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Professor(a) Me. Fabiana Silva Botta Demizu PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Caroline da Silva Marques Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos Hugo Batalhoti Morangueira Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira Carlos Henrique Moraes dos Anjos Kauê Berto Pedro Vinícius de Lima Machado Thassiane da Silva Jacinto FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP D381p Demizu, Fabiana Silva Botta Psicologia da educação / Fabiana Silva Botta Demizu Paranavaí: EduFatecie, 2024. 80 p.: il. Color. 1. Psicologia educacional. 2. Psicologia da aprendizagem. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23. ed. 370.15 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas do banco de imagens Shutterstock . 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 Professor(a) Me. Fabiana Silva Botta Demizu Sou docente na Unespar - Campus Paranavaí, atuando no curso de Pedagogia, além de possuir o título de Mestre em Ensino: Educação Interdisciplinar pela Unespar Campus Paranavaí, obtido em 2016. Atuo também como Professora do Ensino Médio no Sesi, no Município de Loanda, e como Tutora na Unifatecie, no município de Paranavaí. Minha formação acadêmica inclui a graduação em Pedagogia pela Unespar Campus de Paranavaí, concluída em 2007, e a graduação em Ciências Biológicas pela Unipar - Universidade Paranaense - Campus de Paranavaí, também em 2007. Além disso, possuo especialização em Educação Especial Inclusiva pela Uniasselvi, concluída em 2010, e Especialização em Gestão Ambiental entre os Municípios pela UTFPR, finalizada em 2013. Sou integrante ativa do Grupo de Estudos e Pesquisas Trabalho e Educação na Sociabilidade do Capital (GEPTESC/CNPQ/UNESPAR) desde 2016. Tenho um perfil no ORCID com o número 0000-0002-6737-4774. Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8616720476558911 AUTOR http://lattes.cnpq.br/8616720476558911 4 Prezado aluno (a), É com entusiasmo que damos as boas-vindas à sua jornada de exploração na intersecção entre Psicologia e Educação. Ao embarcar nessa trajetória, você se abrirá para um mundo de conhecimento que enriquecerá sua compreensão da mente humana e iluminará como os paradigmas psicológicos moldam a prática educacional. Nossa apostila foi cuidadosamente elaborada para guiar você pelos principais tópicos, promovendo compreensão profunda e conexões significativas. Ao longo das aulas, exploraremos na unidade 1, os conceitos básicos dos paradigmas da Psicologia e suas repercussões na Educação. Mergulharemos nas bases dos paradigmas psicológicos, explorando conceitos como behaviorismo, cognitivismo, humanismo, psicodinâmico, construtivismo e sociointeracionismo. Discutiremos suas influências nas concepções sobre homem, sociedade e educação escolar. Logo, na unidade 2, abordaremos teorias comportamentais que influenciam no ensino e aprendizagem. Sendo assim, aprofundaremos a compreensão das teorias cognitivas da aprendizagem e do desenvolvimento. Analisaremos processos mentais na aquisição de conhecimento, explorando estratégias de ensino baseadas no cognitivismo e avaliando sua eficácia. Dando continuidade, na unidade 3 examinaremos as interações entre paradigmas e a prática educacional. Exploraremos abordagens integrativas, discutindo como influenciam concepções de ensino, aprendizagem e avaliação. Por fim, na última unidade refletiremos sobre pontos fortes e limitações de cada paradigma na educação. Abordaremos críticas contemporâneas e propomos abordagens pedagógicas inclusivas e eficazes. Preparamos material rico em informações, exemplos e questões instigantes para estimular sua mente e nutrir sua paixão pelo aprendizado. Esperamos que esta apostila inspire seu conhecimento e oriente sua jornada educacional. Estamos ansiosos para acompanhá-lo, incentivando a ativa participação, questionamento, reflexão e aplicação. Lembre-se de que estamos aqui para apoiá-lo. Juntos, construiremos entendimento profundo da relação entre Psicologia e Educação, sua relevância na formação integral de indivíduos e contribuição para um mundo melhor. Bons estudos! APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 5 SUMÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Definição de paradigma e sua aplicação na Psicologia; • Visão geral dos principais paradigmas psicológicos: behaviorismo, cognitivismo, humanismo, psicodinâmico, construtivismo, entre outros; • Discussão sobre as bases teóricas, premissas e enfoques de cada paradigma. Objetivos da Aprendizagem • Definir o conceito de paradigma na Psicologia e explicar sua relevância para a compreensão do comportamento humano e processos mentais;• Identificar e descrever os principais paradigmas psicológicos, incluindo behaviorismo, cognitivismo, humanismo, psicodinâmico e construtivismo; • Explorar como diferentes paradigmas influenciam a forma como os psicólogos abordam a pesquisa, a terapia e a compreensão dos fenômenos psicológicos. • Discutir como cada paradigma contribui para a visão geral da Psicologia como um campo multidimensional. Professor(a) Me. Fabiana Silva Botta Demizu CONCEITOS BÁSICOS CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOEDUCAÇÃO1UNIDADEUNIDADE INTRODUÇÃO 7CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 Nesta unidade, embarcaremos em uma jornada pelo intrigante universo dos paradigmas psicológicos, explorando em detalhes a sua relevância profundamente significativa na compreensão abrangente do comportamento humano e nos intrincados processos mentais que moldam nossa experiência. Os paradigmas atuam como poderosas lentes perceptivas que direcionam com precisão as abordagens e investigações dos psicólogos em relação à mente e ao comportamento. Eles exercem uma influência substancial na forma como abordamos a pesquisa, a terapia e a interpretação dos fenômenos psicológicos complexos que permeiam a experiência humana. Assim sendo, nesta exploração nos aprofundaremos e examinaremos minuciosamente os principais paradigmas que moldam a psicologia contemporânea. Dentre eles, destacamos o behaviorismo, que foca na análise objetiva e mensurável do comportamento, o cognitivismo, que direciona a atenção para os processos internos de pensamento e percepção, o humanismo, que ressalta o potencial de autorrealização e crescimento humano, o psicodinâmico, que desvenda as camadas do inconsciente e suas influências e, por fim, o construtivismo, que enfatiza a construção ativa do conhecimento individual. Ao nos aprofundarmos em cada paradigma, nosso objetivo é não apenas compreender suas bases teóricas fundamentais, mas também internalizar as premissas essenciais que sustentam suas estruturas conceituais. Além disso, analisaremos os enfoques distintos que cada paradigma adotado na análise do comportamento humano e dos processos mentais, oferecendo uma perspectiva rica e multifacetada para entender a complexidade da mente humana. À medida que mergulhamos nessa exploração, estaremos preparados para apreciar a interseção dos paradigmas na pesquisa psicológica, bem como reconhecer a influência que cada um exerce na prática da terapia psicológica. Por fim, sairemos desta unidade com uma compreensão sólida e integrativa do papel vital que os paradigmas desempenham na configuração da visão multidimensional da psicologia, enriquecendo nossa apreciação pela riqueza e diversidade do comportamento humano e dos processos mentais. DEFINIÇÃO DE PARADIGMA E SUA APLICAÇÃO NA PSICOLOGIA1 TÓPICO 8CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 Um paradigma é um conjunto intrincado de crenças, valores e pressupostos que atua como uma bússola orientadora, influenciando como os indivíduos percebem e interpretam o mundo ao seu redor. Na esfera da psicologia, os paradigmas desempenham um papel essencial, moldando profundamente a maneira pela qual os psicólogos abordam a pesquisa, a terapia e a interpretação dos fenômenos psicológicos complexos que permeiam a experiência humana. Os principais paradigmas psicológicos constituem uma diversificada paleta de abordagens: • O behaviorismo, que destaca o estudo minucioso do comportamento observável e quantificável, enquanto deliberadamente deixa de lado os processos mentais internos. • O cognitivismo, que focaliza os intrincados processos mentais internos, incluindo percepção, memória e pensamento, como pilares fundamentais de