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Solicitação e Análise de Exames Bioquímicos pelo
Nutricionista
1
SUMÁRIO
SOLICITAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES BIOQUÍMICOS EM NUTRIÇÃO 5
Anemias e outras carências nutricionais 10
Diabetes melito (DM) e resistência a insulina 16
Dislipidemias e aterosclerose 18
Doenças hepáticas e renais 19
Avaliação laboratorial da tireoide 21
REFERÊNCIAS 23
2
SIGLÁRIO
apoA-I – Alipoproteína B
ApoB – Alipoproteína B
ALT – Alanina Amino Transferase
AST – Aspartato Aminotransferase
CFN – Conselho Federal de Nutricionistas
CHCM – Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média
CRN – Conselho Regional de Nutricionistas
CT – Colesterol Total
CTCF - Capacidade de Ligação do Ferro
DM - Diabetes Melito
DMG – Diabetes mellitus Gestacional
Hb – Hemoglobina
HbA1c – Hemoglobina Glicada
HCM – Hemoglobina Corpuscular Média
HDL-c – High Density Lipoproteins
Htc – Hematócrito
IST – Índice de Saturação de Transferrina
LDL-c – Lower Density Lipoproteins
3
MMA – Ácido Metilmalônico
OMS – Organização Mundial da Saúde
PCR – Proteína C Reativa
RBP – Proteína Transportadora de Retinol
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes
Tg – Tireoglobulina
TGB – Globulina ligadora de tiroxina
TGI - Trato Gastrintestinal
TOTG – Teste Oral de Tolerância à Glicose
TSH – Hormônio estimulador da tireoide
T3 – Triiodotironina
T4 – Tetraiodotironina ou tiroxina
VCM – Volume Corpuscular Médio
4
SOLICITAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES BIOQUÍMICOS EM
NUTRIÇÃO
A solicitação de exames laboratoriais pelo profissional
nutricionista deve ser feita mediante respaldo técnico, ou seja, real
necessidade e capacidade de interpretação desses exames pelo
profissional, bem como conforme quadro clínico e diagnóstico do
paciente. Importante frisar a importância de nortear a solicitação
conforme real necessidade do paciente/cliente, visto que muitos não
possuem plano de saúde e/ou condição financeira para bancar um
elevado número de exames, o que pode acarretar custos excessivos e
não necessários para aquele momento da vida do indivíduo. 
Baseado nesta premissa, contamos com respaldo legal para
realizar a solicitação de exames laboratoriais. Vamos entender um
pouco mais sobre as legislações abaixo por meio de leitura do resumo e
do arquivo na íntegra que pode ser acessado pelo link. Conhecer a
legislação e trabalhar de acordo com os critérios éticos profissionais é
de extrema relevância para sua carreira profissional e idoneidade. 
1. Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991 – Esta lei regulamenta a
profissão de nutricionista e determina outras providências. Para as
finalidades desse curso destaca-se o artigo 4, inciso VII
“Atribuem-se, também, aos nutricionistas as seguintes atividades,
desde que relacionadas com alimentação e nutrição humanas:
solicitação de exames laboratoriais necessários ao
acompanhamento dietoterápico”
5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1989_1994/L8234.htm#targetText=LEI%20No%208.234%2C%20DE,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20lei%3A&targetText=6.206%2C%20de%207%20de%20maio,20%20de%20outubro%20de%201978.
2. Resolução CFN n° 306/2003 - Dispõe sobre solicitação de
exames laboratoriais na área de nutrição clínica, revoga a
resolução CFN nº 236, de 2000 e dá outras providências. De
forma resumida reforça que os exames laboratoriais são
necessários para avaliação e monitoramento dietético, mas
que ao solicitar os exames o nutricionista deve ter
conhecimento técnico e científico que respalde essa
solicitação conforme avaliação individual do paciente,
respeitando suas particularidades globais (religião, condição
financeira e clínica, dentre outros) e  trabalhando em
conformidade com pareceres e atividade de equipe
multiprofissional, respeitando aspectos da bioética.  
3. Resolução CFN nº 417, de 18 de março de 2008 - Dispõe sobre
procedimentos nutricionais para atuação dos nutricionistas e dá
outras providências. No tocando aos exames bioquímicos coloca
a solicitação e avaliação como atividade característica em
atendimento ambulatorial, hospitalar, domiciliar e em consultório
de nutrição. Além desses, em locais de terapia de especialidades
(EX. Unidade de Diálise), e em outros setores de atuação como
em unidades de SPA e Nutrição Esportiva. 
