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DISCUSSÃO ÉTICA SOBRE O ABORTO FINALIDADE DESTA OBRA Este livro como os demais por mim publicados tem o intuito de levar os homens a se tornarem melhores, a amar a Deus acima de tudo e ao próximo com a si mesmo. Minhas obras não têm a finalidade de entretenimento, mas de provocar a reflexão sobre a nossa existência. Em Deus há resposta para tudo, mas a caminhada para o conhecimento é gradual e não alcançaremos respostas para tudo, porque nossa mente não tem espaço livre suficiente para suportar. Mas neste livro você encontrará algumas respostas para alguns dos dilemas de nossa existência. AUTOR: Escriba de Cristo é licenciado em Ciências Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de Santos; possui curso superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de Santos; é Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembléias de Deus de Santos; tem formação Técnica em Polícia Judiciária pela USP e dois diplomas de Harvard University dos EUA sobre Epístolas Paulinas e Manuscritos da Idade Média. Radialista profissional pelo SENAC de Santos, reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu em Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de Evangelismo Universal; hoje se dedica a escrever livros e ao ministério de intercessão. Não tendo interesse em dar palestras ou participar de eventos, evitando convívio social. CONTATO: https://www.facebook.com/centrodeevangelismouniversal/ https://www.facebook.com/escribade.cristo Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) M543 Cristo, Escriba de, 1969 – Discussão sobre o aborto Itariri, Amazon.com Clubedesautores.com.br, 2019 228 p. ; 21 cm ISBN: 9798608414947 Edição 1° 1. Aborto 2. DIU 3 – Anticoncepcional 4. cristianismo 5. Vida CDD 610 CDU 618 CENTRO DE EVANGELISMO UNIVERSAL -CGC 66.504.093/0001-08 https://www.facebook.com/centrodeevangelismouniversal/ https://www.facebook.com/escribade.cristo PARTE I TEOLOGIA SOBRE O ABORTO INTRODUÇÃO O que diz a Bíblia sobre o aborto? É um assassinato? A resposta será dada a medida que discorremos no estudo deste assunto que envolve até mesmo a área criminalista. Como o relato desta jovem dá exemplo: “Por que ninguém me avisou antes? Eu acreditei no meu namorado quando ele disse: “Ora, mas todas as jovens vivem juntos assim: Por que você é tão atrasada e fora da moda? Não a nada demais nisto, nós nos amamos.” E pouco tempo depois... eu percebi que ia ser mãe. Oh, meu Deus, que é que eu faço, que é que eu faço? Eu suspirava milhares de vezes por dia em minha aflição em meu indizível temor e vergonha! Meu namorado recusou-se a casar comigo. Simplesmente eu não era capaz de enfrentar a situação... Tinha que escolher entre o suicídio ou desfazer- me da criança! Preferi o último... Matei meu filho no meu seio e agora isto me persegue dia e noite... EU SOU UMA ASSASSINA! Minhas mãos estão manchadas com o sangue do meu filho.” A definição de aborto é A palavra aborto vem do latim abortus, que, por sua vez, deriva do termo aborior. Este conceito é usado para fazer referência ao oposto de orior, isto é, o contrário de nascer. Como tal, o aborto é a interrupção do desenvolvimento do feto durante a gravidez, desde que a gestação ainda não tenha chegado às vinte semanas. Ocorrendo fora desse tempo, a interrupção da gravidez antes do seu termo tem o nome de parto prematuro. 1 – Algumas considerações sobre o aborto. 2 – A ação do aborto. 3 – Abortos injustificáveis. 4 – Abortos justificáveis. 5 – O aborto e as consequências psicológicas. 6 – Uma guerra desonesta. 1 – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O ABORTO A – Qualificação do aborto O aborto é praticando humanamente falando, por dois pontos de vista. O terapêutico, este por razões diversas como a saúde da mãe ou da morte da criança e também por ser concebido por ocasião de um estupro. O outro ponto de vista é o criminoso, este é praticado ou por não se desejar a criança ou porque o nascimento de um infante trará consequências escandalosas, para os pais. B – ESTATÍSTICAS E INFORMAÇÕES As estatísticas e informações aqui apresentadas são tiradas dos relatórios informativos do maior e mais importante instituto de sexologia do mundo. Instituto Kinsey (esta pesquisa foi feita nos E.U.A, em meados do século XX.) a – Nos Estados Unidos mais de um milhão de abortos são praticados por ano na década de 1970. b – Em cada dez mulheres Norte-Americana das classes socialmente favorecida, uma engravida pelo menos uma vez, antes ou fora do casamento e em cada dez que se acham nesta circunstância, nove abortam. c – As jovens vivem num dilema: A publicidade, o cinema, o teatro, a literatura estão sempre a dizer-lhes: Sejam belas! Sejam atraentes! Amem! Aproveitem a mocidade!!!! Mas os costumes não permitem que tudo isso se realizem antes do casamento... Resultado – A jovem e seu namorado vivem sob tensão permanente. d – Quase metade das mulheres pertencentes à classe média e superior tem relações sexuais antes do casamento e nas classes mais humildes as relações são mais frequentes. e – A frequência das relações sexuais da juventude feminina são: (1) As mulheres de 20 anos têm relações em média a cada 5 ou 10 semanas. (2) As maiores de 20 anos têm relações de três em três semanas. f – As mulheres que se casam muito jovem são as que abortam mais: g – Dentre as mulheres que atingem os 40 anos, 24% abortaram uma vez. Isso dá a média de um aborto para 4 gestações: h – 6% das gestantes que culminam antes do casamento terminam com o parto de crianças vivas. 5% terminam em aborto espontâneo. 89% terminam em aborto provocado. i – O grau de devoção religiosa exerce um efeito importante na conduta sexual. Assim 16% das moças de 20 anos, devotas tiveram relações sexuais, para 22% das moças de devoção moderna e quase 30% das moças sem devoção. Os números referentes aos abortos são os seguintes: Entre as solteiras, 12% das devotas que tiveram coito pré-nupcial provocaram aborto. Do grupo das moças de devoção moderada o número sobe para 29% e do grupo de indiferentes a religião, 32%, no que diz respeito às mulheres casadas estudadas em função de suas inclinações religiosas, o relatório revelou que 8% das gestações terminam em aborto provocado de parte das muito devotas, 18% das moderadas, e 21% das indiferentes. A religião serve de freio, pois tanto os prazeres da carne antes do casamento como ao uso de práticas sob todos os títulos condenáveis como o aborto. 2 – A AÇÃO DO ABORTO Quando uma mulher decide abortar na maioria dos casos tudo começou assim: Percebendo que a menstruação não ocorreu no tempo certo e tendo mantido relações sexuais no mês precedente, ela passa a tomar banhos quentes e a irrigar a vagina com substâncias que julga abortivas, contudo, isto não surte efeito. O que fazer? Diante do fracasso, essas gestantes adquirem drogas chamadas abortadas. O fato é que não existem mesmo drogas abortivas. As únicas substâncias que poderiam provocar o aborto são tóxicas que acabam matando a gestante também... Os métodos usados geralmente pelos profissionais do aborto, “os fazedores de anjos”, são a introdução de agulhas de tricô, gravetos duros, agulhas de injeção vagina adentro. Isto é uma prática perigosíssima. Perigosíssima pelo seguinte: Para adentrar o útero, o abortista tem de fazer força para vencer a contração da musculatura do colo uterino. E aí o instrumento pode escorregar e perfurar, a parede do útero. Além de hemorragia é quase fatal a intoxicação do sangue pelos micróbios. Outra prática que também foi usada pelos abortistas era a de injetar no útero uma substância de consistência oleosa, a fim de produzir as contraçõesuterinas. Mas o método foi abandonado porque a substância provocava a morte súbita da gestante pois o óleo obstruía as capilares do epitélio respiratório e a mulher morria de embolia pulmonar. Evidentemente há abortistas mais refinados. Se a clientela selecionada é rica, passam a usar anestésico com isso, nas tabelas de óbitos aparecem casos de mulheres que morrem por erro do emprego de anestésicos, inadequados ou em dose maciça. O aborto é considerado completo quando o feto é expelido conjuntamente com todas as membranas embrionárias que o envolve. Porém em grandes números de casos parte da placenta permanece dentro do útero. Temos então o aborto incompleto. Neste o risco de hemorragia é enorme! Se a interessada hesitar em apelar para o médico, depois do aborto, e se estiver com essas hemorragias é quase certo que morrerá. A – VALOR MORAL DO ABORTO Iremos a partir deste tópico analisa-lo de acordo com a escala de valores morais. a - O ABORTO NÃO É PRECISAMENTE UM ASSASSINATO. O assassinato é definido como a ação de tirar uma vida plenamente humana real. O aborto, todavia, é uma ação de tirar a vida humana em potencial. Segundo a lei de Moisés matar um nenê não-nascido não era considerado delito capital, em caso culposo. “Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém o dano será obrigado a indenizar...” (Êxodo 21.22). No caso de matar um ser humano nascido a indenização não era pedida mas sim a vida do assassino. 3 – ABORTOS INJUSTIFICÁVEIS A – CRIANÇA NÃO DESEJADA O simples fato de que uma mulher grávida não desejar a criança não é motivo suficiente para apagar uma vida humana em potencial. Os caprichos ou desejos pessoais de uma mãe não tomam procedência sobre o valor do embrião ou do seu direito de viver. O não nascido tem direito à vida. Na vida temos de aceitar muitas coisas que não desejamos (até filhos): Além disto, a questão moral básica não tem a ver com se a criança foi desejada ou não, mas se foi determinada ou não. O bêbado não deseja a ressaca, embora tenha determinado que ficaria bêbado. Assim alguém que consente em ter relações deve aceitar as consequências que advêm das relações sexuais, pois quem aceita ter relações está implicitamente consentindo em ter filhos. Em síntese, qualquer filho nascido das relações entre partes que consentem, é claramente determinado e, como tal, tem o direito de viver, quer seja desejada ou não. Alguns podem querer argumentar que é melhor abortar do que criar um filho indesejado. Contudo este pensamento é errado, pois a penitenciaria é indesejada, apesar de ser essencial para manter a segurança pública, assim a criança pode ser indesejada, mas é essencial os pais cria-la afim de respeitar a vida e se conformar que esta é consequência direta da ação dos pais. Portanto, nem tudo que nos acontece é por dadiva de Deus, mas também por castigo divino. Com isso, resta para os pais uma alternativa, se conformar com a criança que está por nascer e dar-lhe o amor que este necessita. O contrario disto é desafiar a Deus e entrar em franca rebeldia com o criador. B – CONTROLE DA POPULAÇÃO Outro abuso contemporâneo do aborto é considera-lo como um tipo de método de controle de natalidade. Quando um homem resolve pular de um prédio de 60 andares, é tarde mudar de opinião quando já mergulhou no ar e já está a caminho do asfalto embaixo. Semelhantemente quando um homem resolve ter relações que passa a resultar na procriação, é tarde demais decidir que não quer a criança depois da ter ocorrido a concepção. Há meios eficazes do controle de natalidade, sem chegar ao aborto. Dispositivos contraceptivos e esterilização são métodos garantidos de controle populacional. C – O QUE É UM ABORTO INJUSTIFICÁVEL ASSASSINATO! Isto mesmo. Um especialista norte-americano Dr. Bernardi Nathanson, disse que a “interrupção da gravidez é equivalente ao assassinato” O Dr. Nathanson desligou-se em 1978 da maior clínica de aborto de Nova Iorque (60 mil abortos por ano), arrependido por haver sido o responsável pela destruição de mais de 60 mil vidas humanas. Hoje ele está unido ao movimento contra o aborto. O aborto é em si, algo mundano, resultado da depravação, convém notar o fato de que em certos períodos do ano no Brasil cresce de forma assustadora os índices de aborto, como acontece no carnaval, quase sempre decorridos 30, 60 e 90 dias, como consequência da maior abertura no decorrer dos festejos carnavalescos. 4 – ABORTOS JUSTIFICÁVEIS A – RAZÕES TERAPÊUTICAS – Quando é um caso nítido ou de tirar a vida do bebê não nascido, ou deixar a mãe morrer, exige-se o aborto. A mãe é de maior valor do que uma vida potencial (o bebê não nascido). A mãe é um ser humano plenamente desenvolvido, o bebê é um ser não-desenvolvido e um ser humano realmente desenvolvido é melhor que um que tem o potencial para a plena humanidade, mas ainda não desenvolveu. Ser plenamente humano é um valor superior à mera possibilidade de torna-se plenamente humano. O que é, tem mais valor do que o que podo ser, assim como a flor tem mais valor que a semente que germina (uma flor em potencial) assim a mãe tem mais valor do que o embrião. Todavia, alguns podem argumentar: Se o bebê não nascido se tornar um grande pregador e a mãe é uma indigente? O que acontece se a mãe é uma meretriz e o bebê não nascido acabará sendo um missionário? Neste caso podemos concordar que uma vida humana potencialmente boa é melhor do que uma vida humana realmente má, se no caso pudéssemos ter uma revelação de Deus de que a criança acabaria sendo boa. Então exclui-se a ideia de aborto, contudo, se não for revelado por Deus tal destino (pois Deus poderia fazer uma decisão baseada num conhecimento completo do fim ou dos resultados). Os homens finitos devem contentar-se com as consequências imediatas, baseadas nos valores intrínsecos. Nesta base, uma vida real (quer seja má, que não) é de mais valor do que uma vida em potencial. B – RAZÕES EUGÊNICAS Há varias razões eugênicas pelas quais abortos têm sido recomendados por alguns, tais como o mongolismo outros por deformações devido à talidomida ou drogas semelhantes e alguns, por retardamento ou outras deformações devido ao sarampo, ou por outras causas. O que estamos plenamente de acordo, obviamente a decisão fica por conta dos pais. Mas vejamos por exemplo um anencefálico, para que serve? Para nada! É de fato um ser humano com corpo, alma e espírito, todavia não há nenhuma razão de viver um ser nestas condições, é uma vida sub-humana. Quantos aos deformados temos alguns que conseguem vencer na vida, mas em contrapeso temos uma quantidade muito elevada de deformados que não serve para nada à humanidade, existem uma diferença de nascer deformados e por algum acidente ficar deformado. Um já esta destinado e o outro sofreu consequência do destino. Por exemplo: somos quase unanimes de que vale a pena viver com risco de sofrer qualquer deformação por acidente, mas certamente a maioria de nós preferiria não nascer, antes nascer sem a visão ou sem os membros do corpo. Neste caso sacrificar um embrião é justificável porque se está abortando não por egoísmo, mas por amor àquela criatura que nascerá em sérias desvantagens, ainda diante da crise populacional seria incoerente trazer crianças imperfeitas quando na verdade já não há lugar para as completas. Também a natureza testemunha à favor do aborto por questões eugênicas pelo fato da natureza abortar embriões imperfeitos, por isso é correto abortar artificialmente um embrião imperfeito, não que vamos tomar o lugar da natureza, mas que vamos levar a efeito o padrão que a natureza estabeleceu. A natureza não perdoa os deformados graves. Se não tem capacidade de obter seu próprio alimento, está condenado a morte. C – RAZÕES DE CONCEPÇÃO SEM CONSENTIMENTO Nenhuma mulher deve ser forçada a levar na madre uma criança que ela não consentiu em ter relações sexuais. Uma intrusão violenta na madre de uma mulher não traz consigo um direito moral de nascimento para o embrião, a mãetem direito de recusar que o corpo dela seja usado como objeto da intrusão sexual. A violação da sua honra e personalidade foi um mal suficiente, seria piorar sua triste situação ao ainda força sobre ela uma criança indesejada. Dai concluímos que uma mulher não deve ser forçada a dar a luz uma criança concebida pelo estupro e não há uma obrigação moral de gerar uma criança sem consentimento na relação sexual. D – RAZÔES NA CONCEPÇÃO MEDIANTE INCESTO A concepção incestuosa pode envolver o estupro com consequências eugênicas e, portanto, pode providenciar uma base mais firma para um aborto justificável. O que já não impõe sobre a moça a obrigação moral de levar a termo sua gravidez incestuosa. Além de violação a criança pode ser seriamente danificada por defeitos eugênicos. Alguns males devem ser extirpados pela raiz. Deixar um mal desabrochar em nome de um bem em potencial (o embrião) parece um modo insuficiente de lidar com o mal, especialmente quando o embrião pode ser uma forma do mal. O incesto pode ser errado nos dois lados: na concepção e nas consequências. 5 – O ABORTO E AS CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS De fato todas as mulheres sofrem psicologicamente por aborto, mas principalmente aquelas que abortam por motivos imorais, o jurista alemão e professor Eika Hippel descreveu como “indefensável e falsa impressão causada na sociedade” de que a morte no ventre materno representaria algo completamente normal e legal”. Por outro lado a psicóloga Maria Simon declarou ser o aborto contrário a natureza por se opor ao possível cumprimento do papel feminino – A maternidade. A afirmação, de que consequências psíquicas retardadas após um aborto seriam raras ou somente de curta duração, seria falsa. Lamentável a posição do Edir Macedo. É que pesquisas realizadas por ela comprovaram que 80% das mulheres sofrem consequências psíquicas retardadas do seu aborto. A crise de identidade iria até os pensamentos de suicídio e seria muito mais do que, por exemplo, no caso da amputação de um seio. Na interrupção da gravidez não somente estariam sendo destruídas vidas antes do nascimento, mas se criaria constantemente um novo exército de mulheres gravemente neuróticas. Já o ginecologista Wolfgans Furch criticou a atual prática de aconselhamento, pois frequentemente não se levaria em conta a “situação psíquica peculiar” das gravidas até ao terceiro mês. Nesse estágio 68% das mulheres teriam sentimentos de rejeição em relação ao bebê. Estes, entretanto, desapareceriam tão logo se ouvisse as batidas do coração da criança. Além do que, Furch mostrou por suas experiências que muitas mulheres já mostraram “arrependimento atormentado” dois dias após o aborto... O desagradável do aborto é que ele atingir a mulher no intimo do seu ser, como o ginecologista Doutor Pierre Vellay no seu livro A Experiência do Aborto diz: “O aborto não é, nem nunca será um incidente simples e banal, compromete a mulher no mais profundo do seu ser”. O que existe de errado no aborto é especificamente pelo motivo que impulsiona esta ação. A verdade é que o feto expulso do útero não é a única vítima. A mãe quase sempre tem que enfrentar a reação da sua própria consciência, além da pressão da sociedade que, no íntimo, desaprova essa prática. Tal foi o caso trágico de uma mulher de 30 anos, transcrevemos aqui de forma resumida (narrado por uma parteira): “Com um golpe de sangue coagulado é expelido um bracinho de uma criança de aproximadamente cinco meses, se ainda houver algo que fazer, será somente através de uma intervenção cirúrgica. Foi uma noite terrível. A mais horrível da minha vida, e alguns dias e noites apavorantes se seguiram, mas eu gostaria que todos, que alguma vez foram levados pelos Diabo a pensar em aborto, pudesse participar. Uma parteira esta acostumada com muitas coisas, gemidos e gritos, medo e dor, sangue e pavor. Onde outras mulheres desmaiam há muitos, tem que fazer, e fazer seu trabalho, quieta, firme e dura, como se não houvesse nada vivo sob as mãos e um coração que participa. Mas um fim como o desta mulher de trinta anos, eu não gostaria de ver novamente. O relógio da torre bateu 12 vezes na quieta, abafada noite de verão. O dia havia sido muito quente, todas as janelas estavam abertas para deixar penetrar o ar da noite. Normalmente os doentes gostam de escutar as batidas do relógio. Mas agora a mulher se ergue... Olha para a porta com os olhos cheio de terror... cheios de terror!!! Seu olhar é cada mais fixo e apavorado... Aparece nele o pavor da loucura. O cabelo se eriça... com um pulo quer saltar da cama, ir para janela aberta, jogar-se para fora... “embora... vá embora”, gemem os seus lábios pálidos. A testa está cheia de gotas de suor frio. Conseguimos segurá-las com o máximo de força. Agora ela se esconde debaixo da coberta, grita e geme em medo e pavor... E não há nada, nada, nenhuma sombra, nenhum raio de luz. O ambienta está em quieta penumbra. Acendemos a luz, mas ela grita ainda mais no seu sofrimento. Apagamos completamente as luzes, então aí mesmo o pavor toma conta dela. Finalmente usamos a seringa. Na guerra as enfermeiras, receberam bastante liberdade neste assunta. Já estamos no fim das nossas forças. Não podemos enfrentar as figuras do delírio, pois não sabemos como elas surgem. Ela não reage a nenhuma ponderação. Durante algum tempo ela fica deitada, esgotada, como morta. Seu rosto parece cera e está encovado como o de uma mulher de 70 anos, então o pavor surge de novo, e ela começa a falar; “Agora... eles estão voltando... um após o outro, um... dois... três... este já está grande, quase completo... quatro... cinco... este ficou bem pequeno... seis... sete... oito... A cabeça deste foi arrancada, agora ele a leva na mão... nove... dez... Deste faltam as pernas, ele se mexe.... cortando ao meio e sangrando... onze... doze... E agora só um braço... e uma perna... onde está tua cabeça... os outros membros?... Porque vocês não têm olhos... Não têm olhos?” De repente ela puxa a coberta e cobre o rosto. “Não... não... vão embora... vocês não têm direitos de viver”. E fica deita esgotada. Depois de algum tempo ela começa: “Você estão ouvindo o que eles falam? Vocês ouvem?... Não podemos ver a luz eterna... Não podemos ver a luz eterna... dá-nos teus olhos mãe!... Tu nos tiraste os nossos, dá-nos teus olhos mãe!... Vocês estão ouvindo... Lá... um... dois... três...”, novamente a apavorante contagem até treze (...) A pobre mulher gritou e gemeu durante três dias e três noites. Nem mesmo as mais fortes doses dos mais fortes analgésicos conseguirem leva-la ao descanso, há períodos maiores de tranquilidade. Sempre de novo ele via aproximar-se os treze filhos assassinados no ventre materno, com seus lamentos, acusações e pedidos. Ela não ficava consciente a ponto de permitir que se tentasse leva-la ao arrependimento. A volta de Deus. A ponto de se poder libertá-la deste terrível pavor mostrando-lhe a misericórdia e bondade de Deus. E também não conseguia morrer de tanto medo e pavor. As irmãs, os outros doentes, até o médico, aos poucos perderam o controle diante deste quadro. O sacerdote também não havia podido fazer nada. Depois de quatro dias repentinamente ficou calma, pelo menos aparentemente. Avisamos novamente nosso sacerdote, mandamos busca-lo. Ele veio. Após as primeiras palavras, ela o interrompeu: “São treze, sim”. “Não precisa perguntar nada...” E quando ele quis falar da misericórdia de Deus, ela retrucou com as últimas forças: “Deixe-me ir... quero ir para o inferno... pagar ao canalha na eternidade...” E morreu. Este caso foi tirado do livro Desafios da nossa época edição de 1982 página 179-184. Diante de bestialidades como estas o Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos de Portugal publicou o seguinte comunicado: “Espera-se que nunca venha a ser aceitado o aborto criminoso em nosso país” 6 – UMA GUERRA DESONESTA Manifestantes pró-aborto. O número de crianças que são anualmente vítima desse assassinato no ventrematerno em todo o mundo, corresponde aproximadamente ao número de vítimas da segunda Guerra Mundial para tornar claro o peso desse número, deve-se lembrar que a II Guerra Mundial (1939-1945) causou em torno de 56 milhões de morte, entre soldados e civis e a atual guerra do abordo causa a cifra de 54 milhões de abortos em todo mundo. Em 1987 o Brasil foi o país, segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) que mais interrupção de gravidez provocou. Estima-se de 3 a 5 milhões, ou seja, 10% do total de aborto no mundo. Ainda conforme o relatório, os abortos chegam a ser o dobro dos que nascem por ano no Brasil. Para encerrar a questão com chave de sangue conclui-se que 400.000 mulheres morrem no Brasil em consequência desses abortos. Todavia, as demais nações tem parte no crime também. Em 1977, de cada 100 nascimentos na Alemanha Ocidental, ocorria 10 abortos. No Uruguai, em 1978, verificaram-se 150 mil abortos reforçando a luta pró-legalização dessa prática naquele país, por sinal o primeiro da América do Sul a legalizar o divórcio. Na Finlândia, país com menos de 5 milhões de habitantes, o número de aborto já chegava, em 1971 a perto de 20 mil por ano: Em protesto realizado em fins daquele ano 150 evangélicos desfilaram pelas ruas de Helsinque carregando nos braços pequenos caixões brancos, ao som de uma marcha fúnebre. Em frente ao parlamento, onde terminou a manifestação, um dos caixões foi colocado na escadaria de acesso ao mesmo, com uma coroa de flores e os seguintes dizeres: “A ESPERANÇA DA FINLÂNDIA, CIDADÃO DE LUTO”. Imaginemos agora como reagiria uma criança no ventre materno se ela pudesse presenciar e sentir consciente o seu crescimento, como ela reagiria? 