 
art. 30. 
Vale referir, no ponto, que a acenada regulamentação se demonstra 
importante, uma vez que os arts. 20 a 30 da LINDB possuem diversos conceitos 
abstratos e/ou pouco trabalhados pela doutrina/jurisprudência. 
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Como se trata de alteração recente, se revela importante acompanhar como 
se dará a aplicação da legislação em comento (ainda não há posicionamento relevante 
dos tribunais superiores) a fim de se verificar o seu alcance e extensão. 
Por identidade de razões, efetuar a leitura reiterada dos dispositivos em 
comento é uma boa forma de estudo. 
 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
SÚMULAS 
 
Súmula 654 do STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no artigo 5º, XXXVI, 
da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha 
editado. 
 
 
3. QUESTÕES 
 
1. Na Lei n° 14.010, de 10 de junho de 2020, que entrou em vigor na data de sua 
publicação, há a seguinte disposição: Art. 3-Os prazos prescricionais consideram-se 
impedidos ou suspensos, conforme o caso, a partir da entrada em vigor desta Lei até 
30 de outubro de 2020. 
Referida Lei classifica-se como AY temporária, e os efeitos desta disposição se 
extinguiram em 30 de outubro de 2020, independentemente de outra lei que a 
revogasse, subsistindo as regras do Código Civil sobre suspensão e óbice da fruição 
dos prazos prescricionais. 
a) temporária, e os efeitosdesta disposição se extinguiram em 30 de outubro de 2020, 
independentemente de outra lei que a revogasse, subsistindo as regras do Código Civil 
sobre suspensão e óbice da fluição dos prazos prescricionais. 
b) permanente, no que diz respeito ao impedimento do prazo, mas temporária, no que 
se refere à suspensão do prazo prescricional. 
c) permanente, por tratar de matéria disciplinada no Código Civil e cuja perda de 
eficácia dependerá de outra lei que a revogue. 
d) temporária, e seus efeitos se extinguiram em 30 de outubro de 2020, mas é 
necessária outra lei que restabeleça as regras do Código Civil sobre a matéria, porque 
não existe repristinação automática da lei. 
e) temporária e especial e, findos seus efeitos, as disposições do Código Civil sobre a 
mesma matéria foram repristinadas. 
 
2. Em conformidade com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
(L.I.N.D.B.), na redação dada pela Lei n° 13.655/2018: 
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a) em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade 
administrativa, inclusive os de organização interna, deverá ser precedida de consulta 
pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a 
qual será considerada na decisão. 
b) a decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá 
impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos 
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 
c) admite-se a celebração de compromisso entre a autoridade administrativa e os 
interessados, com vistas à eliminação de irregularidade, incerteza jurídica ou situação 
contenciosa na aplicação do direito público, inclusive envolvendo transação quanto a 
sanções e créditos ou estabelecendo regimes de transição. 
d) para o fim de excluir a responsabilidade pessoal do agente público, é possível 
requerer autorização judicial para celebração de compromisso entre a autoridade 
administrativa e os interessados para eliminação de irregularidade, incerteza jurídica 
ou situação contenciosa na aplicação do direito público. 
e) quando necessário por razões de segurança jurídica ou de interesse geral, o ente 
interessado proporá ação declaratória de validade de ato, contrato, ajuste, processo 
ou norma administrativa, cuja sentença fará coisa julgada com eficácia erga omnes. 
 
3. Segundo o que dispõe, expressamente, a Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro, na hipótese de expedição de uma licença sobre a qual exista incerteza 
jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, havendo a 
necessidade de eliminar esse problema, a autoridade administrativa poderá, 
atendidas as disposições legais: 
a) celebrar compromisso com os interessados. 
b) em recomendar alteração legislativa antes da decisão. 
c) de ingressar com ação declaratória no Poder Judiciário. 
d) contratar parecer de escritório de advocacia especializado. 
 
4. Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, quando se houver de 
aplicar lei estrangeira: 
a) ter-se-á em vista a disposição da lei estrangeira, mas considerando as remissões por 
ela feita à lei de outro Estado estrangeiro. 
b) não se terá em conta a norma primária, mas o direito internacional privado 
alienígena, aplicando-se o retorno. 
c) ter-se-á em vista a norma primária, aplicando-a diretamente, o que significa a 
inaplicabilidade do retorno. 
d) caberá ao juiz verificar se o caso é de aplicabilidade direta da norma primária, ou se 
o caso exige retorno. 
 