4. Resolução CFN nº 600, de 25 de fevereiro de 2018 – Esta resolução
dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e
suas atribuições, entre outras providências. Destaca que a
solicitação e a interpretação de exames bioquímicos são
realizadas pelo nutricionista em âmbito hospitalar, saúde coletiva
e nutrição esportiva conforme necessidade de
6
http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res/2000_2004/res306.pdf
http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res/2008/res417.pdf
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm
acompanhamento do paciente, bem como servir de
ferramenta para elaborar diagnóstico nutricional e conduta
dietoterápica. 
Importante destacar que não há uma lista de quais exames
podem ou não serem solicitados pelo nutricionista. Cabe aqui o bom
senso e respaldo científico. Ressalta-se que cabe ao profissional toda
a responsabilidade técnica de avaliação e interpretação desses
parâmetros. A solicitação é bem simples. No receituário ou formulário de
solicitação deve constar o nome dos exames que pretende analisar,
bem como seus dados profissionais e do paciente. Anote aí para não
esquecer:
● Nome completo do paciente
● Data da solicitação
● Exames laboratoriais solicitados
● Carimbo (com número de inscrição no CRN da sua região) e
assinatura do nutricionista
● Procure deixar no formulário seus dados para contato: endereço,
telefone, e-mail para que qualquer intercorrência possa ser
contatado.
 
Abaixo será possível observar um modelo de solicitação individual.
Para facilitar a rotina na prática clínica você pode montar um
7
formulário com os exames de rotina nutricional, e no momento da
solicitação apenas destacar os que deseja na avaliação do paciente
que está atendendo.
Sabendo como solicitar os exames partiremos para o estudo dos
elementos principais envolvidos para análise dos componentes
avaliados nos exames solicitados. Destaca-se que de forma ideal, a
amostra a ser testada deve refletir o conteúdo corporal. Importante ter
isso mente no momento da solicitação.
1 – Sangue – o sangue periférico constitui-se de glóbulos vermelhos,
eritrócitos ou hemácias; glóbulos brancos ou leucócitos, e plaquetas. O
sangue total é coletado na presença de anticoagulante sem remoção
8
de nenhum constituinte. Já o soro é obtido após a sua coagulação
com posterior centrifugação para remoção das células sanguíneas e
coágulo. Quando há referência ao plasma entende-se como líquido
transparente ou levemente amarelado que compõe o sangue com
estrutura a base de água, proteínas do sangue, eletrólitos inorgânicos
e fatores de coagulação. Para a maior parte dos parâmetros devem
ser realizados em jejum para minimizar erros que a alimentação pode
trazer no estabelecimento dos parâmetros números e interpretação
clínica.
2 – Urina – Pode ser realizado com coleta de amostras aleatórias, do dia
todo ou com hora marcada. Neste meio pode-se encontrar metabólitos
excretados de forma concentrada.
3 – Fezes – amostras aleatórias ou com hora marcada, pode demonstrar
nutrientes não absorvidos visto serem o material restante após a
digestão e absorção dos alimentos pelo trato gastrointestinal.
4 – Outros tecidos: obtidos por raspagens ou biópsias.
5 – Exame em papel de filtro: sangue total seco colhido com perfuração
de dedo ou calcanhar. Exemplo: glicemia capilar, teste de
fenilcetonúria (teste do pezinho), entre outros. 
Além desses locais de análises também temos, de forma menos
comum, a saliva muito utilizada para análise de hormônios, unhas e
cabelos para determinação da exposição a metais tóxicos, e suor
geralmente usado para diagnóstico de fibrose cística. Dependendo do
local de análise pode-se não obter resultados fidedignos,
principalmente em locaiscom fácil contaminação como os
9
supracitados. Todavia, por serem menos invasivos vêm sendo objeto
de pesquisa para padronização e melhorar seu uso para a prática
clínica (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2010)
Intervalos de referência: Os exames laboratoriais são comparados a
um intervalo de referência antes da avaliação dos profissionais de
saúde. Todavia essas comparações podem ser transversais ou
longitudinais. 
Transversais: consiste no confronto dos resultados de um analito de um
paciente específico com o intervalo de resultados para este mesmo
analito obtido de um grupo de indivíduos aparentemente saudáveis
(“de base populacional”). Ou quando o resultado de um paciente é
comparado com um valor fixo (diagnóstico).