1° MÊS – Hoje comecei a viver, hoje eu comecei a existir como pessoa humana, imagem e semelhança de Deus, isto quando o óvulo foi fecundado pelo espermatozoide. Apesar de que eu não entendo o que quer dizer tudo isto, mas eu sinto qualquer coisa. 2° MÊS – Nestes dias pela primeira vez sinto o ar da primavera. Minha mãezinha foi a primeira vez comigo longe da cidade. Que diferença. Na escura cidade cheia de fumaça a gente quase se afoga, por isto a viagem da minha mãe para respirar o ar puro do campo. Para mim é uma graça de Deus. Como deve ser lindo este mundo! Eu, impaciente, espero este momento, quando poderei ver essas maravilhas com meus olhos. Sinto que cada dia fico mais forte, estou crescendo e cada vez pareço com minha mãe e meu pai. Enfim, com uma pessoa humana, sinto que dentro de mim começa a bater com mais força alguma coisa, a mamãe diz que é o coração. Oh! Eu amo a minha mãezinha que me carrega no ventre, eu não sei como poderei agradecer-lhe por este grande dom – A VIDA. Quando eu puder ver este mundo, prometo ser sempre bom; não fazer mal a ninguém e não deixar ninguém triste. 3° MÊS – Hoje é o primeiro dia do mês, eu escutei a voz de minha mãe, dizendo que eu ainda terei que esperar 6 meses pelo momento que Deus me chamará para a luz. 4° MÊS – Logo serei um humano completo, mas meu pai não esta concordando com isto! Escutei uma grande discussão entre meus pais. Esta discussão está começando a perturbar-me. Seria eu o motivo do desentendimento deles? Se eu sou o motivo, não entendo por que... não pedi para vir ao mundo. Em todo caso, Ó Deus! Seja bom para eles, não mande castigo. HOJE MINHA MÃE VAI ME MATAR... CONCLUSÃO Como acabamos de estudar, o aborto pode ser em alguns casos correto e em outros, incorreto. Portando o aborto é pecado dependendo do motivo. Se uma irmã praticar um aborto injustificável, ela esta passível de ser disciplinada. Bom é que não haja o aborto. Oremos por isto. PARTE II – CATOLICISMO CONTRA O ABORTO * O texto que se segue é do Pe. David Francisquini com as adaptações necessárias. Mesmo sendo evangélico, eu concordo com muitos pontos de vista da Igreja Católica porque somos da mesma matriz, isto é, o Evangelho de Jesus Cristo, e as bases da crença evangélica e católica são as mesmas. Portanto muitos dos argumentos católicos contra o aborto são compatíveis com a nossa visão de mundo, de ciência e de espiritualidade. Por que devo defender a vida humana INTRODUÇÃO À 30 anos, quando se falava de aborto, um frêmito de repulsa ainda se fazia sentir em quase todos os ambientes. Sobretudo — e a fortiori — nos meios católicos. O tempo passou, e com ele uma transformação gradual, mas profunda, começou a se operar em diversos setores da sociedade, influenciados pela campanha senti- mental de movimentos abortistas. Transformação gradual, sim, como de gota em gota: “Sou totalmente contrário ao aborto, mas em caso de estupro...”; depois: “Jamais abortarei... mas não condeno quem o faça em casos extremos”, e assim por diante. Transformação profunda, pois que tangia princípios sagrados e perenes, ainda que inadvertidamente. No entanto, chegou o momento em que os movimentos abortistas se viram obrigados a mostrar seu vulto total. As pequenas concessões que eles — às vezes declaradamente, às vezes não — tentavam fazer passar em vários setores da sociedade, não tinham senão um objetivo: caminhar para a aceitação total do aborto, de todas as formas, em qualquer ocasião. Exemplo candente é o Projeto de Lei 1135/91, que simplesmente escancara as portas ao aborto no Brasil. Ora, alguns, vendo tal sanha, cristalizaram-se, e começaram a se perguntar: por que tanta radicalidade? Será mesmo por questão de “saúde pública” que eles defendem o aborto? Por outro lado, como explicar a universalidade do movimento abortista? Estarão eles ligados entre si? Como se explica tudo isso? Essas e outras perguntas passaram a inquietar também numerosos espíritos. E tal inquietação chega, no momento presente, a um auge. É nesse quadro trágico, mas providencial, que se insere esta publicação. Seja ela um instrumento de luta. Com efeito, se é com idéias falsas e perniciosas que os defensores do aborto tentam impor sua sanha, é também com idéias — apoiadas na Fé, na razão e na ciência — que devemos rebatê-los. Queira a Divina Providência servir-se desta obra para dar a todos uma convicção profunda das razões pelas quais não se pode, e não se deve, de nenhum modo, aceitar o aborto. E queira Deus apoiar a todos os que envidarem seus preciosos esforços para combater esse crime monstruoso, que, de acordo com a doutrina perene de Cristo, “brada aos Céus e clama a Deus por vingança”. I - O sagrado dom da vida nesta Terra, prelúdio da vida eterna no Céu 1. Por que os cristãos defendem a vida? — A Bíblia nos ensina que há um só Deus, todo-poderoso, que criou o Céu e a Terra e todas as coisas que no Céu e na Terra se contêm, isto é, todo o universo. A vida, presente na Terra, é, portanto, um dom de Deus, que nos cumpre preservar e orientar para Deus. 2. Quais as criaturas mais nobres que Deus criou? — As criaturas mais nobres que Deus criou foram os anjos e os homens. 3. Qual a criatura mais elevada que Deus colocou sobre a Terra? — A criatura mais elevada que Deus colocou sobre a Terra é o homem, entendendo-se com esta palavra, por simplificação de linguagem, os dois sexos, isto é, o homem e a mulher. 4. O que é o homem? — O homem é uma criatura racional composta de espírito, alma e corpo. O corpo é gerado pelos pais, e uma alma e o espírito são criados e infundidos por Deus nesse corpo. 5. O que é a alma? — A alma é uma substância espiritual, dotada de inteligência e de vontade, capaz de conhecer e amar a Deus e de O possuir eternamente. 6. Em que momento a alma é infundida por Deus? — A infusão da alma dá-se desde o primeiro instante da concepção; para outros, ela não poderia preceder ao menos a nidação (isto é, quando o ovo fecundado atinge a cavidade uterina e ali escava uma espécie de ninho, no qual se instala). Autores mais antigos supunham que a alma só seria infundida quando o corpo tivesse atingido um grau de organização mais adiantado. É o que se chamava animação tardia. Com os conhecimentos atuaissobre o desenvolvimento do embrião humano, a tendência dos autores é considerar a infusão da alma como sendo concomitante à concepção. 7. Essa tese da “animação tardia” não permitiria que o aborto pudesse ser praticado antes da infusão da alma? — Mesmo nessa hipótese, o aborto não pode ser justificado, porque, a partir da concepção, estamos já perante uma vida humana em formação. Documentos da Igreja o afirmam claramente: “No decorrer da história, os Padres da Igreja, bem como os seus Pastores e os seus Doutores, ensinaram a mesma doutrina, sem que as diferentes opiniões acerca do momento da infusão da alma espiritual tenham introduzido uma dúvida sobre a ilegitimidade do aborto. (...) Jamais se negou que o aborto provocado, mesmo nos primeiros dias da concepção fosse objetivamente falta grave. Uma tal condenação foi de fato unânime”.* Desde o primeiro catecismo elaborado pela Igreja — conhecido como Didaké — o aborto é condenado: “Não matarás o embrião por meio do aborto” (2,2). * Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração sobre o aborto provocado, nº 7, 1974. 8. Para que é o homem criado por Deus? — Para conhecer, amar e servir a Deus neste mundo, e depois gozar da vida eterna. Portanto, o homem é chamado a uma plenitude da vida que se estende muito além da existência terrena, e que consiste na participação da própria vida divina. 9. Então a vida não termina nesta Terra? — Não. Deus nos criou para nos levar para o Céu, porém não nos obriga a isso e quer que aceitemos voluntariamente esse convívio eterno com Ele. 10. Como manifestamos nossa aceitação do convívio para o qual Deus nos chama? — Aceitando Jesus e obedecendo a Palavra de Deus; 11. Toda transgressão dos Mandamentos indica uma ruptura completa com Deus? — Não, mas ser contumaz na prática do pecado pode revelar que tal cristão não teme nem ama a Deus. 12. E assim perdoados, vamos diretamente para o Céu? — Sim, não existe lugar intermediário. II - Entendendo o significado do aborto 13. O que é o aborto? — Aborto é a morte da criança concebida e sua expulsão do ventre materno, em qualquer fase do desenvolvimento pré-natal. 14. O que é aborto espontâneo? — Aborto espontâneo é o que ocorre por causas naturais, independente da vontade da mãe ou de interferências externas. Sendo involuntário, não entra no âmbito da lei moral. 15. O que é aborto provocado? — O aborto provocado é a morte deliberada e direta — independente da forma como seja realizada — de um ser humano na fase inicial de sua existência, que vai da concepção ao nascimento. 16. Quando começa a vida humana? — A vida humana começa com a concepção, a partir do momento em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, formando o zigoto ou ovo. É um ciclo de vida que só termina com a morte. 17. Que importância tem elucidar o momento em que tem início uma nova vida humana? — É importante que o momento do início de uma nova vida seja elucidado e reconhecido, pois a vida humana precisa ser protegida sempre, a partir de seus primórdios. Os partidários do aborto propugnam que a vida do novo ser humano não começa no momento da concepção. Nessas condições, o objeto do procedimento abortivo seria um conjunto de células ainda pertencente ao organismo da mãe, e, portanto, sua extirpação nesse momento não constituiria crime nem assassinato. Entretanto, a ciência médica moderna reconhece que a vida humana começa já na concepção.* * Cfr. VII Conclave da Federação Brasileira das Academias de Medicina, 1998. 18. Poderia explicar melhor esse ponto? — O resultado da fecundação é um ser biologicamente ainda unicelular, que constitui o primeiro estágio da vida humana. É conhecido, como foi dito acima, como zigoto ou ovo. O cientista Karl Ernest von Baer, já em 1827, com os microscópios de então, pôde observar o óvulo e o espermatozóide, a fecundação e o desenvolvimento embrionário, constatando que o início da vida humana ocorre no momento da concepção. Não obstante, os abortistas, sem apresentar qualquer argumento científico, continuam a pôr em dúvida o momento do início da vida humana, para tentar justificar o aborto nessas circunstâncias. 19. O que se entende por fecundação? — Fecundação é a primeira etapa da concepção, que começa quando a cabeça de um espermatozóide (às vezes mais de um, dos cerca de 400 milhões ou mais presentes no fluido seminal) penetra no óvulo, e vai até a formação do zigoto, num processo que dura 12 horas. Durante esse processo, os núcleos dos gametas feminino (óvulo) e masculino (espermatozóide) se estruturam, formando os pronúcleos que vão se unir, constituindo o embrião unicelular. 20. Quando tem origem o embrião? — A fusão, dois a dois, dos 46 cromossomos (23 masculinos e 23 femininos) e sua estruturação para dar origem à primeira divisão celular pode ser considerada a etapa final da fecundação e o começo do desenvolvimento embrionário, com a formação do embrião de duas células.* * Cfr. Natalia López Moratalla, Maria J. Iraburu Elizalde, Los quince primeros días de una vida humana, Eunsa, Pamplona, 2004, p. 75. 21. O zigoto já é um ser humano? — Cada um de nós não veio de um zigoto, mas foi um zigoto. O zigoto tem metabolismo próprio, crescimento, reação a estímulos. Tem seu próprio e único código genético (com 46 cromossomos), que não são nem os da mãe nem os do pai. Suas características genéticas estão estabelecidas desde a concepção, ou seja, sexo, altura, cor dos olhos, cor dos cabelos, cor da pele, imunidade ou predisposição a certas doenças, etc. Participa já, portanto, da mesma condição de todos os seres humanos. E é único, diferente de todos os seres humanos que já existiram, existem ou existirão até o fim do mundo. Isto é, um ser humano perfeitamente individualizado já enquanto zigoto, com todas as características inerentes a um ser humano potencialmente definidas. 22. Qual a fase seguinte do desenvolvimento humano? — Dentro da primeira semana após a concepção, dá- se a nidação, termo já explicado acima (cfr. questão 6). Aquela pequena célula escolhe, pois, um lugar no útero materno para se fixar. Ali, numa relação simbiótica entre o zigoto e a mãe, o zigoto se alimenta da mãe, sem prejuízo para ela, e independente da vontade dela. 23. Como e quando se forma o feto? — Cerca de três semanas depois da fecundação, um músculo cardíaco começa a pulsar. Desenvolvem-se ou- tros órgãos até o final do primeiro mês. Ondas cerebrais podem ser detectadas por volta de 40 dias. Durante o se- gundo mês aparecem os olhos, orelhas, língua e dedos, ao mesmo tempo que o esqueleto se desenvolve. O coração bate e o sangue flui, com seu tipo próprio já determinado. Por volta da oitava semana começam a se formar nos dedos suas próprias e únicas impressões digitais. E assim por diante, passo a passo — sem nenhuma quebra em seu contínuo desenvolvimento, o embrião se transforma em feto — denominação que tem o embrião cerca da oitava semana, quando os principais órgãos estão constituídos, até nascer a criança por volta de 40 semanas. III - Os métodos de realização do aborto se caracterizam por extrema crueldade 24. Como é praticado o aborto? — Os métodos de aborto são de extrema crueldade. Quando executados por “profissionais”, assumem as seguintes modalidades principais: Aborto por envenenamento salino — Extrai-se o líquido amniótico de dentro da bolsa que protege o bebê; introduz-se uma longa agulha através do abdômen da mãe, até a bolsa amniótica, e injeta-se em seu lugar uma solução salina concentrada; o bebê ingere esta solução, que lhe causará a morte em 12 horas por envenenamento, desidratação, hemorragia do cérebro e de outros órgãos. A solução salina produz queimaduras gra- ves na pele do bebê. Algumas horas mais tarde inicia-se “o parto”, e a mulher dá à luz um bebê morto ou moribundo, muitas vezes ainda com movimentos. Aborto por sucção — Insere-se no útero um tubo com uma ponta afiada. Uma forte sucção (28 vezes mais forte quea de um aspirador doméstico) despedaça o corpo do bebê que estava se desenvolvendo, assim como a placenta, e absorve “o produto da gravidez”. A placenta é um órgão localizado no útero e que estabelece, através do cordão umbilical, a comunicação biológica entre a mãe e o filho. O crânio, que costuma não sair pelo tubo de sucção, é extraído por meio de uma pinça. Partes menores do corpo do bebê podem algumas vezes ser identificadas no material succionado. Quase 95% dos abortos, nos países desenvolvidos, são realizados desta forma. Aborto por curetagem e dilatação — Neste método é utilizada uma cureta (tipo de faca, provida na sua ponta com uma colher de bordas afiadas), com a qual se vai cortando o bebê em pedaços para permitir a sua extração. Durante o segundo e terceiro trimestres da gestação, o bebê já é grande demais para ser extraído por sucção, então utiliza-se este método. A cureta é empregada para desmembrar o bebê, tirando-se em seguida os pedaços com ajuda de um fórceps para dilatar o colo uterino. Este método está se tornando mais usual. Aborto por “nascimento parcial” — Costuma ser designado como aborto por D&X, e é usado a partir da 32ª semana. Este é o método mais espantoso de todos. Costuma ser feito quando o bebê se encontra já muito próximo de seu nascimento. Depois de ter dilatado o colo uterino durante três dias, e guiando-se por ecografia, o executante do aborto introduz algumas pinças que agarram uma perninha do bebê, depois a outra, em seguida o corpo, até chegar aos ombros e braços. Assim se extrai parcialmente o corpo do bebê, como se este fosse nascer, deixando-se a cabeça dentro do útero. Como a cabeça é grande demais para ser extraída intacta, introduzem-se tesouras na base do crânio do bebê, ainda vivo, e com elas se abre um orifício que dá acesso ao interior do crânio. Então se insere um catéter para succionar o cérebro. Este procedimento faz com que o bebê morra e sua cabeça desabe. Em seguida extrai-se o que resta do bebê, e lhe é cortada a placenta. Aborto por operação cesárea ou histerotomia — Este método é exatamente igual a uma operação cesárea até o momento em que se corta o cordão umbilical; porém, em vez dar os devidos cuidados à criança extraída, deixa-se que ela morra. A cesárea, neste caso, não tem, pois, o objetivo de extrair a criança viva, mas sim de matá-la. Aborto com o uso de prostaglandinas — Esta droga provoca um parto prematuro em qualquer etapa da gravidez. É usado para produzir o aborto desde a metade da gravidez até suas últimas etapas. A principal “complicação” é que às vezes o bebê sai vivo... Também pode causar graves danos à mãe. Recentemente as prostaglandinas têm sido usadas com a RU-486, para aumentar a “eficácia” destas. Aborto por pílula RU-486 — Trata-se de uma pílula abortiva — a RU-486 — empregada conjuntamente com uma prostaglandina, que é eficiente se for empregada entre a primeira e a terceira semana depois de faltar a primeira menstruação da mãe. Por este motivo é conhecida também como pílula do dia seguinte. Essa pílula age evitando que o embrião se insta- le no útero materno, matando-o de fome por privá-lo de um elemento vital, o hormônio progesterona. O aborto acontece depois de vários dias de dolorosas contrações. 25. Existem outras técnicas abortivas? — Sim, há outras técnicas abortivas mais caseiras, que podem dividir-se em três grupos: Por substâncias químicas que variam ao infinito, como a sabina, o fumo, o quinino, as cantáridas, o chumbo, o fósforo e outros que podem levar ao abortamento; Agentes físicos como o calor e a eletricidade, muito pouco eficientes, e que na maioria das vezes queimam a gestante; Agentes mecânicos por traumas diretos (quedas, pancadas, massagens, podendo a gestante nesses casos resistir à grande violência, já que seu organismo foi adaptado para proteger o feto, e não para expulsá-lo); ou por traumas indiretos, como “lavagem vaginal”, punção das membranas do ovo, raspagens e aspirações.* * Cfr. Antonio José Eça, O Aborto, in Direito Fundamental à Vida, Quartier Latin, 2005, pp. 550-551. IV - O aborto é um pecado que brada aos Céus e clama pela vingança de Deus 26. O aborto é um pecado grave? — O aborto viola gravemente o 5º Mandamento da Lei de Deus: Não matarás! Por isso é um pecado mortal, que produz a “morte” na alma daquele que o praticou, privando-o da graça de Deus que é sua vida sobrenatural, e tornando-o merecedor do inferno. Sobre as condições do perdão. 27. Essa é uma questão definida pela Igreja Católica? — O Papa João Paulo II, usando da autoridade pontifícia, declarou: “Com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os bispos [...], declaro que o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constituiu sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente [...]. Nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei no mundo poderá jamais tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito, porque contrário à lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão e proclamada pela Igreja” (destaques em negrito nossos).* * Encíclica Evangelium vitae, nº 63, 25 de março de 1995. Da Cátedra de São Pedro, em Roma, partem as orientações morais para os católicos, que declaram o aborto”intrinsecamente ilícito, porque contrário à lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão e proclamada pela Igreja” (João Paulo II, Encíclica Evangelium vitae, 25 de março de 1995). 28. Como classificar o aborto? — A eliminação direta de seres humanos inocentes por meio do aborto é uma violação total do direito à vida. Contrário à Lei de Deus e à Lei natural, o aborto deve ser definido pelas leis dos homens como crime de assassinato. Assassinato tanto mais grave quanto praticado contra um ser inocente e que não pode se defender. Por isso a doutrina católica diz que é um pecado que brada aos Céus e clama pela vingança de Deus. 29. Qual a punição especial da Igreja Católica para aqueles que praticam o aborto? — Ela está prevista no Código de Direito Canônico, no cânon 1398: “Quem provoca o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae”. Isso quer dizer que está automaticamente fora da Igreja e excluído dos sacramentos. Caso se arrependa e queira reconciliar-se, terá que recorrer ao bispo diocesano para obter a absolvição ou a algum sacerdote investido de poderes especiais para conceder tal absolvição. 30. A quem se aplica a excomunhão? — A excomunhão latae sententiae (isto é, automática) atinge a todos os que, com conhecimento e deliberadamente, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material — médico, enfermeira, parteira, etc. — quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz — como o marido ou o pai da criança que ameacem a mulher, obrigando-a a submeter-se ao aborto. A mãe pode não incorrer na pena de excomunhão caso se enquadre dentro das circunstâncias atenuantes do cânon 1324, § 1, incisos 1º, 3º e 5º, a saber: posse apenas parcial do uso da razão, forte ímpeto de paixão (não voluntariamente fomentada) ou coação por medo grave. 31. Como os profissionais de saúde devem agir no caso? — Devem negar-se a fazer o aborto, levantando objeção de consciência. Nenhuma lei humana pode obrigar alguém a agir contra a Lei de Deus e a Lei natural. 32. Qual a responsabilidade das autoridades públicas, políticos e organizações que votarem, ratificarem e propaga-rem leis abortistas? — Para os católicos o Papa João Paulo II diz, na encíclica Evangelium vitae (nº 59): “A responsabilidade cai ainda sobre os legisladores que promoveram ou aprovaram leis abortivas, sobre os administradores das estruturas clínicas onde se praticam os abortos, na medida em que sua execução deles dependa. Uma responsabilidade geral, mas não menos grave, cabe a todos aqueles que favorecerem a difusão de uma mentalidade de permissivismo sexual e de menosprezo pela maternidade(...). Não se pode subestimar, enfim, a vasta rede de cumplicidades, nela incluin- do instituições internacionais, fundações e associações que se batem sistematicamente pela legalização e difusão do aborto no mundo” (destaques em negrito nossos). V - As relações do nascituro com Deus e a questão do Batismo para a Igreja Católica 33. Como são as relações do nascituro com Deus? — Deus disse ao Profeta Jeremias: “Antes que saísses do seio materno, Eu te consagrei” (Jer. 1,4). Também o Profeta Isaías exclamou: “Yavé me chamou desde antes do meu nascimento, desde o seio de minha mãe me chamou por meu nome” (Is 49,1). Deus conhece, pois, por seu nome, cada homem que vem a este mundo, e lhe designa uma missão que só a ele cabe desempenhar na sociedade dos homens. 34. Qual a missão que cabe a cada homem desempenhar nesta Terra? — Tendo Deus criado o homem à sua imagem e semelhança, e sendo Ele infinitamente perfeito, a cada homem cabe representar uma determinada perfeição divina que nenhum outro homem fará brilhar como ele aos olhos do próprio Deus e dos demais homens. Assim, quando uma mãe pratica o aborto, é como se apagasse uma estrela que nunca mais brilhará neste mundo. 35. Qual o papel do batismo na Igreja Católica para a criança? — Como descendentes de Adão e Eva, contraímos o pecado original. Assim, explica a questão o Catecismo da Igreja Católica (nº 1250): “Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja Católica e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento” (destaques em negrito nossos). 36. Tudo isso é silenciado quando se discute a questão do aborto? — Tanto se silencia a missão única que Deus incumbe a cada ser humano, quanto se negligencia o pecado gravíssimo de negar ao filho concebido a vida sobrenatural, fazendo-o morrer sem o sacramento do Batismo. 