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Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Proclamação da República Você já sabe que o Brasil foi uma monarquia, mas sabe quando e por que ele se tornou uma república? Atualmente o Brasil é uma República Federativa, formada pela união de esta- dos, municípios e do Distrito Federal (Brasília), que é a capital do país. Ele é regido por uma Constituição, a lei máxima do país, que define os direitos e deveres dos cidadãos. Leia o que diz um dos primeiros artigos da Constituição brasileira: Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://tedit.net/54uzdx. Acesso em: 18 mar. 2021. Esses são os principais objetivos da república, que devem ser cumpridos não somente pelo gover- no, mas também por todos os cidadãos do país. Mas quando o Brasil se tornou uma república? Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. Ministro da Saúde Eduardo Pazuello em sessão de Debates Temáticos sobre as dificuldades enfrentadas pelo Brasil para imunizar a população contra a covid-19, no Senado Federal, em Brasília (DF). Foto de 2021. O BRASIL REPUBLICANO CAPÍTULO 6 república: sistema de governo no qual o chefe de Estado é eleito pelo povo ou por seus representantes por tempo determinado. R e n a to C o rt e z/ F u tu ra P re s s 96 Orientações didáticas O estudo deste capítulo possibilita aos estudantes compreender como se deu a passagem do regime monár- quico para o republicano no Brasil, no fim do século XIX, e de como o novo regime reorganizou a vida política e social nacional. Também é abordado o processo de modernização conser- vador promovido pela República, calcado no crescimento urbano e industrial por meio do incentivo à imigração europeia, sem, contudo, universalizar a cidadania para a popu- lação brasileira. A EF05HI02 é mobilizada em textos e atividades que tratam das mudanças no Estado brasileiro após a Proclamação da República. A EF05HI04 é abordada ao longo do capítulo em textos e atividades que ressaltam a noção de cidadania, os princípios de respeito à diversidade e à igualdade de direitos, como no conteúdo das páginas 79 a 81, que mostram que a noção de cidadania está relacionada à conquista de di- reitos e que a participação política de cada um tem papel fundamental nessa conquista. A discussão sobre cidadania pro- posta no capítulo também permite a interlocução com a CECH1 e a CECH4, pois, ao abordar os grupos sociais do período da Primeira República, contri- bui para a compreensão de si e do outro, o respeito à diferença e a valo- rização da diversidade social. A discus- são sobre inovação tecnológica também mobiliza a CECH2, pois en- foca os impactos sociais das novas tecnologias. O capítulo permite, ainda, a interlocução com a CEH1, a CEH3 e a CEH4, a partir de textos e atividades que relacionam acontecimentos his- tóricos a relações de poder e destacam distintas interpretações dos contextos em questão. O capítulo possibilita igualmente o trabalho com o tema contemporâneo transversal Cidada- nia e civismo, ao propiciar o aprofun- damento da Educação em direitos humanos. Antes de iniciar o trabalho com o capítulo, relembre o contexto históri- co estudado na unidade 2. Leia o texto desta página com a turma, res- saltando a definição de Constituição e os objetivos fundamentais da Repú- blica segundo a Constituição de 1988. Chame a atenção para a imagem e a legenda, esclarecendo, em linhas gerais, a função e o fun- cionamento do Senado Federal. Sugerimos apre- sentar um vídeo introdutório que explica o que é a Constituição de 1988 para os estudantes pro- duzido pelo Plenarinho o jeito criança de ser cida- dão. Disponível em: https://tedit.net/8BQmAV. Acesso em: 17 jul. 2021. 136 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1365_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 136 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM a) O personagem que entrega um comunicado ao imperador faz parte de que setor da sociedade? O que o identifica? b) Por que o imperador foi obrigado a deixar o Brasil? O personagem é um militar e pode ser identificado por seu uniforme. Porque ele era o representante máximo da Monarquia, que havia sido derrubada na véspera com a Proclamação da República. Da Monarquia à República Até 1888, ainda existia escravidão no Brasil. Os escravizados não eram consi- derados cidadãos e a maior parte da população livre era pobre, não tinha acesso à educação e a outros serviços públicos. O Brasil era governado por um monarca, dom Pedro II, e não por um presidente, como hoje. Diversos setores da sociedade estavam descontentes com a Monarquia. A Igreja condenava a interferência do monarca em seus assuntos internos. Muitos proprie- tários de terras ficaram contrariados, em 1888, com o fim do trabalho escravo. Parte deles, como os cafei- cultores paulistas e os estancieiros gaúchos, também desejava maior participação no governo. Um dos se- tores mais descontentes era o dos militares, que se sentiam desprestigiados pelo governo monárquico. Esses setores passaram, então, a defender a ideia de que o Brasil melhoraria se deixasse de ser uma monarquia e se tornasse uma república. Liderados pelos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, os militares tomaram o poder em 15 de novembro