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Necropsia é abertura e exame das diferentes partes do cadáver, com o objetivo de determinar causa da morte. Autorização do proprietário História Clínica - anamnese detalhada Sinais clínicos (SINTOMA não) IMPORTÂNCIA Determinar a causa da morte Avaliar lesões: quanto à extensão nos órgãos, natureza da lesão Coleta de material: isolamento do agente Avaliar desemprenho clínico Conduta profilática Medicina veterinária legal ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS E PÓS-MORTE Definição: alterações observadas em cadáver e que não tenham ocorrido no animal vivo Importância: diferenciar das lesões produzidas em vida, estimar a hora da morte. Classificação: ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS ABIÓTICAS Não modificam o cadáver no seu aspecto geral Dividem-se em: imediatas e mediatas IMEDIATAS: Morte somática ou clínica, negam a existência de vida Insensibilidade: não responde a estímulos dolorosos Imobilidade Parada das funções cardíacas e respiratórias: silêncio pulmonar e cardíaco Inconsciência: parada das funções cerebrais Arreflexia: Ausência de reflexos (patelar ou de retina), perda do tônus muscular MEDIATAS: Hipostase cadavérica (livor mortis): 2-4h Frialdade cadavérica (algor mortis): 3-4h 1ºC por hora após a morte Rigidez cadavérica (rigor mortis): 2-4h plenitude 12-15 horas, falta de ATP Coagulação sanguínea pós-morte: 2-8h Impregnação pela hemoglobina: 8h (pós coagulação) Impregnação pela bile: 8h Técnica de Necropsia ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS TRANSFORMATIVAS Modificam o cadáver no seu aspecto geral Determinam: decomposição, putrefação ou heterólise AUTÓLISE Enzimas proteolíticas (lisossomais) Próprio tecido HETERÓLISE Enzimas proteolíticas de bactérias saprófitas Trato intestinal do animal Impróprio para necropsia FASES PUTREFAÇÃO/ DECOMPOSIÇÃO/ HETERÓLISE Fase de coloração Após a impregnação da bile e hemoglobina, manchas esverdeadas na parte abdominal Pseudo-melanose: caracterizada por áreas focais extensas acinzentadas, esverdeadas ou azuladas, causadas pela decomposição do sangue por ação de bactérias, com formação de sulfeto de hidrogênio Tempo: 8-24 horas Fase gasosa: gás sulfídrico (H2S) Odor característico Tempo: 24 horas Fase coliquativa Desintegração de tecidos moles Tempo: 7 dias Fase de esqueletização Tempo: 3-4 semanas Eduarda Riboli - Medicina Veterinária ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Eduarda Riboli - Medicina Veterinária ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FATORES QUE INTERFEREM NAS ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS Temperatura ambiente: Calor acelera / frio retarda Tamanho do animal: Quanto maior o animal mais difícil é o resfriamento Estado de nutrição: Glicogênio muscular Cobertura externa: penas, plumas, gordura e lã dificultam o resfriamento do cadáver Causa da morte: Grande atividade metabólica e aumento da temperatura antes da morte acelera alterações cadavéricas Infecção por clostrídeos (tétano) Septicemias (hipertermia) Intoxicação por estricnina (convulsões) Traumatismos cerebrais (com tetania) ACHADOS SEM VALOR DIAGNÓSTICO Descargas por compressão de órgãos ou relaxamento do esfíncter Dilaceração por animais Muco pelve renal equino MATERIAIS NECESSÁRIOS Roupas: Macacão, avental, luva, máscara, óculos de proteção, botas de borracha Retirar relógio, pulseiras ou anéis Cabelo = preso; unhas curtas Equipamentos Para realização da necropsia Para acondicionar o material coletado Histopatologia Cultura ou isolamento de agente etiológico Para limpeza do material CUIDADOS A campo Correta eliminação da carcaça Fluidos corporais → córregos Vísceras → não espalhar Acesso de cães Echinococcus granulosus → Cisto hidático (cestódeo) Proteção de pessoas Zoonoses → trânsito de pessoas Desinfecção local e higiene do material Desinfecção local limpar o local → contaminação do resto do rebanho Instrumental → água e sabão, desinfetante / usar forno, autoclave CASOS EM QUE NÃO SE REALIZA NECROPSIA Carbúnculo hemático Bacillus anthracis Morte super aguda em bovino Edemas generalizados em equino Pústula maligna na perna, após 72h de evolução Pústula maligna no braço com 5 dias de evolução Eduarda Riboli - Medicina Veterinária ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A coleta e remessa de material para histopatologia veterinária é um processo crucial para o diagnóstico de diversas doenças em animais. Coleta do Material: O primeiro passo é a coleta. Isso pode incluir tecidos, biópsias, fluidos corporais ou amostras de órgãos. É importante garantir que a coleta seja feita de forma estéril para preservar a integridade das amostras. 1. Fixação: Consiste na estabilização da estrutura das proteínas, por coagulação. Entre os muitos agentes fixadores que se empregam, destacam-se o álcool etílico, o ácido acético, o formol e o ácido pícrico. Volume do fixador x amostra = 10x o volume. Formol tamponado 10%. O processo de fixação destina-se a preservar as células, evitando modificações post mortem conhecidas por autólise e conservando, deste modo, a estrutura morfológica. 2. Identificação e Rotulagem: A amostra deve ser identificada e rotulada com informações do tipo de amostra, animal de origem, data da coleta e outras informações relevantes. 3. Preparação para Remessa: As amostras fixadas são embaladas para o transporte. Isso pode incluir o uso de recipientes herméticos, embalagens à prova de vazamentos e o uso de materiais absorventes, caso haja fluidos presentes. 4. Documentação: Preparar toda a documentação necessária para acompanhar as amostras, como formulários de requisição de exames, históricos médicos dos animais, informações sobre sintomas e qualquer outra informação relevante para auxiliar no diagnóstico. 5. Remessa para o Laboratório: Após a preparação das amostras e da documentação, elas são enviadas para o laboratório de histopatologia veterinária. É importante escolher um laboratório confiável e credenciado para garantir resultados precisos e confiáveis. 6. Processamento e Análise: No laboratório, as amostras são processadas, incluindo a inclusão em parafina, corte em lâminas finas e coloração com corantes específicos. A parafina é fundida a temperatura de 50 a 60ºC, onde ela penetra nos tecidos e, solidifica e permite a realização de cortes finos de 3 a 10 mm de espessura. A operação de corte é efetuada com o auxílio de um instrumento chamado micrótomo, que dispõe de uma faca de aço. Os cortes feitos são colocados em lâminas de vidro (lâminas de microscópio). Em seguida, são analisadas por patologistas para identificar anormalidade ou patologia presente nas amostras. 7. Emissão de Relatório: Após a análise, um relatório é emitido, contendo os resultados do exame histopatológico e interpretação dos achados. 8. Coleta de material para histopatologia