37. Se o feto abortado for batizado antes de morrer, ele recebe a vida sobrenatural? — Sim, desde que o batismo seja ministrado enquanto ainda houver vida na criança. Mas ninguém tenha a ilusão de que, nos ambientes em que se pratica o aborto, seja fácil encontrar quem queira batizar o feto que está sendo brutalmente assassinado. VI - As seqüelas do aborto para a mãe e as falsas alegações em favor de sua legitimidade 38. Corre risco a mulher que se submete ao aborto, mesmo executado por profissionais? — Seria temerário negar que a mulher corre risco, mesmo quando o aborto é executado por profissionais desse ramo macabro. O aborto provoca freqüentemente seqüelas físicas, psicológicas e morais. 39. Quais seqüelas físicas o aborto provoca? — As seqüelas físicas que o aborto mais comumente provoca são: hemorragia, lesão e infecção, perfuração do útero ou do intestino, predisposição para abortos espontâneos, nascimentos prematuros, câncer de seio, gravidez ectópica (fora do útero), etc. 40. E os problemas psicológicos e morais? — A síndrome pós-aborto inclui crises de angústia, perda de auto-estima, letargia, misantropia, depressão e, acima de tudo, remorsos! 41. É só a mãe que sente problemas emocionais após o aborto? — Não. Também o pai, com freqüência, quando toma conhecimento do aborto de seu filho. Esse trauma pode ser agravado pelo fato de a lei geralmente não lhe conceder nenhum poder para proteger a vida de seu filho que vai nascer e é abortado voluntariamente pela mãe, como tem acontecido nos países onde o aborto é permitido. 42. As pessoas favoráveis ao aborto não sabem disso? — Sabem, mas tal é a sua determinação de promover o aborto que só se referem aos riscos do aborto clandestino, evitando mencionar as seqüelas físicas, psicológicas e morais acima descritas. 43. Os partidários do aborto alegam que a mulher tem direito ao próprio corpo e, portanto, pode extirpar o conjunto de células que está se formando no seu organismo e que lhe pertencem. — Essa alegação parte do pressuposto de que o que está se formando no seio da mãe não passa de um “grumo celular” agregado ao seu corpo. A mulher, portanto, teria o “direito” de extirpá-lo, como faria com um tumor que tivesse crescido em seu organismo. Entretanto, essa concepção é falsa, pois esse “grumo celular” — chamemo-lo assim, argumentandi gratia — é já um ser humano potencialmente completo e distinto da mãe. Não cabe falar, nesse caso, em “direito” da mãe ao próprio corpo, pois o que se formou nela, a partir da concepção, constitui um “terceiro” em relação a ela, sobre o qual ela não tem, de forma alguma, o direito de vida e de morte. 44. Mas não é a mãe que fornece as células ao filho? — Sua contribuição é indireta. Todos os órgãos auxiliares — placenta, invólucro amniótico, cordão umbilical — são desenvolvidos pelo próprio embrião, a partir dos nutrientes que recebe da mãe. Não é, pois, a mãe que produz diretamente as células com o que o filho vai se constituindo desde a fecundação. 45. E se a gravidez for indesejada pela mãe? — Desde que a mulher esteja grávida, ela já é mãe de um ser humano nos estágios iniciais da vida, não lhe cabe mais escolha. Eliminar a criança indesejada é praticar o assassinato de uma criatura inocente e indefesa. O certo será remover as causas pelas quais a criança tornou-se indesejada, e não matá-la. Em caso de pobreza, buscar auxílio, como, por exemplo, obter a adoção da criança; em caso de vergonha, recolher-se discretamente. Nascer é um direito da criança. 46. Por que obrigar uma mãe a dar seqüência a uma gravidez resultante de estupro ou incesto? — Matar a criança é um crime maior que o próprio estupro ou incesto. Se o estuprador não é condenado à morte, por que o seria a criança inocente? (O item 46 acima é a interpretação do Catecismo Católico Romano. Não concordo de forma alguma com esta tese. Afinal, se ela não consentiu com a fecundação, por que ela agora fica obrigada a carregar um filho do seu estuprador??? A mulher não tem o dever moral de levar a termo uma gravidez fruto de uma violência. – Escriba de Cristo) 47. Então a mãe vai ter que suportar a associação daquela criança, durante o resto da vida, à imagem indelével do estuprador? — Se a associação da imagem do filho com o fato do estupro produzir um trauma irremovível, ainda há o remédio de entregar o bebê a pessoas ou instituições que possam adotá-lo. É o que a Igreja Católica recomendava às freiras estupradas durante as guerras. Em caso algum será legítimo matar uma vítima que não teve a culpa de ser gerada. O que deve ser lembrado à mãe é que, ao optar pelo aborto, não escapará à síndrome pós-aborto, com os problemas físicos, psicológicos e morais já referidos. Se, pelo contrário, ela decide ter o filho e criá-lo, isso a eleva e dignifica aos próprios olhos e diante da parte mais sadia da sociedade, pela prática de um ato nobre e meritório. No caso da freira estuprada, a Igreja permitia que ela voltasse ao seio da família, se assim o desejasse, para criar e educar o filho. (Mesmo não concordando que a mulher tenha o dever moral de levar a termo a gravidez oriunda de um estupro, considero ato nobre se ela em nome do amor por aquele ser humano que não tem nada a ver com a sandice humana do estuprador, resolver concluir a gestação. – Escriba de Cristo) Santa Gianna Beretta Molla, preferiu morrer a abortar. Ela optou pela própria morte evitando assassinar a filha em seu seio. 48. Pode-se abortar a criança para salvar a vida da mãe? — Não. Assim como não se pode matar a mãe para salvar a criança, não se pode matar a criança para salvar a mãe. Com os avanços da ciência médica, esses casos praticamente deixaram de existir. E a medicina tem hoje recursospara salvar os dois, e deve fazer tudo para isso. (Outra vez discordo do catecismo católico. Um ser humano plenamente formado tem maior valor que um ser humano em potencial. Na Lei de Moisés um assassinato de um ser humano pleno era punido com a pena de morte, mas um aborto provocado tinha pena pecuniária. – Escriba de Cristo) 49. Pode, entretanto, dar-se o caso de a mãe ter que fazer uma cirurgia ou tomar um remédio que acabe provocando a morte do feto. — É um caso extremo, conhecido na Moral como de duplo efeito. Explica o Pe. Lodi da Cruz: “Neste caso a morte da criança não é diretamente provocada nem sequer desejada, mas somente tolerada como efeito secundário de uma ação boa. Por exemplo, uma mulher grávida descobre que está com o útero canceroso. O médico lhe diz que é preciso fazer uma histerectomia (remoção do útero) para extirpar o tumor. Diz também que esta cirurgia deve ser feita urgentemente, e não após o nascimento da criança, senão a mulher morrerá em pouquíssimo tempo. Analisando moralmente o caso, o médico não deseja matar a criança, mas remover o útero. Aliás, se ele simplesmente matasse a criança, não salva- ria a vida da mãe. Logo, o fim bom (salvar a mãe) não é obtido através de um meio mau (matar a criança), mas decorre diretamente de uma ação boa (a histerectomia), que aliás seria feita mesmo se a mulher não estivesse grá- vida. Esta ação boa, porém, teria um duplo efeito: um bom, desejado — a salvação da vida da mãe; outro mau, apenas tolerado, e não diretamente provocado — a morte da criança. Se, no caso que estudamos, não há outro meio de se obter o fim bom (a saúde da mãe) a não ser tolerando um efeito mau (a morte da criança); e se há proporção entre o mal tolerado e o bem procurado, então é lícito fazer a cirurgia. Procedimentos como este sempre foram lícitos e não se enquadram no conceito de aborto diretamente provocado, condenado pela Igreja Católica e defendido pelos abortistas”. 50. A anencefalia é o novo “cavalo de batalha” dos abortistas. A constatação da anencefalia justifica o aborto? — O significado literal da palavra anencefalia é sem cérebro. Na realidade, significa uma falha na formação do embrião, em que este não desenvolve as partes superiores do cérebro (calota craniana, tecidos que a ela se sobrepõem, hemisférios cerebrais e cerebelo). Ele possui uma parte do sistema nervoso central que lhe permite respirar e manter funcionando coração, pulmões, rins e fígado. Deve- se admitir a possibilidade de alguma consciência e capacidade de sentir dor. Alguns bebês anencéfalos que viveram alguns dias ou até meses levam a crer nessa possibilidade. 51. Então o anencéfalo não é um morto cerebral? — Absolutamente não. A morte do anencéfalo normalmente ocorre por insuficiência respiratória. 52. Mas se o anencéfalo não tem possibilidade de sobreviver, não seria melhor evitar para a mãe esse trauma da morte logo após o nascimento? — Não. Ninguém pode atentar contra o direito do anencéfalo de nascer, viver o tempo que lhe for dado por Deus, receber um nome próprio, ser batizado, morrer em paz e ter sepultura digna. Muito ao contrário de ser esquartejado pelo médico, sugado para fora do útero materno e jogado na lata de lixo hospitalar. Quanto à mãe, se abortasse, certamente estaria sujeita à síndrome pós-aborto, com todas as conseqüências físicas, psicológicas e morais já descritas. (Outra vez discordo do catecismo católico, diante de um quadro irreversível de um ser anencéfalo, o melhor é um aborto. A própria natureza costuma abortar quando percebe que o feto esta sendo mal formado, entretanto algumas vezes, o scanner biológico não detecta a falha. A medicina pode corrigir um eventual defeito da natureza, eliminando o feto mal formado. – Escriba de Cristo) 53. Seria eticamente aceitável retirar órgãos vitais de anencéfalos para efeito de transplante? — A Associação Médica Americana considera o anencéfalo um ser humano vivo, até que venha a ser constatada sua morte com critérios aplicáveis aos seres humanos em geral. Ela revogou a posição que considerava o anencéfalo neonato como um caso à parte para fins de doação de órgãos, colocando-o nos mesmos padrões e regras utilizados para doações de órgãos em geral. Assim, a previsão medicamente certa da curta vida extra-uterina do anencéfalo não torna moralmente lícita a retirada de órgãos vitais para transplante. O loteamento de órgãos de qualquer ser humano ainda vivo é um crime nefando, que, por sua vez, alimentaria um comércio mais que nefando... Aceita essa tese, logo viriam as próximas vítimas: crianças com outras doenças graves, velhos que não podem valer-se por si mesmos, qualquer indivíduo em estado vegetativo prolongado, etc. (Outra vez discordo do catecismo católico que parece depreciar a doação de órgãos. Esta maravilha da medicina possibilita dar uma sobrevida para quem ainda pode viver, extraindo órgãos de outro ser humano que já não tem mais perspectiva. – Escriba de Cristo) 54. Mas o que justifica tanto desvelo por um anencéfalo que vai mesmo morrer logo após o nascimento, se é que não nasce morto? — É fato que muitas dessas crianças nascem mortas, e a maioria vive umas poucas horas. Mas há algumas que vivem dias, semanas e até meses, por vezes mais de um ano. Nesse período, tem-se constatado um maravilhoso relacionamento humano, especialmente com a mãe, mas também com parentes e acompanhantes que cercam com desvelo o anencéfalo. Mas, sobretudo, o que se deve ter em conta são os misteriosos desígnios do Criador, que deu tão pouco tempo de vida a essa criatura. O Dr. Albert Niedermeyer, Doutor em Medicina, Filosofia e Direito, Catedrático da Universidade de Viena, tece profundas considerações a esse respeito: “Sob o ponto de vista sobrenatural, não há vida indigna de ser vivida. Ao enfermo aparentemente mais perdido são aplicáveis as inspiradas palavras de Santo Tomás: ‘É melhor para ele ser assim do que não ser em absoluto’. Para compreender esta sentença, é indispensável poder conceber que todo ser representa uma participação no ser de Deus. Proposição misteriosa que, para a arrogância humana, incapaz de elevar o olhar acima do terreno, poderá parecer loucura e escândalo, mas que na realidade nasce de uma profunda sabedoria”.* * Albert Niedermeyer, Compendio de Medicina Pastoral, Barcelona, Ed. Herder, 1955, p. 223. VII - Aborto, saúde pública e Estado leigo 55. O aborto é uma questão de saúde pública, com a qual a religião nada tem a ver. — Esta alegação é uma manobra tática dos propugnadores do aborto para escapar da questão moral. Eles tentam colocar fora da discussão a parte mais candente e essencial do tema, pois sabem que suas teses são ética e moralmente insustentáveis, e por isso rejeitadas pela maioria da opinião pública. 56. Qual a diferença entre ética e moral? — Ética e moral são expressões correlatas, pois derivam etimologicamente de duas palavras — uma em grego (ethos) e outra em latim (mos) — que significam a mesma coisa, isto é, costume. Entretanto, convencionou-se estabelecer, em certos círculos acadêmicos, uma diferença entre ambas. A ética seria o estudo das leis que regem o comportamento humano (os costumes), tais como se deduzem lógica e racionalmente da natureza das coisas, isto é, da Lei natural. A moral acrescenta aos elementos da Lei natural os dados fornecidos pela Revelação. Como Deus é, ao mesmo tempo, o autor da natureza e da Revelação, a harmonia e a concordância que existe entre ambas são tais, que não há nem pode haver oposição entre a ética e a moral cristã. Isto vale especialmente para a ética médica. 57. De qualquer forma, vivemos num Estado leigo, o qual deve ser neutro, legislar para todos, e não só para os cristãos. — O Estado neutro ou leigo não professa uma religião, mas professa uma ideologia que postula uma vida social e pública desvinculada do fator religioso. É um tipo de confessionalidade ideológica: agnóstica ou laicista.* Equivaleria a dizer: “Como você temuma convicção religiosa, não pode impô-la a mim. Mas eu, que sou agnóstico ou ateu, posso impor a minha a você. Nós divergimos, mas quem tem razão sou eu, que tenho a mente livre e não atada por dogmas religiosos”. Trata-se de um estranho Estado de Direito, dito democrático e pluralista, no qual somente os ateus e agnósticos têm o direito de falar e modelar as leis segundo seus princípios. * Cfr. J. Hervada, Pensamientos sobre sociedad plural y dimensión religiosa, in Jus Canonicum, XIX, 1979, nº 38, pp. 63-76. 58. Então o juízo da moral cristã contrário ao aborto é válido para toda a sociedade? — Quando o cristão defende as leis divinas não está impondo arbitrariamente uma crença pessoal, mas proclamando que a justiça, a verdade, o caráter sagrado da vida humana devem ser reconhecidos, protegidos e respeitados por todos. Negar que os cristãos tenham o direito de defender publicamente suas convicções é afirmar que a apregoada liberdade religiosa não vale para eles. Quanto ao aborto, ele é um crime não só para um católico, mas para todos os homens, em qualquer lugar do mundo, como decorrência da Lei natural. E ninguém tem direito de praticar um crime por ter formado individualmente a opinião que tal ato não é crime. Os princípios da Lei natural são acessíveis à razão humana e se impõem a todos, independentemente de suas crenças — ou descrenças... — religiosas. 59. Como um católico pode saber que o direito à vida é um preceito da Lei natural? — Diz o Papa João Paulo II na encíclica Evangelium vitae (nº 2): “Mesmo por entre as dificuldades e incertezas, todo homem sinceramente aberto à verdade e ao bem pode, pela luz da razão e com o secreto influxo da graça, chegar a reconhecer, na lei natural inscrita no coração (cfr. Rom. 2, 14-15), o valor sagrado da vida humana desde o seu início até o seu termo, a afirmar o direito que todo ser humano tem de ver plenamente respeitado este seu bem primário. Sobre o reconhecimento de tal direito é que se funda a convivência humana e a própria comunidade política”. 60. Ao tentar impor, aos que não têm fé, seus preceitos morais baseados na fé, os católicos assumem uma atitude preconceituosa, própria de fanáticos. — Essa objeção já está formalmente respondida nas questões anteriores, que demonstram a universalidade dos preceitos da Lei natural. Concretamente, quando os católicos se opõem ao aborto, o fazem baseados também em dados científicos que mostram a falsidade e a nocividade dos argumentos pró-aborto. A medicina e a higiene se baseiam nas ciências naturais, que chegam às suas conclusões através dos métodos naturais de investigação. Mas sendo o homem composto de matéria e espírito, essas ciências não podem abstrair do conteúdo ético e moral de suas conclusões e de suas aplicações concretas. Paradoxalmente, muitos partidários do aborto, no seu fanatismo cego, usam argumentos não científicos, mas sentimentais, deixando de lado os dados mais óbvios da razão. 61. Quais são as conseqüências da rejeição dos preceitos morais pregados pelo cristianismo? — O Professor Plinio Corrêa de Oliveira explica: Excluí-la de qualquer assunto de natureza moral é pois excluir o próprio Jesus Cristo, o que infelizmente não é raro acontecer em órgãos de comunicação social de nossos dias. “O direito da Igreja de Jesus Cristo de ser ouvida não lhe vem da maioria, mas do próprio Jesus Cristo, o qual foi igualmente Mestre quando a multidão o glorificava cantando ‘Hosana ao filho de Davi’, como quando ululava ‘Crucifica-O’. A negação do Divino Mestre obviamente é ainda mais censurável em um país cristão, no qual a imensa maioria dispõe de meios, inclusive pacíficos e inteiramente legais, para conseguir que a voz do Divino mestre nunca seja recusada ou omitida. “Cada aborto constitui um assassinato. À medida que a impunidade legal venha a favorecer no Brasil que o aborto se introduza em nossos costumes, ocorrerá um número infinitamente crescente de assassinatos. “Tudo isso abre como que um rio de pecados a bradarem aos Céus clamando por vingança. Esta expressão enérgica está até nos catecismos. “No plano social, os efeitos do aborto são claros. De um lado, a ausência de frutos nas chamadas uniões livres só pode concorrer para multiplicá-las. De outro lado, os vínculos do matrimônio são debilitados pelo aborto. “Tudo isso redunda em mais um fator de debilitação do matrimônio e da família, e portanto de toda a sociedade brasileira”.* * Cfr. entrevista concedida a Edição Mineira, Belo Horizonte, nº 45, 5-1-1983. 62. Independente das implicações religiosas e morais, o fato é que o aborto constitui um problema de saúde pública, que deve ser resolvido de alguma maneira. Milhares de mulheres morrem, ou quase, em abortos realizados clandestinamente. Realizado em hospitais do Estado, o aborto é mais seguro. As mulheres ricas podem fazer o aborto em clínicas especializadas, enquanto as pobres não. É, portanto, obrigação do Estado evitar esses abortos clandestinos, oferecendo às mulheres sem recursos a possibilidade de um aborto legal e seguro. — A obrigação do Estado é favorecer a vida, e nunca a morte. Qualquer que seja a razão da gravidez, a obrigação da mãe é levá-la até o fim. É um outro ser humano que ela leva em seu seio e que tem direito fundamental à vida, e que ela não pode, em hipótese alguma, eliminar. A única política pública aceitável é evitar o aborto, com o oferecimento de assistência moral e material durante a gravidez e o parto. Quer a mãe seja rica ou pobre, o problema é o mesmo. O aborto é um assassinato de um ser inocente e indefeso, e ninguém pode praticá-lo, independentemente de sua condição financeira. 63. Mesmo que a lei penalize o aborto — queiramos ou não — ele continuará a ser praticado. É, portanto, melhor legalizá-lo, para evitar as conseqüências gravemente danosas do aborto clandestino. — Não se elimina um mal legalizando-o. Isso equivaleria a propor a legalização do roubo, do estupro, etc. Dentro dessa lógica, não deveria haver lei penal alguma, sob o esdrúxulo argumento de que, sem lei que o penalize, o crime deixaria de ser praticado. A conseqüência evidente é que, pelo contrário, os crimes aumentariam, pois estariam protegidos pela total impunidade. 64. Uma solução, então, seria promover, em larga escala, os métodos artificiais de controle da natalidade. Assim evitar-se-ia a gravidez indesejada, e por conseqüência o aborto. — A contracepção, de si, constitui uma violação da Lei divina e da Lei natural, pois impede a realização do fim próprio do ato sexual, que é a procriação, na vigência do casamento monogâmico e indissolúvel. Ademais, não é lícito combater uma ação criminosa com uma prática imoral. A contracepção não elimina a prática do aborto, mas abre as portas para ele. Declara-o o ex-diretor médico de uma entidade financiadora e promotora do aborto e do controle da natalidade: “À medida que as pessoas adotam métodos contraceptivos, aumenta e não decresce o número dos abortos”.* Na verdade, sem um combate firme e decidido à generalizada dissolução dos costumes, não se elimina a praga do aborto, a pandemia da Aids e aberrações morais correlatas. Uma declaração nesse sentido do Papa Bento XVI, por ocasião de sua viagem à África, escandalizou os meios laicistas em todo o mundo, que rasgaram as vestes diante de tal afirmação. Entretanto, a observação do Pontífice é perfeitamen- te sensata e comprovada pela observação comum. * Andrew Scholberg, The Abortions and Planned Perenthod: Familiar Bedfellows — IRNFP, vol. IV, nº 4, Winter 1980, p. 298. (O fato das mulheres terem períodos em que estão férteis e outro que não podem engravidar, mostra que Deus criou sistema na própria natureza biológica que aponta que há sim, meios de regular a reprodução humana e de todas as espécies de vida para que não haja uma superpopulação como nós vivemos no século XXI. Deus mandou encher a terra, acontece que desde meados do século XX que a terra já está superlotada de humanos. A igreja católica esta anacrônica,fora do seu tempo, e não percebe que as famílias tem o direito de fazer o planejamento familiar. Colocar o anticoncepcional no mesmo patamar do aborto, só mostra o por quê a Igreja Católica não consegue nem mesmo convencer seus membros desta aberração ideológica doutrinária. Pensamentos como este só fazem as pessoas se afastarem do cristianismo verdadeiro. – ESCRIBA DE CRISTO) VIII - a lei brasileira e o aborto 65. Quais as leis brasileiras que tratam do aborto? — Genericamente, a Constituição brasileira. E, além dela, o Código Penal. Ademais, há tratados internacionais, subscritos pelo Brasil, que tratam da questão. 66. O que diz a Constituição Brasileira? — O artigo 5º da Constituição garante “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida”. 67. E o Código Penal? — Os artigos 124 a 128 do Código Penal tipificam o aborto como crime: “Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 — Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena — detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 — Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena — reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. Art. 126 — Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único — Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Forma qualificada Art. 127 — As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128 — Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I — se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II — se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre- cedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”. 68. Há, portanto, casos em que, pela lei penal brasileira, o aborto é permitido? — Não. O aborto é sempre crime, embora não passível de punição nos casos de estupro, e se não há outro meio de salvar a vida da gestante. Nesses dois casos, a lei não pune, mas continua a considerá-los crime. 69. Nesses casos, é moralmente aceitável o aborto? — Não. O fato de a lei não punir não o torna moralmente aceitável, porque o aborto é inaceitável em qualquer caso, por ser um atentado contra a vida humana indefesa e inocente. 70. Quais são os tratados internacionais que proíbem o aborto? — O Brasil assinou o Pacto de São José (da Costa Rica), que tem o efeito de lei, redigido nestes termos: “Art. 4º — Toda pessoa tem direito a que se respeite a sua vida. Este direito estará protegido pela lei, em geral, a partir do momento da concepção”. IX - Campanha mundial pela legalização do aborto 71. A grande quantidade de abortos se deve exclusivamente ao dinamismo espontâneo de uma sociedade que vai se corrompendo moralmente ou há algo mais? — É um engano pensar que a avalanche de pecados que constituem os milhões de abortos praticados anualmente em todo o mundo se deve apenas ao dinamismo puramente espontâneo de uma sociedade em decadência moral. Pelo contrário, é notória a existência de um imenso movimento pró-aborto, atuante em âmbito mundial, que se dedica a promover a legalização e a prática do aborto. 