compreensão. • O humanismo, que ilumina a importância intrínseca da experiência subjetiva e a busca pela autorrealização na jornada da vida humana. • O paradigma psicodinâmico, que lança luz sobre a influência profunda do inconsciente e das experiências passadas na formação da personalidade e do comportamento humano. • O construtivismo, que destaca a valiosa participação do indivíduo na construção ativa do conhecimento e compreensão de seu entorno. Cada um desses paradigmas apresenta suas próprias fundações teóricas distintas, premissas centrais e abordagens singulares na análise do comportamento humano e dos 9CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 processos mentais. A escolha do paradigma a ser adotado é intrinsecamente dependente da natureza da questão de pesquisa ou do desafio clínico em foco. Portanto, é de extrema importância que os psicólogos possuam um profundo conhecimento dos diversos paradigmas e compreendam suas implicações intrincadas para a prática profissional. Essa compreensão multifacetada não apenas enriquece a exploração do mundo psicológico, mas também enaltece a competência e sensibilidade necessárias para oferecer uma abordagem abrangente e eficaz aos desafios complexos que os indivíduos enfrentam. Dando continuidade ao assunto, verificamos que dentro da psicologia contemporânea, os paradigmas estão em constante processo de evolução, emergindo como respostas críticas aos paradigmas tradicionais que os precederam. Um conjunto de exemplos representativos desses novos paradigmas inclui: • Paradigma da Complexidade: Este paradigma lança um holofote sobre a interconexão e a interdependência inerentes aos sistemas. Ele abraça a intrincada complexidade do comportamento humano e dos processos mentais, reconhecendo a trama intricada de fatores que contribuem para nossa experiência única. • Paradigma Transpessoal: Este paradigma destaca a dimensão espiritual e transcendental da experiência humana. Considera a importância fundamental da conexão com algo mais amplo do que o indivíduo, proporcionando um olhar que se estende além dos limites convencionais e explora as profundezas da espiritualidade. • Paradigma Evolutivo: Sob essa abordagem, ressalta-se a relevância da evolução biológica e cultural na moldagem do comportamento humano e dos processos mentais. Reconhece-se que nossa trajetória evolutiva e o contexto cultural influenciam profundamente nossa psicologia e comportamento. O que diferencia esses novos paradigmas dos antigos é a sua busca por uma perspectiva mais abrangente e integradora sobre o comportamento humano e os processos mentais. Eles abraçam a complexidade e diversidade intrínsecas à condição humana. Além disso, incorporam avanços científicos contemporâneos, como os insights (ideias) da neurociência e da biologia evolutiva, buscando integrar diversas disciplinas do conhecimento. Logo, uma característica notável desses novos paradigmas é sua ênfase na espiritualidade e na conexão com algo maior do que o indivíduo. Isso pode ser interpretado como uma resposta à crítica direcionada aos paradigmas anteriores, que muitas vezes negligenciaram a dimensão espiritual da experiência humana. Nesse contexto, os novos paradigmas procuram preencher essa lacuna, reconhecendo a importância da espiritualidade como um aspecto essencial da compreensão humana. 10CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 Como resultado, os paradigmas emergentes na psicologia contemporânea não apenas rompem com as limitações dos antigos, mas também proporcionam um panorama mais inclusivo e holístico, incorporando diversas facetas da existência humana e alinhando- se com as percepções e descobertas mais recentes. Dando ênfase às informações, compreendemos que dentro da psicologia ocorre também o processo de intercambiabilidade entre paradigmas na psicologia e este pode impactar a pesquisa de maneiras diversas, são: • Limitação da Compreensão: A conversão entre paradigmas poderesultar em uma apreensão restrita dos fenômenos psicológicos. Cada paradigma possui suas próprias premissas e abordagens teóricas, dificultando a fusão de diferentes perspectivas e reduzindo a compreensão abrangente dos fenômenos examinados. • Desafio na Comparação de Resultados: A transição entre paradigmas pode dificultar a comparação de resultados entre estudos distintos. Cada paradigma pode empregar diferentes métodos de pesquisa, medidas e conceitos-chave, tornando complexa a comparação e a integração dos desfechos de estudos realizados sob diferentes paradigmas. • Resistência à Mudança: A tradução entre paradigmas pode encontrar resistência por parte de pesquisadores profundamente arraigados em um determinado paradigma. A alteração do paradigma pode ser percebida como uma ameaça à identidade profissional e à maneira como a pesquisa é conduzida, tornando desafiadora a adoção de novas perspectivas e abordagens. • Fragmentação do Conhecimento: A tradução entre paradigmas pode ocasionar a fragmentação do conhecimento na psicologia. Cada paradigma pode estabelecer sua própria comunidade de pesquisadores, publicações acadêmicas e conferências, o que pode resultar na falta de intercâmbio e colaboração entre diferentes abordagens. No entanto, a intercambiabilidade entre paradigmas também pode gerar benefícios, tais como a potencial integração de perspectivas diversas e a abertura para novas abordagens e descobertas. É fundamental que os pesquisadores estejam receptivos ao diálogo e à colaboração entre paradigmas, visando promover uma compreensão mais abrangente e fomentar o progresso do conhecimento na área da psicologia. VISÃO GERAL DOS PRINCIPAIS PARADIGMAS PSICOLÓGICOS: BEHAVIORISMO, COGNITIVISMO, HUMANISMO, PSICODINÂMICO, CONSTRUTIVISMO, ENTRE OUTROS2 TÓPICO 11CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 Uma exploração aprofundada dos principais paradigmas psicológicos oferece uma compreensão mais rica e detalhada das diferentes abordagens utilizadas para compreender o comportamento humano e os processos mentais. Cada paradigma traz consigo uma perspectiva única e uma estrutura teórica específica que molda a maneira como os psicólogos abordam a pesquisa, a terapia e a interpretação dos fenômenos psicológicos. Mergulhemos mais profundamente nos principais paradigmas psicológicos: behaviorismo, cognitivismo, humanismo, psicodinâmico e construtivismo, bem como vamos explorar alguns outros paradigmas notáveis. ⇒ Behaviorismo: é um dos principais paradigmas da psicologia e enfatiza a observação e a análise do comportamento observável e mensurável, ignorando os processos mentais internos. Esse paradigma acredita que o comportamento é influenciado por recompensas, punições e condições ambientais. O foco está na relação entre estímulo e resposta, com ênfase na aprendizagem por meio da associação. O behaviorismo foi inaugurado com o artigo de John B. Watson, em 1913, intitulado “Psicologia: como os behavioristas a veem”. Watson tomava como objeto da psicologia o comportamento. O fundador do behaviorismo deu consistência à psicologia por ter um objeto de estudos observável e mensurável. Os experimentos dessa ciência poderiam ser reproduzidos em laboratório, em diferentes condições e em diferentes sujeitos. O mesmo se divide em duas vertentes principais: o behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical. O behaviorismo metodológico, influenciado pelo trabalho de John B. Watson, enfatiza a 12CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 observação do comportamento e a análise dos estímulos e respostas. Já o behaviorismo radical, influenciado pelo trabalho de B.F. Skinner, enfatiza a análise do comportamento em relação ao ambiente e à história de vida do indivíduo. Para Skinner, o comportamento é um produto de uma série de experiências. Behaviorismo: Teoria comportamentalista Essa teoria tem sido criticada por sua ênfase no comportamento observável e mensurável, ignorando os processos mentais internos. Alguns críticos argumentam que essa abordagem leva a uma compreensão limitada do comportamento humano e dos processos mentais. No entanto, o behaviorismo também tem sido elogiado por sua metodologia objetiva e científica, que permite a realização de experimentos controlados e a obtenção de resultados precisos. ⇒ Cognitivismo: O cognitivismo, enquanto paradigma psicológico, concentra sua atenção nos processos mentais internos, como