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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Anatomia macroscópica e funcional .................. 4
3. Funcionamento das vias ......................................... 9
4. Considerações clínicas .........................................15
Referências bibliográficas ........................................21
3NÚCLEOS DA BASE
1. INTRODUÇÃO
Os núcleos da base (NB) são mas-
sas de substância cinzenta situadas 
na base do telencéfalo. Tais estruturas 
são: claustrum, amígdala, núcleo cau-
dado, putâmen e globo pálido. Tam-
bém podem ser incluídas mais duas 
estruturas: o núcleo basal de Meynert, 
o núcleo accumbens, a substância 
negra e o núcleo subtalâmico.
São estruturas predominantemente 
motoras, mas também estão envolvi-
das com várias funções não motoras, 
relacionadas a processos cognitivos, 
emocionais e motivacionais. Entre-
tanto, por muito tempo acreditou-se 
que os núcleos da base teriam so-
mente funções motoras e pertence-
riam ao chamado sistema extrapira-
midal, o qual que seria a oposição ao 
sistema piramidal. 
Esse termo, sistema extrapiramidal, 
é classicamente utilizado para carac-
terizar um grupo de estruturas anatô-
micas, principalmente os núcleos da 
base, que estariam relacionadas com 
o controle motor e, quando disfuncio-
nais, provocariam distúrbios dos mo-
vimentos. Então, a motricidade seria 
executada por dois sistemas descen-
dentes eferentes: o sistema piramidal, 
cujas fibras do trato corticoespinhal 
(responsável pelo movimento volun-
tário) que passam pelas pirâmides 
bulbares, e o sistema extrapiramidal, 
cujas fibras não passam por essas 
estruturas (fazem parte da modula-
ção e coordenação do movimento). 
Entretanto, sabe-se que o planeja-
mento motor, controle motor e a exe-
cução do movimento englobam uma 
série de estruturas, que funcionam de 
maneira paralela, mas, também, de 
forma interligada, incluindo o córtex 
pré-motor, a área motora suplemen-
tar, o córtex motor, os gânglios da 
base, o cerebelo, o tronco encefálico 
e a medula espinal. Portanto, apesar 
de ainda ser usual, do ponto de vista 
funcional, a terminologia de sistema 
extrapiramidal é ultrapassada. 
SAIBA MAIS!
As lesões nos núcleos da base podem produzir dois tipos de síndromes clínicas: as hipercine-
sias e as hipocinesias. As hipercinesias são condições clínicas que cursam com movimentos 
involuntários anormais como a coreia, balismo, tremor, tique, distonia e mioclonia. A hipocine-
sia é caracterizada pela redução global e involuntária dos movimentos com diferentes apre-
sentações, como a bradicinesia (lentidão ao executar os movimentos), acinesia (dificuldade 
para iniciar os movimentos) e diminuição dos movimentos espontâneos e automáticos do 
corpo.
4NÚCLEOS DA BASE
2. ANATOMIA 
MACROSCÓPICA E 
FUNCIONAL
Os núcleos da base são um grupo de 
núcleos subcorticais localizado, em 
sua maioria, no nível do telencéfa-
lo. Os componentes dos núcleos da 
base são as seguintes estruturas:
1. Do telencéfalo: núcleo caudado, 
putamen, globo pálido e núcleo 
accumbens;
2. Do mesencéfalo: substância ne-
gra (partes compacta e reticular)
3. Do diencéfalo: núcleo subtalâmico.
Como estruturas correlatas dos NB, te-
mos ainda: a área tegmentar ventral, 
núcleo pedúnculo-pontino, e os nú-
cleos da rafe dorsal e as habênulas. 
SE LIGA! Na prática, entende-se por 
núcleos da base o conjunto de núcle-
os motores subcorticais composto por: 
núcleo caudado, putamen, globo pálido, 
núcleo subtalâmico e substância negra. 
Os núcleos da base modulam o os mo-
vimentos, participando nos processos 
de planejamento e controle dos movi-
mentos, e também atuam em processos 
cognitivos, emocionais e motivacionais. 