72. Que organizações se dedicam a promover o aborto? — São incontáveis as organizações públicas e privadas, no mundo inteiro, que se dedicam a promover o aborto. Entre elas incluem-se organismos da ONU, numerosas ONGs, governos nacionais. Constituem uma rede organizada, influente, que dispõe de imensos recursos financeiros e midiáticos. A Santa Sé, através de núncio apostólico que mantém nas Nações Unidas, advertiu que os governos têm o dever de denunciar as agências da ONU que, contra os tratados internacionais, promovem o aborto. 73. Que relação tem o aborto com as teses eugenistas? — O movimento abortista, alegando chavões sentimentais, favorece os desígnios de uma doutrina extremamente perigosa chamada eugenia, que almeja impor-se ao mundo inteiro. São seus objetivos: promover as raças e pessoas consideradas superiores (eugenismo positivo); fazer desaparecer as raças e pessoas consideradas inferiores (eugenismo negativo).* A eugenia era praticada pelos povos pagãos, inclusive pelos gregos e romanos. Foi a Igreja Católica que, ensinando gradativamente o alto valor da vida humana e seu destino sobrenatural e eterno, inculcou ao mesmo tempo o horror ao aborto e ao infanticídio. * Cfr. Lilian Denise Mai e Emília Luigia Saporiti Angerami, Eugenia negativa e positiva: significados e contradições, in Revista Latino-Americana de Enfermagem, março-abril de 2006. (Outra tese absurda, eugenia tinha sentido no nazismo e no início do século XX. Agora hoje em dia, o socialismo de esquerda favorece ao nascimento de crianças deficientes, filhos de drogadas etc. – ESCRIBA DE CRISTO) 74. A eugenia reviveu depois? — No século XIX a eugenia foi “redescoberta” por Darwin, cuja teoria evolucionista de “seleção natural” procura explicar a formação de raças superiores e inferiores: “Entre os selvagens, os corpos ou mentes enfermos são rapidamente eliminados. Os homens civilizados, ao contrário, constroem asilos para os imbecis, incapacitados ou enfermos, e nossos médicos aplicam o melhor de seu talento em conservar a vida de todos e de cada um, até o último momento, permitindo que se propaguem os membros fracos das nossas sociedades civilizadas. Ninguém que tenha trabalhado na reprodução de animais domésticos duvidará de que isto é sumamente prejudicial à espécie humana” (destaques em negrito nossos).* * Charles Darwin, The Descent of Man, cap. 5 — On the Development of the Intellectual and Moral Faculties During Primeval and Civilised Times. (Bom, eu sou a favor da eugenia no sentido de impedir que bandidos e deficientes possam procriar, porque assim impedindo que eles reproduzam, se reduz esta decadência do gene humano. Isto é aplicado com todas as espécies de animais e plantas e não tem por que não aplicar nos humanos. O texto acima é de um catecismo católico e eles valorizam acima da medida o direito de nascer, tornando-o em um DEVER. – ESCRIBA DE CRISTO) 75. Que relação há entre eugenia, planejamento familiar e aborto? — Margaret Sanger (1879–1966), ícone do movimento feminista, fundadora da International Planned Parenthood Federation (Federação Internacional de Planejamento Familiar), prega claramente a eugenia no seu livro The Pivot of Civilization (cfr. pp. 59-71) e em muitos outros escritos. A entidade por ela fundada é uma das mais ativas organizações abortistas de nossos dias. (A eugenia para melhoramento racial não é mais praticado, e só teve grande importância até meados do século XX, a Igreja Católica delira ao colocar eugenia no mesmo saco que o aborto e o planejamento familiar. Pelo amor de Deus... – Escriba de Cristo) 76. A eugenia foi favorecida pelo nazismo? — No século XX, a eugenia foi adotada como política oficial do nazismo de Hitler e mereceu a repulsa geral da opinião pública, até bem pouco tempo. 77. O que o aborto tem que ver com as teses de “ecologia profunda”? — A expressão doutrinária mais extremada do movimento ecológico denomina-se ecologia profunda, e é aparentada com a eugenia. Seus defensores afirmam que a capacidade da Terra para suportar a população humana é muito limitada, entre um e dois bilhões de pessoas. Muitos crêem que isso os leve a advogar a extinção da humanidade, por ser predatória da natureza. De fato, alguns deles pensam assim. Propõem, entre outras coisas, uma extinção voluntária, consistente em renunciar a ter filhos ou abortá- los. Nesse sentido trabalha, porexemplo, a ONG The Voluntary Human Extinction Movement (Movimento pela extinção humana voluntária).* (Novamente vemos exageros dos dois lados. Sou a favor e muito que a humanidade seja reduzido como espécime a no máximo um bilhão de indivíduos. O mandamento divino era para crescer e multiplicar ATÉ encher a Terra. Com a atual população de hoje com mais de sete bilhões, o ecossistema do planeta esta sendo gravemente afetado. A Igreja Católica neste ponto acaba atrapalhando o planejamento familiar. O uso de qualquer método anticoncepcional evitará a proliferação da espécime humana e gradativamente reduzirá a superpopulação. Não precisa matar pessoas, basta reduzir o nascimento, que a população se regulará. Aborto como método de reduzir a população é descabido. – Escriba de Cristo) 78. O que o aborto tem a ver com as teses marxistas e comunistas? — Para marxistas e comunistas, o aborto encaixa-se na luta pela chamada “libertação da mulher”. Durante a revolução russa, o departamento feminino do partido bolchevista conseguiu aprovar o direito ao aborto legal gratuito nos hospitais do Estado. Com Stalin, o aborto voltou a ser ilegal. Na década de 60, os comunistas, aliados aos grupos feministas de inspiração marxista, conseguiram a despenalização do aborto na Itália, França, Inglaterra e Estados Unidos. E continuam difundindo virulentamente, em todo o mundo, a defesa do aborto como se fosse um direito da mulher. 79. Em face da cultura da vida, existe também uma cultura da morte? — Sim, muitos se dedicam a difundir na sociedade uma mentalidade que atenta contra a vida humana, propugnando o aborto e a eutanásia. Segundo essa mentalidade, tais práticas não deveriam mais ser consideradas crimes; assumiriam paradoxalmente o caráter de direitos, a ponto de se pretender, para elas, um reconhecimento legal do Estado, junto com a garantia de execução gratuita por meio de profissionais de saúde. Estes ficariam, em alguns casos, proibidos inclusive de levantar objeção de consciência contra tais práticas criminosas. (No aborto uma pessoa decide sobre se outra deve viver ou não, justamente aquela pessoa que tem a missão de proteger a vida indefesa do bebê, um ser humano que tem o direito a vida, pois ainda não experimentou nada da vida fora do útero. Eutanásia trata- se de uma vida em estado terminal e que se mantém vida artificialmente por aparelhos impedindo o processo natural da morte. A eutanásia já acho razoável por fim a um sofrimento desnecessário, muitas vezes pessoas com idade avançada... deixe-as descansar. Escriba de Cristo) 80. O movimento pró-aborto resulta de considerações meramente sentimentais ou envolve algo mais profundo? — As pessoas que se manifestam favoráveis ao aborto parecem movidas por considerações meramente sentimentais, alegando sobretudo a consternação da mulher diante de uma gravidez indesejada. Alguns pensam também nas condições de pobreza em que a criança vai viver depois de nascida. Mas não pensam no sofrimento da vítima inocente e indefesa que vai ser brutalmente sacrificada antes de nascer. Essa obnubilação do sentimento, que só vê um dos lados da questão, é provocada, segundo o ensinamento da Igreja, por aquele que foi o “homicida desde o princípio” e o “pai da mentira”, ou seja, o demônio. Foi o demônio que incitou Caim a matar seu irmão Abel, e desde então a maldição do homicídio pesa sobre a descendência de Adão e Eva. Desde então, a humanidade se dividiu em duas cidades, como ensina Santo Agostinho: a Cidade do homem, fundada sobre o amor egoísta de si mesmo levado até o ódio a Deus e a seus divinos Mandamentos; e, em contraposição, a Cidade de Deus, constituída por aqueles que põem o amor a Deus infinitamente acima do amor legítimo e desinteressado de si mesmo. (A questão do aborto devido a pobreza dos pais não se justifica de forma alguma. Aliás a gravidez indesejada não justifica o aborto. Mas considere a biografia de vários ricos e vemos que muitos deles foram pobres. Também pobreza não é sinônimo de infelicidade para que se argumente a favor do aborto. – Escriba de Cristo) X - O embate pelo aborto no Brasil 81. O aborto tem condições de ser aprovado no Brasil? — O Brasil cristão, conservador, tradicional na índole de seu povo, presencia uma agressiva campanha de grupos abortistas que trabalham afanosamente no Congresso Nacional, e fora dele, inclusive em altos setores do governo, para conseguir que o aborto seja descriminalizado e declarado um direito da mulher. Se os cristãos se unirem, e com valentia lutarem contra o homicídio de nascituros, teremos vitória. Mas é preciso jamais esmorecer.* 82. Quais as conseqüências para o Brasil, enquanto nação, da aprovação do aborto? — Em 1998 o Brasil foi declarado pela OMS (Organi- zação Mundial da Saúde) o país com o maior número de abortos no mundo ocidental, calculados em 2,3 milhões por ano. No total do século, isto significa mais que as vítimas de todas as guerras do século XX juntas; mais do que todos os mortos em catástrofes naturais; mais do que os espantosos genocídios promovidos por nazistas, comunistas, ou resultantes de confrontos nacionais na Europa e na Ásia, ou de guerras tribais na África. Quanto ao Brasil, se o país oficializar a matança de inocentes legalizando o aborto, a gravidade do pecado sobe de grau, pois passa a ser um pecado da nação brasileira. Cumpre lembrar, a esse respeito, o famoso pensamento de Santo Agostinho segundo o qual, como no Céu não haverá nações, estas são castigadas ou premiadas nesta Terra pelas suas obras. O combate que devemos desenvolver contra o aborto visa afastar do Brasil esse castigo e atrair as bênçãos de Deus para a nossa nação. 83. Diante do atual embate sobre o aborto, é legítima uma posição de simples negligência, ou mesmo de neutralidade declarada? — Na Divina Comédia, Dante Alighieri profliga aqueles que viveram nesta Terra evitando tomar posição sobre os grandes confrontos de sua época. Com isso levaram uma vida insignificante, “sanza infamia e sanza lodo” (sem infâmia e sem louvor). Por isso, não mereceram ser acolhidos no Céu, e o próprio Inferno os recebeu com desdém, mantendo-os no vestíbulo dos antros infernais. Encontrando-os aí, e vendo-os desprezados por todos, Virgílio aconselha a Dante: “Non ragioniam di lor ma guarda e passa” (Não percamos tempo com eles, olhe apenas e passe adiante).* Esse é o desprezo que merecem os que, numa hora grave para a Religião e a Pátria, preferem não se engajar na luta, mantendo-se numa preguiçosa e ignóbil indiferença. * Inferno, Canto III, vv. 34 e 49. 84. O que os católicos podem fazer concretamente? — O intrépido pensador e líder católico brasileiro, Plinio Corrêa de Oliveira, dizia: “Ao católico que mergulhar na deliciosa inércia, e com falsa humildade perguntar ‘Quem sou eu? Que posso eu fazer, se sou um mero particular, sem posição de destaque que me permita exercer uma ação eficiente?’, lembramos que, se todos os católicos brasileiros soubessem reivindicar os direitos da Igreja em suas conversas, em suas discussões, em toda sua vida, nunca teria sido nossa Constituição deformada por um positivismo ridículo, obsoleto, com que se pretende fazer de nós a caricatura cruel de um povo civilizado. Combatamos. A Igreja espera que cada um cumpra o seu dever”.* * O Legionário, nº 74, 8-2-1931. PARTE III – MOVIMENTO ABORTISTA MUNDIAL A Internacional do aborto: imensa máquina para impor o genocídio de nascituros ao mundo inteiro Tornou-se notória ultimamente a convergência de forças internacionais visando impor o crime do aborto na totalidade dos países, utilizando todos os meios possíveis para alcançar o seu funesto objetivo: a completa liberação do assassinato de inocentes. Alfredo MacHale A ofensiva para implantar legalmente o aborto no mundo inteiro adquiriu força a partir de 1973, quando a Corte Suprema dos Estados Unidos sentenciou, no caso Roe x Wade, que a penalização desse crime feria a Constituição americanapor violar o direito à privacidade das mães que quisessem abortar. A aprovação do aborto pela referida Corte constituiu um pecado que clama ao Céu por vingança, e querer justificá-lo com argumentos de “privacidade” é uma burla feita a Deus. Ao Estado cumpre prevenir, inibir e reprimir os assassinatos, nunca autorizá-los. Tanto mais quando eles são perpetrados contra vítimas inocentes e indefesas, por iniciativa daqueles mesmos que lhes deram a vida! (De forma irônica poderíamos alegar que os maridos podem matar suas esposas, pois o Estado não podem violar à privacidade dos lares... Cada decisão estapafúrdia que são tomadas pelas cortes supremas do mundo afora que dói na alma... – Escriba de Cristo) Aborto foi legalizado nos EUA em 1973 CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA DE WASHINGTON O aborto é legal em todos os EUA desde 22 de janeiro de 1973, quando a Suprema Corte resolveu o caso conhecido como Roe versus Wade. A decisão da Suprema Corte foi de que a mulher tem o direito constitucional de praticar aborto. A maioria da população norte- americana, segundo frequentes pesquisas de opinião pública, apóia o direito ao aborto [justificável ou injustificável]. Apenas cerca de 15% defendem a tese de que todo aborto deve ser posto fora da lei. Em torno de 33% acham que todo aborto deve ser legal e 50% acreditam que apenas em certas circunstâncias [é o caso em que eu defendo - Escriba]. Militantes antiaborto Mas a minoria antiaborto é muito ruidosa e, por vezes, violenta. Entre 1977 e 1994, houve 1.712 atentados contra clínicas de aborto no país, incluindo 40 bombas e 92 incêndios criminosos. Quatro pessoas morreram e oito ficaram feridas nesses incidentes. O caso de John Salvi Terceiro, que apareceu morto na cela em que cumpria pena de prisão perpétua por duplo homicídio em duas clínicas de aborto em Boston, fez com que diminuíssem os atentados violentos. Nos últimos dois anos, diminuíram os incidentes nas clínicas [ano de 1996]. Em junho de 1992, a Suprema Corte manteve a decisão de Roe versus Wade, embora tenha ampliado os poderes dos governos estaduais de regularem a interrupção da gravidez. O então presidente George Bush havia jogado pesado para que a Corte, que ficara muito mais conservadora após 12 anos de governos conservadores, modificasse a resolução de 1973. Bush queria que o direito ao aborto fosse limitado a casos de estupro, incesto e risco de vida para a mãe. Agora, com mais quatro anos de administração Bill Clinton, que é favorável ao aborto, a composição da Corte tornará mais difícil do que nunca, pelo menos nos próximos 20 anos, qualquer alteração da Roe versus Wade. O máximo que os conservadores têm conseguido em alguns Estados é fazer com que a mulher que deseja praticar aborto ouça exposição médica sobre o desenvolvimento do feto e espere 24 horas antes de se submeter à cirurgia e exigir que menores de 18 anos que não trabalham obtenham a autorização de um dos pais para abortar. (1) Desde aquela sentença — verdadeiramente de morte, de uma crueldade sem paralelo, que provocou a execução sumária e impune de milhões de nascituros — o aborto vem sendo aplicado nos EUA, com a agravante de que independe dos meses de gestação já transcorridos. Ou seja, é aplicável também no caso de bebês em vésperas de nascer, portanto com a plenitude dos sentidos, sendo submetidos a sofrimentos inenarráveis. Antes disso a ofensiva abortista já existia, mas se manifestava substancialmente através de sua prática ilegal e clandestina, portanto limitada. Após essa decisão nefasta, dezenas de países foram se perfilando na lista macabra dos imitadores de Herodes. Mais uma vergonhosa contradição de nossa época, que se caracteriza pelo horror ao sofrimento e incontáveis pessoas não poupam esforços para evitá-lo. A ofensiva assassina estende-se à Europa Nos anos seguintes, a despenalização do aborto estendeu-se aos mais importantes países europeus, hoje integrados à União Européia (UE), a qual vem lutando para implantá-lo em todas as nações que a compõem, e também naquelas sobre as quais exerce alguma forma de influência. Muitas vezes a legalização do aborto de início limita-se a certos casos, ficando para uma segunda etapa sua aceitação mais geral. Quando isso sucede, as mesmas forças que intervieram para abrir a primeira brecha empenham-se em ampliá-la cada vez mais, até obterem a liberalização e a impunidade completas, as quais normalmente não demoram muito tempo em se produzir. (Discordo do texto do padre acima. São três posições distintas: Totalmente contra aborto, totalmente favorável ao aborto e os que admitem o aborto seletivo só em casos justificáveis – Escriba de Cristo) Esse processo começou em países protestantes, para depois atingir os católicos, e afetou as nações mais desenvolvidas antes de alcançar as subdesenvolvidas. Assim, um a um os países europeus foram se somando a esse autêntico genocídio programado de nascituros, sendo Portugal o mais recente em fazê-lo. Ainda há resistências em algumas nações que a União Européia não conseguiu dobrar, e às quais ela não poupa ameaças e pressões para obter que também capitulem. Entre elas está a Polônia. As ameaças estendem-se ainda a países extrínsecos ao bloco, sob a forma de sanções econômicas, comerciais, migratórias ou outras, caso não adotem o sinistro código de Herodes. Mais. Continuamente estão sendo elaboradas novas versões do Direito em seus diversos ramos (Penal, Civil, Internacional, etc.), segundo as quais não só o aborto é permitido, mas constitui delito que os médicos, hospitais e clínicas se recusem a praticá-lo. A perseguição estende- se assim às consciências. Obstáculos à implantação do aborto em nível mundial Não obstante, o panorama mundial para os abortistas não é nada favorável, pois não cessa de crescer a reação da opinião pública norte-americana — e de outras nações — contra a imensidade do massacre perpetrado todos os anos contra os nascituros. Tal reação significa até agora que, em mais da metade dos EUA, o aborto está sendo progressivamente dificultado. E a própria sentença de 1973, que declarou conforme à Constituição do país o aborto em quase todas as suas formas, está em via de ser submetida a uma revisão. A isso deve-se acrescentar que as forças conservadoras daquele país aumentaram muito seu poder, de modo a impor aos políticos liberais e amorais muitos retrocessos que há três décadas eram simplesmente inconcebíveis. Ao mesmo tempo, em muitas nações européias, nas quais a legalidade do aborto foi estabelecida há várias décadas, vão se produzindo reações vigorosas, pois tornam-se patentes as conseqüências nefastas que a despenalização desse crime vem causando no Velho Mundo. Essa reatividade produz-se, em grande parte, porque o aborto contribui para manter muito baixa, ou até negativa, a taxa do aumento demográfico, em virtude da qual a Europa vai se “deseuropeizando” em favor de populações oriundas de outros países, de modo especial muçulmanos. Embora tal razão seja em grande parte pragmática, por não se relacionar proximamente com princípios, ao menos é manifestação de um pouco mais de bom senso numa civilização em que este encontra-se muito reduzido e, em certos setores, até mesmo ausente por completo. (Não podemos colocar o aborto no meio da questão da islamização da Europa. Os estados europeus ao facilitarem o ingresso de muçulmanos na Europa acabarão perdendo sua identidade e facilitando o domínio político militar dos muçulmanos naquele continente. O aborto é outra questão ética e moral – Escriba de Cristo) Poderosas forças empenham-se para impor o aborto no mundo As forças que tramam a imposição mundial do aborto adotam como regra quase geral: a) dissimular ao máximo que seus esforços são voltados diretamente para esse objetivo; b) apresentar-se com freqüência como aquilo que não são, para produzir desinformação, tornando assim mais fácil a obtenção de sua meta. Por exemplo, poucos conhecem o enorme trabalho que a descomunal máquinaabortista desenvolve no Brasil nesse sentido, e quanto ela penetrou nas instâncias estratégicas da política governamental, atuando para esse objetivo contra a opinião da grande maioria do povo brasileiro, que é contrária à legalização e à prática do aborto. Menor ainda é o número dos que estão cabalmente informados sobre as organizações que elaboraram tal estratégia e realizam e controlam esse trabalho, todas elas com sedes no exterior, de onde decidem o que será implantado no Brasil, nas Américas e no mundo. Em suma, as pessoas realmente decisivas não aparecem, e as que o fazem estão longe de ser as mais importantes. A rede mundial Católicas pelo Direito de Decidir — CDD Encabeçada pela entidade norte-americana Catholics for a Free Choice (Católicas por uma livre escolha), a CDD segue a referida tática de apresentação enganosa. Tal entidade, de católica só tem o nome, escolhido evidentemente para confundir, ter mais influência na sociedade e produzir a sensação de que na Igreja há uma corrente abortista, de modo que os católicos pareçam divididos. Sua verdadeira meta é a implantação definitiva e irreversível do aborto em todo o mundo e em todas as circunstâncias. Em sua página da internet, apresentam-se como um “grupo ecumênico”, com colaboradores de diversas religiões, mas sem vínculo com elas. Sua dirigente máxima, Frances Kissling, é uma ex- freira que abandonou o convento em 1974 e não professa nenhuma religião. São significativas, a esse respeito, suas palavras: “Saí porque não acreditava. Lembro-me de algumas conversas que tive com outras irmãs e postulantes sobre controle da natalidade, divórcio e segundo casamento. Eu não cria no que a Igreja ensinava sobre essas coisas. A idéia de ser uma representante da Igreja constitucional, ao mesmo tempo em que discrepava dessas posições, não tinha sentido para mim. Eu não concordava com os ensinamentos da Igreja [...]