de 1889 e proclamaram a República. Eles deram 24 horas para que o imperador dom Pedro II e a família real saíssem do Brasil. A Proclamação foi uma iniciativa dos militares e não contou com a partici- pação direta da população, embora diversos grupos sociais apoiassem os militares. • Observe a pintura e respon da às questões no caderno. A família imperial recebe a notícia de que deve deixar o Brasil, de Albert Chapon, 1892 (óleo sobre tela). Na obra, o artista representou o imperador dom Pedro II recebendo um comunicado. R e p ro d u ç ã o /M u s e u H is tó ri c o R io d e J a n e ir o , R J . Não escreva no livro. estancieiro: aquele que tem estância, ou seja, fazenda de criação de gado. 97 Orientações didáticas É importante reforçar a diferença entre o regime monárquico e o regime republicano e o processo que levou à abolição da escravidão por meio da mobilização da sociedade civil. Reto- me com os estudantes as diferenças básicas entre Monarquia, em que o poder político pertence ao monarca e é transmitido de forma hereditária, e República, em que o país é governado por um presidente escolhido por meio de eleição popular. Certifique-se de que os estudantes saibam que os movimentos abolicio- nista e republicano foram contempo- râneos e estimule-os a estabelecer comparações entre ambos os movi- mentos no que diz respeito à partici- pação popular. Ressalte que, embora a Monarquia tenha sido derrubada por uma ação militar, a República foi resultado de um movimento alimen- tado pela insatisfação crescente de diferentes setores da sociedade com o governo. Sempre que datas ou períodos de tempo forem mencionados no decor- rer da unidade, sugerimos utilizar a ferramenta da linha do tempo para deixar claras as relações de sucessão e simultaneidade. O recurso da linha do tempo permite que os estudantes elaborem um “mapa” mental para compreender as relações entre perío- dos históricos. O canal Politize! é voltado à edu- cação política de jovens e adultos e apresenta vídeos, textos e depoi- mentos acessíveis e didáticos que ajudam a entendero contexto histó- rico da transição entre o regime mo- nárquico para o regime republicano no Brasil, bem como as particularida- des da chamada Primeira República ou República Velha. Disponível em: https://tedit.net/2QXvAe. Acesso em: 17 jul. 2021. Para saber mais Atividade Observe a imagem com os estudantes e de- monstre que na pintura estão representados dois grupos antagônicos. Do lado esquerdo, estão os membros da família imperial e, do lado direito, três militares. O posicionamento dos grupos indica haver tensão no ambiente. Cha- me a atenção para o título da obra, na legenda, e auxilie os estudantes a responder às questões propostas. A atividade contempla conhecimentos de alfabetização e literacia ao solicitar os processos de localizar e retirar informação explícita e fazer inferências diretas por meio de leitura de texto e imagem. 137 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1375_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 137 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Uma república para poucos A Proclamação da República despertou esperança de mudanças e melhorias na vida da população. No entanto, a implantação desse sistema de governo não conseguiu modificar a estrutura da sociedade brasileira nem garantir cidadania à população. De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, no início da República, cerca de 85% das pessoas eram analfabetas e 90% viviam no campo. O poder político e econômico continuou concentrado nas mãos de grandes proprie- tários de terras, chamados na época de coronéis. Em 1891, no governo do marechal Deodoro da Fonse- ca, foi promulgada uma nova Constituição. Ela estabelecia que todo cidadão maior de 21 anos tinha direito a votar. Mas analfabetos, mulheres e militares estavam excluídos do direito ao voto. Isso significava que, na prática, cerca de 2% da população podia de fato exercer esse direito. Os coronéis procuravam obrigar os votantes a eleger os candidatos indicados por eles, manipulando, assim, as eleições. Valia tudo para garantir o resultado de uma eleição: roubo de urnas, falsificação de atas eleitorais, troca de favores (como uma vaga no hospital ou um emprego) e até mesmo uso de violência para intimidar eleitores. Por causa des- sas manipulações, as eleições do início da República fi- caram conhecidas como eleições de cabresto. Nesta charge, publicada na revista Careta em 1927, o cartunista Storni representa o voto de cabresto.© S to rn i/ C o le ç ã o p a rt ic u la r promulgar: publicar oficialmente uma lei e ordenar sua execução. ata: registro escrito de uma sessão, de uma assembleia. 