percepção, memória, pensamento e solução de problemas. Ao contrário do behaviorismo, que se concentra no comportamento observável, o cognitivismo visa compreender como as pessoas processam informações e constroem representações mentais do mundo ao seu redor. Figuras proeminentes, como Jean Piaget e Ulric Neisser, representam e influenciam o cognitivismo. Este paradigma enfatiza a importância das estruturas cognitivas e da maneira pela qual as pessoas adquirem, armazenam e utilizam o conhecimento. Piaget, por exemplo, desenvolveu uma teoria do desenvolvimento cognitivo, descrevendo estágios sequenciais pelos quais as crianças passam enquanto constroem sua compreensão do mundo. Neisser, por sua vez, introduziu o termo “psicologia cognitiva” e destacou a relevância do processamento de informações na mente humana. O cognitivismo desempenhou um papel significativo no desenvolvimento de teorias sobre aprendizagem, resolução de problemas e tomada de decisões. Reconhece que os processos mentais internos desempenham um papel crucial na compreensão e explicação do comportamento humano. Além disso, o cognitivismo tem aplicações em diversas áreas, como psicologia educacional, clínica e organizacional, a fim de aprimorar a compreensão e intervenção em questões relacionadas ao pensamento, aprendizagem e desempenho humano. Em resumo, o cognitivismo é um paradigma concentrado nos processos mentais internos e na maneira como as pessoas processam e utilizam informações. Ele destaca a importância das estruturas cognitivas na compreensão do comportamento humano e tem 13CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 contribuído para o avanço do conhecimento em áreas como aprendizagem, resolução de problemas e tomada de decisões. ⇒ Humanismo: é um paradigma na psicologia que enfatiza a importância da experiência subjetiva e da autorrealização na vida humana. Ele se baseia na filosofia humanista, que coloca ênfase na importância da subjetividade de cada indivíduo e na construção do próprio significado da vida. O humanismo surgiu como uma “terceira força” na psicologia, em resposta às limitações percebidas do behaviorismo e do psicodinamismo. A psicologia humanista valoriza a pessoa como um todo, considerando seus pensamentos, emoções, comportamentos e contexto vital. Ela enfatiza a importância da empatia, da não-julgamento e da não patologização na terapia. A psicologia humanista também destaca a importância da liberdade e da autodeterminação na vida humana. Entre os principais teóricos do humanismo na psicologia estão Abraham Maslow, Carl Rogers e Rollo May. Maslow propôs uma hierarquia de necessidades humanas, que inclui necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de autorrealização. Rogers desenvolveu a terapia centrada no cliente, que enfatiza a importância da empatia, da autenticidade e da aceitação incondicional na terapia. May enfatizou a importância da busca de significado e propósito na vida humana. O humanismo tem sido criticado por sua ênfase excessiva na subjetividade e na autorrealização, ignorando a importância do contexto social e cultural na formação do comportamento humano. Alguns críticos argumentam que o humanismo pode levar a uma compreensão limitada da diversidade humana e da complexidade do comportamento humano e dos processos mentais. No entanto, o humanismo tambémtem sido elogiado por sua abordagem centrada na pessoa e sua ênfase na liberdade e na autodeterminação. ⇒ Psicodinâmico: A abordagem psicodinâmica na psicologia está intimamente ligada às teorias desenvolvidas pela Teoria Psicanalítica, concentrando-se na análise dos processos mentais inconscientes que exercem influência sobre o comportamento humano. Central para a psicodinâmica é o destaque dado ao papel crucial do inconsciente e das vivências passadas na modelagem da personalidade e do comportamento individuais. Essa perspectiva busca a compreensão dos conflitos internos e das emoções reprimidas que podem estar moldando o comportamento presente do indivíduo. Firmemente fundamentada nas teorias pioneiras de Sigmund Freud, a abordagem psicodinâmica postula que o comportamento humano é profundamente influenciado por forças ocultas, como desejos reprimidos e traumas anteriores. Além de Freud, a psicodinâmica também se apoia nas contribuições de outros notáveis psicanalistas, incluindo Carl Jung, Alfred Adler e Melanie Klein. 14CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 A psicodinâmica frequentemente se associa à psicoterapia psicanalítica, uma intervenção que visa auxiliar o indivíduo na compreensão e enfrentamento de conflitos internos e emoções reprimidas. Essa forma de terapia pode ser realizada individualmente ou em grupos e demonstra eficácia no tratamento de uma ampla gama de questões, como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e transtornos de personalidade. Em síntese, a abordagem psicodinâmica destaca a relevância do inconsciente e das vivências pretéritas na configuração da personalidade e comportamento humanos. Sua meta é esclarecer os conflitos internos e as emoções reprimidas que possam estar impactando o comportamento presente, sendo frequentemente associada à prática da psicoterapia psicanalítica. ⇒ Socioconstrutivismo: O socioconstrutivismo de Vygotsky representa uma abordagem psicológica que destaca a significativa relevância da interação social e da cultura na formação do conhecimento. Vygotsky propôs que o desenvolvimento cognitivo é grandemente influenciado pelo ambiente social e cultural em que o indivíduo está imerso. Ele ressaltou a relevância intrínseca da interação social e do uso da linguagem no processo de construção do conhecimento. O socioconstrutivismo de Vygotsky distingue-se do construtivismo de Piaget, o qual realça a construção individual do conhecimento. Enquanto Piaget sustentava que o indivíduo constrói conhecimento por meio da interação com o ambiente físico, Vygotsky enfatizava o papel primordial da interação social e da cultura no desenvolvimento do conhecimento. Essa perspectiva socioconstrutivista de Vygotsky é aplicada com sucesso em diversos campos, como a psicologia educacional, clínica e organizacional. Ela é empregada para desenvolver abordagens de ensino mais eficazes, para compreender a influência da cultura na saúde mental e para aprimorar a comunicação e a colaboração no ambiente de trabalho. Apesar das contribuições, o socioconstrutivismo de Vygotsky também enfrentou críticas pela ênfase na interação social e na cultura, em detrimento dos processos mentais individuais na construção do conhecimento. Alguns críticos argumentam que essa perspectiva pode conduzir a uma compreensão limitada da diversidade humana e da complexidade do comportamento humano e dos processos mentais. Entretanto, o socioconstrutivismo de Vygotsky mantém sua influência como uma abordagem crucial na psicologia, especialmente no âmbito educacional. Ele continua a fornecer a base para o desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais eficazes, incorporando a interação social e a influência cultural na construção do conhecimento. DISCUSSÃO SOBRE AS BASES TEÓRICAS, PREMISSAS E ENFOQUES DE CADA PARADIGMA3 TÓPICO 15CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 Os cientistas sociais operam a partir de pressupostos que norteiam a construção e fundamentação de suas teorias (Burrell & Morgan, 1979), de forma explícita ou implícita. Estes pressupostos dizem respeito à seleção de uma posição epistemológica coesa com uma visão específica sobre a natureza do conhecimento. A epistemologia, portanto, constitui um ramo da filosofia que se debruça sobre a investigação científica e seu produto resultante: o conhecimento científico (Bunge, 1973). Na Psicologia, a emergência de um conhecimento científico ocorreu entre o fim do século XIX e o início do século XX, caracterizando-se pela diversidade e divergência de abordagens em relação aos fenômenos psicológicos (Filho & Martins, 2007). Paralelamente, a história da psicologia organizacional e do trabalho foi marcada por sua multidisciplinaridade e pela variedade de direções teórico-metodológicas, interagindo com diversos campos de conhecimento (Leão, 2012). No contexto da psicologia organizacional e do trabalho, o campo da orientação profissional evoluiu, inicialmente, associado à seleção de indivíduos e centrado na análise estatística (Melo-Silva, Lassance & Soares, 2004). Surgiu