. E assim, quando deixei o convento, parei de ir à igreja. Pode-se dizer que a partir desse ponto eu não era mais católica ativa. Mas eu mesma, particularmente, não me considerava mais uma católica”. Posteriormente, quando ingressou na CDD para um cargo diretivo, julgou conveniente reincorporar-se à Igreja, obviamente por razões táticas, e só dos lábios para fora, não tendo pejo em declarar: “Quando disse que voltei à Igreja, nunca voltei nos antigos termos. Voltei à Igreja como agente da transformação social, voltei à igreja da mulher” (sic). Atuação de ONGS e poderosas fundações pró-aborto A CDD é financiada — juntamente com uma miríade de outras ONGs que atuam no mundo inteiro para o mes- mo fim — por uma impressionante rede de poderosas fundações privadas, constituídas e impulsionadas pelos maiores potentados norte-americanos. Estes definem as es-ratégias, escolhem e remuneram os cúmplices, e normalmente não aparecem para o público, pelo menos a propósito do aborto. Obviamente, essas fundações –– entre as quais estão a Ford, a Rockefeller e a Buffet –– são as vozes decisivas, porque as ONGs abortistas tanto podem prosperar como decair e desaparecer em questão de semanas, conforme obtenham ou não daquelas os donativos para a sua atuação. O grosso das informações sobre Católicas pelo Direito de Decidir — CDD está contido numa entrevista de mais de sete horas de duração, concedida em 2002 por Frances Kissling, a qual pode ser vista na página http:// www.smith.edu/libraries/libs/ssc/prh/transcripts/kissling- trans.html. A entidade é internacional, com sede em Washington, e colabora com a promoção do aborto nos EUA, em todos os países da América Latina e na União Européia. Está iniciando sua expansão pela África, não escondendo o desejo de intervir também na Ásia, especialmente devido ao enorme contingente populacional ali existente. O relato da própria entidade deixa transparecer a existência de uma imensa máquina destinada a impulsionar o aborto em nível mundial, a qual se move por uma ideologia totalmente diferente da que os seus agentes declaram. São essas fundações internacionais que traçam há várias décadas as estratégias e financiam os trabalhos a serem realizados pelas organizações locais. Somente estas últimas têm alguma visibilidade, e limitada a um muito reduzido público. Para a maioria da população, tais organizações nem sequer aparecem, apesar de haver várias centenas delas no Brasil e milhares no exterior, disseminadas por todo o mundo numa rede estrategicamente coesa e coordenada. Para o grande público — inclusive para muitos políticos e responsáveis pelo destino das nações — a pressão pela legalização do aborto se apresenta como um fenômeno natural, suposto efeito inevitável do desenvolvimento da História, da expansão das comunicações ou das mudanças políticas, contra as quais pouco ou nada pode ser feito. Contudo, por trás dos bastidores tudo está meticulosamente planejado. Em fins dos anos 70, Frances Kissling tornou-se presidente da CDD, até então existente quase só nominalmente. Pode-se constatar aí o poder das fundações que financiam a expansão do aborto, pois a CDD era então a menor entre as organizações com esse fim, mas já contava com um orçamento anual de 250 mil dólares, que desde então não parou de crescer. Este fora obtido inicialmente das mesmas fundações, que alguns anos antes haviam financiado a entrada da International Planned Parenthood Federation — IPPF e do International Pregnancy Advisory Services — IPAS na montagem das redes de clínicas de aborto. A Federação Internacional de Paternidade Planificada A International Planned Parenthood Federation — IPPF é uma organização multinacional, fundada por movimentos feministas em Londres e Bombaim na década de 50, para promover o aborto em todo o mundo. Utiliza um nome diferente da realidade, pois o público entende por planificação familiar o controle da natalidade, e não o aborto. Mas é a este que a organização se dedica. A filial no rte-americana da IPPF detém uma rede que abarca 20% de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos e é a maior promotora da matança de nascituros nesse país. Sua página na internet contém abundante propaganda do aborto, e informa que deseja transformar em seguros os 19 milhões de abortos inseguros anuais que afirma haver no mundo — o que, em muitíssimos casos, significa também legalizá-los e aumentar seu número. Para isso atua em 189 países — ou seja, em todo o mundo —, 29 dos quais nas Américas: portanto, no continente americano inteiro. Até 1973, ano da sentença da Suprema Corte no caso Roe x Wade, a IPPF só trabalhava na propaganda pela legalização da prática, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas “para não ser estigmatizada” pelo público. Mas, segundo Frances Kissling, as fundações que financiam as atividades da IPPF obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de abortos na América e no mundo. Com freqüência, as filiais da IPPF nos diversos países adotam nomes que pouco ou nada condizem com a realidade de suas atividades e propósitos, indicando tão-só a aparência que desejam ostentar: Associação para a Proteção da Família, Instituto de Paternidade Responsável ou Sociedade Civil de Bem-estar Familiar, por exemplo. Mas, ao se analisar os seus trabalhos, conclui-se que na realidade o substancial de sua ação é executar abortos. Aliás, com as quais Kissling já havia trabalhado. De acordo com reportagem publicada pelo The New York Times em 2 de fevereiro de 2007, “o orçamento [anual] da seção norte- americana da CDD é de três milhões de dólares, sendo amplamente financiado por fundações bem conhecidas, entre as quais a Fundação Ford” (cfr. Backing Abortion Rights while Keeping the Faith). A filial mexicana da CDD conta com um orçamento anual de um milhão de dólares. A brasileira, com orçamento bem próximo disso, é a maior depois da mexicana, e foi fundada nos anos 90 graças à intervenção da Fundação MacArthur. Sua sede paulistana situa-se no 6º andar de um prédio pertencenteaos padres carmelitas de São Paulo, sendo que nesse mesmo prédio, no 5º andar, a CNBB tem a sede de sua Regional Sul-1. Frances Kissling permaneceu fora da Igreja por mais de 15 anos, de 1963 a 1979, quando se incorporou à CDD. Para se justificar desse pseudo-retorno, diz que se considera “uma pessoa espiritual”. No que ela crê? Responde que “esta vida tem um sentido”, e ela está aqui “para fazer alguma coisa”, tem obrigação de fazer alguma coisa. Isto, segundo ela, é uma crença, porque a vida poderia ser totalmente sem sentido. Em 1999 a CDD organizou a campanha mundial “See Change” (mudança da Sé), por ocasião do debate relacionado com o aborto, visando destruir a influência da Santa Sé na ONU. Exigia que a ONU deixasse de reconhecer o Vaticano como estado independente e o rebaixasse ao status de uma mera ONG, como a CDD. A campanha contou com o apoio de milhões de dólares provenientes das fundações Ford, Hewlett-Packard, Buffet e outras. Terminou dois anos depois quando, apesar de todo o dinheiro empregado, a Assembléia Geral da ONU confirmou o status da Santa Sé como membro pleno. A batalha para derrubar a “objeção de consciência” Atualmente a CDD — juntamente com outras entidades abortivas –– pressiona a União Européia para que revogue várias concordatas entre alguns dos países que a constituem e a Santa Sé, bem como para que seja extinto na Europa o direito à objeção de consciência, dos médicos que se recusam a realizar abortos. O que a CDD deseja é implantar o aborto em todo o mundo, ditatorialmente e de modo irreversível. Segundo Kissling, enquanto os movimentos se limitarem a legalizá- lo, nenhuma conquista será definitiva. Ele só será irreversivelmente estabelecido quando, além de se mudar a legislação, forem derrubadas as objeções morais em relação a ele. “O argumento dos bispos — acrescenta — afirma que o aborto é um assassinato, que abortar é matar, e que a vida começa na concepção. Mas esta perspectiva católica é o lugar adequado para se começar o trabalho [abortista], porque a posição católica é a mais desenvolvida. Assim, caso se consiga refutar a posição católica, ter- se-á refutado todas as demais. Nenhum dos outros grupos religiosos realmente tem declarações tão bem definidas sobre a personalidade, sobre quando a vida tem início, sobre fetos, etc. Assim, caso se derrube a posição católica, se ganha”. Daí a importância que os abortistas dão ao combate contra a Igreja Católica. O Serviço Internacional de Aconselhamento na Gravidez – IPAS O International Pregnancy Advisory Service começou apenas como um instituto norte-americano que tinha essa finalidade, embora já promovesse a prática do aborto, tal como o IPPF. O IPAS tampouco queria entrar no negócio da fundação e gerência de clínicas abortistas, por julgá-lo comprometedor. No entanto, segundo Kissling, as mesmas fundações que obrigaram a IPPF a criar e gerenciar a maior rede de clínicas de aborto dos EUA, pressionaram o IPAS a fazer o mesmo em relação aos países subdesenvolvidos, onde o aborto era — e em certos casos continua sendo — ilegal. Assim, o IPAS omite em seu próprio nome a questão do aborto, sem dizer que o “conselho” que dá com mais freqüência às mulheres grávidas é de submeter-se a ele. Em suma, é um nome inócuo ocultando uma realidade iníqua. Com efeito, na sua página da internet, o IPAS afirma que trabalhou durante três décadas para incrementar a capacidade das mulheres de exercer seus direitos sexuais e reprodutivos, reduzindo as mortes e lesões causadas pelo aborto inseguro. Os programas globais e locais incluem treinamento, investigação, advocacia, distribuição de equipes para cuidar da saúde reprodutiva e da difusão de informações. Atualmente o IPAS, com a conivência de autoridades da saúde, administra cursos de técnicas abortivas para mais de mil novos médicos por ano no Brasil. A desculpa é que tais cursos são para capacitar os médicos a realizar abortos em casos de estupro. A lei penal brasileira proíbe o aborto, admitindo não sua legalidade, mas sua impunibilidade em duas hipóteses: o aborto terapêutico e o aborto em virtude do estupro (artigo 128 do Código Penal). Mas, na verdade, o que o IPAS visa é formar no País quadros imensos para promover o aborto em todas as circunstâncias. Por exemplo, em janeiro de 2007 o IPAS deu um curso sobre técnicas de aborto na Maternidade Ana Braga, de Manaus. Em fevereiro, cursos análogos foram ministrados no Hospital Fernando de Magalhães, do Rio de Janeiro; na Maternidade Moura Tapajós, de Manaus; na Santa Casa de Sobral (CE); em Palmas (TO); em São Paulo; no Hospital da UNIC de Cuiabá; na Santa Casa de Goiânia e em outros hospitais dessa cidade. Em março foi a vez do Hospital Universitário de Santa Maria (RS). Para abril estavam previstos dois cursos no Instituto de Perinatologia da Bahia; e para maio, na Secretaria Estadual da Saúde de Boa Vista, em Roraima. Os cursos do IPAS — indicados na sua página http:/ /www.ipas.org.br/agenda.html — são anunciados publicamente e com antecedência há mais de dez anos, desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, e ninguém nunca tomou nenhuma providência a respeito do assunto, tanto na classe médica quanto fora dela. Pressão sobre os Estados baseada em conferências mundiais De acordo com as suas próprias palavras, a CDD procura aprofundar o debate no que se refere à interrupção voluntária da gravidez, “ampliando a discussão nos seus aspectos éticos, médicos e legais, e lutando pela despenalização e legalização do aborto”. Além do mais, exige do Estado o cumprimento dos compromissos assumidos nas conferências mundiais organizadas pelas Nações Unidas no Cairo (1994) e em Pequim (1995), assim como a implementação de programas de educação sexual segundo a perspectiva dos “direitos sexuais e reprodutivos”. A CDD afirma participar, com o movimento das mulheres, “das atividades da Campanha pela Despenalização do Aborto na América Latina e no Caribe, no dia 28 de setembro, porque consideramos que o estado deve garantir o direito que as mulheres têm, de decidir sobre seu corpo, sua sexualidade e sua reprodução. A tradição teológica cristã permite recorrer à própria consciência para tomar decisões éticas e exercer o sagrado direito de decidir. Por isso apoiamos a luta pela despenalização e legalização do aborto”. A CDD também apóia a “Marcha do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), que se realiza todos os anos em diversas cidades do país, em comemoração ao Dia do Orgulho GLBT”, pois defende “a vivência livre, prazenteira e responsável da sexualidade, além de afirmar a possibilidade da livre orientação sexual”. Segundo William A. Donohue, presidente da Catholic League for Religious and Civil Rights (http:// www.catholicleague.org/cffc.htm), Frances Kissling afirma que passou 20 anos procurando um governo que ela pudesse tentar derrubar sem cair na prisão, e que finalmente o encontrou na Igreja Católica. E acrescenta que os representantes do Vaticano falsificaram, distorceram e mentiram sobre o que as mulheres desejam. Assim, Donohue conclui: “A CDD é freqüentemente descrita como a maior organização católica a favor da livre escolha, o que é duplamente falso: não é católica e não é uma organização. Foi abertamente denunciada, tanto pelo Vaticano como pelos bispos norte-americanos, como uma fraude; e não tem membros”. Esforços intensivos para implantar o aborto na América Latina Devido às reações contra o aborto, que ultimamente vêm despontando em muitas nações, os ativistas contra a vida e a natalidade temem que se produza em futuro próximo uma verdadeira onda de medidas de penalização do aborto, e querem evitá-la de todos os modos, pois poderia estimular um fenômeno mundial no mesmo sentido. Aumentam então, tais ativistas, as pressões e maquinações sobre os países da América Latina, África e Ásia para que implantem o quanto antes o aborto, e dentro do possível se produza uma onda a favor dele. Tentando, assim, diminuir a crescenteonda anti- abortista. Em todo caso, o problema não é de fácil solução para os promotores do aborto, sobretudo na América Latina, por mais que tenham cúmplices, colaboradores e “inocentes úteis” em muitos setores. Isso porque a opinião católica do continente é totalmente contrária à legalização desse crime, a ponto de tornar impraticável obter sua aprovação como lei, tanto mediante trâmites legislativos quanto através de plebiscitos. Com efeito, nos poucos casos em que foram propostos plebiscitos sobre a matéria, como no Brasil, os próprios abortistas expressaram sua oposição, porque quase com certeza o perderiam. Analogamente, a hipótese de aprová-lo por lei também é esquivada, uma vez que os parlamentares que votassem a favor, muito provavelmente não seriam reeleitos. Para resolver esse impasse, os abortistas tiveram que elaborar uma estratégia muito mais complexa e enganosa, apelando para pressões dos meios de comunicação e para sentenças amorais de certos organismos judiciais. Mistificações grosseiras para confundir a opinião pública A primeira medida tomada pelos abortistas foi preparar e pôr em circulação uma série de sofismas, mistificações e slogans para confundir e enganar setores da opinião pública, sobretudo os mais modestos. Assim, até nos acordos internacionais começaram a ser usadas expressões como “anticoncepção de emergência”, “direitos sexuais e reprodutivos”, “direitos básicos da mulher”, “maternidade segura”, “serviços obstétricos de emergência”, etc., as quais correspondem a conceitos que de algum modo incluem o aborto, sem que muitos se dêem conta do seu real significado. É freqüente os abortistas alegarem que as mulheres estariam sendo discriminadas em alguns países, porque as que se submetem ao aborto correm o risco de prisão por cometerem um crime, enquanto para os homens não existe nenhum tratamento de saúde que signifique esse perigo. Poder-se-á dizer que tal sofisma é tosco, porque o aborto é o assassinato do filho antes de nascer, e não um tratamento de saúde. Mas o fato concreto é que já existem sentenças judiciais que se basearam em raciocínios desse jaez. Outra falsidade amiúde repetida é que os bebês ainda não nascidos fazem parte do corpo das respectivas mães, e que o direito que estas têm sobre seus corpos facultar-lhes-ia praticar o aborto quando quisessem. É um argumento sem o menor valor, mas tem servido de base em sentenças judiciais para se obter a impunidade desse crime. Outro sofisma muito utilizado afirma que, sendo o direito à vida o mais básico de todos os direitos, deve ser garantido por lei, o que é evidentemente certo. Mas distorcem a sua aplicação quando acrescentam que um alto número de mortes de mulheres se produz por causa dos abortos clandestinos, praticados em condições inseguras e insalubres. Isso, no parecer dos abortistas, tornaria obrigatório despenalizar o aborto para garantir a impunidade dessas mulheres, que assim não correriam o risco de serem presas nem de morrerem. Além do mais, é usual que os termos utilizados pelos burocratas internacionais promotores do aborto — “direitos humanos”, por exemplo —, não tenham acepções definidas nem fixas, mas sejam totalmente evolutivas, segundo “palavras de ordem” que eles vão formulando. De tal modo que, com o passar do tempo, os acordos firmados entre países são reinterpretados segundo os significados novos postos em vigor pela propaganda. Produz-se assim uma confusão jurídica em cuja sombra os governos dos países signatários desses acordos são pressionados para implantar políticas abortistas que de fato nunca aceitaram. Um caso notório se dá com os chamados “direitos sexuais e reprodutivos” atribuídos às mulheres, entre os quais com freqüência se menciona o suposto direito delas de se submeterem ao aborto. Cada vez que a expressão é incluída num acordo internacional, os países signatários dão margem a que no futuro lhes seja cobrada pelos burocratas da ONU a implantação do aborto. Isso se baseia num pressuposto claramente hedonista, segundo o qual a vida sexual estaria destinada ao prazer das partes, com exclusão de qualquer fim superior, como o relacionado com a vida da família e a procriação da prole. Pressão internacional sobre os países: atentado à soberania Nos últimos anos, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Irlanda, Peru, Polônia, Venezuela, entre outros países, foram pressionados de diversos modos pelos órgãos da ONU para: a) modificar suas leis, introduzindo nelas o aborto; b) aumentar o número de casos em que este é permitido; c) tomar medidas que o facilitassem. Tudo isso, sempre sob a alegação de que as mulheres estariam sendo perseguidas pelo fato de nesses países a lei proibir e castigar o assassinato dos filhos por nascer. As táticas abortistas vão mais além, no sentido de forçar a interpretação dos tratados internacionais. Alegam que alguns destes implicitamente aprovariam o aborto, e exigem que as leis dos países o aprovem em forma explícita e ampla, o que constitui claro atentado às soberanias nacionais. Para isso os abortistas organizam o adestramento intensivo dos ativistas pró-aborto em universidades adeptas da sua prática, com vistas a uma ação mais incisiva, coordenada, global e dominante. E fazem relatórios legais junto aos órgãos da ONU contra os países que rejeitam o aborto, de modo que os comitês desta iniciem pressões para que reformem suas leis. Também impulsionam uma série de ONGs abortistas, muito articuladas e solidárias entre si, para que exerçam internamente pressões e denunciem no exterior supostas violações dos direitos das mulheres quanto ao aborto, pelo fato de julgarem insuficientes os casos em que ele é admitido. Desse modo, cresce sem cessar a pressão sobre os governos para que implantem o aborto de forma definitiva. E muitos regimes de esquerda não desejam outra coisa, esperando apenas o momento adequado para fazê-lo, sem despertar maiores reações das populações. Essas ONGs às vezes parecem discrepar entre si em certos pontos, dando uma falsa impressão de pluralismo. Mas, na realidade, elas cumprem papel análogo ao dos diversos instrumentos de uma orquestra, ao executarem, na diversidade das notas, a mesma peça musical. Com efeito, enquanto umas promovem o aborto como expressão do feminismo radical, outras o querem para limitar muito o aumento demográfico. Contudo, elas se associam nos momentos- chave, para avançar cada vez mais rumo à impunidade completa do genocídio abortista. De início as pressões eram dirigidas contra os governos e parlamentos, para que impulsionassem leis de aborto. Mas ultimamente voltaram-se também aos mais altos tribunais de Justiça, no sentido de obter que usem de todo o seu poder para impor os critérios abortistas, reinterpretando as leis vigentes segundo essa orientação, deixando de lado numerosos princípios jurídicos, textos legais, elementos de jurisprudência reconhecida e, sobretudo, considerações morais. Aprovação do aborto na Colômbia: paradigma de má fé Entre os casos recentes, o mais protuberante ocorreu há um ano na Colômbia, onde a Corte Constitucional sentenciou que os artigos do Código Penal que proíbem o aborto seriam inaplicáveis, segundo a Constituição do país, apesar de esta também o proibir. Que razões invocou tal Corte para semelhante aberração? Os mesmos sofismas utilizados pelos abortistas. Em síntese: que os tratados internacionais prevalecem sobre as leis nacionais; que o critério permanente dos organismos da ONU é a favor do “direito ao aborto”; e que, portanto, as normas legais contra este deveriam ser supressas. Para isso, ajudaram as notórias e graves incoerências da Constituição colombiana e o fato de que, por mais ab- surdas e nocivas que sejam as sentenças da Corte Constitucional, vêm elas sendo aceitas há mais de uma década. Com o tempo, soube-se que a demandante era uma ativista internacional do aborto, a advogada colombiana Mónica Roa. Depois de se preparar por longo tempo em antros favoráveisà “matança dos inocentes”, preocupou-se em examinar a lista dos juízes dos diversos tribunais, para escolher aquele que tivesse magistrados mais afins com as suas pretensões, e ali apresentou o seu pedido de não-aplicação das leis anti-abortistas. Mais ainda. Confessou que, antes de apresentar seu pedido, ela e seus sequazes “penetraram nas bibliotecas dos magistrados”, ou seja, enviaram-lhes abundantes documentos de doutrina jurídica a favor do aborto, para que, caso eles quisessem fazer consultas sobre o caso, encontrassem publicações favoráveis, quase nunca contrárias. Entretanto, é óbvio que vários desses magistrados já se haviam previamente comprometido a aprovar o aborto. Tanto é assim que, alguns meses antes de a demanda abortista ser apresentada, a mesma ativista havia introduzido outra, no mesmo sentido, que fora recusada por vícios de forma. A Corte, contudo, indicou à demandante como ela deveria formular um novo pedido para que fosse aceito. O que ela fez, conseguindo o resultado que lhe havia sido prometido. Surpreendente revelação: uma conspiração abortista No Congresso internacional sobre aborto, direitos, subjetividade e poder, realizado em Buenos Aires em agosto de 2006, a ativista pró-aborto especialmente entrosada nesses meios, a mencionada Mónica Roa, em sua conferência deixou “cair a máscara”. Ela acabou revelando as estratégias utilizadas para se obter a aprovação do aborto na Colômbia, enganando a opinião pública e conseguindo transformar em lei o que até então era considerado crime. A finalidade de tal conferência não foi apenas descrever as táticas empregadas para conseguir a aprovação do aborto na Colômbia, mas ensinar a todos os ativistas os métodos utilizados, a fim de que eles os apliquem em seus respectivos países. Dessa extensa conferência — intitulada Diferentes estratégias para o acesso ao aborto legal, seguro e gratuito — transcrevemos alguns excertos: “Utilizamos três estratégias fundamentais. A primeira consiste numa mudança no debate pelo aborto. A segunda, numa mudança no fórum em que se estabelece o debate. A terceira, numa mudança junto àqueles que estão participando do debate. O que fizemos primeiramente foi estudar os termos desenvolvidos no debate. Fizemos um estudo nos arquivos de imprensa desde o ano de 1973, para ver como os meios de comunicação cobriam a questão do aborto. Constatamos que o debate sempre era de ordem moral e religiosa. Assim, decidimos mudar radicalmente o rumo do debate. Tratamos o aborto sempre como um problema de saúde pública, de direitos humanos e de eqüidade de gênero. Essa foi a maneira para mudarmos os rumos do debate. Isso tinha muitas implicações práticas. Uma delas, por exemplo, se dava quando os jornalistas me pediam entrevistas. Eu dizia: Vocês podem perguntar, mas não podem me colocar para discutir com um sacerdote, com algum representante da Igreja Católica, porque o debate que quero é um debate jurídico, e não um debate moral ou religioso. Se a Igreja Católica quiser argumentar contra, está perfeito, mas deve-se discutir como as ‘Católicas pelo Direito de Decidir’. Há representantes delas na Colômbia, são elas que criticam a posição oficial da Igreja. Se vocês querem falar de moral sobre o aborto, discutam com as ‘Católicas pelo Direito de Decidir’. Tragam representantes da Igreja Católica, mas tragam também representantes de outras religiões, para ver que posições elas têm frente ao aborto. Se vocês quiserem discutir sobre a ação que apresentei na Corte, têm que trazer-me um advogado constitucionalista. A segunda estratégia foi uma mudança de instância. Tinham apresentado antes cinco ou seis projetos de lei no Congresso da República, e todos fracassaram. Haviam fracassado claramente porque, apesar de a Colômbia ser um Estado leigo, a Igreja Católica continua tendo muito poder dentro do contexto colombiano. À medida que o processo avançou, encontrei-me com muitos políticos, que me diziam estar muito contentes em que o tema estivesse na Corte Constitucional. Se estivesse na alçada deles, a Igreja Católica iria às populações que elegem esses políticos, e nos domingos faria sermões contra eles, que assim perderiam os votos. Diziam isso com tristeza e vergonha, mas de maneira muito realista. Por isso eles apoiavam que o tema fosse à Corte. Na Colômbia temos um sistema constitucional que facilita bastante esse processo, porque qualquer cidadão pode apresentar uma ação de inconstitucionalidade diretamente à Corte Constitucional. Finalmente, uma referência à mudança dos autores. Obviamente, como o debate era originalmente religioso, as primeiras pessoas que os jornalistas iam entrevistar, quando havia algum debate ou alguma notícia, era um representante da Igreja Católica. Era a fonte principal para os jornalistas. Conseguimos que isso fosse mudado, diversificando e democratizando os autores. Obviamente, quando falamos de aborto como um tema de saúde pública, os especialistas em saúde