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GUIA DE CARREIRA MÉDICA EDIÇÃO 01 I CONGRESSO ACADÊMICO DE CARREIRA MÉDICA DA UFV 2020 UMA VISÃO ALÉM DA GRADUAÇÃO ORGANIZAÇÃO ORGANIZAÇÃO DESTE MATERIAL Igor Marinho Pereira Igor Rodrigues Mendes Pedro Alexandre Henriques Pedretti Petrina Rezende de Souza Pâmela Joanes Rosa Guerra Mateus Pena Magalhães Mariana Cordeiro Schneider Farley Reis Rodrigues Alexandre da Costa Pinto Lopes Romario Brunes Will ORGANIZAÇÃO DO I CONACME Presidentes Docentes Cristiane Junqueira de Carvalho Sarah Fonseca dos Reis Brunnella de Alcântara Chagas Cristiane de Souza Chaves Presidentes Discentes Arthur Márcio Sabatini Santos Carolina Henrique da Silva Eduarda Demoner Paseto Felipe Azevedo Rong Plataformas e Gravações Noelle Dias Almeida Costa Matheus Luiz da Silva Matheus Moura Novelli Álvaro Coura Castro Luiz Gustavo Alves Palhares Lucas Cápia Castro de Carvalho Assesoria Larissa Santos Jacovine Ana Beatriz Zanon Alana Balbueno Deborah Ferreira Crepalde Myrella Lacerda de Freitas Ensino Igor Marinho Pereira Igor Rodrigues Mendes Pedro Alexandre Henriques Pedretti Petrina Rezende de Souza Pâmela Joanes Rosa Guerra Mateus Pena Magalhães Mariana Cordeiro Schneider Farley Reis Rodrigues Alexandre da Costa Pinto Lopes Romario Brunes Will Científico Maria Júlia Dalton M. dos Santos Larisse Vitória Moreira Arruda Lucas Maggi Vieira Marina Diniz Dias Alaôr Reis Filho Caio Vieira Soares Sávio Marques de Souza Ian Emanuel de Souza Ramos Financeiro Brenda Botelho Aiala Miranda Kaylane Zuqueto da Silva Layla Lacerda de Souza Anjos Maria Clara Moreira Henriques Wânia Cristina Pereira de Oliveira Alice Rezende Correa e Castro Costa Júlia Costa Nacif Santos Marketing João Victor Ramalho Pacheco Matheus Lorenzoni Vazzoler Luiz Eduardo Guerra de Sá Danrley de Freitas Coelho APOIO E PARCERIAS Cirúrgica Viçosa MD Spirit English Live SOMITI Veste CW: vestuários Fundação Arthur Bernardes CCB - UFVMed Performance DEM - UFV Steve Jobs já dizia “Seu trabalho vai preencher boa parte da sua vida e a única maneira de ser verdadeiramente satisfeito é fazer o que acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um ótimo trabalho é amar o que faz”. Nessa perspectiva, esse guia veio para trazer a você, leitor, a oportunidade de conhecer os detalhes das mais diversas áreas da vasta medicina e poder escolher, com clareza e sabedoria, uma especialidade a qual se enquadra com seus planos, desejos e estilo de vida para que assim possa realizar um ótimo trabalho, amar o que faz e ser verdadeiramente satisfeito. Este manuscrito surge simultaneamente e para complementar o I Congresso Acadêmico de Carreira Médica da Universidade Federal de Viçosa (I CONACME UFV), que veio com o objetivo de promover um ambiente de descoberta, esclarecimento e produção do saber sobre diversas áreas médicas, uma vez que grande parte dos estudantes da graduação não conhecem muitos dos possíveis caminhos a serem seguidos na carreira médica, fato este que dificulta a escolha de seu futuro na profissão. Além disso, tanto no congresso quanto no presente material, pensando em toda jornada do estudante, a seção “Além da medicina” vem para mostrar que o conhecimento a ser construído transcende as salas de aula e instaura-se também em vivências práticas, como intercâmbios, na aquisição de habilidades interpessoais, conhecimento amplo de assuntos que, embora fundamentais, são frequentemente esquecidos na medicina, como gestão e empreendedorismo. Nesse sentido, tais fatores são tão importantes quanto o conhecimento acadêmico para a construção de um bom currículo. PREFÁCIO Desejamos que seja uma leitura proveitosa e que em conjunto aos vídeos do congresso, vocês sintam-se satisfeitos com a produção do conhecimento gerada a partir deles. Com o desejo que vocês façam um bom planejamento de vida e uma consciente e boa escolha de carreira, finalizamos esse prefácio com uma frase do Confúncio: “escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia de sua vida”. Boa leitura! Comissão organizadora do I CONACME UFV Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Carreira médica.................................................................................17 Mateus Pena Magalhães, Arthur Márcio Sabatini Santos Médico generalista...........................................................................06 Pâmela Joanes Rosa Guerra, Carolina Henrique da Silva SUMÁRIO 2 | SEÇÃO ESPECIAL: DOAÇÕES 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | SEÇÃO 2: ESPECIALIDADES MÉDICAS Cardiologia .........................................................................................27 Igor Rodrigues Mendes, Eduarda Demoner Paseto Cirurgia Geral ....................................................................................32 Mateus Pena Magalhães, Felipe Azevedo Rong Cirurgia do trauma ..........................................................................35 Petrina Rezende de Souza, Noelle Dias Almeida Costa, Alaôr Reis Filho Gastroenterologia ...........................................................................41 Mariana Cordeiro Schneider, Matheus Luiz da Silva Ginecologia e Obstetrícia ............................................................45 Alexandre da Costa Pinto Lopes, Matheus Moura Novelli Medicina de Família e Comunidade .........................................49 Farley Reis Rodrigues, Álvaro Coura Castro, Sávio Marques de Souza Medicina do Exercício e do Esporte .........................................53 Alexandre da Costa Pinto Lopes, Luiz Gustavo Alves Palhares 3 | 10 | SEÇÃO 1: APÓS A GRADUAÇÃO Lar dos Velhinhos ............................................................................10 Larissa Santos Jacovine, Alana Balbueno 1 | SEÇÃO 4: OUTRAS ÁREAS E POSSIBILIDADES Médico legista.....................................................................................104 Lucas Maggi Vieira, Alice Rezende Correa e Castro Costa SEÇÃO 3: ALÉM DA MEDICINA Currículo ..............................................................................................89 Igor Marinho Pereira, Kaylane Zuqueto da Silva Empreendedorismo .........................................................................95 Petrina Rezende de Souza, Layla Lacerda de Souza Anjos Intercâmbio ........................................................................................99 Pâmela Joanes Guerra, Maria Clara Moreira Henriques Medicina Oriental - Acupunturiatria ..........58 Romário Brunes Will, Lucas Cápia Castro de Carvalho Nefrologia ...........................................................................................63 Pedro Alexandre Henriques Pedretti, Larissa Santos Jacovine Oftalmologia ......................................................................................68 Pedro Alexandre Henriques Pedretti, Ana Beatriz Rodrigues Zanon Ortopedia e Traumatologia ..........................................................72 Igor Rodrigues Mendes, Alana Balbueno, João Victor Ramalho Pacheco Otorrinolaringologia ........................................................................77 Igor Marinho Pereira, Deborah Ferreira Crepalde, Matheus Lorenzoni Vazzoler Pediatria ..............................................................................................80 Mariana Cordeiro Schneider, Myrella Lacerda de Freitas, Luiz Eduardo Guerra de Sá Reumatologia .....................................................................................84 Romario Brunes Will, Brenda Botelho Aiala Miranda, Danrley de Freitas Coelho 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | Médico Militar ....................................................107 Mariana Cordeiro Schneider, Maria Júlia Dalton Moreira dos Santos Médicos Sem Fronteiras................................................................111 Ian Emanuel de Souza Ramos, Caio Vieira Soares Pesquisa médica no exterior ......................................................116 Marina Diniz Dias, Wânia Cristina Pereira de Oliveira ProgramaMédicos pelo Brasil ....................................................119 Alexandre da Costa Pinto Lopes, Júlia Costa Nacif Santos Residência médica no exterior ..................................................124 Farley Reis Rodrigues, Larisse Vitória Moreira Arruda Transplantes .....................................................................................131 Marina Diniz Dias, Wânia Cristina Pereira de Oliveira 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 | SEÇÃO ESPECIAL SEÇÃO ESPECIAL DOAÇÕESDOAÇÕES O psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung escreveu em um de seus livros a seguinte frase: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Esta expressão visa alertar a todos os profissionais da área da saúde sobre a importância de entender as necessidades alheias e como essa habilidade é fundamental para a formação de bons profissionais. Pensando nisso, a organização do I Congresso Acadêmico de Carreira Médica da Universidade Federal de Viçosa (I CONACME-UFV) decidiu que, como está realizando um evento com intuito de auxiliar na formação de profissionais qualificados, seria essencial trabalhar de alguma forma esse sentimento de empatia com os participantes do evento, sejam eles médicos ou estudantes em formação. Com tal intuito, foi criado uma modalidade de inscrição em que o candidato poderia optar pela doação de diferentes valores para uma instituição de caridade. Pensou-se em tal ação em virtude das consequências diretas que a pandemia de COVID-19 gerou para as organizações filantrópicas de todo o mundo. Além de estar apresentando um gasto elevado por conta da necessidade de investir na compra de materiais de proteção individual, essas instituições estão, muitas vezes, recebendo uma quantidade menor de doações, sobretudo pela diminuição do poder aquisitivo de um número elevado de pessoas na grande parte dos países afetados pela pandemia. 10 Lar dos Velhinhos Larissa Santos Jacovine, Alana Balbueno CAPÍTULO 1 Os organizadores do I CONACME-UFV consideraram que, como a organização está sendo realizada por estudantes de medicina da Universidade Federal de Viçosa, seria interessante doar o dinheiro arrecadado para uma instituição filantrópica local. Dessa forma, os estudantes estariam de alguma forma retribuindo à cidade pelo apoio e acolhimento que é proporcionado aos acadêmicos da UFV. Dentre as instituições locais, a escolhida para o envio das doações foi o Lar dos Velhinhos. O Lar dos Velhinhos é uma instituição filantrópica que objetiva cuidar de idosos em situação de vulnerabilidade social e que não possuem condições de auto custeio. Além oferecer serviços médicos, psicológicos e nutricionais aos assistenciados, a instituição prega pelo cuidado humanizado do idoso, apresentando o seguinte lema: “Cuidar dos idosos com amor e dando-lhes dignidade”. Por conta disso, a organização é referência regional entre as Instituições de Longa Permanência para Idosos. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 11 O que é o Lar dos Velhinhos? Imagem: atividade artístico-cultural realizada na sede do Lar dos Velhinhos como forma de entretenimento para os assistenciados. Lar dos Velhinhos 12 A instituição tem capacidade para atender até quarenta idosos e conta com estrutura ampla e acolhedora localizada na área central da cidade. Encontra-se próxima de unidades de saúde e hospitais, o que possibilita uma maior assistência aos idosos acolhidos. Os recursos para manutenção da instituição advêm de doações financeiras e de gêneros alimentícios, repasses dos governos Federal e Municipal, e, esporadicamente, das instituições sociais, estudantis e empresas. Além disso, setenta por cento dos salários dos idosos institucionalizados são utilizados para a manutenção do Lar dos Velhinhos. A instituição tem parceria com a UFV e a Univiçosa, possibilitando que estagiários dessas instituições ofereçam serviços jurídicos e atendimentos nas áreas de fisioterapia, medicina, nutrição, enfermagem, educação física e psicologia. Qual é a história do Lar dos Velhinhos? A instituição foi fundada em 18 de junho de 1967, na cidade de Viçosa, Minas Gerais, através da iniciativa de um cidadão local: Dr. Laurindo Carneiro. Juntamente a um grupo de pessoas, Dr. Laurindo iniciou uma campanha para que fosse criado um local de atendimento aos idosos em situação de vulnerabilidade que residiam em Viçosa. O Lar dos Velhinhos acompanhou o crescimento da cidade viçosense e hoje, em seus 53 anos de existência, abriga e assiste 40 idosos, graças ao engajamento e a solidariedade dos doadores, funcionários, voluntários e empresários locais. A partir do momento em que foi decidido que a arrecadação obtida através das inscrições seria revertida para uma entidade filantrópica de Viçosa, a equipe de Assessoria do I CONACME UFV realizou uma busca ativa entre as instituições do município. A cidade do interior da zona da mata mineira possui muitas entidades que sobrevivem de doações e ajudas dos moradores locais. Dessa forma, foram estabelecidos critérios para a escolha de uma instituição parceira para receber o valor total arrecadado. Os critérios foram: situação financeira durante a pandemia; principais necessidades da instituição; funcionamento atual; número de pessoas assistidas e principal fonte financeira da instituição (governamental, privada ou filantrópica). A partir dessa análise prévia, o Lar dos Velhinhos demonstrou ser a instituição mais vulnerável nesse momento de pandemia, quando perdeu boa parte de seus doadores frente a crise financeira atual. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 13 Por que escolhemos o Lar dos Velhinhos? Imagem: retrato do início da construção do Lar dos Velhinhos. 14 Buscando contribuir com a manutenção de uma qualidade de vida digna para os 40 idosos atendidos pelo Lar dos Velhinhos, o I CONACME vem pedir sua ajuda em nome dessa instituição. Itens básicos, como alimentos e fraldas geriátricas, são sempre necessários. Com qualquer quantia você pode fazer diferença na vida de um idoso. Doe através do QR CODE exposto na próxima página, o qual destina os usuários diretamente à conta do PicPay destinada a doações. Junte-se a nós e colabore você também! Lar dos Velhinhos Pedido de doações Imagem: funcionários e voluntários que atuam no Lar dos Velhinhos. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 15 APÓS A GRADUAÇÃO APÓS A GRADUAÇÃO SEÇÃO 1SEÇÃO 1 Mesmo após concluir a graduação, descobrir o melhor jeito de estudar, passar dias e noites estudando e adquirir todas as competências médicas, o estudante de medicina ainda pode se deparar com a dúvida de qual caminho escolher. Abaixo estão alguns questionamentos comuns entre os graduandos e os recém-formados, questionamentos estes que tentaremos esclarecer ao longo deste material. Durante a formação em Medicina, é natural que o estudante se interesse mais por algumas matérias e áreas da profissão, chegando a ter certeza sobre qual residência irá fazer. No entanto, é também recorrente que haja dúvida entre duas ou mais especialidades, e até mesmo a incerteza completa de qual caminho seguir. Após a conclusão da graduação, tendo em mãos o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), o recém-formado acaba seguindo alguma das seguintes possibilidades: Quais as opções disponíveis? 17 Além da residência, existem outros caminhos acadêmicos? É possível começar a trabalhar direto? Trabalhar como médico generalista1. 3. Ingressar na residência médica 2. Matricular-se na pós-graduação CAPÍTULO 2 Carreira Médica Mateus Pena Magalhães, Arthur Márcio Sabatini Santos Nesta opção, o profissional começa a atender pacientes com as mais diversas demandas, seja em hospitais, postos de saúde, clínicas e/ou consultórios particulares, além da possibilidade de realizar plantões. Dessa forma, o recém-formado pode conhecer mais de perto as diferentes esferas da medicina, para assim escolher se especializar naquela que mais gosta,como também, garantir a possibilidade de um retorno financeiro mais rápido. Além disso, outras opções que seguem essa mesma lógica são: a carreira de médico das forças armadas e o ingresso no programa Médicos pelo Brasil. Tudo isso será detalhado em capítulos específicos. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 18 Trabalhar como médico generalista1. 2. Realizar especialização A Especialização é definida como um curso de Pós-Graduação Lato Sensu ou Strictu Sensu oferecida por instituições credenciadas e possui mais foco acadêmico, ou seja, mais carga teórica do que prática. Na modalidade Lato Sensu, a carga horária mínima é de 360 horas. As aulas podem ser presenciais ou à distância e ao final do curso, é necessária a apresentação de uma Monografia ou um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Porém, ao final de um curso de especialização, o médico não recebe a titulação de especialista naquela área, assim, a pós-graduação Lato Sensu entra mais como uma formação complementar da graduação. É possível obter essa titulação por meio da aprovação em provas de título organizadas por Sociedades Médicas, contudo, nem todas as especialidades oferecem essa opção. Escolha da residência: possibilidades e alternativas 19 A residência médica, assim como a especialização, também é considerada uma modalidade de pós-graduação, porém, para ingressar na residência é necessária a aprovação em um processo seletivo. O programa de residência médica oferece uma bolsa e possui carga horária prática bem mais elevada do que a especialização, possuindo, em média, 2 anos, podendo variar entre áreas. A residência confere título de especialista ao final dela, não sendo necessário prestar prova de título. A busca de uma vaga na residência costuma ser a opção mais escolhida após a conclusão da graduação. O desejo de obter maior qualificação e se tornar especialista na área médica de sua escolha atinge cerca de 70% dos recém-formados. O tempo de curso e a carga horária vão variar de acordo com o ramo escolhido, a remuneração é por volta dos R$ 3.000,00 para 60 horas semanais. Além disso, existe a possibilidade de fazer a residência em outro país, porém o processo de entrada pode ser complexo. Após concluí-la, é necessário fazer a revalidação do diploma para atuar no Brasil 3. Ingressar na residência médica Já a pós-graduação na modalidade Strictu Sensu é a opção de escolha para quem deseja fazer Mestrado e Doutorado em alguma área do conhecimento e seguir carreira acadêmica como professor de uma instituição ou pesquisador. Apesar das diferenças, mesmo que você esteja completamente decidido, ou completamente incerto sobre o que fazer, esperamos que este congresso e este material possam te auxiliar na escolha de qual caminho seguir. Independente de qual seja ele, bom trabalho e muito sucesso! Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 20 A graduação médica é construída ao longo de seis anos, geralmente divididos da seguinte forma: 21 Passadas essas etapas, conclui-se que o egresso, devidamente aprovado em todas as disciplinas e tendo adquirido competências técnicas, estará habilitado a desempenhar o raciocínio clínico com o objetivo de realizar diagnósticos e estabelecer a terapêutica, sempre se baseando nas evidências científicas mais recentes. Além disso, espera-se que o recém-formado seja capaz de realizar procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade em ambientes ambulatoriais ou em cenários de urgência e emergência. Convém ressaltar que o médico generalista estará capacitado para seguir as suas condutas baseadas nos protocolos elaborados pelas sociedades médicas competentes, aplicando os conceitos da ética médica e utilizando estratégias de comunicação verbal, não verbal e escrita para o aprimoramento das relações interpessoais durante a prática cotidiana nos diferentes níveis de atenção. Graduação em Medicina Ciclo básico (2 anos) Ciclo clínico (2 anos) Internato (2 anos) CAPÍTULO 3 Médico generalista Pâmela Joanes Rosa Guerra, Carolina Henrique da Silva Ademais, deve estabelecer ações de prevenção, promoção de saúde e reabilitação na perspectiva de uma assistência integral. O médico generalista, portanto, é aquele que cumpriu os requisitos obrigatórios para se tornar um profissional da medicina, possui um registro no CRM (Conselho Regional de Medicina) que o autoriza a exercer a profissão, porém não é detentor de nenhum título de especialidade e, por isso, deve divulgar somente o nome, número do CRM e o termo “médico” para fins de identificação e publicidade. A princípio, as áreas de atuação do generalista parecem limitadas, no entanto, o profissional pode transitar por diversos segmentos que possuem vantagens e desvantagens: Médico Generalista Consultório ParticularPlantão UBS Contato com diversas áreas; Forma rápida de ganhar dinheiro; Público amplo de pacientes. Vantagens: Rotina exigente e cansativa; Atuar em áreas que não gosta; Não conseguir focar nos estudos se almejar um Residência Médica. Desvantagens: Carga horária personalizada; Fechar parcerias com outros médicos e dividir custos; Maior potencial de remuneração; Vantagens: Ser responsável pela gestão do consultório; Não ter muitos pacientes no início; Salário variável. Desvantagens: Rotina mais equilibrada em relação aos outros serviços; Salário fixo; Público amplo e oportunidade de atuar na Atenção Básica. Vantagens: Muitas vezes os recursos são limitados; Realizar procedimentos que não gosta; Baixa remuneração e reconhecimento em comparação com outros serviços. Desvantagens: Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 22 Uma das escolhas mais frequentes dos médicos generalistas é exercer a função de plantonista, que consiste em atuar em ambientes de urgência e emergência. Nesse cargo, o médico presta uma assistência ao paciente que consiste na triagem, anamnese, exame físico, prescrição de medicamentos e exames complementares que eventualmente se façam necessários. O plantonista também encaminha enfermos de risco aos serviços de maior complexidade, garante a continuidade da atenção médica ao paciente em observação ou em tratamento nas dependências da instituição até que outro profissional assuma o caso, e, muitas vezes, monitora o paciente crítico em processos de remoção e transporte a nível intermunicipal, regional e estadual. Processo de contratação: A grande maioria das contratações ocorre de maneira informal através de indicações ou envio de currículo por e-mail, porém alguns hospitais contratam por meio de concursos Remuneração: Em média 1.100 reais por cada plantão de 12h. O valor varia conforme o local e a instituição onde se presta serviço. Entre o plantão e o pagamento pode haver um intervalo de um a quatro meses Plantão Carga horária: Geralmente entre 6 a 12 horas, no entanto, não deve ultrapassar 24 horas ininterruptas Médico generalista: como é o mercado de trabalho? 23 Para aqueles que preferem uma rotina mais estável, outra possibilidade é compor as equipes multiprofissionais que fazem parte da Estratégia de Saúde da Família, atuando nas Unidades de Básica de Saúde (UBS). A rotina do médico será basicamente realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos e atividades em grupo na UBS. Ademais, quando indicado ou necessário, ele deverá estender a atuação a outros cenários, como ocorre nas visitas domiciliares e nos demais espaços comunitários, realizando a estratificação de risco e elaborando plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território adscrito, isso sempre em conjunto com os demais membros da equipe. Também cabe ao médico encaminhar, quando preciso, usuários a outros níveis de atenção, mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito e indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar. Além disso, deve planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS (Agentes Comunitários de Saúde) e ACE (Agentesde Combate às Endemias) em conjunto com os outros membros da equipe multiprofissional. Processo de contratação: Normalmente ocorre através de concursos públicos, mediante provas e análise curricular UBS Remuneração: Em média 10 mil reais mensais, podendo variar de acordo com a localidade Carga horária: Geralmente 40 horas semanais 24 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV O médico generalista também poderá abrir seu próprio consultório. Essa é uma escolha feita geralmente por quem deseja ter maior controle do próprio tempo e não manter um vínculo empregatício com uma empresa ou serviço público. Porém, possuir um consultório particular demandará um aporte financeiro, conhecimentos em gestão, além de estratégias que visarão atrair mais pacientes, ou seja, fatores que poderão ser difíceis de conciliar com a vida pessoal e os esforços demandados pela carreira médica em um primeiro momento. Existem outros caminhos que o médico generalista poderá seguir e que serão tema de outros capítulos presentes neste guia. 25 Médico generalista: como é o mercado de trabalho? ESPECIALIDADES MÉDICAS SEÇÃO 2SEÇÃO 2 ESPECIALIDADES MÉDICAS A cardiologia é a especialidade médica que se propõe a diagnosticar, acompanhar e tratar doenças e alterações do coração e de outros componentes do sistema cardiovascular. A especialidade tem como pré-requisito a residência em Clínica Médica. A duração da residência em Cardiologia é de dois anos e o médico cardiologista é capacitado para trabalhar em diversos ambientes de saúde e lidar com uma diversidade de situações clínicas relacionadas ao sistema cardiovascular. 27 1. Rotina na cardiologia O médico cardiologista pode atuar em clínicas, consultórios, hospitais e demais unidades de saúde, públicas e privadas. O profissional pode desempenhar diversas atividades, como a realização de consultas e exames, investigação diagnóstica, elaboração de tratamentos, manejo de doenças crônicas e acompanhamento de pacientes com quaisquer comorbidades ou alterações relacionadas ao coração e ao sistema cardiovascular como um todo, entre outras funções. As áreas de atuação e capacitação do médico cardiologista são diversas e estão sumarizadas no quadro 1. - Métodos gráficos; - Reabilitação; - Tomografia; - Dislipidemia; - Hipertensão arterial; - Eletrofisiologia invasiva; - Ecocardiografia; - Hemodinâmica e cardiologia intervencionista; Quadro 1 – Principais áreas de atuação do médico cardiologista. CAPÍTULO 4 Cardiologia Igor Rodrigues Mendes, Eduarda Demoner Paseto 28 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Graduação (6 anos) A residência em cardiologia tem duração de dois anos e possui, como pré-requisito, a residência em Clínica Médica (Figura 1). Anualmente, são oferecidas, aproximadamente, 923 vagas em todo o país. O quadro 2 traz alguns exemplos de locais que oferecem residência nessa especialidade. 2. Residência Prova de residência Clínica Médica (2 anos) Prova de residência Cardiologia (2 anos) Prova de título Subespecialização Figura 1 – Processo de formação do Médico Cardiologista, da graduação à subespecialização. O residente do primeiro ano (R1) tem maior atuação hospitalar, com atendimento em enfermaria e pronto-atendimento cardiológico, por exemplo, além de atuar em clínicas, com o acompanhamento de pacientes com arritmias e/ou valvopatias. O residente do segundo ano (R2) possui maior atuação ambulatorial, com a realização de exames complementares e acompanhamento dos pacientes em procedimentos cirúrgicos. Após os dois anos de residência o profissional está habilitado para o mercado de trabalho, podendo também optar por continuar os estudos em uma subespecialidade de atuação clínica, diagnóstica ou intervencionista (Quadro 3). 29 CEREM-GO 2 UFRJ 3 Fortaleza - CE PSU CE 10 5 São Paulo (SP) FMUSP 28 São José - SC SES-SC 8 Quadro 2 – Exemplos de locais que oferecem residência em Cardiologia. Hospital Cidade/ Estado Edital Vagas Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) Belém - PA Goiânia - GO Rio de Janeiro - RJ PSU PA 4 Hospital das Clínicas - UFG Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) Hospital de Messejana Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Hospital Universitário USP Hospital Veredas Maceió - AL PSU - AL 3 Instituto de Cardiologia de Santa Catarina Cardiologia UFRJ Rio de Janeiro - RJ 30 Estimulação cardíaca Eletrofisiologia invasiva Quadro 3 – Algumas subespecialidades da cardiologia. Atuação clínica Dislipidemias Miocardiopatias Transplante Hipertensão arterial Eletrofisiologia cardíaca Cardiopatias da mulher Valvopatias Coronariopatias Cardiogeriatria Cardiopatias congênitas Cardio-intensivismo Unidade coronariana (UCO) Pós-operatório de cirurgia cardiológica Ecocardiografia Métodos gráficos Ergometria e reabilitação Medicina nuclear Tomografia Ressonância magnética Cardiologia intervencionista Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Atuação diagnóstica Atuação intervencionista 3. Mercado de trabalho Atualmente, há cerca de 15.516 cardiologistas no mercado. Desse total, cerca de 30% dos profissionais são do sexo feminino, havendo progressivo crescimento desse número a cada ano. A remuneração média é de, aproximadamente, R$2.964 durante a residência e varia entre R$6.500 e R$12.500 para o profissional após a residência. 31 Cardiologia Apesar do grande número de profissionais, a perspectiva de mercado de trabalho é muito boa, uma vez que há carência de profissionais em relação ao aumento na incidência de doenças cardiovasculares, aspecto que está relacionado ao aumento da expectativa de vida e ao envelhecimento populacional. A carga de trabalho do cardiologista é alta e as áreas de atuação são muito amplas, conforme já discutido. O perfil dos pacientes é bastante variado, incluindo significativamente aqueles mais idosos e com doenças crônicas. A carga emocional desse especialista, por vezes, é alta, uma vez que precisa aprender a lidar com as perdas de pacientes que, geralmente, são crônicos ou graves. Resumindo a Cardiologia Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de cardiologistas ativos Pré-requisito em Clínica Médica 2 anos 923 R$6.500,00 a R$12.500,00 15.516 Estudantes que se identificam mais com a parte prática manual e artística da medicina podem escolher as áreas cirúrgicas como sua futura especialização. Para aqueles que têm essa afinidade, a Cirurgia Geral é uma opção considerável, podendo ser feita tanto a opção de residência quanto especialização. 32 1. Residência Cirurgia Geral Acesso direto 3 anos 2 anos Título de cirurgião geral Coloprocto- logia Especialidades com pré-requisito em cirurgia geral A cirurgia geral é um pré-requisito de muitas subespecialidades. Dessa forma, a residência exige bastante dedicação, já que os conhecimentos serão necessários na prática profissional e em subespecialidades que requerem maior capacidade técnica. Cirurgia pediátrica Cirurgia oncológica Urologia Medicina intensiva CAPÍTULO 5 Cirurgia Geral Mateus Pena Magalhães, Felipe Azevedo Rong 33 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV O residente recebe uma bolsa padronizada para todos os serviços no valor bruto de R$ 3.300,00. Além disso, existe a possibilidade de complementar a renda por meio de plantões feitos durante a residência. No entanto, a extensa carga horária semanal pode dificultar essa prática. R1 - Avaliação e estabilização de pacientes; - Ano de clínica cirúrgica, convive mais com os pacientes e os prepara para a cirurgia. 2. Atribuições durante a residência R2 - Realiza pequenas cirurgias; - Supervisiona o R1. R3 - Atua em pós-operatórios complicados; - Supervisiona o R1 e o R2. 3. Áreas de atuação O cirurgião geral pode desempenhar suas funções em clínicas, hospitais privados, hospitais públicos e outros serviços. Cirurgia Geral - Plantões em pronto-socorro; - Consultórios de procedimentos pré-cirúrgicos; - Atendimentoambulatorial; - Cirurgias eletivas; 34 Cirurgia Geral Apesar de ser uma das especialidades com números elevados de profissionais formados, cerca de 34.000, o mercado de trabalho é crescente. O médico, para estar preparado em todos os aspectos, além da habilidade na prática cirúrgica, deve saber se relacionar bem com os pacientes e seus familiares, uma vez que o contato entre esses é grande, sem mencionar a boa relação com os colegas de trabalho, tendo em vista que os procedimentos são feitos em equipe. Exercendo essa profissão, a remuneração é, em média, R$ 7.200,00 para uma carga horária de 20h semanais. A residência em cirurgia geral é marcada por uma rotina com muita adrenalina e intensidade. O profissional, ao adentrar nessa área, deve possuir noção do que almeja para seu futuro, pensando na carga horária laboral a qual será submetido durante o exercício da profissão, marcada, muitas vezes, por plantões e expedientes em sobreaviso. Por isso, deve-se atentar bem para a sua formação, investindo naquilo que o possibilitará escolher o campo mais desejado, sem deixar de considerar o bem-estar pessoal com a sua jornada de trabalho. 4. Mercado de trabalho 5. Estilo de vida Resumindo a Cirurgia Geral Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de cirugiões gerais ativos Acesso direto 3 anos 2006 R$7.271,00 34.065 Residência em cirurgia geral (3 anos) Residência em cirurgia do trauma (1 ano) Cirurgia do Trauma é a subespecialidade da cirurgia que foca nos procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, realizados em pacientes que sofreram algum trauma recente. Esse tipo de enfermo diferencia-se dos demais pela necessidade de intervenções agressivas, procedimentos rápidos e controle de hemorragias. Ademais, o médico especialista nessa área deve estar preparado para lidar com pacientes em risco iminente de óbito, assim como ter a capacidade emocional de lidar com um maior número de mortes quando comparado às outras áreas da Medicina. Medicina (6 anos) 35 Pré-requisito Observação: residência na Área Cirúrgica Básica, que tem duração de 2 anos, não oferece subsídios para entrada na residência em cirurgia do trauma, habilita apenas para procedimentos cirúrgicos mais simples. Minas Gerais Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro Hospital João XXIII Hospital Municipal Odilon Behrens Hospital Risoleta T. Neves 1. Pré-requisitos para se tornar um cirurgião do trauma 2. Hospitais de referência para residência CAPÍTULO 6 Cirurgia do Trauma Petrina Rezende de Souza, Noelle Dias Almeida Costa, Alaôr Reis Filho 36 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Gostar de estudar e fazê-lo com frequência; Boa formação cirúrgica; Possuir conhecimento profundo e consolidado de anatomia, tendo em vista que o trauma atinge o organismo como um todo. Assim, a partir da anatomia, é possível atuar na fisiologia do corpo humano; Ser dinâmico e dedicado. Bahia Hospital do Subúrbio Rio de Janeiro Hospital Municipal Lourenço Jorge Hospital Municipal Miguel Couto Hospital Estadual Getúlio Vargas Hospital Municipal Salgado Filho São Paulo Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina - FMRP USP Rio Grande do Sul Hospital de Pronto Socorro Hospital Cristo Redentor Pará Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência 3. Principais características que o residente deve apresentar 37 Cirurgia do trauma Durante a residência de cirurgia do trauma, é possível realizar plantões extras, uma vez que é necessário cumprir uma carga horária exata de sessenta horas semanais com plantões alternados. Logo, sobra tempo durante a semana para a realização dos plantões para além da residência. Depende do que você programa para sua vida. É raro atender trauma em consultório. Logo, é uma rotina majoritária de plantões, sendo comum ser chamado em horários fora do serviço. Os centros públicos são a maioria quando se trata de locais de trabalho, porque tal especialidade exige procedimentos com alto custo, sendo mais rara em hospitais privados. Entretanto, essa realidade está sendo, aos poucos, alterada. Contratação por concurso Pontuação extra para especializados em cirurgia do trauma Pode ser temporária ou efetiva Geralmente são 24 horas semanais, na forma de plantões A expectativa é de melhoria e expansão do mercado, posto que a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT) está criando centros especializados de cirurgia de trauma, o que demandará uma maior quantidade de profissionais formados na área. É válido ressaltar ainda que, normalmente, os profissionais da área não são de dedicação exclusiva. 