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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
1 
 
Direito Administrativo 
(Ponto 9) 
Licitações (conforme a Lei 14.133/2021). 
CPF: 860.542.154-18
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: https://loja.mege.com.br/ 
Celular / Whatsapp: (99) 98262-2200 
Turma: Clube Delta 
Material: Direito Administrativo (Ponto 9) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo 
(Ponto 9) 
Licitações (conforme a Lei 14.133/2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ....................................................................... 4 
1. DOUTRINA (RESUMO) .................................................................................................... 5 
1.1. DAS NOÇÕES GERAIS .................................................................................................. 5 
1.2. DO PROCESSO LICITATÓRIO .....................................................................................28 
1.2.1. DAS FASES DO PROCESSO LICITATÓRIO ................................................................29 
1.3. DA FASE PREPARATÓRIA/INTERNA ..........................................................................37 
1.4. DA FASE COMPETITIVA/EXTERNA ............................................................................87 
1.5. DA CONTRATAÇÃO DIRETA .......................................................................................98 
1.6. DAS ALIENAÇÕES DE BENS PÚBLICOS ....................................................................107 
1.7. DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES ..........................................................................109 
2. JURISPRUDÊNCIA .......................................................................................................115 
3. QUESTÕES ..................................................................................................................116 
4. GABARITO COMENTADO ...........................................................................................120 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital Mege) 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Licitações (conforme a Lei 14.133/2021). (Ponto 10) 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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5 
 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. DAS NOÇÕES GERAIS 
1.1.1. DOS ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DAS LICITAÇÕES 
 
A Lei Federal 14.133/2021 – Nova Lei Geral de Licitações e Contratos foi editada 
com base nos arts. 22, XXVII, e 37, XXI, da CF/88, isto é, na competência privativa da 
União para legislar sobre “NORMAS GERAIS de licitações e contratos, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios”. Confiramos, in verbis: 
 
Art. 22, XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em 
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos 
do art. 173, § 1º, III 
Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade 
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que 
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
(Grifamos) 
 
Como se percebe, a Nova Lei Geral aplica-se a todos os entes federativos, 
cuidando-se de norma de caráter nacional, conquanto Estados, DF e Municípios possam 
legislar sobre ASSUNTOS ESPECÍFICOS de licitação e contratação, com fundamento no 
art. 22, parágrafo único, e art. 30, I e II, todos da CF/88. 
Existe forte controvérsia doutrinária acerca do que seriam “normas gerais”, 
uma vez que a lei não estabelece tal diferença. Ao analisar o tema ainda sob a égide da 
Lei Federal nº 8.666/1993, o STF decidiu que as normas desta que estabelecem regras 
específicas são constitucionais para a União e inconstitucionais para os demais entes 
federados, que estão sujeitos apenas aos normativos gerais (ADI 927 MC/RS). Contudo, 
a decisão do STF se limitou a afirmar a natureza de norma específica de certos incisos 
do art. 17 da lei, de modo que a maior parte dos entes federativos acaba por utilizar a 
Lei Federal nº 8.666/93 na íntegra, uma vez que não há muito espaço para edição de 
normas específicas. 
A doutrina majoritária leciona que normas gerais são apenas aquelas que 
estabelecem fundamentos, princípios e diretrizes genéricas da licitação. Inclusive, 
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6 
destaque-se que as Leis do Pregão (Lei Federal nº 10.520/02) e do RDC (Lei Federal nº 
12.462/11) também são consideradas leis de normas gerais sobre licitações e contratos. 
A despeito da existência de discussão doutrinária sobre o que deve ser 
considerada norma geral de licitações, certo é que a criação de nova modalidade de 
licitação e de novos casos de contratação direta (dispensa de licitação) é considerada 
norma geral, de competência exclusiva da União. 
Considerando que existe uma pequena margem de atuação para os entes 
federados, o STF já decidiu pela possibilidade de Município estabelecer proibição de 
agentes políticos e seus parentes contratar com o ente municipal, pois, como a Lei 
Federal nº 8.666/93 não trata expressamente sobre o assunto (nem proibindo nem 
permitindo a participação de parentes em licitação), há liberdade para os entes 
legislarem sobre o tema até que sobrevenha norma geral regulando esse aspecto (RE 
423.560/MG, Segunda Turma, rel. Min. Joaquim Barbosa, 29.5.2012, Info STF 668). 
De igual modo, o STF já decidiu que não viola a competência da União a 
legislação estadual que estabelece preferência abstrata para a contratação de 
“softwares livres”, uma vez que não contraria as normas gerais sobre licitações e 
contratações públicas em vigor (ADI 3059/RS, Plenário, 09.04.2015, Info STF 780). 
Ainda, devemos perceber que, embora toda a Administração Pública 
Brasileira, Direta e Indireta, esteja submetida a essas normas gerais de licitação e 
contratação, há expressa ressalva quanto às “empresas estatais” (empresas públicas e 
sociedades de economia mista), que devem observar o disposto no art. 173, § 1º, da 
CF/88, in litteris: 
 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, 
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou comercialização 
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela 
sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, 
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, 
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e 
alienações, observados os princípios da administração pública; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de 
administração e fiscal, com a participação de acionistas 
minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a 
responsabilidade dos administradores. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
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7 
 
Como sabido, esse “Estatuto Jurídico das Empresas Estatais” é a Lei Federal nº 
13.303/2016, que traz o regramento da “licitação e contratação de obras, serviços, 
compras e alienações, observados os princípios da administração pública”, das 
empresas estatais, tema por nós estudado no material de “Organização Administrativa”. 
Inclusive, acabando de vez com a discussão em torno da aplicação ou da Lei 
Geral de Licitações às empresas estatais [como sabemos, a Lei Federal nº 8.666/1993 
determinava sua incidência indiscriminada a toda a Administração Pública, 
mencionando expressamente as “empresas públicas e sociedades de economia mista”, 
o que sempre gerou muita controvérsia doutrinária e jurisprudencial e contrariava, 
como visto, o disposto no art. 173, § 1º, III, da CF/88], o § 1º de seu art. 1º é peremptório 
no sentido de que “Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e as suas subsidiárias”, cujas licitações e contratações 
continuam regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 20161. 
 
ATENÇÃO! É incorreto dizer que a Lei Federal nº 14.133/2021 não se aplica 
completamente às licitações e contratações das empresas estatais. 
Ocorre que há determinação expressa de aplicação pontual da Nova Lei Geral às 
licitações e contratações das empresas estatais, a saber: 
1. Crimes em licitações e contratos administrativos (art. 178 da Lei Federal nº 
14.311/2021); 
2. Critérios de desempate do art. 60 da Nova Lei Geral (art. 55, III, da Lei Federal 
13.303/2016, c/c art. 189 da Lei Federal nº 14.311/2021); 
3. Modalidade licitatória do pregão (art. 32, IV, da Lei Federal 13.303/2016, c/c art. 189 
da Lei Federal nº 14.311/2021). 
 
1.1.2. DA ESTRUTURA DA LEI 
 
Inicialmente, devemos nos familiarizar com a estrutura da Lei Federal nº 
14.133/2021, a saber: 
 
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
CAPÍTULO I – Do Âmbito de Aplicação 
CAPÍTULO II – Dos Princípios 
CAPÍTULO III – Das Definições 
CAPÍTULO IV – Dos Agentes Públicos 
 
1 É incorreto dizer que as empresas estatais não se submetem ao princípio constitucional da licitação, pois 
que elas apenas não estão sujeitas ao regime licitatório e de contratação da Administração Pública em 
geral, devendo observar, por outro lado, como visto, um estatuto jurídico próprio, legalmente instituído 
pela Lei Federal nº 13.303/2016. 
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TÍTULO II – DAS LICITAÇÕES 
CAPÍTULO I – Do Processo Licitatório 
CAPÍTULO II – Da Fase Preparatória 
CAPÍTULO III – Da Divulgação do Edital de Licitação 
CAPÍTULO IV – Da Apresentação de Propostas e Lances 
CAPÍTULO V – Do Julgamento 
CAPÍTULO VI – Da Habilitação 
CAPÍTULO VII – Do Encerramento da Licitação 
CAPÍTULO VIII – Da Contratação Direta 
CAPÍTULO IX – Das Alienações 
CAPÍTULO X – Dos Instrumentos Auxiliares 
TÍTULO III – DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
CAPÍTULO I – Da Formalização dos Contratos 
CAPÍTULO II – Das Garantias 
CAPÍTULO III – Da Alocação de Riscos 
CAPÍTULO IV – Das Prerrogativas da Administração 
CAPÍTULO V – Da Duração dos Contratos 
CAPÍTULO VI – Da Execução dos Contratos 
CAPÍTULO VII – Da Alteração dos Contratos e dos Preços 
CAPÍTULO VIII – Das Hipóteses de Extinção dos Contratos 
CAPÍTULO IX – Do Recebimento do Objeto do Contrato 
CAPÍTULO X – Dos Pagamentos 
CAPÍTULO XI – Da Nulidade dos Contratos 
CAPÍTULO XII – Dos Meios Alternativos de Resolução de Controvérsias 
TÍTULO IV – DAS IRREGULARIDADES 
CAPÍTULO I – Das Infrações e Sanções Administrativas 
CAPÍTULO II – Das Impugnações, dos Pedidos de Esclarecimento e dos Recursos 
CAPÍTULO III – Do Controle das Contratações 
TÍTULO V – DISPOSIÇÕES GERAIS 
CAPÍTULO I – Do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) 
CAPÍTULO II – Das Alterações Legislativas 
CAPÍTULO II-B – Dos Crimes em Licitação e Contratos Administrativos 
CAPÍTULO III – Disposições Transitórias e Finais 
 
Como se percebe, o Título I da Nova Lei nos traz disposições preliminares do 
novo regime jurídico de licitações e contratações administrativas, abordando seu 
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âmbito de aplicação, os princípios, as definições legais e a disciplina dos agentes públicos 
envolvidos. Vejamos: 
 
1.1.3. DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DA LEI 
 
Em consonância com as já examinadas normas constitucionais, o art. 1º da Lei 
Federal nº 14.133/2021 prescreve que SUAS NORMAS GERAIS SE APLICAM: 
 
- à Administração Pública direta, autárquica e fundacional, 
inclusive os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário no 
exercício do desempenho de função administrativa; 
- aos Fundos Especiais; 
- às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela 
Administração Pública. 
 
ATENÇÃO! AGÊNCIAS REGULADORAS 
O art. 37 da Lei Federal nº 9.986/2000 determina que, para a contratação de bens e 
serviços, as agências reguladoras devem se valer das modalidades do pregão e da 
consulta, nos termos de regulamento próprio. Em complemento, seu parágrafo único 
assevera que essas modalidades não se aplicam às obras e serviços de engenharia, que 
deverão observar as normas gerais de licitação e contratação pública. 
Nada obstante, é incorreto concluir que as agências reguladoras não se submetem à Lei 
Geral de Licitações e Contratações Públicas. De fato, a única observação é que, na 
contratação de bens e serviços, as agências reguladoras disporão, além do pregão, da 
modalidade de licitação específica da consulta, cujas regras devem ser definidas em 
regulamento próprio. No mais, aplicam-se normalmente as disposições da Lei Federal 
nº 14.133/2021. 
 
Por sua vez, o art. 2º da Lei explicita as espécies de contratações submetidas à 
sua regência: 
 
Art. 2º Esta Lei aplica-se a: 
I - alienação e concessão de direito real de uso de bens; 
II - compra, inclusive por encomenda; 
III - locação; 
IV - concessão e permissão de uso de bens públicos; 
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais 
especializados; 
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia; 
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VII - contratações de tecnologia da informação e de 
comunicação. 
 
No ponto, explique-se que, em princípio, a teor dos referidos comandos 
constitucionais genéricosde “licitação e contratação” e de “obras, serviços, compras e 
alienações”, toda e qualquer forma de contratação administrativa deve se submeter à 
Lei Federal nº 14.133/2021. Dessa forma, esse art. 2º da Nova Lei tem função 
meramente interpretativa da disposição ampla constitucional, notadamente para 
afastar hipóteses que possuem disciplina própria, como é o caso das concessões e 
permissões de serviço público comuns e de PPPs, sujeitas que estão às Leis Federais nºs 
8.987/1995 e 11.079/2004, respectivamente. Nada obstante, rememore-se que a Lei 
Geral de Licitações e Contratos se aplica subsidiariamente às concessões e permissões 
de serviço público, sempre que houver omissão nas leis próprias ou quando estas 
especificamente fizerem remissão à Lei Geral. 
Ademais, assim como ocorre com as concessões e permissões de serviço 
público comuns e de PPPs, as licitações e contratações de serviços de publicidade 
prestados por intermédio de agências de propaganda não são regidos primariamente 
pela Lei Federal nº 14.133/2021, submetendo-se à Lei Federal nº 12.232/2010, 
incidindo a Lei Geral de Licitações e Contratações apenas de forma subsidiária [ou, 
como diz o texto legal, “de forma complementar”]. 
Por outro lado, a Lei Federal nº 14.133/2021 traz um rol de EXCLUSÕES DE SUA 
APLICAÇÃO: 
 
- As empresas estatais (empresas públicas, sociedades de 
economia mista e suas subsidiárias), que se submetem 
exclusivamente à Lei Federal nº 13.303/2016 (art. 1º, § 1º), 
salvo, como visto, quanto às disposições penais, aos critérios de 
desempate na licitação e à modalidade do pregão; 
- As contratações realizadas no âmbito de repartições públicas 
sediadas no exterior, que obedecerão às peculiaridades locais, 
apenas devendo observar os princípios básicos estabelecidos na 
Lei, na forma de regulamentação específica a ser editada por 
ministro de Estado (art. 1º, § 2º); 
- Licitações e contratações que envolvam recursos provenientes 
de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de 
cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o 
Brasil seja parte, que admitirão as condições decorrentes de 
acordos internacionais aprovados pelo Congresso Nacional e 
ratificados pelo Presidente da República, além das condições 
peculiares previstas em normas e procedimentos dessas 
agências oficiais e organismos financeiros, desde que, neste 
caso, essas condições peculiares sejam exigidas para a obtenção 
do empréstimo ou doação, não conflitem com os princípios 
constitucionais em vigor e sejam indicadas no respectivo 
contrato de empréstimo ou doação e tenham sido objeto de 
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11 
parecer favorável do órgão jurídico do contratante do 
financiamento previamente à celebração do referido contrato 
(art. 1º, § 3º); 
- Contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas 
internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou 
acessórios a essa atividade, serão disciplinadas em ato 
normativo próprio do Banco Central do Brasil, sempre 
observados os princípios administrativos do caput do art. 37 da 
CF/88 (art. 1º, § 5º); 
- Contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno 
ou externo, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações 
de agente financeiro e a concessão de garantia relacionadas a 
esses contratos; 
- Contratações sujeitas a normas previstas em legislação 
própria. 
 
Ainda sobre o âmbito de aplicação da Lei, registre-se que os “conselhos de 
classe” devem licitar, já que possuem natureza jurídica de autarquia e, assim, integram, 
portanto, a Administração Pública Indireta (ADI 1717). A ressalva está na OAB, a qual, 
por decisão do STF na ADI 3026, foi dispensada dessa obrigação, configurando um caso 
à parte no ordenamento jurídico brasileiro. 
Finalmente, os serviços sociais autônomos e demais entidades do terceiro 
setor NÃO estão sujeitos à observância dos estritos procedimentos da Lei Geral de 
Licitações e Contratações Públicas, pois, ainda que desenvolvam atividade de interesse 
público, não integram a Administração Pública. Tais entidades utilizam regulamento 
próprio e devem, de todo modo, adotar, em suas contratações, critérios técnicos-
objetivos que respeitem os princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, 
além de realizar uma cotação prévia de preços. Em suma, as entidades do Sistema S 
(Sesc, Sesi, Senai etc.), OS e OSCIP não se submetem aos estritos termos da Lei Federal 
14.133/2021, mas, sim, a regulamentos próprios, que observem os princípios da 
licitação aplicáveis à Administração Pública. 
 
1.1.4. DOS PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO 
 
O art. 5º da Lei Federal nº 14.133/2021 elenca os princípios setoriais das 
licitações e contratações administrativas, in verbis: 
 
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, 
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, 
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da 
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, 
do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, 
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12 
da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da 
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, 
assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de 
setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro). 
 
Vale destacar que esse rol legal não esgota os princípios próprios das licitações 
e contratos administrativos, existindo outros espalhados pela lei e, em especial, 
apontados pela doutrina e jurisprudência, como é o caso dos princípios do “sigilo das 
propostas” (art. 13, I) e do “procedimento formal” (art. 28, § 2º). Nada obstante, é 
necessário conhecimento do rol legal, que costuma ser cobrado em provas objetivas 
ipsis litteris. 
Merece destaque a positivação do princípio da segregação de funções, que, 
nos termos do § 1º do art. 7º da Lei, norteia a designação dos agentes públicos para 
funções essenciais às licitações e contratações administrativas, vedando “a designação 
do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, 
de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na 
respectiva contratação”. 
Veja que não é proibida a cumulação de funções num mesmo agente público 
no âmbito das licitações e contratações administrativas, mas, em princípio, apenas 
recomendável que os trabalhos sejam distribuídos entre pessoas distintas; somente no 
caso de “funções mais suscetíveis a riscos” é que a Lei proscreve peremptoriamente sua 
cumulação num mesmo agente público, como forma de viabilizar uma espécie de 
controle recíproco entre os designados. Vale pontuar, por fim, que o princípio da 
segregação de funções se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e de controle 
interno da Administração. 
 
1.1.5. DOS OBJETIVOS DA LICITAÇÃO 
 
Os OBJETIVOS do processo licitatório estão elencados no art. 11 da Lei, a saber: 
 
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: 
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de 
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, 
inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto; 
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem 
como a justa competição; 
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços 
manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução 
dos contratos; 
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional 
sustentável. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
13 
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é 
responsável pela governança das contratações e deve 
implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de 
riscos e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar 
os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito 
de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, 
promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o 
alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às 
leis orçamentárias e promover eficiência, efetividade e eficácia 
em suas contratações. 
 
Merece atenção o fato de que a Lei Federal nº 8.666/1993 se referia à seleção 
da “proposta mais vantajosa” para a Administração, enquanto a Nova Lei Geral consigna 
a seleção da proposta apta a gerar o “resultado mais vantajoso” para a Administração, 
vantajosidade essa que exige o exame dos potenciais resultados da execução do 
contrato futuro, e não apenas da proposta abstrata apresentada no procedimento 
licitatório. 
Ademais, gize-se que “inovação” não constava entre os objetivos da Lei Federal 
nº 8.666/1993, a despeito de ser tratada nas margens de preferência no antigo regime. 
 
OBSERVAÇÃO: FUNÇÃO REGULATÓRIA DA LICITAÇÃO 
O instituto da licitação não se presta tão somente para que a Administração realize a 
contratação de bens e serviços a um menor custo; o referido instituto tem espectro 
mais abrangente, servindo como instrumento para o atendimento de finalidades 
públicas outras, consagradas constitucionalmente, como por exemplo o incentivo à 
proteção ao meio ambiente (princípio do desenvolvimento nacional sustentável) e o 
fomento a atividades prestadas pelo terceiro setor (ADI 1923/DF). 
A função regulatória da licitação corresponde à ideia de que a licitação pode ser 
utilizada como instrumento de intervenção estatal indireta na economia para regular 
mercados em favor da concretização de interesses públicos outros além da obtenção 
da contratação mais econômica e eficiente. Propõe, por exemplo, o emprego da 
licitação para promoção do emprego e renda e de atividades econômicas 
ambientalmente responsáveis (“licitação verde”). 
Rafael Carvalho R. Oliveira cita os seguintes exemplos na Lei Federal nº 8.666/1993, 
igualmente presentes, com alguma adaptação, na Lei Federal nº 14.133/2021 : (i) 
possibilidade de margem de preferência para “produtos manufaturados e para 
serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras”, bem como para os 
interessados que comprovarem o “cumprimento de reserva de cargos prevista em lei 
para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam 
às regras de acessibilidade previstas na legislação”, nos termos do art. 3º, § 5º, I e II, 
da Lei nº 8666/1993; (ii) tratamento diferenciado dispensado às microempresas e 
empresas de pequeno porte nas licitações, na forma prevista nos arts. 42 ao 49 da LC 
123/2006; (iii) exigências voltadas à promoção da proteção do meio ambiente 
(licitações ou contratações verdes). Acrescentem-se, ainda, os sucessivos critérios de 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
14 
desempate previstos no § 2º do art. 3º da Lei Geral, que cumprem claramente um 
papel regulatório. 
 
1.1.6. DAS DEFINIÇÕES LEGAIS 
 
O art. 6º da Lei Federal nº 14.133/2021 traz definições essenciais à sua 
compreensão, em técnica legislativa voltada à segurança jurídica, numa espécie de 
interpretação legal ou autêntica. 
Esses conceitos são empregados em todo o corpo da Lei e serão analisados no 
decorrer do presente material, daí porque pedimos vênia para, agora, somente 
colacionar o elenco legal, para que sirva de glossário sempre à mão que possibilite o 
esclarecimento rápido de algum instituto: 
 
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da 
Administração Pública; 
II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade 
jurídica; 
III - Administração Pública: administração direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito 
privado sob controle do poder público e as fundações por ele 
instituídas ou mantidas; 
IV - Administração: órgão ou entidade por meio do qual a 
Administração Pública atua; 
V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou 
função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública; 
VI - autoridade: agente público dotado de poder de decisão; 
VII - contratante: pessoa jurídica integrante da Administração 
Pública responsável pela contratação; 
VIII - contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de 
pessoas jurídicas, signatária de contrato com a Administração; 
IX - licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas 
jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de 
processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta 
Lei, o fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento 
à solicitação da Administração, oferece proposta; 
X - compra: aquisição remunerada de bens para fornecimento de 
uma só vez ou parceladamente, considerada imediata aquela 
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15 
com prazo de entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de 
fornecimento; 
XI - serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a 
obter determinada utilidade, intelectual ou material, de 
interesse da Administração; 
XII - obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como 
privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica 
intervenção no meio ambiente por meio de um conjunto 
harmônico de ações que, agregadas, formam um todo que inova 
o espaço físico da natureza ou acarreta alteração substancial das 
características originais de bem imóvel; 
XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de 
desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos 
pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado; 
XIV - bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta 
heterogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos na 
forma do inciso XIII do caput deste artigo, exigida justificativa 
prévia do contratante; 
XV - serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e 
compras realizadas pela Administração Pública para a 
manutenção da atividade administrativa, decorrentes de 
necessidades permanentes ou prolongadas; 
XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de 
mão de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige, 
entre outros requisitos, que: 
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas 
dependências do contratante para a prestação dos serviços; 
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e 
materiais disponíveis de uma contratação para execução 
simultânea de outros contratos; 
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto 
à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos 
alocados aos seus contratos; 
XVII - serviços não contínuos ou contratados por escopo: 
aqueles que impõem ao contratado o dever de realizar a 
prestação de um serviço específico em período predeterminado, 
podendo ser prorrogado, desde que justificadamente, pelo 
prazo necessário à conclusão do objeto; 
XVIII - serviços técnicos especializadosde natureza 
predominantemente intelectual: aqueles realizados em 
trabalhos relativos a: 
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos 
executivos; 
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16 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e 
tributárias; 
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; 
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e 
ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e 
monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio 
ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem na 
definição deste inciso; 
XIX - notória especialização: qualidade de profissional ou de 
empresa cujo conceito, no campo de sua especialidade, 
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência, 
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou 
outros requisitos relacionados com suas atividades, permite 
inferir que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente 
adequado à plena satisfação do objeto do contrato; 
XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da 
primeira etapa do planejamento de uma contratação que 
caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução 
e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto 
básico a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da 
contratação; 
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de 
atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual 
ou material, de interesse para a Administração e que, não 
enquadradas no conceito de obra a que se refere o inciso XII do 
caput deste artigo, são estabelecidas, por força de lei, como 
privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de 
técnicos especializados, que compreendem: 
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia 
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em 
termos de desempenho e qualidade, de manutenção, de 
adequação e de adaptação de bens móveis e imóveis, com 
preservação das características originais dos bens; 
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta 
heterogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na 
definição constante da alínea “a” deste inciso; 
XXII - obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles 
cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos 
milhões de reais); 
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17 
XXIII - termo de referência: documento necessário para a 
contratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes 
parâmetros e elementos descritivos: 
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, 
o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua 
prorrogação; 
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência 
aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando 
não for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes 
que não contiverem informações sigilosas; 
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo 
de vida do objeto; 
d) requisitos da contratação; 
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de 
como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos 
desde o seu início até o seu encerramento; 
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução 
do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou 
entidade; 
g) critérios de medição e de pagamento; 
h) forma e critérios de seleção do fornecedor; 
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos 
preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos 
documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados 
para a obtenção dos preços e para os respectivos cálculos, que 
devem constar de documento separado e classificado; 
j) adequação orçamentária; 
XXIV - anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios 
necessários à elaboração do projeto básico, que deve conter, no 
mínimo, os seguintes elementos: 
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, 
avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-
econômico-social do empreendimento, visão global dos 
investimentos e definições relacionadas ao nível de serviço 
desejado; 
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade; 
c) prazo de entrega; 
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou 
projeto da área de influência, quando cabível; 
e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia 
na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e 
de acessibilidade; 
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18 
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia; 
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram 
a concepção proposta; 
h) levantamento topográfico e cadastral; 
i) pareceres de sondagem; 
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos 
componentes construtivos e dos materiais de construção, de 
forma a estabelecer padrões mínimos para a contratação; 
XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e 
suficientes, com nível de precisão adequado para definir e 
dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de 
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações 
dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade 
técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do 
empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra 
e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo 
conter os seguintes elementos: 
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios 
geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos 
socioambientais e demais dados e levantamentos necessários 
para execução da solução escolhida; 
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente 
detalhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do 
projeto executivo e da realização das obras e montagem, a 
necessidade de reformulações ou variantes quanto à qualidade, 
ao preço e ao prazo inicialmente definidos; 
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais 
e equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas 
especificações, de modo a assegurar os melhores resultados 
para o empreendimento e a segurança executiva na utilização do 
objeto, para os fins a que se destina, considerados os riscos e os 
perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para a 
sua execução; 
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de 
métodos construtivos, de instalações provisórias e de condições 
organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo 
para a sua execução; 
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da 
obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de 
suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados 
necessários em cada caso; 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado 
em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente 
avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de 
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19 
execução previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 
desta Lei; 
XXVI - projeto executivo: conjunto de elementos necessários e 
suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento 
das soluções previstas no projeto básico, a identificação de 
serviços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados 
à obra, bem como suas especificações técnicas, de acordo com 
as normas técnicas pertinentes; 
XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos 
e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos 
de ônus financeiro decorrente de eventos supervenientes à 
contratação, contendo, no mínimo, as seguintes informações: 
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do 
contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio 
econômico-financeiro e previsão de eventual necessidade de 
prolação de termo aditivo por ocasião de sua ocorrência; 
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das 
frações do objeto com relação às quais haverá liberdade para os 
contratados inovarem em soluções metodológicas ou 
tecnológicas, em termos de modificação das soluções 
previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico; 
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das 
frações do objeto com relação às quais não haverá liberdade 
para os contratados inovarem em soluções metodológicas ou 
tecnológicas, devendo haver obrigação de aderência entre a 
execução e a solução predefinida no anteprojeto ou no projeto 
básico, consideradas as características do regime de execução no 
caso de obras e serviços de engenharia; 
XXVIII - empreitada por preço unitário: contratação da execução 
da obra ou do serviço por preço certo de unidades 
determinadas; 
XXIX - empreitada por preço global: contratação da execução da 
obra ou do serviço por preço certo e total; 
XXX - empreitada integral: contratação de empreendimento em 
sua integralidade, compreendida a totalidade das etapas de 
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira 
responsabilidade do contratado até sua entrega ao contratante 
em condições de entrada em operação, com características 
adequadas às finalidades para as quais foi contratado e 
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização com 
segurança estrutural e operacional; 
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20 
XXXI - contratação por tarefa: regime de contratação de mão de 
obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem 
fornecimento de materiais; 
XXXII - contratação integrada: regime de contratação de obras e 
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por 
elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar 
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar 
serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as 
demais operações necessárias e suficientes para a entrega final 
do objeto; 
XXXIII - contratação semi-integrada: regime de contratação de 
obras e serviços de engenharia em que o contratado é 
responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, 
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou 
prestar serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-
operação e as demais operações necessárias e suficientes para a 
entrega final do objeto; 
XXXIV - fornecimento e prestação de serviço associado: regime 
de contratação em que, além do fornecimento do objeto, o 
contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou 
ambas, por tempo determinado; 
XXXV - licitação internacional: licitação processada em território 
nacional na qual é admitida a participação de licitantes 
estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em 
moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode 
ou deve ser executado no todo ou em parte em território 
estrangeiro; 
XXXVI - serviço nacional: serviço prestado em território nacional, 
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; 
XXXVII - produto manufaturado nacional: produto 
manufaturado produzido no território nacional de acordo com o 
processo produtivo básico ou com as regras de origem 
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; 
XXXVIII - concorrência: modalidade de licitação para contratação 
de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e 
especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser: 
a) menor preço; 
b) melhor técnica ou conteúdo artístico; 
c) técnica e preço; 
d) maior retorno econômico; 
e) maior desconto; 
XXXIX - concurso: modalidade de licitação para escolha de 
trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de 
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21 
julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e 
para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor; 
XL - leilão: modalidade de licitação para alienação de bens 
imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente 
apreendidos a quem oferecer o maior lance; 
XLI - pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição 
de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá 
ser o de menor preço ou o de maior desconto; 
XLII - diálogo competitivo: modalidade de licitação para 
contratação de obras, serviços e compras em que a 
Administração Pública realiza diálogos com licitantes 
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o 
intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de 
atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar 
proposta final após o encerramento dos diálogos; 
XLIII - credenciamento: processo administrativo de chamamento 
público em que a Administração Pública convoca interessados 
em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os 
requisitos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade 
para executar o objeto quando convocados; 
XLIV - pré-qualificação: procedimento seletivo prévio à licitação, 
convocado por meio de edital, destinado à análise das condições 
de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto; 
XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos 
para realização, mediante contratação direta ou licitação nas 
modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de 
preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e 
locação de bens para contratações futuras; 
XLVI - ata de registro de preços: documento vinculativo e 
obrigacional, com característica de compromisso para futura 
contratação, no qual são registrados o objeto, os preços, os 
fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem 
praticadas, conforme as disposições contidas no edital da 
licitação, no aviso ou instrumento de contratação direta e nas 
propostas apresentadas; 
XLVII - órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da 
Administração Pública responsável pela condução do conjunto 
de procedimentos para registro de preços e pelo gerenciamento 
da ata de registro de preços dele decorrente; 
XLVIII - órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da 
Administração Pública que participa dos procedimentos iniciais 
da contratação para registro de preços e integra a ata de registro 
de preços; 
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XLIX - órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade da 
Administração Pública que não participa dos procedimentos 
iniciais da licitação para registrode preços e não integra a ata de 
registro de preços; 
L - comissão de contratação: conjunto de agentes públicos 
indicados pela Administração, em caráter permanente ou 
especial, com a função de receber, examinar e julgar 
documentos relativos às licitações e aos procedimentos 
auxiliares; 
LI - catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e 
obras: sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e 
com indicação de preços, destinado a permitir a padronização de 
itens a serem adquiridos pela Administração Pública e que 
estarão disponíveis para a licitação; 
LII - sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado 
digitalmente por autoridade certificadora, no qual o ente 
federativo divulga de forma centralizada as informações e os 
serviços de governo digital dos seus órgãos e entidades; 
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação 
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o 
fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar 
economia ao contratante, na forma de redução de despesas 
correntes, remunerado o contratado com base em percentual da 
economia gerada; 
LIV - seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento das 
obrigações assumidas pelo contratado; 
LV - produtos para pesquisa e desenvolvimento: bens, insumos, 
serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica 
e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação 
tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa; 
LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em 
valor expressivamente superior aos preços referenciais de 
mercado, seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a 
contratação for por preços unitários de serviço, seja do valor 
global do objeto, se a licitação ou a contratação for por tarefa, 
empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-
integrada ou integrada; 
LVII - superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da 
Administração, caracterizado, entre outras situações, por: 
a) medição de quantidades superiores às efetivamente 
executadas ou fornecidas; 
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia 
que resulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou 
segurança; 
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23 
c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia 
que causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em 
favor do contratado; 
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem 
recebimentos contratuais antecipados, distorção do 
cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo 
contratual com custos adicionais para a Administração ou 
reajuste irregular de preços; 
LVIII - reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção 
do equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na 
aplicação do índice de correção monetária previsto no contrato, 
que deve retratar a variação efetiva do custo de produção, 
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais; 
LIX - repactuação: forma de manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro de contrato utilizada para serviços 
contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou 
predominância de mão de obra, por meio da análise da variação 
dos custos contratuais, devendo estar prevista no edital com 
data vinculada à apresentação das propostas, para os custos 
decorrentes do mercado, e com data vinculada ao acordo, à 
convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual o orçamento 
esteja vinculado, para os custos decorrentes da mão de obra; 
LX - agente de contratação: pessoa designada pela autoridade 
competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos 
dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar 
decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao 
procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades 
necessárias ao bom andamento do certame até a homologação. 
[Destacamos]. 
 