pública têm coisas importantes para dizer: os médicos, os grupos feministas, ainda que tenham posições iguais às da Igreja. Neste caso, adotei uma posição moderada, pedia simplesmente a despenalização do aborto nos casos extremos. Em seguida todos os grupos de mulheres feministas saíram dizendo que o que se necessitava era a despenalização total. Isto me possibilitou seduzir o setor da população que estava no meio dos dois extremos, e depois seduzir a maioria da sociedade. Eu agia junto à parte política; junto às Católicas pelo Direito de Decidir, criticava a Igreja, o que me ajudava a manter o eixo do debate; as feministas organizadas faziam passeatas e manifestações em lugares públicos; os universitários organizavam debates acadêmicos; os comunicadores sociais escreviam e mantinham os editoriais. Cada qual apoiava o processo naquilo que sabia fazer. Os médicos especialistas em malformações falavam de malformações de fetos. Uma multiplicação de autores, e cada qual falando e fazendo o que sabia. Essas foram em geral as estratégias mais importantes para se conseguir a aprovação do aborto”. Para os abortistas, é indispensável afastar o problema moral O aspecto fundamental da estratégia é, de um lado, impedir que a polêmica se situe no terreno religioso e moral, pois certamente eles seriam derrotados, como sem- pre sucedeu; e, de outro lado, apresentar como vítimas as mulheres que não podem abortar. Mónica Roa acrescentou que é preciso mostrar o aborto como mero “problema de saúde pública”, de “direitos humanos” e de “eqüidade de gênero”; e as mulheres como vítimas, apresentando “um caso de alto impacto” sentimental para mover a opinião pública. Nessa situação, se algum católico notório esgrimisse razões religiosas ou morais para recusar a medida, por esta significar a morte de bebês, as promotoras deviam dizer que o modo de resolver esse aspecto da questão seria uma polêmica entre católicos anti- abortistas e católicos abortistas (!), como as assim chamadas “Católicas pelo Direito de Decidir”. Entretanto, esse grupo é minúsculo e insignificante. Sua notoriedade provém tão-só da incoerência e extravagância do nome. Já mostramos acima as inescrupulosas táticas que ele aplica, e que é uma farsa, ele auto intitular-se católico, pois nada tem de católico. Não só por ser abortista, mas também porque muitas de suas dirigentes se afastaram da Religião ou nunca a tiveram. É conduzido por uma ex-freira, hoje abortista confessa e agitadora internacional a favor do aborto sem restrições. A opinião pública, contudo, não sabe disso. Julga que esse grupo representa um setor dentro da Igreja, e que cumpre dialogar com ele, pois é um efeito do desacordo interno entre católicos. Para se entender ainda melhor o que é esse grupo, veja-se a seguinte notícia a respeito de sua ligação com o movimento homossexual: “Um dos destaques [na parada homossexual] será a participação de um grupo de católicas. Formada basicamente por lésbicas, a ONG ‘Católicas Pelo Direito de Decidir’ estará em três trios elétricos. ‘Nossa intençãoé desconstruir o discurso fundamentalista de alguns religiosos’, afirmou a presidente do grupo, Valéria Melk” (O Estado de S. Paulo, 6-6-2007). A polêmica entre católicos não chega, pois, a ter importância alguma para a aceitação ou recusa do aborto, e às vezes nem sequer se realiza. Contudo, essa manobra permite criar obstáculos à intervenção da Igreja no debate, e assim favorecer os abortistas. Por falta de esclarecimento, a tática surtiu efeito. Muitos anti- abortistas, inclusive o próprio presidente Lula, terminaram repetindo mecânica o disparate de qualificar o aborto como mero “problema de saúde pública”. E prescindindo das considerações morais que, no entanto, são compartilhadas pela imensa maioria da população brasileira. No caso da Colômbia, o episcopado teve uma reação de aparente desconcerto: alguns prelados reagiram energicamente, mas foram desautorizados por colegas que não queriam polêmica; outros falaram de excomunhão para os abortistas, mas nenhum deles chegou a formulá-la; outros ainda convocaram manifestações improvisadas, que resultaram em fracasso; e a maioria ficou calada e paralisada, como se, de antemão, desse a batalha por perdida. Assim, se em algo coincidiram entre si os pastores, foi em consentir que a polêmica se estabelecesse só no aspecto jurídico, e não no religioso e moral. Com isso perderam quase toda a força dos argumentos e muito da influência mobilizadora sobre a população católica. Para isso colaboraram evidentemente elementos da imprensa conluiados com os mesmos ativistas. Cada vez que tratavam do tema, apresentavam dois lados: um organizado e frontal, a favor do aborto; outro desorientado e omisso, que simplesmente pedia que o aborto fosse recusado, mas omitindo os argumentos mais fortes e decisivos, que são os de conteúdo moral. Rotação lamentável na moralidade pública É verdade que a lei de aborto aprovada na Colômbia refere-se a uns poucos casos concretos: gravidez decorrente de violação, malformação do feto e risco de vida para a mãe. (Estes três motivos são justificáveis e eu defendo aborto seletivo sim. – Escriba de Cristo) Mas os que apresentaram o pedido, já anunciaram que em breve solicitarão à mesma Corte Constitucional a aplicação de idênticos critérios para outras situações, sendo grande o risco de ser atendida. O fato é que, em questão de semanas, as sondagens mostraram uma mudança de opinião: de profundamente contrária em relação ao aborto, passou à de resignação com a infame sentença a favor de sua implantação. Foi uma dura lição para os católicos colombianos e dos demais países do continente: nunca esquecer nem omitir as razões fundadas na fé, para a defesa da moral. Silenciar essas razões equivale a renunciar voluntariamente a uma vitória segura e sujeitar-se a uma série de derrotas nos pontos mais vitais que estão em debate. Não obstante, se os abortistas conseguirem impingir à grande maioria dos países esse debate vesgo, que não considera as razões morais, lançarão uma nova “moral” totalmente relativista, baseada na “ideologia do gênero”, na aceitação das piores aberrações sexuais e na recusa de toda e qualquer discriminação. Exceto, é claro, em relação àqueles que ousarem opor-se a eles. Nesse sentido, numerosos ativistas do aborto consideram sua vitória incompleta enquanto não tiverem obtido a sua implantação nas leis, e também que a opinião pública. O que os católicos podem fazer concretamente? O intrépido pensador e líder católico brasileiro, Plinio Corrêa de Oliveira, dizia: “Ao católico que mergulhar na deliciosa inércia, e com falsa humildade perguntar ‘Quem sou eu? Que posso eu fazer, se sou um mero particular, sem posição de destaque que me permita exercer uma ação eficiente?’, lembramos que, se todos os católicos brasileiros soubessem reivindicar os direitos da Igreja em suas conversas, em suas discussões, em toda sua vida, nunca teria sido nossa Constituição deformada por um positivismo ridículo, obsoleto, com que se pretende fazer de nós a caricatura cruel de um povo civilizado. Combatamos. A Igreja espera que cada um cumpra o seu dever”. Fraudes notórias na obtenção de sentenças abortistas Sabe-se que, em muitos casos, as demandas judiciais de mulheres que desejam abortar, e que para isso obtêm a reinterpretação da lei, são baseadas em notórias fraudes. Alegam, por exemplo, ter sofrido violações, que depois se revelam falsas. Porém isso acontece muito tarde, quando a aprovação do aborto já fora realizada. Foi este o caso de Norma McCorvey, mais conhecida como Jane Roe, no decurso da já mencionada causa judicial Roe x Wade, que serviu em 1973 para legalizar o aborto nos Estados Unidos. Ela posteriormente confessou a fraude, arrependeu-se e afirmou que, se as mulheres soubessem a verdade sobre o aborto, jamais se submeteriam a ele. No início dos anos 70 ela declarou ter sido violentada, ficando grávida. As advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee necessitavam de uma “cliente” para atacar a lei que havia cem anos proibia o aborto voluntário. Elas convenceram-na a requerer o aborto, em vez de tramitar a adoção de seu bebê. O processo chegou à Suprema Corte, que em 1973 legalizou o aborto nos 50 estados da federação norte-americana. Durante o processo, o bebê de McCorvey nasceu e foi concedido em adoção. Em 1987 ela admitiu não ter sido violentada, e que o pai da criança era um homem que ela conhecia. O relato de sua violação constituía, pois, uma mentira. Há alguns anos McCorvey se converteu ao catolicismo, e agora dedica-se a promover a defesa dos não-nascidos. Em relação às mentiras que as abortistas usaram no caso dela, McCorvey explica: “As duas advogadas disseram-me que seria bom que as mulheres pudessem escolher entre ter o bebê ou não; eu então pensava o mesmo”. Também deve ser considerado o fato de ela ter trabalhado numa clínica abortista desde 1991, vendo as altas somas de dinheiro que iam para os bolsos dos médicos e o desprezo que os advogados abortistas demonstravam pela medicina. Tudo isso a decepcionou profundamente. * * * São desse naipe as artimanhas utilizadas pelos abortistas para converter o crime em lei: sem o menor escrúpulo em espezinhar os mais importantes princípios morais e jurídicos; desprezando as convicções cristãs da população; zombando dos direitos mais elementares; e tramando um processo de degradação suprema para toda a sociedade, que desfechará numa perseguição implacável a todos os que se oponham ao aborto. Até onde chegará esse processo? Depende dos próprios católicos, que devem resistir e se fazer ouvir pelas multidões, ao mesmo tempo ávidas e desconcertadas. Ávidas de lutar contra tão vasta conspiração para espezinhar princípios sagrados, e desconcertadas com as tão freqüentes omissões daqueles que deveriam defendê-los, inclusive dentro do clero. A Divina Providência protegerá, inspirará e alentará os católicos fiéis a resistir e a lutar de forma legal, mas com valentia e intransigência, na defesa da fé e da moral verdadeiras. Se cumprirmos desse modo o nosso dever de católicos,a Igreja terá uma vitória como poucas houve ao longo de sua gloriosa história já duas vezes milenar. (Transcrito de Catolicismo, nº 679, julho de 2007, pp. 26-37). PARTE – IV ABORTO NO SILÊNCIO Como algumas drogas de planejamento familiar podem causar ABORTOS NO SILÊNCIO (Julio Severo) “Josias tinha oito anos de idade quando se tornou rei de Judá. Ele governou trinta e um anos em Jerusalém. A mãe dele se chamava Jedida e era filha de Adaias, da cidade de Boscate. Josias fez o que agrada ao Senhor; ele seguiu o exemplo do seu antepassado, o rei Davi, e não se desviou nem para um lado nem para o outro.” (2 Reis 22:1-2) Josias foi um rei notável. Ele era tão sensível ao Espírito de Deus que, em sua vida pessoal, ele não queria deliberadamente se afastar de Deus. Entretanto, Josias estava com um problema sério. Ele e os crentes de sua nação estavam, sem saber, pecando contra Deus por ignorância. Eles estavamcometendo certos tipos de pecado porque não tinham nenhum exemplar do Livro da Lei escrito por Moisés. Tudo o que ele e os crentes de seu país sabiam sobre a Lei de Deus era o que os seus antepassados lhes haviam ensinado. No entanto, com o passar do tempo várias partes da Lei foram sendo negligenciadas e esquecidas porque os seus antepassados tinham deixado que as práticas do mundo influenciassem as suas vidas. Então quando fez 26 anos de idade, Josias passou pela maior experiência de sua vida. Enquanto o Templo do Senhor estava sendo consertado, o Livro da Lei escrito por Moisés foi achado! Quando os funcionários do governo abriram o Livro e o leram, eles ficaram pasmados. Eles o leram para o rei Josias, e ele também ficou pasmado. Josias sentiu-se mal, envergonhado e triste. Lendo o Livro ele descobriu que ele e o povo vinham pecando contra Deus sem perceber o que estavam fazendo! Por anos o coração de Josias só queria agradar ao Senhor. Mas, apesar de todo o amor que tinha por Deus, ele vinha pecando contra Deus por não o conhecer melhor! Será que a mesma coisa também poderia acontecer em nossos dias? Claro que sim. Por exemplo, um crente que ama a Deus pode, ao mesmo tempo, entender mal algum mandamento específico. Ele corre assim o risco de pecar contra Deus por ignorância. Há também o caso em que ele pode amar a Deus e entender corretamente um mandamento específico, mas não compreende bem os fatos envolvidos. O resultado é que a falta de informações poderá levá-lo a pecar contra Deus por ignorância. Um exemplo desse último tipo de situação seria uma cristã usando dispositivos e substâncias químicas que, sem ela saber, colocam em risco a vida de um bebê bem no começo de uma gravidez. É claro, nenhuma mulher evangélica teria a coragem de expor deliberadamente um bebê recém-concebido a esse tipo de perigo, pois nós evangélicos somos firmemente contra o aborto e o consideramos violação clara e deliberada do Quinto Mandamento: NÃO MATARÁS. Nenhuma mulher evangélica sincera pensaria em usar algo que pode abortar uma criança inocente. Apesar disso, muitas esposas cristãs usam o Dispositivo Intra-Uterino (DIU) sem saber que sua função é causar micro-abortos. Muitas cristãs também usam as modernas pílulas “anticoncepcionais” sem saber de modo adequado como esse método realmente controla a natalidade. Elas não sabem que, em parte, a função dessas pílulas é abortar um ser humano bem no começo da gravidez! Sim, você está lendo direito — as modernas pílulas “anticoncepcionais” têm como uma de suas funções causar “abortos no silêncio” de seres humanos já concebidos. Para compreendermos com clareza a seriedade dessa questão, vamos estudar como o ser humano começa a existir. QUANDO COMEÇA A VIDA HUMANA? As feministas afirmam que ninguém sabe a resposta para essa pergunta. Seus motivos são óbvios: elas reivindicam o direito legal ao aborto. Nos EUA, onde elas conseguiram o que queriam, o aborto é legal e livre durante os 9 meses de gravidez de uma mulher. Anualmente, mais de 1 milhão de bebês em gestação são mortos em hospitais e clínicas dos EUA. Alguns chegam a ser deliberadamente mortos apenas poucas horas antes do parto! Embora algumas feministas insistam em que não se sabe quando começa a vida, uma pesquisa honesta dos fatos bíblicos e científicos revelará as respostas corretas para essa questão. Quando lemos a Bíblia, vemos que os bebês em gestação são sempre considerados como seres humanos reais. Eles são tratados como seres humanos desde o momento da concepção (fertilização), como bem podemos ver no Salmo 51:5: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” É também fácil ver que a Bíblia jamais considera os bebês no útero como “coisas” que se transformam em seres humanos em alguma determinada fase de seu desenvolvimento. A Palavra de Deus declara que os bebês em gestação têm personalidade, inteligência, emoções e valor aos olhos de Deus. A Bíblia mostra que Deus em pessoa os observa e cuida deles em seu desenvolvimento na barriga de suas mães: “E Isaque orou muito ao Senhor em favor de sua esposa, pois ela não podia ter filhos. E o Senhor ouviu a oração dele, e sua esposa Rebeca ficou grávida. Os bebês lutavam um com o outro dentro dela, e ela disse: Por que está me acontecendo isso? E ela foi perguntar ao Senhor. O Senhor lhe respondeu: No seu ventre há duas nações, e os dois povos que estão dentro de você se separarão. Um será mais forte do que o outro, e o mais velho será dominado pelo mais jovem.” (Gênesis 25:21-23) “Se alguns homens que estiverem brigando ferirem uma mulher grávida, e ela der a luz antes do tempo, porém não houver danos graves, aquele que feriu será obrigado a pagar o que o marido dela exigir, de acordo com o que os juizes determinarem. Mas se houver danos graves, o castigo será vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, machucado por machucado.” (Êxodo 21:22- 25) “Tu criaste cada parte do meu corpo; tu me formaste na barriga da minha mãe. Eu te louvo porque fui formado de um modo espantoso e todo maravilhoso. Tudo o que fazes é maravilhoso, e eu sei disso muito bem. Tu viste quando os meus ossos estavam sendo formados, quando eu estava sendo formado na barriga de minha mãe, crescendo ali em segredo. Teus olhos me viram quando o meu corpo ainda não tinha forma, e os dias que foram preparados para minha vida foram todos escritos no teu livro quando nenhum deles existia.” (Salmo 139:13-16) “Nações distantes, escutem o que eu, o servo de Deus, estou dizendo; prestem atenção, todos os povos do mundo! O Senhor me chamou quando eu estava no útero. Eu ainda estava dentro do corpo da minha mãe quando ele me chamou pelo nome.” (Isaias 49:1) “O Senhor me disse: Antes que eu formasse você no ventre eu o conheci, e antes que você saísse de útero eu o escolhi para ser o meu profeta para as nações.” (Jeremias 1:4-5) “O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, ia se casar com José. Mas antes do casamento ela ficou grávida pelo Espírito Santo.” (Mateus 1:18) “E aconteceu que, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê saltou em seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” (Lucas 1:41) “[Isabel disse para Maria:] Logo que ouvi você me cumprimentar, a criancinha saltou de alegria dentro da minha barriga.” (Lucas 1:44)1 Os cientistas honestos também sabem que a vida humana começa na concepção (fertilização). Num excelente livro intitulado A Posição da Ciência Moderna sobre o Começo da Vida Humana, lemos a seguinte explicação: Quando a sua vida começou? Só se pode conseguir uma resposta a essa pergunta voltando no tempo. Antes de você se tornar adulto, você era um adolescente. Antes disso você era uma criança e antes disso você era um bebê. Antes de ser bebê — isto é, antes de nascer — você era um feto, e antes disso um embrião. Antes de ser embrião (mais ou menos no tempo de sua implantação), você era um blastócito. Antes disso você era uma mórula, e antes disso um zigoto ou óvulo fertilizado. Portanto, sua vida começou quando o núcleo do espermatozóide do seu pai se uniu com o núcleo do óvulo de sua mãe, isto é, sua vida começou na fertilização.2 Portanto, examinando a Bíblia e a ciência com honestidade, chega-se à conclusão óbvia: a vida humana começa na concepção. A concepção, ou fertilização, ocorre quando o espermatozóide se encontra com o óvulo nas trompas. Essa união acontece minutos depois de uma relação sexual. Então o bebê recém-concebido nida (“viaja”) até à camada do útero para se implantar. Como ele é muito pequeno, essa “viagem” leva aproximadamente seis dias. Assim, a implantação ocorre quase uma semana após a concepção.3 1 A palavra grega usada aqui em Lucas 1:44 para descrever uma criancinha no útero é “brefos.” Essa mesma palavra é também usada em Lucas 2:12 para se referir a um bebê recém-nascido e em 2 Timóteo 3:15 referindo-se a uma criança. 2 The Position of Modern Science on the Beginningof Human Life, copyright 1975, Scientists for Life, Inc.), pág. 15. 3 Complete Book of Baby & Child Care (The Focus on the Family Physicians Resource Council, U.S.A.: Colorado Springs, EUA, 1997), p. 4. Deus criou a vida humana (Gênesis 1:26-27) e essa vida humana recebeu de Deus a capacidade de se multiplicar (Gênesis 1:28). Quando o espermatozóide vivo do pai se une com o óvulo vivo da mãe, uma nova criatura humana começa a existir. Ainda que esse ser humano seja muito pequeno (mais pequeno que o ponto final deste parágrafo), ele ou ela é realmente um ser humano completamente diferente de todos as outras pessoas e possui um código genético diferente do código de seus pais. Deus declara claramente em Êxodo 20:13 que ninguém tem permissão de matar uma vida inocente. Ele não aprova o assassinato de nenhum ser humano inocente, quer já tenha nascido, quer ainda esteja se desenvolvendo na barriga da mãe. É errado permitir o assassinato de um bebê 8 meses após a concepção. É também errado permitir o assassinato de um bebê 1 minuto após a concepção. DE QUE MANEIRA ALGUNS MÉTODOS DE CONTROLE DA NATALIDADE COLOCAM EM RISCO A VIDA DE UM BEBÊ NO COMEÇO DE UMA GRAVIDEZ? A resposta a essa pergunta encontra-se nas informações a seguir, traduzidas integralmente do Glossary of Abortifacients. Esse documento foi originalmente publicado pela organização evangélica Concerned Women for America4, presidida pela Dra. Beverly LaHaye. Ela é autora, juntamente com seu marido Tim LaHaye, de O Ato Conjugal, um dos livros mais vendidos da Editora Betânia. POR QUE ESSES ABORTIVOS SÃO CONSIDERADOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS? Embora algumas dessas drogas permitam que a mulher à vezes ovule, porém na grande maioria das vezes não permitem que um ser humano recém-concebido consiga se implantar na mucosa do útero. Assim, a mulher não fica “grávida” durante esse tipo de ovulação porque a implantação é impedida. Isso pode corretamente ser qualificado como micro-aborto. Não há dúvida: essas drogas, de um modo ou de outro, têm como uma de suas funções impedir a implantação. O motivo pelo qual esses dispositivos e drogas são considerados “anticoncepcionais” é porque anos atrás o Conselho Americano de Ginecologia e Obstetrícia mudou o significado da palavra concepção, redefinido-a com um novo sentido: implantação. Em 1963, o Ministério da Saúde, Educação e Bem-estar dos EUA (U.S. Department of Health, Education and Welfare) definiu como aborto “todas as medidas que prejudicam a viabilidade do zigoto [ser humano recém-concebido], em qualquer momento desde a fertilização até a finalização do parto.” Até meados da década de 60, os cientistas em todo o mundo reconheciam que a concepção ocorre no momento em que, em algum lugar nas trompas, o espermatozóide fertiliza o óvulo. Mas os defensores do aborto já estavam se preparando para efetuar certas mudanças nas palavras anticoncepcional e abortivo.37 Com o objetivo de tornar os abortivos aceitáveis para as mulheres e enganar as leis contrárias ao aborto, os defensores do aborto perceberam a necessidade de obscurecer o significado e a diferença entre anticoncepcional e abortivo. Eles só conseguiriam realizar tal distorção mudando a definição de concepção, não mais a classificando como fertilização (a união do espermatozóide com o óvulo), mas apenas como implantação. Com essa nova definição de concepção, se um dispositivo ou droga — tal como o DIU ou a Depo- Provera — impede a implantação, não há nenhuma necessidade de se preocupar com a questão do aborto. De acordo com essa nova definição, só ocorre um aborto quando um dispositivo ou droga mata uma criança que já conseguiu se implantar na parede do útero. As constantes campanhas dos defensores do aborto para torcer tal terminologia acabaram produzindo resultados em 1965, quando o Conselho Americano de Ginecologia e Obstetrícia publicou seu primeiro Boletim de Terminologias. Esse boletim declara: “A concepção é a implantação de um óvulo fertilizado.” 38 Assim, de acordo com essa definição, um ser humano é concebido não quando o espermatozóide se une ao óvulo, mas uma semana depois quando consegue se implantar na camada do útero. Apesar dessas fraudes graves na classe médica, o Dr. Richard Sosnowski, presidente da Associação Sulista de Obstetras e Ginecologistas, declarou em 1984: 37 Dr. Brian Clowes, The Facts of Life (Human Life International: Front Royal, EUA, 1997), pp. 65,66. 