4. É possível realizar plantões extras? 5. Como é a disponibilidade de emprego? Não há nenhum preparo ou técnica específica. A experiência e o tempo de atuação tornam o profissional mais hábil ao lidar com as situações cotidianas da profissão. É importante gostar do que faz e da adrenalina durante todo o plantão. Além disso, é fundamental uma boa relação entre residente e preceptor, o qual deve oferecer orientação e segurança ao seu aprendiz. Atualmente, com uma grande disponibilidade de recursos, a abordagem é diferente. O objetivo central é salvar a vida do paciente primeiro, conter hemorragia, reanimá-lo e, se der tempo, corrigir as demais fatalidades no bloco cirúrgico. Logo, esse momento inicial deve ser o mais breve possível, entre quinze a vinte minutos. Após reestabelecido o paciente, o médico ainda tem um intervalo de descanso para então entrar no bloco cirúrgico, o qual não demandará tanto tempo a mais. 38 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Importante dedicar sempre um tempo à própria saúde física e mental Salvar a vida do paciente Bloco cirúrgico Ser rápido e objetivo Não são cirurgias longas 2º1º 6. Existe algum preparo psicológico para lidar com a área? 7. Existe algum preparo físico especial tendo em vista a alta frequência de plantões nessa especialidade? Cirurgia do trauma 39 Aprendizado Tempo A curva de aprendizado apresenta crescimento contínuo, sempre existindo um caso novo e sendo impossível estar 100% preparado. Plantões 12 horas 24 horas semanais R$ 800,00 a R$ 1200,00/plantão Hospital público Hospital privado R$7.000,00 a R$8.000,00/mês R$15.000,00 a R$16.000,00/mês Proatividade Trabalho em equipe Agilidade Boa vontade Entusiasmo Gostar do que faz 8. Curva de aprendizado: qual o tempo estimado para estar seguro e exercer a profissão de maneira plena? 9. Remuneração média 10. Características pessoais importantes para se tornar cirurgião do trauma 40 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de cirugiões do trauma ativos Pré-requisito: Cirurgia Geral 1 ano 55 De R$7.000,00 a R$16.000,00 - Resumindo a cirurgia do trauma Para quem está em busca de uma especialidade ampla e com várias opções de caminhos a seguir, a gastroenterologia pode ser uma boa escolha. O especialista dessa área vai lidar com as doenças de todo aparelho digestivo, podendo atuar em vários cenários, e, se desejar, se especializar em endoscopia ou hepatologia. 41 Pré-requisito Medicina (6 anos) Residência em Clínica Médica (2 anos) Residência em Gastroenterologia (2 anos) Em geral, a especialização é voltada para o ambiente hospitalar e de enfermaria, tratando, por exemplo, pacientes cirróticos, e preparando-os para exames como a colonoscopia. As atribuições do residente se alteram, passando para um ambiente ambulatorial, com maior contato com a endoscopia e com paciente com quadros mais graves. R3 R4 1. Pré-requisitos para se tornar um gastroenterologista 2. Rotina do residente (varia em cada serviço) CAPÍTULO 7 Gastroenterologia Mariana Cordeiro Schneider, Matheus Luiz da Silva Endoscopia Gastro- enterologia Clínica médica Medicina 42 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Hospitais Ambulatórios Consultórios Medicinaintensiva Medicina clínica Hepatologia No Brasil, há cerca de 5000 especialistas nessa área, sendo que metade se concentra na Região Sudeste e menos de 5% na Região Norte. O mercado de trabalho é menos concorrido onde tem-se menos profissionais, mas em todos os locais há espaço para os clínicos, em especial os que tratam dos quadros de maior gravidade. 3. Áreas de atuação 4. Possíveis trajetórias 43 Gastroenterologia O investimento para começar é relativamente baixo, pois a estrutura é simples. No entanto, a remuneração também é menor, o que acaba sendo compensado pelo volume considerável de pacientes, seja em grandes centros ou no interior. Consultório Para iniciar a carreira com procedimentos como a endoscopia, o investimento inicial é alto pela necessidade de aquisição de equipamentos caros. A remuneração nessa área é maior que no consultório, mas a procura pelo endoscopista varia, sendo maior nos grandes centros. Endoscopia No Brasil, o gastroenterologista recebe, em média, R$ 4.100,00 para uma jornada de 15 horas semanais, a faixa salarial fica entre R$ 3.600,00 e R$ 8.600,00. Já para o endoscopista, varia de R$ 4.600,00 a R$ 10.400,00, com uma média salarial de R$5.100,00 para jornada de 27 horas semanais. 5. Início de carreira 6. Remuneração 7. Análise da gastroenterologia Vantagens Área ampla e diversificada; Acompanha a evolução do paciente; Resolutiva, na maioria das vezes. Desvantagens Complexidade da especialidade; Dificuldade do médico para se estabelecer profissionalmente. 44 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de profissionais ativos Pré-requisito: Clínica Médica 2 anos 192 R$7.500,00 a R$15.000,00 4.881 Resumindo a Gastroenterologia A Ginecologia e Obstetrícia é uma especialidade médica clínica e cirúrgica que abrange uma ampla esfera da medicina e engloba, de forma geral, tanto a saúde da mulher quanto a reprodução humana. Assim, o profissional da área é formado para lidar com questões relacionadas não só ao aparelho reprodutivo feminino e às mamas, mas também com as que compreendem o período desde a concepção até pós-parto. Na prática, a diferença entre as áreas de abordagem não tende a ser tão nítida, se misturando em muitas situações, mesmo que na maioria dos casos o especialista recém titulado dê um enfoque maior a determinada área ou até mesmo se volte para uma subespecialidade. 45 1. Residência A residência de Ginecologia e Obstetrícia tem acesso direto e duração mínima de 3 anos, com possibilidade de extensão dependendo da instituição que oferece o programa. Essa especialização possui uma das maiores concorrências dentre as especialidades médicas, principalmente em grandes centros e grandes instituições. Uma vez dentro do programa de residência, o profissional tem uma carga horária média de 60h semanais e recebe uma bolsa de cerca de 2900 reais por mês, dependendo da instituição. CAPÍTULO 8 Ginecologia e Obstetrícia Alexandre da Costa Pinto Lopes, Matheus Moura Novelli 46 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV O esquema de ensino e a distribuição da carga horária adotada pela residência varia de acordo com o local onde o programa é oferecido, mas pode ser resumido da seguinte forma: - De forma geral, essa fase é predominantemente voltada para a formação obstétrica do profissional, por meio da atuação em plantões e centros específicos para cenários clínicos e cirúrgicos relacionados a pré-natal, parto e pós- parto, além de ambulatórios e enfermarias para gestações de baixo e alto risco. - Algumas instituições ainda oferecem cenários relacionados à ginecologia, como planejamento familiar, patologia de trato genital inferior, questões endócrinas, entre outras. - Nessa fase, o residente tem sua atuação mais voltada para a ginecologia, lidando de forma direta com diversas subespecialidades por meio de ambulatórios especializados em oncologia, mastologia, reprodução assistida, entre outros, que podem incluir cenários práticos e cirúrgicos. - No último ano obrigatório da residência, o profissional tem formação voltada para situações de maior gravidade, como gravidez de alto risco, e lida com condutas e técnicas gerais e específicas da especialidade, além de ter contato próximo com exames de imagem, como ultrassonografia. - Geralmente é nessa fase que o residente se prepara e se decide em relação à extensão do programa, subespecialidades e áreas de atuação no mercado de trabalho. R1 R2 R3 47 Ginecologia e Obstetrícia Com o fim da residência, para ser titulado como especialista em Ginecologia e Obstetrícia, é preciso ter concluído o programa em uma instituição reconhecida pelo Ministério da Saúde ou realizar o exame de titulação oferecido pela FEBRASGO. Atendimento de pré-natal, parto e pós-parto: geralmente caracterizada por horários menos previsíveis devido às particularidades da gestação e do parto. Atendimento ambulatorial: seja ele em âmbito público ou em clínicas privadas, permite uma melhor organização dos horários, principalmente na ginecologia. Atendimento por Plantões: alternativa que geralmente é associada a outra forma de atuação e permite uma melhor organização dos horários. Meio Acadêmico. A Ginecologia e Obstetrícia é uma área completa, de contato próximo com o paciente e que oferece diversas áreas de atuação para o profissional recém titulado, seja em âmbito ambulatorial, hospitalar, clínico, cirúrgico ou laboratorial. Atualmente, o especialista pode optar por uma atuação mais generalista ou se subespecializar em determinada área, sendo que a transição pode ocorrer de acordo com as oportunidades da carreira ou por afinidade individual. Na maioria dos ambientes, além de atuar de forma clínica e cirúrgica, é possível trabalhar com a realização de exames de imagem, principalmente a ultrassonografia. Assim, as principais áreas de atuação são: 2. Áreas de atuação e mercado de trabalho 48 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV O investimento inicial na esfera privada depende da complexidade do serviço a ser oferecido, entretanto a maioria dos especialistas se associa inicialmente a outros profissionais ou a centros já equipados, o que reduz consideravelmente os custos. Por ser uma especialidade muito vasta, surgiram diversas subespecialidades voltadas para capacitação técnica e com maior aprofundamento profissional. As principais subespecialidades existentes atualmente são: Dor pélvica Climatério Endocrinologia Ginecológica Sexologia Ginecologia Infantopuberal Videohisteroscopia Videolaparoscopia USG Ginecológica e Obstétrica Infecção Genital Mastologia Medicina Fetal Oncologia Clínica e Cirúrgica Patologia do Trato Genital Inferior Planejamento Familiar Reprodução Humana Uroginecologia e Cirurgia Vaginal Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de profissionais ativos Acesso direito 3 anos 1.100 R$7.000,00 a R$15.000,00 30.425 Resumindo a Ginecologia e Obstetrícia A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é uma especialidade médica criada, inicialmente, com o nome de Medicina Geral Comunitária, em Porto Alegre, no ano de 1976. Diferentemente das demais áreas médicas, as quais segmentam e compartimentalizam o corpo humano, a MFC visa enxergar o indivíduo em seu contexto biopsicossocial, criando vínculos que facilitarão o acompanhamento integral na atenção primária à saúde (APS), sendo que o perfil dos pacientes independe de gênero e idade. Dessa maneira, o profissional que optar por seguir essa área deverá saber que toda a prática médica é centrada na pessoa. Além disso, pelo fato de o acompanhamento ser integral e ao longo da vida, a atuação não se limita ao cenário de adoecimento, mas também na promoção e prevenção de doenças e na reabilitação, tudo isso com ênfase na atenção primária, a qual é a base de todo o sistema de saúde. 49 MFC's "Especialistas em gente" Potencial de sanar 80-90% das demandas em saúde A residência médica em Medicina de Famíliae Comunidade é de acesso direto, com duração de dois anos e carga horária de 60h semanais, as quais raramente são excedidas. 1. Residência CAPÍTULO 9 Medicina de Família e Comunidade Farley Reis Rodrigues, Álvaro Coura Castro, Sávio Marques de Souza 50 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Durante a formação, diferentemente do que se pensa, o treinamento não é restrito ao ambiente da Atenção Primária, apesar de ela preencher a maior parte da carga horária. Existem estágios divididos na Atenção Ambulatorial, em que os residentes passam por rodízios em ambulatórios de, por exemplo: - Dermatologia; - Ginecologia e Obstetrícia; - Saúde Mental; - Pediatria; - Pequenas Cirurgias. Os médicos de família estão amplamente capacitados para atender a maior parte das demandas dos pacientes, desde aquelas que figuram como um caráter clínico até a realização de pequenos procedimentos. Tudo isso com um fator importante e que faz grande diferença na adesão dos tratamentos: a visão centrada na pessoa e não na doença. Há grande oferta de vagas para a MFC, sendo que, em 2017, havia cerca de 2969 postos para R1. Destas, somente 1043 foram preenchidas, de acordo com os dados da Demografia Médica Brasil 2018. A remuneração é de cerca de R$ 2.964,13 líquidos (valor previsto pela bolsa ofertada pelo MEC). Contudo, dependendo do local de trabalho, pode haver um bônus acrescido a essa quantia, variando de R$ 3.000,00 a R$ 7.000,00. Há a possibilidade de se realizar uma subespecialização (R3) em Medicina Paliativa, Gestão em Serviços de Saúde e em Preceptoria. Ademais, por ser uma especialidade relativamente nova, é desconhecida por grande parcela da população, inclusive entre os ... 51 Medicina de Família e Comunidade estudantes de graduação em medicina (quando ingressam no curso), sendo confundida, muitas vezes, com Clínica Médica. Entretanto, os principais pontos que diferenciam essas áreas são o enfoque comunitário e no indivíduo, além da continuidade do cuidado que a MFC possui. É importante, também, destacar que a MFC não é restrita ao ambiente das Unidades de Saúde da Família (USF). Há possibilidades de atuação em ambulatórios da especialidade, realização de contrato com prefeituras, atuação em USFs e trabalho em consultórios particulares. Além disso, o profissional pode atuar até mesmo no setor privado, uma vez que os planos de saúde têm incentivado a contratação de Médicos de Família, devido ao alto potencial de resolutividade e capacidade de reestruturação dos serviços de saúde. Além disso, caso queira seguir carreira acadêmica, é possível optar pela realização de concursos para trabalhar em universidades. Há uma grande demanda nessa área, sobretudo em universidades particulares. Áreas de atuação APS: setor público e privado Carreira acadêmica Ambulatórios Cargos administrativos nos serviços de saúde. Como dito ao longo do texto, a grande resolutividade das demandas faz com que essa área seja vista com bons olhos, tanto para o setor .. 2. Áreas de atuação 3. Perspectivas futuras 52 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV privado como o público, já que há melhor aproveitamento e aplicação dos recursos financeiros. Outro ponto a ser destacado é que a MFC sofrerá mínima interferência com os adventos tecnológicos e algoritmos da inteligência artificial, já que preconiza-se a relação médico-paciente. As tecnologias serão bem-vindas para agregar no processo. Com isso, se você pensa em escolher uma área com rotina fixa, sem necessidade de ficar de sobreaviso e dar plantões, além da alta resolutividade, foco na pessoa e amplas possibilidades de atuação, certamente a MFC é uma opção a ser considerada. Resumindo a Medicina de Família e Comunidade Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de profissionais ativos Acesso direito 2 anos 2969 R$8.500,00 a R$17.000,00 5.486 A Medicina do Exercício e do Esporte (MEE) é uma especialidade médica que tem como objetivo, de modo geral, orientar a prática adequada de esportes e exercícios físicos, tendo como base o perfil do paciente. O profissional da área tem um papel de grande importância, uma vez que a atividade física regular bem executada tem influência clara na saúde do indivíduo como um todo, reduzindo a mortalidade e a incidência de diversas doenças, além de melhorar a qualidade de vida. A função do especialista em MEE pode incluir a melhora de performance de atletas, a prevenção e a recuperação de lesões ou doenças relacionadas ao esporte e a orientação da prática de atividades físicas por indivíduos saudáveis ou com doenças crônicas, como as cardiovasculares, pulmonares, endócrinas, metabólicas, dentre outras. 