98 Orientações didáticas O texto desta página revela as con- tradições entre os ideais republicanos e aquilo que de fato aconteceu no Brasil após a Proclamação da Repú- blica: exclusão da maioria da popula- ção do direito ao voto e manipulação de eleições e corrupção. Inicie o assunto analisando a char- ge reproduzida nesta página. Expli- que aos estudantes que a charge é uma representação artística na qual, geralmente, se faz algum tipo de crí- tica sobre um fato ou uma personali- dade. Esse tipo de representação era muito comum na época e veiculado nas revistas e nos jornais brasileiros da primeira metade do século XX. Em seguida, pergunte aos estudantes o que eles acham que a charge mostra e por que o eleitor foi representado dessa forma. Nessa charge de Storni, publicada na revista Careta em 1927, o voto de cabresto, uma das mais fa- mosas fraudes eleitorais da Primeira República, é alvo de críticas. Naquele período, era comum o eleitor receber um papel com o nome do candidato escolhido pelo coronel da região e apenas o depositar na urna. Após a análise da charge, questio- ne os estudantes se tal modelo de República poderia ser chamado de democrático. Avalie se eles com- preendem o conceito de democracia e estabeleça comparações com a República na atualidade. No presente, a Constituição de 1988 prevê o voto secreto e com igual participação para todos. Naquele contexto, o voto era aberto, portanto era possível saber em quem o eleitor votaria, e censitá- rio, baseado na renda do eleitor, o que excluía grande parte da popula- ção. Na prática, votavam os homens, brancos e proprietários, deixando de fora a maioria da população, incluin- do todas as mulheres. É importante que a turma reflita que, de lá para cá, muitos direitos políticos foram con- quistados. Atualmente, toda a popu- lação adulta nascida no país pode votar e existem eleições livres e de- mocráticas. Contudo, a cidadania é um processo ainda em construção e necessita de constante reafirmação e aprimoramento por parte da socie- dade – daí a importância de a escola educar os estudantes para práticas cidadãs. Cidadania no Brasil: o longo caminho, de José Murilo de Carvalho. Civilização Brasilei- ra, 2016. O livro faz um retrospecto da luta pela cidadania e pelos direitos civis no Brasil, desde o movimento pela Independência até a atualidade. É uma obra fundamental para entender os caminhos e descaminhos da cidadania no Brasil. Para saber mais 138 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1385_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 138 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM 1. Observe com um colega a charge de Storni, na página anterior. Em uma folha à parte, criem outra charge para representar o voto de cabresto. Para isso, sigam o roteiro. • Troquem ideias sobre como o voto de cabresto será representado na charge. • Esbocem, em forma de rascunho, a ideia da charge que vocês resolveram desenvolver. • Verifiquem no esboço se a charge de vocês faz sentido e se ela passa a ideia que vocês querem transmitir. • Façam o desenho final, adicionando cores ou efeitos de sombra à charge. • Elaborem um título criativo. • Sob a orientação do professor, organizem na sala de aula uma exposição das charges produzidas. 2. Leia o texto e responda no caderno às questões. Artigo 299 da Lei n. 4 737, de 15 de julho de 1965 Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: Pena – reclusão de até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa. BRASIL. Código Eleitoral de 1965. Disponível em: https://tedit.net/nKdjFy. Acesso em: 7 fev. 2021. a) Qual é o tema do artigo? b) Quantos anos após a Proclamação da República essa lei foi publicada? c) Na sua opinião, a publicação dessa lei extinguiu a ocorrência de fraude eleitoral, como a troca de votos por favores? Justifique sua resposta. d) Reflita: Por que o artigo diz que tanto dar quanto receber favores eleitorais é considerado crime? e) Converse com os adultos da sua casa para saber se eles conhecem alguma história envolvendo favores eleitorais ou compra de votos. Escreva um pará- grafo para compartilhar com os colegas a história contada. Para casa O artigo é parte de uma lei que estabelece punição para quem praticar fraude eleitoral ou compra de votos. Setenta e seis anos depois. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. Resposta pessoal. 2. d) Resposta pessoal. O estudante deve compreender o enunciado do artigo do Código Eleitoral e perceber que ele se aplica tanto a postulantes a cargos políticos quanto aos próprios eleitores. A lei diz que ambos têm o dever de zelar pela justiça do voto. Não escreva no livro. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 99 Orientações didáticas Atividade 1 Oriente os estudantes a elaborar uma representação crítica sobre o voto de cabresto. Comente que o de- senho deve ser compreensível e levar o leitor a refletir sobre o assunto. A atividade contempla conheci- mentos de alfabetizaçãoe literacia, em especial os processos de interpretar e relacionar ideias e informações; e de analisar e avaliar conteúdo e elemen- tos textuais e imagéticos. É possível ampliar a atividade suge- rindo que se elabore charges sobre a venda e a compra de votos no presen- te, estabelecendo relações entre o passado e o presente. Para fundamen- tar essa atividade, leia o artigo sugerido e converse com os estudantes antes de propor a atividade. Disponível em: ht- tps://tedit.net/vdJQCz. Veja, também, uma charge de compra de votos ho- je, disponível em: https://tedit.ne- t/2aZvKd. Acessos em: 17 jul. 2021. Atividade 2 Auxilie os estudantes na leitura e interpretação do artigo de lei, esclare- cendo os termos desconhecidos. Para a realização desta atividade, eles deve- rão compreender a redação dessa lei e fazer uma análise crítica de sua aplica- bilidade de acordo com seus conheci- mentos