38 Ibd., 66. Não considero algo nobre brincar, numa profissão, de torcer o significado das palavras… Preocupa-me também o fato de que, embora não tivessem nenhuma evidência científica para tornar válida a mudança, tenham redefinido o termo concepção de penetração bem-sucedida do espermatozóide no óvulo para implantação de um óvulo fertilizado. Parece-me que o único motivo para isso foi o dilema criado pela possibilidade de que o dispositivo contraceptivo intra- uterino tinha função abortiva.39 O QUE PRECISO FAZER SE TENHO USADO A PÍLULA OU O DIU? Seu coração pode estar sofrendo neste momento. Talvez você seja uma mulher que está usando o DIU ou alguma moderna pílula anticoncepcional sem saber que o DIU e a pílula podem causar micro-aborto. (Ou talvez você seja um marido que pediu à esposa que os usasse sem saber que podem causar micro-aborto.) Provavelmente, você deve estar perguntando para você mesma: “Será que eu já tive um aborto no silêncio? Ou vários? Será que cheguei a destruir a vida de uma criança que Deus queria que eu tivesse?” A resposta, naturalmente, é: Só Deus sabe. É possível que Deus fizesse com que a pílula não deixasse você ovular, e assim você jamais teve um aborto no silêncio. É possível que Deus não permitisse que ocorresse um aborto no silêncio porque você não conhecia todas as funções da pílula que estava usando. Mas, por outro lado, sem dúvida alguma há a possibilidade de que você tenha tido um (ou até mesmo mais de um) aborto no silêncio. Em nenhuma parte da Bíblia Deus promete nos guardar de cometer pecados por ignorância. Contudo, mesmo que tenha tido um aborto no silêncio, você ainda pode ter paz. Embora por fraqueza tenhamos pecado e assim nos tornado culpados de desobedecer à vontade de Deus, pela fé podermos ir até a presença dele e pedir perdão. Por meio de Jesus podemos obter paz. A Bíblia nos mostra com clareza o perdão que recebemos por meio do sacrifício de Jesus por nossos pecados. As seguintes passagens nos dão a certeza de que Jesus está pronto para nos perdoar: “O Senhor diz: Venham agora, vamos discutir isso juntos. Ainda que os seus pecados sejam como a cor vermelha, eles ficarão brancos como a neve. Ainda que sejam como vermelho escuro, eles ficarão brancos como a lã.” (Isaias 1:18) “No entanto, era o nosso sofrimento que ele estava carregando, era a nossa dor que ele estava suportando. E nós pensávamos que era por causa das suas próprias culpas que Deus o estava castigando, que Deus o estava maltratando e ferindo. Mas ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós obtemos paz por causa do castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu. Todos nós éramos como ovelhas que se haviam perdido; cada um de nós seguia o seu próprio caminho. Mas o Senhor colocou sobre ele [Jesus] a culpa e o pecado de todos nós.” (Isaías 53:4-6) “No dia seguinte, João viu Jesus, que vinha na direção dele, e disse: Olhem, ai está o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (João 1:29) 39 Ibd., 66. “Mas, se vivemos na luz, como Deus está na luz, então estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos limpa de todos os pecados. Se dissermos que não temos pecados, enganamos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é justo: perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade.” (1 João 1:7-9) Toda vez que percebemos que podemos ter cometido algum pecado contra Deus, nós colocamos os olhos em Jesus. Elemorreu por nós. Confiando no que ele fez por nós, nós vamos até Deus e confessamos os nossos pecados. Com a ajuda do Espírito Santo podemos nos aproximar de Deus e dizer, audivelmente, a seguinte oração: Pai celestial, venho a ti com muita tristeza no coração. Acabei de saber que a pílula que eu estava tomando pode causar micro-aborto. Não sei se já tive um aborto no silêncio. Se tu impediste esse pecado, ó Senhor, eu louvo o teu Santo Nome. Mas se eu já tive um aborto no silêncio, ó Senhor, suplico o sangue de Jesus que foi derramado por mim na Cruz. Lava-me com o sangue de Jesus e torna-me pura aos teus olhos. E, Pai celestial, já que este mundo está cheio de coisas confusas e difíceis de entender, eu suplico a ti: enche-me com o teu Santo Espírito! Por meio do teu Espírito Santo, ajuda-me a compreender a tua santa Palavra e mostra-me a tua santa vontade para a minha vida. Capacita-me a viver pela fé, abençoa-me e protege-me em minha confiança em ti. Peço-te tudo no nome de Jesus. Amém. E agora, querida amiga, levante-se de seus joelhos e não fique triste, pois o Senhor nosso Deus é gracioso, onisciente e onipotente. Ele não só nos perdoa, mas também nos dá poder para transformar nossas experiências e erros em bênçãos (veja Romanos 8:28). Como Neemias disse às pessoas que estavam chorando: “Vão agora para casa e façam um a festa. Este dia é sagrado para o nosso Deus. Por isso, não fiquem tristes, pois a alegria que o Senhor dá fará com que vocês fiquem fortes.” (Neemias 8:10) Com as informações que acabou de ler, você ficou sabendo como é que funcionam alguns dispositivos e substâncias químicas usados na prática do planejamento familiar. Agora cabe a você proteger a sua saúde. Cuidando-se assim, você poderá também estar protegendo a vida de um futuro bebê. PARTE V DIU (Dispositivo intra-uterino) O DIU TAMBÉM É ABORTIVO Além de matar o embrião, o DIU produz efeitos "secundários" e esterilidade provocados por seu uso, chegando em alguns casos, inclusive à morte da usuária É inadmissível a afirmação de que o DIU não é abortivo, quando as próprias revistas especializadas e até a Organização Mundial da Saúde em seus informes a respeito, assim o reconhecem explicitamente. Tanto é assim, que enquanto o aborto foi ilegal nos Estados Unidos também estava proibida sua comercialização e implantação. O Laboratório que fabrica e distribui o Para Gard, DIU de última geração, modelo T 380 A nos Estados Unidos, distribui de forma obrigatória, um formulário com uma extensão de 11 páginas, de caráter de declaração jurada, a que deve ser rubricada pela interessada em sua colocação, em 12 oportunidades. Na mesma, há informações sobre todas as contra-indicações e efeitos colaterais que o DIU pode causar. Lembramos que o nome T de cobre lhe é dado por causa da membrana galvanizada de cobre que recobre o corpo plástico em forma de "T" que tem o dispositivo. Por suas características anatômicas, advertem que o DIU não é um dispositivo de barreira, quer dizer, não impede a livre circulação dos espermatozóides até encontrar-se com o óvulo. Sua função, na realidade, é, como agente exógeno ao organismo feminino, produzir irritação e inflamação nas paredes internas do útero (endométrio), o que lhe torna propenso a contrair uma série de infecções muito delicadas e que impossibilitam que o óvulo fecundado pelo espermatozóide (ovo) possa nidar-se ou implantar-se nessa parede. Isto leva ao desprendimento e que provoque um sangramento intermenstrual no qual é expulso. Ou seja, ocorre um aborto. A declaração jurada antes mencionada, elaborada pelo próprio Laboratório, explica o efeito da seguinte forma: "Como age o Para Gard: Ainda não se sabe exatamente como o Para Gard impede a gravidez. Foram sugeridas várias teorias, entre elas, a interferência com o transporte, a fecundação e a implantação de espermatozóides. Os estudos clínicos com o DIU portadores de cobre indicam que a fecundação se altera, quer seja porque varia o número de espermatozóides ou pela falta de viabilidade destes. Os DIU não inibem a ovulação (produção e liberação de um óvulo dos ovários). O Para Gard nem sempre evita a produção de gravidez ectópica (a gravidez fora do útero, chamadA às vezes gravidez tubária). A gravidez ectópica pode requerer cirurgia e deixar a mulher incapacitada de ter filhos, em alguns casos pode causa a morte". "Ainda não se compreende...", "Foram sugeridas várias teorias...". Em bom português, vemos que o próprio fabricante reconhece não saber como é o anticoncepcional. Na realidade, porque não o é. E fala de evitar a "implantação de espermatozóides". Como se o espermatozóide pudesse se implantar por si só no útero! Mais adiante, a mesma declaração jurada sentença: "Fatores especiais de risco: ...Os dados indicam que há mais possibilidades em relação a outras mulheres, de que as usuárias do Para Gard contraiam alguma infecção grave denominada doença inflamatória pélvica (DIP), especialmente se mantiverem relações sexuais com mais de um parceiro. A DIP é o termo médico para designar a infecção da área pélvica superior. Nesta área encontra-se o útero (matriz), as trompas de Falópio, os ovários e os tecidos circundantes (A vaginites, ou infecção local da vagina, não é DIP, mas pode levar a ela). Os estudos realizados indicam que o maior número de casos de DIP ocorre pouco depois da inserção do DIU e até quatro meses depois. A DIP pode causar obstrução permanente das trompas, esterilidade, gravidez ectópica ou, em raras ocasiões, a morte. Se você tem agora ou já teve alguma DIP, não deve usar o Para Gard. A DIP é uma infecção causada pela gonorréia, clamídias ou outros organismos microscópicos. A DIP normalmente é uma doença sexualmente transmissível (DST ou EV)..." Vemos então, que o DIU não só não é anticoncepcional, como é abortivo, favorece as doenças de inflamação pélvica, a obstrução das trompas de Falópio, a esterilidade definitiva, os sangramentos constantes (e por conseqüências, anemias, debilidades, etc.) e, em alguns casos, até a morte da usuária. Muitas coisas se esclarecem quando sabemos que o dono da patente do Para Gard é o próprio Conselho de População, organismo vinculado à Fundação Rockefeller e consultor da ONU, junto ao Gyno Pharma, uma pequena corporação farmacêutica estabelecida como frente a pedido do próprio Conselho de População. O laboratório Schering Argentina S.A.I.C. comercializa em nosso meio o DIU de terceira geração "NOVAT", para cuja propaganda acrescenta um rótulo que diz: "Método aprovado pelo Population Council" (Conselho de População). Para tal fim, publicou uma série de cadernos onde presta informação sobre contraceptivos. No caderno No 1, intitulado "Contracepção" (escrito por Gerd K. Doring; sem data de publicação), ao referir-se sobre a ação do DIU, diz: "Os anéis intrauterinos e as espirais impedem a implantação do ovo fecundado no endométrio" (pág. 13). E no caderno No. 4, intitulado "Ginecologia e obstetrícia" (escrito por Adolf Eduard Schindler e Eva-María Schindler; Bs. As. Argentina, 1.989), dedica-se à contracepção pós-coital (págs. 17 a 19), eufemismo para referir-se a métodos e práticas abortivas. Nessas páginas, mencionam o DIU, e entre outras coisas afirma: "Pode-se obter uma contracepção pós-coital relativamente segura até 4 a 6 dias após o coito sem proteção, mediante a colocação de um DIU..." Desde então, depois de 6 dias, se as condições orgânicas da mulher eram favoráveis, a fecundação já se produziu, já há uma nova vida, já há uma pessoa. Mas ainda não ocorre a nidação do ovo no endométrio, sendo a colocação do Diu viável para impedi-la definitivamente. Estamos simplesmente diante de uma prática abortiva. Se persistirem as dúvidas, o caderno continua, e ao mencionar as indicações para a colocação do DIU, entre outras, enumera: "Planejamento familiar cumprido, mas não se deseja a esterilização; Diretamente na interrupção da gravidez. Como anticoncepcionalpós-coital" (pág. 21-22). E ao mencionar as complicações possíveis com o uso do DIU, afirma: "... Inflamação do pescoço e dos genitais internos... . Perfuração; . Aumento do índice de gravidez extrauterina; . Gestações intrauterinas" (pág. 22). Nos permitimos remeter a um artigo de atualização científica publicado na "Revista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Cuyo, República Argentina. 1.989 VOL. XI Nro. 1” Neste artigo, intitulado "Dispositivo intrauterino e gravidez", encontramos afirmações e sentenças como as seguintes: . "Se uma portadora de DIU fica grávida, esta situação pode ser complicada, além da posição que possa adotar o casal sobre o futuro da gestação. É muito provável que a gravidez termine em um aborto espontâneo no primeiro ou segundo trimestre... Se o DIU não for retirado, aproximadamente 50% das gestações ortotópicas abortam espontaneamente... Ou seja que esta situação representa de 3 a 5 vezes mais que a taxa de abortos espontâneos em usuárias de outros métodos. Alguns estudos evidenciam que mais da metade de tais abortos ocorrem no 2o trimestre. Em 1984 nos Estados Unidos foi publicado um trabalho sobre 539 mulheres com DIU, que tinham 26 vezes mais probabilidades de ter um aborto espontâneo séptico no 2o trimestre em relação a mulheres grávidas sem DIU. Evidentemente que as complicações infecciosas no 2o trimestre são mais graves que as de aborto espontâneo precoce" (pág. 35). E continua: "Outro dos problemas que podem ocorrer é o das anomalias congênitas que costumam se apresentar em gestações das portadoras de DIU... Mishell estudou os tecidos expulsos de mulheres que abortaram espontaneamente e eram portadoras de DIU. Em sua estatística, 21 de 110 apresentaram anomalias embrionárias" (pág. 36). Depois acrescenta: "Se recordamos a ação do DIU, pode-se dizer que este diminui a nidação uterina em 99,5% e na trompa em 95%. Portanto, se ocorre uma gravidez com DIU, há maior possibilidade que seja ectópica" (pág. 36). E remata afirmando: "Há poucos anos chamou a atenção o aumento de E.I.P (doenças de inflamação pélvica) devido às doenças sexualmente transmissíveis e foi sugerido que se produz com maior freqüência em quase 50% das portadoras de DIU. O teste epidemiológico desta hipótese vem dos estudos que mostram um aumento das taxas com uma maior duração de uso do DIU" (pág. 37). Termina o artigo: "Por último, duas palavras sobe a recuperação da fertilidade daquelas que abandonam o uso do DIU. A recuperação não depende do tipo de DIU nem do tempo de uso, mas da gravidade do dano que estes causam" (pág. 37). Assina o artigo o próprio Dr Héctor Osvaldo Lotfi, então, Professor titular de Clínica Ginecológica da Faculdade de Cs. Médicas da U.N.C.- Mendoza - Argentina. José Murri. Fonte: Revista Arbil (2) IMPEDE A NIDAÇÃO DO ÓVULO FECUNDADO O DIU (Dispositivo Intrauterino) é com certeza também um abortivo. Embora sua ação seja ainda muito discutida, fica claro que, além de ter uma ação de anticoncepcional, que é impedir que o espermatozoide chegue até o óvulo para fecundá-lo, este dispositivo também IMPEDE A NIDAÇÃO, ou seja, que o óvulo já fecundado (ou seja, um ser humano vivo que já iniciou o seu processo de desenvolvimento) se implante no útero da mulher. Isto acontece porque o maior efeito do DIU é criar uma inflamação que afeta os fluídos uterinos de todo o trato genital da mulher, de modo que estes se tornam tóxicos para espermatozoides E EMBRIÕES. Infelizmente as mulheres geralmente não recebem esta informação, de modo que elas podem estar abortando sem saber, pois pensam que o DIU é somente para impedir a fecundação. O fato de o DIU ser um abortivo assintomático favorece o seu uso como método de abortamento, pois não gera o mesmo trauma que a eliminação da criança por meio de um procedimento cirúrgico. Os defensores do aborto irão negar a informação acima por meio de uma estratégica muito astuta: eles estão afirmando, contradizendo a biologia, que a vida só começa mesmo depois da implantação do embrião no útero (em média 7 dias após a fecundação). Assim, impedir a nidação não seria um abortamento. Outros vão muito além dizendo que só há vida após a formação do sistema nervoso central (após a terceira semana). Como o objetivo por trás destes argumentos é legalizar o aborto, não espanta que alguns defendam até mesmo que só há vida a ser salvaguardada após o nascimento! Ao contrário do que dizem, a ciência comprova que, uma vez fecundado o óvulo, estamos diante de um ser humano vivo, com seu próprio código genético e que não é apenas uma extensão do corpo da mãe, mas um outro corpo, um outro ser vivo, que encontra-se em desenvolvimento. Outro problema de saúde grave criado pelo uso do DIU é a possibilidade deste favorecer uma gravidez ectópica; neste caso o embrião se aloja fora do útero, geralmente nas tubas uterinas. É um grave problema, pois pode levar à hemorragia, com risco de vida para a mãe e quase sempre fatal para o embrião. Alguns estudos têm apontado o DIU como causa para este problema. Interessante notar que o número de gravidez ectópica nos EUA quadruplicou desde a década de 60, quando o uso do DIU se popularizou… Estratégia abortista É interessante saber também que o DIU foi criado ainda nos anos 50, com apoio financeiro e político de Organizações abortistas e sob o acompanhamento do Dr. Frederic Osbon. Este, por sua vez, foi um famoso eugenista, ou seja, alguém que continuava as ideias de controle populacional no planeta, sempre em detrimento dos mais pobres dos países do terceiro mundo. As mesmas ideias que na década anterior levaram Hitler a cometer o horror da Segunda Guerra Mundial. A estratégia da imposição do aborto no mundo, como meio de controle populacional, começou com o DIU, sendo que depois passou para o uso de drogas químicas e “refinou-se” no campo ideológico, na tentativa de convencer as mulheres que elas não devem ser mães… Todas estas estratégias continuam sendo usadas hoje. Inclusive o DIU. (Pe. Silvio Roberto, MIC - Diretor da Casa Pró- Vida Mãe Imaculada) PARTE VI MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS INTRODUÇÃO O uso de métodos anticoncepcionais remontam aos tempos primitivos da história. Todavia, nesta parte não abordaremos sobre a história do anticoncepcional nem sobre o pronto de vista teológico no caso de ser ou não permitido usar métodos anticoncepcionais (conforme já estudamos na parte anterior, vemos que não há mal algum em usar anticoncepcional). Ademais, até mesmo os que combatem o uso de anticoncepcional químicos, usam outros, tais como, os métodos naturais e tradicionais, somente resistindo aos métodos químicos, mecânicos, cirúrgicos e anticoncepcionais hormonais. Recomendamos aos casais que façam avaliação meticulosa do método que mais os satisfaçam e que caso, se interessem por algum destes métodos procurem ler mais sobre o mesmo. Como já sabemos o objetivo desta obra é educar, instituindo aos nossos amados irmãos para compreenderem melhor sobre assuntos pertinentes a esta vida. Abaixo segue-se o índice dos assuntos abordados aqui. ÍNDICE: 1 – MÊTODOS NATURAIS A – Método da tabelinha B – método da temperatura basal C – Método do muco 2 – MÉTODO TRADICIONAIS A – Amamentação B – Coito interrompido C – Abstinência D – Ducha pós-coital 3 MÉTODOS QUIMICOS E MECÂNICOS A – Espermicidas B – Espermicidas caseiros C – Tampão vaginal D – Preservativo E – Diafragma 4 – ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS A – Pílulas B – Anticoncepcional injetável C – Anel vaginal D – Implante subcutâneo E – Dispositivos intrauterinos 5 – MÉTODOS CIRURGICOS A – Laqueadura tubária B – Laparoscopia C – Vasectomia 1 – MÉTODOS NATURAIS A – MÉTODO DA TABELINHA Este método só deve ser usado por mulheres com ciclo de menstruação regular, mulheres cuja a menstruação ocorra no mesmo período de tempo. (30 em 30, 28 em 28 dias). Para que não haja erro, a primeira atitude deve ser de observaçãodurante mais ou menos um semestre, o período de um ciclo a outro. O perigo deste método falhar, consiste no problema das alterações emocionais que podem atrasar ou adiantar o fluxo menstrual, provocando erro no cálculo dos dias férteis. Uma mulher cuja menstruação vem a cada 28 dias. Portanto, para não engravidar, esta mulher não deverá ter relações nesses oito dias de fertilidade. B – MÉTODOS DA TEMPERATURA BASAL Este método consiste no controle da temperatura para detectar a ovulação. É mais seguro, porém, mais trabalhoso que o método da tabelinha. Se a mulher medir e anotar a sua temperatura diariamente, antes de levantar, movimentar, comer, beber, verificará oscilações em torno do momento em que o óvulo é liberado. A temperatura talvez oscile um pouco dois dias antes e depois da liberação do óvulo, depois se eleva alguns décimos acima da média normal. Durante este período de breve queda e elevação a mulher não deve ter relações sexuais. A temperatura neste período pode variar em até 0,5 ‘C (meio grau centígrado). Geralmente varia de 0,2 a 0,3 graus centigrados. MODO DE USAR: É preferível usar um termômetro espacial, como uma escala menor e espaços mais largos, que facilitem a leitura: - Antes de colocar o termômetro, é necessário baixar o mercúrio, agitando-o; - A temperatura tomada na axila é muito falha para este fim, sendo necessária medi-la no reto, na vagina, ou para maior comodidade na boca; - Meça a temperatura diariamente sempre na mesma hora, antes de se levantar, movimentar, comer, beber; - Anote diariamente o resultado no quadro gráfico. Ligando os pontos de um dia para o outro por meio de uma reta, você terá a sua curva da temperatura; - A ovulação só é reconhecida quando a temperatura, se eleva por 2 ou 3 dias consecutivos; - Depois de medir a temperatura, lave o termômetro com água fria e sabão. C – MÉTODO DO MUCO Este método aproveita as variações cíclicas do modo cervical, produzido por glândulas localizadas no colo do útero e eliminado pela vagina. Toda mulher pode perceber que em certos dias, ela se sente seca, enquanto em outros ela se sente úmida, isto não é anormal. Pelo contrario, é sinal de boa saúde e não tem nada a ver com corrimentos, que precisam de tratamento médico, ou ainda com a secreção resultante da excitação sexual. A mulher deve examinar o muco de sua vagina todos os dias, menos nos dias em que está menstruada. Poucos dias após a menstruação, o muco é grudento ralo e opaco e a mulher se sente seca. Com este tipo de muco, os espermatozoides não conseguem chegar ao útero e não há perigos de engravidar. Em seguida, o muco torna-se suave, elástico, úmido (semelhante a clara do ovo). Estes são os dias férteis. Depois, o muco começa a se retrair, tornando-se novamente raro, grudento, opaco. Geralmente desaparece por completo e a mulher volta a se sentir seca novamente. MODO DE USAR Lave as mãos, pegue um pouco de muco da vagina e tente estica-lo entre o dedo polegar e o indicador. Se o muco entende-se sem se romper (se forma fio), trata-se de um dia fértil. Não se devem ter relações sexuais até o muco se tornar meio opaco, grudento, raro. Quando praticado corretamente, este método é bastante satisfatório. As vantagens deste é que não representa perigo para a saúde por ser natural. Devido a sua simplicidade pode ser entendida por qualquer pessoa, até mesmo analfabetas e cegas. Porém tem como negativo o incidente de algum corrimento poder prejudicar a interpretação do muco. 2 – MÉTODOS TRADICIONAIS A – AMAMENTAÇÃO O aleitamento materno não é propriamente um anticoncepcional. Mas vem sendo usado como um método para espaçar filhos. Durante o puerpério há uma infertilidade relativa, em que 60 dias após o parto a amamentação aumenta a infertilidade através de mecanismo hormonal. A primeira ovulação ocorre 4 meses após o parto. Assim que tiver a primeira menstruação, a mãe deve usar um método anticoncepcional. Não é aconselhável a pílula porque ela pode diminuir ou parar a produção de leite, além de trazer outros prejuízos hormonais. Se for preciso tomar pílula a mini-pílula é indicado desde o primeiro mês após o nascimento da criança. B – COITO INTERROMPIDO Este método é praticado da seguinte maneira; quando o homem esta para sentir o orgasmo, ele retira o pênis de dentro da vagina e a ejaculação ocorre externamente. Todavia este método tem muitas desvantagens pelo fato de exigir do homem um autocontrole bastante elevado, e também é preciso que a mulher confie que seu marido conseguirá o autocontrole. Tornando assim uma relação insatisfatória onde ambos ficam inseguros. Este método é desaconselhável se houver uma segunda relação logo após a anterior, porque possivelmente algum espermatozoide tenha permanecido na uretra, podendo sair antes da ejaculação. Ainda assim o Colégio Americano de obstetras e ginecologistas afirma que este método possui um a eficácia de 82%. C – ABSTINÊNCIA Este método é 100% seguro. Este método consiste nas relações extravaginais ou celibatário. Tomando uma posição de manter somente sexo oral ou anal o casal esta indo para um campo “anormal” e quando ao celibatário tem o problema que o casal dificilmente conseguirá levar a cabo a resolução de abster-se. D – DUCHA PÓS-COITAL A ducha pós-coital tem uma eficiência retardada devido a rapidez com que os espermatozoides chegam ao muco cervical. Sua eficiência é estimada em aproximadamente 69%. Geralmente para se fazer a ducha têm-se usado água, solução de água e sabão, sal da cozinha, sumo de limão, vinagre ou outros espermicidas caseiros, ou em esguichar a vagina com substancias que mantem o espermatozoide (alguns esguicha com água morna o que também é considerado espermicida) distante do óvulo. Apesar de ser um método tradicional as duchas funcionam tanto mecânica quanto quimicamente. A introdução do vaso sanitário chamado bidê de origem francesa, veio facilitar as lavagens da vagina, não se deve supor que o simples esguicho vaginal após o coito represente método anticoncepcional seguro. Os médicos não recomendam o uso exclusivo das duchas como método anticoncepcional porque as duchas são sempre praticadas depois de consumado o ato sexual. A desvantagem da ducha ser feita imediatamente após o orgasmos tem a inconveniência de interromper o repouso e a necessidade de sono que normalmente sobrevêm após o coito. 