1.1.7. DOS AGENTES PÚBLICOS 
 
A Lei Federal nº 14.133/2021 preocupou-se em disciplinar os agentes públicos 
envolvidos na licitação e na execução dos contratos administrativos, com importantes 
requisitos e vedações dirigidos a garantir a lisura dos procedimentos. 
Em primeiro lugar, como visto nas definições retro, a noção de AGENTE 
PÚBLICO da Lei é amplíssima, abrangendo qualquer “indivíduo que, em virtude de 
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da 
Administração Pública”, não importando, pois, se sua ligação com a Administração é 
temporária ou permanente, muito menos se remunerada ou não. O conceito está em 
consonância com outras leis administrativas, a exemplo da Lei de Improbidade 
Administrativa – Lei Federal nº 8.429/1992. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
24 
Nessa toada, esclarece o art. 7º da Lei que caberá à autoridade2 máxima do 
órgão ou da entidade licitante (ou a quem as normas de organização administrativa 
indicarem) promover a gestão por competências e designar agentes públicos para o 
desempenho das funções essenciais à execução de suas normas, os quais devem 
atender aos seguintes requisitos: 
 
a) sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado 
público dos quadros permanentes da Administração Pública; 
b) tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou 
possuam formação compatível ou qualificação atestada por 
certificação profissional emitida por escola de governo criada e 
mantida pelo poder público; e 
c) não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou 
contratados habituais da Administração nem tenham com eles 
vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, 
trabalhista e civil. 
 
Alguns destaquem cabem ser feitos: 
 
(i) nem todo agente público envolvido nas licitações e 
contratações administrativas devem ser servidores efetivos ou 
empregados dos quadros permanentes da Administração; 
(ii) a vedação em razão de vínculo por parentesco com os 
licitantes ou contratados habituais da Administração é até o 
terceiro grau; 
(iii) essa vedação também ocorre por vínculo de natureza 
técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil, o 
que vai exigir exame amplo da vida desses agentes públicos. 
 
O § 1º desse art. 7º determina a observância do estudado “PRINCÍPIO DA 
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES” na designação de agentes públicos para o exercício de 
funções essenciais às licitações e contratações administrativas. Conforme já vimos, 
contudo, embora esse princípio DEVA ser observado, não impede totalmente a 
cumulação de atividades num mesmo agente, salvo quando se tratar de funções mais 
suscetíveis a risco, hipótese em que é vedada a atuação simultânea de um mesmo 
agente público. A proibição de cumulação neste caso se destina a “reduzir a 
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva 
 
2 Por autoridade, também conforme consta das definições do art. 6º, VI, da Lei, devemos entender aquele 
agente público com poder de decisão. 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
25 
contratação”. Ainda segundo a Lei, essas regras aplicam-se igualmente aos órgãos de 
assessoramento jurídico e de controle interno da Administração. 
O art. 8º disciplina a figura do “AGENTE DE CONTRATAÇÃO”, agente público 
designado, entreservidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes 
da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar 
impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias 
ao bom andamento do certame até a homologação. 
Basicamente, é o responsável pela condução e tomada de decisões dentro do 
procedimento licitatório, atuando até o encerramento das fases de julgamento e 
habilitação e exaurimento dos recursos administrativos, quando encaminha o 
expediente à autoridade superior para uma das providências do art. 71 da Lei. Cuida-se 
de novidade da Nova Lei Geral, que não mais exige a designação de uma comissão para 
toda e qualquer licitação. 
Ademais, prescreve a Lei que o agente de contratação será auxiliado por equipe 
de apoio. 
Sobre a responsabilidade do agente de contratação pelos atos que praticar na 
licitação, estabelece a Lei que ele responderá INDIVIDUALMENTE, salvo quando 
induzido a erro pela atuação da equipe. 
Cumpre destacar: 
 
(i) o agente de contratação deve ser obrigatoriamente servidor 
efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da 
Administração Pública [ao contrário com os agentes públicos em 
geral designados para atuarem nas licitações e contratos 
administrativos, que serão apenas preferencialmente servidor 
efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da 
Administração Pública]; 
(ii) não cabe ao agente de contratação (ou, se o caso, a comissão 
de contratação) proceder à adjudicação do objeto e 
homologação da licitação, providência que cabe à autoridade 
que designou esse(s) agente(s) público(s) para conduzir(em) o 
certame. 
 
Temos, ainda, a figura da “COMISSÃO DE CONTRATAÇÃO”, que era regra na 
Lei Federal nº 8.666/1993, mas, na Nova Lei, é uma exceção, sendo formada por, no 
mínimo, 03 (três) membros, designados em caráter permanente ou especial, com a 
função de receber, examinar e julgar documentos relativos às licitações e aos 
procedimentos auxiliares [mesmo papel do agente de contratação]. Os membros 
responderão SOLIDARIAMENTE por todos os atos praticados pela comissão, ressalvado 
aquele que expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em ata 
lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão. 
 
ATENÇÃO! 
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26 
- Agentes públicos designados para funções em licitações e contratos administrativos: 
preferencialmente, devem ser servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros 
permanentes da Administração Pública; 
- Agente de contratação: obrigatoriamente, deve ser servidor efetivo ou empregado 
público dos quadros permanentes da Administração Pública; 
- Comissão de contratação: (i) preferencialmente, devem ser servidores efetivos ou 
empregados públicos dos quadros permanentes (art. 7º, § 2º c/c caput); (ii) 
obrigatoriamente, devem ser servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros 
permanentes, se se tratar da modalidade de diálogo competitivo (art. 32, § 1º, XI). 
 
Precisamos atentar para as hipóteses em que terá lugar a comissão de 
contratação: 
 
- FACULTATIVA (“poderá substituir” o agente de contratação): 
licitação que envolva bens e serviços especiais; 
- OBRIGATÓRIA (“será conduzido por comissão de 
contratação”): modalidade de diálogo competitivo. 
 
As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe de apoio, 
ao funcionamento da comissão de contratação e à atuação de fiscais e gestores de 
contratos de que trata esta Lei serão estabelecidas em regulamento, e deverá ser 
prevista a possibilidade de eles contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento 
jurídico e de controle interno para o desempenho das funções essenciais à execução do 
disposto nesta Lei. 
Também encontramos na Lei a previsão da “empresa ou pessoal especializado 
para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação”, que 
PODERÁ ser contratada em: 
 
(i) licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto 
não seja rotineiramente contratado pela Administração (art. 8º, 
4º, fine); 
(ii) modalidade de diálogo competitivo (art. 32, § 1º, XI, fine). 
 
Note-se que: em caso de bens ou serviços especiais, é possível a substituição 
do agente de contratação pela comissão de contratação; porém, não basta se tratar de 
bens ou serviços especiais para ser possível a contratação de empresa ou pessoal 
especializado de assessoramento, sendo indispensável que esses bens ou serviços 
especiais não sejam rotineiramente contratados pela Administração. Perceba-se 
também que é possível a contratação de empresa ou pessoal especializado de 
assessoramento pelo agente de contratação, pois sua substituição é uma mera 
faculdade em caso de bens e serviços especiais. Apenas no caso da modalidade de 
diálogo competitivo é que, obrigatoriamente, haverá a comissão de contratação e, 
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27 
assim, não há que se falar em contratação de empresa ou pessoal de assessoramento 
por agente de contratação [que não existirá no caso]. 
Registre-se, ainda, que, tratando-se da modalidade de pregão, o agente 
responsável pela condição do certame é chamado de “pregoeiro”, que será leiloeiro 
oficial ou “servidor designado pela autoridade competente da Administração” (art. 8º, 
§ 5º, c/c art. 31). 
De mais a mais, as licitações com critério de julgamento de melhor técnica3 ou 
de técnica e preço, além do agente de contratação ou comissão de contratação, haverá 
uma “banca”, incumbida da atribuição de notas às propostas técnicas (“quesitos de 
natureza qualitativa”), numa atuação que não substitui aquela do agente de contratação 
ou comissão de licitação (art. 37, II). 
A banca será composta por, no mínimo, 03 (três) membros, servidores efetivos 
ou empregados do quadro permanente ou profissionais contratados para este fim. Caso 
se opte pela contratação de profissionais para compor a banca, estaremos diante de 
uma hipótese de dispensa de licitação (art. 75, XIII). 
 
ATENÇÃO! De acordo com o art. 176 da Lei, os municípios com até 20 (vinte) mil 
habitantes terão o prazo de 06 (seis) anos para atender aos requisitos do art. 7º 
(exigências para os agentes públicos designados para o desempenho de funções 
essenciais à execução da Lei) e do caput do art. 8º (exigências para o agente de 
contratação). 
 
O art. 9º da Lei traz VEDAÇÕES aos agentes designados para atuar em 
licitações e contratos administrativos, que se aplicam a terceiros que auxiliem a 
condução da contratação na qualidade de integrante de equipe de apoio, profissional 
especializado ou funcionário ou representante de empresa que preste assessoria 
técnica. Vejamos: 
 
Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na área 
de licitações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, 
situações que: 
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo 
do processo licitatório, inclusive nos casos de participação de 
sociedades cooperativas; 
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes; 
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico 
do contrato; 
 
3 Sob a ótica do art. 33 da Lei, não existe um critério de julgamento chamado simplesmente de “melhor 
técnica”, de modo que toda referência a melhor técnica feita na Lei deve ser lida como “melhor técnica 
ou conteúdo artístico”. 
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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
28 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, 
legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre 
empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a 
moeda, modalidade e local de pagamento, mesmo quando 
envolvido financiamento de agência internacional; 
III - opor resistência injustificada ao andamento dos processos e, 
indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa em lei. 
[Destacamos]. 
 
Por fim, o art. 10 inova ao estabelecer que, preenchidas determinadas 
condições, o agente público poderá optar pela representação judicial ou extrajudicial 
da advocacia pública para se defender, nas esferas administrativa, controladora ou 
judicial, em razão de ato praticado em procedimentos relacionados às licitações e 
contratos de que trata esta Lei. Vejamos: 
 
Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públicos 
que tiverem participado dos procedimentos relacionados às 
licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem 
defender-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial 
em razão de ato praticado com estrita observância de orientação 
constante em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art. 
53 desta Lei, a advocacia pública promoverá, a critério do agente 
público, sua representação judicial ou extrajudicial. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando: 
I - (VETADO); 
II – provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos 
do processo administrativo ou judicial. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na 
hipótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego 
ou função em que foi praticado o ato questionado. 
[Destacamos] 
 
Observe-se que cabe ao agente público OPTAR por ser defendido pela 
advocacia pública em procedimento instaurado por irregularidade de ato seu no âmbito 
de licitações e contratos administrativos. Além disso, somente será possível tal 
representação se o ato questionado tiver sido praticado com estrita observância de 
orientação constante de parecer jurídico elaborado ao final da fase preparatória pelo 
órgão de assessoramento jurídico da Administração (art. 53, § 1º), e desde que não se 
trate de comprovado ato ilícito doloso. 
 
1.2. DO PROCESSO LICITATÓRIO 
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29 
1.2.1. DAS FASES DO PROCESSO LICITATÓRIO 
 
Embora essa divisão não constasse expressamente da Lei Federal nº 
8.666/1993, a doutrina sempre apregoou existirem duas grandes fases na licitação: 
 
(i) interna, dentro do órgão ou entidade licitante, indo até a 
publicação do instrumento convocatório; 
(ii) externa, assim chamada justamente porque é a partir de 
quando a licitação se torna conhecida do público em geral, 
iniciando-se com a publicação do ato de convocação dos 
licitantes e terminando com a adjudicação e homologação do 
certame. 
 
Foi nessa linha que a Lei Federal nº 14.133/2021 inovou com a previsão 
expressa (e uma disciplina pormenorizada) de uma “fase preparatória”, correspondente 
à doutrinariamente conhecida fase interna, após a qual segue um conjunto de outras 
fases que podemos chamar de “competitiva”, a já conhecida fase externa da licitação. 
Na sequência do art. 17 da Lei, temos as ss. fases do processo licitatório: 
 
1. PREPARATÓRIA (fase interna) 
2. COMPETITIVA (fase externa) 
2.1. Divulgação do edital de licitação; 
2.2. Apresentação de propostas e lances, quando for o caso; 
2.3. Julgamento; 
2.4. Habilitação; 
2.5. Recursal; 
2.6. Homologação. 
 
Logo de imediato, precisamos advertir que essa ordem do art. 17 da Lei diz 
respeito ao procedimento geral/comum da licitação, correspondente à concorrência e 
ao pregão, existindo peculiaridades quanto às demais modalidades. 
Isso esclarecido, percebemos que a Nova Lei consagra a fase de julgamento 
antes da de habilitação, regra já prevista nas Leis do Pregão (12.520/2002), do RDC 
12.462/2011), das Organizações da Sociedade Civil (13.019/2014)4 e das Estatais 
 
4 Na verdade, as OSCSs, por não integraram a Administração Pública, cuidando-se, com efeito, de pessoas 
jurídicas de direito privado não estatais que simplesmente podem celebrar vínculos de parceria com o 
Estado, não se submetem ao princípio constitucional da licitação, apenas devendo observar em suas 
contratações com recursos públicos recebidos os princípios constitucionais administrativos, segundo o 
procedimento formal legalmente intitulado de “chamamento público”. No entanto, neste tal 
chamamento público, que de se assemelha a uma licitação em alguma medida, também temos a fase de 
habilitação após a de julgamento. 
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30 
(13.303/2016), muito mais lógica e eficiente, já que evita a conferência desnecessária 
de inúmeros documentos de licitantes perdedores. 
Sem embargo, o § 1º do art. 17 permite que a fase de habilitação anteceda 
aquelas de apresentação de propostas e/ou lances e de julgamento (inversão de fases), 
mas desde que haja expressa previsão no edital e motivação explicitando os benefícios 
decorrentes. 
 
ATENÇÃO! “INVERSÃO DE FASES” 
No regime licitatório antigo, a Lei Federal nº 8.666/1993, então Lei Geral, trazia a 
habilitação obrigatoriamente antes da fase de julgamento, daí porque se tornou praxe 
afirmar que as Leis do Pregão e do RDC previam a inversão das fases de habilitação e 
julgamento. 
Com o novo regime jurídico licitatório ora estudado, é preciso ter cuidado ao se falar em 
“inversão de fases”, eis que, agora, a regra geral é a habilitação após a fase de 
julgamento, ocorrendo a inversão das fases quando a habilitação for antecedente. Em 
outras palavras, a noção de inversão de fases é diametralmente oposta. 
 
Vale destacar também que a Nova Lei traz uma fase recursal única, inclusive 
quando houver a inversão da ordem: 
 
(i) em regra, após a habilitação; ou 
(ii) se houver inversão, com a habilitação ocorrendo antes, após 
o julgamento5. 
 
Notamos também que a adjudicação do objeto do contrato deixou de ser 
prevista como uma fase autônoma do processo licitatório, constando apenas como uma 
providência a ser tomada pela autoridade superior conjuntamente com a homologação 
do certame (art. 71, IV). 
 
1.2.2. DAS FORMALIDADES DO PROCESSO LICITATÓRIO 
 
O processo licitatório se realizará preferencialmente sob a forma eletrônica 
(art. 17, § 2º). Neste caso, a Administração pode exigir, como condição de validade e 
eficácia, que os licitantes pratiquem seus atos também em formato eletrônico (§ 4º). 
A Administração pode, entretanto, optar pela licitação na forma presencial, 
mediante motivação dessa escolha e desde que a sessão pública de apresentação das 
 
5 Lembre-se que, no Pregão, no RDC e na licitação das Estatais, a fase recursal é única apenas se a 
habilitação for após o julgamento [o que, repita-se, é a regra nesses diplomas normativos], sendo dupla 
(uma após a habilitação e outra após o julgamento) em caso de inversão (habilitação antes do 
julgamento). 
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31 
propostas seja registrada em ata e gravada em áudio e vídeo, gravação esta que será 
juntada aos autos do processo licitatório despois de seu encerramento (§ 5º).Nos termos do art. 13 da Lei, independentemente da forma eletrônica 
(preferencial) ou presencial (possível, por ato motivado), os atos praticados no processo 
licitatório serão públicos, SALVO quando o sigilo for indispensável à segurança da 
sociedade ou do Estado, na forma da lei6 (exceção à publicidade). 
Ademais, a publicidade será diferida7: 
 
a) quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura 
(princípio do sigilo das propostas, cuja violação configura, 
inclusive, o crime do art. 337-J do Código Penal); 
b) em relação ao orçamento estimado pela Administração, nos 
termos do art. 24 desta Lei (veremos). 
 
O art. 12 da Lei traz outras normas meramente formais, merecendo ser lido em 
sua integralidade: 
 
Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte: 
I - os documentos serão produzidos por escrito, com data e local 
de sua realização e assinatura dos responsáveis; 
II - os valores, os preços e os custos utilizados terão como 
expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o 
disposto no art. 52 desta Lei (licitações internacionais); 
III - o desatendimento de exigências meramente formais que não 
comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a 
compreensão do conteúdo de sua proposta não importará seu 
afastamento da licitação ou a invalidação do processo (princípio 
da pas de nullitè sans grief, da ausência de nulidade sem 
prejuízo ou da instrumentalidade das formas); 
IV - a prova de autenticidade de cópia de documento público 
ou particular poderá ser feita perante agente da 
Administração, mediante apresentação de original ou de 
declaração de autenticidade por advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal; 
V - o reconhecimento de firma somente será exigido quando 
houver dúvida de autenticidade, salvo imposição legal; 
 
6 A Lei Federal nº 12.527/2011 “Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no 
inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal, trazendo as hipóteses de restrição 
de acesso a informações detidas pela Administração Pública em geral”. 
7 Não se trata propriamente de exceção ao princípio da publicidade. 
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32 
VI - os atos serão preferencialmente digitais, de forma a 
permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e 
validados por meio eletrônico; 
VII - a partir de documentos de formalização de demandas, os 
órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo 
poderão, na forma de regulamento, elaborar plano de 
contratações anual, com o objetivo de racionalizar as 
contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, 
garantir o alinhamento com o seu planejamento estratégico e 
subsidiar a elaboração das respectivas leis orçamentárias. 
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do 
caput deste artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição 
do público em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente 
federativo na realização de licitações e na execução dos 
contratos. 
§ 2º É permitida a identificação e assinatura digital por pessoa 
física ou jurídica em meio eletrônico, mediante certificado digital 
emitido em âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas 
Brasileira (ICP-Brasil). 
[Destacamos e comentamos]. 
 
1.2.3. DAQUELES QUE PODEM (OU NÃO) DISPUTAR LICITAÇÃO E PARTICIPAR DA 
EXECUÇÃO DE CONTRATO 
 
Quanto aos impedimentos à participação de licitação ou de execução de 
contrato administrativo, prevê a Lei não poderem, direta ou indiretamente: 
a) Agente público de órgão ou entidade licitante ou contratante, devendo ser 
observadas as situações que possam configurar conflito de interesses no exercício ou 
após o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação que disciplina a matéria 
(art. 9º, §1º): 
Como se percebe, não é todo e qualquer agente público que não pode 
participar de licitação ou de execução de contrato administrativo, incidindo a vedação 
apenas sobre aquele que seja do órgão ou entidade licitante ou contratante. Note-se 
que o impedimento de participação ocorre mesmo que o agente do órgão ou entidade 
não tenha sido designado para desempenhar funções na licitação ou execução do 
contrato. 
Além disso, por razões de “conflito de interesse”, a proibição há de 
permanecer, conforme a legislação que disciplina a matéria, mesmo após o agente 
deixar o exercício do cargo, emprego ou função pública, naquilo que se costuma chamar 
de “quarentena”8. 
 
8 Por exemplo, em nível federal, a Lei nº 12.813/2013 disciplina o conflito de interesses no exercício de 
cargo ou emprego do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou 
emprego, estabelecendo o prazo de 06 (seis) meses, contado da data da dispensa, exoneração, 
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33 
b) Autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pessoa 
física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens 
a ele relacionados (art. 14, I); 
c) Empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do 
projeto básico ou do projeto executivo, ou empresa da qual o autor do projeto seja 
dirigente, gerente, controlador, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) 
do capital com direito a voto, responsável técnico ou subcontratado, quando a licitação 
versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a ela necessários (art. 14, II): 
Merece atenção o fato de que os autores do “estudo técnico preliminar” e do 
“termo de referência” não constam expressamente dessas proibições. Nada obstante, 
eles tendem a estar impedidos de participar por força das hipóteses “a” (agente público) 
ou “d” (vínculo profissional ou familiar com dirigente ou agente público com função na 
licitação ou na fiscalização ou gestão do contrato, conforme a seguir analisado). 
Interessante pontuar também que a primeira parte da hipótese “c” já se 
encontra contemplada pela “b”, já que esta abrange tanto a pessoa física quanto a 
jurídica. O importante da hipótese “c”, então, é sua segunda parte, notadamente a 
vedação a empresa da qual o autor do projeto seja acionista ou detentor de mais de 5% 
(cinco por cento) do capital com direito a voto. 
O § 2º do art. 14 ressalva que, a critério da Administração e exclusivamente a 
seu serviço, o autor dos projetos e a empresa a que se referem essas hipóteses poderão 
participar no apoio das atividades de planejamento da contratação, de execução da 
licitação ou de gestão do contrato, desde que sob supervisão exclusiva de agentes 
públicos do órgão ou entidade. Em outras palavras, eles poderão trabalhar para a 
Administração licitante ou contratante. 
A seu turno, o § 3º equipara aos autores do projeto as empresas integrantes do 
mesmo grupo econômico, numa tentativa de evitar fraudes à vedação por meio da 
utilização abusiva da personalidade jurídica. 
Finalmente, nos termos do § 4º e conforme ainda estudaremos, essas vedações 
não impedem a licitação ou a contratação de obra ou serviço que inclua como encargo 
do contratado a elaboração do projeto básico e do projeto executivo, nas contratações 
integradas, e do projeto executivo, nos demais regimes de execução. 
d) Pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação, 
impossibilitada de participar da licitação em decorrência de sanção que lhe foi imposta 
(art. 14, III): 
Nos termos do § 1º do art. 14, esse impedimento aplica-se também se 
comprovada a utilização fraudulenta da personalidade jurídica, incidindo sobre o 
licitante que atue em substituição a outra pessoa, físicaou jurídica, no intuito de burlar 
a efetividade da sanção aplicada a esta, inclusive à sua controladora, controlada ou 
coligada. 
 
destituição, demissão ou aposentadoria, para que certos ex-agentes públicos possam celebrar com órgãos 
ou entidades do Poder Executivo federal contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades 
similares, vinculados, ainda que indiretamente, ao órgão ou entidade em que tenha ocupado o cargo ou 
emprego. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
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e) Aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, 
financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade contratante ou com 
agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na 
gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa proibição constar 
expressamente do edital de licitação (art. 14, IV); 
Essa hipótese pode ser traduzida em vedação àquele que mantenha vínculo 
profissional (técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista, civil) ou familiar 
(cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 
terceiro grau) com: (a) dirigente do órgão ou entidade contratante; (b) agente público 
que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato. 
 
ATENÇÃO! Enquanto o agente público está vedado de participar da licitação ou da 
execução do contrato público simplesmente se pertencer ao órgão ou entidade licitante 
(art. 9º, § 1º), o familiar do agente público (cônjuge, companheiro ou parente até o 3º 
grau) somente estará impedido esse agente desempenhar função na licitação ou na 
fiscalização ou gestão do contrato (art. 14, IV). Em outras palavras, em princípio, o 
familiar do agente público que pertence ao órgão ou entidade licitante ou contratante 
pode participar da licitação ou da execução do contrato. 
 