Algumas dessas estruturas compõe o 
núcleo estriado e o núcleo lenticular. O 
núcleo estriado compreende o núcleo 
caudado, o putâmen e o núcleo accum-
bens, que são núcleos com estrutura 
histológica e anatômica muito seme-
lhantes. Já o núcleo lentiforme compre-
ende o putamen e o globo pálido, que 
são núcleos funcionalmente semelhan-
tes, como veremos a mais à frente.
Figura 1. Imagem figurativa do Núcleo caudado (verde).
Fonte: www.kenhub.com.
INSERIR FIGURA 2 – SLIDE 2
5NÚCLEOS DA BASE
Figura 2. Secção horizontal dos núcleos da base.
Fonte: Atlas de anatomia humana, Frank Netter 5ª edição.
Tálamo
Cabeça do núcleo caudado
Putâmen do núcleo lentiforme
Globo pálido do 
núcleo lentiforme
Cauda do núcleo caudado
SAIBA MAIS!
Disfunções do núcleo da base estão relacionadas à fisiopatologia de algumas doenças neu-
ropsiquiátricas como, por exemplo, o transtorno obsessivo compulsivo e a síndrome de Tou-
rette, e com a fisiopatologia de distúrbios motores como, por exemplo, a Doença de Parkinson 
e a Doença de Huntington.
Tálamo Globo pálido do núcleo lentiforme
Putâmen do núcleo lentiforme
Corpo do núcleo caudado
Cauda do núcleo caudado
Figura 3. Secção frontal dos 
núcleos da base.
Fonte: Atlas de anatomia hu-
mana, Frank Netter 5ª edição.
6NÚCLEOS DA BASE
Núcleo caudado 
O núcleo caudado é uma estrutura 
de substância cinzenta do telencéfalo 
localizada ao lado da parede lateral 
dos ventrículos laterais. É a estrutura 
mais alongada ântero-posteriormen-
te, que se inicia na região profunda do 
lobo frontal e vai até a região poste-
rior do lobo temporal. É uma grande 
estrutura com muitas funções. 
Compõe-se de cabeça, corpo e cauda. 
A cabeça é o segmento mais anterior e 
faz uma elevação para dentro do corno 
anterior do ventrículo lateral. Segue-se 
o corpo do núcleo caudado, que está 
situado no assoalho da parte central 
do ventrículo lateral. A cauda do núcleo 
caudado é longa, delgada e fortemen-
te arqueada e segue até a extremidade 
anterior do corno inferior do ventrículo 
lateral. A cabeça do núcleo caudado 
está fundida com a parte anterior do 
putâmen (por isso, em conjunto, são 
chamados de núcleo estriado, com fun-
ções relacionadas à motricidade). 
Figura 4. Imagem figurativa do Núcleo caudado (verde).
Fonte: www.kenhub.com.
Putâmen 
Um pouco mais abaixo e posterior 
do núcleo caudado está o putâmen. 
É o maior componente dos núcleos 
da base e também é o núcleo mais 
lateral. O putâmen relaciona-se la-
teralmente com a cápsula externa e 
medialmente com a lâmina medular 
lateral do globo pálido, que contém 
axônios que separam o putâmen do 
segmento externo do globo pálido. 
A principal função do putâmen é a 
de regular os movimentos amplos 
(grosseiros) e influenciam diversos 
tipos de aprendizagem, especialmen-
te ao condicionamento. 
Juntamente com o globo pálido, o 
putâmen forma o núcleo lentiforme 
(em azul na figura 3), com tamanho 
e formato semelhante a uma casta-
nha-do-pará e que se relaciona me-
dialmente com a cápsula interna. E 
como já foi mencionado anteriormen-
te, o núcleo estriado compreende 
o núcleo caudado e o putâmen. O 
núcleo estriado desempenha um pa-
pel significativo em várias funções 
cerebrais, incluindo controle e apren-
dizado motor, linguagem, recompen-
sa, funcionamento cognitivo e depen-
dência pelas vias neurais funcionais 
cortico-estriato-talamocortical. 
O núcleo estriado é formado pelos 
neurônios espinhosos (neurônios 
com dendritos coberto com espi-
nhos) e não espinhosos. A maior par-
te dos neurônios do putâmen é do 
7NÚCLEOS DA BASE
tipo espinhoso, que são gabaérgicos, 
contendo o neurotransmissor ácido 
gama-aminobutírico (GABA). 