como uma prática diretamente relacionada ao aprimoramento da eficiência industrial, com o propósito de identificar trabalhadores aptos para desempenhar atividades específicas (Sparta, 2003). A orientação profissional ganhou forma no início do século XX, alicerçada em 16CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 teorias e práticas ancoradas em diversas epistemologias, principalmente nos Estados Unidos, posteriormente na Europa e, gradualmente, espalhando-se pelo mundo (Ribeiro, 2013). Tanto a origem quanto a evolução desse campo acompanham as transformações gradualmente ocorridas na maneira de gerenciar os indivíduos no ambiente organizacional (Duarte, 2006). A partir do século XXI, o desenvolvimento da orientação profissional passou a enfrentar um conjunto de desafios, que culminou, inclusive, na adoção contemporânea de um novo termo: aconselhamento de carreira (career counseling), mais consonante com a compreensão atual da temática, que será abordada em seguida. A globalização e o avanço tecnológico contribuíram para a imprevisibilidade da carreira, demandando dos trabalhadores o desenvolvimento de competências substancialmente distintas daquelas requeridas pelas profissões do século XX. Conforme observado por Savickas et al. (2009), “os trabalhadores na era da informação, caracterizada pela precariedade, devem se tornar aprendizes contínuos, habilidosos na utilização de tecnologias avançadas e capazes de abraçar a flexibilidade”. 17CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 A Psicologia Educacional tem sido aplicada em diversas áreas, como a Psicologia Clínica, a Psicologia Organizacional e a própria Psicologia Educacional, com o objetivo de melhorar a compreensão e a intervenção em questões relacionadas ao ensino e aprendizagem. Esse campo de estudo busca compreender o comportamento humano no ambiente educacional, aprofundando-se nos estudos das dificuldades de aprendizagem, como a dislalia, a dislexia e o déficit de atenção, entre outros. Esses estudos ajudam a criar ferramentas e estratégias que podem melhorar os processos de ensino, a forma como os professores lidam com os problemas de aprendizagem dos alunos, a maneira como deve ser feita a inclusão desses discentes e mais. Além disso, a Psicologia Educacional contribui para a formação de professores, fornecendo conhecimentos e estratégias que podem ser aplicados em sala de aula, visando a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Fonte: Gonçalves (2022). Entenda a importância da Psicologia da Educação A Psicologia da Educação, também conhecida como Psicologia Educacional, é uma disciplina que se relaciona diretamente com o processo de ensino-aprendizagem em suasdiversas vertentes. Ela aborda a eficácia das táticas e metodologias educacionais, a eficiência dos mecanismos de ensino para crianças e adultos, e o funcionamento das instituições de ensino como organizações. Essa área da Psicologia é crucial para o sucesso educacional e deve ser desenvolvida em conjunto com os educadores. Antes de entender a Psicologia da Educação, é importante compreender o que é a Psicologia como ciência. A Psicologia estuda os processos mentais e estados psicológicos, buscando compreender as condutas humanas e a interação dos indivíduos com o ambiente. A Psicologia possui diversas ramificações, sendo a Psicologia da Educação uma delas. A Psicologia da Educação concentra-se no estudo do processo de ensino-aprendizagem em ambientes educacionais, incluindo intervenções necessárias e sua eficácia. Além disso, ela identifica e compreende obstáculos que podem dificultar a assimilação de conhecimentos, como problemas emocionais e dificuldades de aprendizagem, incluindo condições como dislexia e transtorno de déficit de atenção. Fonte: Descomplica. Psicologia da educação: entenda a importância da disciplina. Disponível em: https:// descomplica.com.br/blog/psicologia-da-educacao/. Acesso em: 03 out. 2023. https://descomplica.com.br/blog/psicologia-da-educacao/ https://descomplica.com.br/blog/psicologia-da-educacao/ 18CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 A psicologia da educação é um campo de estudos cujo objetivo é compreender o processo de ensino e aprendizagem em suas diversas vertentes, os mecanismos de aprendizagem, a eficiência e eficácia das táticas e estratégias educacionais, bem como o estudo do funcionamento da própria instituição escolar enquanto organização. A compreensão dos paradigmas psicológicos é fundamental para a psicologia da educação, pois cada paradigma tem suas próprias bases teóricas, premissas e enfoques na análise do comportamento humano e dos processos mentais. A definição de paradigma na psicologia e sua aplicação na psicologia da educação são importantes para entender como diferentes paradigmas influenciam a forma como os psicólogos abordam a pesquisa, a terapia e a compreensão dos fenômenos psicológicos. A visão geral dos principais paradigmas psicológicos, incluindo behaviorismo, cognitivismo, humanismo, psicodinâmico e construtivismo, permite uma compreensão mais ampla e multidimensional da psicologia da educação. A discussão sobre as bases teóricas, premissas e enfoques de cada paradigma é importante para entender como cada um deles contribui para a visão geral da psicologia como um campo multidimensional. A compreensão dos paradigmas psicológicos é fundamental para a psicologia da educação, pois permite uma análise mais aprofundada dos processos de ensino e aprendizagem, bem como uma compreensão mais ampla dos fenômenos psicológicos presentes na educação. Em resumo, a compreensão dos paradigmas psicológicos é fundamental para a psicologia da educação, pois permite uma análise mais aprofundada dos processos de ensino e aprendizagem, bem como uma compreensão mais ampla dos fenômenos psicológicos presentes na educação. A psicologia da educação é um campo de estudos que tem como objetivo compreender o processo de ensino e aprendizagem em suas diversas vertentes, os mecanismos de aprendizagem, a eficiência e eficácia das táticas e estratégias educacionais, bem como o estudo do funcionamento da própria instituição escolar enquanto organização. Logo mais, diante das afirmações acima, podemos concluir que em síntese, a familiaridade com os paradigmas psicológicos é uma peça-chave na abordagem da Psicologia da Educação, permitindo uma análise mais aprofundada dos processos educativos e uma apreensão mais holística dos fenômenos psicológicos no contexto educacional. Esse campo de estudo desvela-se como um catalisador na busca contínua por métodos eficazes de ensino, aprendizagem e compreensão das complexas dinâmicas presentes nas instituições escolares. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 Artigo: Psicologia e educação: novas perspectivas para a educação brasileira Resumo: O presente artigo tem como objetivo pensar a psicologia e a educação, refletindo ainda sobre a atual LEI Nº 13.935, que legitima a atuação do psicólogo na escola a partir da equipe de multiprofissionais. Os argumentos foram construídos sobre os seguintes questionamentos: qual a relação da psicologia na educação? Como será a atuação do psicólogo na escola junto a equipe de multiprofissionais? O estudo parte de uma revisão bibliográfica além de fomentar a reflexão sobre a nova lei. Link da Web: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/13227. LEITURA COMPLEMENTAR https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/13227 MATERIAL COMPLEMENTAR 20CONCEITOS BÁSICOS DOS PARADIGMAS DA PSICOLOGIA E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃOUNIDADE 1 FILME/VÍDEO • Título: Como estrelas na terra. • Sinopse: O filme tem duração de 165 minutos e é classificado como L (Livre). O protagonista do filme é Ishaan Awasthi, um menino que sofre de dislexia e é incompreendido pela família e pela escola, sendo vítima de preconceito e bullying. Seu destino muda quando o professor de artes Nikumbh consegue diagnosticar a razão da dificuldade de aprendizagem do menino e se esforça para motivá- lo. O filme recebeu vários prêmios, incluindo o Filmfare Awards de 2008 como melhor filme, melhor ator e melhor direção, além de ter sido premiado pelo National Film Awards. O filme foi cotado para ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009, mas perdeu para o concorrente “Quem quer ser um milionário?”