Longitudinal: quando o valor mais recente do paciente é confrontado
com valores prévios dele mesmo, auxiliando dessa forma, a detectar
modificação no estado de saúde (monitoramento).
Tanto os limites de referência saudáveis quanto os limites de
referência associados à doença são importantes para a interpretação
clínica dos resultados dos exames laboratoriais, e podem variar de um
laboratório para outro, devido procedimentos de processamento
pré-analíticos, populações de indivíduos saudáveis, variações biológicas
aleatórias inerentes, plataformas de análise ou imprecisão analítica que
já existia quando os intervalos de referência foram determinados.
Importante atentar-se que resultados seriados de exames devem ser
interpretados com cautela e no contexto da situação clínica.
Repetição excessiva aumenta possibilidade de erros laboratoriais, além
de aumentar drasticamente os custos (WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
10
Estando claro estes conceitos vamos analisar os exames nas
condições clínicas. 
Anemias e outras carências nutricionais
Condição caracterizada pela redução no número de eritrócitos
por unidade de volume sanguíneo ou do conteúdo de hemoglobina do
sangue, sendo observado valores de referência para população
saudável de acordo com faixa etária e gênero. Não é considerada
uma doença e sim um sintoma advindo de várias condições como
perda de sangue excessiva que traz como consequência hipoxia e
redução da capacidade de transporte de oxigênio (BORGES; WELFORT,
2011; COSTA, 2015). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1975) define como “um
estado em que a concentração de hemoglobina do sangue é
anormalmente baixa em consequência da carência de um ou mais
nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem dessa carência” (apud
BORGES; WELFORT, 2011).
Dessa forma podemos ter diversos tipos de anemias como a
ferropriva, megaloblástica, falciforme e talassemia. Vamos destacar
aqui as anemias nutricionais, como ferropriva, megaloblástica (B9) e
perniciosa (B12). Geralmente a anemia microcítica é associada a
deficiência de ferro e macrocítica pela eritropoiese deficiente por falta
de folato e cianocobalamina. Importante investigar se são causas
nutricionais ou não nutricionais como traço talassêmico ou advindo de
11
uma insuficiência renal. Anemia normocítica é associada a uso
inadequado do ferro, por exemplo em doenças crônicas e
inflamatórias, e não responde a suplementação de ferro (MAHAN,
ESCOTT-STUMP, 2010).
O hemograma tem a função prover a avaliação das séries
vermelhas, branca e plaquetas, sendo essencial para investigação
das doenças hematológicas e avaliação do estado de saúde em
geral (COSTA, 2015). 
O hematócrito (Htc) é a medida da porcentagem de células
vermelhas no volume total de sangue, sendo três vezes maior que a
concentração de hemoglobina. A concentração de Htc pode ser
afetado por contagem de células brancas extremamente elevadas,
pelo estado de hidratação e pela altitude (elevada altitude = Htc
elevado). Já a hemoglobina (Hb) é dosada no sangue periférico, sendo
uma medida direta da deficiência de ferro. Tanto Hb quanto Htc estão
envolvidos em todos os tipos de anemia, sendo necessários outros
exames complementares (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010; WILLIAMSON;
SNYDER, 2016).
No quadro 1 podemos observar os critérios de avaliação da série
vermelha do hemograma, e como analisar para interpretação de
anemias. 
Quadro 1 – Analito do hemograma e formas de interpretação
12
Fonte: Mahan; Escott-Stump, 2010; Williamson; Snyder, 2016.
Ferritina – A ferritina é clinicamente útil na identificação de sobrecarga
e deficiência de ferro. É a proteína de armazenamento do ferro. Em
pessoas com nível de ferritina normal 1 ng/mL de ferritina representa
8mg de ferro armazenado (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).  Destaca-se
que é um reagente de fase aguda e encontra-se aumentado nos casos
de infecções, inflamações, doenças hepáticas e doenças malignas
(como leucemia aguda, doença de Hodgkin e carcinoma de mama).