Globo pálido 
Um dos constituintes do núcleo len-
tiforme, o globo pálido é a estrutura 
de menor tamanho e mais medial 
desse núcleo. O globo pálido está 
adjacente ao putâmen. É dividido em 
dois segmentos pela lâmina medular 
medial: segmentos medial e lateral. 
Apresenta mais uma divisão no seg-
mento medial, sendo dividido pela 
lâmina medular acessória em duas 
porções: uma mais medial (globo pá-
lido interno – GPi) e outra mais lateral 
(globo pálido externo – GPe). Existem 
muitas fibras ligando o núcleo cauda-
do e o putâmen ao globo pálido. Es-
sas fibras ao convergir para o globo 
pálido lhe dãocor mais pálida em pre-
parações não coradas por conta das 
fibras mielínicas que o atravessam. O 
globo pálido tem função essencial-
mente motora.
Fenda para a cápsula interna
Corpo do núcleo caudado
Cabeça do núcleo caudado Tálamo
Núcleo lentiforme
(globo pálido medialmente ao putâmen)
Corpo amigdalóide
Cauda do núcleo caudado
Corpo geniculado lateral
Corpo geniculado medial
Pulvinar
Figura 5. Inter-relação do tálamo, núcleo lentiforme, núcleo caudado e corpo caudado e corpo amigdalóide.
Fonte: Atlas de anatomia humana, Frank Netter 5ª edição.
8NÚCLEOS DA BASE
Substância negra
A substância negra é uma estrutura 
que possui coloração escura devido 
a existência de melanina em seus 
neurônios. Está localizada no mesen-
céfalo, entre o tegmento e a base do e 
pedúnculo, que compõe o pedúnculo 
cerebral. Apesar de estar localizada 
no tronco encefálico, a substância ne-
gra tem um contato direto e constan-
te com os núcleos da base. 
É a maior estrutura nuclear mesence-
fálica e é dividida em duas partes: a 
pars compacta e a pars reticulata. A 
pars compacta é a região mais dorsal, 
com neurônios contendo dopamina 
que fazem conexões eferentes com o 
corpo estriado, e está envolvida com o 
controle dos movimentos. Também faz 
conexões com a amígdala (relacionada 
com emoções e motivação) e a forma-
ção reticular (relacionada com a vigília). 
A pars reticulata recebe projeções afe-
rentes do corpo estriado através das 
fibras estriatonigrais, e o principal neu-
rotransmissor envolvido é o GABA. 
Veja essas conexões na figura 4.
Núcleo subtalâmico
Como o próprio nome in-
dica, o núcleo subtalâmico 
localiza-se ventralmente 
ao tálamo e está no nível 
do diencéfalo. Possui uma 
relação lateral com a cáp-
sula interna e medial com 
o hipotálamo. É um núcleo 
organizado com áreas rela-
cionadas com os membros 
superiores e inferiores, e 
possui conexões comple-
xas. Recebe fibras aferen-
tes do globo pálido externo 
e do córtex motor, e envia 
fibras eferentes para o glo-
bo pálido interno e exter-
no. Os neurônios do núcleo 
subtalâmico são glutama-
térgicos (neurotransmis-
sor excitatório) e exerce 
excitação sobre o globo 
CONEXÕES DA SUBSTÂNCIA NEGRA (SN)
Putamen
Globo pálido
SN - Pars compacta
SN - Pars reticulata
Núcleo pedunculopontino
Fibra estriatonigral
Fibra 
nigroestriatal
Tálamo
Colículo superior
Figura 6. Conexões da substância negra.
Fonte: https://bit.ly/2FgJUAj
9NÚCLEOS DA BASE
pálido e a substância negra. É uma 
peça-chave de entrada dos circuitos 
dos núcleos da base. 
HORA DA REVISÃO!
O glutamato é o principal neurotrans-
missor de sinapses excitatórias no 
SNC. Ele é o precursor do GABA. Ape-
sar de ser muito importante, o glutama-
to é uma neurotoxina potente, portanto, 
suas concentrações devem ser limitadas 
para permitir uma sinapse normal e tam-
bém evitar a morte celular.
Dominar as características dos neuro-
transmissores é muito importante para 
entender não só o funcionamento das 
vias dos núcleos da base, mas de todo o 
sistema nervoso! 