Acrescente-se, que, nessa mesma linha, “é vedada subcontratação de pessoa 
física ou jurídica, se aquela ou os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza 
técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou 
entidade contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou 
atue na fiscalização ou na gestão do contrato, ou se deles forem cônjuge, companheiro 
ou parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa 
proibição constar expressamente do edital de licitação” (art. 122, § 3º). 
f) Empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da Lei nº 
6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo entre si: 
Como forma de evitar burla ao caráter competitivo do certame, cuida-se de 
impedimento a que pessoas jurídicas com vínculos de dependência entre si concorram 
na mesma licitação. Lembremos os conceitos de controladora, controlada e coligada 
previstos no art. 243, § 1º da Lei das S/As: 
 
§ 1º São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha 
influência significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 
2009) 
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a 
controladora, diretamente ou através de outras controladas, é 
titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo 
permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder 
de eleger a maioria dos administradores. 
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§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, 
sobre coligadas e controladas, que forem exigidas pela Comissão 
de Valores Mobiliários. 
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a 
investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões 
das políticas financeira ou operacional da investida, sem 
controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
§ 5º É presumida influência significativa quando a investidora for 
titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da 
investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
[Destacamos] 
 
g) Pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à divulgação do 
edital, tenha sido condenada judicialmente, com trânsito em julgado, por exploração 
de trabalho infantil, por submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo 
ou por contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação trabalhista; 
h) Em licitações e contratações realizadas no âmbito de projetos e programas 
parcialmente financiados por agência oficial de cooperação estrangeira ou por 
organismo financeiro internacional com recursos do financiamento ou da contrapartida 
nacional, não poderá participar pessoa física ou jurídica que integre o rol de pessoas 
sancionadas por essas entidades ou que seja declarada inidônea nos termos desta Lei. 
Além dessas vedações, preocupou-se a Lei em enunciar e disciplinar a 
possibilidade de pessoas jurídicas em consórcio e de cooperativas participarem de 
licitação, nos ss. termos: 
 
Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo 
licitatório, pessoa jurídica poderá participar de licitação em 
consórcio, observadas as seguintes normas: 
I - comprovação de compromisso público ou particular de 
constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; 
II - indicação da empresa líder do consórcio, que será 
responsável por sua representação perante a Administração; 
III - admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório 
dos quantitativos de cada consorciado e, para efeito de 
habilitação econômico-financeira, do somatório dos valores de 
cada consorciado; 
IV - impedimento de a empresa consorciada participar, na 
mesma licitação, de mais de um consórcio ou de forma isolada; 
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos 
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de 
execução do contrato. 
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§ 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 
10% (dez por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor 
exigido de licitante individual para a habilitação econômico-
financeira, salvo justificação [note que a obrigatoriedade de 
acréscimo pode ser afastada por justificativa da 
Administração]; 
§ 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica aos 
consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e 
pequenas empresas, assim definidas em lei. 
§ 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da 
celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, 
nos termos do compromisso referido no inciso I do caput deste 
artigo [veja que, para participar da licitação, não é necessária a 
prévia constituição do consórcio, bastando o compromisso 
público ou particular de constituição referido no inciso I]. 
§ 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela 
autoridade competente, o edital de licitação poderá estabelecer 
limite máximo para o número de empresas consorciadas. 
§ 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente 
autorizada pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à 
comprovação de que a nova empresa do consórcio possui, no 
mínimo, os mesmos quantitativos para efeito de habilitação 
técnica e os mesmos valores para efeito de qualificação 
econômico-financeira apresentados pela empresa substituída 
para fins de habilitação do consórcio no processo licitatório que 
originou o contrato. 
Art. 16. Os profissionais organizadossob a forma de cooperativa 
poderão participar de licitação quando: 
I - a constituição e o funcionamento da cooperativa observarem 
as regras estabelecidas na legislação aplicável, em especial a Lei 
nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, a Lei nº 12.690, de 19 de 
julho de 2012, e a Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 
2009; 
II - a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em 
regime cooperado, com repartição de receitas e despesas entre 
os cooperados; 
III - qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de 
executar o objeto contratado, vedado à Administração indicar 
nominalmente pessoas; 
IV - o objeto da licitação referir-se, em se tratando de 
cooperativas enquadradas na Lei nº 12.690, de 19 de julho de 
2012 [cooperativas de trabalho]9, a serviços especializados 
 
9 Nos termos do art. 2º da Lei Federa 12.690/2012, a cooperativa de trabalho é “a sociedade constituída 
por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, 
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constantes do objeto social da cooperativa, a serem executados 
de forma complementar à sua atuação. 
[Destacamos e comentamos]. 
 
A possibilidade de participação de consórcios e cooperativas vai ao encontro 
da proibição já vista de previsões que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter 
competitivo da licitação. Por outro lado, por essa mesma razão, a Lei veda 
expressamente qualquer benefício ou privilégio às entidades cooperativas (art. 9º, I, 
“a”). 
 
1.3. DA FASE PREPARATÓRIA/INTERNA 
1.3.1. DOS PROCEDIMENTOS DE PLANEJAMENTO 
 
A fase preparatória ou interna se desenvolve toda dentro do órgão ou entidade 
licitante, ainda quando o instrumento convocatório não foi divulgado à sociedade em 
geral. Corresponde a todos os procedimentos de PLANEJAMENTO da licitação e da 
contratação decorrente, voltados basicamente à modelação do edital, a saber (art. 18): 
 
i) Descrição da necessidade de contratação fundamentada em 
estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público 
envolvido; 
ii) Definição do objeto para atendimento da necessidade, por 
meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou 
projeto executivo, conforme o caso; 
iii) Definição das condições de execução e pagamento, das 
garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento; 
iv) Orçamento estimado, com a composição dos preços 
utilizados para sua formação; 
v) Elaboração do edital de licitação; 
vi) Elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que 
constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação; 
vii) Regime de execução do contrato: de fornecimento de bens, 
de prestação de serviços ou de execução de obras e serviços de 
engenharia, observados os potenciais de economia de escala; 
viii) Modalidade de licitação, critério de julgamento, modo de 
disputa e adequação e eficiência da forma de combinação 
desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a 
 
autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições 
gerais de trabalho”. 
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gerar o resultado mais vantajoso para a Administração, 
considerado todo o ciclo de vida do objeto; 
ix) Motivação circunstanciada das condições do edital, tais 
como justificativa de exigências de qualificação técnica, 
mediante indicação das parcelas de maior relevância técnica ou 
valor significativo do objeto, e de qualificação econômico-
financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento 
das propostas técnicas, nas licitações com julgamento por 
melhor técnica ou técnica e preço, e justificativa das regras 
pertinentes à participação de empresas em consórcio; 
x) Análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da 
licitação e a boa execução contratual; 
xi) Motivação sobre o momento de divulgação do orçamento 
da licitação, tendo em vista a possibilidade de seu diferimento 
nos termos do art. 24. 
 
Toda a fase preparatória deve compatibilizar-se com o PLANO DE 
CONTRATAÇÃO ANUAL, elaborado pelos órgãos de planejamento de cada ente 
federativo a partir de documentos de formalização de demandas e com o objetivo de 
racionalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, garantir o 
alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das 
respectivas leis orçamentárias (art. 12, caput, VII). Esse plano deve ser divulgado e 
mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente 
federativo na realização de licitações e na execução dos contratos (§ 2º). Trata-se de 
instrumento voltado à racionalização da máquina administrativa, permitindo uma 
coordenação entre as diversas entidades e órgãos do ente federativo e, assim, uma 
maior eficiência nas contratações públicas. 
A fim de garantir a coordenação e padronização dos órgãos administrativos na 
realização de licitações e contratações públicas, a Lei Federal nº 14.133/2021 determina 
a REGULAMENTAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS pela Administração Pública, a promover 
processos integrativos que favoreçam a eficiência administrativa. Nesse sentido, o art. 
19 da Lei: 
 
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências 
regulamentares relativas às atividades de administração de 
materiais, de obras e serviços e de licitações e contratos 
deverão: 
I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, a 
centralização dos procedimentos de aquisição e contratação de 
bens e serviços; 
II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras, 
serviços e obras, admitida a adoção do catálogo do Poder 
Executivo federal por todos os entes federativos; 
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39 
III - instituir sistema informatizado de acompanhamento de 
obras, inclusive com recursos de imagem e vídeo; 
IV - instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico 
e de controle interno, modelos de minutas de editais, de termos 
de referência, de contratos padronizados e de outros 
documentos, admitida a adoção das minutas do Poder Executivo 
federal por todos os entes federativos; 
V - promover a adoção gradativa de tecnologias e processos 
integrados que permitam a criação, a utilização e a atualização 
de modelos digitais de obras e serviços de engenharia. 
§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo poderá 
ser utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de 
menor preço ou o de maior desconto e conterá toda a 
documentação e os procedimentos próprios da fase interna de 
licitações, assim como as especificações dos respectivos objetos, 
conforme disposto em regulamento. 
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de 
que trata o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que 
trata o inciso IV do caput deste artigo deverá ser justificada por 
escrito e anexada ao respectivo processo licitatório. 
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e 
arquitetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será 
preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da 
Construção (Building Information Modelling - BIM) ou 
tecnologias e processos integrados similares ou mais 
avançados que venham a substituí-la. 
 
Merece atenção especial a figura do “catálogo eletrônico de padronização de 
compras, serviços e obras”, o qual, reunindo toda a documentação e procedimentos dafase interna de licitações, consiste num sistema informatizado de gerenciamento 
centralizado e com indicação de preços destinado a permitir a padronização de itens a 
serem adquiridos pela Administração Pública (art. 6º, LI). Nos termos do art. 40, V “a”, 
o dever de padronização visa à compatibilidade de especificações estéticas, técnicas ou 
de desempenho. 
Basicamente, esse catálogo permite que a Administração, de antemão e de 
forma centralizada (para todos os seus órgãos), padronize os bens, serviços ou obras 
que atendem a determinadas necessidades públicas, simplificando as escolhas 
administrativas, com economia de tempo e de recursos públicos. Tomando como 
exemplo materiais de escritório (pastas, papéis, canetas, grampos etc.), a Administração 
irá definir quais itens devem ser adquiridos, suas características objetivas e preços 
admitidos. 
Note-se que esse catálogo deve ser obrigatoriamente criado e empregado pela 
Administração, admitindo-se sua não utilização mediante justificativa por escrito, de 
forma excepcional, portanto. Além disso, ele somente pode ser utilizado para licitações 
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com critério de julgamento de menor preço ou de menor desconto, critérios mais 
simples, que consideram apenas o menor dispêndio de recursos públicos (atendidos, é 
claro, os padrões mínimos de qualidade), únicos compatíveis com a simplicidade 
inerente a processos de padronização. Finalmente, o catálogo de padronização editado 
pelo Poder Executivo Federal pode ser utilizado por todos os entes federativos 
(“carona”). 
A seu turno, merece esclarecimento a intitulada “Modelagem da Informação 
da Construção (Building Information Modelling – BIM)”, indicada pela Lei como 
preferencial em caso de licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura. 
Cuida-se de ferramenta tecnológica de planejamento, execução e manutenção de obras 
e serviços de engenharia e arquitetura consistente na criação de um modelo 
virtual/digital de uma edificação que, gerado computacionalmente, contém a geometria 
exata e os dados essenciais para a construção, fabricação e fornecimento de insumos 
necessários à realização da obra10. 
Em mais uma preocupação com a padronização (e moralização) das 
contratações públicas, a Lei estabelece que os itens de consumo adquiridos para suprir 
as demandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de qualidade comum, 
não superior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam, vedada a 
aquisição de artigos de luxo. Os limites para o enquadramento de um bem de consumo 
na categoria de artigo de luxo serão definidos em regulamento de cada um dos Poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário. Após 180 (cento e oitenta) dias da promulgação da 
Nova Lei, a ser editado em até 180 dias da promulgação da Lei, novas compras de bens 
de consumo só poderão ser efetivadas com a edição, pela autoridade competente, do 
regulamento (art. 20). 
Por fim, conforme veremos ao tratar especificamente do edital, determina a 
Lei que, sempre que o objeto da licitação permitir, a Administração adotará minutas 
padronizadas de edital e de contrato com cláusulas uniformes (art. 25, § 1º). 
 
1.3.2. DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
Diante de uma necessidade de contratação pública, instaura-se procedimento 
administrativo e procede-se à elaboração do chamado ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR, 
primeira etapa do planejamento da licitação, tratando-se de documento que caracteriza 
o interesse público envolvido (ou problema a ser resolvido) e sua melhor solução, de 
modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação, dando 
base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados 
caso se conclua pela viabilidade da contratação. Ele possui os seguintes elementos (art. 
6º, XX, c/c art. 18, § 1º, da Lei): 
 
a) Obrigatórios (mínimos): 
 
10 Para mais sobre o tema, confira-se: <<< http://www.novaleilicitacao.com.br/2020/02/06/a-adocao-da-
modelagem-da-informacao-da-construcao-building-information-modeling-bim-no-projeto-de-lei-no-
1292-de-1995/ >>> 
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- Descrição da necessidade da contratação; 
- Estimativas das quantidades para a contratação; 
- Estimativa do valor da contratação, que poderá constar de 
anexo classificado caso a Administração opte por seu sigilo até a 
conclusão da licitação (nos termos do art. 24); 
- Justificativas para o parcelamento ou não da contratação; 
- Posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação 
para o atendimento da necessidade a que se destina. 
b) Facultativos (dispensáveis), com ausência devidamente 
justificada: 
- Demonstração da previsão da contratação no plano de 
contratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o 
seu alinhamento com o planejamento da Administração; 
- Requisitos da contratação; 
- Levantamento de mercado, que consiste na análise das 
alternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da 
escolha do tipo de solução a contratar; 
- Descrição da solução como um todo, inclusive das exigências 
relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o 
caso; 
- Demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de 
economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos 
humanos, materiais e financeiros disponíveis; 
- Providências a serem adotadas pela Administração 
previamente à celebração do contrato, inclusive quanto à 
capacitação de servidores ou de empregados para fiscalização e 
gestão contratual; 
- Contratações correlatas e/ou interdependentes; 
- Descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas 
medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de 
energia e de outros recursos, bem como logística reversa para 
desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável; 
 
Por oportuno, merece registro que o art. 21 da Lei disciplina os INSTRUMENTOS 
DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL da audiência pública e da consulta pública: 
 
- Audiência pública: PODERÁ ser convocada, com antecedência 
mínima de 08 (oito) dias úteis, presencial ou à distância, na 
forma eletrônica, com disponibilização prévia de informações 
pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e elementos 
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do edital de licitação, e com possibilidade de manifestação de 
todos os interessados; 
- Consulta pública: PODERÁ ocorrer, mediante a disponibilização 
de seus elementos a todos os interessados, que poderão 
formular sugestões no prazo fixado. 
 
Percebe-se que esses instrumentos de participação popular são de realização 
facultativa, segundo um juízo discricionário da Administração Pública. Além disso, o 
momento de sua realização é após já ter sido elaborado o estudo técnico preliminar e 
definidos os elementos do edital, notadamente para permitir que os interessados 
conheçam da licitação que se pretende realizar e possam participar ativamente. 
A diferença essencial entre uma e outra é que, na audiência pública, temos uma 
reunião ou solenidade em que todos os interessados poderão se manifestar, ao passo 
que, na consulta pública, a participação se dá por meio do simples envio de sugestões 
dentro do prazo fixado pela Administração, sem qualquer ocorrência de um evento para 
discussão do assunto. 
Não é ocioso observar, por fim, que, pelos termos da Lei, a Administração podeescolher pela realização de um ou outro, de ambos ou de nenhum dos instrumentos de 
participação social (discricionariedade administrativa). 
 
1.3.3. DA DEFINIÇÃO DO OBJETO DA LICITAÇÃO 
 
Segue-se, então, à definição do objeto da licitação, o qual, nos termos da Lei, 
corresponde a um dos seguintes 03 (três) grandes tipos: 
 
- Bens: os bens podem ser objeto das mais variadas formas de 
contratação, a exemplo, conforme enumera o art. 2º da Lei, da 
alienação e concessão de direito real de uso, compra, da locação 
e da concessão e permissão de uso de bens públicos. 
Especificamente sobre a compra, trata-se de aquisição 
remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou 
parceladamente, considerando-se compra imediata aquela com 
prazo de entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de 
fornecimento (art. 6º, X); 
- Serviços: atividade ou conjunto de atividades destinadas a 
obter determinada utilidade, intelectual ou material, de 
interesse da Administração (XI); 
- Obras: toda atividade estabelecida, por força de lei, como 
privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica 
intervenção no meio ambiente por meio de um conjunto 
harmônico de ações que, agregadas, formam um todo que inova 
o espaço físico da natureza ou acarreta alteração substancial das 
características originais de bem imóvel (XII). 
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43 
 
Os bens e serviços classificam-se em: 
 
- Bens e serviços comuns: padrões de desempenho e qualidade 
podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais de mercado (XIII); 
- Bens e serviços especiais: por sua alta heterogeneidade ou 
complexidade, seus padrões de desempenho e qualidade não 
podem ser definidos objetivamente pelo edital, por meio de 
especificações usuais de mercado. A Administração deve sempre 
justificar previamente a caracterização de um bem ou serviço 
como especial (XIV). 
 
Por sua vez, os serviços dividem-se ainda em: 
 
- Serviços contínuos: serviços contratados e compras realizadas 
pela Administração Pública para a manutenção da atividade 
administrativa, decorrentes de necessidades permanentes ou 
prolongadas11 (XV); 
- Serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão 
de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige, 
entre outros requisitos, que os empregados do contratado 
fiquem à disposição nas dependências do contratante para a 
prestação dos serviços; o contratado não compartilhe os 
recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação 
para execução simultânea de outros contratos; e o contratado 
possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, 
controle e supervisão dos recursos humanos alocados aos seus 
contratos (XVI); 
- Serviços não contínuos ou contratados por escopo: aqueles 
que impõem ao contratado o dever de realizar a prestação de 
um serviço específico em período predeterminado, podendo ser 
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário 
à conclusão do objeto (XVII); 
- Serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual: aqueles realizados em 
trabalhos relativos a: 
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos 
executivos; 
 
11 A bem da verdade, conforme se percebe pela dicção da Lei, não apenas os serviços podem ser 
contínuos, mas também as compras, com o fornecimento de bens de forma permanente ou prolongada, 
para a manutenção da máquina administrativa. 
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44 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e 
tributárias; 
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; 
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e 
ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e 
monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio 
ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem na 
definição deste inciso (XVIII); 
 
Temos, ainda, a categoria do chamado “serviço de engenharia”, caracterizado 
como toda atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada 
utilidade, intelectual ou material, de interesse para a Administração e que, não 
enquadradas no conceito de obra, são estabelecidas, por força de lei, como privativas 
das profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializados, 
compreendendo (XXI): 
 
- Serviço COMUM de engenharia: todo serviço de engenharia 
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em 
termos de desempenho e qualidade, de manutenção, de 
adequação e de adaptação de bens móveis e imóveis, com 
preservação das características originais dos bens; 
- Serviço ESPECIAL de engenharia: aquele que, por sua alta 
heterogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na 
definição constante da alínea “a” deste inciso (não são 
objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e 
qualidade). 
 
Merece destaque o fato de que embora tanto a obra quanto o serviço de 
engenharia sejam privativos das profissões de arquiteto e engenheiro, a primeira (obra) 
envolve necessariamente bem imóvel (“intervenção no meio ambiente que inova o 
espaço físico da natureza ou acarreta a alteração de bem imóvel”), ao passo que o 
segundo (serviço de engenharia) é prestado em relação a um bem móvel ou imóvel 
(“manutenção, adequação ou adaptação de bens móveis ou imóveis”). 
A Lei traz ainda a noção de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, 
como aqueles cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de 
reais). A contratação de grande vulto possui as seguintes implicações: 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
45 
- Obrigatoriedade de o edital contemplar matriz de alocação de 
riscos entre o contratante e o contratado (art. 22, § 3º); 
- Obrigatoriedade de a contratada instituir, em até 06 meses da 
celebração do contrato, programa de integridade (art. 25, § 4º); 
- Possibilidade, em caso de obras e serviços de engenharia de 
grande vulto, de a Administração exigir a prestação de seguro-
garantia pelo contratante, em até 30% do valor inicial do 
contrato (art. 99). 
 
A natureza do objeto da licitação determina o INSTRUMENTO DE SUA 
DEFINIÇÃO (para atendimento da necessidade descrita no estudo técnico preliminar), 
quais sejam o termo de referência, o anteprojeto, o projeto básico e o projeto executivo 
(art. 18, II). 
A bem da verdade, conquanto a lei estabeleça que o objeto da licitação será 
definido nesses instrumentos mencionados, perceba-se que os elementos do estudo 
técnico preliminar apontam que este já delineará o objeto da licitação, não sendo por 
acaso que o § 3º do art. 18 desse mesmo artigo prescreve que, em se tratando de estudo 
técnico preliminar para contratação de obras e serviços comuns de engenharia, se 
demonstrada a inexistência de prejuízo para a aferição dos padrões de desempenho e 
qualidade almejados, a especificação do objeto poderá ser realizada apenas em termo 
de referência ou em projeto básico, dispensada a elaboração de projetos. Em outras 
palavras, não se tratando de obras e serviços comuns de engenharia, a especificação do 
objeto deverá constar obrigatoriamente já do estudo técnico preliminar.Bem, o “termo de referência” deve ser elaborado no caso da licitação de bens 
e serviços (comuns ou especial)12, cuidando-se de documento que conterá todos os 
parâmetros e elementos descritivos da contratação a se realizar, como (art. 6º, XXIII): 
 
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, 
o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua 
prorrogação; 
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência 
aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando 
não for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes 
que não contiverem informações sigilosas; 
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo 
de vida do objeto; 
d) requisitos da contratação; 
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de 
como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos 
desde o seu início até o seu encerramento; 
 
12 Salvo os chamados “serviços de engenharia”, o qual, conforme veremos, não é objeto de termo de 
referência, mas de anteprojeto e projetos básico e executivo. 
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46 
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução 
do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou 
entidade; 
g) critérios de medição e de pagamento; 
h) forma e critérios de seleção do fornecedor; 
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos 
preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos 
documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados 
para a obtenção dos preços e para os respectivos cálculos, que 
devem constar de documento separado e classificado; 
j) adequação orçamentária; 
 
Por outro lado, a Lei prevê o chamado “anteprojeto” (de engenharia)13 se se 
tratar da contratação de obras e serviços de engenharia, consistindo em peça técnica 
com todos os subsídios necessários à elaboração do projeto básico e que deve conter os 
ss. elementos mínimos (XXIV): 
 
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, 
avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-
econômico-social do empreendimento, visão global dos 
investimentos e definições relacionadas ao nível de serviço 
desejado; 
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade; 
c) prazo de entrega; 
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou 
projeto da área de influência, quando cabível; 
e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia 
na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e 
de acessibilidade; 
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia; 
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram 
a concepção proposta; 
h) levantamento topográfico e cadastral; 
i) pareceres de sondagem; 
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos 
componentes construtivos e dos materiais de construção, de 
forma a estabelecer padrões mínimos para a contratação. 
 
13 No RDC (Lei Federal nº 12.462), já se falava em “anteprojeto de engenharia”, mas restrito às licitações 
sob o regime de execução da contratação integrada. Diferentemente, a Nova Lei refere-se tão somente a 
“anteprojeto”, necessário quando se tratar de obras e serviços de engenharia, e em qualquer regime de 
execução cabível (não apenas no de contratação integrada). 
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47 
 
Ainda no caso de obras ou serviços de engenharia, a par do anteprojeto, temos 
o conhecido “projeto básico”, definido pelo inciso XXV do art. 6º da Lei como um 
“conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para 
definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto 
da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que 
assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do 
empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos 
métodos e do prazo de execução. A Lei prescreve ainda seus elementos, in verbis: 
 
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios 
geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos 
socioambientais e demais dados e levantamentos necessários 
para execução da solução escolhida; 
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente 
detalhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do 
projeto executivo e da realização das obras e montagem, a 
necessidade de reformulações ou variantes quanto à qualidade, 
ao preço e ao prazo inicialmente definidos; 
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais 
e equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas 
especificações, de modo a assegurar os melhores resultados 
para o empreendimento e a segurança executiva na utilização do 
objeto, para os fins a que se destina, considerados os riscos e os 
perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para a 
sua execução; 
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de 
métodos construtivos, de instalações provisórias e de condições 
organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo 
para a sua execução; 
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da 
obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de 
suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados 
necessários em cada caso; 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado 
em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente 
avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de 
execução previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 
desta Lei; 
 
Finalmente, também no caso de obras ou serviços de engenharia, a Lei prevê o 
“projeto executivo”, etapa seguinte ao projeto básico e que consiste no “conjunto de 
elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento 
das soluções previstas no projeto básico, a identificação de serviços, de materiais e de 
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48 
equipamentos a serem incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas, de 
acordo com as normas técnicas pertinentes” (art. 6º, XXV). 
Por ora, merece registro apenas que, de acordo com o § 1º do art. 46, é vedada 
a REALIZAÇÃO14 de obras e serviços de engenharia SEM PROJETO EXECUTIVO, 
ressalvada a hipótese de obras e serviços COMUNS de engenharia, desde que 
demonstrado em estudo técnico preliminar a inexistência de prejuízo para a aferição 
dos padrões de desempenho e qualidade, bastando a definição do objeto em termo de 
referência ou em projeto básico. 
 
1.3.4. DO ORÇAMENTO ESTIMADO 
 
Interessada em contratar, a Administração Pública deve OBRIGATORIAMENTE 
estimar um orçamento, com os valores praticados pelo mercado, considerados os 
preços constantes de bancos de dados públicos e as quantidades a serem contratadas, 
observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local de execução do 
objeto (art. 23). 
O art. 23 da Lei preocupou-se em disciplinar a FORMA E PARÂMETROS DE 
DEFINIÇÃO DO VALOR ESTIMADO, que dependerá do objeto da licitação: 
 
LICITAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS EM 
GERAL – “valor estimado com base no 
melhor preço aferido por meio da 
utilização dos seguintes parâmetros, 
adotados de forma combinada ou não” 
(§ 1º): 
LICITAÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS DE 
ENGENHARIA – “valor estimado, 
acrescido do percentual de Benefícios e 
Despesas Indiretas(BDI) de referência e 
dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será 
definido por meio da utilização de 
parâmetros na seguinte ordem” (§ 2º): 
I - composição de custos unitários 
menores ou iguais à mediana do item 
correspondente no painel para consulta 
de preços ou no banco de preços em 
saúde disponíveis no Portal Nacional de 
Contratações Públicas (PNCP); 
I - composição de custos unitários 
menores ou iguais à mediana do item 
correspondente do Sistema de Custos 
Referenciais de Obras (Sicro), para 
serviços e obras de infraestrutura de 
transportes, ou do Sistema Nacional de 
Pesquisa de Custos e Índices de 
Construção Civil (Sinapi), para as demais 
obras e serviços de engenharia; 
II - contratações similares feitas pela 
Administração Pública, em execução ou 
concluídas no período de 1 (um) ano 
II - utilização de dados de pesquisa 
publicada em mídia especializada, de 
tabela de referência formalmente 
 
14 O projeto executivo é, via de regra, indispensável para a realização (execução do contrato) de obras e 
serviços de engenharia, mas não para a realização da licitação. Ocorre que, conforme veremos, há 
hipóteses em que a licitação se desenvolve normalmente sem a existência de um projeto executivo, como 
se dá nos regimes de contratação integrada e semi-integrada. 
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49 
anterior à data da pesquisa de preços, 
inclusive mediante sistema de registro de 
preços, observado o índice de atualização 
de preços correspondente; 
aprovada pelo Poder Executivo federal e 
de sítios eletrônicos especializados ou de 
domínio amplo, desde que contenham a 
data e a hora de acesso; 
III - utilização de dados de pesquisa 
publicada em mídia especializada, de 
tabela de referência formalmente 
aprovada pelo Poder Executivo federal e 
de sítios eletrônicos especializados ou de 
domínio amplo, desde que contenham a 
data e hora de acesso; 
III - contratações similares feitas pela 
Administração Pública, em execução ou 
concluídas no período de 1 (um) ano 
anterior à data da pesquisa de preços, 
observado o índice de atualização de 
preços correspondente; 
 
IV - pesquisa direta com no mínimo 3 
(três) fornecedores, mediante solicitação 
formal de cotação, desde que seja 
apresentada justificativa da escolha 
desses fornecedores e que não tenham 
sido obtidos os orçamentos com mais de 
6 (seis) meses de antecedência da data de 
divulgação do edital; 
IV - pesquisa na base nacional de notas 
fiscais eletrônicas, na forma de 
regulamento. 
V - pesquisa na base nacional de notas 
fiscais eletrônicas, na forma de 
regulamento. 
 
 
ATENÇÃO! 
a) Na licitação de bens e serviços em geral, o valor estimado será com base no “melhor 
preço” e os parâmetros não possuem ordem preferencial, podendo, inclusive, ser 
combinados; na licitação de obras e serviços de engenharia, não se fala em “melhor 
preço” como base, os parâmetros possuem uma ordem preferencial de utilização e não 
podem ser combinados. 
b) Na licitação de obras e serviços de engenharia, o valor estimado deve ser acrescido 
do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de referência e dos Encargos 
Sociais (ES) cabíveis. 
c) Na licitação de obras e serviços de engenharia, a ordem é basicamente a seguinte: I – 
Banco de dados oficial (Sicro/Sinapi) → Mídia especializada, tabela de referência do 
Executivo ou sítios eletrônicos ou de domínio amplo → Contratações similares 
anteriores → Banco nacional de notas fiscais eletrônicas. 
d) Na licitação de obras e serviços de engenharia, não é possível a definição do valor 
estimado com base em pesquisa direta a fornecedores. 
 