5. A sucessão por morte ou ausência obedece à lei do país: 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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a) em que nasceu o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a 
situação dos bens, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de 
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
b) em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza 
e a situação dos bens, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de 
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
c) de cuja nacionalidade tivesse o defunto ou o desaparecido, mas a sucessão de bens 
de estrangeiros, situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja 
mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
d) em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza 
e a situação dos bens, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será 
sempre regulada pela lei brasileira, se houver cônjuge ou filhos brasileiros. 
e) de cuja nacionalidade tivesse o defunto, ou desaparecido, qualquer que seja a 
natureza e a situação dos bens, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no 
Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos 
brasileiros, ou de quem os represente, em qualquer circunstância. 
 
6. (Ano: 2016 - Banca: CESPE) A respeito da eficácia da lei no tempo e no espaço, 
assinale a opção correta conforme a LINDB. 
a) Para ser aplicada, a norma deverá estar vigente e, por isso, uma vez que ela seja 
revogada, não será permitida a sua ultratividade. 
b) Tendo o ordenamento brasileiro optado pela adoção, quanto à eficácia espacial da 
lei, do sistema da territorialidade moderada, é possível a aplicação da lei brasileira 
dentro do território nacional e, excepcionalmente, fora, e vedada a aplicação de lei 
estrangeira nos limites do Brasil. 
c) Quando a sucessão incidir sobre bens de estrangeiro residente, em vida, fora do 
território nacional, aplicar-se-á a lei do país de domicílio do defunto, quando esta for 
mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros, ainda que todos os bens estejam 
localizados no Brasil. 
d) Não havendo disposição em contrário, o início da vigência de uma lei coincidirá com 
a data da sua publicação. 
e) Quando a republicação de lei que ainda não entrou em vigor ocorrer tão somente 
para correção de falhas de grafia constantes de seu texto, o prazo da vacatio legis não 
sofrerá interrupção e deverá ser contado da data da primeira publicação. 
 
7. Lei nova que estabelecer disposição geral a par de lei já existente: 
a) apenas modifica a lei anterior. 
b) não revoga, nem modifica a lei anterior. 
c) derroga a lei anterior. 
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d) ab-roga a lei anterior. 
e) revoga tacitamente a lei anterior. 
 
8. Dêste modo, quando surge no seu logrador um animal alheio, cuja marca conhece, 
o restitui de pronto. No caso contrário, conserva o intruso, tratando-o como aos 
demais. Mas não o leva à feira anual, nem o aplica em trabalho algum; deixa-o 
morrer de velho. Não lhe pertence. Se é uma vaca e dá cria, ferra a esta com o 
mesmo sinal desconhecido, que reproduz com perfeição admirável; e assim pratica 
com tôda a descendência daquela. De quatro em quatro bezerros, porém, separa um, 
para si. É a sua paga. Estabelece com o patrão desconhecido o mesmo convênio que 
tem com o outro. E cumpre estritamente, sem juízes e sem testemunhas, o estranho 
contrato, que ninguémescreveu ou sugeriu. Sucede muitas vêzes ser decifrada, 
afinal, uma marca sòmente depois de muitos anos, e o criador feliz receber, ao invés 
da peça única que lhe fugira e da qual se deslembrara, uma ponta de gado, todos os 
produtos dela. Parece fantasia êste fato, vulgar, entretanto, nos sertões. (Euclides da 
Cunha – Os sertões. 27. ed. Editôra Universidade de Brasília, 1963, p. 101). 
O texto acima, sobre o vaqueiro, identifica: 
a) espécie de lei local, de cujo teor ou vigência o juiz pode exigir comprovação. 
b) a analogia, como um meio de integração do Direito. 
c) um princípio geral de direito, aplicável aos contratos verbais. 
d) o uso ou costume como fonte ou forma de expressão do Direito. 
e) a equidade que o juiz deve utilizar na solução dos litígios. 
 
9. Assinale a alternativa que corresponde à regra constante da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro que positivou o princípio da vigência sincrônica. 
a) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique 
ou revogue. 
b) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a 
correção, o prazo de início da vigência começará a correr da nova publicação. 
c) A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada. 
d) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco 
dias depois de oficialmente publicada. 
e) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei anterior. 
 