Vários aminoácidos atuam como neuro-
transmissores. Os três mais importantes 
são o glutamato, a glicina e o GABA. Os 
aminoácidos são os principais neuro-
transmissores que atuam nos núcleos da 
base. O GABA atua como neurotrans-
missores inibitórios do SNC. Como cita-
do, ele é produzido a partir do glutamato 
pela enzima ácido glutâmico descarbo-
xilase, específica de neurônios gabaér-
gicos. As regiões com maior predomínio 
de GABA são os núcleos da base, as cé-
lulas de purkinje do córtex cerebelar. A 
glicina também é um neurotransmissor 
inibitório com uma atividade mais espe-
cífica, e atua restritamente na medula. 
A dopamina é uma amina biogênica. 
Junto com a norepinefrina e epinefrina, 
compõe o grupo das catecolaminas, que 
são biossintetizadas a partir do aminoá-
cido tirosina. A tirosina é convertida em 
L-dopa através da ação tirosina hidro-
xilase. A L-dopa então é convertida em 
dopamina pela dopa-descarboxilase. As 
regiões de origem das fibras dopaminér-
gicas são a pars compacta da substân-
cia negra (e segue até o corpo estriado) 
e a área ventral do tegmento. Tem um 
papel excitatório. 
3. FUNCIONAMENTO 
DAS VIAS
Três tipos de movimento compõe a 
motricidade: respostas reflexas, pa-
drão motor rítmico e movimentos 
voluntários. E também existem três 
níveis do controle motor: medula es-
pinhal, o tronco encefálico e o cór-
tex motor.
A medula espinhal, nível mais baixo 
do controle motor, realiza uma sé-
rie de padrões motores automáticos, 
estereotipados e reflexos. O córtex 
cerebral (pré-motor, área motora su-
plementar e córtex motor primário) é 
o nível mais alto e projeta-se direta-
mente para a medula através do trato 
corticoespinal, e indiretamente atra-
vés dos sistemas motores do tronco 
encefálico pelas vias extrapiramidais. 
Há uma vasta divisão de sistemas 
neuronais e de tratos envolvidos na 
motricidade. No tronco encefálico 
não é diferente: há o sistema medial 
e lateral. O medial está envolvido 
com o controle dos músculos axiais 
e proximais é muito importante para 
o controle postural. Envolve os tra-
tos vestibuloespinal, reticuloespinal 
e tetoespinal. Já o sistema lateral é 
importante para o controle dos mús-
culos distais dos membros e envolve 
o trato rubroespinal. Esses tratos ci-
tados compõem o que se chama de 
vias extrapiramidais. Suas fibras pos-
suem origem neuroanatômica distin-
tas e destinam-se a medula espinal. 
10NÚCLEOS DA BASE
SENSORIMOTOR CÓRTEX MOTOR PUTÂMEN
CÓRTEX PRÉ-
FRONTAL
CÓRTEX MOTOR 
PRIMÁRIO
ÁREA MOTORA 
SUPLEMENTAR
MOVIMENTO
ASSOCIATIVO
CÓRTEX FRONTAL,
PARIETAL,
TEMPORAL
OCCIPITAL
CAUDADO 
DORSAL
CÓRTEX PRÉ-
FRONTAL COGNIÇÃO
LÍMBICO
HIPOCAMPO, 
AMÍGDALA GIRO 
DO CÍNGULO, 
CÓRTEX 
TEMPORAL E 
ÓRBITOFRONTAL
ESTRIADO 
VENTRAL
GIRO DO CÍNGULO 
(ANTERIOR)
CÓRTEX 
ÓRBITO-FRONTAL
EMOÇÃO
AFERÊNCIA NÚCLEO 
ESTRIATAL EFERÊNCIA
FLUXOGRAMA: SUBDIVISÕES FUNCIONAIS DO ESTRIADO 
(SENSORIMOTOR, ASSOCIATIVO E LÍMBICO).
VIAS 
MOTORAS 
EFERENTES
Vias piramidais Vias extrapiramidais
Trato rubroespinhal
Trato retículo espinhal
Trato tetoespinhal
Trato vestibuloespinhal
Trato córtico-espinhal
Trato córtico-nuclear
FLUXOGRAMA: VIAS MOTORAS EFERENTES.