13
Elevada na sobrecarga ferro (hemocromatose) (MANUAL DE EXAMES
H. PARDINI, 2015).
Ferro sérico, capacidade de ligação do ferro (CTCF) e saturação
transferrina – deficiência de ferro desenvolve-se de maneira lenta e
progressiva. Usado no diagnóstico diferencial de anemias e
hemocromatose. Níveis baixos ocorrem na anemia ferropriva, e
aumentados em hemocromatoses, talassemias, lesão hepática aguda,
uso de álcool e anticoncepcionais. A concentração de ferro sérico
reflete o Fe3+ ligado a transferrina que transporta as moléculas de Fe3+
dos locais de absorção até sua utilização e armazenamento. O Índice
de Saturação de Transferrina (IST) é obtido dividindo-se o ferro sérico
pela CTCF. Na deficiência de ferro, o IST geralmente encontra-se abaixo
de 18% (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015). A concentração de
transferrina aumenta nos indivíduos com deficiência de ferro (MAHAN;
ESCOTT-STUMP, 2010).
Folato - concentração nas hemácias é considerada o indicador mais
seguro do status do folato, pois ele é muito mais concentrado nas
hemácias do que no soro. Podem-se encontrar valores elevados de
folato sérico e hemático no hipertireoidismo (MANUAL DE EXAMES H.
PARDINI, 2015).
Vitamina B12 e homocisteína (soro) - Principais indicações para a
determinação da homocisteína: diagnosticar homocistinúria, doença
14
genética de herança autossômica recessiva, identificar indivíduos
com ou em risco de desenvolver deficiência de cobalamina
(vitamina B12) ou folato (ácido fólico ou vitamina B9); ou para avaliar
a homocisteína como fator de risco para doença vascular.
Concentrações séricas normais de vitamina B12 não afastam
deficiência tecidual. Sugere-se a dosagem do ácido metilmalônico
(MMA), mais sensível, associado com dosagem de homocisteína (que
estará elevada), mesmo com concentrações de vitamina B12 normais.
-Vitamina B12 - de 211 a 911 pg/mL; Homocisteína: homens: 7,71 a 22,33
micromol/L, mulheres 5,75 a 18,89 micromol/L; Ácido metilmalônico: até
0,50 micromol/L ((MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015).
Ceruloplasmina e anemia por deficiência de cobre – A ceruloplasmina
é uma proteína (alfa-2-globulina) produzida no fígado que carrega 70%
a 90% do cobre plasmático. Por ser uma proteína de fase aguda,
eleva-se em processos inflamatórios. O cobre desempenha importante
função no metabolismo do ferro. Medida no soro, valores de referência
20,0 A 60,0 mg/dL (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015).
Proteína ligadora de retinol e vitamina A – O diagnóstico de deficiência
de vitamina A (soro) é feito pelos achados clínicos e pela medida dos
níveis séricos de retinol. A proteína transportadora de retinol (RBP),
dosada na urina de 24 horas, transporta, dos hepatócitos para todos os
15
tecidos do organismo, a vitamina A (na forma de retinol). A
deficiência de vitamina A prejudica a mobilização de ferro das
reservas e produção de células vermelhas (COZZOLINO, 1997). Valores
de referência: até 0,4 mg/L para RBP, de 0,30 a 0,70 mg/L para
vitamina A (retinol).
Proteínas totais e albumina: podem estar implicados na anemia, e
está relacionado com a avaliação do estado nutricional, edemas,
desidratação entre outras doenças. Valores de referência para
proteínas totais: adultos de 6,5 a 8,2 g/dL;crianças de 1 a 18 anos de 5,7
a 8,0 g/dL, recém-nascidos de 1 a 30 dias de 4,1 a 6,3 g/dL. Albumina,
valor de referência em adultos, de 3,7 a 5,2 g/dL (MANUAL DE EXAMES
H. PARDINI, 2015).
A série branca é avaliada pelo leucograma. Observe no quadro 2
abaixo os valores de referência e interpretação propostos por Costa
(2015).
16
Fonte: Costa (2015)
17
Vitamina D - 1,25-di-hidroxi [calcitriol e 1,25dihidroxicolecalciferol
(1,25OHD)] é um teste de segunda ordem, principalmente em
doenças renais, investigação de deficiência de vitamina D,
condições relacionadas como raquitismo, e investigação de
distúrbios metabólicos. Trata-se da forma ativa da vitamina D, mas
seus níveis não fornecem informação útil sobre o estado da vitamina
D. Valores de referência: 15 a 75 pg/ml. Já 25-hidroxivitamina D,
avaliada no sangue, é considerada padrão para diagnóstico de
hipovitaminose D. Valores de referência: até 60 anos de idade superior
a 20,0 ng/ml; grupos de risco de 30,0 a 60,0 ng/ml; risco de toxicidade e
hipercalcemia: superior a 100,0 ng/ml. (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI,
2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Os exames bioquímicos além de serem solicitados na vigência de
anemias e carências nutricionais, bem como desnutrição, servem para
guiar o planejamento dietético em primeira avaliação quanto no
posterior monitoramento em doenças metabólicas, cardiovasculares,
renais e hepáticas.