Reafirmando que a Lei Federal nº 14.133/2021 traz normas gerais de licitações 
e contratos públicos, que podem ser suplementadas pelos demais entes federativos, o 
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50 
§ 3º de seu art. 23 estabelece que, nas contratações realizadas por Municípios, Estados 
e Distrito Federal, desde que não envolvam recursos da União, o valor previamente 
estimado da contratação poderá ser definido por meio da utilização de outros sistemas 
de custos adotados pelo respectivo ente federativo. 
Ademais, consigna a Lei que, mesmo no caso de contratação direta (por 
inexigibilidade ou dispensa de licitação), a Administração deverá estimar o valor do 
objeto do contrato nas formas acima explicitadas. Entretanto, não sendo possível tal 
estimação, cabe ao contratado comprovar previamente que os preços estão em 
conformidade com os praticados em contratações semelhantes de objetos de mesma 
natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas para outros contratantes 
no período de até 1 (um) ano anterior à data da contratação pela Administração, ou por 
outro meio idôneo (§ 4º). Interessante observar que, não sendo caso de contratação 
direta, não há qualquer possibilidade de não se observar os parâmetros legais de 
formação do valor estimado. 
De acordo com o § 4º do art. 23, a sistemática de cálculo do valor estimado 
prevista no § 2º se aplica mesmo se tratando de licitação para contratação de obras e 
serviços de engenharia sob os regimes de contratação integrada ou semi-integrada, 
mas com algumas peculiaridades: (i) o valor estimado será acrescido ou não de parcela 
referente à remuneração do risco; e, (ii) sempre que necessário e o anteprojeto o 
permitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento sintético, balizado em 
sistema de custo definido no inciso I do § 2º deste artigo (banco de dados oficial – 
Sicro/Sinapi), devendo a utilização de metodologia expedita ou paramétrica e de 
avaliação aproximada baseada em outras contratações similares ser reservada às 
frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no anteprojeto. É que, 
nesses regimes de execução, como a elaboração do projeto básico e/ou do projeto 
executivo é deixada ao contratante, a Administração não tem condições, de antemão, 
de detalhar todas as frações (e custos) do empreendimento. 
Muito embora a Administração deva necessariamente estimar o orçamento da 
contratação, sua DIVULGAÇÃO PODE SER DIFERIDA (ADIADA), não constando do edital 
publicado com o fim da fase preparatória da licitação, apenas se tornando conhecida 
dos licitantes e sociedade em geral em momento posterior. Nesse sentido, o art. 24 da 
Lei: 
 
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da 
contratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da 
divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais 
informações necessárias para a elaboração das propostas, e, 
nesse caso: 
I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e 
externo; 
II - (VETADO). 
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o 
critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou 
o máximo aceitável constará do edital da licitação. 
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51 
 
Diferentemente da Lei do RDC e das Empresas Estatais, em que o sigilo do 
orçamento estimado é regra [admitindo-se sua divulgação contemporânea à publicação 
do edital apenas mediante motivação da Administração], na Lei Federal nº 14.133/2021, 
a lógica é inversa: ele é possível, mas exige justificativa da Administração. 
Ordinariamente, portanto, o orçamento estimado não será sigiloso, já constando do 
edital de licitação publicado. 
Esse tal “sigilo do orçamento estimado” configura, na verdade, mero 
diferimento de suadivulgação, sendo certo que o princípio constitucional da 
publicidade jamais admitiria a ocultação definitiva dos valores gastos com uma 
contratação pública. 
A razão de ser do sigilo (diferimento da divulgação) do orçamento estimado é 
simples: sua publicação no edital de licitação leva os licitantes a, dentro do limite 
estipulado pela Administração, ofertarem preços mais altos, com prejuízos aos cofres 
públicos. 
Anote-se que, com o veto ao inciso II do art. 24, a Lei não estabelece o 
momento de divulgação do orçamento estimado, que será definido no edital segundo 
juízo discricionário da Administração. Nada obstante, numa interpretação finalística da 
norma, a divulgação deverá ocorrer pelo menos após a fase de apresentação das 
propostas. 
Ressalve-se que o sigilo do orçamento estimado não prejudica a divulgação do 
detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a 
elaboração das propostas. Além disso, ele não prevalecerá para os órgãos de controle 
interno e externo, que terão acesso irrestrito a todo o processo licitatório. 
Ademais, chame-se a atenção para o fato de que, por incompatibilidade lógica, 
no caso do critério de julgamento por maior desconto, o orçamento estimado não 
poderá ser sigiloso (ter sua divulgação diferida), devendo constar do edital de 
licitação. Com efeito, se o vencedor do certame será aquele que oferecer o maior 
desconto à Administração, é indispensável que os concorrentes conheçam o valor 
estimado ou máximo aceitável. 
Por fim, alguns problemas podem ser aventados em razão do sigilo do 
orçamento estimado: 
 
a) O Professor Marçal Justen Filho pondera que ele pode ser um 
estímulo à corrupção em razão da previsão do § 4º do art. 59 da 
Lei, de que, “No caso de obras e serviços de engenharia, serão 
consideradas inexequíveis as propostas cujos valores forem 
inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela 
Administração”. Explica o respeitável doutrinador que, em tal 
situação, bastaria que um dos licitantes tomasse conhecimento 
do valor estimado (por vias escusas) para que se sagrasse 
vencedor, apresentando proposta imediatamente igual ou 
superior aos 75%; 
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52 
b) Não poderão os licitantes saber se atendem ou não ao 
requisito de habilitação econômico-financeira contido no art. 69, 
§ 4º, da Lei, de exigência de capital ou patrimônio líquido mínimo 
equivalente a até 10% do valor estimado da contratação [exigível 
no caso de “compras para entrega futura e na execução de obras 
e serviços”], gerando insegurança jurídica e potenciais prejuízos 
aos interessados em contratar com a Administração, que podem 
vir a participar de licitações para as quais não estão habilitados 
e até mesmo ser gravemente sancionados nos termos do art. 
155, VIII, e § 5º (declaração de inidoneidade por apresentar 
declaração ou documentação falsa exigida para o certame). 
 
1.3.5. DO EDITAL DE LICITAÇÃO 
 
O edital disciplinará toda a fase competitiva da licitação, contendo seu 
OBJETO e definindo suas REGRAS, notadamente quanto à convocação, ao julgamento, 
à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do 
contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento (art. 25, caput). 
A contribuir à padronização dos procedimentos de licitação e contratações 
públicas, determina o § 1º desse mesmo art. que, se o objeto permitir, a Administração 
adotará MINUTAS PADRONIZADAS de edital e de contrato com cláusulas uniformes. 
Muito embora a lei vede preferências ou distinções em razão da naturalidade, 
sede ou domicílio dos licitantes (art. 9º, I, “b”), PERMITE-SE que, demonstrado no estudo 
técnico preliminar não haver prejuízos à competitividade e à eficiência administrativa, o 
edital preveja a utilização de MÃO DE OBRA, MATERIAIS, TECNOLOGIAS E MATÉRIAS-
PRIMAS EXISTENTES NO LOCAL da execução, conservação e operação do bem, serviço 
ou obra (§ 2º). Trata-se de estímulo à economia local, expressão da “função regulatória 
da licitação”. 
Ainda nessa função regulatória da licitação, estabelece o § 9º que, na forma 
disposta em regulamento, o edital poderá exigir que percentual mínimo da mão de obra 
responsável pela execução do objeto da contratação seja constituído por: 
 
(i) mulheres vítimas de violência doméstica; e 
(ii) oriundos ou egressos do sistema prisional. 
 
Preocupado com a transparência administrativa, o § 3º determina que todos os 
elementos do edital, incluídos minuta de contrato, termos de referência, anteprojeto, 
projetos e outros anexos, deverão ser DIVULGADOS EM SÍTIO ELETRÔNICO OFICIAL na 
mesma data de divulgação do edital, sem necessidade de registro ou de identificação 
para acesso. 
Oportuno tratar do chamado “PROGRAMA DE INTEGRIDADE OU 
COMPLIANCE”, o qual, de acordo com o art. 41 do Decreto Federal nº 8.420/2015 (que 
regulamenta a Lei Anticorrupção – Lei Federal nº 12.846/2013), consiste, “no âmbito de 
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53 
uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de 
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva 
de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar 
desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração 
pública, nacional ou estrangeira”. 
O § 4º do art. 25 da Lei estabelece que, em contratações de obras, serviços e 
fornecimentos de grande vulto, o programa de integridade deverá ser 
OBRIGATORIAMENTE implantado pelo licitante vencedor em até 06 (seis) meses da 
celebração do contrato. Em tal caso, a obrigação de implantação deve constar do edital, 
mas que somente será exigida do licitante vencedor passados 06 (seis) meses da 
celebração do contrato, não se tratando, pois, de para participar e vencer a licitação. 
Destaque-se também que diversos Estados já exigem o programa de 
integridade em licitações estaduais acima de determinado valor, a exemplo do Rio de 
Janeiro (Lei Estadual/2017), Amazonas (Lei Estadual 4.730/2018), Rio Grande do Sul (Lei 
Estadual 15.228/2018), Pernambuco (Lei Estadual 16.722/2019), Goiás (Lei Estadual 
20.489/2019), além do Distrito Federal (Lei Distrital 6.308/2019). 
Atente-se para o fato de que o desenvolvimento de um programa de 
integridade pelo licitante é o quarto e último critério de desempate previsto no art. 60 
da Lei. Além disso, consoante o art. 163, parágrafo único, sua implantação ou 
aperfeiçoamento é condição para a reabilitação do licitante punido em algumas 
hipóteses. 
Ademais, estabelece o § 5º do art. 25 a Lei que o edital PODERÁ prever a 
RESPONSABILIDADE DO CONTRATADO pela: 
 
a) obtenção do LICENCIAMENTO AMBIENTAL; 
b) realização da DESAPROPRIAÇÃO autorizada pelo Poder 
Público. 
 
Conforme vimos, o “impacto ambiental” deve ser obrigatoriamente previsto no 
anteprojeto (de engenharia) e no projeto básico, porém, o licenciamento ambiental em 
si pode ocorrer a cargo da Administração ou ser previsto como uma obrigação do 
licitante vencedor, tudo isso conforme disposto no edital. Em qualquer caso, contudo, o 
licenciamento ambiental (de obras e serviços de engenharia) licitados e contratados nos 
termos da Lei Geral terão prioridade de tramitação nos órgãos e entidades integrantes 
do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser orientados pelos 
princípios da celeridade, da cooperação, da economicidade e da eficiência. 
Sobre a desapropriação de bens necessários à execução do contrato, embora 
o particular contratado jamais possa proceder à declaraçãoexpropriatória (de utilidade 
ou necessidade públicas), o edital pode prever que, autorizada a desapropriação pelo 
Poder Público, sua fase executória seja de responsabilidade do contratado. À vista do § 
4º do art. 46 da Lei, concluímos que tal possibilidade somente existirá nos regimes de 
execução de contratação integrada e semi-integrada. Vejamos, in litteris: 
 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
54 
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o 
edital e o contrato, sempre que for o caso, deverão prever as 
providências necessárias para a efetivação de desapropriação 
autorizada pelo poder público, bem como: 
I - o responsável por cada fase do procedimento expropriatório; 
II - a responsabilidade pelo pagamento das indenizações 
devidas; 
III - a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pelos 
bens expropriados, inclusive de custos correlatos; 
IV - a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o 
risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a 
estimativa de valor e pelos eventuais danos e prejuízos 
ocasionados por atraso na disponibilização dos bens 
expropriados; 
V - em nome de quem deverá ser promovido o registro de 
imissão provisória na posse e o registro de propriedade dos bens 
a serem desapropriados. 
 
ATENÇÃO! RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DAS INDENIZAÇÕES 
Na Lei de Concessão e Permissão de Serviço Público (Lei Federal nº 8.987/1998), em 
caso de desapropriação realizada (executada) pelo contratado, cabe a este proceder ao 
pagamento das indenizações, as quais serão, é claro, consideradas na fixação do 
equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo celebrado (art. 29, VIII). 
Na Lei Federal nº 14.133/2021, mesmo no caso de desapropriação executada pelo 
contratado, cabe ao edital e ao contrato estabelecerem quem é o responsável pelo 
pagamento das indenizações devidas (art. 46, § 4º, II). 
 
Avançando mais um pouco, temos a figura da MATRIZ DE ALOCAÇÃO DE 
RISCOS ENTRE O CONTRATANTE O CONTRATADO, disciplinada nos arts. 6º e 22 da Lei, 
in verbis: 
 
Art. 6º [...] 
XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos 
e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos 
de ônus financeiro decorrente de eventos supervenientes à 
contratação, contendo, no mínimo, as seguintes informações: 
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura 
do contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio 
econômico-financeiro e previsão de eventual necessidade de 
prolação de termo aditivo por ocasião de sua ocorrência; 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
55 
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das 
frações do objeto com relação às quais haverá liberdade para os 
contratados inovarem em soluções metodológicas ou 
tecnológicas, em termos de modificação das soluções 
previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico; 
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das 
frações do objeto com relação às quais não haverá liberdade 
para os contratados inovarem em soluções metodológicas ou 
tecnológicas, devendo haver obrigação de aderência entre a 
execução e a solução predefinida no anteprojeto ou no projeto 
básico, consideradas as características do regime de execução no 
caso de obras e serviços de engenharia; 
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de 
riscos entre o contratante e o contratado, hipótese em que o 
cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa 
de risco compatível com o objeto da licitação e com os riscos 
atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia 
predefinida pelo ente federativo. 
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promover 
a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a 
responsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem 
como os mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro e 
mitiguem os seus efeitos, caso este ocorra durante a execução 
contratual. 
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz 
de riscos, especialmente quanto: 
I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação 
econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro 
seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio 
não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento; 
II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar 
excessivamente ou impedir a continuidade da execução 
contratual; 
III - à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos 
no contrato, integrado o custo de contratação ao preço 
ofertado. 
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande 
vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e 
semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz 
de alocação de riscos entre o contratante e o contratado. 
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos 
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à 
escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão 
ser alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos. 
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56 
(Destacamos). 
 
A matriz de alocação de riscos não é uma novidade no Direito Administrativo 
Brasileiro: na Lei das PPPs, a “repartição de riscos entre as partes” é uma de suas 
diretrizes fundamentais (art. 4º, VI); na Lei do RDC, ela é prevista como uma 
possibilidade, obrigatória apenas no caso do regime de execução de contratação 
integrada (art. 9º, § 5º); finalmente, na Lei das Estatais, a matriz de riscos é cláusula 
necessária em todo e qualquer contrato sob sua disciplina. 
Mas do que se trata exatamente essa matriz de alocação de riscos? 
Bem, na Lei Federal nº 8.666/1993, estabelecida a equação econômico-
financeira do contrato, a distribuição dos riscos baseia-se em regra geral: ao particular 
contratado, os riscos ordinários (álea econômica ordinária), decorrentes da natural 
variação dos custos contratuais, compensados por meio dos instrumentos de 
reajustamento de preços (reajuste e repactuação); à Administração Pública contratante, 
os riscos extraordinários (álea econômica extraordinária), decorrentes do caso fortuito, 
força maior, fato do príncipe e demais eventos imprevisíveis ou de consequências 
imprevisíveis, compensados por meio da conhecida revisão contratual. Diante da 
generalidade da regra, não é de estranhar a insegurança jurídica decorrente, com 
incontáveis discussões acerca da responsabilidade por um risco concretizado. 
Diferentemente, na matriz de alocação de riscos, procede-se a um exercício de 
antecipação das externalidades, vislumbrando-se, para aquela específica contratação, 
quais riscos podem vir a ser experimentados durante sua execução, mecanismo que os 
afastem ou mitiguem e quem deverá suportá-los caso concretizados. Não interessa, 
aqui, se a álea é ordinária ou extraordinária; na matriz, realizar-se-á um esforço objetivo 
de antevisão de todos os eventos (previsíveis ou imprevisíveis) que possam 
comprometer a execução do contrato, tomando-os em consideração, então, na 
definição da equação econômico-financeira. 
É preciso ponderar, entretanto, que a matriz de alocação de riscos não afasta a 
aplicação da teoria da imprevisão aos contratos administrativos, devendo os 
acontecimentos extraordináriosnão contemplados na matriz e que afetem o equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato ser suportados pela Administração e objeto de 
revisão contratual, conforme determina o art. 124, I, “d”, da Lei. 
Observe-se que, como bem enuncia o inciso XXVII do art. 6º da Lei, a matriz, ao 
definir e distribuir os riscos e responsabilidades entre as partes, acaba por caracterizar 
o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato já no edital, indo muito além da 
simples “análise dos riscos comprometer o sucesso da licitação e a boa execução 
contratual”, a qual, diferentemente, é exigida para todo e qualquer edital de licitação 
(art. 18, X). 
Como se percebe dos dispositivos acima retrocolacionados, a matriz de 
alocação de riscos é, em regra, facultativa, sendo obrigatória apenas em 02 (duas) 
hipóteses (art. 22, § 3º): 
 
- Obras e serviços de grande vulto; 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
57 
- Regimes de execução de contratação integrada e semi-
integrada, casos em que os riscos relativos à escolha da solução 
de projeto básico pelo contratado deverão ser necessariamente 
alocados como de sua responsabilidade. 
 
Sobre a “liberdade ou não para os contratados inovarem em soluções 
metodológicas ou tecnológicas, em termos de modificação das soluções previamente 
delineadas no anteprojeto ou no projeto básico”, a diferenciação feita pela Lei entre 
obrigações de resultado e obrigações de meio é lógica: apenas nas primeiras (de 
resultado) – em que a Administração contrata um resultado específico, e não 
simplesmente atividades em si –, o contratado poderá inovar em soluções 
metodológicas ou tecnológicas; ao contrário, nas segundas (de meio), não haverá tal 
liberdade, mas sim, “obrigação de aderência entre a execução e a solução predefinida 
no anteprojeto ou no projeto básico, consideradas as características do regime de 
execução no caso de obras e serviços de engenharia”. Além disso, mesmo nas 
obrigações de resultado, a liberdade prevista na matriz dirá respeito apenas a frações 
do objeto, e não à sua integralidade. 
O edital deverá dispor, ainda, das FERRAMENTAS/INSTRUMENTOS DE 
MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO, quais 
sejam, nos termos da Lei, o reajustamento (reajustamento em sentido estrito e 
repactuação) e a revisão. Esses institutos serão analisados no material de “Contratos 
Administrativos”. 
Por disciplinar o edital toda a fase competitiva da licitação, também dele será 
objeto as regras relativas aos regimes de execução, as modalidades de licitação, os 
critérios de julgamento e os modos de disputa, todos tratados a seguir em item próprio, 
a fim de melhor sistematizar seu estudo. 
 
1.3.6. DOS REGIMES DE EXECUÇÃO 
 
O regime de execução (indireta)15 consiste na forma pela qual a Administração 
contrata com terceiros o fornecimento de um produto16, a prestação de um serviço ou 
a realização de uma obra, vale dizer, como o contrato administrativo respectivo será 
executado. 
 
15 Não nos interessa o “regime de execução direta”, que é aquele realizado pelos órgãos e entidades 
administrativos por seus meios próprios, com a execução do serviço ou da obra através dos agentes de 
seus quadros. Ocorre que, nesse regime, como se percebe, não havendo contratação junto a terceiros, 
não há que se falar em licitação pública. 
16 No caso de fornecimento de produto, a Lei não fala em “regime de execução”, mas, sim, em “forma de 
fornecimento” (art. 92, IV), que pode ser de uma só vez ou parceladamente, imediata ou a termo. Chame-
se atenção para o fato de que a Lei dispensa o instrumento do contrato para “compras com entrega 
imediata e integral dos bens adquiridos e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a 
assistência técnica, independentemente de seu valor” (art. 95, II). 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
58 
A Lei Federal nº 14.133/2021 prevê 07 (sete) regimes de execução indireta17, 
lembrando-se que a opção por um ou outro deve ser sempre justificada no processo 
administrativo instaurado: 
 
A. EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO 
 
Consiste na “contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo de 
unidades determinadas” (art. 6º, XXVIII). 
Nesse regime, a natureza do serviço ou da obra impossibilita a prévia definição 
de sua quantidade, que somente será efetivamente conhecida na fase de execução do 
contrato, daí porque não há como se precisar o valor total a ser gasto com o 
empreendimento [embora sempre exista um orçamento estimado]. 
Por exemplo, na contratação de um serviço de drenagem do solo, as suas 
especificidades podem impedir que a Administração quantifique de forma precisa o 
volume a ser drenado, de modo que o edital de licitação se limitará a estabelecer os 
termos do serviço e o valor a ser pago por determinada quantidade drenada, não 
fixando, portanto, o valor total a ser despendido pela Administração com a execução do 
contrato. 
As propostas dos licitantes, portanto, veicularão cotações com preços certos de 
unidades determinadas, a serem assim comparados na fase de julgamento. 
 
B. EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL 
 
É a “contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo e total” 
(art. 6º, XXIX). 
Neste, por ser possível à Administração quantificar o volume total do serviço 
ou obra ainda na fase de planejamento, contrata-se tudo por um preço certo. 
É regime típico dos serviços de limpeza, nos quais já se sabe o volume que deve 
ser limpo (por exemplo, tantas ruas), contratando-se por um valor certo e total. 
 
C. EMPREITADA INTEGRAL 
 
Cuida-se da “contratação de empreendimento em sua integralidade, 
compreendida a totalidade das etapas de obras, serviços e instalações necessárias, sob 
inteira responsabilidade do contratado até sua entrega ao contratante em condições de 
entrada em operação, com características adequadas às finalidades para as quais foi 
 
17 O art. 46 da Lei enuncia esses 07 regimes de execução como próprios das “obras e serviços de 
engenharia”. No entanto, como se percebe da própria conceituação dada no art. 6º, eles se aplicam a 
todo e qualquer serviço, à exceção, por incompatibilidade lógica, da empreitada integral, da contratação 
integrada e da contratação semi-integrada. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
59 
contratado e atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização com segurança 
estrutural e operacional” (art. 6º, XXX). 
Conforme esclarece o professor Marçal Justen Filho, a empreitada integral é 
uma variação da empreitada por preço global [em ambas, é possível a quantificação de 
toda a obra ou serviço, contratando-se por um preço certo e total], com a 
particularidade da abrangência das obrigações do contratado, que assumirá todas as 
etapas do objeto do contrato e o entregará em condições de entrada em operação. 
Explica o respeitável doutrinador que a palavra “empreendimento” indica uma obra ou 
serviço de engenharia não consumível que serve de instrumento para produzir outras 
utilidades (“em condições de entrada em operação”). 
 
D. CONTRATAÇÃO POR TAREFA 
 
É “regime de contratação de mão de obra para pequenos trabalhos por preço 
certo, com ou sem fornecimento de materiais” (art. 6º, XXXI). 
Atente-se para o fato de que não há que se falar em contratação por tarefa no 
caso de exclusivo fornecimento de bens; a contratação por tarefa pressupõe a prestação 
de serviços (“pequenostrabalhos”), o qual PODE vir acompanhado do fornecimento de 
bens. 
 
ATENÇÃO! CONTRATO VERBAL 
Nem toda contratação por tarefa possui baixo valor para o fim de admissibilidade do 
contrato verbal [os trabalhos que são pequenos, e não necessariamente seu valor], 
cabível para “pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento, 
assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais)” (art. 95, 
§ 2º). 
 
E. CONTRATAÇÃO INTEGRADA 
 
Introduzido em nosso ordenamento pela Lei do RDC, o regime de contratação 
integrada consiste na “contratação de obras e serviços de engenharia em que o 
contratado é responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, 
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e 
realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes 
para a entrega final do objeto” (art. 6º, XXXII). 
Nesse regime, o contratado elabora o projeto básico e o submete à aprovação 
da Administração, que avaliará sua adequação em relação aos parâmetros definidos no 
edital e conformidade com as normas técnicas. Além disso, são vedadas alterações no 
projeto básico que reduzam a qualidade ou a vida útil do empreendimento e mantida 
a responsabilidade integral do contratado pelos riscos associados ao projeto básico 
(art. 46, § 3º). 
Implicações da contratação integrada: 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
60 
 
- Como cabe ao contratado elaborar os projetos básico e 
executivo, não há qualquer vedação, por óbvio à participação na 
licitação ou na execução do contrato do autor do projeto (art. 
14, § 4º); 
- É obrigatória a previsão de matriz de alocação de riscos no 
edital, sendo que os riscos decorrentes de fatos supervenientes 
à contratação associados à escolha da solução de projeto básico 
pelo contratado deverão ser alocados obrigatoriamente como 
de sua responsabilidade;(art. 22, §§ 3º e 4º); 
- O valor estimado da contratação será calculado nos termos do 
§ 2º do art. 23 deste artigo, acrescido ou não de parcela 
referente à remuneração do risco, e, sempre que necessário e o 
anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em 
orçamento sintético, balizado no Sicro/Sinapi, devendo a 
utilização de metodologia expedita ou paramétrica e de 
avaliação aproximada baseada em outras contratações 
similares ser reservada às frações do empreendimento não 
suficientemente detalhadas no anteprojeto (art. 23, § 5º); 
- Possibilidade de o edital e o contrato atribuírem ao contratado 
a responsabilidade pela efetivação de desapropriação 
autorizada pelo poder público (art. 46, § 4º); 
- Prazo mínimo de 60 (sessenta) dias úteis para apresentação 
de propostas e lances, contados a partir da data de divulgação 
do edital (art. 55, II, “c”); 
- Vedação à alteração dos valores contratuais, salvo nas 
hipóteses do art. 133; 
 
F. CONTRATAÇÃO SEMI-INTEGRADA 
 
Corresponde ao “regime de contratação de obras e serviços de engenharia em 
que o contratado é responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, 
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e 
realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes 
para a entrega final do objeto” (art. 6º, XXXIII)18. 
 
ATENÇÃO! Embora a responsabilidade do contratado por elaborar e desenvolver o 
projeto executivo seja marca da contratação semi-integrada, isso é possível em qualquer 
regime de execução, conforme o disposto no § 4º do art. 14 da Lei, in verbis: “§ 4º O 
disposto neste artigo não impede a licitação ou a contratação de obra ou serviço que 
inclua como encargo do contratado a elaboração do projeto básico e do projeto 
 
18 A Lei das Estatais já traz a noção de contratação integrada nesses mesmos termos em seu art. 42, V. 
CPF: 860.542.154-18
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61 
executivo, nas contratações integradas, e do projeto executivo, nos demais regimes 
de execução”. 
Inclusive, o art. 9º, § 2º, da Lei Federal nº 8.666/1993, já previa a possibilidade de 
“licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto 
executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela 
Administração”, sendo certo que não há qualquer referência à contratação semi-
integrada nessa lei. 
Assim sendo, somente se falará em contratação semi-integrada quando, além da 
atribuição do encargo ao contratado de elaboração e desenvolvimento do projeto 
executivo, fizerem-se presentes as demais características indicadas no inciso XXXIII do 
art. 6º da Lei Geral (“executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar 
serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações 
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto”). 
 
ATENÇÃO! O § 5º do art. 46 da Lei estabelece que, “Na contratação semi-integrada, 
mediante prévia autorização da Administração, o projeto básico poderá ser alterado, 
desde que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo contratado em 
termos de redução de custos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de 
execução ou de facilidade de manutenção ou operação, assumindo o contratado a 
responsabilidade integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico”. 
Sem embargo, a leitura do § 3º do art. 46 indica serem possíveis, na contratação 
integrada, alterações no projeto básico que não reduzam a qualidade ou a vida útil do 
empreendimento, mantida a responsabilidade integral do contratado pelos riscos 
associados ao projeto básico. 
Como percebemos, embora a alteração do projeto básico seja possível tanto na 
contratação integrada quanto na semi-integrada, precisamos ficar atentos aos exatos 
termos da Lei em questões objetivas de prova, que insistirão em confundir o candidato 
com as previsões legais. 
Por fim, não há na lei previsão alguma de possibilidade de alteração do projeto 
executivo. 
 