11NÚCLEOS DA BASE
A estimulação cortical sobre os núcle-
os da base ocorre com a atuação dos 
neurotransmissores glutamato e as-
partato, principalmente sobre o cor-
po estriado (região predominada pelo 
GABA) que, ao ser estimulado atuará 
no segmento externo do globo páli-
do, e este exerce uma ação sobre os 
núcleos de saída dos núcleos da base 
(segmento interno do globo pálido e a 
pars reticulata da substância negra). 
Com essa sequência de estimula-
ções, ocorre um efeito de feedback 
exercido pelo tálamo que projeta de 
volta ao córtex do lobo frontal, fe-
chando o circuito. Observe essas re-
lações na figura 5. Assim, os núcle-
os da base recebem aferências do 
córtex e projetam eferências pelo 
meio do tálamo (através do glutama-
to). Este circuito recebe o nome de 
cortiçogângliobasal-talamocortical. 
Figura 7.Sinalização as vias direta e indireta com a topografia.
Fonte: Neuroanatomia aplicada, 3ª edição
Córtex cerebral
Núcleo caudado
Putâmen
Globo pálido
Tálamo
Núcleo subtalâmico
Substância 
negra reticular
Substância negra 
compacta
12NÚCLEOS DA BASE
Os núcleos da base fornecem infor-
mação necessária para planejar e de-
sencadear os movimentos e também 
para organizar os ajustes posturais 
associados a estes movimentos. Para 
essas tarefas, parece que os núcleos 
da base facilitam seletivamente al-
guns movimentos e, paralelamente, 
suprimem outros. 
Esse comportamento dual de exci-
tação e inibição dos núcleos da base 
ocorrem por meio de duas alças mo-
toras conhecidas como vias de saída 
estriatal direta e indireta. São duas 
vias com efeitos antagônicos sobre o 
tálamo, sendo que a via direta excita 
o tálamo e a via indireta o inibe.
Como mencionado anteriormente, o 
circuito motor corticogangliobasal-
-talamocortical se inicianas áreas 
motoras do córtex e projeta-se para 
o putâmen de forma somatotópica 
(para cada região do córtex há uma 
região correspondente no putâmen). 
Ao chegar no putâmen, o circuito mo-
tor se divide nas vias direta e indireta. 
A via direta é formada por neurônios 
de projeções que saem do putâmen 
e chegam até o globo pálido inter-
no (GPi), que contém GABA, e o 
GPi projeta neurônios para os núcle-
os ventral lateral e ventral anterior do 
tálamo. Lembre-se que o putâmen 
é uma região predominantemen-
te gabaérgica e que o GABA é um 
neurotransmissor inibitório. Então, 
perceba o que ocorre: a excitação cor-
tical sobre o putâmen é transformada 
em inibição para o GPi – o córtex ex-
cita o putamen, e este por sua vez ini-
be o GPi; o GPi, região também inibi-
tória, exerce ação sobre o tálamo – o 
GPi ao ser inibido diminui o seu efeito 
inibitório sobre o tálamo. Portanto, o 
produto final da via direta com essa 
dupla ação inibitória é um efeito ex-
citatório do tálamo ao córtex, facili-
tando o início dos movimentos. 
13NÚCLEOS DA BASE
A via indireta é um pouco mais com-
plexa e apresenta efeito oposto ao 
da via direta. Na via indireta ocorre 
a ação do núcleo subtalâmico, que é 
uma estrutura excitatória. A via indire-
ta é formada por neurônios inibitórios 
de projeções do putamen que che-
gam até o globo pálido externo (GPe), 
que também é uma estrutura inibitó-
ria (possui Gaba-encefalina). Perceba 
que raciocínio da via indireta, apesar 
de oposto, é semelhante ao da via 
direta: o GPe projeta fibras e exerce 
efeito sobre o núcleo subtalâmico, 
portanto, ao ser inibido pelo putamen, 
o GPe diminui a utilização do GABA e 
passa a inibir menos o núcleo subtalâ-
mico; o núcleo subtalâmico desinibido 
aumenta sua ação excitatória sobre o 
globo pálido interno e sobre a pars re-
ticulata da substância negra – dessa 
forma, é provocada uma forte ação 
inibitória sobre o tálamo. O tálamo 
mais inibido atua de modo negativo 
sobre o córtex cerebral (lobo frontal) e 
suprime os movimentos. 