53 1. Residência Apesar de a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) ter sido criada há quase 60 anos, a residência em questão teve início apenas no ano de 2007. Dessa forma, a maioria dos especialistas ativos não realizaram a residência, apenas focaram no âmbito relacionado ao exercício e ao esporte dentro de sua especialidade de origem e foram aprovados na prova de titulação da SBMEE. Medicina do Exercício e do Esporte Alexandre da Costa Pinto Lopes, Luiz Gustavo Alves Palhares CAPÍTULO 10 54 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV A residência apresenta acesso direto (sem pré-requisito), tem duração de 3 anos e, atualmente, só está disponível em 5 instituições brasileiras: Lo ca is d e re si d ên ci a Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) - Botucatu Universidade de Caxias do Sul (UCS) Universidade de São Paulo (USP) Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE) Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) A formação do profissional é essencialmente clínica, apesar da possibilidade de contato básico com técnicas cirúrgicas e procedimentos, e a carga horária se limita a 60h semanais. As atribuições do residente variam tanto com a progressão da especialização quanto com o local onde ela é realizada. Especificamente no Hospital das Clínicas (HC) da USP, a divisão ocorre da seguinte forma: - Mais voltado para a formação básica em clínica médica, atuando principalmente em ambulatório geral, enfermaria, atenção primária e pronto socorro; - Envolve passagem pela pediatria e um total de 12 plantões durante o primeiro ano. R1 55 Medicina do Exercício e do Esporte Durante os 3 anos de especialização, o residente no HC da USP possui uma rotina semanal baseada em conteúdos práticos de segunda a quinta-feira, conteúdo teórico na sexta-feira e fim de semana geralmente livre. Isso torna a rotina do residente mais flexível para encaixar outros compromissos além da residência, como plantões e estágios, complementando a bolsa de auxílio paga durante a especialização. A residência de MEE ainda não oferece a oportunidade de extensão .. - Maior enfoque na especialidade, com atuação em ambulatórios próprios da área, realização e análise de exames como ergoespirometria, eletrocardiograma e outras avaliações cardiovasculares pré-participação esportiva, inclusive em clubes de alto rendimento; - Oferece uma perspectiva multiprofissional de contato direto com áreas como a fisioterapia, por meio da reabilitação, reeducação do movimento e análise biomecânica. R2 R3 - Atua dentro da MEE, lidando não só com ambulatórios próprios, mas também com áreas adjacentes de uma maneira voltada ao exercício e ao esporte, como ambulatórios da dor, do sono, da compulsão e de cardiologia. - Também atua em clubes profissionais de alto rendimento e tem a proposta de fazer uma correlação entre os conhecimentos obtidos nos 2 primeiros anos de residência com a prática profissional do especialista. 56 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV do programa com enfoque em uma área específica da especialidade (R4, R5...), como ocorre em outras áreas como ortopedia e cardiologia. Dessa forma, muitos profissionais acabam criando um direcionamento para áreas específicasde acordo com oportunidades, especialidades anteriores ou preferências individuais. Após a residência, para se apresentar como especialista em Medicina do Exercício e do Esporte, o profissional deve realizar e ser aprovado na prova de Título aplicada anualmente pela SBMEE. 2. Áreas de atuação e mercado de trabalho Associações ou Clubes Esportivos; Acompanhamento de Atletas de Alto Desempenho; Serviços de Reabilitação; Consultório; Apesar de ser uma especialidade geralmente associada ao acompanhamento de atletas de alto desempenho e de clubes esportivos profissionais, as áreas de atuação do especialista não se limitam a essa esfera. As principais possibilidades de mercado de trabalho atuais para o profissional podem ser resumidas da seguinte forma: De acordo com a área de atuação principal do profissional, ainda existe a possibilidade de realizar procedimentos como infiltração em articulações, agulhamento seco, terapia por ondas de choque, entre outros. 57 Medicina do Exercício e do Esporte Assim como durante a residência, o ambiente de trabalho do especialista em MEE é geralmente multiprofissional e pode envolver fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas, psicólogos e outras especialidades médicas, como ortopedia, cardiologia e endocrinologia. De modo geral, com o aumento da valorização da saúde por meio da atividade física, a perspectiva atual é de que a especialidade continue se desenvolvendo, com expansão do mercado de trabalho e das áreas de atuação. Dessa forma, visando ampliar ou reciclar os conhecimentos, o especialista pode optar pela realização de cursos de pós-graduação em MEE regulamentados e autorizados pelo Ministério da Educação, os quais são divulgados pela SBMEE em seu site oficial. Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de profissionais ativos Acesso direto 3 anos 19 De R$6.500,00 a R$13.000,00 Cerca de 869 Resumindo a Medicina do Exercício e do Esporte A acupunturiatria é uma especialidade médica generalista, de entrada direta, com duração de dois anos, cujo profissional é capacitado para atuar em diferentes técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), não apenas a acupuntura, auxiliando no tratamento da dor em diferentes contextos. O termo “acupuntura” refere-se, historicamente e de maneira específica, apenas ao procedimento executado, que consiste na inserção de agulhas na superfície corporal, em pontos específicos, para fins de tratamento de diversos problemas de saúde. Já a “acupunturiatria” refere-se ao conhecimento completo da especialidade médica, que abrange desde a antiga medicina chinesa até a medicina contemporânea mais avançada, com todos os seus recursos, segurança e tecnologia. 58 1. Rotina na acupunturiatria A atuação na Atenção Primária à Saúde (APS) é muito comum, já o atendimento em hospitais é mais raro. Podem ser realizados procedimentos como sessão de acupuntura e estimulação elétrica transcutânea. O profissional tem boa qualidade de vida, tendo tempo para dedicação à família e projetos pessoais. Por ser uma especialidade generalista, pode ser aplicada dentro de outras especialidades, como Clínica Médica e Medicina de Família e Comunidade. Medicina Oriental - Acupunturiatria CAPÍTULO 11 Romário Brunes Will, Lucas Cápia Castro de Carvalho 59 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Algumas das áreas e locais de atuação do médico acupunturiatra estão sumarizadas na Figura 1. Acupuntura/ Acupunturiatria 2. Residência APS Sessão de acupuntura Clínicas Estimulação elétrica transcutânea Centros de especialidades Figura 1 – Principais áreas e locais de atuação do médico acupunturiatra A residência em acupunturiatria é de acesso direto e tem duração de dois anos. Anualmente são oferecidas, aproximadamente, 23 vagas em todo o país. Segundo dados do ano de 2018, 19 dessas vagas não foram ocupadas em 2017. 60 Distrito Federal - DF Universidade de São Paulo (USP) São Paulo - SP Vitória - ES Hospital Cidade/ Estado Vagas Recife - PE Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE) Hospital de Base do Distrito Federal Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Florianópolis - SC Medicina Oriental - Acupunturiatria A tabela 1 traz alguns dos locais que oferecem residência nessa especialidade. 2 2 1 São Paulo - SP 3 4 1 Tabela 1 – Alguns locais que oferecem residência em Acupunturiatria. Ao final da residência, o médico recebe, de forma automática, o Título de Especialista em Acupuntura (TEAC). Já aqueles que optaram por fazer curso de especialização reconhecido pelo Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) precisam, ao final do curso, realizar uma prova para a obtenção do TEAC. A Figura 2 resume o processo de formação do médico acupunturiatra. 61 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV A rotina do R1 e R2 é um pouco cansativa, com realização de plantões passando por áreas como ortopedia, clínica médica, ginecologia e obstetrícia e neurologia. A bolsa é de cerca de R$2.900,00 líquidos, mas alguns residentes dão plantões extras para complementar a renda, apesar da rotina laboriosa que a residência exige. Graduação em Medicina Residência em acupunturiatria Especialização Mercado de trabalho TEAC Figura 2 – Processo de formação do Médico Acupunturiatra. 3. Vida do residente 4. Mercado de trabalho Atualmente, há cerca de 3600 médicos acupunturiatras no mercado, sendo que o maior número de profissionais se concentra na região centro-sul do Brasil. A remuneração varia de R$6.500,00 a R$12.500,00. A demanda é alta, o mercado é amplo e a área de atuação mais relevante é a do tratamento das queixas de dor, dividindo espaço com outras oito especialidades (anestesiologia, clínica médica, medicina física e reabilitação, neurocirurgia, neurologia, ortopedia, pediatria, reumatologia). Esta área, atualmente, também tem ganhado espaço entre pacientes oncológicos. 62 Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de profissionais ativos Acesso direto 2 anos 23 De R$6.500,00 a R$12.500,00 3.598 Resumindo a Medicina Oriental - Acupunturiatria Medicina Oriental - Acupunturiatria Nefrologia é uma especialidade médica dedicada ao diagnóstico e tratamento clínico de doenças do sistema urinário, principalmente aquelas relacionadas ao rim. Devido à importância desse órgão para a fisiologia de todo o organismo, essa especialidade permite uma interface com outras, tais como reumatologia, hematologia, endocrinologia, que tratam outros sistemas, e, em especial a cardiologia, haja vista as diversas repercussões que as doenças cardiovasculares provocam nos rins. Logo, para atuar nessa área, o médico deve estar pronto para lidar não só com pacientes que possuem algum grau de falência renal, mas também com várias comorbidades, como dislipidemias, doença mineral óssea, distúrbios metabólicos, entre outras. A especialidade é desafiadora, lidando com muitos pacientes graves ou crônicos, e flexível, uma vez que possibilita a atuação em diversas áreas. 63 Pré-requisito Medicina (6 anos) Residência em Clínica Médica (2 anos) Residência em Nefrologia (2 anos) 60h semanais 1. Pré-requisitos para se tornar um nefrologista CAPÍTULO 12 Nefrologia Pedro Alexandre Henriques Pedretti, Larissa Santos Jacovine 64 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV O esquema adotado pela residência varia de acordo com a instituição, mas pode ser resumido da seguinte forma: Unidade de Internação 25% Ambulatório de Nefrologia e Especialidades 20% Interconsulta nefrológica 20% Serviço de Terapia Renal Substitutiva 15% Atividades didáticas 10% Estágios opcionais 10% Estágios opcionais Imagem em nefrologia Laboratório clínico Nefro inter- vencionista Nefrologia pediátrica Nutrição e dietética Patologia renal UTI Urologia Transplante renal2. Distribuição da carga horária na residência 3. Exemplos de estágios opcionais 65 Nefrologia Apesar da agenda apertada, alguns profissionais podem optar por complementar a renda através de plantões, que geralmente tem uma boa disponibilidade, principalmente no próprio local de residência. Ademais, é comum nefrologistas darem plantões em UTI’s. Ambulatório Consultório particular Cuidados paliativos Medicina preventiva UTI Nefro inter- vencionista Diálise Transplantes Carreira acadêmica Além dessas áreas, observa-se um aumento na parte de procedimentos, principalmente aqueles que envolvem a implantação de catéteres vasculares, acessos venosos, catéteres para a diálise peritoneal, biópsia renal, entre outros. Uma prática bastante comum entre os nefrologistas é a realização de plantões em centros de hemodiálise, que podem ser clínicas especializadas ou dentro de hospitais. Vale lembrar a atuação deste profissional na medicina preventiva, já que a doença renal crônica é, na imensa maioria das vezes, causada .. 4. Plantões extras 5. Áreas de atuação e mercado de trabalho 66 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV por doenças cada vez mais frequentes na população que está envelhecendo: a diabetes e a hipertensão. Logo, saber manejar pacientes com essas patologias e prevenir o aparecimento de lesões renais causadas por elas é de suma importância, seja promovendo qualidade de vida ou diminuindo custos do sistema de saúde. Nessa área o profissional deve estar preparado e apto para interromper os tratamentos invasivos de forma ética e ainda ser capaz de oferecer uma série de cuidados para que o paciente tenha conforto e dignidade no final da vida e possa fazer sua passagem de forma tranquila e sem sofrimento. Destaca-se que o Nefrologista também deve estar muito presente na vida dos seus pacientes, pois, como muitos apresentam doenças crônicas, um laço muito intenso é criado entre ambas as partes. Portanto, é importante que o médico saiba lidar com as emoções, anseios, medos e angústias de seus pacientes, oferecendo não só o melhor tratamento possível, mas também um acolhimento, carinho, atenção e disponibilidade por toda a vida. Por fim, o Nefrologista deve estar preparado para o futuro da profissão e deve buscar se aliar às inovações tecnólogicas, como a telemedicina e novos tratamentos, para exercer o ofício de forma correta, plena e satisfatória, oferecendo os melhores cuidados aos pacientes, não deixando de lado o aspecto humano e holístico da medicina. 67 Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de nefrologistas ativos Pré-requisito: Clínica Médica 2 anos 152 De R$6.000,00 a R$15.000,00 4.474 Resumindo a Nefrologia Nefrologia A Oftalmologia é uma especialidade que faz interface com diversas áreas, como Endocrinologia, Reumatologia, Neurologia e Neonatologia, visto que diversas doenças sistêmicas cursam com alterações oculares que apenas o oftalmologista saberá manejar de forma correta. Infelizmente, a Oftalmologia é uma especialidade que, geralmente, é negligenciada durante a graduação. No entanto, mesmo que poucas faculdades ofereçam matérias específicas sobre o tema, o estudante pode buscar estabelecer um contato com a área. Assim, é recomendado que o aluno participe de ligas acadêmicas, estágios opcionais ou congressos, caso deseje adquirir conhecimentos e pense em se especializar em Oftalmologia no futuro. Os serviços de residência médica em Oftalmologia não ofertam tantas vagas em comparação com outras especialidades, o que deixa os processos seletivos um pouco mais concorridos. Dessa forma, o candidato precisa de uma dedicação especial para ingressar na especialidade de interesse. 68 Graduação (6 anos) Residência médica direta (3 anos) Subespecialização (2 a 3 anos) 1. Residência CAPÍTULO 13 Oftalmologia Pedro Alexandre Henriques Pedretti, Ana Beatriz Rodrigues Zanon A residência em Oftalmologia também é bastante exigente e possui uma carga horária preenchida por várias horas de estudo teórico e atividades práticas. Por esse motivo, fazer uma grande quantidade de plantões durante a residência não deve ser o foco, pois pode acabar prejudicando a formação. Existem, entretanto, oportunidades em áreas de pesquisa que são relevantes para complementar a formação e podem abrir portas para o futuro profissional. Logo, é interessante reservar um tempo para essas atividades. O residente em Oftalmologia passa os três anos em contato com as diversas áreas da especialidade. De forma geral, começa em ambulatórios, realiza pequenas cirurgias e procedimentos de baixa complexidade e, no decorrer da residência, atua em casos mais difíceis, conhece algumas minúcias das subespecialidades e realiza cirurgias conforme desenvolve habilidades e expande seus conhecimentos teóricos. No último ano de residência, o estudante tem mais autonomia para realizar procedimentos e intervenções práticas, pois já possui os conhecimentos necessários para atender as doenças oculares mais comuns. Além da residência médica, que oferece bolsa, o estudante pode optar por fazer uma especialização que pode ser dividida em duas categorias: 69 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 70 Especialização credenciada pelo CBO Especialização não credenciada pelo CBO O ensino da instituição segue as normas de qualidade da CBO. Não tem custos. Não possui auxílio financeiro/bolsas. Para obter certificação de especialista é necessária a aprovação em uma prova de título. A instituição não segue necessariamente as normas da CBO. Os custos variam conforme a instituição. Não possui auxílio financeiro/bolsas. Para obter certificação de especialista é necessária a aprovação em uma prova de título. O Oftalmologista possui uma vasta área de atuação e pode escolher trabalhar em diversos ambientes, como urgência e emergência, consultórios particulares, clínicas, Institutos Públicos, pesquisas e até mesmo na indústria farmacêutica. Dependendo da subespecialidade, o profissional pode lidar com pacientes de diversas faixas etárias, que terão diferentes queixas, ou se especializar cada vez mais em determinado assunto, sendo um expert naquela área. 2. Mercado de trabalho e áreas de atuação Oftalmologia Os custos para montar um consultório de oftalmologia são elevados. Estima-se que seja necessário um gasto inicial com equipamentos em torno de R$ 60.000 a 80.000, além de estar sempre aprimorando-os de acordo com as necessidades e com os avanços tecnológicos. Porém, isso não é um grande empecilho para atuar na área, pois é possível comprar equipamentos usados, formar parcerias com outros oftalmologistas e fazer financiamentos associados com a CBO para ajudar com os custos. Entretanto, com a tendência de verticalização da medicina por meio das operadoras de saúde, o recém formado pode trabalhar para grandes conglomerados médicos ou clínicas mais especializadas que já possuem toda estrutura pronta. O oftalmologista desempenha um papel importantíssimo e gratificante, seja ajudando uma criança com miopia que está com dificuldades escolares ou revertendo quadros de cegueira tratável. A Oftalmologia se mostra presente no cotidiano das pessoas e, portanto, o profissional deve sempre trabalhar com ética e aliar conhecimento técnico com a sensibilidade humana. 