prévios e suas opiniões a respeito do sistema eleitoral atual. Es- pera-se que a turma note que, ainda que atualmente as eleições sejam livres e democráticas, isso não significa que estejamos isentos de problemas de corrupção. Ao trabalhar os itens c, d e e, apro- veite para conversar sobre a importân- cia da ética na convivência entre as pessoas no espaço público e privado. Será que vale tudo para se conseguir o que se quer? O respeito ao outro e as regras do jogo são indispensáveis para o exercício da cidadania. Mesmo que se queira muito ganhar, é preciso saber perder e entender que isso faz parte do jogo democrático. Antes de propor essa atividade, apre- sente a animação Por dentro do voto eletrônico promovida pela Justiça Elei- toral. Disponível em: https://tedit.net/ x7jbAo. Acesso em: 17 jul. 2021. A atividade favorece o desenvolvi- mento da compreensão de textos e da produção de escrita. 139 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1395_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 139 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. O Brasil no início da República Que tipo de mudanças você acha que ocorreu no Brasil após a Proclamação da República? No início da República, o Brasil ainda era um país predominantemente rural. A maioria da população vivia e trabalhava no campo. Havia poucas indústrias e as cidades estavam começando a se desenvolver. A chegada dos imigrantes O fim do trabalho escravo no Brasil resultou na mudança do perfil dos trabalha- dores das lavouras, principalmente nas grandes fazendas de café, na época a prin- cipal riqueza do país. Nesse período, chegaram ao país muitos imigrantes vindos da Europa e da Ásia. Experiências com trabalhadores imigrantes já aconteciam em menor escala desde as primeiras décadas do século XIX, sobretudo no sudeste e no sul do país. Muitas dessas tentativas não deram certo porque se esperava que os próprios imigrantes custeassem as despesas da viagem e a instalação nas fazendas e colônias. A partir de 1887, o governo mudou de estratégia e passou a financiar o transporte e a instalação desses imigrantes nas grandes propriedades rurais. Entre os anos de 1887 e 1914, chegaram ao Brasil quase 3 milhões de estran- geiros. A maioria deles era composta de italianos, portugueses e espanhóis. Mas vieram também imigrantes de outras partes do mundo, como os alemães e os japoneses. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. Família de imigrantes japoneses em plantação de melancia, provavelmente na década de 1930. M u s e u H is tó ri c o R e g io n a l S a b u ro Y a m a n a k a , B a s to s , S P. 100 Orientações didáticas Para introduzir os temas abordados nesse tópico, avalie a possibilidade de assistir com os estudantes a um vídeo sobre as mudanças no Rio de Janeiro e a questão social no início da Repú- blica. O documentário educativo Questão social: Caso de polícia, da série 500 anos: O Brasil República na TV, foi produzido pela TV Escola, do Minis- tério da Educação, e está disponível em: https://ijp.short.gy/x96fJi. Acesso em: 13 ago. 2021. Em seguida, converse com os es- tudantes sobre a questão inicial pro- posta nesta página e permita que imaginem quais transformações po- dem ter ocorrido após a Proclamação da República. O vídeo sugerido acima e a fotografia reproduzida nesta pá- gina podem ajudar nessa reflexão. O tema da imigração é abordado no contexto da crise de mão de obra na lavoura, agravada com a abolição da escravatura, e da urbanização das cidades. A vinda de milhões de imi- grantes principalmente da Europa foi a solução encontrada para prover mão de obra para as fazendas de café logo após o fim do trabalho es- cravo. Além da questão produtiva, tal contingente populacional era conveniente aos interesses da elite política, que pretendia “embranque- cer” a população brasileira. Nesse contexto, proliferaram ideias sobre o “perigo amarelo”, representado pelos imigrantes de origem asiática, sobre quem recaía um estereótipo de in- ferioridade étnica. Ao abordar esse tema, reforce a importância da luta contra qualquer forma de racismo e discriminação, mobilizando a CECH1, a CECH4, a CEH4 e o tema contem- porâneo transversal Educação em Direitos Humanos. Chame a atenção para a citação do historiador Boris Fausto, na página seguinte. Os imigrantes que se torna- vam trabalhadores agrícolas nas pro- priedades rurais eram comumente submetidos a maus-tratos e a condi- ções de trabalho muito duras. A rea- lidade vivida por eles demonstra as marcas profundas que os séculos de escravidão deixaram na sociedade brasileira. Diante das condições no campo, mui- tos imigrantes, atraídos pelas ofertas de empre- go nas indústrias que cresciam nas cidades, acabaram fixando-se em centros urbanos, em busca de melhor qualidade de vida. 140 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1405_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 140 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM A maior parte desses imigrantes trabalhava nas fazendas de café, no estado de São Paulo. Eles recebiam baixos salários e enfrentavam condições de vida difíceis e precárias. Leia o trecho a seguir, do historiador Boris Fausto. Nos primeiros anos da imigração em massa, os imigrantes foram submetidos a uma