Implicações da contratação semi-integrada: 
 
- Como cabe ao contratado elaborar o projeto executivo, não há 
qualquer vedação, por óbvio à participação na licitação ou na 
execução do contrato do autor do projeto (art. 14, § 4º); 
- É obrigatória a previsão de matriz de alocação de riscos no 
edital, sendo que os riscos decorrentes de fatos supervenientes 
à contratação associados à escolha da solução de projeto 
CPF: 860.542.154-18
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62 
básico19 pelo contratado deverão ser alocados obrigatoriamente 
como de sua responsabilidade (art. 22, §§ 3º e 4º); 
- O valor estimado da contratação será calculado nos termos do 
§ 2º do art. 23 deste artigo, acrescido ou não de parcela 
referente à remuneração do risco, e, sempre que necessário e o 
anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em 
orçamento sintético, balizado no Sicro/Sinapi, devendo a 
utilização de metodologia expedita ou paramétrica e de 
avaliação aproximada baseada em outras contratações 
similares ser reservada às frações do empreendimento não 
suficientemente detalhadas no anteprojeto (art. 23, § 5º); 
- Possibilidade de o edital e o contrato atribuírem ao contratado 
a responsabilidade pela efetivação de desapropriação 
autorizada pelo poder público (art. 46, § 4º); 
- Prazo mínimo de 35 (trinta e cinco) dias úteis para 
apresentação de propostas e lances, contados a partir da data 
de divulgação do edital(art. 55, II, “d”); 
- Vedação à alteração dos valores contratuais, salvo nas 
hipóteses do art. 133; 
 
G. FORNECIMENTO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ASSOCIADO 
 
É conceituado como “regime de contratação em que, além do fornecimento do 
objeto, o contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas, por 
tempo determinado” (art. 6º, XXXIV). 
O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação de serviço 
associado terá duas etapas: 
 
(i) fornecimento do objeto; 
(ii) operação e/ou manutenção, por tempo de determinado. 
 
Nos termos do art. 113 da Lei, o contrato terá vigência máxima definida pela 
soma dessas duas fases, sendo que a segunda (de operação e/ou manutenção) é 
limitada a 05 (cinco) anos, contados da data de recebimento do objeto inicial, autorizada 
a prorrogação nos termos do art. 107 (“Os contratos de serviços e fornecimentos 
contínuos poderão ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima 
decenal”). 
 
19 O § 4º do art. 24 realmente se refere à “escolha da solução do projeto básico pelo contratado” tanto 
para a contratação integrada quanto para a semi-integrada. Entendemos ter havido erro material na 
previsão legal, afinal de contas, o projeto básico é elaborado pela Administração na contratação semi-
integrada, cabendo ao contratado apenas o projeto executivo. Nada obstante, para fins de prova objetiva, 
atente-se para o texto da lei. 
CPF: 860.542.154-18
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63 
 
ATENÇÃO! O § 9º do art. 46 da Lei fixa a obrigatoriedade da licitação por preço global 
nos regimes da empreitada por preço global, empreitada integral; contratação por 
tarefa, contratação integrada e contratação semi-integrada. Assim sendo, apenas os 
regimes de empreitada por preço unitário e de fornecimento e prestação de serviço 
associado podem ser licitados por preços unitários. 
 
ATENÇÃO! O chamado “orçamento detalhado do custo global da obra” deve 
obrigatoriamente constar do projeto básico apenas nos seguintes regimes de execução: 
empreitada por preço unitário; empreitada por preço global; empreitada integral; 
contratação por tarefa; e fornecimento e prestação de serviço associado. Não é 
necessário, nomeadamente, no caso de contratação integrada e contratação semi-
integrada, pois, como vimos, nestes dois regimes de execução, o projeto básico e/ou 
projeto executivo é(são) elaborado(s) pelo contratado, de modo que não é possível a 
Administração, de antemão, estabelecer um “orçamento detalhado do custo global da 
obra”. 
 
1.3.7. DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
As modalidades de licitação definem o procedimento (rito) do processo 
licitatório, sendo previstas no caput do art. 28 Lei Federal nº 14.133/2021 05 (cinco): 
 
a) Pregão; 
b) Concorrência; 
c) Concurso; 
d) Leilão; 
e) Diálogo competitivo. 
 
Na Nova Lei, as modalidades variam apenas em razão da natureza objeto da 
licitação, não importando seu valor (diferentemente do que ocorria com a Lei Federal 
nº 8.666/1993). Nesse sentido, não existem no novo regime as modalidades da tomada 
de preço e do convite. 
A Lei proíbe a criação de novas modalidades de licitação ou, ainda, a 
combinação daquelas previstas (§ 2º), vedação essa que se destina à Administração 
Pública e aos Poderes Legislativo Estadual, Municipal e Distrital [lembre-se que as 
modalidades de licitação são consideradas “normas gerais”, da competência exclusiva 
da União]. 
Nada impede, contudo, que lei federal preveja outras modalidades de licitação, 
como é o caso da consulta, prevista no art. 37 da Lei Federal nº 9.986/2000, aplicável 
exclusivamente às agências reguladoras para a contratação de bens e serviços, excluídos 
as obras e os serviços de engenharia. Assim também, o art. 13 da recente Lei 
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Complementar Federal nº 182/2021 – Marco Legal das Startups e do 
Empreendedorismo Inovador, que “modalidade especial” para a contratação soluções 
inovadoras, com ou sem risco tecnológico, desenvolvidas ou a serem desenvolvidas por 
pessoa física ou jurídica, isoladamente ou em consórcio. 
Vejamos, então, essas 05 (cinco) modalidades licitatórias: 
 
A. PREGÃO 
 
Nos termos do inciso XLI do art. 6º, o pregão é “modalidade de licitação 
obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá 
ser o de menor preço ou o de maior desconto”. 
Hipótese de cabimento: bens e serviços comuns. 
Pregão, não: (i) serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual; (ii) obras e serviços de engenharia, EXCETO SERVIÇOS 
COMUNS DE ENGENHARIA (art. 29, parágrafo único). 
Expliquemos: conforme veremos, os serviços técnicos especializados de 
natureza predominantemente intelectual serão licitados na modalidade do concurso; 
por sua vez, as obras estão excluídas do próprio conceito de “bens e serviços”; 
finalmente, somente os serviços especiais de engenharia estão excluídos do pregão, 
admitindo-se sua utilização quando se tratar de serviços comuns de engenharia. 
Conforme já estudamos, os bens e serviços comuns20 são aqueles 
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado (art. 
6ª, XIII). Diferentemente, os bens e serviços especiais são aqueles que, por sua alta 
heterogeneidade ou complexidade, não podem assim ser descritos. Estabelece a Lei que 
os bens e serviços são considerados, em regra, comuns, exigindo-se justificativa da 
Administração contratante para que eles sejam tidos como especiais (art. 6º, XIV). 
 
ATENÇÃO! OBRIGATORIEDADE DO PREGÃO 
A despeito da redação do inciso XLI do art. 6º, existe uma hipótese em que o pregão é 
facultativo: serviços comuns de engenharia, para os quais se admite também a 
modalidade da concorrência. 
Ademais, no caso das licitações realizadas pelas empresas estatais, o pregão é 
modalidade preferencial para a aquisição de bens e serviços comuns, embora, no mais, 
essa modalidade deva seguir as disposições da presente Lei Geral de Licitações (art. 32, 
IV, da Lei Federal nº 13.303/2016, c/c art. 189 da Lei Federal nº 14.133/2021). 
 
O pregão segue o “rito procedimental comum” do art. 17 (I – preparatória; II – 
de divulgação do edital de licitação; III – de apresentação de propostas e lances, quando 
 
20 Rememore-se que o serviço comum de engenharia é conceituado como “todo serviço de engenharia 
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e qualidade, de 
manutenção, de adequação e de adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das características 
originais dos bens” (art. 6º, XXI, “a”). 
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for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – recursal; VII – de homologação), 
sem prejuízo das particularidades de cada um (art. 29). 
Critérios de julgamento: (i) menor preço; (ii) maior desconto. 
A condução do pregão ocorre pelo pregoeiro (art. 8º, § 5º). 
 
B. CONCORRÊNCIA 
 
De acordo com o inciso XXXVIII do art. 6º da Lei, a concorrência é “modalidade 
de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns 
e especiais de engenharia”. 
Hipóteses de cabimento: 
 
(i) bens e serviços especiais; 
(ii) obras; 
(ii) serviços comuns e especiais de engenharia. 
 
A concorrência será obrigatoriamente utilizada no caso de bens e serviços 
especiais, obras e serviços especiaisde engenharia [já se inserem, na verdade, na noção 
de serviços especiais]; por outro lado, consoante vimos, ela será facultativa em se 
tratando de serviços comuns de engenharia, que também admitem o pregão. 
Assim como o pregão, a concorrência segue o “rito procedimental comum” do 
art. 17 (I – preparatória; II – de divulgação do edital de licitação; III – de apresentação 
de propostas e lances, quando for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – 
recursal; VII – de homologação), sem prejuízo das particularidades de cada um (art. 29). 
Critérios de julgamento: 
 
(i) menor preço; 
(ii) melhor técnica ou conteúdo artístico; 
(iii) técnica e preço; 
(iv) maior retorno econômico; 
(v) maior desconto. Como se percebe, a concorrência somente 
não admitirá o critério do “maior lance”. 
 
A condução da concorrência será: (i) em regra, por agente de contratação (art. 
8º, caput); (ii) se bens e serviços especiais, por agente de contratação ou por comissão 
de contratação (art. 8º, § 2º). 
 
C. CONCURSO 
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Consoante o inciso XXXIX do art. 6º da Lei, o concurso é “modalidade de 
licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de 
julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio 
ou remuneração ao vencedor”. 
Cabimento: escolha de trabalho técnico, científico ou artístico. 
O pagamento é feito por meio da concessão ao vencedor um prêmio ou 
remuneração. 
Segundo o art. 30 da Lei, o concurso segue o procedimento especial previsto 
no edital, que estabelecerá suas regras e condições, indicando: 
 
(i) a qualificação exigida dos participantes; 
(ii) as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; e 
(iii) as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser 
concedida ao vencedor. 
 
Tratando-se de concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor 
deverá ceder à Administração Pública todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto 
e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das 
autoridades competentes (art. 30, parágrafo único). 
Critério de julgamento: melhor técnica ou conteúdo artístico21. 
 
D. LEILÃO 
 
Conforme o inciso XL do art. 6º da Lei, é “modalidade de licitação para 
alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a 
quem oferecer o maior lance”. 
Cabimento: ALIENAÇÃO de: 
 
(i) bens imóveis; 
(ii) bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos. 
 
ATENÇÃO! A despeito da redação do inciso XL do art. 6º da Lei, o leilão é empregado 
para a alienação de qualquer bem móvel. Sucede que, ao tratar das alienações de bens, 
o art. 76, II, da Lei, fala simplesmente que “tratando-se de bens móveis, dependerá de 
 
21 Lembre-se que, nos critérios de julgamento de melhor técnica ou de técnica e preço, teremos a figura 
da “banca”, a quem incumbe a atribuição de notas às propostas técnicas (“quesitos de natureza 
qualitativa”), sem substituir a atuação do agente de contratação ou comissão de licitação. 
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licitação na modalidade leilão”. Não há, pois, qualquer especificação quanto a esses 
bens móveis. 
 
Condução do leilão (art. 31)22: 
 
- Leiloeiro oficial, escolhido por meio de credenciamento, ou por 
licitação na modalidade pregão e critério de julgamento de 
maior desconto (§ 1º); 
- Servidor designado pela autoridade competente da 
Administração. 
 
O edital do leilão conterá (art. 31, § 2º): 
 
I - a descrição do bem, com suas características, e, no caso de 
imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e 
aos registros; 
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual 
poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, 
a comissão do leiloeiro designado; 
III - a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos e 
os semoventes; 
IV - o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, salvo 
se excepcionalmente for realizado sob a forma presencial por 
comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a 
Administração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e 
a hora de sua realização; 
V - a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências 
existentes sobre os bens a serem leiloados. 
 
Publicidade do edital (art. 31, § 3º): 
 
- Obrigatória: sítio eletrônico oficial; local de ampla circulação 
na sede da Administração; 
- Facultativa: outros meios que ampliem a publicidade e 
competitividade. 
 
O leilão seguirá procedimento especial segundo regras definidas em seu edital, 
porém (art. 31, § 4º): 
 
22 Cabe a regulamento dispor sobre seus procedimentos operacionais. 
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- NÃO exigirá registro cadastral prévio; 
- NÃO terá fase de habilitação, devendo ser homologado logo 
assim que concluída a fase de lances, superadas a fase recursal e 
efetivado o pagamento pelo vencedor. 
 
Critério de julgamento: maior lance (art. 6º XL, art. 33, V, e art. 76). 
 
E. DIÁLOGO COMPETITIVO 
 
Segundo o inciso XLII do art. 6º, destina-se à “contratação de obras, serviços e 
compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente 
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais 
alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar 
proposta final após o encerramento dos diálogos”. 
Inspirado no “diálogo concorrencial” das Diretivas de Contratações Públicas da 
União Europeia, concebido como um instrumento da chamada “Administração 
Consensual ou Dialógica”, o diálogo competitivo visa a reduzir a assimetria de 
informações entre o Poder Público contratante e os particulares, flexibilizando o 
procedimento licitatório através da possibilidade de os licitantes construírem, 
juntamente aos órgãos administrativos, soluções estratégicas e inovadoras para 
contratações complexas. 
Basicamente, o diálogo competitivo terá lugar sempre que a necessidade 
pública, embora conhecida pela Administração, não encontre soluções tecnológica e 
tecnicamente definidas e disponíveis no mercado, reclamando, então, alternativas 
inovadoras construídas a partir de um diálogo com os licitantes. 
Cabimento (art. 32): 
 
a) Condições do objeto: 
- Inovação tecnológica ou técnica; 
- Impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade 
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; 
- Impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas 
com precisão suficiente pela Administração. 
+ 
b) Necessidade de definir e identificar meios e alternativas que 
possam satisfazer suas necessidades, com os seguintes aspectos: 
- Solução técnica mais adequada; 
- Requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; 
- Estrutura jurídica ou financeira do contrato. 
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69 
 
A Lei não deixa claro se os itens acima (condições do objeto combinadas com a 
necessidade de busca por meios e alternativas) configuram hipóteses alternativas de 
cabimento ou são requisitos de uma única hipótese. Numa interpretaçãocomparativa 
com as Diretivas Europeias, acaba por prevalecer se tratar de hipóteses alternativas de 
cabimento. 
Com o devido respeito, entretanto, entendemos se tratar de única hipótese de 
cabimento definida pelas condições complementares acima elencadas: a Administração 
conhece a necessidade, mas não tem condições de especificar tecnicamente a solução 
a ser contratada, a qual, justamente por isso, não está disponível no mercado, 
reclamando, então, alternativas tecnológica ou tecnicamente inovadoras a serem 
engendradas a partir de um diálogo construtivo com os licitantes. 
Bem, essa controvérsia não tem tanta importância para provas objetivas e 
ainda há de ser pacificada pela jurisprudência. O importante, aqui, é conhecermos a 
ideia do diálogo competitivo e termos condições de lembrar de suas particularidades 
para enfrentar os concursos públicos vindouros. 
O procedimento do diálogo competitivo envolve 03 (três) fases: 
a) Pré-seleção dos licitantes: 
 
a.1. Divulgação de edital em sítio eletrônico oficial, contendo as 
necessidades e as exigências já definidas, além dos critérios 
objetivos de seleção23, com prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) 
dias para manifestação de interesse na participação da licitação; 
a.2. Admissão de todos os interessados que preencherem os 
requisitos objetivos estabelecidos; 
 
b) Diálogo para definição da(s) solução(ões): 
 
b.1. Reuniões com os licitantes pré-selecionados para 
construção de soluções para a necessidade administrativa; 
b.2. Registro em ata e gravação das reuniões por meios 
tecnológicos de áudio e vídeo; 
b.3. A Administração não pode divulgar informações de modo 
discriminatório que possa implicar vantagem para algum 
licitante, muito menos revelar a outros licitantes as soluções 
 
23 A doutrina especializada aponta a dificuldade ínsita de o edital estabelecer esses critérios objetivos de 
seleção de licitantes capazes de apresentar soluções inovadoras: se a Administração não conhece aquilo 
que pretende contratar em termos técnicos precisos, como poderá identificar interessados em condições 
de construir novas alternativas? Adverte-se, então, que a definição desses critérios objetivos de seleção 
pode ser desvirtuada para frustrar o caráter competitivo da licitação, com prejuízo ao interesse público. 
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70 
propostas ou as informações sigilosas comunicadas por um 
licitante sem o seu consentimento24; 
b.4. A fase de diálogo pode ser mantida até que a Administração, 
em decisão fundamentada, indique a solução ou as soluções que 
atendam às suas necessidades, podendo ser realizadas 
fases/rodadas sucessivas, caso em que cada fase poderá 
restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas; 
b.5. Decidida(s) fundamentadamente a(s) solução(ões) e 
declarada a conclusão do diálogo, a Administração deve juntar 
aos autos do processo licitatório os registros e as gravações da 
fase de diálogo; 
 
c) Competitiva: 
 
c.1. Publicação de edital, contendo a especificação da solução 
que atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a serem 
utilizados para seleção da proposta mais vantajosa, bem como 
prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os 
licitantes pré-selecionados apresentem suas propostas, que 
deverão conter os elementos necessários para a realização do 
projeto; 
c.2. Apresentação de propostas finais pelos licitantes, a partir 
da(s) solução(ões) definida(s); 
c.3. Possibilidade de a Administração solicitar esclarecimentos 
ou ajustes às propostas apresentadas, desde que não impliquem 
discriminação nem distorçam a concorrência entre as propostas; 
c.4. Julgamento das propostas de acordo com critérios 
divulgados no início da fase competitiva, assegurada a 
contratação mais vantajosa como resultado. 
 
A condução do diálogo competitivo será feita obrigatoriamente por comissão 
de contratação25 composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados 
públicos pertencentes aos quadros permanentes da Administração26, admitida a 
 
24 Preocupou-se a Lei em evitar o chamado “cherry-picking”, consistente na apropriação de informações 
sensíveis ou soluções inovadoras apresentadas por outros licitantes durante a fase do diálogo para a 
construção de uma proposta na fase competitiva, em violação à boa-fé objetiva e ao caráter competitivo 
do certame. 
25 Lembre-se que a substituição do agente de contratação por comissão de contratação é facultativa em 
caso de contratação de bens e serviços especiais e obrigatória justamente no caso do diálogo competitivo. 
26 Atente-se que, no caso de licitação de bens e serviços especiais, a comissão de contratação deverá 
apenas ser preferencialmente composta por servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros 
permanentes (art. 7º, § 2º c/c caput); tratando-se de diálogo competitivo, contudo, seus membros devem 
ser servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes (art. 32, § 1º, XI). 
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71 
contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão27. Esses 
profissionais de assessoramento técnico assinarão termo de confidencialidade e se 
absterão de atividades que possam configurar conflito de interesses. 
Merece destaque o fato de o inciso XII do § 1º do art. 32 ter sido VETADO: esse 
dispositivo previa que o órgão de controle externo (como o Tribunal de Contas) poderia 
acompanhar e monitorar os diálogos, opinando, no prazo máximo de 40 (quarenta) dias 
úteis, sobre a legalidade, a legitimidade e a economicidade da licitação, antes da 
celebração do contrato, portanto. A doutrina vinha criticando esse controle prévio da 
contratação pública, apontando sua inconstitucionalidade, em virtude da violação ao 
princípio da separação dos poderes. 
Destaque-se, por fim, que os arts. 179 e 180 da Nova Lei Geral de Licitações 
alteraram, respectivamente, o art. 2º da Lei Federal nº 8.987/1995 e art. 10 da Lei 
Federal nº 11.079/2004, para estabelecer que, além da concorrência, as concessões 
comuns e as PPPs podem utilizar a modalidade licitatória do diálogo competitivo. 
 
1.3.8. DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO 
 
Conhecidos na Lei Federal nº 8.666/1993 como “tipos de licitação”, os critérios 
de julgamento vêm enunciados na Nova Lei no art. 33, num total de 06 (seis): 
 
a) Menor preço; 
b) Maior desconto; 
c) Melhor técnica ou conteúdo artístico; 
d) Técnica e preço; 
e) Maior lance; 
f) Maior retorno econômico. 
 
Algumas observações preliminares merecem ser feitas: 
 
- Não há que se confundir “modalidades de licitação”, que dizem 
respeito a seu rito/procedimento, com “critérios de 
julgamento”, concernentes às regras que definirão a proposta 
vencedora. 
- Embora os critérios de maior desconto, de melhor técnica ou 
conteúdo artístico e de maior retorno econômico não 
constassem da Lei Federal nº 8.666/1993, eles estão previstos na 
 
27 Rememore-se que a POSSIBILIDADE de contratação de “empresa ou pessoal especializado para 
assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação” existirá em 02 hipóteses: (i) 
licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineiramente contratado pela 
Administração (art. 8º, 4º, fine); (ii) modalidade de diálogo competitivo (art. 32, § 1º, XI, fine). 
 
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72 
Lei do RDC, de modo que não sãoinovações da Lei Federal nº 
14.133/2021. 
- A modalidade de concorrência é compatível com todos os 
critérios de julgamento, à exceção do de maior lance; 
 - O critério de julgamento de maior lance é exclusivo da 
modalidade de leilão; 
- O pregão somente admite os critérios de julgamento de menor 
preço ou de maior desconto; 
- O critério de julgamento de maior retorno econômico é próprio 
dos chamados “contratos de eficiência”, já previsto na Lei do 
RDC e a seguir analisados; 
- A utilização isolada do modo de disputa fechado é vedada 
quando adotados os critérios de julgamento de menor preço e 
de maior desconto (art. 56, § 1º); 
- A utilização do modo de disputa aberto é vedada quando 
adotado o critério de julgamento de técnica e preço (art. 56, § 
2º); 
- O catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e 
obras previsto no inciso II do art. 19 somente poderá ser 
utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de 
menor preço ou o de maior desconto (art. 19, § 1º); 
- Os critérios de menor preço, maior desconto e, quando 
couber, de técnica e preço consideram o menor dispêndio para 
a Administração28, atendidos os parâmetros mínimos de 
qualidade definidos no edital de licitação; 
- Independentemente do critério de julgamento, uma proposta 
será desclassificada quando não atender aos requisitos e 
exigências do edital, ou apresentar preços inexequíveis ou acima 
do orçamento estimado (art. 59 da Lei). 
 
A. MENOR PREÇO 
 
Através do critério de julgamento de menor preço, a Administração selecionará 
a proposta que contenha o menor valor nominal. 
Entretanto, conforme já observado, embora o critério de menor preço 
considere o menor dispêndio para a Administração, inclusive quanto aos custos 
indiretos objetivamente mensuráveis, devem ser atendidos os parâmetros mínimos de 
qualidade definidos no edital de licitação (art. 34, § 1º). 
 
28 O menor dispêndio significa menor gasto para a Administração, inclusive, sempre que objetivamente 
mensuráveis, conforme disposto em regulamento, quanto aos custos indiretos, “relacionados com as 
despesas de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental do objeto licitado, entre 
outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida” (art. 34, § 1º). 
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73 
O menor preço é compatível com a concorrência e o pregão. 
Destaque-se, além disso, que, como forma de se estimular a obtenção do 
menor dispêndio para a Administração, NÃO se admite a utilização ISOLADA do modo 
de disputa fechado. São possíveis, pois, os modos de disputa “aberto e fechado” e 
“isoladamente aberto”, mas jamais o “isoladamente fechado”. 
Por fim, o menor preço admite a utilização de catálogo eletrônico de 
padronização de compras, serviços e obras (art. 19, § 1º). 
 
B. MAIOR DESCONTO 
 
Através desse critério de julgamento, obtém-se o menor dispêndio para a 
Administração de forma indireta, por meio de um desconto sobre um valor de 
referência indicado no edital. 
Esse valor de referência será o preço o preço global fixado no edital de 
licitação, e o desconto será estendido aos eventuais termos aditivos (art. 34, § 2º). 
O maior desconto é compatível com a concorrência e o pregão. 
Adotado o maior desconto como critério de julgamento, o preço estimado ou 
o máximo aceitável constará obrigatoriamente do edital da licitação, por 
incompatibilidade lógica (art. 24, parágrafo único). 
Lembre-se que, se a Administração optar por realizar leilão por meio de 
leiloeiro oficial, este será selecionado mediante credenciamento ou licitação na 
modalidade pregão com critério de julgamento menor desconto para as comissões a 
serem cobradas (art. 31, § 1º). 
 
C. MELHOR TÉCNICA OU CONTEÚDO ARTÍSTICO 
 
Cabimento: é o critério de julgamento adequado em caso de contratação de 
(art. 35, par. único): 
 
(i) projetos; 
(ii) ou trabalhos de natureza técnica, científica ou artística. 
 
Devem ser consideradas exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas 
apresentadas pelos licitantes. Não importa, portanto, o preço [desde, é claro, que esteja 
abaixo do orçamento estimado e não seja inexequível]29. 
Avaliação técnica: nos termos do art. 37. 
 
29 Aqui, reside uma importante diferença para o “tipo de licitação de melhor técnica” contido na Lei 
Federal nº 8.666/1993, no qual, além das propostas técnicas, também se considerava o preço: 
classificadas as melhores propostas técnicas, passava-se à negociação com a melhor classificada, tendo 
como limite o menor preço oferecido entre os licitantes. 
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74 
Modalidades de licitação: 
 
- Concurso: obrigatório; 
- Concorrência: facultativo. 
 
O art. 37 enuncia como se dará o julgamento da proposta técnica: 
 
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço 
deverá ser realizado por: 
I - verificação da capacitação e da experiência do licitante, 
comprovadas por meio da apresentação de atestados de obras, 
produtos ou serviços previamente realizados; 
II - atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por 
banca designada para esse fim, de acordo com orientações e 
limites definidos em edital, considerados a demonstração de 
conhecimento do objeto, a metodologia e o programa de 
trabalho, a qualificação das equipes técnicas e a relação dos 
produtos que serão entregues; 
III - atribuição de notas por desempenho do licitante em 
contratações anteriores aferida nos documentos 
comprobatórios de que trata o § 3º do art. 88 desta Lei30 e em 
registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional de 
Contratações Públicas (PNCP). 
§ 1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no 
mínimo 3 (três) membros e poderá ser composta de: 
I - servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos 
quadros permanentes da Administração Pública; 
II - profissionais contratados por conhecimento técnico, 
experiência ou renome na avaliação dos quesitos especificados 
em edital, desde que seus trabalhos sejam supervisionados por 
profissionais designados conforme o disposto no art. 7º desta 
Lei. 
[Destacamos]. 
 
Conforme já advertido, não existe de forma autônoma o critério de julgamento 
da “técnica”, de modo que o art. 37 se refere aos critérios de julgamento de “melhor 
 
30 Dispõe o § 3º do art. 88 que “A atuação do contratado no cumprimento de obrigações assumidas será 
avaliada pelo contratante, que emitirá documento comprobatório da avaliação realizada, com menção 
ao seu desempenho na execução contratual, baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, 
e a eventuais penalidades aplicadas, o que constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada”. 
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75 
técnica ou conteúdo artístico” e de “técnica e preço”, cujas regras de avaliação dos 
quesitos qualitativos são as mesmas, notadamente com a figura da já estudada “banca”. 
Finalmente, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-
profissional exigirá que a execução do respectivo contrato tenha participação direta e 
pessoal do profissional correspondente (art. 38). 
 
D. TÉCNICA E PREÇO 
 
Cabimento (art. 36, § 1º): 
 
a) Contratação de: 
- Serviços técnicos especializados de natureza 
PREDOMINANTEMENTE intelectual, caso em que o critério de 
julgamento de técnica e preço deverá ser preferencialmente 
empregado;- Serviços MAJORITARIAMENTE dependentes de tecnologia 
sofisticada e de domínio restrito, conforme atestado por 
autoridades técnicas de reconhecida qualificação; 
- Bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de 
comunicação31; 
- Obras e serviços especiais de engenharia; 
- Objetos que admitam soluções específicas e alternativas e 
variações de execução, com repercussões significativas e 
concretamente mensuráveis sobre sua qualidade, 
produtividade, rendimento e durabilidade, quando essas 
soluções e variações puderem ser adotadas à livre escolha dos 
licitantes, conforme critérios objetivamente definidos no edital 
de licitação. 
+ 
b) Estudo técnico preliminar demonstrar ser relevante a 
avaliação e ponderação da qualidade técnica das propostas 
(que superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital). 
 
Explique-se que os serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual são aqueles listados no inciso XVIII do art. 6º da Lei, in 
verbis: 
 
 
31 Note-se que não basta se tratar de bem ou serviço especial para que o critério de técnica e preço seja 
obrigatório; somente no caso de “bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de 
comunicação”. 
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76 
XVIII - serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual: aqueles realizados em 
trabalhos relativos a: 
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos 
executivos; 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e 
tributárias; 
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; 
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e 
ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e 
monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio 
ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem na 
definição deste inciso; 
 
Método: ponderação, segundo os critérios objetivos do edital, das notas 
atribuídas aos aspectos de técnica e de preço da proposta (art. 36, caput e §§ 2º e 3º): 
 
- Primeiro, avaliam-se e ponderam as propostas técnicas e, em 
seguida, as propostas de preço; 
- Proporção máxima de 70% (setenta por cento) de valoração 
para a proposta técnica (§ 2º). Em outras palavras, as propostas 
de preço terão peso mínimo de 30% (trinta por cento); 
- O desempenho pretérito na execução de contratos com a 
Administração Pública deverá ser considerado na pontuação 
técnica, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei 
e em regulamento. 
 
