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Sistema Urinário Professora: Dra. Alessandra Aparecida Medeiros Disciplina: Patologia Veterinária Especial Universidade Federal de Uberlândia Curso de Medicina Veterinária Rim bovino Rim suíno Rim equino Funções • Eliminação restos metabólicos protêicos * Conservação de água, cátions, glicose e aa • Eliminação de H para manutenção de pH • Depuração de excesso de Na, K e Cl * Função endócrina: eritropoetina, renina, vitamina D Anomalias do Desenvolvimento Agenesia ou aplasia renal • falha do desenvolvimento de um ou ambos os rins • Unilateral ou bilateral • Caso esteja presente o ureter inicia em fundo de poço cego • Mais freqüente em cães (Beagles, Pinscher), bovinos e suínos Hipoplasia renal • Macroscopicamente rins com redução de tamanho (lóbulos e cálices) variável (leve, moderada ou grave) • Micro: diminuição no número de néfrons e presença de estruturas embrionárias • Cuidado: bovinos – fusão lóbulos externos •Hereditário em suínos Large White, potros, cães e gatos •Diagnóstico: redução de mais de 50% do tamanho rim sem doença renal adquirida – fibrose • Outras causas de rins reduzidos de tamanho: Fibrose Displasia Nefropatia juvenil progressiva (cães): Lhasa Apaso, Shitzu Ectopia • migração anormal durante o desenvolvimento leva á mudança de localização de sublombar para cavidade pélvica ou inguinal • mau posicionamento do ureter obstrução do ureter hidronefrose •Predisposição à pielonefrite •Unilateral mais frequente • suínos e cães Persistência da lobulação fetal • normal nos bovinos •Sem significado clínico Rins em ferradura • fusão em um dos pólos (caudal ou cranial) • Macro: rim grande com dois ureteres Cistos renais • estruturas esféricas formadas por distensões dos túbulos corticais ou medulares, de parede fina, tamanho variável e preenchidos por líquido semelhante a urina. •revestidos por epitélio cúbico a achatado •Congênitos: solitários (bovinos, suínos e cães) – na cortical frequente policísticos: rins tem o parênquima substituído pelas formações císticas (Aspecto de “favo de mel” – policístico) doença renal policística autossômica (bovino, suíno e felinos) •Adquiridos (cistos de retenção): distensão dos túbulos por obstrução ou compressão dos túbulos pela fibrose renal (são menores) •Todos os tipos podem comprimir o parênquima normal Cistos renais múltiplos (policísticos) •Podem ser herdados (doenças autossômicas) • suínos, gatos, bovinos e cães Amiloidose • Deposição de substância amilóide nos glomérulos, paredes de vasos e túbulos • Associado a inflamação crônica e neoplasias • Leva à proteinúria e uremia • Macro: glomérulos - pontos acobreados na superfície, rins pálidos e aumentados de volume, firmes, córtex de aspecto granular • Micro • Consequências: atrofia tubular, degeneração e fibrose difusa http://anatpat.unicamp.br/pecasuro3.html Alterações Circulatórias Hiperemia • Ativa: nefrites agudas, septicemias e toxemias • Rins uniformemente de cor vermelho escuro • Passiva (congestão): compressão veias, trombose veia renal ou cava posterior e ICC • Rins de cor vermelho escuro e junção córtico-medular escura e proeminente • Ambas transudam sangue ao corte Hemorragias • Tipo petequial (salmonelose, leptospirose e erisipela suína) • Extensas: doenças septicêmicas (vasculite ou necrose vascular) (enterotoxemia por clostridios) • Intrarrenais ou subcapsulares: CID e traumas. • Outras causas: dicumarínicos, ofidismo (Crotalus) Edema • Parênquima firme e cápsula inelástica restringem esta alteração circulatória Infarto • Oclusão vascular isquemia necrose de coagulação • Trombos e êmbolos • Se é séptico abscessos • Causas: trombose veias pulmonares amiloidose endocardite (erisipela – suíno, Streptococcus