dura existência, resultante das condições gerais de tratamento dos trabalhado- res no país, onde eles quase equivaliam aos escravos. FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012. p. 158. Descontentes com essa situação, muitos imigrantes abandonavam as fazendas e iam para as cidades, onde passavam a trabalhar como artesãos ou como operá- rios em fábricas ou, então, abriam pequenos negócios. Na cidade, as expectativas de uma vida melhor e até mesmo de enriquecer eram maiores do que no campo. Solidariedade aos imigrantes Como você viu, com a abolição do trabalho escravo no Brasil, uma grande quantidade de imigrantes chegou ao país para trabalhar nas fazendas de café. Esses imigrantes enfrentaram duras condições de vida e de trabalho, pois muitas vezes eram tratados pelos donos das fazendas como escravos. O que leva pessoas a deixar a terra natal e a se aventurarem em outro país, muitas vezes sem conhecer a língua falada e os costumes da população? As pessoas podem deixar seu país por diversas razões: crise econômica, falta de emprego, guerras, perseguição em virtude de crença, religião ou etnia, etc. O governo e a população do país que acolhe os imigrantes devem recebê-los bem, ajudando-os a se integrarem à nova sociedade. • Observem o gráfico acima e vejam a quantidade de imigrantes que chegou ao Brasil entre 2006 e 2015. Em seguida, reflitam: O que podemos fazer para acolher melhor os imigrantes que chegam ao país? Com a mediação do professor, pesquisem o assunto e registrem as informações em um cartaz. Resposta pessoal. Leia as orientações para a ativi- dadeneste Manual do Professor. FALANDO SOBRE... Brasil: número de imigrantes – 2006-2015 2006 Ano Nœmero de imigrantes 45 124 2007 39 679 2008 40 128 2009 87 987 2010 54 876 2011 74 943 2012 99 038 2013 107 989 2014 119 431 2015 117 745 0 50 mil 100 mil 150 mil VELASCO, Clara; MANTOVANI, Flávia. Em 10 anos, número de imigrantes aumenta 160% no Brasil, diz PF. G1, 25 jun. 2016. Disponível em: https://tedit.net/l6cw5z. Acesso em: 7 fev. 2021. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Não escreva no livro. 101 Orientações didáticas Falando sobre... Esta seção permite aos estudantes refletir sobre a realidade dos desloca- mentos humanos na atualidade, bem como desenvolver atitudes positivas em relação à diversidade cultural en- tre os povos e valorizar costumes e crenças diferentes dos seus, mobili- zando a CECH4. O gráfico deve con- tribuir para que o estudante perceba que parte da nossa identidade foi e ainda é composta pela cultura trazida pelos imigrantes e também propicia o desenvolvimento da numeracia. Solicite aos estudantes a leitura do texto desta seção e direcione a per- gunta do segundo parágrafo a eles: O que leva pessoas a deixar a sua ter- ra e se aventurar em outro país, mui- tas vezes sem sequer conhecer a língua falada e os costumes da sua população? É importante estimulá- -los a perceber o outro com respeito e empatia, colocando-se na situação dos imigrantes, nesse caso. Solicite, então, que tomem decisões como se fossem os próprios imigrantes, diante das dificuldades que estes, de fato, viveram ou ainda vivem. A atividade proposta ao final desta seção pretende estimular uma discus- são sobre o acolhimento de imigran- tes e aprofundar o entendimento de conceitos e questões essenciais para a formação do futuro cidadão. Uma possibilidade de fonte de informa- ções para a realização do cartaz é o site do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante, disponível em: https://ijp.short.gy/jqhQ59. Aces- so em: 13 ago. 2021. Para tornar mais próxima e concreta a experiência dos refugiados no Brasil, sugerimos que os estu- dantes escutem o depoimento de crianças refugiadas acolhidas no Brasil. O podcast produzido pela ACNUR (Agência de refugiados da ONU) apresenta dados, análise de especialistas e depoimentos de crianças do Congo, da Síria e da Venezuela. Refúgio em Pauta: episódio 03: Crianças refugiadas no Brasil. Disponível em: https://ijp.short.gy/hIH09g. Acesso em: 13 ago. 2021. Ao ouvir esses depoimentos, os estudantes devem perceber muitos pontos de contato entre a vida das crianças refugiadas e a suas próprias, contribuindo para desenvolver a escuta e o sentimento de empatia. Converse com os estudantes sobre a questão do que é acolhimento e deixe que eles expressem seus sentimentos e ideias com relação a essa experiência. Atividade complementar 141 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1415_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 141 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. A transformação das cidades Apesar de não ter conseguido garantir cidadania à maioria da população, o governo republicano se preocupava em passar uma imagem de progresso e mo- dernidade. Essa intenção se reflete até mesmo no lema inscrito na nova bandeira nacional: “Ordem e Progresso”. Uma das iniciativas do novo governo foi a transformação das cidades, que de- veriam se tornar mais modernas, belas e higiênicas. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, construções antigas e ruelas estreitas foram demolidas para dar lugar a prédios públicos, casarões e largas avenidas. A população mais pobre, que vivia nos cortiços, foi expulsa do centro das cidades e acabou tendo que morar nos bairros da periferia. Mais tarde, esse processo levaria à formação de fave- las e outras formas de habitação precária que ainda fazem parte da paisagem das cidades brasileiras. Outra iniciativa do governo foi tomar algumas medidas para higienizar as cidades. No início da República, os habitantes das grandes cidades sofriam com constantes epidemias, como a febre amarela, a varíola, o tifo e a malária. Para prevenir essas epidemias, o governo promoveu a pesquisa de vacinas que com- batessem essas moléstias. Em outubro de 1904, para combater a varíola no Rio de Janeiro, o governo determinou a vacinação obrigatória da população. Embora a medida fosse positi- va e necessária, ela foi aplicada de maneira autoritária. Os funcionários invadiam a casa das pessoas e as vacinavam à força, sem que elas compreendessem para que servia a vacina. Diante do crescimento desordenado do Rio de Janeiro e do sonho das autoridades de tornar a capital do país semelhante às cidades europeias, foi iniciado um plano de reforma urbana que desalojou a população mais pobre, expulsando-a para a periferia. Ao lado, prédios em construção, entre eles o Museu Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional. Foto de 1903. cortiço: habitação coletiva da população mais pobre de uma cidade. A u g u s to M a lt a /A c e rv o B ib lio te c a N a c io n a l, R io d e J a n e ir o , R J . 102 Orientações didáticas As cidades brasileiras foram moder- nizadas a partir de um processo de re- formas que alterou profundamente a paisagem urbana, remodelando-a ao estilo das capitais europeias. O momen- to também propiciou uma diversifica- ção no tecido social, proporcionando o surgimento de uma classe média sequiosa de consumir as novidades vindas da Europa, como o carro, a má- quina de escrever, o cinema, entre outras. A abordagem proposta neste ca- pítulo destaca o lado negativo desse processo de modernização. Com ba- se no texto, os estudantes poderão compreender que a população pobre das cidades e do campo não foi con- templada nos planos de progresso do governo republicano. Nas cidades, as famílias com baixas condições so- cioeconômicas foram expulsas para as periferias ou para os morros, como ainda acontece nos grandes centros urbanos brasileiros. Esse movimento ambíguo de modernização e expul- são pode ser trabalhado inicialmente a partir da análise da fotografia pre- sente nesta página, em que se veem prédios sendo demolidos para dar lugar a uma avenida mais espaçosa. Após a leitura do texto e da ima- gem, comente com os estudantes que a urbanização foi impulsionada pelas mudanças econômicas, sociais e políticas do início do período re- publicano. Além da chegada ao país de diversas inovações tecnológicas, houve investimentos na moderniza- ção da infraestrutura urbana e no embelezamento das cidades, a fim de torná-las agradáveis para sua eli- te. Proponha então uma reflexão sobre o lugar da população pobre nessas cidades modernas. Espera-se que os estudantes notem que essas pessoas não tinham lugar, pois, com a justificativa de combater os focos de insalubridade, responsáveis por epidemias que assolavam as cidades, muitas casas e cortiços do centro do Rio de Janeiro foram destruídos, e seus moradores, removidos para áreas mais distantes da cidade. O texto a seguir, do historiador José Murilo de Carvalho, elucida o caráter cidadão da Revolta da Vacina: A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de movimento popular de êxito baseado na defesa do direito dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo. Mesmo que a vitória não tenha sido traduzida em mudanças políticas imediatas além da interrupção da vacinação, ela certamente deixou entre os que dela participaram um sentimento profundo de orgulho e autoestima, passo importante na formação da cidadania. CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 138. Para saber mais 142 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd1425_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 142 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM Rebelião na cidade Revoltadas com essa atitude autoritária do poder público, as pessoas tomaram as ruas da cidade e protestaram durante várias semanas. Muitas pessoas foram pre- sas e houve mortos e feridos. Esse acontecimento ficou conhecido como Revolta da Vacina. 1. Observe a charge e responda às questões no caderno. Charge de Leônidas Freire sobre a Revolta da Vacina, publicada na revista O Malho de 29 de outubro de 1904. L e ô n id a s F re ir e /F u n d a ç ã o B ib lio te c a N a c io n a l, R io d e J a n e ir o , R J . Fonte: SCHWARCZ, Lilia M. (coord.). A abertura para o mundo. Rio de Janeiro: Objetiva: Fundación Mapfre, 2012. p. 43. (História do Brasil Nação: 1808-2010, 3). a) Quais elementos da charge indicam que está havendo um confronto? b) Compare a Revolta da Vacina com a campanha de vacinação contra o corona- vírus em 2021. Quais são as semelhanças e as diferenças entre elas? 2. Observe o gráfico e faça o que se pede. • Na virada para o séculoã XX, o Brasil mantinha sua tradição de país agríco- la. Justifique essa afirmativa no cader- no com base nos dados do gráfico ao lado. Resposta pessoal. Espera-se que o estudante exercite a habilidade de comparação entre dois contextos distintos. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. 1. a) A organização das pessoas em dois grupos distintos avançando um contra o outro com objetos que podem ser utilizados como armas, além dos objetos atirados pela população em direção aos agentes de saúde. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Brasil: pessoas ocupadas – 1920 Indústria 1,2 milhão Serviços 1,5 milhão 69,7% 13,8% 16,5% Agricultura 6,3 milhões Pessoas em atividade: 9 milhões Não escreva no livro. 103 Orientações didáticas Chame a atenção dos estudantes para a reação das camadas mais po- bres da população diante do processo de modernização das cidades. O ca- ráter autoritário das medidas gover- namentais causou descontentamento em diversos setores da sociedade e provocou protestos que culminaram em uma rebelião popular, conhecida como a Revolta da Vacina. Atividade 1 Solicite aos estudantes que identi- fiquem os grupos rivais na charge de Leônidas, destacando os elementos da imagem que simbolizam os agentes públicos e a população. No item b, espera-se que os estudantes reconhe- çam que atualmente há uma preocu- pação em informar a população, por diferentes meios de comunicação, sobre os efeitos e a importância da vacina. Com a chegada da pandemia do coronavírus em 2020-2021, hou- ve muita polêmica envolvendo as vacinas, tema recorrente na impren- sa durante todo esse período. É im- portante chamar a atenção para a questão da desinformação e das fakenews propagadas, sobretudo, nas redes sociais. Para aprofundar esse tema, consulte o site Educamí- dia: https://tedit.net/9U9aZw. Aces- so em: 1 jul. 2021. Nele, há diversos materiais, inclusive planos de aula, para desenvolver esse tema. Atividade 2 Em 1920, a proporção de pessoas ocupadas na agricultura era de 69,7% (6,3 milhões). É importante que os es- tudantes compreendam essa porcen- tagem. Se necessário, explique a eles que a cada 100 pessoas, aproximada- mente 70 dedicavam-se à agricultura. Esse dado justifica a afirmativa apre- sentada nesta atividade. Esta atividade contribui para o de- senvolvimento da numeracia. 143 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1435_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 143 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. LER O MUNDO: HISTÓRIA VIVA Cidadania em ação: projeto de lei Para a convivência em comunidade, são necessárias regras ou leis. Elas garantem o funcionamento de di- versos setores importantes para todos, como educação, saúde, transporte, segurança, entre outros. Quem elabo- ra e aprova as leis é o Poder Legislativo. Na esfera fede- ral, esse poder é representado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, que, juntos, formam o Congresso Nacional, localizado em Brasília, capital do país. Antes de ser aprovada pelo Congresso Nacional, uma lei é chamada de pro- jeto. Ou seja, é uma ideia que pode ou não ser transformada em lei no futuro. A aprovação de um projeto de lei depende de sua aceitação pelos representantes eleitos pela população. Todos os projetos de lei apresentados precisam estar de acordo com a Constituição federal, a lei máxi- ma do país. Qualquer cidadão pode propor um projeto de lei. Veja no esquema a seguir o caminho que um projeto de lei percorre até ser aprovado e transformado em lei no Brasil. Congresso Nacional, em Brasília (DF). Foto de 2020. Por fim, a nova lei é publicada no Diário Oficial para que todos fiquem sabendo que, a partir daquela data, a lei entra em vigor. 7 Cidadão ou deputado propõe novo projeto de lei. 1 Presidente da Câmara encaminha o projeto para ser analisado por uma comissão. Exemplo: se o projeto trata de educação, segue para a Comissão de Educação e Cultura. 2 Na comissão, é escolhido um relator que estuda o projeto e pode propor emendas (ajustes) a ele. O relator deve apresentar o projeto aos colegas deputados. 3 O presidente da Câmara determina se o projeto deve passar pelo plenário, onde será discutido e votado por todos os deputados que representam os brasileiros. 4 Se não for aprovado, o projeto de lei é arquivado. Se for aprovado, o projeto vai para o Senado, a outra casa do Legislativo, e segue um caminho semelhante. 5Se aprovado também no Senado, o projeto de lei segue para a sanção do presidente da República, que pode aprovar a lei com ou sem emendas (ajustes). 6 Aprovação de uma nova lei iS to ck p h o to /G e tt y I m a g e s esfera: nesse contexto, âmbito; campo ou espaço compreendido dentro de determinados limites. Texto elaborado pelos autores. T h a le s S a n to s /S h u tt e rs to ck Não escreva no livro. 