VIA DIRETA
CÓRTEX 
MOTOR
Putâmen
+
-
+ Substância negra
Globo pálido interno-
D1
Glutamato
Tálamo
+
GABA
Globo pálido externo
Glutamato
14NÚCLEOS DA BASE
Outro neurotransmissor com papel 
importante no funcionamento do cir-
cuito é a dopamina. Ela pode exercer 
tanto papel excitatório quanto inibitó-
rio. Na via direta ela atua na via nigro-
estriatal (que tem efeito excitatório) 
atuando nos receptores dopaminér-
gicos D1. Na via indireta ela atua com 
efeito inibitório nos neurônios estria-
tais através dos receptores dopami-
nérgicos D2. Então, a dopamina no 
corpo estriado pode maximizar a ação 
da via direta (facilitando os movimen-
tos) mas também pode maximizar a 
via indireta (inibindo os movimentos). 
VIA INDIRETA
CÓRTEX 
MOTOR
Putâmen
+
-
+ Substância negra
Globo pálido interno-
D2
Glutamato
Tálamo
+
GABA
Globo pálido externo
GABA
- Núcleo subtalâmico
Glutamato
SAIBA MAIS!
Sabe-se que existem mais de 5 tipos de receptores de dopamina localizados em diferentes 
regiões neuroanatômicas: corpo estriado, regiões límbicas, córtex, tálamo e substância negra 
– enumerados de D1 a D5. Pelas características bioquímicas e funcionais, os receptores do-
paminérgicos são divididos em D1 e D2. 
Os receptores dopaminérgicos do tipo D1 estimulam a adenilciclase enquanto os do tipo D2 
inibem a atividade da adenilciclase. Esses dois receptores são encontrados em maior quanti-
dade no corpo estriado e na substância negra. A compreensão desse conceito básico de neu-
rofisiologia é importante para compreender o mecanismo de ação envolvido no tratamento de 
alguns distúrbios hipercinéticos e hipocinéticos associados aos núcleos da base
15NÚCLEOS DA BASE
ESTRUTURA
PRINCIPAL 
NEUROTRANSMISSOR
AÇÃO NO CIRCUITO 
Putamen GABA Inibe ou excita o globo pálido
 Globo pálido interno GABA  e substância P Quando excitado, inibe o tálamo
Globo pálido externo GABA e encefalina
Normalmente  é inibido pelo putamen, deixando 
o núcleo subtalâmico livre. Quando excitado, 
inibe o núcleo subtalâmico
Núcleo subtalâmico Glutamato
Quando excitado, excita o globo pálido e a subs-
tância negra. 
Núcleo caudado GABA
Inibe ou excita o globo pálido quando.
É estimulado pela dopamina da substância 
negra.
Substância negra
Pars compacta: dopamina
Pars reticulada: GABA
Pars compacta: estimula o núcleo caudado
Pars reticulada: inibe o tálamo
Tálamo Glutamato
Quando excitado, estimula o córtex cerebral 
motor
Tabela 1. Neurotransmissor envolvido em cada núcleo.
4. CONSIDERAÇÕES 
CLÍNICAS 
Os transtornos dos núcleos da base, 
principalmente do corpo estriado, são 
hipercinéticos, hipocinéticos ou 
comportamentais e emocionais. Os 
principais são: hemibalismo, parkin-
sonismo, coreia de Sydenham, TOC, 
distonia, mioclonias.
Parkinsonismo
O parkinsonismo é a síndrome clíni-
ca com a presença de bradicinesia, 
rigidez muscular, tremores (principal-
mente em repouso) e instabilidade 
postural. A presença de dois desses 
sinais fecha o diagnóstico de parkin-
sonismo. A principal etiologia dessa 
síndrome é a doença de Parkinson 
idiopática (DPI). 