Diabetes melito (DM) e resistência a insulina
Manifesta-se de forma aguda ou insidiosa, com dependência dos
níveis de insulina e estresse fisiológico associado. O diagnóstico
laboratorial pode ocorrer por meio da glicemia de jejum, glicemia
pós-prandial (2 horas), teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e
hemoglobina glicada (HbA1c), conforme Sociedade Brasileira de
18
Diabetes (SBD), sendo definidos pela SBD os seguintes pontos de corte
(2017):
Outros exames podem ser complementares à prática clínica
como o de peptídeo C que analisa a capacidade secretória das
células beta pancreáticas de maneira mais fidedigna que a insulina pois
não se altera na presença de anticorpos anti-insulina. Ademais pode ser
usado para diagnóstico diferencial de hipoglicemia, classificação do
diabetes (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015). 
A resistência à insulina manifesta de diversas formas dependendo
do grupo analisado. O índice HOMA IR trata-se de um modelo
matemático baseado na relação de retroalimentação entre produção
de glicose pelo fígado e insulina pelas células beta pancreáticas.
Posteriormente a ele surgiu o HOMA 2 com a proposta de definir
matematicamente a capacidade secretória das células beta.
Importante usar como parâmetro de análise estudos brasileiros, devido
a grande miscigenação aqui presente (SBD, 2017). Para calcular o
19
HOMA IR está disponível para download do software no link:
http://www.dtu.ox.ac.uk/homacalculator/  
Para entender melhor acesse os artigos disponíveis nos links abaixo:
 
O Diabetes mellitus Gestacional (DMG) é diagnosticado na gestação,
com graus variáveis de intolerância à glicose, que pode requerer
apenas tratamento dietético e/ou medicamentoso e/ou
insulinoterapia. 
O diagnóstico se dá na triagem do pré-natal, se antes de 24
semanas de idade gestacional obtém-se glicemia de jejum maior ou
igual a 92mg/dL. O monitoramento também deve ser realizado entre a
20ª e 24ª semana gestacional, sendo aconselhável, se acessível, a
realização do teste de tolerância oral à glicose, sendo considerada a
análise do esquema abaixo para diagnóstico ou não dessa condição
na gestação, conforme SBD (2019), considerando-se o preconizado
pelo Ministério da Saúde e Febrasgo.
20
http://www.dtu.ox.ac.uk/homacalculator/
Dislipidemias e aterosclerose
Para avaliação laboratorial é recomendada que seja analisado o
perfil lipídico completo (com jejum ou sem jejum), lembrando que os
parâmetros de colesterol total, HDL-c, não HDL-c e LDL-c podem ser
coletados sem jejum não acarretando prejuízo na avaliação, todavia
este estado ou não deve ser informado pelo laboratório. A dosagem de
proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us) possui capacidade estratificar
o risco cardiovascular, e sua interpretação dependerá da exclusão de
doenças inflamatórias, infecciosas ou imunológicas, conforme indicado
pela SBC (2017): Baixo risco: < 1mg/L, Médio risco: 1 a 2 mg/L, Alto risco:
> 2mg/L e, muito alto risco: ≥ 10mg/L.
Índice de Castelli ou índice aterogênico
Equação aritmética simples entre colesterol total e LCL-c e HDL-c para
predizer risco coronariano. A relação CT / HDL-c com valores <4,4 e 5,1,
para mulheres e homens, respectivamente, representa baixo risco
21
cardiovascular. Já para o índice de Castelli II a relação é
estabelecida com LDL-c/HDL-c representando risco cardiovascular
quando for maior que 2,9 para mulheres, e 3,3 para homens.  
Apolipoproteínas
A dosagem da ApoB e da apoA-I pode ser realizada em
amostra sem jejum prévio. A dosagem de rotina da ApoB ainda não é
recomendada como de rotina pela SBC (2017). 