3 – MÉTODOS QUIMICOS E MECÂNICOS A – ESPERMICIDAS Um método de controle muito vulgar é o realizado com substâncias químicas viscosas que tem por finalidade bloquear a entrada do canal uterino. Alguns produtos usados neste método é o ácido bórico, ácido tartárico, ácido acético, ácido moleico, sulfato de quinino, cloramina, alumínio, nitrato, etc. Uma das qualidades que deve possuir o espermicida é que seja suficientemente viscoso para reter os espermatozoides e permitir que a substância química possa agir. Os espermicidas são amplamente usados como métodos alternativos. Os tipos de produtos são: a - SUPOSITÓRIO: Tendo sua composição com os devidos produtos químicos que devem ser inseridos profundamente na vagina, uns dez minutos antes da relação, para que o espermicida possa agir. Esses foram muito populares durante certo tempo. Geralmente é do tamanho de uma amêndoa, da forma de um cone feito da matéria gelatinosa. Os supositórios contêm substâncias que matam os espermatozoides. Estes supositórios são colocados pela mulher de maneira a obstruir ou fechar a boca do colo uterino. As vantagens dos supositórios é que são fáceis de usar basta colocar no lugar, dez minutos antes de iniciar o coito e são fáceis de transportar ocupando pequeno espaço. Porém, existem também algumas desvantagens, são mais caros, muitos contém substâncias ou odores desagradáveis, outros derretem muito vagarosamente de maneira que a substância espermicida não age tão prontamente contra os espermatozoides como é preciso. b – GELEIAS E CREMES: São também barreiras mecânicas na passagem dos espermatozoides da vagina para o útero, onde há a fecundação. As geleias anticoncepcionaissão pastas que agem como barreiras físicas contra a entrada dos espermatozoides e que tem a capacidade de mata-los, logo que estes são ejaculados, quando entram em contado com as geleias e cremes. Geralmente são vendidos em tubos; são compostos à base de manteiga de cacau, glicerina, sabão, gorduras ou ceras. c – AEROSOIS: São vendidos em tubos sob pressão com aplicador especial para ser introduzido profundamente na vagina, onde produzem densa espuma de dióxido de carbono. d – TABLETES ESPUMANTES: Nestes, o agente espermicida está misturado com o ingrediente efervescente que produz uma massa espumante. O tablete deve ser umedecido com um pouco de salina ou água. Espera-se um segundo para ver se faz espuma e, então coloca-se o mais profundamente possível na vagina. Não use tabletes se eles não espumarem ao serem molhados ou umedecidos. B – ESPERMICIDAS CASEIROS a – SAL: Uma colher de sal para 4 colheres de água. Esta solução salina é a recomendável porque acima desta proporção pode causar uma secreção aquosa abundante que flui das paredes vaginais, ocasionando eventualmente irritação e dor. b – SUCO DE LIMÃO: Molhar a esponja em suco de limão: uma colher de chá de limão num copo de água. c – SOLUÇÃO DE SABÃO: Pode ser preparada dissolvendo-se sabão neutro em um litro de água fervida. Deve ser evitado sabões fortes e em pó, e detergentes de todos os tipos, pelo efeito prejudicial sobre a mucosa da vagina. d – VINAGRE: Molhar uma esponja ou chumaço de algodão em vinagre na seguinte proporção: 2 colheres de sopa de vinagre para um copo de água. e – ÓLEOS: Qualquer óleo de sozinha (exceto óleo de mostarda) ou gorduras, incluindo manteiga ou margarina; são adequados para aplicar sobre a esponja ou tampão. C – TAMPÃO VAGINAL É o método mais antigo e deve ter sido usado em muitas comunidades primitivas. Os tampões são quase tão seguros quanto os pessários, os tampões se mantem aderidos ao colo do útero, em parte por sucção deste; os tampões servem como barreiras mecânicas que impede a passagem dos espermatozoides. São geralmente feito de látex, mas há também de metal, celuloide, plástico, algodão, seda, lã e esponja. O algodão é um material relativamente barato e fácil de ser adquirido o retalho deve ser limpo, cortando e enrolado em forma de tampão do tamanho de um ovo de galinha e unido por uma ponta para ser puxado depois do uso. Sua eficácia aumenta se juntando a este, for também introduzindo alguns dos espermicidas caseiros. Os tampões industrializados são os fabricados de borracha e esponja-do-mar. D – PRESERVATIVO O preservativo é conhecido por vários nomes: camisinha, códon, camisa de vênus, preservativo. A maioria das camisinhas vem enrolada. Antes de usá-la deve- se desenrolá-la e soprar levemente dentro dela para testar sua integridade. Se estiver intacta enrola-se novamente. É necessário deixa uma folga de pelo menos um centímetro na ponta para que haja espaço para o sêmen. Terminada a relação, o homem deve retirar o pênis antes que ele se torne flácido; assim, não haverá possibilidade de que o sêmen acumulado ao redor da camisinha espalhe. Ao retirar o pênis, segura-se a base da camisinha com os dedos para que ela não escorregue e permaneça na vagina. Os preservativos vêm acondicionados dentro de um envelope asséptico onde se encontra totalmente enrolado. Há dois tipos de códons: O códon para glande que cobre apenas quando desdobrado, a glande ou cabeça do pênis. O outro cobre o pênis inteiro quando desdobrado. O material de que são feitos os códons varia. Há códons feitos de borracha ou látex. Os códons de látex são os mais finos, por isso muito procurando por terem o menor efeito de todos sobre a sensibilidade sexual do pênis. O códon de glande hoje caiu em desuso principalmente por não proteger contra infecções venéreas. O códon é muito usado e popularíssimo em todos os países. Fabricam-se e vendem-se muitos milhões de códons por dia. O preservativo é o anticoncepcional mais seguro dos que existem, e podem ser usados sem necessidade de intervenção médica. A camisa-de-vênus pode ser fabricada em massa e em série por causa do progresso da tecnologia industrial moderna, o que explica a redução do preço. Antigamente tinham paredes grossas e por isso eram muitos impopulares entre os homens, porque reduziam sobremaneira a sensibilidade sexual. Contudo hoje, os médicos em geral adotaram como norma pela soma de razões acima indicadas. Assim o povo julga que o preservativo recebe a consagração científica ou médica e que os demais métodos não. O códon é recomendável aos indivíduos com tendência a ejaculação prematura (com a diminuição da sensibilidade da glande a ejaculação se atrasa). Um detalhe importante refere-se ao movimento em que o individuo deve vestir o preservativo. Muitos homens apreciam iniciar o coito com pênis nu, para depois interrompendo a cúpula e retirando o pênis da vagina, vesti-o com o preservativo. Essa prática faz diminuir decisivamente a segurança do códon. Assim, o preservativo deve ser colocado antes da penetração pois existe risco de espermatozoides que estão no líquido que escorre pela uretra do pênis, antes mesmo da ejaculação fecundarem o óvulo. As camisinhas de boa qualidade podem ser usadas até mesmo 10 vezes. Mas hoje, com o baixo custo, se tornaram descartáveis. E – DIAFRAGMA O diafragma impede a passagem dos espermatozoides ao útero, esta é uma peça de borracha redonda, ligeiramente côncava rodeada por um aro metálico, também revestido de borracha. Com a utilização deste e o espermicida em sua parte côncava, sua eficiência é ótima: O diafragma só deve ser retirado 6 horas após a relação. Usando este método a mulher não precisa de ducha e lavagens que alias, só iria atrapalhar devido ao problema de deslocar o diafragma. Para coloca-lo deve-se colocar o espermicida em sua cavidade e depois fazê-lo deslizar até o fundo da vagina, com a parte côncava para frente, com o dedo indicador pode-se averiguar se o diafragma cobriu inteiramente a entrada do útero. Porém, alguém que resolve usar este método deve ir primeiro ao ginecologista, o único habilitado para definir o tipo e o tamanho a ser usado. Para que haja segurança no método deve-se duas horas antes da relação sexual colocar o espermicida. O diafragma chega a durar dois anos de uso, só precisando ser trocado quando furar ou rasgar. É bom notar que colocado corretamente o diafragma não atrapalha a relação de maneira que nem o homem e nem a mulher o percebe. Uma virgem não pode usá-lo, por isso não é um método válido para a lua-de-mel. 4 – ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS A – PÍLULAS A década de 60 marcou profundamente a história deste século com grandes descobertas científicas e efeitos importantes para a humanidade, uma delas foi a pílula anticoncepcional provocando importantes transformações no plano das relações humanas. Nenhum anticoncepcional foi tão bem divulgado. A pílula impede a ovulação pelo fato de inibir parcialmente a hipófise, pois esta glândula é responsável pela estimulação dos ovários. A pílula também altera o muco produzido pelo colo do útero, dificultando a penetração do espermatozoide, além disto, impede a fixação do óvulo (CARACTERIZANDO ABORTO) e aumenta a mobilidade das trompas; fazendo que o óvulo seja levado rapidamente para o útero. Mulheres que sofrem de flebite, câncer, derrame, cirrose, hepatite, doenças do fígado, enxaqueca, infecção na urina, doença do coração, diabetes, hipertensão, embolia pulmonar, fibromas e epilepsia só devem fazer uso da pílula com absoluta supervisão médica. É importante que todas as que fazem uso da pílula sob orientação médica a cada um ano, deve durante dois meses de fazer a interrupção a fim de constatar eventuais alterações que o uso da pílula possa ter provocado. A pílula faz diminuir a menstruação, contudo seu uso prolongado pode levar a falta de menstruação e, isto sim, pode ser um problema. Com o uso correto da pílula dificilmente a mulher engravidará, todavia, em caso de engravidar a mulher deve interromper imediatamenteo seu uso. O uso de pílula pelas mulheres que estão amamentando não é recomendável. Exceção feitas as minipílulas que só contém progestogênios. Pois, sabe-se de muitos casos de mulheres que produzem menos leite e param de produzi-lo devido às pílulas. Caso uma moça case antes dos 18 anos e deseje usar a pílula, deve-se procurar um médico que faça um acompanhamento especial, porque a pílula pode provocar uma parada no crescimento, afetando definitivamente a estatura da mulher. Pois, somente aos 18 anos completa-se o amadurecimento sexual da mulher. É de significante importância notificar que a pílula deixa a mulher mais sujeita as infecções vaginais. A mulher que usa a pílula há um ano e para de usá-la, tem as mesmas probabilidades de gravidez como antes de tomar. Com o uso prolongado por mais de cinco anos, às vezes ocorre uma diminuição da fertilidade. Com todos os remédios as pílulas podem causar sérios problemas em algumas pessoas. Contudo os benefícios dos anticoncepcionais são maiores do que os riscos. Como a pílula contém os mesmos hormônios que o corpo da mulher produz quando está grávida, acontece que algumas mulheres têm a mesma sensação de uma grávida, um pouco de enjoo de manhã e inchaço nos seios, contudo se o enjoo não melhorar deve ser trocado o tipo de pílula. Conforme pesquisas do colégio americano de obstetras e ginecologistas a eficácia das pílulas são as seguintes: Pílulas combinada: 99%. Pílulas sequencial: 95%. Minipílula: 95%. A pílula não causa câncer, contudo, se a pessoa já tem um câncer no seio ou no útero, a pílula pode fazer com que o tumor cresça mais rapidamente. Ainda sobre os perigos de doenças citaremos os efeitos mais graves da pílula que é a trombo-embolia que é formação de coágulos de sangue com consequente obstrução de vasos sanguíneos. Também algumas mulheres tem um aumento na pressão, se isto acontecer será melhor trocar de método anticoncepcional. INSTRUÇÃO AS USUÁRIAS DA PÍLULA. a – Se a mulher constantemente esquecer-se de tomar as pílulas será melhor não utilizar este método. b – Quando for a um médico ou ocorrer internação por um motivo qualquer, comunicar o fato de estar usando a pílula, para que o médico possa estar a par de uma possível contraindicação que haja deste com o medicamento que tomará no hospital. c – É recomendável que a cada seis meses se faça exames médicos a fim de controlar a pressão arterial. d – Tomar a primeira pílula no 5° dia após a menstruação, contando o primeiro dia da menstruação como dia 1°. e – Se houver falha de varias menstruações pode ser aconselhável mudar de método anticoncepcional. f – Não é bom usar pílulas sem orientação médica. g – Não se deve estranhar quanto às mudanças da data das menstruações ou quanto à duração, podendo aparecer também sangramento extra. h – Por medida de precaução, deve-se usar outro método ao mesmo tempo, durante o primeiro mês para evitar riscos. i – Se estiver tomando uma caixa com 21 pílulas, descanse por uma semana antes de começar outra; se estiver tomando uma caixa de 28, inicie outra caixa no dia seguinte ao término da primeira. j – Não é motivo de preocupação a falha de uma menstruação, isto é relativamente frequente quando se usa este método. l – Caso ocorra diarreia severa por vários dias, utilizar outro método adicional no restante do ciclo. m – Deve-se tomar uma pílula por dia, sempre á mesma hora, até terminar a caixa. n – Caso esqueça uma ou duas pílulas, deve-se toma-las tão logo se lembrar, juntas, seguir tomando as restantes, e se esquecer mais de duas é melhor utilizar juntamente outro método por prevenção, todavia se esqueceu mais de três pílulas começar outro método imediatamente abandonando as pílulas restantes. (ESTE MÉTODO TAMBÉM PODE SER ABORTIVO) B – ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL O nome da nova droga é deladroxato, são compostos derivados da progesterona (depo-provera), administrados por injeções intramusculares que devem ser tomadas a cada três meses. Este anticoncepcional bloqueia o hormônio responsável pela ovulação. Além de mais econômico, é mais prático, evitando esquecimento e erro de manuseio. Contudo os seus efeitos se fazem aparecer negativamente no ciclo menstrual. C – ANEL VAGINAL Mesmo podendo causar problemas no ciclo menstrual o anel vaginal tem muitas vantagens tais como: Fácil manuseio e troca-se somente de mês em mês. Estes pequenos anéis, semelhante ao anel do diafragma que são colocados na vagina, contêm hormônios sintéticas (progestagênios) que também são liberados e absorvidos lentamente pela vagina. D – IMPLANTE SUBCUTÂNEO É uma cápsula implantada sob a pele semelhante em ação ao injetável. A cápsula contêm progestagênios que são liberados lentamente inibindo a ovulação. O seu efeito pode durar um ano. No Brasil, este método é pouco conhecido. 5 – DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS Quando colocados no útero, os anéis tendem a impedir a concepção, provavelmente porque dificulta a nidificação dos óvulos fertilizados (isto é impedem de algum modo a fixação do microscópico embrião na parede uterina), na verdade, ainda não se conhece bem o mecanismo de ação do D.I.U. também supõem-se que ele funcione aumentando os micrófagos na cavidade uterina, que têm a capacidade de matar os espermatozoides e podem lesar o ovo. Outra teoria é que seu uso provoca aceleração do transporte do óvulo na trompa impedido a fecundação. A implantação do D.I.U. é feita em consultório, preferivelmente durante o período menstrual e leva mais ou menos 10 minutos, tudo que a paciente precisa fazer é ficar deitada e relaxada como qualquer exame ginecológico. Não é recomendável as mulheres que sofrem frequentemente de infecções genitais, que tem fibromas ou alterações da forma do útero. Existem alguns casos em que o D.I.U. perfura o útero, principalmente no momento em que é colocado, mas estas perfurações raramente são graves. Faça-se mensalmente uma verificação logo após a menstruação. O fiozinho que em geral tem o D.I.U. não dará para controlar a sua posição no lugar certo. Quanto a ação de retirá-lo dependerá da localização do D.I.U., se tiver o fiozinho é só puxar com delicadeza, mas não é bom que a mulher o faça principalmente em caso de gravidez. Não tendo fiozinho, então o médico o retirará com um aparelho especial. No primeiro mês, depois de colocado, deve-se usar outro anticoncepcional por medida de precaução. A eficácia do D.I.U. é bastante confiável, 95%, comparável mesmo a minipílula. Por prudência, deve-se ir acompanhada quando for colocar o D.I.U. pois pode ser que sinta mal-estar devido ao fato do organismo reagir contra o D.I.U. Normalmente durante os primeiros meses de uso, quando surge em geral cólicas e dores abdominais, e sangramento vaginal, a menstruação tende a ser mais prolongada e abundante, além disso, acontece de haver perdas de sangue fora do período menstrual. Caso esteja usando um D.I.U. de cobre ou impregnado de progesterona deve-se a cada três anos trocá-lo devido a perda de sua efetividade. É digno de notar que o risco de gravidez ectópica aumenta 10 vezes, como ele impede a implantação do óvulo na parede interna do útero, acaba favorecendo a implantação na trompa. A usuária do D.I.U. deve frequentemente localizar o fiozinho (cauda) do D.I.U., e caso não consiga apalpá-lo deve procurar um médico imediatamente. Caso a mulher fique gravida e o D.I.U. permanecer nela haverá 33% de chances dela abortar e caso a gestação continue até o fim, os efeitos não são nocivos. Em casos assim, geralmente o D.I.U. é encontrado na face materna da placenta ou nas membranas. Quando se usa o D.I.U. precisa-se fazer exame ginecológico um mês após colocá-lo e outro ao fim de três meses e mais outro ao fim de seis meses. A partir daí basta um exame anual, inclusive para fazer prevenção do câncer. Para a mulher voltar a ser fértil só precisa retirá-lo, e em pouco tempo estará pronto para conceber. O D.I.U. só é aconselhável ser colocado 6 semanas após um parto normal e 12 semanas após uma cesárea. (O DIU FOI LARGAMENTO DISCUTIDO NESTELIVRO E NÃO É SOMENTE UM MÉTODO ANTICONCEPCIONAL, MAS TAMBÉM ABORTIVO – NÃO RECOMENDÁVEL EM HIPOTESE ALGUMA) 6 – MÉTODOS CIRURGICOS A – LAQUEADURA TUBÁRIA A laqueadura tubária torna a mulher estéril, sem afetar sua ovulação ou ciclo menstrual. A cada ano que passa o numero de laqueaduras vem aumentando, principalmente no Nordeste do Brasil onde há pouco ou acesso aos meios anticoncepcionais (isso nos anos 1980). A cirurgia acontece da seguinte maneira: sob anestesia geral raquidiana ou peridural, o cirurgião faz uma incisão de uns 7 centímetros no ventre, através da qual, ele atinge as trompas uterinas, “amarrando-as” com fio cirúrgico e, em seguida removendo um trecho de cada uma delas. Cerca de três dias depois, a paciente pode ter alta hospitalar. Duas semanas mais tarde pode retornar a vida sexual, sem riscos de engravidar. Esta cirurgia pode ser feita durante uma cesariana ou outra cirurgia. A laqueadura também pode ser feita com maior facilidade técnica logo após o parto, quando o útero ainda não evoluiu completamente. Depois da laqueadura, os óvulos impedidos de entrarem no útero, morrem em 24 horas, decompõe-se e são absolvidos pelo organismo. Este método anticoncepcional é praticamente irreversível. B – LAPAROSCÓPIA Praticamente igual a laqueadura tubária, contudo é uma outra técnica para esterilização, esta se realiza através de uma ou duas pequenas incisões de cerca de um centímetro, na altura ou ao redor do umbigo. Neste tipo de incisão, a cicatriz é praticamente imperceptível, a cirurgia é feita por meio de um aparelho óptico de pequeno calibre, o laparoscópico, que serve para visualizar as trompas, cauteriza-la e em seguida seccioná-las. Nesta intervenção o tempo de permanência no hospital pode ser menor. C – VASECTOMIA A vasectomia consiste na ligadura dos canais diferentes impedindo definitivamente a passagem de espermatozoides para fora do aparelho genital masculino. A vasectomia não afeta o desempenho sexual e não tem nada a ver com a castração. Quando for submeter-se a operação, deve-se raspar os pelos da região perineal, lavar-se cuidadosamente algumas horas antes da operação, isto previna infecção. Levar para o hospital um suporte para o saco escrotal; será necessário, usá-lo após a operação. Após a operação não será possível dirigir automóvel, portanto se necessário ir acompanhado. Depois do curto período de recuperação da cirurgia, o paciente poderá levantar-se ir para casa, devendo repousar por 48 horas. Poderá surgir alguma dor ou inflação, o escroto poderá ficar escuro ou arroxado e poderá haver um pequeno sangramento. Manter compressa de gelo por 4 horas ou mais, isto reduzirá as possibilidades de inflação, sangramento e mal-estar. Somente após 3 dias as atividades normais poderão ser retomadas. Usar suporte escrotal por 48 horas sem retirá-lo à noite. Deve-se evitar exercícios pesados durante uma semana. As relações sexuais poderão ser reiniciadas 4 ou 5 dias depois ou quando se desejar, mas somente umas 8 semanas depois se terá conseguido a esterilização. 48 horas após a vasectomia as faixa poderão ser retiradas caso venha a sentir dores, pode-se tomar um analgésico a cada 4 ou 6 horas. Há casos que a incisão é tão curta (menos de um centímetro) que os bordos da pele juntam-se tão bem que não é necessário nem dar pontos. E quando houver pontos, eles são absorvidos não sendo necessário retira-los, não custa nada uma semana após a operação fazer um exame médico. Mesmo após a vasectomia deve-se usar algum método anticoncepcional até que se completem 15 ejaculações. A vasectomia é tão segura que somente uma pequena porcentagem de 0,1% das cirurgias é necessária repetir outra vasectomia, devido os vasos diferentes se religarem, por isso sua eficácia é praticamente 100%. Na operação são feitas duas pequenas incisões na pele do escroto para alcançar os canais diferentes que são cortados e amarrados produzidos nos tubos seminíferos situados dentro dos testículos, os espermatozoides amadurecem no epidídimo, dai são levados pelos diferentes até as vesículas seminais. Uma vez barrada a passagem dos espermatozoides pela vasectomia, o liquido seminal continua fluindo normalmente na ejaculação. CONCLUSÃO Este livro analisou o aborto como ele foi se popularizando pelo mundo através de organizações pró-aborto no mundo sob o manto mentiroso de “proteção as mulheres”. A ciência mostra que a nova vida surge no momento da concepção e não da nidificação do embrião. O zigoto é o momento mágico da vida humana, quando o espermatozóide fecunda o óvulo feminino. Todo método anticoncepcional que age depois da fecundação é aborto. Os maquiavélicos abortistas conseguiram induzir nos organismos médicos e internacionais a considerarem o aborto somente as intervenções após a nidificação do óvulo no útero. Com esta manobra, a pílula do dia seguinte e o D.I.U. se tornaram métodos legais. Mas diante de Deus continua imoral e criminoso. Nas páginas deste livro vemos uma série de debates e questões sobre este tema. Podemos e devemos reduzir o número de pessoas para níveis que não saturem os recursos do planeta Terra. Acho que meio bilhão de pessoas está bom demais. Mas podemos fazer isto com planejamento familiar e não com aborto. Deus mandou a humanidade crescer e multiplicar-se até encher a Terra. Já faz tempo que saturamos o planeta... REFERÊNCIAS 1https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/12/02/cotidiano/6.html 2 - https://www.acidigital.com/vida/aborto/diu.htm 3 - https://casaprovidami.com.br/diu-e-abortamento/ LIVROS PUBLICADOS PELO https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/12/02/cotidiano/6.html https://www.acidigital.com/vida/aborto/diu.htm https://casaprovidami.com.br/diu-e-abortamento/ ESCRIBA DE CRISTO: BIOGRAFIA Vida de Antão com comentários Vida de Constantino comentada capítulo a capítulo David Ben-Gurion – Herói da humanidade TEOLOGIA Refutando o determinsmo de Lutero Jesus era chato e antipático Parapsicologia Bíblica Compêndio teológico sobre o véu Guia de Estudo Bíblico Dogmatologia Entenda a CCB – Volume I Entenda a CCB – Volume II Javé, o Deus da Bíblia A Triunidade de Deus Como fundar uma Igreja O Diabo está ao seu lado Sexologia cristã Tratado teológico sobre a barba APOCRIFOLOGIA Livro de Enoque com comentários Livro dos Segredos de Enoque analisado Livros de Adão e Eva Pseudo-epígrafos de Barnabé com comentários Apócrifo Pastor de Hermas com comentários BIBLIOLOGIA Os quatro livros biográficos de Jesus Primeira Carta aos Coríntios comentada Primeira epístola de Pedro com comentários Epístola de Tiago com comentários Apocalipse comentado A Septuaginta ESCATOLOGIA Arrebatamento pré-tribulacionista Juízo Final O Fim do Mundo HISTÓRIA Introdução à Arqueologia Egiptologia Bíblica História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia História do Universo comentada História do Cristianismo comentada O que é Igreja Católica Romana? 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