. Em 2010, os estúdios Disney investiram os direitos e distribuíram o filme no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Austrália. Em inglês, o filme ficou conhecido como “Like stars on earth”. O elenco principal inclui Aamir Khan como o professor de artes e Darsheel Safary como Ishaan Awasthi. • Ano de publicação: 2007. • Direção: Aamir Khan. LIVRO • Título: Mentes Perigosas: o psicopata mora ao lado • Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva. • Sinopse: Esse é um livro escrito pela psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, lançado em 2008. A obra aborda a caracterização e a compreensão dos psicopatas, indivíduos frios e perversos, que não possuem sentimentos de culpa. O livro também discute a relação entre a psicopatia e o Direito Penal, bem como a problemática do diagnóstico dessa condição. • Ano de lançamento: 2008 • Editora: Principium. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Exploração das teorias cognitivas da aprendizagem e do desen- volvimento; • Processos mentais envolvidos na aprendizagem: percepção, me- mória, raciocínio; • Estratégias de ensino baseadas no cognitivismo e sua eficácia. Objetivos da Aprendizagem • Descrever as principais teorias cognitivas da aprendizagem, como a teoria de Piaget, a teoria de Vygotsky e a teoria de Bruner; • Comparar e contrastar as abordagens cognitivas da aprendizagem, destacando suas perspectivassobre o papel da interação social e da maturação cognitiva; • Identificar estratégias de ensino centradas no aluno, como a aprendizagem baseada em problemas e a aprendizagem colaborativa, fundamentadas no cognitivismo. Professor(a) Me. Fabiana Silva Botta Demizu TEORIAS TEORIAS COMPORTAMENTAIS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E NO ENSINO E APRENDIZAGEMAPRENDIZAGEM UNIDADEUNIDADE2 INTRODUÇÃO 22TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 No cenário educacional contemporâneo, a compreensão aprofundada das teorias cognitivas da aprendizagem e do desenvolvimento tornou-se fundamental para aprimorar os métodos de ensino e promover uma educação eficaz e significativa. Este plano de estudo visa explorar as complexidades dos processos mentais envolvidos na aprendizagem - percepção, memória e raciocínio - bem como examinar as estratégias de ensino baseadas no cognitivismo e sua eficácia no contexto educacional. A compreensão das teorias cognitivas da aprendizagem é um ponto de partida essencial para qualquer educador ou estudioso da educação. As teorias propostas por figuras eminentes, como Piaget, Vygotsky e Bruner, têm influenciado de maneira profunda e duradoura a maneira como enxergamos o processo de aprendizagem. Este plano de estudo se propõe a descrever e analisar detalhadamente as principais teorias cognitivas da aprendizagem, explorando as nuances das perspectivas de cada teórico e suas implicações, na prática educacional. Além disso, ao mergulharmos nos processos mentais subjacentes à aprendizagem - percepção, memória e raciocínio - buscamos desvendar os mecanismos pelos quais os indivíduos adquirem, processam, armazenam e aplicam conhecimento. Essa análise crítica nos permitirá compreender como as informações são assimiladas e transformadas em conhecimento duradouro, lançando luz sobre estratégias pedagógicas que podem ser adotadas para otimizar esse processo. No âmago deste plano de estudo está a investigação das estratégias de ensino fundamentadas no cognitivismo e sua eficácia na promoção da aprendizagem significativa. Ao identificar e examinar abordagens como a aprendizagem baseada em problemas e a aprendizagem colaborativa, pretende-se oferecer uma visão abrangente das estratégias que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem. A análise crítica dessas estratégias permitirá avaliar seu impacto na motivação dos alunos, no desenvolvimento de habilidades cognitivas e na transferência de conhecimento para situações do mundo real. Assim, este plano de estudo busca não apenas aprofundar o conhecimento sobre as teorias cognitivas da aprendizagem e do desenvolvimento, mas também fornecer ferramentas concretas para aprimorar a prática pedagógica. Ao final deste estudo, os participantes estarão preparados para aplicar conceitos teóricos em situações práticas de ensino, enriquecendo o ambiente educacional com abordagens inovadoras e fundamentadas no entendimento profundo dos processos cognitivos envolvidos na aprendizagem. 23TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 EXPLORAÇÃO DAS TEORIAS COGNITIVAS DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO1 TÓPICO A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget é uma das principais teorias cognitivas da aprendizagem. Jean Piaget, um psicólogo suíço, formulou essa teoria após anos de pesquisa empírica. Ele desenvolveu um modelo explicativo sobre o aprendizado baseado no conceito de “ação” e na interação ativa da criança com o mundo ao seu redor. A teoria de Piaget é composta por quatro estágios do desenvolvimento cognitivo, nos quais as estruturas cognitivas se tornam cada vez mais complexas à medida que a criança dá significado à realidade e constrói seu próprio conhecimento. A teoria de Piaget enfatiza a importância da interação ativa entre a criança e o ambiente para o desenvolvimento cognitivo. Segundo Piaget, as crianças constroem seu conhecimento por meio da assimilação e acomodação, processos nos quais incorporam novas informações em estruturas mentais existentes e ajustam essas estruturas para acomodar as novas informações. É importante destacar que a teoria de Piaget representa apenas uma das principais abordagens cognitivas da aprendizagem. Outras teorias de relevo incluem a teoria sociocultural de Vygotsky e a teoria construtivista de Bruner, que também exploram o papel da interação social e da construção do conhecimento no processo de aprendizagem. A falta de consciência do eu e a consciência centrada na autoridade do outro impossibilita a cooperação, em relação ao comum, pois este não existe. A consciência centrada no outro anula a ação do indivíduo como sujeito. O indivíduo submete-se às regras, e pratica-as em função do outro. Segundo Piaget, os estágios podem representar a passagem para o nível da cooperação, quando, na relação, o indivíduo se depara com condições de possibilidades de identificar o outro como ele teoria de Jean Piaget descreve quatro períodos gerais de desenvolvimento cognitivo, que são: 24TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 Estágio Sensório-motor: Vai do nascimento até cerca de dois anos de idade. Nesse estágio, a criança interage com o mundo principalmente por meio de seus sentidos e ações motoras. Ela é egocêntrica, ou seja, sua perspectiva é centrada em si mesma. No final desse período, a criança começa a descentralizar suas ações em relação ao próprio corpo e a considerá-lo como um objeto entre os demais. Estágio Pré-operacional: Vai dos dois aos seis ou sete anos de idade. Nesse estágio, a criança começa a usar a linguagem, símbolos e imagens mentais para organizar seu pensamento. No entanto, seu pensamento ainda não é reversível, ou seja, ela tem dificuldade em entender que certas ações podem ser desfeitas mesmo e não como si próprio (PIAGET, 1978). Estágio Operacional-concreto: Inicia-se por volta dos sete ou oito anos e se estende até os 11 ou 12 anos. Nesse estágio, a criança desenvolve a capacidade de pensar de forma mais lógica e concreta. Ela também mostra uma descentração progressiva em relação à perspectiva egocêntrica que a caracterizava anteriormente. Estágio Operacional-formal: Inicia-se por volta dos 11 ou 12 anos e continua até a idade adulta. Nesse estágio, a principal característica é a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais e não apenas com objetos concretos. O adolescente, ao raciocinar, manipula proposições Durante o período operacional-concreto, a criança ganha precisão no contraste e comparação de objetos reais e torna-se capaz, por exemplo, de predizer qual recipiente contém mais água. Já na teoria de Vygotsky, também que muito destacada no âmbito da psicologia, compreendemos que a teoria sócio-histórica de Vygotsky oferece uma perspectiva profundamente enraizada na interação social e no contexto cultural como pilares essenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento humanos. Essa abordagem, conforme exposta por Newton Duarte, se desdobra em três conceitos centrais, que revelam a complexidade das