10. (CESPE - 2016) A respeito da hermenêutica e da aplicação do direito, assinale a 
opção correta. 
a) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, à 
solução do conflito é essencial a diferenciação entre antinomia real e antinomia 
aparente, porque reclamam do interprete solução distinta. 
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b) Os tradicionais critérios hierárquico, cronológico e da especialização são adequados 
à solução de confronto caracterizado como antinomia real, ainda que ocorra entre 
princípios jurídicos. 
c) A técnica da subsunção é suficiente e adequada à hipótese que envolve a 
denominada eficácia horizontal de direitos fundamentais nas relações privadas. 
d) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, o 
conflito deve ser resolvido pelos critérios da hierarquia e(ou) da sucessividade no 
tempo. 
e) A aplicação do princípio da especialidade, em conflito aparente de normas, afeta a 
validade ou a vigência da lei geral. 
 
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4. GABARITO COMENTADO 
 
1. A. 
(A) CORRETA. 
Note que o artigo 3º da lei em comento ao tratar da suspensão ou impedimento dos 
prazos prescricionais a partir de sua entrada em vigor até 30 de outubro de 2.020, 
atesta sua vigência temporária, subsistindo as regras do Código Civil sobre suspensão e 
óbice da fluência dos prazos prescricionais. 
Ela não revogou e/ou alterou as normas do CC que suspendeu. Logo, para incidir as 
regras do CC sobre impedimento e suspensão, não há necessidade de outra lei. Assim, 
não há que se falar em repristinação. 
Muito importante lembrar que o art. 2º, § 3º, da Lei de Introdução, afasta a 
possibilidade da lei revogada anteriormente repristinar, salvo disposição expressa em 
lei em sentido contrário. O efeito repristinatório é aquele pelo qual uma norma 
revogada volta a valer no caso de revogação da sua revogadora. 
(B) INCORRETA. 
Vide comentários item “A”. 
(C) INCORRETA. 
Vide comentários item “A”. 
(D) INCORRETA. 
Vide comentários item “A”. 
(E) INCORRETA. 
Vide comentários item “A”. 
 
2. B. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
LINDB: “Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por 
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser 
precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente 
por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão (...)” 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
LINDB: “Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou 
judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou 
injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) (Regulamento) 
(...).” 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
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LINDB: “Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa 
na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade 
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após 
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, 
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só 
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) (...)” 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
Vide LINDB: Art. 26, § 2º. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA 
O artigo 25 que previa essa possibilidade foi VETADO 
 
3. A. 
ALTERNATIVA A: CORRETA 
A questão é resolvida pela literalidade do art. 26 da LINDB - incluído pela Lei nº 13.655, 
de 2018; regulado pelo Decreto nº 9.830 de 10 de junho de 2019 - que estabelece: 
“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na 
aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade 
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após 
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, 
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só 
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) (grifo nosso). 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os 
interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de 
direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu 
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído pela Lei 
nº 13.655, de 2018) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Vê-se, pois que na hipótese de a autoridade entender conveniente para eliminar 
irregularidade, incerteza jurídica ou situações contenciosas na aplicação do direito 
público, poderá celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação 
aplicável e as seguintes condições: 
I - após oitiva do órgão jurídico; 
II - após realização de consulta pública, caso seja cabível; e 
III - presença de razões de relevante interesse geral. 
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4. C. 
ALTERNATIVA C: CORRETA 
A questão diz respeito ao artigo 16 da LINDB, que assim dispõe: “Quando,nos termos 
dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a 
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”. 
Portanto, de acordo com o texto expresso da LINDB, não há possibilidade de reenvio 
ou remissão a qualquer outra lei. O retorno (ou reenvio) tem aplicação no Direito 
Internacional e consiste na aplicação das normas jurídicas de outro Estado, desde que 
as regras de Direito Internacional Privado deste indique que a situação deve ser 
regulada pelas normas de um terceiro Estado ou pelo próprio ordenamento do 
primeiro Estado, remetente. No Brasil, o reenvio não é admitido, sendo de rigor a 
aplicação da norma primária, tal como previsto na assertiva C. 
 