A DPI é uma doença neurodegenera-
tiva ocasionada pela perda neuronal 
progressiva em diferentes sítios do 
SNC, principalmente no tronco ence-
fálico e do cérebro, incluindo a subs-
tância negra do mesencéfalo, o que 
gera disfunção dopaminérgica (daí 
é originado os sinais motores), mas 
também ocorre disfunção de outros 
sistemas de neurotransmissores: se-
rotoninérgicos, adrenérgicos, colinér-
gicos. Esses últimos sistemas estão 
associados aos sinais não motores 
da doença de Parkinson, como a de-
pressão, o distúrbio do sono REM e 
a disfunção cognitiva. 
16NÚCLEOS DA BASE
Figura 8. Sinais e sintomas do Parkinsonismo.
Marcha parkinsoniana
Falta de 
expressão facial
Movimento lento
Balanço do braço 
reduzido
Tremor de repouso 
assimétrico
Instabilidade postural
Passos arrastados
Rigidez
Congelamento
SE LIGA! O diagnóstico de parkinso-
nismo é clínico! Não há necessidade de 
realizar exames complementares para a 
fazer esse diagnóstico. Como vimos, a 
presença de dois dos principais sinais da 
síndrome é suficiente para fechar esse 
diagnóstico: bradicinesia, rigidez mus-
cular, tremores e instabilidade postural.
Na patogênese da DPI observa-se 
uma disfunção da via nigroestriatal, 
que leva a uma diminuição da concen-
tração de dopamina disponível para 
os receptores dopaminérgicos do 
corpo estriado. Com essa disfunção 
dopaminérgica, ocorre a síndrome rí-
gido-acinética, associada à presen-
ça de tremores e com a instabilidade 
postural. Ocorre a perda de ação inibi-
tória GPe sobre o núcleo subtalâmico, 
e também ocorre uma ação hiperexci-
tatória do núcleo subtalâmico sobre o 
segmento GPi, o que resulta em uma 
menor ação excitatória do tálamo so-
bre o córtex motor, resultando assim 
na síndrome rígido-acinética.
17NÚCLEOS DA BASE
Hemibalismo
Hemibalismo é um distúrbio neuro-
motor hipercinético caracterizado 
por movimentos involuntários abrup-
tos, de grande amplitude e forte in-
tensidade, homolateral à lesão, que se 
assemelham ao movimento de uma 
pessoa arremessando um objeto. En-
volve mais a musculatura proximal 
do que distal. Nos casos graves, os 
movimentos não desaparecem com o 
sono. A causa mais comum é a lesão 
no núcleo subtalâmico, geralmente 
ocasionada por pequenos acidentes 
vasculares. 
A fisiopatologia do hemibalismo, as-
sim como a dos demais distúrbios 
hipercinéticos, é explicada pela dimi-
nuição da atividade excitatória das 
projeções do núcleo subtalâmico para 
o pálido medial, reduzindo a inibição 
sobre os núcleos talâmicos e sobre o 
córtex motor. Assim, as áreas do cór-
tex sendo menos inibidas respondem 
exageradamente aos comandos cor-
ticais e aumentam a tendência de 
neurônios corticais dispararem es-
pontaneamente, resultando nos sin-
tomas (movimentos involuntários).
Mioclonia e Distonia
A mioclonia é um distúrbio neuro-
motor em que ocorre um movimento 
involuntáriosúbito, breve, tipo “cho-
que”, decorrente de contrações mus-
culares ou inibições musculares. É um 
distúrbio hipercinético que não apre-
senta uma topografia específica no 
SNC, podendo ocorrer por lesões em 
diferentes locais dos núcleos da base.
Já a distonia é um distúrbio do movi-
mento em que há contrações muscu-
lares mantidas e simultâneas de gru-
pos agonistas e antagonistas. Causa 
torção e movimentos repetitivos e/
ou posturas anormais. Existem diver-
sas etiologias para as distonias como 
SAIBA MAIS!
No tratamento clínico da DPI utiliza-se medicamentos que aumentam a concentração de do-
pamina no sistema nigroestriatal, como por exemplo a levodopa.
No tratamento cirúrgico pode-se fazer a talamotomia (destruição controlada do núcleo lateral 
do tálamo). É uma cirurgia que provoca lesões em núcleos talâmicos e normaliza o feedback 
entre os núcleos da base e o córtex motor. Com a talamotomia obtém-se a abolição dos tre-
mores em pacientes com DPI em mais de 80% dos casos.
Outra alternativa cirúrgica é a palidotomia, que interrompe a ação inibitória sobre o tálamo e 
é eficaz na melhora do tônus muscular e na bradicinesia.