Para não esquecer:
concentração menor de ApoA-1 – aterogênica
concentração aumentada de Apo-B – aterogênica
 
Doenças hepáticas e renais
ALT (Alanina amino transferase) e AST (Aspartato aminotransferase) –
São enzimas, denominadas, aminotransferases, que tem por função
22
catalisar a transferência do grupo amina para formar os metabólitos
piruvato e oxaloacetato. Auxiliam a identificar lesões nos hepatócitos,
e podem servir como marcador para alguma desordem hepática,
sendo AST mais sensível para detecção de injúria do hepatócito
(MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Ureia – pode refletir a catabolismo de proteína endógena ou
exógena, ou seja, o nitrogênio da dieta. Relaciona-se com função renal
e hepática, com concentração podendo sofrer impacto dietético e da
hidratação. Pode ser dosada no sangue e na urina. Intervalos de
referência para dosagem no sangue: adultos de 19,0 a 49,0 mg/dL,
recém-nascidos de 8,4 a 25,8 mg/dL, e crianças de 10,8 a 38,4 mg/dL
(MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Ácido úrico – Produto final do catabolismo das purinas, sendo liberado
quando o DNA e RNA são degradados pelas células em morte. Maior
parte é sintetizado no fígado e na mucosa intestinal, sendo em sua
maioria excretado pelos rins, seguido do TGI. Valores de referência para
dosagem no sangue, homens de 3,7 a 7,8 mg/dL e mulheres de 2,8 a 6,5
mg/dL (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015; WILLIAMSON E SNYDER,
2016).
Potássio – ampla utilização clínica, com dosagem no sangue ou urina,
principalmente para avaliação do equilíbrio eletrolítico, arritmias
cardíacas, fraqueza muscular, encefalopatia hepática e insuficiência
23
renal, hiperpotassemia e hipopotassemia, com intervalo de referência
de 3,5 a 5,1 mEq/L (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015;
WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Sódio – Principal cátion extracelular com importância sobre controle
de osmolalidade plasmática. Importante para distribuição normal de
água e pressão osmótica, sendo relacionada alterações em seus
níveis, com equilíbrio hídrico. Valores de referência: 135 a 145 mmol/l e
valores críticos: < 121 ou > 158 mmol/l (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI,
2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Avaliação laboratorial da tireoide
Tiroxina – Conhecida também como tetraiodotironina (T4) é a principal
secreção da glândula tireoide. Liga-se à tiroglobulina, pré-albumina e
24
albumina no sangue, local onde sofre desiodação a T3, versão que
produz ação hormonal e é responsável pela ação do hormônio. Útil
por refletir a atividade secretora da glândula. Usado para diagnóstico
e acompanhamento de doenças como hipotireoidismo e
hipertireoidismo. Pode ser dosado na forma livre e total (MANUAL DE
EXAMES H. PARDINI, 2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Triiodotironina (T3) – É transportada ligada às proteínas, com apenas
0,3% encontrada no estado não ligado (livre). Possui maior atividade
biológica que o T4. Valores elevadossão encontrados na doença de
graves e outros casos de hipertireoidismo. Níveis reduzidos podem ser
encontrados em doenças que refletem em redução do funcionamento
da tireoide primárias na tireoidite de Hashimoto. Há a possibilidade de
avaliação do T3 reverso, que circula predominantemente ligado a
proteínas carreadoras, sendo metabolicamente inerte, e seus níveis
reduzidos são encontrados no hipotireoidismo (MANUAL DE EXAMES H.
PARDINI, 2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2016). 
Tireoglobulina (Tg) – Trata-se de uma Iodoglicoproteína heterogênea
secretada especialmente pelas células foliculares da tireoide. Está
envolvida no processo de iodação e síntese de hormônios tireoidianos.
Quando muito baixa ou indetectável pode estar presente
hipotireoidismo factício, e elevada pode indicar outros tipos de
hipertireoidismo como tireoidite e doença de Graves. Os anticorpos
anti-Tg estão presentes na maioria dos pacientes com tireoidite de
25
Hashimoto (MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015; WILLIAMSON;
SNYDER, 2016).
Globulina ligadora de tiroxina (TGB) - principal proteína sérica
carreadora de T4 e T3. Alterações nas concentrações podem
impactar no aumento ou diminuição de sítios de ligação disponíveis
para o T4 causando menor ou maior fixação do hormônio livre
(MANUAL DE EXAMES H. PARDINI, 2015). 
TSH (Hormônio estimulador da tireoide) – secretado pela adenohipófise,
responsável pelo controle da biossíntese e liberação dos hormônios da
tireoide (T4 e T3). Pode estar elevado no hipotireoidismo (primário ou em
tratamento com dose hormonal insuficiente), tireoidite de Hashimoto
(WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
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