e Actinomyces pyogenes – bovinos) êmbolos neoplásicos Doenças periodontais graves Aspecto Macro: vermelho a cinza pálido (após 1 a 3 dias), cuneiforme (base na cápsula) envolve córtex ou cortéx e medula venosos – aspecto hemorrágico persiste por mais tempo Resolução da área infartada: cicatriz brancacenta cápsula com denteamento Aspecto Micro: área central de necrose de coagulação hiperemia e hemorragia substituição por TCF Alterações Inflamatórias Glomerulites • Alteração na filtração e permeabilidade glomerular • Lesões glomerulares proteinúria • Epitélio tubular proximal: gotículas hialinas • Lesão severa e prolongada: hipoproteinemia e edema generalizado • Atrofia tubular por redução da perfusão peritubular • IR aguda ou crônica Glomerulite Viral • Replicação viral no endotélio capilar: lesões brandas e transitórias • hepatite infecciosa canina e citomegalovírus leitões (inclusões intranucleares nas células endoteliais dos vasos glomerulares) Glomerulonefrites Imunomediadas • Deposição de imunocomplexos nos glomérulos por infecções persistentes e antigenemia prolongada • ou presença de anticorpos anti-membrana basal glomerular (humanos e primatas) • ETIOPATOGENIA Complexos imunes Ag + Ac deposita/forma no subendotélio ou área mesangial Ativação do sistema complemento C3a, C5a, C567 quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos liberação de enzimas lisossômicas, radicais livres e metabólitos do ácido aracdônico destruição tecidual. • Associadas às doenças: Virais – peritonite infecciosa felina (FIP), vírus da leucemia felina (FeLV), anemia infecciosa equina (AIE), peste suína clássica (PSC), peste suína africana (PSA), hepatite infecciosa canina (HIC) e diarreia viral bovina (BVD). Bacterianas – Borrelia sp, Campylobacter fetus, Erlichia Protozoários: Leishmania, tripanossomíase, coccidiose Helmintos – Dirofilaria immitis Doenças específicas: piometra em cadelas, pancreatite crônica, endocardite, lúpus, neoplasias •Proliferativa – proliferação celular glomerular (hipercelularidade mesangial) •Membranosa – espessamento membrana basal capilar - gatos •Membranoproliferativa – associação das duas acima, só que proliferação celular é difusa (cães). •Glomerulosclerose – fibrose intersticial e periglomerular com focos de infiltrado linfoplasmocitário no interstício. Glomérulos diminuem de tamanho com TCF no mesângio Glomérulos hipocelulares e afuncionais È resposta a qualquer insulto crônico. CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA GLOMERULONEFRITE A) Proliferativa; B) Membranosa; C) Membranoproliferativa; D) Glomerulosclerose GN membranosa: espessamento da parede dos capilares glomerulares. Glomérulo normal Glomerulonefrite membrano- proliferativa. Nesta forma de glomerulonefrite, os glomérulos mostram nítida acentuação da lobulação (os tufos glomerulares se destacam uns dos outros à maneira de folhas de trevo). Há hipercelularidade, principalmente às custas das células mesangiais, e espessamento da parede dos capilares glomerulares, mais fácil de observar na periferia dos lóbulos ASPECTO MACRO Glomerulonefrite GN aguda - aguda difícil diagnóstico - rim aumentado de volume, pálido, macio - glomérulos pontos visíveis avermelhados (equinos não) GN crônica – rim diminuído de volume, cortex adelgaçado Superfície irregular e cápsula que pode estar aderida, glomérulos pontos acinzentados e pálidos. DOENÇAS TUBULARES Necrose (Nefrose) Tubular Aguda • Isquemia e substâncias tóxicas levam à degeneração e necrose de células epiteliais tubulares • Túbulos proximais mais suscetíveis • Causa Insuficiência Renal Aguda com oligúria ou anúria e uremia Por que? vasoconstrição da arteríola aferente pela ativação sistema renina- angiotensina: ↓ Filtração glomerular debris no lúmen tubular: bloqueiam fluxo urinário e ↑ pressão IT passagem de FG do lúmen dos túbulos danificados para interstício ↑ pressão intersticial colapso dos túbulos a) Nefrose Isquêmica Etiopatogenia: hipotensão (hemorragias, ICC, desidratação, anemia) → vasoconstrição arteríolas aferentes → redução filtração glomerular pode levar a: necrose túbulos proximais e distais, tubulorrexia (rupturamembrana basal tubular) e oclusão do lúmen tubular por cilindros b) Nefrose tubular tóxica exógena: biotransformação de drogas e tóxicos: formação de metabólitos mais ou menos tóxicos→ dano às células tubulares desidratação agrava toxicidade Há necrose extensa dos túbulos proximais com manutenção da membrana basal Tóxicos importantes: metais pesados (Chumbo, mercúrio, tálio, arsênico): lesão membrana celular e/ou mitocondrial → interação com sulfidrila de proteínas aminoglicosídeos (gentamicina, neomicina, estreptomicina e tetraciclina) não são metabilizados e são excretados: destruição da borda em escova e necrose tubular sulfonamidas (cristais amarelados na medula, pelve e bexiga e degeneração hidrópica tubular) anfotericina B (vasoconstriçao arteríola aferente) monensina (eqüinos) ocratoxina A e citrininas (Aspergillus e Penicillim): degeneração tubular em equinos , suínos e ovinos (citrininas) oxalatos: gramíneas do gênero Panicum e Setaria; Crotalaria oxalato de cálcio → cristalização no lúmen dos túbulos → obstrução tubular → IRA oxalato → quelação de cálcio e magnésio intracelulares → ↓ fosforilação oxidativa • Macro: rins aumentados e pálidos, com estriações corticais esbranquiçadas. • Coloração pode variar no caso das nefroses tóxicas endógenas • Micro: epitélio com vacúolos ou eosinofílico (necrose) com picnose, cariorrexia e cariólise. c) Nefrose tóxica endógena Bile, mioglobina, hemoglobina, hemossiderina •Nefrose Hemoglobinúrica: crise hemolítica aguda (toxicidade pelo cobre em ovinos, leptospirose, hemoglobinúria bacilar, babesiose, transfusão sanguínea) Leva à IR associada á isquemia Macro: Córtex cora em vermelho acastanhado a negro azulado •Nefrose Mioglobinúrica azotúria, miopatia captura animais selvagens, traumas musculares severos. Miopatia nutricional Macro: semelhante a hemoglobinúrica •Nefrose colêmica: Icterícia – bilirrubina e ácidos biliares na circulação → acúmulo no epitélio dos túbulos renais → degeneração tubular Cordeiros, bezerros e potros recém-nascidos Rins amarelados ou esverdeados a até enegrecidos Hemossiderina e ferritina Doença do rim pulposo, toxina do Clostridium perfringens tipo D, pequenos ruminantes. Crescimento excessivo entérico de Cl. perfringens leva à grande produção de toxina épsilon que causa rins moles, pálidos e edemaciados. Ocorre degeneração e/ou necrose das células epiteliais tubulares, edema e hemorragia intersticial. Alterações Tubulointersticiais Nefrite Intersticial Aguda • resultado de septicemias bacterianas e virais • Agentes penetram nos túbulos e iniciam inflamação no interstício • Agregados de células inflamatórias no interstício • CAUSAS: • Leptospira canicola, L. icterohaemorrhagiae (Cães e gatos), L. pomona, E. coli, Salmonella sp e Brucella sp (bovinos e suínos), HIC. • Focal: infecções bacterianas hematogênicas por E. coli, salmonela e Brucella. Febre catarral maligna e AIE Macro: discretas áreas cinza ou brancacentas no córtex e às vezes medula • Difusa: leptospirose canina, circovirose e HIC rins aumentados de volume e pálidos com múltiplos pontos brancos por toda a superfície e córtex NEFRITE INTERSTICIAL SUPURADA Causadas por bactérias que alcançam os rins por via hematógena (Nefrite supurada embólica) ou via urinária (pielonefrite ascendente). Nefrite Supurada Embólica Resultado