104 Orientações didáticas Ler o mundo: História viva O objetivo desta seção é possibili- tar ao estudante o conhecimento do funcionamento do Poder Legislativo a partir de uma explicação clara e acessível sobre como são elaboradas e aprovadas as leis. O tema faz parte da educação para a cidadania, uma vez que busca desmistificar o funcio- namento do poder político, tornan- do-o mais próximo do universo infantil. Espera-se que, com esta ati- vidade e outras propostas nesta co- leção, os estudantes percebam que os temas relativos à cidadania são de interesse de todos. Antes da realização das atividades, proponha aos estudantes que assis- tam ao vídeo sobre como se faz uma lei, no canal do Plenarinho, disponível em: https://tedit.net/wULvV5. Aces- so em: 4 jun. 2021. Após a exibição do vídeo em sala de aula, promova uma conversa entre os estudantes para que exponham o que entende- ram dele. 144 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1445_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 144 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM 1. Leia, a seguir, o texto sobre um projeto de lei elaborado por uma estudante do Ensino Médio em 2017. Desde 2004, a Câmara dos Deputados seleciona anualmente 78 estudantes de Ensino Médio para fazer parte do Parlamento Jovem Brasileiro. Os estudan- tes selecionados vão a Brasília e vivenciam a rotina de um deputado federal por uma semana. Eles têm a chance de propor projetos e desenvolver habili- dades importantes como a argumentação e o respeito às opiniões diferentes. Alguns projetos dos estudantes já foram adotados por deputados e viraram lei. A estudante Catarina Dias de Oliveira propôs, em 2017, que as escolas públicas ofereçam exames simulados semelhantes ao Enem (ExameNacional do Ensino Médio). Tirar uma boa nota no Enem possibilita que os estudantes ingressem na universidade. Catarina afirmou que seu projeto é “uma maneira de igualar um pouco a situação de escolas particulares e públicas na preparação para o Enem”. Seu projeto foi adotado por um deputado e levado para tramitação na Câmara. Texto elaborado pelos autores com base em: https://tedit.net/rfDEJG. Acesso em: 2 jan. 2021. a) Qual é o tema do projeto de lei elaborado por Catarina? b) Qual é a importância do projeto de Catarina para os estudantes de escolas pú- blicas que estão no Ensino Médio? c) Pense em um projeto que possa melhorar a vida dos estudantes do Ensino Fundamental. Dê um título ao projeto, descreva seu objetivo em uma frase e justifique a sua importância. 2. Vamos encenar a aprovação de um projeto de lei? Sigam o roteiro. • Escolham quem interpretará os seguintes papéis na encenação: o cidadão ou o deputado que apresentará o projeto de lei; os integrantes da comissão que analisará o projeto; o relator da comissão que pode propor emendas ao projeto de lei; e os deputados que vão votar para aprovar ou reprovar o projeto. • Escolham um tema para o projeto de lei e escrevam os diálogos. Elaborem uma conversa que envolva todos os participantes com argumentos contra e a fa- vor do projeto. Essa conversa deve chegar a uma conclusão: o projeto de lei será ou não aprovado? • Ensaiem os diálogos e con- videm colegas de outras tur- mas para a apresentação. Que as escolas públicas ofereçam exames simulados semelhantes ao Enem. Resposta pessoal. Leia as orientações para a atividade neste Manual do Professor. Leia orientações para a atividade neste Manual do Professor. F o x y Im a g e /S h u tt e rs to ck b) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante compreenda que o projeto de Catarina, de acordo com o texto, tem a intenção de “igualar um pouco a situação de escolas particulares e públicas na preparação para o Enem”. 105 Orientações didáticas Atividade 1 Os itens a e b contribuem para os processos de analisar e avaliar con- teúdo e elementos textuais, favore- cendo a compreensão de textos. O texto dessa atividade pode ser lido em voz alta por um ou mais estudan- tes, visando a fluência em leitura oral. Ele também favorece a produ- ção de escrita e o desenvolvimen- to de vocabulário. No caso do item c, converse sobre a questão da educação em seu mu- nicípio ou região e levante alguns temas apontados coletivamente pe- los estudantes. Auxilie os estudantes na tarefa de refletir sobre algum pro- blema que tenham observado no cotidiano escolar e, assim, serem ca- pazes de formular sucintamente esse problema e dar uma razão para sua relevância. Atividade 2 Para organizar esta atividade, orga- nize uma votação para que a turma escolha uma das sugestões levanta- das na atividade anterior, que será o objeto desse projeto de lei. Depois de escolhido o tema, oriente uma pesquisa sobre ele e organize um dossiê com informações variadas, re- colhidas de jornais, revistas, livros e sites. Com base nesse dossiê, auxilie os estu- dantes a redigir o projeto de lei. Nessa etapa da atividade, se possível, leia com a turma um projeto de lei na íntegra, elaborado por Richard Santos de Oli- veira, um estudante de 12 anos, dispo- nível em: https://tedit.net/Rl3WoW. Acesso em: 4 jun. 2021. Em seguida, oriente os estudantes na encenação das etapas de aprova- ção de um projeto de lei. A atividade contempla conheci- mentos de alfabetização e literacia ao promover os processos de pesquisar, localizar e retirar informação explícita de texto e imagens de meio impresso ou digital. Essa atividade também incentiva o desenvolvimento da pro- dução de escrita e da competência em tecnologia, além de favorecer a escuta e a fluência em leitura oral. Se possível, organize uma visita da turma a uma sessão da Câmara Municipal da cidade em que vivem. Com essa visita, os estudantes poderão refletir se a encenação feita por eles é parecida ou não com o trabalho de seus re- presentantes. Atividade complementar 145 5_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 1455_Vem_Voar_Historia_g23At_132a173_U03_MP.indd 145 8/17/21 12:58 PM8/17/21 12:58 PM