71 Resumindo a Oftalmologia Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de oftalmologistas ativos Acesso direto 3 anos 514 De R$8.000,00 a R$15.000,00 Cerca de 13.825 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV O médico ortopedista pode atuar em clínicas, consultórios, hospitais e demais unidades de saúde, públicas e privadas, atendendo pacientes de todas as idades e de ambos os sexos. O profissional pode desempenhar diversas atividades como solicitar exames, realizar diagnósticos, consultas e cirurgias, elaborar tratamentos, acompanhar a recuperação dopaciente, entre outras. As áreas de atuação do médico ortopedista são diversas e estão sumarizadas no esquema 1. A ortopedia é uma especialidade médica clínico-cirúrgica, de entrada direta, com duração de três anos, cujo profissional é capacitado para atuar na preservação e restabelecimento funcional de ossos, músculos, ligamentos e articulações, além de também poder atuar em situações que envolvem trauma (traumatologia). 72 Ortopedia e Traumatologia Artroscopia e traumatologia desportiva; Doenças osteometabólicas; Cirurgia de coluna; Cirurgia de joelho. Cirurgia de mão; Cirurgia de pé e tornozelo; Cirurgia de quadril; Ortopedia pediátrica; Oncologia ortopédica. Esquema 1 – Principais áreas de atuação do médico ortopedista. 1. Rotina do ortopedista Ortopedia e Traumatologia CAPÍTULO 14 Igor Rodrigues Mendes, Alana Balbueno, João Victor Ramalho Pacheco 73 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV A residência em ortopedia e traumatologia é de acesso direto e tem duração de três anos. Anualmente, são oferecidas, aproximadamente, 1000 vagas em todo o país, sendo que mais da metade dessas vagas estão concentradas na região sudeste. A tabela 1 traz exemplos de alguns locais que oferecem residência dessa especialidade na região sudeste. Ao final da residência, o residente pode se submeter a um exame para obter o Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT) pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), elaborado e aplicado anualmente pela própria sociedade. O mercado está progressivamente mais exigente e a obtenção do TEOT tem se tornado ainda mais necessária, apesar de não ser obrigatória para o exercício da profissão. Uma vez obtido o TEOT, o associado passa a receber diversos benefícios da SBOT, como atualização científica e educação continuada, descontos em eventos, mini site exclusivo, um plano de previdência privada específico para ortopedistas e o direito de solicitar associação à American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS). Após os três anos de residência, o profissional está habilitado para o mercado de trabalho, podendo também optar por continuar os estudos em uma subespecialidade, como cirurgia de mão, trauma, medicina do esporte, entre outras. 2. Residência 74 FHEMIG 4 PSU 3 Vitória (ES) HSCMV e CMHVV 3 Vila Velha (ES) HSCMV e CMHVV 3 São Paulo (SP) FMUSP 14 Rio de Janeiro (RJ) UFRJ 4 3 Tabela 1 – Exemplos de locais que oferecem residência em Ortopedia e Traumatologia na região sudeste. Hospital Cidade/ Estado Edital Vagas Santa Casa de Misericórdia de BH Belo Horizonte (MG) Belo Horizonte (MG) Belo Horizonte (MG) Santa Casa BH 6 Hospital Maria Amélia Lins Hospital da Baleia Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV) Centro Médico Hospitalar de Vila Velha (CMHVV) Hospital Universitário USP Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) São Paulo (SP) SMS-SP 6 Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) Rio de Janeiro (RJ) UFRJ Ortopedia e Traumatologia Atualmente, há cerca de 15.500 ortopedistas no mercado e uma subespecialização vem sendo cada vez mais necessária, apesar de não ser obrigatória. Desse total, cerca de 6% são do sexo feminino, entretanto esse número tem aumentado a cada ano. 75 O esquema 2 resume o processo de formação do médico ortopedista. Graduação em medicina (6 anos) Prova de residência Ortopedia e Traumatologia (3 anos) Título de Especialista (TEOT) Subespecialização Esquema 2 – Processo de formação do Médico Ortopedista, da graduação à subespecialização. A remuneração média é de, aproximadamente, R$2.938,00 durante a residência e varia entre R$7.216,00 e R$11.675,00 para o profissional após a residência. Cirurgia da mão e da coluna são as únicas subespecializações que exigem mais dois anos de estudo e nas quais a bolsa do residente é mantida. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 3. Mercado de trabalho 4. Remuneração 76 Ortopedia e Traumatologia Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de ortopedistas ativos Acesso direto 3 anos 1006 De R$7.216,00 a R$11.675,00 15.598 Resumindo a Ortopedia e Traumatologia Especialidade médica com campo de atuação que envolve as doenças do ouvido, nariz, seios paranasais, faringe, laringe, cabeça, pescoço, boca e esôfago. O profissional da área é responsável por tratar da audição dos pacientes, assim como de sua respiração, pregas vocais e outros setores que envolvam essa parte do corpo. 77 1. Por que escolher a especialidade? A otorrinolaringologia é uma especialidade que abrange tanto a área cirúrgica quanto a clínica. Portanto, é bem diversificada, com muitas áreas de atuação, permitindo ao profissional escolher a de maior interesse e que, invariavelmente, vai lhe gerar uma boa qualidade de vida. Duração da residência Três anos para a parte básica. Para as subespecializações, geralmente, acrescenta-se mais um ano (R4). Na atualidade, é viável se tornar subespecialista em uma área mais restrita. 2. Atuação do residente (varia para cada serviço) R1 Atuação voltada principalmente para tubos de ventilação, tonsilas e cirurgia de cabeça e pescoço. Otorrinolaringologia CAPÍTULO 15 Igor Marinho Pereira, Deborah Ferreira Crepalde, Matheus L. Vazzoler Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 78 Atuação voltada, principalmente, para procedimentos no septo, realização de laringoplastia e microcirurgias de laringe com laser. R2 Atuação voltada, principalmente, para cirurgias mais raras, realização de microcirurgias de laringe sem laser e abordagem de sinusites. R3 A atuação nos ambulatórios varia para cada serviço de residência, tendo em vista que alguns oferecem abordagens mais específicas em cada área de atuação, enquanto outros possuem cenários e abordagens mais gerais. Além disso, algumas residências apresentam uma carga horária cirúrgica maior e outras dividem igualmente entre cirurgia e ambulatório. No primeiro mês de residência, o médico ainda não realiza procedimentos, ele apenas acompanha cirurgias e aprende a dinâmica e burocracia do local de atuação. 3. Entrada no mercado de trabalho Depende muito do local de atuação. No geral, leva-se, em média, dois anos para adquirir uma estabilidade nos consultórios, rotina que normalmente é conciliada com centro cirúrgico e/ou outras áreas de atuação. A título de exemplo, outras áreas de atuação incluem a carreira acadêmica e a carreira na polícia como médico legista. ... 4. Rotina do otorrinolaringologista 79 Otorrinolaringologia FAMÍLIA CENTRO CIRÚRGICO CONSULTÓRIO É POSSIVEL CONCILIAR Entretanto, a entrada no mercado não é muito complexa, uma vez que há uma vasta possibilidade de áreas para se atuar. Ainda assim, é importante que o profissional apresente um diferencial. Cabe destacar, também, que não há plantões específicos de otorrinolaringologia. Resumindo a Otorrinolaringologia Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de profissionais ativos Acesso direto 3 anos 87 R$5.000,00 a R$12.000,00 Cerca de 6.373 A pediatria é a área da medicina dedicada à saúde da criança e do adolescente. O pediatra acompanha o desenvolvimento da criança, atuando tanto na prevenção quanto no diagnóstico e tratamento de doenças. Após a residência, é possível se especializar em diferentes áreas de atuação. Para ser um bom pediatra, além de ter capacidade de criar uma boa relação médico-paciente, o que inclui a família da criança, é necessário ter um bom conhecimento técnico e domínio do exame físico, já que a maioria dos pacientes não consegue explicar o que está sentindo. A residência em pediatria é de acesso direto e sua duração é de 3 anos. Durante esse período, o residente faz um rodízio entre as diferentes rotinas de trabalho nas quais o pediatra pode atuar, passando por ambulatório, enfermaria, unidade de tratamento intensiva e pronto-socorro,além das diferentes áreas de atuação das subespecialidades. 80 Medicina (6 anos) Pediatria (3 anos) Acesso direto 1. Residência CAPÍTULO 16 Pediatria Mariana Cordeiro Schneider, Myrella Lacerda de Freitas, Luiz Eduardo Guerra de Sá 81 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Rodízio Centro obstétrico Neonatologia Serviço de urgência e pronto- -socorro Unidade de terapia intensiva Enfermaria de pediatria Ambulatório de subespecialidades Ambulatório de puericultura Na hora de escolher uma residência ou especialização, é importante buscar instituições que ofereçam contato com todos os possíveis ambientes em que o pediatra pode atuar, dessa forma o médico terá vivência nessas diferentes áreas e poderá se inserir no mercado de trabalho com mais segurança. Lembrando que, ao cursar a especialização, o médico necessita realizar a prova de título para se denominar especialista. Além de poder trabalhar em consultórios ou clínicas, o pediatra também tem a possibilidade de atuar como plantonista em enfermarias de hospitais, em centros de terapia intensiva, em pronto-socorro e, se desejar, pode se subespecializar e trabalhar em áreas específicas da medicina pediátrica. Ademais, o pediatra pode ser pesquisador e trabalhar em laboratórios, lecionar em universidades ou atuar em órgãos de fiscalização no setor público. 2. Áreas de atuação 82 Pediatria Subespecialidades Neonatologia Medicina do adolescente (hebiatria) Nutrologia pediátrica Nefrologia pediátrica Neurologia pediátrica Infectologia pediátrica Cardiologia pediátrica Pneumologia pediátrica Reumatologia pediátrica Endocrinologia pediátrica Gastroenterologia pediátrica Alergia e imunologia pediátrica Oncologia pediátrica Emergência pediátrica Hematologia e hemoterapia pediátrica A pediatria é a especialidade com o segundo maior número de médicos no Brasil, sendo menor apenas que o número de especialistas em clínica médica, segundo o censo de 2018. Com um total de 39.234 profissionais, os pediatras configuram 10,3% dos especialistas no Brasil. Porém, mesmo com esse alto número, a pediatria é uma área que tem uma demanda muito grande, principalmente na rede pública. 3. Mercado de trabalho Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 83 Faixa salarial R$ 5.900,00 – R$ 16.600,00 Média salarial Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de pediatras ativos Acesso direto 3 anos 1994 R$ 7.600,00 39.234 Resumindo a Pediatria 4. Remuneração R$ 7.260,00 (jornada de 21h semanais) Centros de infusão Carreira acadêmica Realização de procedimentos Indústria farmacêutica Após a residência, a rotina do especialista em reumatologia é caracterizada principalmente pela atuação em consultórios e ambulatórios, ou seja, não possui muitos plantões e o contato direto com hospitais é extremamente baixo. Mas, não fica restrita apenas a isso, podem-se incluir outras áreas de atuação. Reumatologia é a área do conhecimento médico que estuda doenças que acometem os tecidos conjuntivos, os quais incluem ligamentos, articulações, músculos, ossos e tendões. Estas patologias são muitas vezes designadas de doenças reumáticas. Ultrassom articular 84 Espaço criado especialmente para pacientes que precisam de tratamento com medicações intravenosas, subcutâneas ou intramusculares. Exemplos: Infiltrações articulares e capilaroscopia periungueal. É importante ressaltar que o reumatologista deve saber um pouco de todas as áreas, uma vez que é uma especialidade que possui interconexão com todas os campos médicos. 1. Rotina do reumatologista e área de atuação CAPÍTULO 17 Reumatologia Romario B. Will, Brenda Botelho A. Miranda, Danrley de Freitas Coelho 85 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Pré-requisito: Clínica Médica. Algumas cidades que oferecem a residência no Brasil: Juiz de Fora, Uberlândia e Belo Horizonte . IPSEMG Santa Casa Hospital das Clínicas 1 vaga 3 vagas, sendo uma delas destinada à especialização 4 vagas - Possui maior concorrência, 5 a 7 pessoas por vaga, normalmente. - Possui um viés acadêmico muito forte e é o mais conhecido dentre os hospitais citados. BE LO H O RI Z O N TE A especialização possui a mesma carga horária da residência, 60 horas semanais. Entretanto, diferentemente da residência, a especialização não é remunerada, possui mensalidade em torno de R$1500,00 e exige que o aluno faça a prova de título para se tornar especialista. Embora a residência não exija, é comum que muitos alunos realizem a prova de título, por ser uma questão cultural e para que a Sociedade Brasileira de Reumatologia seja fortalecida. 2. Residência: como entrar e quais lugares oferecem 3. Residência x Especialização 86 O caminho tomado pelo reumatologista, devido à variedade de áreas de atuação, não precisa ser constante, uma vez que o profissional pode atuar em diferentes setores da especialidade até encontrar seu próprio cenário ideal. Entretanto, é complicado atuar em múltiplas áreas simultaneamente por limitação de tempo do profissional. A área pública, no geral, carece de centros capacitados e de profissionais rematologistas, muitas vezes pelo baixo reconhecimento e pela remuneração insuficiente frente à grande demanda pelo serviço. Em Belo Horizonte, especificamente, o cenário público da reumatologia ainda apresenta problemas de âmbito estrutural e organizacional, uma vez que existem diversos centros de atendimento secundário com profissionais reumatologistas, mas estes possuem recursos limitados, onde muitas vezes é inviável tratar doenças reumatológicas complexas. Dessa forma, pode ser necessária a transferência para centros especializados, porém esse processo apresenta grande dificuldade, o que faz com que alguns pacientes se percam na rede e não continuem o tratamento. Apesar disso, uma vez dentro das grandes unidades de saúde municipais, o manejo do paciente é facilitado pela maior disponibilidade de recursos, como medicamentos e procedimentos. As características da reumatologia não são absolutamente positivas ou negativas, uma vez que a percepção de seus elementos varia de acordo com o perfil individual de cada profissional. 4. Cenário do setor público 5. Vantagens x Desvantagens Reumatologia Um ponto importante é o fato de que a reumatologia é uma especialidade desafiadora, com doenças complexas, mas no dia a dia os tipos de doença não variam muito, sendo a maioria das consultas relacionadas a doenças como fibromialgia, artrose e acometimento de partes moles. Além disso, diversas doenças reumatológicas são passíveis apenas de controle, não de cura. Sendo assim, o foco do tratamento pode ser apenas garantir qualidade de vida ao paciente para que possa viver bem com uma doença crônica, muitas vezes associada a um adoecimento mental. Ainda assim, alguns profissionais podem se sentir atraídos pela ideia da proximidade pelo acompanhamento ao paciente, o que aumenta laços, cria confiança e, em alguns casos, até mesmo amizade. Outra característica importante é a incerteza que permeia os diagnósticos e tratamentos reumatológicos, principalmente pela falta de evidências e guidelines consistentes em alguns contextos, o que torna o julgamento clínico do profissional uma peça chave nessa especialidade. 87 Resumindo a Reumatologia Entrada Duração da residência Média de vagas no país Remuneração média Nº de reumatologistas ativos Pré-requisito: Clínica Médica 2 anos 121 De R$6.500,00 a R$12.500,00 2.053 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV ALÉM DA MEDICINA SEÇÃO 3SEÇÃO 3 ALÉM DA MEDICINA Os seis anos do curso de medicina são repletos de novas experiências e aprendizados, porém, não é somente a vivência desse período que é desafiadora. Montar um currículo para a residência médica que valorize qualidades e competências desenvolvidas ao longo da graduação é uma tarefa que deixa muitos candidatos preocupados e ansiosos. As notas dos currículos daqueles que pleiteiam uma vaga para residência estão aumentando a cada ano,reflexo da procura também crescente por informações sobre o tema. Deste modo, preparar um bom currículo de acordo com os editais das instituições não é um diferencial, mas algo imprescindível para competir por uma vaga na residência médica. Diferente do que muitos pensam, o primeiro passo para a construção de um currículo relevante é o autoconhecimento. Saber o que as bancas valorizam é necessário, porém, identificar preferências individuais possibilita que as atividades sejam realizadas com um maior interesse, o que reflete no desempenho e, consequentemente, no reconhecimento por parte de colegas e professores que formarão uma rede de influências importante para que outras oportunidades acadêmicas ocorram. Iniciação científica; Monitorias; Estágios; Congressos; Ligas acadêmicas; Projetos de extensão; Centro acadêmico; Atlética; Ações voluntárias; Exemplos de atividades extracurriculares Currículo CAPÍTULO 18 Igor Marinho Pereira, Kaylane Zuqueto da Silva 89 É comum alunos se envolverem com determinados projetos com o único objetivo de impressionar os avaliadores das instituições onde vão prestar o processo seletivo para residência. Essa estratégia geralmente falha, pois se o candidato não estabelecer um vínculo afetivo, não irá se recordar de aspectos importantes da atividade, e, portanto, não conseguirá defender a relevância desta em seu currículo perante a banca examinadora. Uma boa estratégia seria utilizar os primeiros quatro anos da graduação médica para focar nas atividades que são indispensáveis, ou seja, na estrutura básica do currículo. Já os dois últimos anos podem ser usados para identificar as fragilidades curriculares e, se possível, corrigi-las, além de realizar tarefas que irão agregar na formação profissional. Primeiros quatro anos Autoconhecimento: identifique suas preferências; Conheça os editais: busque participar de atividades que gosta e já planeje como poderá abordá-las no currículo; Saiba o que é indispensável: projetos de extensão, ligas, programas voluntários, estágios e monitorias são bem vistos pelos avaliadores, porém, grande parte das instituições só contam atividades com tempo superior a 6 meses. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Sugestão de estratégia p/ construir um bom currículo 90 Currículo Uma dúvida frequente dentre aqueles que prestarão a prova de residência é sobre a necessidade de terem experiências extracurriculares na especialidade desejada. Algumas bancas valorizam o candidato que tenha algum direcionamento prévio, contudo, a subespecialização precoce pode ser deletéria para a formação do médico generalista e seu desempenho na prática. O mais indicado é saber conciliar os interesses restritos com os conhecimentos abrangentes obrigatórios. Outros questionamentos que surgem são referentes à organização e apresentação dos currículos. Seja em processos seletivos que tenham análise remota ou presencial, há erros e acertos clássicos: Seja estratégico: cursos como de ética médica, Medicina Baseada em Evidências (MBE), reanimação neonatal, Suporte Básico de Vida (BLS) e Suporte Avançado de Vida (ACLS) não requerem tanto tempo, contarão pontos nas provas de residência e são importantes para a prática médica; Participe de congressos: seja como ouvinte ou até mesmo apresentando trabalhos. Os congressos são uma oportunidade de aprender e pontuar nas bancas. Últimos dois anos 91 Exemplos de erros - Desconhecer o que é pedido nos editais; - Esquecer de digitalizar certificados importantes; - Não saber defender os projetos nas entrevistas; - Anexar documentos fora do item que está sendo pedido, no caso de análises curriculares remotas; - Deixar para organizar os certificados na hora da inscrição. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV - Seguir atentamente as exigências; - Conferir se os certificados estão de acordo com as normas; - Diante de vários certificados, escolher o que mais se encaixa no perfil do edital; - Estar atento à diagramação e apresentação. As bancas presenciais de São Paulo, por exemplo, pedem que o currículo seja organizado tipo um livro de capa dura. Apesar das instituições seguirem um conteúdo programático bastante similar, existem algumas particularidades, principalmente regionais. Veja os exemplos a seguir: - Relevância: é o maior concurso de residência médica do país em número de instituições participantes; - Importância do currículo: o edital distribui 14,6 pontos entre 12 itens. No entanto, a nota máxima que o candidato poderá atingir é de 10 pontos. - Análise curricular: ocorre de forma remota. Um sistema online admite um PDF por item. Prioriza trabalhos que mostrem engajamento perante a comunidade. - Diferença em relação aos outros concursos: cada instituição participante tem um edital e uma inscrição separada. Se um candidato deseja tentar uma vaga em X instituições em uma determinada especialidade, ele pagará X taxas, mas participará apenas de uma prova e processo seletivo. Exemplos de acertos PSU-MG (Processo Seletivo Unificado de Residência Médica de Minas Gerais) 92 Currículo Para aqueles que não desejam prestar residência imediatamente após o fim da graduação, o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) é uma ótima oportunidade. O programa é focado nas equipes de saúde da família e outras estratégias da atenção básica. O médico cumpre uma carga horária de 32 horas . FMUSP-SP (Processo seletivo de Residência Médica da Faculdade de Medicina de São Paulo) - Relevância: a Universidade de São Paulo é reconhecida por sua excelência nacionalmente e internacionalmente; - Importância do currículo: a entrevista e o currículo contabilizam 10% da nota total; - Análise curricular: presencial juntamente com a entrevista. Valoriza muito a produção científica; - Diferença em relação aos outros concursos: exige do candidato saber defender seus projetos em uma entrevista em que o currículo é abordado. AMRIGS (Processo Seletivo Unificado da Associação Médica do Rio Grande do Sul) - Relevância: é o maior concurso de residência médica unificado da região sul do país. - Importância do currículo: varia conforme a instituição. Em alguns hospitais, serve como critério de desempate ou corresponde a 10% da nota total; - Análise curricular: ocorre de forma remota e o currículo é cadastrado em um sistema online. Preconiza produções científicas. - Diferença em relação aos outros concursos: cada instituição participante tem uma taxa de inscrição. Se um candidato deseja tentar uma vaga em X instituições em uma determinada especialidade, ele pagará X taxas, mas participará apenas de uma prova e processo seletivo. 93 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV semanais em contrato de um ano e, após esse período, poderá solicitar uma bonificação de 10% nos processos seletivos de residência médica ou estender seu vínculo profissional por mais três anos, o que é possível desde 2015 devido à incorporação do Provab ao Mais Médicos. 94 Empreendedorismo é a habilidade de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir em métodos para criação de ações positivas voltadas à sociedade. Pode ser um projeto, um negócio ou mesmo um movimento que gere renovação no cotidiano dos indivíduos. JALEKO 95 1. Exemplos de iniciativas na área da saúde Em 2011, dois alunos de medicina da UFRJ sentiram a necessidade de tornar o aprendizado da faculdade mais moderno e próximo da geração atual. Nesse contexto, surgiu a ideia de criar o Jaleko, uma plataforma que disponibilizaria o que o aluno sentisse falta em sala de aula. Com o passar do tempo, o projeto ganhou força, ampliou a atuação e se fortaleceu no mercado, sempre reafirmado o seu propósito de melhorar a saúde através da educação e tecnologia. HACKMED Iniciativa independente que visa transformar a área da saúde no Brasil, empoderando pessoas a serem agentes transformadores de seu próprio ecossistema. Em 2016, Cauê Gasparotto, estudante de medicina da USP participou de um curso de inovação e empreendedorismo. A partir daquelecurso, tendo em vista que era o único aluno de medicina, surgiu à ideia de criar um ecossistema de inovação e empreendedorismo. Em 2018 participou de uma palestra sobre o MIT- Hacking Medicine- grupo que tem como objetivo acelerar e impulsionar o empreendedorismo e a inovação em saúde nos EUA e pensou que seria importante trazer isso para o Brasil. Assim nasceu o Hackmed. Plataforma de ensino que visa auxiliar o aluno de medicina a melhorar sua formação, como uma complementação ao ensino oferecido nas universidades. Empreendedorismo CAPÍTULO 19 Petrina Rezende de Souza, Layla Lacerda de Souza Anjos 96 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Centro de Simulação Médica comprometido com o avanço da educação nessa área, segurança do paciente e resultados otimistas na saúde. Utiliza-se da aplicação de tecnologias de simulação médica com suporte em currículos inovadores, metodologias educacionais contemporâneas, melhoria contínua e pesquisa multidisciplinar rigorosa. Surgiu com o objetivo de integrar inovação e empreendedorismo para realizar pesquisa de maneira mais eficiente. O laboratório, localizado no hospital Brigham and woman´s em Boston, visa principalmente usar a tecnologia para otimizar o tempo e a performance dos alunos e médicos, diminuindo o número de erros médicos. Procura também personalizar e individualizar o aprendizado. STRATUS 2. Mentoria: definição e importância O mentor é alguém mais experiente na área de interesse do Mentee (alguém que está iniciando) disposto a repassar o que aprendeu através da prática ou dos estudos de casos de sucesso, sobre os desafios e como superá-los. As estratégias repassadas podem fazer o Mentee economizar tempo e obter resultados mais rápidos. Essa prática não é muito comum no Brasil, embora seja extremamente importante no âmbito empreendedor. Entretanto, com o desenvolvimento das Startups e dos empreendedores digitais, o “Mentoring” – como é nomeado o processo de mentoria – tem surgido no país de maneira ainda rudimentar. É de extrema relevância criar esse processo de mentoria desde a universidade, oportunizando a criação de uma “via de mão dupla” de conhecimento. O que vai auxiliar na trajetória do aluno, alertá-lo sobre . . os erros cometidos para que ele não os repita e possibilitar o repasse dos aprendizados adquiridos em sua trajetória de vida. Princípios de universidades estrangeiras que podem ser aplicados no Brasil: Filosofia do processo de mentoria 97 Empreendedorismo Multidisciplinaridade Estímulo ao empreendedorismo Oportunidade de conhecer, ter contato, trocar experiência e conhecimento com estudantes de outros cursos diferentes de Medicina. 3. Empreendedorismo Empreender no Brasil é muito difícil porque não há uma cultura voltada para isso, principalmente quando se trata da área da saúde. Essa realidade vem sendo modificada de forma exponencial, mas há ainda muito a se desenvolver, principalmente no ambiente universitário onde quase não há estímulo. BRASIL EUA Estímulo muito maior e muito mais cedo quando comparado ao Brasil. União de muitas áreas diferentes para resolver um problema. A ação empreendedora faz parte do projeto estratégico das universidades que acabam criando um ambiente de inovação e isso se torna um ciclo vicioso. A instituição sabe que tal estratégia é importante tanto para os alunos quanto para o desenvolvimento dela enquanto centro de ensino, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia. X 98 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 4. Habilidades necessárias para quem deseja empreender Planejamento e organização financeira Saber lidar com os "nãos" Persistência Saber se comunicar com os investidores Saber se investir em marketing e tecnologia Preocupação com qualidade (busca de feedbacks) Busca de informações Iniciativa e busca de oportunidades A vontade de adquirir novas experiências no âmbito pessoal e em relação à prática médica faz com que vários alunos da área se interessem pelos intercâmbios. No entanto, para ultrapassar as fronteiras do país com essa finalidade e, além disso, aproveitar da melhor forma os conhecimentos disponíveis no exterior, é preciso planejamento, aquisição de conhecimentos técnicos e, sobretudo, o desenvolvimento prévio de habilidades interpessoais. Ligas Atividades extracurriculares Monitorias Responsabilidade Gestão de pessoas Comunicação assertiva Projetos de pesquisa Eventos acadêmicos Habilidades interpessoais Empresas juniores Esquema 1: a participação em atividades extracurriculares e a aquisição de habilidades interpessoais se relacionam de maneira recíproca. A capacidade de manter um bom relacionamento com as pessoas, além de facilitar a adaptação em um novo ambiente, pode ser usada de modo estratégico durante as entrevistas e cartas de admissão. Uma dica é correlacionar as atividades feitas até então com as características pessoais desenvolvidas. Para isso é importante se . Resolução de conflitos Inteligência emocional Empatia e confiança 99 Intercâmbio CAPÍTULO 20 Pâmela Joanes Guerra, Maria Clara Moreira Henriques dedicar aos projetos que realmente despertem um interesse, assim será possível extrair boas experiências, mensurar o impacto pessoal obtido e defender com propriedade as atividades presentes no currículo. O intercâmbio pode ser realizado por um amplo perfil de estudantes de medicina, desde os convictos com a escolha profissional até aqueles indecisos sobre a escolha do curso. É uma grande oportunidade para os que não desejam ficar restritos ao conteúdo programático da respectiva faculdade ou visam conhecer novos caminhos além da tradicional carreira médica, e, dessa forma, almejam construir um repertório técnico e social que seja a base para a futura carreira médica. Pode-se conseguir um intercâmbio de maneira formal ou informal: Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Como conseguir um intercâmbio? Network: rede de contato com colegas e professores do seu entorno. Convênio das faculdades com instituições do exterior: geralmente os representantes vêm de outros países e escolhem os melhores candidatos. E-mails: se comunicar com os profissionais que trabalham ou tenham relação com os locais de interesse. Programas de intercâmbio: em geral são organizações vinculadas aos estudantes de Medicina. Para participar é preciso acumular pontos através de atividades extracurriculares. Programa de Bolsas Ibero-Americanas do Santander: oferece bolsas de intercâmbio no valor de 3 mil euros por aluno para países como Portugal e Espanha. A bolsa é uma ajuda de custo e deve ser utilizada para cobrir gastos com transporte, hospedagem e alimentação. 100 Intercâmbio O idioma é uma questão que deixa muitos estudantes apreensivos, uma vez que a maioria dos programas de intercâmbio requer uma certificação de fluência através de exames de proficiência. No entanto, alguns processos seletivos de universidade renomadas, como Harvard, não exigem o teste. O domínio do inglês nesses casos é avaliado durante uma entrevista. Mesmo que alguns erros gramaticais sejam cometidos, é necessário saber passar a mensagem que deseja. Abaixo são apresentados dois exemplos de intercâmbios realizados na Universidade de Harvard: 1. Estágio em um laboratório que pesquisa os componentes imunológicos das doenças desmielinizantes Forma de ingresso e competências necessárias: contato inicial através de network e e-mails. Foi exigido um conhecimento básico sobre os tipos de células do Sistema Nervoso e sobre os instrumentos de um laboratório. No entanto, o interesse e as habilidades interpessoais demonstradas durante a entrevista foram determinantes. Visto obtido: J1 (aplicado para os intercambistas). Foi exigido comprovar renda relativa de 2.650 dólares mensais, porém grande parte do valor não foi utilizada. Rotina: o início das atividades ocorria por volta de 8 horas e terminava às 21 horas. Ao final do expediente era possível participar de mesas redondas sobre temas variados. O trabalho era muito prático, com manipulação de camundongos e manuseiodos instrumentos de laboratório. Duração do intercâmbio: 1 ano. Aspectos de destaque: em Harvard tudo é muito integrado. Desde laboratório até salas de atendimento se localizam no mesmo prédio. A importância atribuída à pesquisa também é um diferencial. 101 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 2. Estágio em Cirurgia Torácica Forma de ingresso e competências necessárias: o interesse inicial surgiu durante um evento acadêmico, porém, a abordagem efetiva ocorreu através de e-mails. O candidato já tinha participado de atividades extracurriculares que abordavam a Cirurgia Torácica. Além disso, durante a entrevista, buscou evidenciar a capacidade de convivência em equipe. Visto obtido: visto de turista. Rotina: frequentou os ambulatórios de cirurgia, além de ter assistido aulas sobre temas específicos e realizado provas orais que abordavam o conteúdo. Duração do intercâmbio: 3 meses. Aspectos de destaque: em Harvard ocorre uma utilização maciça da tecnologia tanto nas pesquisas quanto nos consultórios que são regidos por profissionais de renome internacional. Outro ponto relevante é a oportunidade de ver a Medicina além da perspectiva tradicional, reuniões sobre carreira médica e gestão hospitalar ocorrem com frequência. 102 OUTRAS ÁREAS E POSSIBILIDADES SEÇÃO 4SEÇÃO 4 OUTRAS ÁREAS E POSSIBILIDADES Desde sempre, a prática da medicina é associada à investigação. Nessa temática, é válido destacar o maior e mais famoso detetive da literatura e dos cinemas: Sherlock Holmes. O personagem, criado por Arthur Conan Doyle, foi inspirado em dois cirurgiões escoceses do século XIX, Joseph Bell e Henry Littlejohn, que chamaram a atenção do autor por conta de suas capacidades de observação, pensamento analítico e resolução de problemas. Destaca-se que Littlejohn também foi pioneiro nos estudos da Medicina Forense, uso de impressões digitais e fotografias da cena do crime. Nesse cenário, surgem os ideais da hoje conhecida como medicina legal. Especialidade tanto do âmbito jurídico quanto médico, que faz uso dos conhecimentos técnico- científicos da medicina para o esclarecimento de fatos de interesse da justiça. O especialista médico praticante é denominado médico legista. Médico Legista Médico Legal Profissional que exerce sua função no intermédio do direito e da medicina com o objetivo principal de solucionar crimes a partir de vestígios e provas no corpo humano. MEDICINA MÉDICO LEGISTA DIREITO 104 CAPÍTULO 21 Médico Legista Lucas Maggi Vieira, Alice Rezende Correa e Castro Costa Para se inserir no mercado de trabalho é preciso ser formado em medicina e estar inscrito no Conselho Regional de Medicina (CRM). Com esses dois pré-requisitos você já estará habilitado a prestar os concursos para o cargo, entretanto, alguns concursos pontuam médicos que tenham uma especialização envolvendo as seguintes áreas: Além disso, é essencial estudar os conteúdos ao lado, tendo em vista que eles são cobrados tanto nos concursos como no exercício da profissão por possuir uma intrínseca relação com o Direito. Medicina do trabalho Ginecologia e Obstetrícia Medicina Legal O código penal; Ética médica; Direito Penal. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Dia a dia do profissional Emissão de laudos Antropologia forense Clínica médica Explicar as causas dos óbitos Exumar cadáveres Exame de lesão corporal e parecer em caso de erro médico. Variedade de departamentos para atuação Atuação do médico legista 105 Varia conforme o concurso prestado. Salários de R$ 11.000 até R$29.604,70. Média salarial no Brasil Médico legista: perspectivas de carreira Os médicos legistas podem trabalhar nos Institutos Médicos Legais (IMLs), no DETRAN (Departamento de Trânsito), no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nas juntas médicas dos servidores públicos municipais, estaduais ou federais, Polícia e outros órgãos públicos. Cabe também ao médico Legista fazer o exame de corpo de delito em vítimas vivas ou mortas. Em vítimas vivas, analisa os ferimentos, no caso das mortas examina o cadáver e ferimentos e elabora laudos para auxiliar a descrever o que ocorreu na cena do crime, as armas utilizadas e causa das mortes. 106 Ter no mínimo 1,60m de altura para homens e 1,55m para mulheres Ter menos de 38 anos completos até 31 de dezembro do ano da convocação. Para seguir carreira é necessário ter menos de 36 anos completos no ano do concurso Formas de ingressar Serviço militar obrigatório (somente para homens) Serviço voluntário temporário Militar de carreira Requisitos para servir Ser brasileiro nato Próximo do final da graduação, em geral, o Exército Brasileiro entra em contato com a instituição de ensino e marca uma reunião com os formandos. Neste espaço, há uma explicação sobre o funcionamento do serviço médico militar e são disponibilizados formulários de preenchimento obrigatório para homens e opcional para mulheres, nos quais devem ser inseridas informações gerais de identificação e saúde, além de manifestar interesse ou não em servir. 1. Serviço militar obrigatório 107 CAPÍTULO 22 Médico Militar Mariana Cordeiro Schneider, Maria Júlia Dalton Moreira dos Santos Após um processo de seleção, caso seja convocado, o recém formado deverá se apresentar para avaliação física e documental. Depois de um período de treinamento teórico e físico, o médico é avaliado e pode escolher o local onde irá servir, por ordem de colocação. O serviço militar obrigatório tem duração de 12 meses, mas é possível estender sua permanência em até 8 anos. Para aqueles que passaram em concurso para residência, é possível trancar por um ano apresentando comprovante de serviço militar. Dessa forma, o recém- formado terá sua vaga de residência garantida e poderá seguir com sua formação normalmente após o término do serviço militar, da mesma forma ocorre para médicos que irão prestar o serviço voluntariamente. Além disso, algumas residências pontuam candidatos que já serviram. É importante lembrar que médicos com situação militar irregular estão sujeitos a algumas penalidades, como pagamento de multa, impossibilidade de emissão de passaporte e impedimento de inscrição em concursos públicos. Além disso, para quem deseja servir o exército sem seguir carreira, há a opção de se inscrever para seleção de oficiais temporários, que vão servir por um período mínimo de 1 ano e que pode ser estendido até 8 anos. Cada força militar realiza essa seleção de forma diferente, podendo ser realizada com ou sem provas. Após um período de treinamento e adaptação, o médico é alocado na função e localidade onde irá servir de acordo com preferência ou disponibilidade de vagas. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 2. Serviço militar temporário 108 Se o médico tem interesse em seguir carreira militar, um concurso público deve ser prestado. O método de seleção varia de acordo com a força armada de escolha e consiste em avaliação intelectual, documental, inspeção de saúde e testes de aptidão física. O aprovado fará um curso e, se completá-lo com bom desempenho, começará a servir com cargo de 1° tenente. O militar de carreira que quiser deixar seu cargo antes de um período mínimo de 5 anos, deverá pagar uma multa proporcional ao tempo que falta para completá-lo. Médico Militar Carga horária - Geralmente, 30 horas semanais (meio expediente); - É possível trabalhar à parte, porém, o médico militar pode ser chamado fora do horário de trabalho e, se sua presença for insubstituível, ele deve comparecer. Vantagens - Estabilidade e benefícios, como licença maternidade / paternidade e aposentadoria com valor integral. - Estímulo ao crescimento profissional e oportunidades no âmbito nacional e internacional; É importante considerar que, em geral, à medida que o médico muda de patente, seu trabalho se torna mais administrativo e se afasta da prática médica, o que pra alguns pode ser um ponto negativo. Lembrando que, para ser um bom militar, é essencial ter a capacidade de se adequar à disciplina e hierarquia presentes nessemeio. 3. Serviço militar de carreira Essa é uma boa opção para quem deseja conhecer o trabalho nas forças armadas. Caso goste da experiência, poderá prestar concurso na área. Caso não tenha interesse, o período mínimo de permanência é de apenas um ano. 109 Durante o treinamento, em qualquer meio de ingresso nas Forças Armadas, o médico é aspirante a oficial, no caso do Exército ou Aeronáutica, e guarda-marinha, no caso da Marinha, recebendo o soldo determinado para essas patentes durante esse período. Quando o curso é concluído, o médico que ingressou em serviço militar obrigatório ou voluntário serve como 2° tenente, já o concursado serve como 1° tenente, recebendo os soldos correspondentes. Almirante, Marechal e Marechal do ar Almirante de Esquadra, General de Exército e Tenente- Brigadeiro Vice-Almirante, General de Divisão e Major-Brigadeiro Contra-Almirante, General de Brigada e Brigadeiro Capitão de Mar e Guerra e Coronel Capitão de Fragata e Tenente-Coronel Capitão de Corveta e Major Capitão-Tenente e Capitão Primeiro-Tenente Segundo-Tenente Guarda-Marinha e Aspirante a Oficial R$ 14.031,00 R$ 12.490,00 R$ 11.451,00 R$ 11.250,00 R$ 11.088,00 R$ 9.135,00 R$ 8.245,00 R$ 7.490,00 R$ 7.315,00 POSTO/GRADUAÇÃO SOLDO Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV R$ 13.471,00 R$ 12.912,00 Quadro 1: remuneração militar. Fonte: https://folhadirigida.com.br/concursos/noticias/especial/soldos-dos- militares-das-forcas-armadas-passam-por-reajustes-em-2020 Remuneração A remuneração militar (quadro 1) é composta pelo soldo, alguns adicionais e gratificações específicas. O soldo é o valor mensal inerente à determinado posto ou graduação militar. 110 Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização internacional de cunho humanitário que tem o propósito de realizar projetos de intervenção médica e humana nos países que se encontram em crises agudas com aumento substancial da mortalidade e morbidade, como ocorre em períodos de guerras, epidemias e catástrofes naturais. O MSF também atua em locais que enfrentam problemas crônicos, como exclusão social e fome. A vontade de fornecer cuidados básicos de saúde a quem mais precisa, a disposição para exercer a medicina em situações adversas e o desejo de viver experiências em outras países de culturas e idiomas diferentes faz com que muitos médicos se interessem em participar da organização. Porém, muitas vezes, o principal entrave é a falta de informação sobre o tema. Primeiramente é preciso explicar como ocorre o processo de seleção. Preencher o questionário disponível no site do MSF Entrevista por telefone Entrevista presencial no escritório do MSF - Ter ao menos 2 anos de experiência como médico para ingressar. O tempo de residência está incluso nesse período; - Informar sobre a disponibilidade e especialidade médica, se houver; - Falar inglês e/ou francês. Os candidatos fluentes nos dois idiomas tem mais chance de serem escolhidos. - Dinâmicas que simulam as situações encontradas nas missões do MSF; - Parte da entrevista no idioma inglês ou francês; - Também é realizada uma prova que avalia conhecimentos básicos. Esquema 1: processo de recrutamento e seleção. 111 CAPÍTULO 23 Médicos Sem Fronteiras Ian Emanuel de Souza Ramos, Caio Vieira Soares Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV No MSF, o número de vagas não é limitado. A demanda e o recrutamento são influenciados principalmente pela compatibilidade de perfil, experiência e especialidade médica do candidato (a Pediatria, por exemplo, é uma área muito requisitada). O processo de seleção consiste basicamente no preenchimento de um questionário no site da organização, seguida de uma entrevista por telefone e uma entrevista presencial que dura cerca de um dia e ocorre na sede do Médicos Sem Fronteiras (no Brasil, a sede se localiza no Rio de Janeiro). Após essa etapa, a organização do MSF procura postos de trabalho que se enquadrem no perfil dos candidatos selecionados, agora membros do projeto. Ao ser chamado para uma missão, o participante recebe previamente uma descrição do público a ser atendido e a função que será desempenhada. Caso o membro não se interesse pela tarefa, pode se recusar participar e esperar uma nova oportunidade. Para atuar nas missões, os membros devem comparecer a um treinamento preparatório de, aproximadamente, uma semana de duração que é voltado para o aprimoramento das habilidades de comunicação, noções de segurança e consciência cultural. Esse período de imersão é realizado em conjunto com as pessoas que foram recrutadas para o mesmo local de trabalho com o intuito de já estabelecer uma convivência e sincronia. O MSF também disponibiliza um catálogo de cursos com diversas temáticas, como gestão de pessoas, cirurgia, anestesia e HIV, que não são obrigatórios e podem ser feitos ao longo da participação no projeto. 112 Médicos Sem Fronteiras Geralmente, a duração da primeira missão é de 6 meses para propiciar uma maior adaptação e aprendizado para os participantes. Depois desse período, presume-se que o participante está apto para ser convocado para temporadas mais curtas de trabalho de até 2 semanas e até mesmo missões mais longas de um ano. O profissional pode regressar quando quiser caso não se adapte ao local de trabalho. A neutralidade, imparcialidade e independência são os princípios norteadores do Médicos Sem Fronteiras, por isso, 90% das contribuições que financiam a organização são contribuições mensais ou pontuais de pessoas físicas. O dinheiro arrecadado, administrado por escritórios do MSF presentes em vários países, financia as missões que têm liberdade de atuar em qualquer situação, sem conflitos de interesse religiosos, políticos ou culturais. Para determinar os locais onde irá atuar, o MSF faz uma análise minuciosa que vai desde a identificação dos locais que necessitam de ajuda até a convocação dos membros para as missões (esquema 2). A remuneração dos médicos participantes do Médicos Sem Fronteiras é baseada na média do salário dos profissionais do seu país de origem, com o tempo dentro da instituição e com o cargo ocupado, que pode variar de acordo com as missões. Além do salário, que só é pago nos períodos de trabalho do MSF, é fornecida uma ajuda de custo na moeda do país onde acontece a missão, que, na maioria das vezes, é suficiente para cobrir todos custos, uma vez que a passagem aérea e a hospedagem são por conta da organização. 113 Elaboração de um relatório que contém todas as necessidades do local identificadas por uma equipe exploratória do MSF - 1 profissional de segurança; - 1 profissional da saúde; - 1 analista de logística. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Sondagens do MSF ou pedidos de hospitais, governos ou centros operacionais Consultores do MSF Missão aprovada Missão reprovada Elaboração de um planejamento de abordagem multidisciplinar com intervenções a serem feitas no local (para o melhor atendimento dos pacientes), seguida da convocação dos membros. Os profissionais que tem interesse em participar do MSF devem estar cientes de que o trabalho irá alterar sua rotina e possui vantagens e desvantagens: Esquema 2: processo para determinação do local de atuação. Vantagens - Desenvolver inteligência emocional mediante situações de estresse; - Criar um bom Network e conhecer outras realidades; - Aprimorar o exame físico e o raciocínio clínico, uma vez que não há muitos recursos para exames complementares; - As missões são muito variadas cada uma em um país com doenças, hospitais, equipes e pacientes distintos. 114 Médicos Sem Fronteiras Desvantagens - Ficar distante dos familiares e amigos; - Dificuldade de conviver com pessoas e culturas diferentes; - Abrir mão do conforto de casa; - Falta de estrutura para trabalhar; - A remuneração, muitas vezes, está abaixo do que poderia ser ganho atuando no mercado tradicional. 115 O seu sonho sempre foi morar fora do país ou já cogitou passar uma temporada no exterior para aprimorar seus conhecimentos em alguma área específica, como no campodas pesquisas? Caso a resposta seja sim, esse capítulo servirá para esclarecer os principais fatores que devem ser levados em consideração ao escolher esse caminho. O recorte será feito enfatizando os Estados Unidos. EUA Universidades renomadas Vagas "ilimitadas" para bons profissionais Cerca de 3% do PIB é destinado à Pesquisa e Desenvolvimento Além disso, deve-se levar em conta a maior disponibilidade de recursos materiais e a infraestrutura mais adequada dos laboratórios, a valorização do pesquisador como peça fundamental no progresso da nação, inclusive por parte da população leiga, e a possibilidade de dedicar-se integralmente à carreira de pesquisador sem perdas substantivas no salário. Todos esses fatos, na maior parte das vezes, não são possíveis de se atingir ao permanecer no Brasil. Pesquisa Médica no Exterior CAPÍTULO 24 Marina Diniz Dias, Wânia Cristina Pereira de Oliveira 116 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Os principais fatores que preocupam aqueles que querem se estabelecer no exterior são a língua, a adaptação com o clima e com a cultura. Isso faz com que, muitas vezes, surjam inseguranças e questionamentos sobre a própria capacidade e uma certa vulnerabilidade frente à conselhos desencorajadores de terceiros que possuem uma visão de vida mais limitada. O domínio da língua inglesa é uma das etapas que você certamente atingirá com a prática diária. Por isso, não se restrinja somente a assuntos e termos técnicos, já que as características de um profissional de sucesso incluem as habilidades comunicativas e uma boa interação social. Assim, é recomendável treinar o vocabulário com termos usados no dia a dia para que não tenha que restringir os diálogos aos assuntos de trabalho e possa manter conversas sobre outros temas, o que, de certa forma, contribui para a socialização no ambiente. A distância dos familiares e amigos é outro fator que deve ser considerado ao escolher viver no exterior, já que provavelmente você não conseguirá visitá-los com muita frequência. Porém, com o advento da tecnologia, é possível manter contato através de chamadas de vídeo, por exemplo, o que pode minimizar a saudade dos entes queridos. Em relação à cultura, o jeito caloroso, receptivo e simpático característico dos brasileiros tende a contrastar com o perfil mais reservado dos estadunidenses. Entretanto, essa discrepância é facilmente superada, uma vez que é possível encontrar nos EUA . 117 Pesquisa Médica no Exterior pessoas com personalidades acolhedoras. Alguns imigrantes brasileiros mais fechados, por outro lado, se identificam com o estilo mais "frio" da maioria dos estadunidenses. Por falar em frio, quanto mais ao norte você se encontrar, saiba que mais frio será o clima. Com isso, cada pessoa possuirá um jeito de se adaptar, e o brasileiro é famoso por essa resiliência. Então, por mais que você não goste do frio, você conseguirá aprender a lidar com ele, já que nem tudo na vida sempre nos agradará. O sucesso, portanto, dependerá da sua capacidade em se adequar das mais variadas situações e tirar proveito daquilo que for mais conveniente. Dessa maneira, saiba que, apesar de o processo ser difícil, isso não implica que você seja incapaz de atingi-lo. Muito pelo contrário, já que só o fato de “pensar fora da caixa“ já demonstra toda a força de vontade que, com o devido planejamento e execução, poderá resultar em bons frutos. Com isso, seja comprometido com sua profissão, seja a medicina ou qualquer outra área, e faça tudo sempre com o muito amor e dedicação. Ah, mas como saberei se é isso mesmo que eu quero seguir? Bem, a resposta geralmente já costuma estar dentro de você. Então, aproveite bem a graduação, tente se envolver ao máximo com os projetos de iniciação científica desenvolvidos em sua universidade. Desse modo, e com o passar do tempo, você saberá julgar se esse é o caminho certo para você. 118 O programa “Médicos pelo Brasil” foi lançado pelo Governo Federal em agosto de 2019 e prevê a criação de 18 mil vagas distribuídas por 4,8 mil municípios no país, substituindo, gradativamente, o programa Mais Médicos. Essa ação governamental tem como objetivo levar atendimento médico às regiões brasileiras mais carentes, com foco em Atenção Primária à Saúde (APS), além de incluir formação profissional e possibilidade de carreira federal. O Ministério da Saúde ainda não informou quantos médicos serão contratados na primeira etapa do novo programa e nem quando ela será iniciada. Enquanto os novos profissionais não são contratados, aqueles que já fazem parte do “Mais Médicos” vão continuar a trabalhar, pois eles têm contratos de até três anos. Considerando tamanho da população, densidade demográfica e distância de grandes centros urbanos, as regiões beneficiadas foram divididas em 5 categorias: rurais remotas, rurais adjacentes, intermediárias remotas, intermediárias adjacentes e urbanas. As áreas classificadas como rurais remotas, rurais adjacentes e intermediárias remotas, bem como unidades ribeirinhas/fluviais e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), poderão incluir todas as equipes de Saúde da Família no programa Médicos pelo Brasil. ............... 