5. B. 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
A questão é solucionada pela literalidade do art. 10 e § 1º da LINDB, que assim 
estabelece: “Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em 
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a 
situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de 
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de 
cujus”. As demais assertivas estão em conflito com o que dispõe o referido artigo. 
 
6. C. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA. A própria lei pode prever as hipóteses excepcionais de 
ultratividade, que é admitida no Brasil. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Em hipóteses específicas, a lei estrangeira pode ser 
aplicada no Brasil, como prevê, por exemplo, o art. 8º da LINDB: “Para qualificar os 
bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que 
estiverem situados”. 
ALTERNATIVA C: CORRETA. Conforme CC, Art. 10. A sucessão por morte ou por 
ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, 
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de 
estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge 
ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais 
favorável a lei pessoal do de cujus. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA. Conforme CC, Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei 
começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente 
publicada. 
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ALTERNATIVA E: INCORRETA. Conforme CC, Art. 1º, § 3º “Se, antes de entrar a lei em 
vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo 
e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”. 
 
7. B. 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
A resposta se extrai do art. 2º, §2º, da LINDB, que assim estabelece: “A lei nova, que 
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem 
modifica a lei anterior”. Em razão do disposto em lei, facilmente se verifica que as 
demais assertivas estão erradas. 
 
8. D. 
O texto apresenta uma parte que claramente determina a resposta da questão ao 
dizer: “E cumpre estritamente, sem juízes e sem testemunhas, o estranho contrato, 
que ninguém escreveu ou sugeriu”. Narra uma conduta, tida como algo obrigatório a 
se fazer, mas que não havia sido estabelecida pelos órgãos do Estado, já que ninguém 
escreveu e não exigia juízes para determinar o direito. Assim, é de rigor reconhecer 
que se trata de um costume, tido como fonte do direito, razão pela qual se impõe o 
reconhecimento da alternativa D como a única correta. Não se poderia considerar a 
ALTERNATIVA A (“espécie de lei local, de cujo teor ou vigência o juiz pode exigir 
comprovação”) visto estar claro que era uma prática realizada sem qualquer imposição 
legal. Também não se poderia considerar a ALTERNATIVA B (“a analogia, como um 
meio de integração do Direito”), já que a analogia exigiria uma lei aplicada a caso 
semelhante que estar-se-ia utilizando no caso em questão, o que não é sequer 
mencionado como hipótese. Na mesma linha intelectiva, a ALTERNATIVA C (“um 
princípio geral de direito, aplicável aos contratos verbais”) é afastada pela inexistência 
de um contrato verbal, já que o texto narra que o “contrato” era estabelecido com 
“patrão desconhecido”, logo, não há que se falar em contrato verbal. Por fim, a 
ALTERNATIVA E (“a equidade que o juiz deve utilizar na solução dos litígios”) menciona 
a justiça do caso concreto (equidade), que não tem qualquer relação com os fatos 
narrados. 
 
9. D. 
O Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se 
inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada 
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova 
publicação. 
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
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10. A. 
Para resolver o conflito de normas com o escopo de manter a coerência do sistema 
jurídico, Norberto Bobbio prescreveu critérios metajurídicos de resolução de conflitos: 
 
CRITÉRIOS PARA SOLUÇÃO DE ANTINOMIAS 
HIERÁRQUICO Norma superior prevalece sobre inferior 
ESPECIALIDADE Norma especial prevalece sobre a geral 
CRONOLÓGICO Norma posterior prevalece sobre a anterior 
 
Há, no entanto, situações em que ocorrem antinomias de segundo grau, ou seja, os 
próprios critérios de resolução de conflitos colidem. Nesses casos, há a seguinte ordem 
de prevalência: 
 
MODO DE RESOLUÇÃO DE ANTINOMIA DE SEGUNDO GRAU: 
CRITÉRIO HIERÁRQUICO (H) 
 
CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE (E) 
 
CRITÉRIO CRONOLÓGICO (C) 
CONFLITOS 
H x E = H vence 
 H x C = H vence 
E x C = E vence 
Quando for possível resolver a antinomia de 2º grau por um dos modos acima 
indicados, é o caso de antinomia aparente. Em não sendo viável sanar o conflito de 
normas via critérios hierárquico, especial ou cronológico, pode-se afirmar que se trata 
de uma antinomia real, oportunidade em que deve recorrer aos métodos de 
integração do direito.

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