Aplicam-se igualmente à técnica e preço as regras do art. 37 sobre o 
julgamento das propostas técnicas, nomeadamente: (i) avaliação da capacitação e da 
experiência por meio de atestados de obras, produtos ou serviços realizados; atribuição 
de notas aos quesitos qualitativos por uma banca; atribuição de notas por desempenho 
do licitante em contratações anteriores aferido nos termos do § 3º do art. 88. 
Aqui também, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-
profissional exigirá que a execução do respectivo contrato tenha participação direta e 
pessoal do profissional correspondente (art. 38). 
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77 
Tratando-se de serviços técnicos especializados dos incisos “a”, “d” e “h” do 
inciso XVIIII do art. 6º32 cujo valor estimado de contratação seja superior a R$ 
300.000,00 (trezentos mil reais), pode ser utilizado tanto o critério de melhor técnica 
quanto de técnica e preço, sendo que, neste caso, a proporção de valoração da proposta 
técnica é obrigatoriamente de 70% (setenta por cento)33. 
Modalidade: concorrência. 
 
E. MAIOR LANCE 
 
Remetemos o leitor aos capítulos das modalidades de licitação e da alienação 
de bens públicos. 
 
F. MAIOR RETORNO ECONÔMICO 
 
Nos termos do art. 39, da Lei, aplica-se exclusivamente à contratação dos 
chamados “contratos de eficiência”, definidos como aqueles em que “objeto é a 
prestação de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, 
com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução de 
despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da economia 
gerada” (art. 6º, LIII). 
Note-se que os contratos de eficiência têm por objeto necessariamente a 
prestação de serviços, que pode ou não incluir a realização de obras e o fornecimento 
de bens. 
Os licitantes apresentarão e serão avaliados 02 (dois) tipos de propostas (art. 
38, § 1º): 
 
a) Proposta de trabalho, que deverá contemplar: as obras, os 
serviços ou os bens, com os respectivos prazos de realização ou 
fornecimento; e a economia que se estima gerar, expressa em 
unidade de medida associada à obra, ao bem ou ao serviço e em 
unidade monetária; 
b) Proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre a 
economia que se estima gerar durante determinado período, 
expressa em unidade monetária. 
 
 
32 A saber: a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos; d) fiscalização, 
supervisão e gerenciamento de obras e serviços; e h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes 
e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras 
e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso; 
33 O veto a esse dispositivo foi derrubado pelo Congresso Nacional. 
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78 
A proposta vencedora é aquela que proporciona a maior economia à 
Administração, na forma de redução das despesas correntes. 
Para efeito de julgamento, o retorno econômico será o resultado da economia 
que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta de 
preço (art. 38, § 3º). 
A remuneração do contratado é em percentual sobre a economia gerada para 
a Administração. 
Todavia, se, durante a execução do contrato, não se gerar economia prevista 
no contrato: 
 
- Desconta-se da remuneração do contratado a diferença entre 
a economia contratada e a efetivamente obtida; 
- Aplicam-se TAMBÉM as sanções cabíveis caso a diferença entre 
a economia contratada e a efetivamente obtida seja superior ao 
limite máximo estabelecido no contrato. 
 
Modalidade: concorrência. 
 
1.3.9. DO PARECER JURÍDICO 
 
Ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para o órgão de 
assessoramento jurídico da Administração, que realizará o controle prévio de 
legalidade. 
Deverá ser realizada uma análise jurídica da contratação, elaborando um 
parecer jurídico, que deverá: (i) apreciar o processo licitatório conforme critérios 
objetivos prévios de atribuição de prioridade; (ii) redigir sua manifestação em linguagem 
simples e compreensível e de forma clara e objetiva, com apreciação de todos os 
elementos indispensáveis à contratação e com exposição dos pressupostos de fato e de 
direito levados em consideração na análise jurídica (§ 1º). 
Esse controle prévio de legalidade pelo órgão de assessoramento jurídico 
também será realizado contratações diretas, acordos, termos de cooperação, 
convênios, ajustes, adesões a atas de registro de preços, outros instrumentos 
congêneres e de seus termosaditivos (§ 4º). 
Todavia, é dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas 
em ato da autoridade jurídica máxima competente, que deverá considerar o baixo valor, 
a baixa complexidade da contratação, a entrega imediata do bem ou a utilização de 
minutas de editais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes previamente 
padronizados pelo órgão de assessoramento jurídico (§ 5º). 
Não é ocioso lembrar que o art. 10 da Lei estabelece que, se assim quiserem, 
os agentes públicos que tenham participado de licitações e contratos e precisarem 
defender-se poderão ser representados judicial e extrajudicialmente pela advocacia 
pública, desde que seus atos tenham sido praticados com estrita observância desse 
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79 
parecer jurídico elaborado ao final da fase preparatória e não haja prova da prática de 
ato ilícito doloso. 
 
1.3.10. DAS DISPOSIÇÕES SETORIAIS 
 
No item das “Disposições Setoriais”, preocupou-se a Lei em disciplinar, de 
forma separada, as licitações para “compras”, “obras e serviços de engenharia”, 
“serviços em geral”, “locação de imóveis”, além das chamadas “licitações 
internacionais”. 
 
A. DAS COMPRAS 
 
O art. 40 fixa o DEVER DE PLANEJAMENTO das compras, in litteris: 
 
Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a 
expectativa de consumo anual e observar o seguinte: 
I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor 
privado; 
II - processamento por meio de sistema de registro de preços, 
quando pertinente; 
III - determinação de unidades e quantidades a serem 
adquiridas em função de consumo e utilização prováveis, cuja 
estimativa será obtida, sempre que possível, mediante 
adequadas técnicas quantitativas, admitido o fornecimento 
contínuo; 
IV - condições de guarda e armazenamento que não permitam 
a deterioração do material; 
V - atendimento aos princípios: 
a) da padronização, considerada a compatibilidade de 
especificações estéticas, técnicas ou de desempenho; 
b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e 
economicamente vantajoso; 
c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da 
despesa estimada com a prevista no orçamento. 
§ 1º O termo de referência deverá conter os elementos 
previstos no inciso XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das 
seguintes informações: 
I - especificação do produto, preferencialmente conforme 
catálogo eletrônico de padronização, observados os requisitos 
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80 
de qualidade, rendimento, compatibilidade, durabilidade e 
segurança; 
II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras 
para recebimentos provisório e definitivo, quando for o caso; 
III - especificação da garantia exigida e das condições de 
manutenção e assistência técnica34, quando for o caso. 
 
O dever de PADRONIZAÇÃO remete ao já estudado “catálogo eletrônico de 
padronização de compras, serviços e obras”, obrigatório para licitações de critério de 
julgamento de menor preço ou maior desconto (art. 19). 
Especificamente sobre o processo de padronização das compras, estabelece a 
Lei que ele deve conter (art. 43): 
 
a) parecer técnico sobre o produto, considerados especificações 
técnicas e estéticas, desempenho, análise de contratações 
anteriores, custo e condições de manutenção e garantia; 
b) despacho motivado da autoridade superior, com a adoção do 
padrão; 
c) síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão definido, 
divulgadas em sítio eletrônico oficial. 
 
Ademais, permite a Lei a padronização com base em processo de outro órgão 
ou entidade de nível federativo igual ou superior ao do órgão adquirente, devendo o 
ato que decidir pela adesão a outra padronização ser devidamente motivado, com 
indicação da necessidade da Administração e dos riscos decorrentes dessa decisão, e 
divulgado em sítio eletrônico oficial (art. 43, § 1º). 
Em idêntica toada, consta que as contratações de soluções baseadas em 
software de uso disseminado serão disciplinadas em regulamento que defina processo 
de gestão estratégica das contratações desse tipo de solução (art. 43, § 2º). 
O PARCELAMENTO, obrigatório sempre que tecnicamente viável e 
economicamente vantajoso, deve considerar: 
 
(i) a viabilidade da divisão do objeto em lotes; 
(ii) o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com 
vistas à economicidade, sempre que possível, desde que 
atendidos os parâmetros de qualidade; e 
 
34 Desde que fundamentada em estudo técnico preliminar, a Administração poderá exigir que os serviços 
de manutenção e assistência técnica sejam prestados mediante deslocamento de técnico ou 
disponibilizados em unidade de prestação de serviços localizada em distância compatível com suas 
necessidades (art. 40, § 4º). 
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81 
(iii) o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a 
concentração de mercado (art. 40, § 2º). 
 
Em outras palavras, o parcelamento das compras, além da indispensável 
viabilidade técnica, deverá representar uma concreta vantajosidade econômica, aferida 
a partir das peculiaridades do mercado local, num contraponto entre o incremento de 
competitividade e a natural perda de economia de escala. 
É nesse sentido que o § 3º do art. 40 estabelece que o parcelamento NÃO será 
adotado quando. 
 
a) a economia de escala, a redução de custos de gestão de 
contratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a 
compra do item do mesmo fornecedor; 
b) o objeto a ser contratado configurar sistema único e integrado 
e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto 
pretendido; 
c) o processo de padronização ou de escolha de marca levar a 
fornecedor exclusivo. 
 
De forma excepcional, desde que formalmente justificado, é POSSÍVEL a 
INDICAÇÃO DE UMA OU MAIS MARCAS OU MODELOS pela Administração nas 
seguintes hipóteses (art. 41, I): 
 
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto35; 
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade 
com plataformas e padrões já adotados pela Administração; 
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por 
mais de um fornecedor forem os únicos capazes de atender às 
necessidades do contratante; 
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais 
bem compreendida pela identificação de determinada marca ou 
determinado modelo aptos a servir apenas como referência36; 
 
Por outro lado, e também de forma excepcional, poderá a Administração vedar 
a contratação de marca ou produto, quando, mediante processo administrativo, restar 
 
35 Note-se que a padronização não se confunde com a indicação de marcas ou modelos: a padronização 
independe da indicação de marca ou modelo; a necessidade de padronização é apenas uma das hipóteses 
em que se admitirá a indicação de marca ou modelo. 
36 Observe-se que, neste caso, a marca ou modelo serve apenas de referência para caracterização do 
objeto, concorrendo na licitação todos os seus similares. Por exemplo, é possível que o objeto da 
contratação seja definido no edital como “aquisição de fita adesiva transparente tipo ‘Durex’”, hipótese 
em que os licitantes poderão oferecer qualquer fita que seja similar à da marca Durex. 
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82 
comprovado que produtos adquiridos e utilizados anteriormente pela Administração 
não atendem a requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento da obrigação 
contratual (art. 40, III). 
Além disso, da mesma forma excepcional, PODERÁ a Administração, 
motivadamente, no caso de licitante revendedor ou distribuidor, EXIGIR CARTA DE 
SOLIDARIEDADE EMITIDA PELO FABRICANTE, que assegure a execução do contrato (art. 
40, IV). 
Ainda de forma excepcional, o edital PODERÁ prever a EXIGÊNCIA DE 
AMOSTRA OU PROVA DE CONCEITO DO BEM, no procedimento de pré-qualificação 
permanente, na fase de julgamento das propostas ou de lances, ou no período de 
vigência do contrato ou da ata de registro de preços, desde que justificada a necessidade 
de sua apresentação (art. 40, II). Essa exigência de amostra ou prova de conceito do bem 
se restringirá ao licitante provisoriamente vencedor quando realizada na fase de 
julgamento das propostas ou de lances (art. 40, par. único). Inclusive, para guiar os 
licitantes na exigência de amostra, a Administração poderá oferecer protótipo do objeto 
pretendido (art. 42, § 2º). 
A prova da qualidade do produto apresentado pelos proponentes como 
similar ao das marcas indicadas no edital será admitida pelos seguintes meios (art. 42): 
 
a) comprovação de que o produto está de acordo com as normas 
técnicas determinadas pelos órgãos oficiais competentes, pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra 
entidade credenciada pelo Inmetro37; 
b) declaração de atendimento satisfatório emitida por outro 
órgão ou entidade de nível federativo equivalente ou superior 
que tenha adquirido o produto; 
c) certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento 
similar que possibilite a aferição da qualidade e da conformidade 
do produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto 
ambiental, emitido por instituição oficial competente ou por 
entidade credenciada. 
 
Por fim, giza o art. 44 da Lei que, quando houver a possibilidade de compra ou 
de locação de bens, o estudo técnico preliminar deverá considerar os custos e os 
benefícios de cada opção, com indicação da alternativa mais vantajosa (art. 44). 
 
B. DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA 
 
 
37 O edital também poderá exigir, como condição de aceitabilidade da proposta, certificação de qualidade 
do produto por instituição credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial (Conmetro) (art. 42, § 2º). 
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83 
O art. 45 traz as balizas das licitações de obras e serviços de engenharia, in 
verbis: 
 
Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem 
respeitar, especialmente, as normas relativas a: 
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos 
sólidos gerados pelas obras contratadas; 
II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental, 
que serão definidas no procedimento de licenciamento 
ambiental; 
III - utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que, 
comprovadamente, favoreçam a redução do consumo de 
energia e de recursos naturais; 
IV - avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação 
urbanística; 
V - proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e 
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou 
indireto causado pelas obras contratadas; 
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com 
mobilidade reduzida. 
 
O art. 46 enuncia que as obras e serviços de engenharia admitem os já 
estudados 07 (sete) regimes de execução (indireta), passando a uma disciplina mais 
específica dos projetos executivo e básico, também já analisada neste material. 
 
C. DOS SERVIÇOS EM GERAL 
 
Em sintonia com o exposto para as “compras”, o art. 47 consagra os princípios 
da PADRONIZAÇÃO e do PARCELAMENTO também para os serviços em geral, in verbis: 
 
Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios: 
I - da padronização, considerada a compatibilidade de 
especificações estéticas, técnicas ou de desempenho; 
II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e 
economicamente vantajoso. 
§ 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser 
considerados: 
I - a responsabilidade técnica; 
II - o custo para a Administração de vários contratos frente às 
vantagens da redução de custos, com divisão do objeto em itens; 
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84 
III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a 
concentração de mercado. 
§ 2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência 
técnica, o edital deverá definir o local de realização dos serviços, 
admitida a exigência de deslocamento de técnico ao local da 
repartição ou a exigência de que o contratado tenha unidade de 
prestação de serviços em distância compatível com as 
necessidades da Administração. 
 
A licitação de serviços configura a já conhecida “terceirização de serviços”. Daí, 
a Lei se preocupou em esclarecer que somente podem ser passadas à execução por 
terceiros (e, então, objeto de licitação) atividades materiais acessórias, instrumentais 
ou complementares aos assuntos que constituam área de competência legal do órgão 
ou da entidade [a competência legal do órgão em si, não]. 
O art. 48 da Lei estabelece que, nessa contratação de serviço terceirizado, são 
VEDADOS à Administração e seus agentes: 
 
a) indicar pessoas expressamente nominadas para executar 
direta ou indiretamente o objeto contratado; 
b) fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo 
a ser pago pelo contratado; 
c) estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de 
empresa prestadora de serviço terceirizado; 
d) definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso 
dos salários pagos; 
e) demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço 
terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da 
contratação; 
f) prever em edital exigências que constituam intervenção 
indevida da Administração na gestão interna do contratado. 
 
Em extensão da PROIBIÇÃO CONSTITUCIONAL AO NEPOTISMO [decorrente 
direta dos princípios constitucionais administrativos da impessoalidade e moralidade] 
às licitações e contratações públicas, o § 2º do art. 48 fixa que, durante a vigência do 
contrato, é vedado ao contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do órgão ou entidade 
contratante ou de agente público que desempenhe função na licitação ou atue na 
fiscalização ou na gestão do contrato, devendo essa proibição constar expressamente 
do edital de licitação. 
A seu turno, o art. 49 prevê a possibilidade da chamada “CONTRATAÇÃO 
SIMULTÂNEA”: mediante justificativa expressa, pode a Administração contratar mais 
de uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, desde que: a 
contratação simultânea não implique perda de economia de escala; o objeto da 
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85 
contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea por mais de um 
contratado; a múltipla execução for conveniente para atender à Administração. 
Complementa seu parágrafo único que a Administração deverá manter o controle 
individualizado da execução do objeto contratual relativamente a cada um dos 
contratados. 
Finalmente, o art.50 determina que, nas contratações de serviços com regime 
de dedicação exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando 
solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do cumprimento das 
obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 
relação aos empregados diretamente envolvidos na execução do contrato, em especial 
quanto ao: 
 
- registro de ponto; 
- recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, 
repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário; 
- comprovante de depósito do FGTS; 
- recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo 
adicional; 
- recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias 
dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato; 
- recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, na 
forma prevista em norma coletiva. 
 
D. DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS 
 
Estabelece a Lei que, em regra, a locação de imóveis deverá ser precedida de: 
 
- licitação; 
- avaliação prévia, do bem, do seu estado de conservação, dos 
custos de adaptações e do prazo de amortização dos 
investimentos necessários). 
 
Excetua-se, contudo, o caso de contratação direta por inexigibilidade prevista 
no art. 74, V: “aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de 
localização tornem necessária sua escolha”. O § 5º desse art. 74 traz os requisitos para 
essa contratação direta: 
 
a) avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos 
custos de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades 
de utilização, e do prazo de amortização dos investimentos; 
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86 
b) certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e 
disponíveis que atendam ao objeto; 
c) justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser 
comprado ou locado pela Administração e que evidenciem 
vantagem para ela. 
 
E. DAS LICITAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
O art. 52 normatiza pormenorizadamente a chamada “licitação internacional”, 
conceituada no inciso XXXV do art. 6º da Lei como “licitação processada em território 
nacional na qual é admitida a participação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade 
de cotação de preços em moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual 
pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território estrangeiro”. 
Por cautela, colacionemos a integralidade do dispositivo: 
 
Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá 
ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio 
exterior e atender às exigências dos órgãos competentes. 
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço 
em moeda estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá 
fazê-lo38. 
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente 
contratado em virtude de licitação nas condições de que trata o 
§ 1º deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional39. 
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão 
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. 
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital 
e serão definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos. 
§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às 
mesmas regras e condições, na forma estabelecida no edital. 
§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever 
condições de habilitação, classificação e julgamento que 
constituam barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, 
admitida a previsão de margem de preferência para bens 
produzidos no País e serviços nacionais que atendam às normas 
técnicas brasileiras, na forma definida no art. 26 desta Lei40. 
 
 
38 Pode ou não ser permitido que os licitantes cotem os valores em moeda estrangeira. Caso admitida, 
não pode haver distinção entre brasileiros e estrangeiros. 
39 Em outras palavras, o licitante estrangeiro eventualmente contratado poderá receber em moeda 
estrangeira. 
40 Veremos as margens de preferência quando do estudo do julgamento das propostas ou lances. 
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87 
1.4. DA FASE COMPETITIVA/EXTERNA 
1.4.1. DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO 
 
A divulgação do edital de licitação marca o início da fase competitiva ou aberta 
da licitação, quando esta se torna conhecida para a sociedade em geral e, em especial, 
para os agentes econômicos. 
Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico e jurídico, a 
autoridade determinará a divulgação do edital de licitação, que será (art. 54): 
 
a) Obrigatória: 
- Inteiro teor: Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP); 
- Extrato: Diário Oficial41; e Jornal de Grande Circulação42. 
b) Facultativa: 
- Inteiro teor: Sítio eletrônico da entidade43; 
- Divulgação direta: interessados cadastrados para esse fim. 
 
Ademais, após a homologação do processo licitatório, documentos elaborados 
na fase preparatória que porventura não tenham integrado o edital e seus anexos 
serão disponibilizados no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e, se o órgão 
ou entidade responsável pela licitação entender cabível, também em seu sítio eletrônico 
(§ 3º). 
 
1.4.2. DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES 
 
Divulgado o edital de licitação, os interessados devem apresentar suas 
propostas ou lances, conforme o modo de disputa e no prazo definidos no edital. 
O art. 55 estabelece os PRAZOS MÍNIMOS a serem respeitados pelo edital, 
todos em dias úteis, contados a partir da data de sua divulgação: 
 
MODALIDADE PRAZO 
AQUISIÇÃO DE 
BENS 
a) 08 dias úteis – menor preço ou de maior desconto; 
b) 10 dias úteis – outros critérios de julgamento. 
 
41 Da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público, do ente de 
maior nível entre eles. 
42 O veto à obrigatoriedade de divulgação do extrato do edital de licitação em jornal de grande circulação 
foi derrubado pelo Congresso Nacional. 
43 Em caso de consórcio público, do ente de maior nível entre eles. 
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88 
SERVIÇOS E OBRAS 
a) 10 dias úteis: serviços comuns e obras e serviços comuns 
de engenharia + menor preço ou de maior desconto; 
b) 25 dias úteis: serviços especiais e obras e serviços 
especiais de engenharia + menor preço ou de maior 
desconto; 
c) 60 dias úteis: contratação integrada; 
d) 35 dias úteis: contratação semi-integrada ou hipóteses 
não abrangidas pelas anteriores (critérios de julgamento 
distintos de menor preço ou maior desconto). 
ALIENAÇÃO DE BENS 15 dias úteis 
MELHOR TÉCNICA OU 
CONTEÚDO 
ARTÍSTICO OU 
TÉCNICA E PREÇO 
35 dias úteis 
DIÁLOGO 
COMPETITIVO 
a) 25 dias úteis: manifestação de interesse (pré-seleção); 
b) 60 dias úteis: apresentação de propostas (competição). 
 
O MODO DE DISPUTA corresponde à forma pela qual os licitantes irão competir 
pelo objeto do contrato, podendo ser, nos termos do art. 56 da Lei, 02 (dois) tipos, a 
serem empregados de forma isolada ou conjunta: 
 
- Aberto (lances): públicos e sucessivos, crescentes ou 
decrescentes; 
- Fechado (propostas): sigilosas até a data e hora de designadas 
de sua divulgação. 
 
São vedados (§§ 1º e 2º): 
 
- Modo aberto, isolado ou conjuntamente: técnica e preço; 
- Modo fechado, isoladamente: menor preço ou maior 
desconto. 
 
No modo de disputa aberto, assim como já ocorre no RDC, a nova Lei consagraos chamados “lances intermediários”, que consistem naqueles lances iguais ou piores 
ao melhor já ofertado. A ideia de lances intermediários se destina a, definida a melhor 
proposta e não havendo quem possa cobri-la, reabre-se a disputa apenas entre os 
demais licitantes para que possam melhorar seus lances e, assim, sua posição na 
classificação. O objetivo é evitar fraudes e garantir que, caso o primeiro colocado venha 
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89 
a ser inabilitado ou por qualquer motivo excluído do certame, os demais classificados 
tenham apresentado lances o mais próximo possível da então melhor proposta. 
Nesse sentido, estabelece o § 3º do art. 56 que “Serão considerados 
intermediários os lances: 
 
- iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o 
critério de julgamento de maior lance; 
- iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados 
os demais critérios de julgamento. 
 
De acordo com o § 4º do art. 56, contudo, a reabertura da disputa entre 
aqueles que apresentaram lances intermediários é uma FACULDADE da Administração 
e somente pode ocorrer se a diferença entre a melhor proposta e aquela classificada em 
segundo lugar for de pelo menos 5% (cinco por cento): 
Ademais, nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o 
julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à Administração, por 
meio eletrônico, as planilhas com indicação dos quantitativos e dos custos unitários, 
bem como com detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos 
Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequados ao valor final da proposta 
vencedora, admitida a utilização dos preços unitários, no caso de empreitada por preço 
global, empreitada integral, contratação semi-integrada e contratação integrada, 
exclusivamente para eventuais adequações indispensáveis no cronograma físico-
financeiro e para balizar excepcional aditamento posterior do contrato (§ 5º). 
O art. 57 permite que o edital de licitação fixe um intervalo mínimo de 
diferença entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários 
quanto em relação à proposta que cobrir a melhor oferta. Visa a evitar a sucessão de 
lances muito próximos e que prejudiquem a busca pelo resultado mais vantajoso. 
Finalmente, o art. 58 estabelece a possibilidade de o edital exigir, como 
requisito de pré-qualificação, a prestação de uma garantia da proposta44: 
 
Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da apresentação da 
proposta, a comprovação do recolhimento de quantia a título de 
garantia de proposta, como requisito de pré-habilitação. 
§ 1º A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um 
por cento) do valor estimado para a contratação. 
§ 2º A garantia de proposta será devolvida aos licitantes no prazo 
de 10 (dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da 
data em que for declarada fracassada a licitação. 
 
44 A garantia da proposta não se confunde com a garantia contratual, disciplinada nos arts. 96 a 102 da 
Lei. 
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90 
§ 3º Implicará execução do valor integral da garantia de proposta 
a recusa em assinar o contrato ou a não apresentação dos 
documentos para a contratação. 
§ 4º A garantia de proposta poderá ser prestada nas 
modalidades de que trata o § 1º do art. 96 desta Lei45. 
[Destacamos]. 
 
1.4.3. DO JULGAMENTO 
 
No julgamento propriamente dito, a Administração irá ordenar/classificar as 
propostas finais apresentadas segundo o critério de julgamento previsto no edital. 
Feita essa ordenação, deve a Administração realizar uma espécie de “exame de 
conformidade” das propostas, DESCLASSIFICANDO aquelas que (art. 59): 
 
- contiverem vícios insanáveis; 
- não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas 
no edital; 
- apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima 
do orçamento estimado para a contratação; 
- não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido 
pela Administração; 
- apresentarem desconformidade com quaisquer outras 
exigências do edital, desde que insanável. 
 
Entretanto, essa verificação da conformidade pode ser feita exclusivamente 
em relação à proposta mais bem classificada (§ 1º). 
Para aferir a exequibilidade das propostas (ou apenas da mais bem 
classificada), a Administração poderá realizar diligências ou exigir que os licitantes a 
demonstrem (§ 2º). 
A avaliação da exequibilidade e do sobrepreço nas licitações de obras e 
serviços de engenharia e arquitetura considerará o preço global, os quantitativos e os 
preços unitários tidos como relevantes, observado o critério de aceitabilidade de preços 
unitário e global a ser fixado no edital, conforme as especificidades do mercado 
correspondente (§ 4º). 
Ademais, nos termos dos §§ 5º e 6º, para obras e serviços de engenharia: 
 
- considera-se inexequível proposta com valor inferior a 75% 
(setenta e cinco por cento) do valor orçado pela Administração; 
 
45 Cabe ao licitante escolher entre caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou 
fiança bancária 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
91 
- exige-se garantia adicional do licitante vencedor em caso de 
proposta inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor 
orçado pela Administração, equivalente à diferença entre o valor 
estimado e aquele da proposta, sem prejuízo das demais 
garantias legalmente exigíveis. 
 
No julgamento das propostas, deve também ser observada MARGEM DE 
PREFERÊNCIA eventualmente estabelecida no edital de licitação. Ocorre que o art. 26 
da Lei traz a POSSIBILIDADE de o edital estabelecer margem de preferência para: 
 
a) Bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a 
normas técnicas brasileiras; 
b) Bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis46, conforme 
regulamento. 
 
Esses conceitos são trazidos no art. 6º da Lei, in verbis: 
 
XXXVI - serviço nacional: serviço prestado em território nacional, 
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; 
XXXVII - produto manufaturado nacional: produto 
manufaturado produzido no território nacional de acordo com o 
processo produtivo básico ou com as regras de origem 
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; 
 
Os §§ do art. 60 esmiúçam a disciplina da margem de preferência: 
 
a) A margem em favor de bens manufaturados e serviços 
nacionais será definida em decisão fundamentada do Poder 
Executivo Federal; aquela dos bens reciclados, recicláveis ou 
biodegradáveis será objeto de regulamento; 
b) A margem poderá ser de: 
- Em regra: até 10%; 
- Bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultantes 
de desenvolvimento e inovação tecnológica no País: até 20%. 
c) A margem pode ser estendida aos bens manufaturados e 
serviços originários de Estados Partes do Mercado Comum do 
Sul (Mercosul), desde que haja reciprocidade com o País prevista 
 
46 Essa hipótese não constava da Lei Federal nº 14.133/2021, sendo mais uma expressão da chamada 
“licitação verde”. 
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92 
em acordo internacional aprovado pelo Congresso Nacional e 
ratificado pelo Presidente da República; 
d) A margem NÃO SE APLICA aos bens manufaturadosnacionais 
e aos serviços nacionais se a capacidade de produção desses 
bens ou de prestação desses serviços no País for inferior à 
quantidade a ser adquirida ou contratada ou, quando for o caso, 
aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do objeto. 
 