de septicemia com êmbolos sépticos Bactérias alojam principalmente nos capilares glomerulares e peritubulares (abscessos córtex) Macro: múltiplos abscessos distribuídos no córtex renal Micro: capilares com colônias bacterianas e hemorragia infiltrado neutrófilos podendo levar à obliteração glomerular Causas: Actinobacillus equuli e Streptococcus equi (garrotilho) (eqüinos) Erysipelothrix rhusiopathie (suínos) Corinebacterium pyogenes (bovinos – endocardite valvular) Corynebacterium pseudotuberculosis (pequenos ruminantes) Streptococcus Mamites, onfaloflebites, artrites Nefrites Granulomatosas • Doença tubulointersticial que acompanha doenças sistêmicas crônicas que levam à formação de granulomas em vários órgãos • agentes infecciosos indutores de granulomas: Histoplasma capsulatum Aspergillus spp Mycobacterium tuberculosis ou M. bovis Corynebacterium pseudotuberculosis (pequenos ruminantes) Larvas de Toxocara canis • Macro: focos ou massas branco-acinzentados, centros caseosos (mineralizados ou não) • Micro: focos de necrose circundados por células gigantes, epitelióides, macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Pode ocorrer mineralização Nefrite Intersticial Crônica (Fibrose Renal) Após inflamação que pode ter ocorrido nos túbulos, glomérulos, interstício e/ou necrose de túbulos renais → cura → fibrose • Nefropatia com poliúria e isostenúria (insuficiência renal) Macro: rins pálidos, superfície irregular, diminuídos de tamanho, firmes e cápsula aderida ao córtex externo. Podem ocorrer cistos de retenção Micro: infiltração de mononucleares (linfócitos, plasmócitos e macrófagos), fibrose intersticial e atrofia tubular (epitélio achatado) Insuficiência Renal Aguda • Redução súbita função renal • Causas: glomerulonefrites imunomediadas necrose tubular aguda • Consequências: oligúria ou anúria Azotemia pequena perda de eletrólitos e hiperpotassemia (cardiotoxicidade) • Pode ser reversível • Lesões extra-renais são discretas Insuficiência Renal Crônica • Perda progressiva e gradual de tecido renal • Rim não desempenha funções • resultado final de lesões renais crônicas • Geralmente irreversível Leva à UREMIA Síndrome caracterizada por distúrbios bioquímicos (elevação de uréia, creatinina e outros) associados a sinais clínicos e lesões sistêmicas. Causas Uremia Pré- Renal: ↓ fluxo sanguíneo rim → ↓ filtração glomerular isquemia Causas: ICC, hipovolemia Renal: lesões renais agudas ou crônicas → função renal reduzida (IR) Pós-Renais: obstrução de vias urinárias (intrínsecas ou extrínsecas) Distúrbios bioquímicos da UREMIA • Diminuição da filtração glomerular: 75% da função normal → retenção substâncias tóxicas • Diminuição da reabsorção tubular: provoca perda de água e eletrólitos → desidratação e desequilíbrio eletrolítico •Diminuição da secreção tubular: retenção de potássio → cardiotoxicidade acidose metabólica: por retenção de H+, ↓ produção de amônia (NH3) pelos túbulos e diminuição da reabsorção de íons bicarbonato • Formação deficiente de Vitamina D: hipocalcemia leva à fraqueza muscular, hiperexcitabilidade muscular (aumento permeabilidade de neurônio ao sódio → PA → tetania) •Retenção de fosfatos: hiperparatireoidismo secundário renal •Formação deficiente de eritropoetina: anemia arregenerativa • Lesões não renais da uremia Sistema Respiratório: edema pulmonar – aumento permeabilidade vascular e hipoproteinemia mineralização do Tec. Conj. Subpleural dos espaços intercostais Sistema Digestório: estomatite, gastrite e glossite ulcerativas e necrosantes – secreção de amônia por bactérias produtoras de urease e necrose vascular aumento da secreção da gastrina → eleva síntese de HCl pelo estômago vômito, diarréia e melena Pancreatite hemorrágica: devido