Outra alternativa terapêutica é a estimulação cerebral profunda, que estimula as mesmas 
estruturas: o tálamo e o globo pálido, e também o núcleo subtalâmico.
18NÚCLEOS DA BASE
doenças genéticas, lesões de diferen-
tes origens em diferentes níveis dos 
núcleos da base. O prognóstico e evo-
lução varia conforme a etiologia. As 
distonias secundárias são mais asso-
ciadas ao acometimento dos núcleos 
da base, principalmente o putamen.
Figura 9. Sinais e sintomas do Parkinsonismo.
Fonte: https://opas.org.br/o-que-e-distonia-sintomas-tratamento-tipos-diagnostico-e-mais/
Coreia
Coreia é um distúrbio neuromotor 
caracterizado por movimentos in-
voluntários, irregulares, não rítmicos 
rápidos e abruptos. Nesse distúrbio 
ocorre a perda da inibição entre o 
putâmen e o GPe, provocando uma 
excessiva atividade inibitória do GPe 
sobre o núcleo subtalâmico – assim, O 
GPe e a pars reticulata são menos es-
timulados, e por consequência o tála-
mo inibe menos o córtex, provocando 
movimentos involuntários anormais 
https://opas.org.br/o-que-e-distonia-sintomas-tratamento-tipos-diagnostico-e-mais/
19NÚCLEOS DA BASE
excessivos. O principal exemplo das 
coreias é a doença de Huntington, 
que é uma doença neurodegenera-
tiva (com comprometimento motor 
e cognitivo) e genética. Nela, ocor-
re uma atrofia no corpo estriado (na 
cabeça do núcleo caudado). Outro 
exemplo comum das coreias é a co-
reia de Sydenham com movimentos 
involuntários rápidos que lembram 
uma dança, hipotonia e distúrbios 
neuropsiquiátricos. A sintomatologia 
motora é secundária ao comprometi-
mento do circuito motor, enquanto as 
demais são por conta do comprome-
timento dos circuitos pré-frontais. É 
uma doença que é uma doença au-
toimune mais prevalente em crianças. 
Da patogênese sabe-se que anticor-
pos lesam os núcleos da base.
Transtorno obsessivo-compulsivo 
(TOC)
O Transtorno obsessivo-compulsivo 
é um distúrbio neuropsiquiátrico ca-
racterizado por obsessões, compul-
sões ou ambas. Os núcleos da base 
vem sendo associado com a pato-
gênese do TOC. Estudos com resso-
nância magnética tem evidenciado 
uma diminuição do núcleo caudado 
em paciente com TOC. Uma hipó-
tese para a influência da redução do 
núcleo caudado para origem do TOC 
é que o caudado levaria a uma filtra-
gem inadequada de preocupações, e 
assim estimularia o córtex a desenca-
dear compulsões.
20NÚCLEOS DA BASE
ExcitaInibe
NÚCLEOS 
DA BASEClínica Anatomia e 
topografia
Funções
Circuito 
corticogangliobasal-
talamocortical
Cognitiva
Comportamental
Motora
Mesencéfalo
Diencéfalo
Telencéfalo
Substância negra
Núcleo subtalâmico
Pars compacta
Pars reticulata
Núcleo caudado
Globo pálido
Putamen
Núcleo accubens
Globo pálido interno
Globo pálido externo
VIAS
INDIRETA DIRETA
TÁLAMO
SUPRIME OS 
MOVIMENTOS
FACILITA OS 
MOVIMENTOS
SÍNDROMES E 
SINTOMAS
DISTÚRBIOS 
MOTORES
Hipocinéticos
Hipercinéticos
Bradicinesia
Acinesia
Mioclonia
Parkinsonismo
Hemibalismo
Distonia
Coreia
Coreia de Sydenham
Doença de Huntington
21NÚCLEOS DA BASE
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2007.
BERNE, R.M.; LEVY, M.N.; KOEPPEN, B.M.; STANTON, B.A. Fisiologia. 6.ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2009
MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2013. 
Meneses MS. Neuroanatomia Aplicada. 3a ed., Rio de Janeiro:Guanabara Koogan; 2011.
22NÚCLEOS DA BASE

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