Por outro lado, reza o § 6º do art. 26 que os editais de licitação para a 
contratação de bens, serviços e obras PODERÃO, mediante prévia justificativa da 
autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou 
entidade integrante da Administração Pública ou daqueles por ela indicados a partir 
de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial ou tecnológica 
ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma 
estabelecida pelo Poder Executivo federal. 
Além da margem de preferência, é POSSÍVEL, nas contratações destinadas à 
implantação, à manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de 
informação e comunicação considerados estratégicos em ato do Poder Executivo 
federal, a realização de LICITAÇÃO RESTRITA a bens e serviços com tecnologia 
desenvolvida no País produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que 
trata a Lei Federal nº 10.176/2001, a qual dispõe sobre a capacitação e competitividade 
no setor de informática e automação (§7º). 
Finalmente, prevê o art. 27 que será divulgada, em sítio eletrônico oficial, a 
cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência da margem 
de preferência e da licitação restrita, com indicação do volume de recursos destinados 
a cada uma delas. 
Por sua vez, o art. 60 da Lei enumera os seguintes CRITÉRIOS DE DESEMPATE, 
em ordem de preferência: 
 
a) Disputa final, hipótese em que os licitantes empatados 
poderão apresentar nova proposta em ato contínuo à 
classificação; 
b) Avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, 
para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros 
cadastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações 
previstos nesta Lei; 
c) Desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre 
homens e mulheres no ambiente de trabalho, conforme 
regulamento; 
d) Desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, 
conforme orientações dos órgãos de controle. 
 
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93 
ATENÇÃO! Conforme dispõe o art. 44 da Lei Complementar Federal nº 123/2006 e será 
a seguir analisado, antes de todos esses critérios de desempate acima, aplica-se o 
direito de preferência de contratação concedido às microempresas e empresas de 
pequeno porte. Em outras palavras, o primeiro critério de desempate é ser ME ou EPP. 
Ademais, elas gozam do benefício do empate ficto ou presumido, por meio do qual são 
consideradas empatadas mesmo que tenham apresentado proposta até 10% (se pregão, 
5%) superior, hipótese em que, para serem contratadas, terão a oportunidade de cobrir 
a melhor proposta [veja que, mesmo com o empate ficto, a ME ou EPP não será 
contratada pela proposta maior que apresentou, devendo cobrir a melhor]. 
 
Caso não tenha havido desempate pelos critérios acima, passa-se à verificação 
do chamado “DIREITO DE PREFERÊNCIA”, concedido, em igualdade de condições, 
sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou prestados por (art. 60, § 1º): 
 
a) Empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito 
Federal do órgão ou entidade da Administração Pública estadual 
ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão 
ou entidade de Município, no território do Estado em que este 
se localize47; 
b) Empresas brasileiras; 
c) Empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de 
tecnologia no País; 
d) Empresas que comprovem a prática de mitigação nos termos 
da Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima. 
 
Em conformidade com o art. 4º da Lei, adverte o § 2º do art. 60 que os critérios 
de desempate não prejudicarão as BENESSES E PRIVILÉGIOS ESTENDIDOS ÀS 
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, nos termos dos arts. 42 a 49 da 
Lei Complementar Federal nº 123/2006. 
O enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte está 
disciplinado nos incisos I e II do art. 3º da LC nº 123/2006: 
 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se 
microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de 
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 
966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou 
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde 
que: 
 
47 Note que NÃO existe preferência para empresas estabelecidas em determinado Município. A 
preferência pela localidade do estabelecimento empresarial é apenas de nível estadual ou distrital, pois. 
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94 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, 
receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais); e 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro 
milhões e oitocentos mil reais). 
 
As MEs e EPPs gozam das seguintes benesses/privilégios em licitações e 
contratações públicas: 
 
- Comprovação da regularidade fiscal e trabalhista apenas para 
efeito da assinatura do contrato, e não para a participação 
dessas entidades na licitação (art. 42). Cuidado: as ME/EPP 
devem apresentar normalmente os documentos de regularidade 
fiscal e trabalhista na fase de habilitação; a diferença é que, 
mesmo que esses documentos contenham vícios ou restrições, 
elas terão o prazo de 05 dias úteis para regularização, contados 
da declaração do vencedor do certame, prorrogáveis por igual 
período a critério da Administração (art. 43). 
- Contratação preferencial em caso e empate e empate ficto ou 
presumido: o art. 44 da LC nº 123/06 estabelece em favor das 
MEs e EPPs a contratação preferencial em caso de empate. 
Ademais, prevê a existência de empate fico/presumido quando 
as ME/EPP apresentem propostas iguais ou até 10% superiores 
à melhor proposta (no pregão, a diferença é de 5%). Nada 
obstante, em caso de empate ficto, a ME/EPP melhor classificada 
terá a oportunidade de cobrir a melhor proposta, situação em 
que o objeto será adjudicado em seu favor. Não ocorrendo a 
contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, 
serão convocadas as ME/EPP remanescentes que porventura 
estiverem dentro dos limites percentuais de empate ficto. No 
caso de equivalência dos valores apresentados pelas 
microempresas e empresas de pequeno porte, será realizado 
sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro 
poderá cobrir a melhor proposta. Na hipótese da não 
contratação, o objeto licitado será adjudicado em favor da 
proposta originalmente vencedora do certame; 
- Licitações exclusiva: OBRIGATORIEDADE de realizar licitação 
exclusivamente com ME/EPP, desde que o valor do contrato não 
ultrapasse R$ 80.000,00 (art. 48, I); 
- Cota de participação: OBRIGATORIEDADE de, nas licitações 
para aquisição de bens divisíveis, estabelecer cota de até 25% do 
objeto para a contratação de ME/EPP (art. 48, III); 
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95 
- Subcontratação obrigatória: POSSIBILIDADEde prever no 
edital que o licitante vencedor DEVERÁ subcontratar ME/EPP 
(art. 48, II) [a LC 147/2014 revogou o limite máximo de 30% para 
essa subcontratação, não existindo mais um teto]; 
 
A LC 147/2014 REVOGOU o limite de 25% do total licitado em cada ano civil 
para a aplicação dos benefícios a MEs e EPPs, de modo que NÃO há mais teto anual. 
Na aplicação desses benefícios, PODERÁ a Administração, ainda, estabelecer 
prioridade de contratação para as MEs e EPPs sediadas local ou regionalmente, até o 
limite de 10% do melhor preço válido. Nesse caso, note-se que a ME/EPP local ou 
regional será contratada com prioridade mesmo tendo apresentado proposta até 10% 
superior [não se trata de empate ficto para fins de oportunidade de cobertura da melhor 
proposta] (art. 48, § 3º). 
Outrossim, no caso de o edital prever a subcontratação obrigatória acima, os 
empenhos e pagamentos da Administração serão realizados diretamente à ME/EPP 
(art. 48, § 2º). 
 
ATENÇÃO! O art. 49, IV, da LC 123/2006 estabelece que NÃO se aplicam as disposições 
de seus art. 47 e 48 (licitação exclusiva; cota de participação; e subcontratação 
obrigatória) nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação dos arts. 24 e 25 da Lei 
Federal nº 8.666/1993, salvo no caso de licitação dispensável pelo valor, hipótese em 
que o único benefício da ME/EPP será sua contratação preferencial, inclusive com o 
benefício do empate ficto ou presumido e a possibilidade de cobrir a melhor proposta. 
A despeito de a LC 123/2006 se referir à Lei Federal nº 8.666/1993, suas disposições se 
aplicam normalmente à Lei Federal nº 14.133/2021, daí porque as benesses/privilégios 
das MEs e EPPs continuam valendo no caso de contratação direta (dispensa ou 
inexigibilidade), salvo a contratação preferencial, inclusive com o empate ficto ou 
presumido e a possibilidade de cobertura da melhor proposta. 
 
Por fim, ressalta-se que tais previsões sobre o tratamento diferenciado não 
precisam mais estar previstas expressamente no instrumento convocatório, cuidando-
se de uma imposição legal [nesse sentido, foi revogado o inciso I do art. 49 da LC 
123/06]. 
 
ATENÇÃO! As benesses/privilégios das MEs/EPPs em licitações e contratos públicos 
não estão vinculadas ao gozo de tratamento tributário diferenciado, não se exigindo a 
utilização do SIMPLES Nacional por ME/EPP. 
Por outro lado, para receberem o tratamento favorecido em licitações e contratações 
públicas, as MEs e EPPs deverão apresentar declaração afirmando que cumprem os 
requisitos legais para qualificação como ME/EPP. A ausência dessa declaração não 
impede a participação na licitação, mas afasta o tratamento favorável. 
 
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1.4.4. DA HABILITAÇÃO 
 
Na etapa de habilitação, que ganhou capítulo próprio na Nova Lei, a 
Administração verifica se o licitante preenche ou não os requisitos necessários previstos 
no edital e considerados indispensáveis para a futura execução do contrato. Busca-se, 
assim, assegurar que o licitante, caso venha a ser o vencedor do certame, tenha 
condições técnicas, financeiras e idoneidade para cumprir adequadamente o contrato 
objeto da licitação. 
Note-se que com a chegada da Nova Lei, houve a inversão das fases, que antes 
ocorria apenas na modalidade pregão, e que hoje passou a valer como regra em todas 
as modalidades de licitação. 
Assim, a partir de agora, em todas as modalidades, acontecerá primeiro a 
realização da etapa de propostas e julgamento, para que depois se analise os 
documentos de habilitação apenas da empresa vencedora do certame. 
Cabe mencionar que a Nova Lei (art. 63, II) autoriza a realização da etapa de 
habilitação antes das fases de apresentação das propostas e lances e julgamentos, 
sendo que, em qualquer caso, os documentos relativos à regularidade fiscal apenas 
serão exigidos após o julgamento das propostas e apenas do licitante mais bem 
classificado. 
Ainda, ocorrendo a inversão das fases, não caberá exclusão de licitante por 
motivo relacionado à habilitação, após seu encerramento, salvo em razão de fatos 
supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. 
A habilitação divide-se em: 
 
a) Jurídica: destinada a atestar a existência jurídica do licitante 
(ex.: contrato/estatuto social e registro na junta comercial) e 
aptidão para o exercício de determinada atividade, quando 
aplicável (ex.: autorização de funcionamento da vigilância 
sanitária). 
b) Técnica: visa a verificar a capacidade técnica do licitante para 
cumprir o objeto do contrato; para tanto, poderá ser exigido, por 
exemplo, registro do profissional competente, comprovação do 
licitante de possuir em seu quadro permanente profissional 
detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução 
de obra ou serviço de características semelhantes ao objeto da 
licitação. 
c) Fiscal, social e trabalhista: busca identificar se o licitante se 
encontra de forma regular perante suas obrigações com a 
legislação tributária federal, estadual, municipal, seguridade 
social e o fundo de garantia por tempo de serviço (ex.: cartão de 
CNPJ/CPF, certidão de regularidade do FGTS, certidão negativa 
de débitos trabalhistas etc.). 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
97 
d) Econômico-financeira: conforme o próprio texto legal do art. 
69, “visa a demonstrar a aptidão econômica do licitante para 
cumprir as obrigações decorrentes do futuro contrato, devendo 
ser comprovada de forma objetiva, por coeficientes e índices 
econômicos previstos no edital, devidamente justificados no 
processo licitatório”. 
 
Uma vez apresentados os documentos de habilitação, sua substituição apenas 
será permitida para complementação de informações e/ou atualização de documentos 
com data de validade expirada. 
Em uma aproximação do formalismo moderado, a Nova Lei estabelece que “a 
comissão de licitação poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância dos 
documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado registrado e 
acessível a todos, atribuindo-lhes eficácia para fins de habilitação e classificação”. 
 
1.4.5. DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO 
 
Um processo licitatório bem-sucedido e que, portanto, alcança a sua finalidade 
inicial encerra-se com a homologação da licitação e adjudicação do objeto pela 
autoridade superior competente. 
A homologação, de acordo com a Nova Lei, passa a ser ato final do 
procedimento de licitação que atesta a validade do procedimento. 
Por sua vez, a adjudicação – que, pelo menos por sua disposição na Lei, 
antecede a homologação – é o ato administrativo por meio do qual a Administração 
atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação. 
 
ATENÇÃO! O princípio da adjudicação compulsória significa que o objeto da licitação 
deve ser compulsoriamente adjudicado ao primeiro colocado [diz que a adjudicação é 
vinculante], o que não significa reconhecer, entretanto, direito ao próprio contrato, 
apenas impede que a Administração atribua o objeto da licitação a outrem. Com efeito, 
adjudicado o objeto da licitação, o vencedor não tem direito à assinatura do contrato, 
mas apenas à preferência, caso a Administração decida efetivamente contratar. Trata-
se de uma expectativa de direito. 
 
Caso, no entanto, o processo licitatório não esteja apto para homologação e 
adjudicação, a Nova Lei determina que caberá à autoridade superior (i) determinar o 
retorno dos autos para saneamento de irregularidades; (ii) revogar a licitação por 
motivo de conveniência e oportunidade; ou (iii) proceder à anulação da licitação, de 
ofício ou mediante provocação de terceiros,sempre que presente ilegalidade insanável. 
Enquanto a anulação da licitação é um dever que decorre da ilegalidade no 
procedimento, em razão de vício insanável, a revogação é uma faculdade de 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
98 
desfazimento do procedimento por razões de interesse público, em razão de fatos 
supervenientes devidamente comprovados. 
A anulação pode ser declarada pela própria Administração ou pelo Poder 
Judiciário. No entanto, a revogação só pode ser efetivada pelo Poder Público que 
promoveu a licitação. 
Tanto nos casos de anulação como de revogação, a Nova Lei estabelece 
expressamente que deverá ser assegurada a prévia manifestação dos interessados. 
 
1.5. DA CONTRATAÇÃO DIRETA 
 
Conforme dita o art. 37, XXI, da CF/88, o dever de licitar é a regra. Contudo, o 
próprio texto constitucional abre a possibilidade para a lei afastar a obrigatoriedade da 
licitação. Nesse sentido, a Nova Lei, nos mesmos termos da Lei Federal nº 8.666/93, 
trata das seguintes formas de contratação direta, ou seja, sem o emprego das 
modalidades de licitação: 
 
 Inexigibilidade 
(art. 74) 
Dispensável 
(art. 75) 
Dispensada 
(art. 76) 
Característica 
- Inviabilidade de 
competição. 
- A atuação do 
administrador é 
vinculada. 
- A licitação é possível, 
mas fica a critério da 
administração. 
- A atuação do 
administrador é 
discricionária. 
- Não poderá licitar, 
pois a lei já 
dispensou. 
- A atuação do 
administrador é 
vinculada. 
Hipóteses 
legais 
Lista exemplificativa 
(numerus apertus) 
Lista exaustiva 
(numerus clausus) 
Lista exaustiva 
(numerus clausus) 
 
Independentemente da hipótese de contratação direta, a Administração Pública, 
embora não esteja sujeita ao procedimento licitatório, deverá observar processo legal 
de contratação direta, cujos documentos essenciais encontram-se elencados no art. 72 
da Nova Lei, in verbis: 
 
Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os 
casos de inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser 
instruído com os seguintes documentos: 
I – documento de formalização de demanda e, se for o caso, 
estudo técnico preliminar, análise de riscos, termo de referência, 
projeto básico ou projeto executivo; 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
99 
II – estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma 
estabelecida no art. 23 desta Lei; 
III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que 
demonstrem o atendimento dos requisitos exigidos; 
IV – demonstração da compatibilidade da previsão de recursos 
orçamentários com o compromisso a ser assumido; 
V – comprovação de que o contratado preenche os requisitos de 
habilitação e qualificação mínima necessária; 
VI – razão da escolha do contratado; 
VII – justificativa de preço; 
VIII – autorização da autoridade competente. 
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o 
extrato decorrente do contrato deverá ser divulgado e mantido 
à disposição do público em sítio eletrônico oficial. 
 
1.5.1. DA INEXIGIBILIDADE 
 
A inexigibilidade se aplica para situações em que a competição é inviável, seja 
pela natureza específica do negócio, seja pelos objetivos visados pela Administração. O 
art. 74 da Nova Lei prevê, em rol exemplificativo, as situações de inexigibilidade, que 
devem ser memorizadas, a saber: 
 
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em 
especial nos casos de: 
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou 
contratação de serviços que só possam ser fornecidos por 
produtor, empresa ou representante comercial exclusivos; 
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente 
ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado 
pela crítica especializada ou pela opinião pública; 
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados 
de natureza predominantemente intelectual com profissionais 
ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade 
para serviços de publicidade e divulgação: 
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos 
executivos; 
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; 
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou 
tributárias; 
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100 
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou 
serviços; 
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; 
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e 
ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e 
monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio 
ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no 
disposto neste inciso; 
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de 
credenciamento; 
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de 
instalações e de localização tornem necessária sua escolha. 
 
Em tais casos, uma vez constatada a impossibilidade de competição, a licitação 
deve ser afastada justificadamente (a atuação do administrador é vinculada), sob pena 
de se estabelecer procedimento administrativo, que demanda tempo e dinheiro, para 
se fazer escolhas subjetivas ao final. 
A Nova Lei manteve os casos de inexigibilidade de licitação tratadas na Lei 
Federal nº 8.666/93 e adicionou duas novas hipóteses, quais sejam, (i) o 
credenciamento, que embora não constasse do rol do art. 25 da Lei Federal nº 8.666/93, 
já era enquadrado como hipótese de inexigibilidade pela jurisprudência e doutrina, e (ii) 
a aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização 
tornem necessária sua escolha, hipótese enquadrada na Lei Federal nº 8.666/93 como 
de licitação dispensável. 
Veja que a aquisição ou locação de imóvel, para que possa ser feita 
diretamente, em razão da inexigibilidade, deve atender a quatro requisitos, 
cumulativamente, nos termos do § 5º do art. 74: 
 
(i) avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos 
custos de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades 
de utilização, e do prazo de amortização dos investimentos; 
(ii) certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e 
disponíveis que atendam ao objeto; 
(iii) justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a 
ser comprado ou locado pela Administração e que evidenciem 
vantagem para ela. 
 
No tocante à contratação de serviço técnico especializado, destaca-se que a 
Nova Lei incluiu os serviços de controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e 
ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros 
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101 
específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se 
enquadrem no conceito de serviço técnico especializado. 
A Nova Lei estabelece que na contratação de serviço técnico especializado, não 
será permitida a subcontratação de empresas ou a atuação de profissionais distintos 
daqueles que tenham justificado a inexigibilidade. 
 
1.5.2. DA LICITAÇÃO DISPENSÁVEL 
 
A licitação dispensável ocorre quando é possívelrealizar a licitação, mas ela é 
o interesse público a desaconselha, daí porque o legislador retira sua obrigatoriedade, 
concedendo ao administrador uma margem de discricionariedade para escolher entre 
licitar ou não licitar. 
A lista de casos de licitação dispensável é taxativa e consta no art. 75 da Nova 
Lei, conforme esquematização abaixo: 
 
Valor 
Obras ou serviços de 
engenharia ou 
manutenção de 
veículos 
automotores: abaixo 
de R$ 100.000,00. 
Outras compras e 
serviços: abaixo de R$ 
50.000,00. 
Valores duplicados 
para consórcio 
público ou por 
autarquia ou 
fundação 
qualificadas como 
agências executivas. 
Divulgação em sítio 
eletrônico oficial, pelo 
prazo mínimo de três 
dias úteis, de aviso com 
a especificação do 
objeto pretendido e com 
a manifestação de 
interesse da 
administração em obter 
propostas adicionais de 
eventuais interessados, 
devendo ser selecionada 
a proposta mais 
vantajosa. 
Deserta 
Não surgiram 
licitantes 
interessados. 
 A contratação poderá 
ocorrer dentro de 1 ano 
da licitação deserta, 
mantidas todas as 
condições do edital. 
Fracassada 
Não foram 
apresentadas 
propostas válidas ou 
as propostas 
apresentadas 
consignaram preços 
manifestamente 
superiores aos 
praticados no 
 A contratação poderá 
ocorrer dentro de 1 ano 
da licitação fracassada, 
mantidas todas as 
condições do edital. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
102 
mercado ou 
incompatíveis com os 
fixados pelos órgãos 
oficiais competentes. 
Objeto 
Bens ou peças 
necessários à 
manutenção de 
equipamentos 
durante o período de 
garantia técnica. 
 
Bens, serviços, 
alienações ou obras, 
nos termos de acordo 
internacional 
específico aprovado 
pelo Congresso 
Nacional. 
 
Produtos para 
pesquisa e 
desenvolvimento. 
Obras e serviços de 
engenharia: até R$ 
300.000,00. 
Demais compras e 
serviços: sem limite. 
 
Transferência de 
tecnologia ou 
licenciamento de 
direito de uso. 
Contratações 
realizadas por ICT. 
 
Gêneros perecíveis. Preço do dia. 
Bens ou serviços 
produzidos ou 
prestados no País que 
envolvam, 
cumulativamente, 
alta complexidade 
tecnológica e defesa 
nacional. 
 
Materiais de uso das 
Forças Armadas 
quando necessário 
manter a 
padronização. 
 Autorização do 
comandante da força 
militar. 
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103 
Bens e serviços para 
atendimento dos 
contingentes 
militares das forças 
singulares brasileiras 
empregadas em 
operações de paz no 
exterior. 
 
Abastecimento ou 
suprimento de 
efetivos militares em 
estada eventual de 
curta duração em 
portos, aeroportos ou 
localidades diferentes 
de suas sedes. 
 
Coleta, 
processamento e 
comercialização de 
resíduos sólidos 
urbanos recicláveis 
ou reutilizáveis. 
 
Aquisição ou 
restauração de obras 
de arte e objetos 
históricos, de 
autenticidade 
certificada, desde que 
inerente às 
finalidades do órgão 
ou com elas 
compatível. 
Não confundir com a 
hipótese de licitação 
inexigível do art. 74, 
III. Foco na 
finalidade do 
contratante: se a 
atividade de 
restauração for 
compatível ou 
inerente à finalidade 
do contrato, será 
caso de licitação 
dispensável. 
 
Serviços 
especializados ou 
aquisição ou locação 
de equipamentos 
destinados ao 
rastreamento e à 
obtenção de provas 
previstas nos incisos II 
e V do caput do art. 3º 
 
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104 
da Lei nº 
12.850/2013. 
Aquisição de 
medicamentos 
destinados 
exclusivamente ao 
tratamento de 
doenças raras 
 
Transferência de 
tecnologia de 
produtos estratégicos 
para o SUS. 
 
Finalidade 
Contratações 
voltadas à inovação e 
à pesquisa científica e 
tecnológica no 
ambiente produtivo. 
 
Intervenção no 
domínio econômico 
para regular preços 
ou normalizar 
abastecimento. 
 
Celebração de 
contrato de 
programa. 
 
Situação 
Comprometimento 
da segurança 
nacional. 
 Casos estabelecidos pelo 
Ministro de Estado da 
Defesa, mediante 
demanda dos comandos 
das Forças Armadas ou 
dos demais ministérios. 
Guerra, estado de 
defesa, estado de 
sítio, intervenção 
federal ou de grave 
perturbação da 
ordem. 
 
Emergência ou 
calamidade pública 
ou urgência de 
atendimento. 
Prazo máximo de 
duração do 
contrato: 1 ano, 
vedada a 
Considera-se 
emergencial a 
contratação por 
dispensa com objetivo 
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105 
prorrogação e a 
recontratação de 
empresa. 
de manter a 
continuidade do serviço 
público, sem prejuízo de 
apuração de 
responsabilidade dos 
agentes públicos que 
deram causa à situação 
emergencial. 
Pessoa 
Bens produzidos ou 
serviços prestados 
por órgão ou 
entidade que 
integrem a 
Administração 
Pública e que tenham 
sido criados para esse 
fim específico. 
Independentemente 
da data de criação 
do órgão ou 
entidade, desde que 
tenham sido criados 
para o fim 
específico. 
 
Contratação de 
profissionais para 
compor a comissão 
de avaliação de 
critérios de técnica, 
quando se tratar de 
profissional técnico 
de notória 
especialização. 
 
Contratação de 
associação de 
pessoas com 
deficiência. 
O contrato deve ter 
comprovada 
idoneidade e não ter 
fins lucrativos. 
 
Instituição brasileira 
que vise a captar e 
executar atividades 
de ensino, pesquisa, 
extensão, 
desenvolvimento 
institucional, 
científico e 
tecnológico e 
estímulo à inovação. 
O contrato deve ter 
inquestionável 
reputação ética e 
profissional e não 
ter fins lucrativos. 
 
Instituição dedicada à 
recuperação social da 
pessoa presa. 
O contrato deve ter 
inquestionável 
reputação ética e 
 
CPF: 860.542.154-18
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106 
profissional e não 
ter fins lucrativos. 
Insumos estratégicos 
para a saúde 
produzidos por 
fundação que tenha 
por finalidade apoiar 
órgão da 
Administração em 
projetos de ensino, 
pesquisa, extensão, 
desenvolvimento 
institucional, 
científico e 
tecnológico e de 
estímulo à inovação 
ou em parcerias que 
envolvam 
transferência de 
tecnologia de 
produtos estratégicos 
para o SUS. 
O órgão ou entidade 
deve ter sido criado 
em data anterior à 
entrada em vigor da 
Nova Lei. 
 
 
Observação: Recentemente, foi publicado o Decreto 11.317, de 29 de 
dezembro de 2022, que atualiza os valores estabelecidos na Lei 14.133/2021 (Nova Lei 
de Licitações). Com isso, os limites para dispensa de licitação e para a celebração de 
contratos verbais, por exemplo, foram alterados. É importante ressaltar que o decreto 
não altera a lei em si, mas apenas atualiza os seus valores. Dessa forma, no texto da 
Nova Lei de Licitações você ainda vai encontrar os valores originais. O Decreto 
11.317/2022 foi editado em observância ao previsto no art. 182 da Lei 14.133/2021. 
Seguem os valores atualizados: 
 
CPF: 860.542.154-18
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1071.6. DAS ALIENAÇÕES DE BENS PÚBLICOS 
 
Os arts. 76 e 77 da Nova Lei estabelecem as regras a serem observadas para a 
alienação, ou seja, para a transferência da propriedade dos bens imóveis e móveis da 
Administração Pública. 
Como se verá, a Nova Lei manteve os requisitos essenciais para a alienação de 
bens imóveis e móveis, quais sejam, o interesse público e a avaliação prévia para ambas 
as hipóteses, e a autorização legislativa, que é necessária, em regra, para a alienação de 
bens imóveis. 
A grande mudança proposta pela Nova Lei foi a modalidade de licitação que 
será utilizada nos casos de alienação de bens, que deixa de ser a concorrência 
(modalidade de regra na Lei Federal nº 8.666/93) e passa a ser o leilão, cujo critério de 
julgamento será o de maior lance. 
Ainda, o já referido art. 76 disciplina, em rol taxativo, os casos em que a licitação 
será dispensada, obrigando, portanto, o administrador a realizar a contratação direta, 
uma vez que enquadrado nas hipóteses de dispensa, não há margem de 
discricionariedade para o administrador. 
Neste ponto, cabe ressaltar que a Nova Lei não inovou, mantendo as hipóteses 
de licitação dispensada previstas na Lei Federal nº 8.666/93. 
Antes de adentrarmos nos casos de licitação dispensada, destacamos o 
esquema abaixo para memorização das regras atinentes à alienação de bens pela 
Administração Pública: 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
108 
 
 
 
 
 
l 
 
 
 
 
BENS 
IMÓVEIS 
Dação em pagamento. 
Doação para órgãos ou 
entidades da Administração. 
Cessadas as razões que justificaram 
a doação, o bem é revertido ao 
patrimônio da doadora, vedada sua 
alienação pelo beneficiário. 
Doação com encargo: obrigatória a 
licitação. 
Venda para órgãos ou 
entidades da Administração. 
 
Permuta por outros imóveis. A permuta poderá ocorrer ainda 
entre imóveis com diferentes 
valores desde que: (i) no caso da 
União, o imóvel recebido tenha, no 
mín., 50% do valor do imóvel 
ofertado; e (ii) haja retorno do valor 
relativo à diferença. 
BENS 
MÓVEIS 
Doação. 
Permuta entre órgãos ou 
entidades da Administração. 
 
Venda de ações. 
Venda de títulos. 
Venda de bens, produzidos 
ou comercializados por 
entidade da administração, 
em virtude de suas 
finalidades. 
 
EXCEÇÃO 
• Interesse público 
• Avaliação do bem 
• Leilão 
• Autorização legislativa 
Aquisição derivada de 
procedimento judicial 
ou de dação em pagamento 
BENS IMÓVEIS BENS MÓVEIS 
• Interesse público 
• Avaliação do bem 
• Leilão 
 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
109 
Venda de materiais e 
equipamentos sem previsão 
de utilização, para outros 
órgãos ou entidades da 
Administração. 
 
 
Por fim, destaque-se que o art. 77 da Nova Lei estabelece direito de preferência 
ao licitante que comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação. 
 