ao excesso de gastrina e secretina → estimulam a secreção excessiva de enzimas pancreáticas → autodigerem o parênquima pancreático • Lesões não renais da uremia Sistema Locomotor e endócrino: mineralização de tecidos moles – hiperparatireoidismo e osteodistrofia fibrosa Sistema Hematopoiético: anemia arregenerativa– eritropoetina depressão tóxica da hematopoiese perda de sangue pelas lesões gástricas hemólise por retenção de creatinina e ácido guanidínico-succínico Parasitas Dioctophyma renale • cães, gatos • Parasita adulto na pelve renal e ocasionalmente bexiga • Pielite e obstrução • Destruição progressiva do parênquima transformando-o em cavidade cística contendo o parasita e exsudato purulento Stephanurus dentatus • nematódeo do rim de suínos • Parasita encista na gordura perirrenale rim • Fibrose no local do parasito • Toxocara canis – produz cicatrizes focais por migração de larvas. • MACRO: pequenos granulomas de 2 a 3 mm, esbranquiçados, firmes, córtex renal (nefrite granulomatosa) • MICRO: células epitelióides, linfócitos e eosinófilos, fibrose Dioctophyma renale Pielite e Pielonefrite • Extensão de infecção trato urinário inferior (via ascendente) • Pode ascender até túbulos e interstício • Via hematógena - rara ( glomerulite supurativa, NI, nefrite embólica) • Fatores predisponentes: Obstrução urinária: estase urinária Sexo: mais comum em fêmeas, alterações hormonais promovem maior aderência de bactérias • Etiopatogênese cistite (endotoxinas), uretrite, obstruções → ↑ pressão vesical → refluxo vesicoureteral → Fluxo urina anormal → bactérias pelve renal→ medula suscetível (amônia, osmolaridade e aporte sg) → necrose epitelial e hemorragia → inflamação Etiologia • Bactérias: E. coli, Proteus spp, Staphylococcus spp, Streptococcus spp, Pseudomonas aeruginosa, Corynebacterium renale (bovinos) • Macro: mucosa pelve eritematosa e com exsudato. Crista medular ulcerada e estrias vermelhas em direção à superfície renal. • Micro: neutrófilos, colônias bacterianas sobre epitélio transacional necrosado Hidronefrose • Dilatação da pelve e dos cálices renais por obstrução do fluxo urinário, associada à progressiva atrofia do parênquima renal (hipertrofia cística com atrofia parenquimatosa do rim) • Etiologia: cálculos urinários, hiperplasia prostática, neoplasias (na bexiga, pelve renal, cervix, útero, próstata), processos inflamatórios do trato urinário e outros relacionados (prostatite), hérnia perineal, lesão medular (disfunção neural), malformação congênita do ureter ou junção vesicoureteral. • Etiopatogênese: obstrução → dilatação tubular → aumento pressão intratubular → difusão FG para interstício → compressão parênquima → compressão vasos sg → ↓fluxo sg → isquemia → atrofia e necrose tubular → fibrose intersticial • Glomérulos mais tardiamente afetados: atrofiados e fibrosados • Adelgaçamento cortical e medular Macro: rim com formato arredondado, pelve e cálices renais dilatados, adelgaçamento cortical e medular. Em estágios mais avançados: saco de paredes delgadas repleto de fluidos, revestido por epitélio transacional • Pode evoluir para pielonefrose (contaminação e presença de pus) Urolitíases (cálculos urinários) • Concreções formadas pela precipitação de sais de ácidos orgânicos e inorgânicos e outros materiais (estruvita, carbonatos, silica, uratos, xantina, cistina) • Qualquer porção do trato urinário inferior (ureter mais frequente) e pelve renal (1 a 4%). • Macro: lisos, rugosos, brancos (estruvita e oxalato), amarelos (uratos, cistina, xantina), marrons (sílica, urato e xantina), únicos ou múltiplos, de tamanhos variados • Obstrução, estrangúria, hematúria, disúria. • Fêmeas: grandes na pelve ou bexiga • Machos: localização mais comum uretra