1. Distribuição das vagas 119 Programa Médicos pelo Brasil CAPÍTULO 25 Alexandre da Costa Pinto Lopes, Júlia Costa Nacif Santos O processo de seleção e contratação dos profissionais será de responsabilidade da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde, serviço sob orientação e supervisão do Ministério da Saúde. Essa agência foi criada para promover e executar políticas de desenvolvimento da atenção primária, inclusive as do programa Médicos pelo Brasil. Todos os candidatos deverão ter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Dessa forma, os profissionais que são formados no exterior, inclusive médicos estrangeiros que deixam o Mais Médicos e continuam no Brasil, terão que passar pelo processo de revalidação do diploma (Revalida) para obter o registro e poderem atuar no programa. Os candidatos devem passar por processo seletivo eliminatório e classificatório, por meio de uma prova escrita, contemplando duas funções: médico de família e comunidade e tutor médico. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Já municípios intermediários adjacentes e urbanos receberão médicos em unidades de saúde consideradas de alta vulnerabilidade. Serão cerca de 13 mil vagas em municípios distantes dos centros urbanos ou pequenos e 5 mil vagas para as equipes de Saúde da Família com parcela significativa de pessoas que recebem benefícios sociais ou ganham até dois salários mínimos de aposentadoria, inclusive em grandes centros urbanos. 2. Processo seletivo 120 Para essa função serão selecionados médicos com registro no CRM que foram aprovados na avaliação escrita, os quais serão alocados para unidades de saúde pré-definidas pelo Ministério da Saúde. Na unidade de saúde, será realizado um curso de especialização em Medicina de Família e Comunidade com duração de 2 anos e jornada de trabalho de 60 horas semanais, sendo 40h de atendimento e 20h de atividades teóricas. Para concluir a especialização, os profissionais precisarão apresentar um trabalho de conclusão, em que fazem uma análise da saúde no lugar onde estão atuando. Após a especialização, os médicos realizarão uma prova para adquirirem titulação de especialista em Medicina de Família e Comunidade e poderão ser contratados via CLT, permanecendo nas unidades de saúde de formação. 1. 2. 3. 4. Programa Médicos pelo Brasil Médico de família e comunidade Tutor médico Para essa função serão selecionados médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade ou em Clínica Médica, que possuam CRM e foram aprovados na avaliação escrita. Esses profissionais serão alocados para unidades de escolha do Ministério da Saúde e serão contratados de acordo com regulamentações da CLT. Sob sua responsabilidade, ficam o atendimento nas Unidades de Saúde da Família(USF's) selecionadas e a supervisão dos demais médicos ingressantes durante o curso de especialização. 1. 2. 3. 121 Os profissionais em especialização receberão bolsa-formação no valor de R$ 12.000,00 mensais líquidos, com gratificação de R$ 3.000,00 para locais considerados remotos e de R$ 6.000,00 para atuação com indígenas e localidades ribeirinhas e fluviais. Com o fim dos 2 anos iniciais, o profissional é contratado com carteira assinada pelo regime da CLT e o salário passa a respeitar o plano de carreira estabelecido pelo programa. Já o tutor médico ingressa no programa contratado com carteira assinada pelo regime da CLT e sua remuneração se baseia no plano de carreira do programa, além de R$1.000,00 mensais adicionais pela função que exerce. O plano de carreira, apresentado no quadro 1, é formado por 4 níveis salariais, de início em R$14.000,00, com progressão a cada 3 anos de participação, além das gratificações por região de atuação e por desempenho (varia de 11% a 30% em relação ao salário). Dessa forma, o primeiro nível salarial pode chegar a até R$ 21.000,00 e, gradativamente, atingir até R$ 31.000,00. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 3. Remuneração 122 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV Níveis de carreira Nível I Nível II Nível III Nível IV Duração Valor da remuneração Gratificação por desempenho Gratificação tutor Gratificação para locais remotos Gratificação para distritos indígenas Potencial de remuneração 0 a 3 anos 4 a 6 anos 7 a 9 anos 10 a 12 anos R$ 12.600,00 R$ 14.790,00 R$ 16.800,00 R$ 18.400,00 R$ 1.400,00 R$ 2.210,00 R$ 3.200,00 R$ 5.600,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 21.000,00 R$ 24.000,00 R$ 27.000,00 R$ 31.000,00 Quadro 1: plano de carreira - Programa Médicos pelo Brasil. Fonte: Ministério da Saúde 123 Já pensou em realizar a residência médica em um país que concentra diversas universidades renomadas, além de investimentos em pesquisa e em avanços tecnológicos na área da saúde? Então, pode ser que os EUA seja o lugar ideal para você conquistar tudo isso. Para ser médico e atuar nesse país, você necessitará passar por um processo de revalidação do diploma, além de realizar a residência ou o fellowship – caso vise somente a subespecialização. Assim, você estará apto a concorrer às vagas ofertadas lá. O processo de revalidação é chamado de USMLE (United States Medical Licensing Examination) e é composto por quatro provas, divididas em três etapas, caracterizando os famosos steps. Esse exame é realizado pelos estudantes estadunidenses durante a sua formação médica. Para os imigrantes, ou IMG (International Medical Graduates), que pleiteiam uma vaga de residência, o processo pode ser iniciado a partir do segundo ano da graduação, sendo necessário, primeiramente, que a sua escola médica esteja listada no site do World Directory of Medical Schools (WDOMS), assim todo o processo será intermediado através do ECFMG (Educational Commission of Foreign Medical Graduates) – espécie de “escritório” de assessoria. 1. Estados Unidos 124 Residência Médica no Exterior CAPÍTULO 26 Farley Reis Rodrigues, Larisse Vitória Moreira Arruda Vale ressaltar que as provas podem ser realizadas em qualquer ordem, no entanto, o mais comum é realizar na seguinte ordem: O step 1 e o step 2 CK podem ser realizados no Brasil – em centros autorizados – e são compostos por questões objetivas, sendo que a primeira prova se baseia nas questões das ciências básicas aprendidas no curso, já a segunda possui questões semelhantes às provas de residência no Brasil. O step 2 CS deve ser realizado em território estadunidense, já que é uma prova de caráter prático e que avaliará as competências requisitadas na prática médica, além da proficiência em inglês. Após realizadas essas três provas, você estará apto a pleitear uma vaga, já que não são todos os hospitais que requisitam o step 3 (podendo ser realizado durante a residência). Contudo, é de extrema importância a realização de estágios em cenário americano. Existem, basicamente, dois tipos: observership e clerkship. São neles que você conseguirá realizar networking e conseguir cartas de recomendação (Letter of Recommendation - LOR). Step 1 Step 2 CK Step 3Step 2 CS CK: clinical knowledge. CS: clinical skills. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 125 Dessa forma, sumarizando todo o processo, a “fórmula convencional” para conquistar a sonhada vaga seria basicamente: Mesmo seguindo esse caminho, ainda há chances de não conseguir “dar match” (ser aprovado) no programa que você escolheu, já que nas especialidades mais concorridas os candidatos necessitam possuir publicações e ter experiência com pesquisa. Assim como ocorre nos EUA, o primeiro passo para você estar elegível a se candidatar ao processo é a sua escola médica estar listada no site do World Directory of Medical Schools. O processo pode ser realizado tanto por estudantes que estão finalizando o curso, como por médicos. OBSERVERSHIP CLERKSHIP Limitado à observação Disponível para estudantes e graduados Somente estudantes são elegíveis Cenário semelhante ao internato Ambos possuem possibilidade de ofertar cartas de recomendação Steps Experiência clínica Cartas de recomendação Match Residência médica no exterior 2. Canadá 126 Primeiramente, é necessário realizar a submissão das credenciais do candidato através do site Physicians Apply Ca. Ao fim dessa etapa, você poderá emitir o Educational Credential Assessment (ECA) e marcar a prova. A primeira avaliação é chamada Medical Council of Canada Qualifying Examination (MCCQE-I), composta por questões objetivas que avalia os seus conceitos em diagnóstico clínico. Já a segunda etapa é o exame denominado National Assessment Colaboration Exam (NAC), que avaliará o seu desempenho no cenário prático. Após realizada as duas etapas, você estará apto a concorrer aos programas de residência escolhidos. Além disso, antes do término da residência, a fim de obter a sua licença médica, é requisitada a realização de outra avaliação, o MCCQE-II. Para se candidatar às vagas oferecidas no Internato Médico – termo equivalente à residência – em Portugal, é necessário realizar a validação do diploma, inicialmente. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), um instituto público que é relacionado ao Ministério da Saúde, é responsável por regular toda a burocracia que envolve o processo. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 3. Portugal 127 Em Portugal, o curso de graduação em Medicina é integrado ao mestrado, mas isso não impossibilita que brasileiros sem mestrado consigam atuar lá. As etapas de validação do diploma consistem na realização de uma prova teórica com questões objetivas (semelhante às provas de residência no Brasil), uma prova em um cenário de prática e a defesa da tese de mestrado – também se aplica TCC ou artigos com temas relevantes publicados – perante a uma banca da Universidade escolhida pelo candidato, já que será a instituição de ensino que mediará o processo de validação. Após concluir a etapa de validação do diploma, o candidato poderá se inscrever no concurso que oferece as vagas para o Internato Médico e realizar a Prova Nacional de Acesso (PNA), a qual ocorre uma vez ao ano e é composta por 150 questões objetivas que abrangem as seguintes áreas: Medicina, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia/Obstetrícia e Psiquiatria. A formação médica no Reino Unido se difere bastante da educação médica do Brasil, no entanto, o médico brasileiro pode fazer a revalidação do diploma e ingressar na residência, a fim de obter a licença para exercer a profissão por lá. O processo é regulado pelo General Medical Council (GMC). Residência médica no exterior 4. Reino Unido 128 Em primeiro lugar, é necessária a realização da prova de proficiência em inglês IELTS (InternationalEnglish Language Testing System). Com os resultados em mãos, você estará apto para realizar a PLAB1 (Professional and Linguistic Assessments Board), uma prova composta por 180 questões objetivas que aborda conteúdo semelhante às provas de residências brasileiras. É importante ressaltar que a PLAB1 não possui critério classificatório, então, a nota não é um fator decisivo. Após aprovação no primeiro exame, você pode agendar a PLAB2, a qual visa testar os seus conhecimentos médicos e avaliar as habilidades de comunicação, já que é realizada em um cenário prático composto por 18 estações. Nessa etapa, a nota é de caráter classificatório e o corte dependerá do desempenho geral. Caso seja aprovado, basta dar prosseguimento ao processo e entregar os documentos que foram submetidos através do site do EPIC (Electronic Portfolio of International Credentials). Assim, você irá receber a licença que dará direito a trabalhar no Reino Unido. Como dito anteriormente, a formação médica no Reino Unido é diferente da Brasileira. Os estudantes nativos, ao terminarem os 5 ou 6 anos de graduação, devem realizar uma formação complementar de 2 anos, denominada Foundation Programme (FY1 e FY2), a fim de obter a licença. Entretanto, pelo fato de no Brasil ter o internato nos 2 últimos anos de formação, o candidato brasileiro já ingressa no segundo ano (FY2) do treinamento. Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV 129 Após terminar o FY2, há a opção de prosseguir nos estudos por mais 3 anos e se tornar um General Practioner (GP), semelhante à Medicina de Família e Comunidade. Por outro lado, o Core Training (CT) – dividido basicamente entre Cirurgia Geral e Clínica Médica – com 2 anos de duração, é pré- requisito para algumas especialidades. Assim, você cursará 2 anos de CT e os anos adicionais da especialidade escolhida, o programa Specialty Training (ST). Contudo, existem especialidades em que você poderá ingressar no ST, após terminar o FY2, sem passar pelos 2 anos de CT (semelhante às especialidades de acesso direto no Brasil). Vale ressaltar que os anos de treinamento são diferentes para cada especialidade escolhida. Residência médica no exterior 130 O transplante, também denominado de transplantação, consiste na transferência de células, tecidos ou órgãos de uma pessoa (doador) para outra pessoa (receptor). O profissional que realiza esse procedimento é credenciado pelo Ministério da Saúde e possui experiência na área. Entretanto, a área de transplantes não é reconhecida como uma especialidade (com exceção do transplante de medula). Acompanhar serviço de transplante (1 ano) Graduação em medicina Acompanhamento com a finalidade de credenciamento no Ministério da Saúde, vivenciando dentro do serviço de transplantes as fases de preparação do paciente, a cirurgia propriamente dita e o pós- operatório; Residência em cirurgia geral Especialização em cirurgia do aparelho digestivo Como exemplo, veja a trajetória para realização de transplante de fígado: No Brasil, há diversos centros de formação, pois há uma grande quantidade de transplantes no país. 1. Caminho para se tornar um médico apto a realizar transplantes 131 Transplantes Marina Diniz Dias, Wânia Cristina Pereira de Oliveira CAPÍTULO 27 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV EUA e alguns países da Europa Um único serviço de transplante abrange uma grande variedade de órgãos. Brasil Os serviços de transplantes são especializados: urologista e nefrologista cuidam do transplante dos rins, cirurgião do aparelho digestivo realiza transplante do fígado e eventualmente de pâncreas, por exemplo. Observação: é possível que haja uma formação mais ampla. Entretanto, seria necessária a dedicação exclusiva ao transplante por parte do cirurgião, situação que não é comum no Brasil. No Brasil e no mundo, há uma enorme escassez de órgãos para doação, fazendo com que o desenvolvimento de pesquisas em busca de novas fontes se tornasse uma ação cada vez mais recorrente. Como exemplo, é cabível citar as pesquisas relacionadas ao uso de órgãos de animais (xenotransplante), as quais trabalham com modificação genética na tentativa de “humanizar” o DNA animal e reduzir as chances de rejeição do organismo. Entretanto, os estudos relacionados ao xenotransplante ainda não chegaram à aplicação clínica, devido a aspectos de biossegurança. 2. Serviço de transplantes e abrangência dos órgãos 3. Questão ética e as novas fontes de órgãos 132 Transplantes Exemplos como esse trazem à tona reflexões do campo bioético. Neste caso em específico, o progresso tecnológico vai de contraponto à ética da convicção, a qual teoricamente é baseada em princípios imutáveis. Todavia, a necessidade de uma nova fonte de órgãos pode fazer com que, em certo momento, os procedimentos se tornem eticamente viáveis. Dessa forma, o xenotransplante pode vir a ser uma opção eticamente aceita em tempos futuros. Falta de órgãos; Falta de campanhas de conscientização sobre a importância da doação para que as pessoas deixem claro aos entes esse desejo; Dificuldade na transportação de órgãos por causa da grande extensão territorial do país; Estrutura precária da atenção secundária e terciária em grande parte dos centros de saúde do país. Transplante intervivo Cadáver Autonomia e condições de saúde do doador, idade, grau de parentesco (para rins, por exemplo) e ordem judicial. Autorização dos familiares, submissão ao protocolo de morte encefálica por dois médicos distintos – gasometria associada a teste complementar (arteriografia, por exemplo). 4. Limitações do transplante de órgãos no Brasil 5. Critérios legais para paciente ser doador 133 Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV No Brasil, são raros os serviços de dedicação exclusiva a essa área de atuação; Há uma grande instabilidade, pois depende da morte encefálica de um paciente e do curto prazo de conservação do órgão. Logo, o médico dessa área pode ser solicitado a qualquer dia e horário; Grande reconhecimento do atuante por exigir habilidades específicas e treinamento especial; Oportunidade de fazer a “ponte” entre uma família em situação de angústia após a perda do ente e uma que se alegra ao receber o órgão para prolongar a vida de seu familiar. 6. Carreira do médico de transplantes 134 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Guia de Carreira Médica - I CONACME UFV SEÇÃO 1: APÓS A GRADUAÇÃO Capítulo 2: carreira médica CONTA MÉDICA. Médico recém-formado: como entrar no mercado de trabalho?. Disponível em: http://contamedica.com.br/blog/2019/02/04/medico-recem- formado-como-entrar-no-mercado-de-trabalho/. Acesso em: 17 set. 2020. GUIA DO ESTUDANTE. Dá para ir para a área de pesquisa fazendo Medicina? Leia mais em: https://guiadoestudante.abril.com.br/orientacao-profissional/da- para-ir-para-a-area-de-pesquisa-fazendo-medicina/. 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