1.7. DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES 
 
A Nova Lei dedica capítulo exclusivo para tratar dos procedimentos auxiliares, 
elencando-os em seu art. 78: 
 
a) Credenciamento; 
b) Pré-qualificação; 
c) Procedimento de manifestação de interesse; 
d) Sistema de registro de preços; 
e) Registro cadastral. 
 
A. DO CREDENCIAMENTO 
 
A Nova Lei estabelece que o credenciamento será utilizado quando a 
contratação (i) puder ser realizada com diversos fornecedores/prestadores de serviços 
de forma vantajosa para a Administração, como, por exemplo, no caso de 
credenciamento de contadores para determinado órgão público (paralela e não 
excludente); (ii) quando seleção do contratado está a cargo do beneficiário direto da 
prestação, como no caso de credenciamento de laboratórios para a realização de 
exames clínicos pelo SUS, cuja escolha caberá ao usuário-cidadão (com seleção a critério 
de terceiros); e, por fim (iii) quando envolver produtos e/ou serviços cujos preços variem 
no mercado, como, por exemplo, na compra de commodities (em mercados fluidos). 
Destaque-se que, uma vez que todos os interessados em contratar com a 
Administração Pública, desde que se enquadrem nas qualificações e especificações 
previamente estabelecidas, são efetivamente contratados, conforme necessidade do 
serviço, o credenciamento é hipótese de inexigibilidade de licitação por impossibilidade 
de competição. 
Embora não houvesse previsão do credenciamento na Lei Federal nº 8.666/93, 
a jurisprudência e a doutrina já admitiam tal procedimento como uma hipótese de 
inexigibilidade de licitação na qual: 
 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
110 
“a Administração aceita como colaborador todos aqueles que, 
atendendo as motivadas exigências públicas, manifestem 
interesse em firmar contrato ou acordo administrativo.” 
(TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de Licitações Públicas 
comentadas. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 348). 
 
Neste mesmo sentido, a jurisprudência do TCU, segundo o qual o rol de 
inexigibilidade de licitação do art. 25 da Lei Federal nº 8.666/93 é meramente 
exemplificativo, sempre tendo lugar quando existir inviabilidade de competição 
(Plenário, Acórdão 784/2018, Relator Min. Marcos Bemquerer; Plenário, Acórdão 
768/2013, Relator Min. Marcos Bemquerer). Explica a Corte de Contas que, para tanto, 
devem ser observados requisitos como: 
 
a) contratação de todos os que tiverem interesse e que 
satisfaçam as condições fixadas pela Administração, não 
havendo relação de exclusão; 
b) garantia de igualdade de condições entre todos os 
interessados hábeis a contratar com a Administração, pelo preço 
por ela definido; 
c) demonstração inequívoca de que as necessidades da 
Administração somente poderão ser atendidas dessa forma 
(Primeira Câmara, Acórdão 2504/2017, Rel. AUGUSTO 
SHERMAN). 
 
B. DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO 
 
O procedimento de pré-qualificação permite à Administração Pública 
selecionar previamente (i) licitantes que reúnam condições de habilitação para 
participar de futura licitação ou de licitação vinculada a programas de obras ou de 
serviços objetivamente definidos; e (ii) bens que atendam às exigências técnicas ou de 
qualidade estabelecidas pela Administração. 
Ainda, a Nova Lei estabelece que a pré-qualificação poderá ser realizada em 
grupos ou segmentos, segundo as especialidades dos fornecedores e poderá ser parcial 
ou total, abrangendo alguns ou todos os requisitos técnicos ou de habilitação 
necessários à contratação. 
Nestes casos, o procedimento de pré-qualificação ficará permanentemente 
aberto para inscrição de eventuais interessados, e, posteriormente, a Administração 
Pública poderá realizar licitações restrita aos pré-qualificados, nas condições 
estabelecidas no regulamento, observado o prazo de 1 ano, no máximo, podendo ser 
atualizada a qualquer tempo, observados os prazos de validade dos documentos 
apresentados pelos interessados. 
Destaque-se que o procedimento de pré-qualificação já havia sido 
regulamentado na Lei do RDC, não se tratando de inovação legislativa. 
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111 
 
C. DO PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE 
 
Aqui temos uma novidade trazida pela Nova Lei, que, assim como o diálogo 
competitivo (mas diferenciando-se dele, como se verá a seguir), busca firmar o diálogo 
público-privadoem procedimento formal que se inicia com a publicação do edital 
convocando interessados a propor e realizar “estudos, investigações, levantamentos e 
projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de relevância pública, 
na forma de regulamento”. 
O procedimento de manifestação de interesse é realizado anteriormente ao 
procedimento licitatório e não vincula a Administração à realização do certame ( e é aqui 
que se diferencia do diálogo competitivo), não havendo qualquer garantia ou 
obrigatoriedade de sua realização, tratando-se, pois, de uma verdadeira sondagem do 
ente público ao setor privado. 
Outros aspectos importantes do procedimento de manifestação de interesse 
estão elencados no § 2º do art. 81 da Nova Lei, que estabelece que (i) não atribuirá ao 
realizador direito de preferência no processo licitatório; (ii) não implicará, por si só, 
direito a ressarcimento de valores envolvidos em sua elaboração; e (iii) será remunerada 
somente pelo vencedor da licitação, vedada, em qualquer hipótese, a cobrança de 
valores do poder público. 
Por fim, cabe destacar que a Nova Lei estabelece que o procedimento de 
manifestação de interesse poderá ser limitado a startups, entendidas como 
“microempreendedores individuais, as microempresas e as empresas de pequeno porte, 
de natureza emergente e com grande potencial, que se dediquem à pesquisa, ao 
desenvolvimento e à implementação de novos produtos ou serviços baseados em 
soluções tecnológicas inovadoras que possam causar alto impacto, exigida, na seleção 
definitiva da inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de modo 
a demonstrar o atendimento das necessidades da Administração”. 
 
D. DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 
 
O sistema de registro de preços é mais um instrumento auxiliar que facilita a 
atuação da Administração em relação a futuras contratações, que já possuía previsão na 
Lei Federal nº 8.666/93 e na Lei do RDC. É um mecanismo de registro formal de preços 
para contratações futuras rotineiras e padronizadas. 
Diferentemente do que ocorre com as licitações em geral, uma de suas 
principais características é a dispensa de prévia dotação orçamentária. Isso ocorre 
porque o registro de preços não tem como objetivo imediato a contratação, mas apenas 
o registro formal dos preços. Por isso, a indicação dos recursos orçamentários se torna 
necessária apenas quando há contratação junto ao particular que teve seus preços 
registrados. 
O sistema de registro de preços está previsto nos arts. 82 a 86 da Nova Lei e 
poderá ser usado para a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de 
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112 
engenharia, observadas, entre outras condições, a realização prévia de ampla pesquisa 
de mercado; atualização periódica dos preços registrados; e a definição do período de 
validade do registro de preços, que será de 1 ano, admitida prorrogação por igual 
período, desde que comprovado o preço vantajoso. 
O critério de julgamento será o de menor preço ou o de maior desconto sobre 
tabela de preços praticada no mercado. 
 
ATENÇÃO! Pelo Sistema de Registro de Preços, o órgão que o realizou não assume o 
compromisso efetivo de contratação em relação ao licitante que tem seus preços 
registrados, embora implique ao licitante o compromisso de fornecimento nas 
condições estabelecidas. 
Nesse sentido, o art. 83 da Nova Lei: “A existência de preços registrados implicará 
compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a 
Administração a contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição 
pretendida, desde que devidamente motivada”. 
 
A Nova Lei regulamenta utilização da ata de registro de preços por outros 
órgãos e entidades, hipótese denominada pela doutrina de “carona” na ata de registro 
de preços. 
Alguns conceitos são importantes, a saber: 
 
- Órgão gerenciador: é o responsável pela condução do certame 
e gerenciamento da ata de registro de preços decorrente; 
 
ATENÇÃO! O art. 86 da Nova Lei estabelece que “O órgão ou entidade gerenciadora 
deverá, na fase preparatória do processo licitatório, para fins de registro de preços, 
realizar procedimento público de intenção de registro de preços para, nos termos de 
regulamento, possibilitar, pelo prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis, a participação de 
outros órgãos ou entidades na respectiva ata e determinar a estimativa total de 
quantidades da contratação”. 
 
- Órgão participante: é aquele que participa nos processos 
iniciais e integra a ata de registro de preços, incluindo sua 
pretensão contratual no certame conduzido pelo órgão 
gerenciador; 
- Órgão não participante (carona): é um órgão que não tinha 
sido incluído na origem do procedimento, mas lhe é permitida a 
adesão à ata de registro de preços. A adesão permite que a ata 
de registro de preços, durante a sua vigência, possa ser utilizada 
por qualquer órgão ou entidade da Administração que não tenha 
participado do certame licitatório, desde que preenchidos os 
requisitos estabelecidos no § 2º do art. 86 da Nova Lei, quais 
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113 
sejam (i) justificativa da vantagem da adesão; (ii) demonstração 
de compatibilidade de preços com os de mercado; e (iii) consulta 
e aceitação do gerenciador e do fornecedor. 
 
A Nova Lei, nos mesmos termos que já fazia a antiga legislação, estabelece 
limites globais para a aquisição por órgãos não participantes da ata de registro de 
preços, ou seja, estabeleceu limites para a “carona” na ata de registro de preços, nos 
seguintes termos: 
 
§ 4º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere 
o § 2º deste artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, 
a 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos itens do 
instrumento convocatório registrados na ata de registro de 
preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes. 
§ 5º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de 
preços a que se refere o § 2º deste artigo não poderá exceder, 
na totalidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado 
na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos 
participantes, independentemente do número de órgãos não 
participantes que aderirem. 
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de órgão ou entidade 
gerenciadora do Poder Executivo federal por órgãos e entidades 
da Administração Pública estadual, distrital e municipal poderá 
ser exigida para fins de transferências voluntárias, não ficando 
sujeita ao limite de que trata o § 5º deste artigo se destinada à 
execução descentralizada de programa ou projeto federal e 
comprovada a compatibilidade dos preços registrados com os 
valores praticados no mercado na forma do art. 23 desta Lei. § 
7º Para aquisição emergencial de medicamentos e material de 
consumo médico-hospitalar por órgãos e entidades da 
Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal, a 
adesão à ata de registro de preços gerenciada pelo Ministério da 
Saúde não estará sujeita ao limite de que trata o § 5º deste 
artigo. 
 
E. DO REGISTRO CADASTRAL 
 
Por fim, a Nova Lei regulamenta o registro cadastral como instrumento auxiliar 
da licitação, criando o sistema de registro cadastral unificado disponível no Portal 
Nacional de Contratações Públicas (PNCP), permanentemente aberto à inscrição dos 
interessados, sendo obrigatória a realização de chamamento público pela internet, no 
mínimo anualmente, para atualização dos registros existentes e para ingresso de novos 
interessados. 
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114 
A inscrição no sistema de registro cadastral confere ao interessado um 
certificado de registro, renovável a cada atualização, e o sujeita à avaliação de sua 
atuação pelo contratante, com anotação do cumprimento das obrigações assumidas e 
registro dos indicadores e das penalidades eventualmente aplicáveis. 
Por fim, vale ressaltar que a Administração poderá realizar licitação restrita a 
fornecedores cadastrados, hipótese em que deverá conceder prazo para o cadastro de 
novos fornecedores, definido no edital para apresentação das propostas. 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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115 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
Com relação à jurisprudência, optamos por inserir os julgados e súmulas 
pertinentes ao longo do material. 
 
 
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116 
3. QUESTÕES 
 
1. Segundo a Lei nº 14.133/2021, é dispensável a licitação: 
a) para compra pública de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de 
doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde. 
b) para transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, conforme 
elencados em ato da direção nacional, estadual ou municipal do SUS. 
c) para aquisição, por qualquer pessoa jurídica ou física, de insumos estratégicos para a 
saúde produzidos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por 
finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta. 
d) para contratação que envolva valores inferiores a um milhão de reais, no caso de 
obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de ambulâncias. 
e) para abastecimento de insumos de saúde para efetivos militares em estada de 
qualquer duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes. 
 
2. A Lei nº 14.133/2021, trata de licitações e contratos administrativos. Essa lei aplica-
se aos seguintes casos, à exceção de um. Assinale-o. 
a) Concessão e permissão de uso de bens públicos. 
b) Contratos de operação de crédito, interno ou externo. 
c) Prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados. 
d) Obras e serviços de arquitetura e engenharia. 
e) Contratações de tecnologia da informação e de comunicação. 
 
3. Com base na nova Lei de Licitação, o Estado Alfa pretende proceder à locação de 
determinado imóvel, cujas características de instalações e de localização tornam 
necessária sua escolha. Trata-se de imóvel exatamente ao lado da Secretaria Estadual 
de Fazenda, que abrigará novas instalações para os Auditores Fiscais da Receita 
Estadual. No bojo do processo administrativo, já foi observada regularmente a 
avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações, 
pois imprescindíveis às necessidades de utilização, e do prazo de amortização dos 
investimentos. Com base na Lei nº 14.133/2021, a contratação pretendida enseja: 
a) dispensa de licitação, mediante certificação da inexistência de imóveis públicos vagos 
e disponíveis que atendam ao objeto, justificativas que demonstrem a singularidade do 
imóvel a ser locado e economicidade do contrato, que deve estar de acordo com o preço 
de mercado. 
b) inexigibilidade de licitação, mediante certificação da inexistência de imóveis públicos 
vagos e disponíveis que atendam ao objeto, e justificativas que demonstrem a 
singularidade do imóvel a ser locado pela Administração e que evidenciem vantagem 
para ela. 
c) licitação frustrada, em razão da falta de outros imóveis que atendam ao objeto do 
contrato, sendo imprescindíveis justificativas que demonstrem a singularidade do 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
117 
imóvel a ser locado e economicidade do contrato, que deve estar de acordo com o preço 
de mercado. 
d) realização de processo de licitação, na modalidade concorrência, em razão da 
natureza da contratação, independentemente do preço global do contrato, devendo ser 
observado o preço de mercado e as condições estruturais e funcionais do imóvel a ser 
locado. 
e) realização de processo de licitação, na modalidade leilão, em razão da natureza da 
contratação, independentemente do preço global do contrato, devendo ser observado 
o preço de mercado e as condições estruturais e funcionais do imóvel a ser locado. 
 
4. O Estado do Amazonas pretende alienar um prédio público que atualmente não está 
sendo utilizado. 
De acordo com a nova Lei de Licitações (Lei Federal nº 14.133/2021), a alienação 
pretendida está subordinada à existência de interesse público devidamente 
justificado, será precedida de avaliação e, via de regra: 
a) dependerá de autorização do Governador do Estado e poderá ser feita com 
inexigibilidade de licitação; 
b) dependerá de autorização do Tribunal de Contas e poderá ser feita com dispensa de 
licitação; 
c) dependerá de autorização do Tribunal de Contas e de licitação na modalidade 
concorrência; 
d) exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na modalidade leilão; 
e) exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na modalidade concorrência. 
 
5. Em relação aos tipos de licitação, que se vinculam aos critérios de julgamento da 
licitação, a nova Lei de Licitações (Lei Federal nº 14.133/2021) estabelece que o 
julgamento por: 
a) maior desconto terá como referência o preço parcial para cada espécie de bens ou 
serviços fixada no edital de licitação, e o desconto não será obrigatoriamente estendido 
aos eventuais termos aditivos, exceto se houver acordo entre as partes contratantes; 
b) melhor técnica ou conteúdo artístico considerará as propostas técnicas ou produções 
artísticas disponíveis no mercado, e o edital deverá definir o prêmio ou a remuneração 
que será atribuída aos vencedores, considerando os princípios da legalidade e da 
economicidade; 
c) maior retorno econômico, utilizado exclusivamente para a celebração de contrato de 
eficiência, considerará a maior economia para a Administração, e a remuneração deverá 
ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente 
obtida na execução do contrato; 
d) técnica e preço considerará a maior pontuação obtida a partir da ponderação, 
segundo fatores objetivos previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de 
técnica e de preço da proposta, sendo que o requisito de preço deverá ter valoração de, 
ao menos, o dobro do de técnica; 
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118 
e) menor preço considerará o menor dispêndio para a Administração, atendidos os 
parâmetros mínimos de qualidade existentes no mercado, e os custos indiretos, 
relacionados com as despesas de manutenção e impacto ambiental do objeto licitado, 
não poderão ser considerados para a definição do menor dispêndio. 
 
6. No tocante à licitação, assinale a afirmativa INCORRETA. 
a) O princípio da vinculação ao instrumento convocatório é garantia do administrador e 
dos administrados e daqueles que participam do certame. Assim, as regras traçadas para 
o procedimento devem ser fielmente observadas por todos os interessados. 
b) A dispensa delicitação caracteriza-se pela circunstância de que, em tese, poderia o 
procedimento ser realizado, mas que, pela peculiaridade do caso, decidiu o legislador 
não o tornar obrigatório. 
c) A inexigibilidade caracteriza-se pela inviabilidade de competição, especialmente, nas 
seguintes hipóteses: fornecedor exclusivo, atividades artísticas de profissionais 
consagrados e serviços técnicos especializados com profissionais de notória 
especialização. 
d) A nulidade da licitação é decretada quando existe, no procedimento, vício de 
legalidade. 
e) O princípio da licitação sustentável não será observado pela Administração Pública 
direta. 
 
7. A Lei de Licitações, Lei n° 14.133, de 1ª de abril de 2021, dispõe sobre a elaboração 
do projeto básico, que pode ser sintetizado como sendo o conjunto de elementos 
necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para definir e dimensionar 
a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto da licitação […]” 
(art. 6°, XXV). O projeto básico: 
a) é dispensável na licitação de obras e serviços de engenharia quando for adotado o 
regime de contratação integrada ou semi-integrada. 
b) é elemento obrigatório e deve compor a fase preparatória em todas as contratações 
de obras e serviços de engenharia. 
c) deve sempre conter orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados, 
d) deve ser elaborado com base nas indicações de estudo técnico preliminar, documento 
que caracteriza o interesse público envolvido e aponta a melhor solução para sua 
satisfação. 
e) deve obrigatoriamente ser elaborado por comissão composta por servidores efetivos 
ou empregados públicos do quadro permanente da Administração pública. 
 
8. O Estado Alfa realizou o chamado, pela nova Lei de Licitação (Lei nº 14.133/2021), 
procedimento de credenciamento, na medida em que realizou um processo 
administrativo de chamamento público, convocando interessados em prestar 
determinados serviços para que, preenchidos os requisitos necessários, se 
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119 
credenciassem no órgão para executar o objeto quando convocados. Cumpridas todas 
as formalidades legais, na presente hipótese, de acordo com o citado diploma legal, 
em se tratando de caso de objeto que deva ser contratado por meio de 
credenciamento, a licitação é: 
a) inexigível, por expressa previsão legal; 
b) dispensável, por expressa previsão legal; 
c) obrigatória, na modalidade diálogo competitivo; 
d) obrigatória, na modalidade pregão; 
e) obrigatória, na modalidade leilão. 
 
9. O Tribunal de Justiça do Estado Delta, após sugestão de seu comitê de integridade, 
criou um departamento específico para tratar de suas licitações e contratos. 
Nesse sentido, o novo departamento está atento para o fato de que, de acordo com a 
Lei nº 14.133/2021, o planejamento de compras deverá considerar a expectativa de 
consumo: 
a) anual e observar as condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor 
privado; 
b) anual e observar o atendimento ao princípio da responsabilidade fiscal, mas vedada 
a comparação da despesa estimada com a prevista no orçamento; 
c) semestral e observar o atendimento ao princípio da padronização, considerada a 
compatibilidade de especificações técnicas, mas não de especificações estéticas; 
d) plurianual para os próximos quatro anos e observar o atendimento ao princípio da 
aglutinação de compras, proibida a fragmentação de licitação, ainda que o 
parcelamento seja tecnicamente viável e economicamente vantajoso; 
e) plurianual para os próximos quatro anos, e observar a determinação de unidades e 
quantidades a serem adquiridas em função de consumo e utilização prováveis, cuja 
estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas 
quantitativas, vedado o fornecimento contínuo. 
 
 
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120 
4. GABARITO COMENTADO 
 
1. Alternativa “A”. 
A. CORRETA. Art. 75, IV, “m” - aquisição de medicamentos destinados exclusivamente 
ao tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde; 
B. ERRADA. Art. 75, XII - para contratação em que houver transferência de tecnologia 
de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme elencados em 
ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição desses produtos 
durante as etapas de absorção tecnológica, e em valores compatíveis com aqueles 
definidos no instrumento firmado para a transferência de tecnologia; 
C. ERRADA. Art. 75, XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, 
de insumos estratégicos para a saúde produzidos por fundação que, regimental ou 
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta, 
sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento 
institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive na gestão 
administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que 
envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos 
do inciso XII do caput deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em 
data anterior à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
D. ERRADA. Art. 75, I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 
(cem mil reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de 
manutenção de veículos automotores; 
E. ERRADA. Art. 75, IV, “i” - abastecimento ou suprimento de efetivos militares em 
estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de 
suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento; 
 
2. Alternativa “B”. 
Art. 2º Esta Lei aplica-se a: 
I - alienação e concessão de direito real de uso de bens; 
II - compra, inclusive por encomenda; 
III - locação; 
IV - concessão e permissão de uso de bens públicos; 
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados; 
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia; 
VII - contratações de tecnologia da informação e de comunicação. 
 
3. Alternativa “B”. 
Da Inexigibilidade de Licitação 
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de: 
CPF: 860.542.154-18
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121 
(...) 
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização 
tornem necessária sua escolha. 
(...) 
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput deste artigo, devem ser 
observados os seguintes requisitos: 
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações, 
quando imprescindíveis às necessidades de utilização, e do prazo de amortização dos 
investimentos; 
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis que atendam ao 
objeto; 
III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser comprado ou locado 
pela Administração e que evidenciem vantagem para ela. 
 
4. Alternativa “D”. 
Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de 
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às 
seguintes normas: 
I - tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às autarquiase às fundações, 
exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na modalidade leilão [...]. 
II - tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na modalidade leilão [...]. 
§ 1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja aquisição tenha sido 
derivada de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento dispensará autorização 
legislativa e exigirá apenas avaliação prévia e licitação na modalidade leilão. 
 
5. Alternativa “C”. 
A. ERRADA. Art. 34, § 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o 
PREÇO GLOBAL fixado no edital de licitação, e o DESCONTO SERÁ ESTENDIDO aos 
eventuais termos aditivos. 
B. ERRADO. Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico considerará 
EXCLUSIVAMENTE AS PROPOSTAS TÉCNICAS OU ARTÍSTICAS APRESENTADAS PELOS 
LICITANTES, e o edital deverá definir o prêmio ou a remuneração que será atribuída aos 
vencedores. 
C. CORRETA. Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado 
exclusivamente para a celebração de contrato de eficiência, considerará a maior 
economia para a Administração, e a remuneração deverá ser fixada em percentual que 
incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida na execução do 
contrato. 
D. ERRADA. Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior pontuação 
obtida a partir da ponderação, segundo fatores objetivos previstos no edital, das notas 
atribuídas aos aspectos de técnica e de preço da proposta. 
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§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as 
propostas técnicas e, em seguida, as propostas de preço apresentadas pelos licitantes, 
NA PROPORÇÃO MÁXIMA DE 70% (SETENTA POR CENTO) de valoração para a proposta 
técnica. 
E. ERRADA. Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, quando 
couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio para a Administração, 
atendidos OS PARÂMETROS MÍNIMOS DE QUALIDADE DEFINIDOS NO EDITAL de 
licitação. 
§ 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção, utilização, 
reposição, depreciação e impacto ambiental do objeto licitado, entre outros fatores 
vinculados ao seu ciclo de vida, PODERÃO SER CONSIDERADOS para a definição do 
menor dispêndio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme disposto em 
regulamento. 
 
6. Alternativa “E”. 
A. CORRETA. O princípio da vinculação ao instrumento convocatório é corolário do 
princípio da legalidade e da objetividade das determinações habilitatórias. Impõe à 
Administração e ao licitante a observância das normas estabelecidas no Edital de forma 
objetiva, mas sempre velando pelo princípio da competitividade. 
B. CORRETA. A licitação dispensável ocorre quando é possível realizar a licitação; o 
interesse público a desaconselha, daí porque o legislador retira sua obrigatoriedade, 
concedendo ao administrador uma margem de discricionariedade para escolher entre 
licitar ou não licitar. A lista de casos de licitação dispensável é taxativa e consta no art. 
75 da Nova Lei de Licitações. 
C. CORRETA. A inexigibilidade se aplica para situações em que a competição é inviável, 
seja pela natureza específica do negócio, seja pelos objetivos visados pela 
Administração. O art. 74 da Nova Lei prevê, em rol exemplificativo, as situações de 
inexigibilidade, dentre as quais: I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de 
gêneros ou contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivos; e II - contratação de profissional do 
setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado 
pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
D. CORRETA. A anulação da licitação é um dever que decorre da ilegalidade no 
procedimento, em razão de vício insanável. Nos termos do § 1º do art. 71 da Lei, “Ao 
pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressamente os atos com vícios 
insanáveis, tornando sem efeito todos os subsequentes que deles dependam, e dará 
ensejo à apuração de responsabilidade de quem lhes tenha dado causa”. 
E. INCORRETA. O princípio da licitação sustentável é princípio com previsão expressa no 
art. 5º da Lei Federal nº 14.133/2021 e deve ser observado por toda a Administração. 
 
7. Alternativa “D”. 
A. INCORRETA. A Administração é dispensada da elaboração do projeto básico apenas 
na contratação integrada, em que cabe ao contratado tanto o projeto básico quanto o 
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executivo (art. 6º, XXXII, e art. 46, § 2º, da Lei Federal nº 14.133/2021). Na contratação 
semi-integrada, o projeto básico é elaborado pela Administração, ficando a cargo do 
contratado apenas o projeto executivo (art. 6º, XXXIII). 
B. INCORRETA. Como visto, na contratação integrada, o projeto básico é elaborado pelo 
contratado, não constando da fase preparatória da contratação. 
C. INCORRETA. Nos termos do art. 6º, XXV, “f”, da Lei Federal nº 14.133/2021, o 
chamado “orçamento detalhado do custo global da obra” deve obrigatoriamente 
constar do projeto básico apenas nos seguintes regimes de execução: empreitada por 
preço unitário; empreitada por preço global; empreitada integral; contratação por 
tarefa; e fornecimento e prestação de serviço associado. Não é necessário, 
nomeadamente, no caso de contratação integrada e contratação semi-integrada, pois, 
como vimos, nesses dois regimes de execução, o projeto básico e/ou projeto executivo 
é(são) elaborado(s) pelo contratado, de modo que não é possível a Administração, de 
antemão, estabelecer um “orçamento detalhado do custo global da obra”. 
D. CORRETA. Os incisos XX e XXV do art. 6º trazem, respectivamente, os conceitos de 
“estudo técnico preliminar” e de “projeto básico: 
XX – estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira etapa do 
planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua 
melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico 
a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação; 
XXV – projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de 
precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de 
obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos 
técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento do 
impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e 
a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes 
elementos. 
E. INCORRETA. O autor do projeto básico pode (e como sói acontecer) ser pessoa física 
ou jurídica contratada pela Administração especificamente para esse fim, que ficará, via 
de regra, impedida de disputar a licitação (art. 14, I e II, da Lei Federal nº 14.133/2021). 
Uma vez, na contratação integrada, o projeto básico é elaborado pelo contratado. 
 
8. Alternativa “A”. 
O credenciamento já era entendido pela doutrina majoritária como hipótese de 
inexigibilidade, porquanto todos os interessados em contratar com a Administração 
Pública são efetivamente contratados, sem que haja relação de exclusão. Como todos 
os interessados são contratados, não há que se competir por nada, forçando-se 
reconhecer, por dedução, a inviabilidade de competição e a inexigibilidade de licitação 
pública. 
A Nova Lei de Licitações encerra eventual discussão sobre esse assunto, uma vez que 
prevê expressamente o credenciamento como hipótese de inexigibilidade de licitação, 
nos termos do seu art. 74, incisoIV: “Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a 
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competição, em especial nos casos de: IV - objetos que devam ou possam ser contratados 
por meio de credenciamento”. 
 
9. Alternativa “A”. 
O art. 40 da Lei Federal nº 14.133/2021 (Nova Lei Geral de Licitações e Contratações 
Públicas) assim disciplina o planejamento de compras, in verbis: 
Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a expectativa de consumo anual 
e observar o seguinte: 
I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado; 
II - processamento por meio de sistema de registro de preços, quando pertinente; 
III - determinação de unidades e quantidades a serem adquiridas em função de consumo 
e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante 
adequadas técnicas quantitativas, admitido o fornecimento contínuo; 
IV - condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do 
material; 
V - atendimento aos princípios: 
a) da padronização, considerada a compatibilidade de especificações estéticas, técnicas 
ou de desempenho; 
b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente vantajoso; 
c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da despesa estimada com a 
prevista no orçamento.

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