bovinos (flexura sigmóide e arco isquiádico) ovinos (processo uretral) cães: base do pênis gatos toda uretra FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS material precursor do cálculo em quantidades suficientes para precipitar Metabolização incorreta de substâncias pelo rim: cistina e xantina (fatores hereditários), Dálmatas (cálculos de urato – excreção de ácido úrico X defeito hepatocelular na conversão em alantoína) fármacos excretados na urina → núcleo (sulfonamidas e tetraciclinas) Ph da urina: ácido (oxalatos) alcalino( estruvita e carbonatos) Infecções bacterianas FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS Fatores nutricionais: Deficiência Vit. A (metaplasia do epitélio de transição) → descamação ração seca rica em magnésio – gatos (síndrome urológica felina) fosfato em sorgo e farelos → estruvita (ovinos) oxalatos em plantas Baixo consumo de água e desidratação: supersaturação da urina Anormalidades estruturais do trato urinário inferior Freqüência urinária Felinos: síndrome urológica felina – felinos alimentados com ração rica em magnésio desenvolvem cristais de estruvita que preenchem a uretra desencadeando processo inflamatório (uretrite) caracterizado por disúria, hematúria e obstrução uretral em machos Urolitíases (cálculos urinários) Conseqüências • obstrução • Ulceração, hemorragia e necrose na mucosa no local da obstrução • estrangúria, disúria, hematúria • Estase urinária que predispõe a processo inflamatório • Infecção ascendente (ureter, pelve e rim) • Uremia • Ruptura de uretra • Bexiga distendida, parede delgada e áreas de hemorragias • Ruptura de bexiga com coágulos de sangue e fibrina no local da ruptura e peritonite química • Hidronefrose, hidroureter BEXIGA Persistência do úraco (úraco patente) • úraco fetal não se fecha e forma canal entre ápice da bexiga e umbigo → predispõe à infecção da bexiga •Comum em potros •Animais gotejam urina pelo umbigo •Causas: onfalite neonatal e obstrução uretral congênita (força a urina para o úraco) •Ruptura do úraco pode levar a uroperitônio (obstrução congênita) Cistites Fatores que impedem: - Eliminação urina - acidez (carnívoros) - Ig A e mucina inibem adesividade bacteriana - uréia e ácidos orgânicos e concentração de solutos na urina Fatores pré-disponentes: - retenção urinária - Traumatismos à mucosa (cálculos e outros) - Uretra curta - glicosúria - Micção incompleta: casos de divertículo de bexiga e refluxo vesicoureteral Vias de acesso: - ascendente - descendente - por contiguidade (peritonite) - hematógena Causas: E. coli, Proteus vulgaris, Corynebacterium renale, estreptococos e estafilococos samambaia, ciclofosfamida Bactérias atingem lâmina própria da mucosa vesical e causam lesão vascular e inflamatória Classificação Cistites Catarral • Macro: mucosa vermelha, brilhante coberta por substância mucosa de cor transparente a amarela; urina turva. Fibrinosa • Macro: mucosa espessada com incrustações friáveis de cor amarela escuro e ulcerações da parede; Hemorrágica Macro: mucosa espessada com urina avermelhada e presença de coágulos; Hematúria Enzoótica • bovinos adultos com hematúria persistente e anemia • associada a hemorragias e/ou neoplasias na bexiga •Ingestão de samambaia • vírus da papilomatose bovina (????) •Pteridium aquilinum: na intoxicação aguda leva a aplasia medular em bovinos (leucopenia, anemia, trombocitopenia) • tiaminase (equinos – SNC) •Ácido chiquímico, quercetina, ptaquilosida – carcinógenos •, Inicia-se como cistite hemorrágica e desenvolve-se neoplasias epiteliais, mesenquimais ou mistas Parasitas • Capillaria plica: gatos e cães • Capillaria feliscati: gatos • Localiza-se na pelve renal, ureter ou bexiga • Ocasiionalmente hematúria, disúria e cistite