influências sociais no processo de crescimento intelectual: • Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP): refere-se à distância entre o atual estágio de desenvolvimento de um indivíduo e o nível que ele é capaz de alcançar com a orientação e assistência de um tutor ou parceiro mais experiente. Este conceito enfatiza o potencial latente de desenvolvimento de uma pessoa, destacando que a aprendizagem ocorre de maneira mais eficaz quando há interação com alguém que possui um conhecimento mais avançado. A ZDP realça a importância da colaboração e do apoio mútuo na evolução cognitiva, ressaltando que o crescimento não é limitado ao que já foi alcançado, mas é ampliado pela interação social. • Mediação: a mediação se refere ao processo pelo qual um tutor ou parceiro mais experiente auxilia um indivíduo a atingir um nível de desenvolvimento maisavançado. Essa mediação pode ocorrer por meio de diferentes abordagens, como 25TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 instrução direta, modelagem, feedback ou outras formas de suporte. Vygotsky enfatiza a influência crucial que os outros têm na promoção da aprendizagem, destacando como a interação com mentores habilita a internalização de habilidades e conhecimentos que, inicialmente, estão além do alcance individual. • Internalização: a internalização é um processo pelo qual as informações e habilidades adquiridas durante interações sociais são incorporadas à estrutura cognitiva do indivíduo. Nesse sentido, a aprendizagem deixa de ser algo externo e se torna parte do repertório mental do aprendiz. Esse processo possibilita a independência e autonomia progressivas na aprendizagem, uma vez que as habilidades internalizadas se tornam disponíveis para aplicação autônoma em situações diversas. A teoria sócio-histórica de Vygotsky também ressalta o papel crucial da cultura e do contexto social. Conforme apontado por Duarte (2002) a cultura oferece ferramentas e símbolos que moldam o pensamento e a comunicação das pessoas. Além disso, o contexto social fornece oportunidades e desafios que estimulam o desenvolvimento. A interação com a cultura e o contexto social não apenas influencia o aprendizado, mas também molda a própria estrutura cognitiva, impulsionando a evolução intelectual e a construção de significado individual. Em síntese, a teoria sócio-histórica de Vygotsky (1998) destaca a importância das relações sociais, do compartilhamento cultural e do suporte mútuo no processo de aprendizagem e desenvolvimento humano. Através da Zona de Desenvolvimento Proximal, da mediação e da internalização, essa abordagem ilumina como os seres humanos constroem conhecimento e crescem intelectualmente em colaboração com outros indivíduos e seu ambiente social. Dentro dessas teorias apresentadas, temos a teoria de Bruner (1986) cuja formação é, psicólogo e pedagogo estadunidense, desenvolveu uma teoria do aprendizado construtivista conhecida como aprendizado por descoberta ou heurístico. A teoria de Bruner enfatiza a importância da curiosidade e da descoberta na aprendizagem, em vez de simplesmente transmitir informações acabadas. Segundo Bruner, o aprendizado deve ser um processo ativo e interativo, no qual os alunos constroem novos conhecimentos a partir de suas experiências anteriores e do ambiente em que estão inseridos. A teoria de Bruner também destaca a importância do papel do professor como guia e facilitador do aprendizado, fornecendo o material adequado para estimular os alunos através de estratégias de observação, comparação e análise de semelhanças e diferenças. Os principais conceitos da teoria de Bruner (1986) são: 26TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 • Aprendizagem por descoberta: Bruner enfatiza a importância da descoberta ativa e da exploração por parte do aluno. Ele acredita que os alunos devem adquirir conhecimento por meio de uma descoberta guiada, na qual são motivados pela curiosidade e exploram o conteúdo de forma significativa. • Zona de desenvolvimento proximal: assim como Vygotsky, Bruner também utiliza o conceito de zona de desenvolvimento proximal. Ele destaca a importância de identificar o nível atual de desenvolvimento de um aluno e fornecer o suporte adequado para que ele possa avançar para um nível mais avançado com a ajuda do professor ou de um parceiro mais experiente. • Currículo em espiral: Bruner propõe um currículo em espiral, no qual os tópicos são revisitados em diferentes níveis de profundidade ao longo do tempo. Isso permite que os alunos construam uma compreensão mais completa e aprofundada dos conceitos, à medida que avançam em sua aprendizagem. • Aprendizagem significativa: Bruner enfatiza a importância de tornar a aprendizagem significativa para os alunos. Ele acredita que os conteúdos de ensino devem ser apresentados em termos de problemas, relações e lacunas que os alunos precisam preencher, para a aprendizagem ser considerada relevante e significativa. Esses conceitos fundamentais da teoria de Bruner têm implicações pedagógicas importantes, destacando a importância do papel do professor como facilitador da aprendizagem e do envolvimento ativo dos alunos na construção do conhecimento. Proporcionar uma direção racional à exploração de alternativas apoia-se em duas considerações: o objetivo da tarefa e a importância de se verificar as alternativas para alcançar tal objetivo. Para dar direção à exploração, em resumo, o objetivo da tarefa precisa ser conhecido, com alguma aproximação, e a verificação das alternativas deverá sempre informar a posição com referência ao referido objetivo. Mas resumidamente ainda, a direção se apoia no conhecimento dos resultados das experiências de alguém, e a instrução deve mostrar-se superior à aprendizagem “espontânea”, ao garantir e maior grau tal conhecimento (BRUNER, 1973, p. 51). Bruner (1973) apresenta uma teoria da aprendizagem como sendo estabelecida por regras que dispõem da melhor maneira de se obter conhecimento, e por ser apresentado desta forma nos possibilita analisar esse “padrão” para um lado crítico. Ela é apresentada de forma normativa, uma vez que estipula certos critérios a serem atendidos, e o mesmo deve apresentar critérios abrangentes que possam ser trabalhados com os diversos currículos de ensino. 27TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 PROCESSOS MENTAIS ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO, MEMÓRIA, RACIOCÍNIO2 TÓPICO Os processos mentais envolvidos na aprendizagem, de acordo com a psicologia da educação, incluem percepção, memória e raciocínio. A percepção é o processo pelo qual os indivíduos interpretam e dão significado às informações sensoriais que recebem do ambiente. A memória é a função cognitiva que nos permite codificar, armazenar e recuperar informações do passado. É um processo básico para a aprendizagem, pois é o que nos permite criar um sentido de identidade. O raciocínio é o processo pelo qual os indivíduos usam informações e conhecimentos para chegar a uma conclusão ou solução de um problema. Esses processos cognitivos trabalham juntos para ajudar os indivíduos a aprender e a compreender novas informações. A atenção é fundamental no processamento de um estímulo ou atividade que se converterá em conhecimento. Logo, é indispensável para a regulação dos demais processos cognitivos, da percepção à aprendizagem, e, consequentemente, para o desenvolvimento cognitivo. Assim, a percepção é um processo fundamental na aprendizagem, pois é através dela que os indivíduos interpretam e dão significado às informações sensoriais que recebem do ambiente. A seguir, são apresentadas algumas maneiras pelas quais a percepção influencia a aprendizagem: Seleção de informações: a percepção ajuda os indivíduos a selecionar as informações mais relevantes do ambiente, filtrando aquelas que são menos importantes. Isso é importante para a aprendizagem, pois permite que os alunos se concentrem nas informações mais relevantes e significativas. 28TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 Interpretação de informações: A percepção também ajuda os indivíduos a interpretar as informações que recebem do ambiente. A interpretação é influenciada pelas experiências anteriores e pelas expectativas, o que pode afetar a forma como os alunos entendem e interpretam as informações. • Motivação: A percepção do aluno sobre a importância de estudar pode ter uma influência significativa no desenvolvimento de sua aprendizagem. Se o aluno percebe que a informação é relevante e significativa, ele pode estar mais motivado a aprender e a se engajar na atividade. • Atenção: A percepção também está relacionada à atenção, que é fundamental para a aprendizagem.A atenção permite que os alunos se concentrem nas informações relevantes e ignorem as distrações, o que pode melhorar a retenção e a compreensão das informações. Em resumo, a percepção é um processo fundamental na aprendizagem, pois ajuda os alunos a selecionar, interpretar e dar significado às informações que recebem do ambiente. A percepção também pode influenciar a motivação e a atenção dos alunos, o que pode afetar a forma como eles aprendem e retêm as informações. A motivação desempenha um papel fundamental na busca pelo aprendizado e no contínuo desenvolvimento. Ela é a força que impulsiona o desejo de adquirir conhecimento, estimulando a ação e direcionando o pensamento. O rendimento escolar frequentemente encontra explicação na motivação do indivíduo, já que esta influencia a qualidade das estratégias utilizadas para aprender. No entanto, é comum observar um desinteresse em aprender, uma realidade que afeta uma considerável parcela dos alunos, independentemente do tipo de escola frequentada. Esse desinteresse muitas vezes advém da percepção da aprendizagem como algo árduo, cansativo e frustrante. A educação formal, por vezes, mantém-se presa a um modelo que visa transmitir uma visão específica de mundo e valores, transmitida através de currículos que nem sempre são adaptados aos variados estilos de personalidade, cognição e métodos de aprendizado, resultando na desmotivação dos estudantes pelo processo educacional. A influência positiva do autoconceito sobre o rendimento escolar merece destaque. O autoconceito, compreendido como a percepção que alguém possui sobre si mesmo, atua como um impulsionador da aprendizagem. Um aluno que possui um autoconceito positivo demonstra interesse nas tarefas a serem realizadas, valoriza seus avanços, transita da insegurança para a segurança, da dependência para a independência, e da ansiedade para a tranquilidade. Logo, associada ao autoconceito está a autoestima, que surge a partir das experiências passadas e da história pessoal do aluno. A autoestima, intimamente 29TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 ligada à aprendizagem, auxilia o estudante a superar desafios pessoais, desenvolver a responsabilidade, conquistar autonomia, fomentar a socialização e criar expectativas positivas para a jornada educativa. Outro aspecto relevante é a influência da ansiedade, que pode se manifestar de forma positiva ou negativa, dependendo de sua intensidade e manifestação. Enquanto a ansiedade pode motivar a busca pelo estudo, visando uma recompensa positiva, como a aprovação, também pode dificultar a aplicação dos conhecimentos e a resolução de problemas, podendo levar a resultados negativos, como a reprovação. A memória, que se conecta intrinsecamente à aprendizagem, desempenha um papel contínuo nesse processo. Cada novo conceito ou comportamento adquirido modifica as estruturas mentais, e a memória prévia é fundamental para associar essas novas informações, expandindo o repertório de conhecimento, conceitos e habilidades. Não se restringindo apenas a fatores pessoais, as dificuldades socioeconômicas enfrentadas pelos alunos exercem uma influência direta em seu desempenho escolar. Famílias que enfrentam dificuldades financeiras podem vivenciar carência alimentar, afetiva e educacional. Pais com níveis educacionais mais baixos podem encontrar dificuldades para auxiliar seus filhos nos estudos, faltando estímulos adequados para uma aprendizagem eficaz. Além disso, desafios acadêmicos e institucionais também são obstáculos a serem considerados. Alunos com necessidades educacionais especiais podem enfrentar obstáculos em um sistema muitas vezes desprovido de adaptações curriculares, prejudicando seu progresso. O ambiente de sala de aula, por sua vez, exige professores preparados para lidar com conflitos e promover relações saudáveis entre os alunos. A qualidade da avaliação também deve ser valorizada, priorizando aspectos qualitativos em relação aos quantitativos, enquanto as estratégias de ensino devem ser compatíveis com as capacidades individuais. A percepção é um fator importante no processo educacional, influenciando diversos aspectos da aprendizagem dos alunos. A percepção pode afetar a seleção e a interpretação de informações, a aplicação, a atenção e a interação com o professor e o ambiente escolar. Além disso, a percepção pode influenciar a compreensão, que é fundamental para uma aprendizagem significativa, e depende da interpretação pessoal do mundo. Assim, compreendemos que a atenção é um processo cognitivo que permite aos alunos se concentrarem nas informações relevantes e ignorar as distrações, o que pode melhorar a retenção e a compreensão das informações. Assim sendo, o professor tem a responsabilidade de mediar o processo de aprendizagem e instruir o aluno sobre como utilizar estratégias de aprendizagem aprimoradas em função do material que tem em mãos. 30TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 É importante levar em conta as aspirações, sonhos, medos e dúvidas dos alunos, pois a aprendizagem é o alicerce para o desenvolvimento integral de um indivíduo. Para aprender, é necessário ter capacidades, habilidades e competências, além de saber como planejar a conduta, selecionar os estímulos, separar os aspectos relevantes dos irrelevantes e manter o foco da atenção. Porém, a percepção é um processo mental de interpretação e dá significado a uma sensação ou objeto, e propicia a construção do conhecimento. É importante ressaltar que as informações apresentadas neste texto foram baseadas em diversas fontes, incluindo artigos científicos e livros de autores reconhecidos na área de estudo, além de saber como planejar a conduta, selecionar especificamente os estímulos, separar os aspectos relevantes dos irrelevantes e manter o foco da atenção. De acordo com o supracitado, a percepção é um processo mental de interpretação e dá significado a uma sensação ou objeto, e propicia a construção do conhecimento. É importante ressaltar que as informações apresentadas neste texto foram baseadas em diversas fontes, incluindo artigos científicos e livros de autores reconhecidos na área de estudo, além de saber como planejar a conduta, selecionar especificamente os estímulos, separar os aspectos relevantes dos irrelevantes e manter o foco da atenção. Concluímos que, a percepção é um processo mental de interpretação e dá significado a uma sensação ou objeto, e propicia a construção do conhecimento. É importante ressaltar que as informações apresentadas neste texto foram baseadas em diversas fontes, incluindo artigos científicos e livros de autores reconhecidos na área de estudo. Em resumo, o rendimento escolar alcançará patamares satisfatórios quando o aluno perceber o propósito da educação, valorizar o aprendizado, autogerenciar seu processo de aprendizagem e ser reconhecido como um ser social, com suas habilidades, limitações e necessidades. Um ambiente motivador, adaptado e compreensivo contribuirá para um desenvolvimento integral, potencializando a jornada educativa e proporcionando resultados mais gratificantes. 31TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 ESTRATÉGIAS DE ENSINO BASEADAS NO COGNITIVISMO E SUA EFICÁCIA3 TÓPICO Existem diversas estratégias de ensino baseadas no cognitivismo que podem ser eficazes para melhorar a aprendizagem dos alunos. Algumas dessas estratégias incluem: • Ensino explícito: O ensino explícito envolve a apresentação clara e direta das informações, com ênfase na compreensão e na retenção. Essa estratégia pode ser eficaz para ajudar os alunos a adquirir novos conhecimentos e habilidades. • Aprendizagem baseada em problemas: A aprendizagem baseada em problemas é uma estratégia que envolve a apresentação de um problema ou desafio para os alunos resolverem. Essa estratégiapode ser eficaz para ajudar os alunos a desenvolver habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico. • Aprendizagem colaborativa: A aprendizagem colaborativa envolve a interação entre os alunos para alcançar um objetivo comum. Essa estratégia pode ser eficaz para ajudar os alunos a desenvolver habilidades sociais e de comunicação, além de promover a compreensão e a retenção das informações. • Metacognição: A metacognição envolve a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem. Essa estratégia pode ser eficaz para ajudar os alunos a desenvolver habilidades de autorregulação e a compreender melhor como eles aprendem. • Infusão curricular: A infusão curricular envolve a incorporação de estratégias de aprendizagem cognitivas em todas as áreas do currículo. Essa estratégia pode ser eficaz para ajudar os alunos a desenvolver habilidades de aprendizagem em todas as áreas do conhecimento. 32TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 Essas estratégias de ensino baseadas no cognitivismo podem ser eficazes para melhorar a aprendizagem dos alunos, mas é importante lembrar que cada aluno é único e pode responder de maneira diferente a diferentes estratégias. É importante que os educadores estejam cientes das necessidades e habilidades individuais de seus alunos e adaptem suas estratégias de ensino de acordo. Ganda (2016) classifica as intervenções em estratégias de aprendizagem segundo o formato e o conteúdo. Quanto ao formato, elas podem ocorrer por meio da infusão curricular, incorporando-se ao contexto de uma disciplina específica, ou através de sobreposição em horários extraclasses. As atividades podem ser integradas ou não ao currículo. Em relação ao conteúdo, as intervenções podem ser específicas, focando em estratégias de um conteúdo em particular, ou gerais, permitindo a aplicação das estratégias em diversos tipos de conteúdos e atividades. Para Rosário e Polydoro (2014), a implementação de intervenções utilizando o método de infusão curricular é considerada eficaz. Isso ocorre porque os professores podem instruir sobre estratégias de aprendizagem dentro de suas próprias disciplinas, ajustando- as às demandas e necessidades das tarefas e conteúdos específicos, fomentando a autorregulação em um contexto realista. Ademais, essa abordagem facilita a participação dos estudantes e sua presença nas sessões de intervenção, além de não acarretar custos para a sua realização. As intervenções em estratégias de aprendizagem têm sido objeto de estudos que avaliam sua eficácia e impacto na promoção da autorregulação da aprendizagem. Essas intervenções são baseadas em diferentes áreas de investigação, como a psicologia cognitiva e a teoria sociocognitiva. Alguns estudos têm demonstrado a influência positiva dessas intervenções no uso das estratégias de aprendizagem por estudantes em diferentes níveis de ensino. Por exemplo, pesquisas mostram que as estratégias cognitivas e metacognitivas, como repetição, elaboração, organização e pensamento crítico, podem ser avaliadas e desenvolvidas por meio dessas intervenções. Além disso, a influência dos pares na aprendizagem também é considerada. O processo de aprendizagem ocorre por meio de interações entre as pessoas, e as atitudes e comportamentos dos colegas podem afetar a motivação e o desempenho dos alunos. Outros fatores que interferem na aprendizagem, como a mediação do professor e o uso adequado das estratégias de aprendizado, também são considerados relevantes. No contexto do ensino superior, intervenções em autorregulação da aprendizagem têm sido realizadas, resultando em melhorias no conhecimento sobre as estratégias de aprendizagem e no desempenho dos alunos. 33TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 Podemos concluir que, as intervenções em estratégias de aprendizagem têm sido estudadas em diferentes contextos e níveis de ensino, demonstrando sua eficácia na promoção da autorregulação da aprendizagem. Essas intervenções podem envolver o ensino de estratégias específicas dentro de disciplinas específicas ou a generalização de estratégias para diferentes conteúdos e atividades. A Teoria Cognitiva emergiu nos Estados Unidos durante as décadas de 1950 e 1960 como uma resposta crítica ao Comportamentalismo. Este último concebia a aprendizagem como um resultado do condicionamento dos indivíduos mediante estímulos e respostas. O termo “cognição” engloba um conjunto de capacidades mentais essenciais para a construção do conhecimento acerca do mundo. Os processos cognitivos abrangem habilidades relacionadas ao desenvolvimento do pensamento, raciocínio, linguagem, memória, abstração e mais. Estes processos têm início desde a infância e possuem vínculos diretos com a aprendizagem. De acordo com proeminentes teóricos cognitivistas, incluindo figuras notáveis como Piaget, Wallon e Vygotsky, é crucial compreender a atuação do indivíduo no processo de construção do conhecimento. Apesar das diferenças existentes entre suas teorias, todos buscaram compreender como a aprendizagem ocorre em relação às estruturas mentais do sujeito e quais são as etapas necessárias para a aquisição de novos conhecimentos. Os processos cognitivos desempenham um papel crucial na exploração dos mecanismos mentais que viabilizam a edificação do conhecimento. Entre esses processos, ressaltam-se alguns dos principais envolvidos na aprendizagem: A percepção é o processo que guia a interpretação e organização das informações sensoriais, vindas do ambiente. A memória assume a responsabilidade pela codificação, armazenamento e recuperação das informações. O raciocínio se materializa na aplicação da lógica e do pensamento crítico para resolver problemas e tomar decisões. Por meio da linguagem, ocorre a expressão de ideias e a compreensão do entorno por meio de comunicação verbal e escrita. A atenção dirige o foco, selecionando informações relevantes para a tarefa em questão. A abstração capacita a identificação de padrões e conceitos gerais a partir de informações particulares. Diante de todas as informações supracitadas, concluímos que a apreensão destes processos cognitivos é de extrema relevância para o delineamento de estratégias de ensino eficazes, que viabilizem a construção de conhecimento significativo a partir do conhecimento preexistente. Adicionalmente, é imprescindível considerar os elementos capazes de exercer influência positiva ou negativa sobre a aprendizagem, incluindo fatores sociais, econômicos, físicos e mentais. 34TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 O papel desempenhado pelos profissionais da educação é de extrema importância não só para formação e alfabetização dos alunos, mas, para seu desenvolvimento educacional. O que muitos não sabem é que a psicologia pode atuar em conjunto com os professores para auxiliar o progresso dos alunos (as) e melhorar sua forma de aprendizagem, principalmente de quem possui algumas dificuldades em sala de aula. Fonte: http://www.imontepascoal.com/noticias/22032021/a-psicologia-para-a-pedagogia-saiba-qual-e-a-importancia/ A Psicologia da Aprendizagem é uma vertente destacada na psicologia, concentrando-se na análise de como os indivíduos, especialmente durante a infância, adquirem conhecimento. Este campo de estudo explora os processos utilizados para assimilar informações e desenvolver pensamento e expressão próprios. Em cursos dedicados a essa área, como os de Psicologia da Aprendizagem, alunos, professores e profissionais da Educação aprimoram a compreensão dos estágios de captação de informações. Esse conhecimento beneficia a interação entre educadores, conteúdo e alunos, facilitando a assimilação do material em sala de aula. Importante ressaltar que a Psicologia da Aprendizagem não se limita ao aprendizado formal em escolas, abrangendo também dados do cotidiano. Compreender como o cérebroarmazena informações facilita a aprendizagem de novas tecnologias ou tarefas no ambiente de trabalho. Essa disciplina é essencial em diversos cursos de graduação e beneficia profissionais envolvidos na educação. Realizar cursos livres nesse campo pode ser especialmente valioso para universitários e profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Fonte: https://www.primecursos.com.br/blog/saiba-sobre-psicologia-aprendizagem/. http://www.imontepascoal.com/noticias/22032021/a-psicologia-para-a-pedagogia-saiba-qual-e-a-importancia/ https://www.primecursos.com.br/blog/saiba-sobre-psicologia-aprendizagem/ 35TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 Considerando as pesquisas contemporâneas sobre intervenções em estratégias de aprendizagem, torna-se evidente que a exploração das teorias cognitivas do aprendizado e desenvolvimento, assim como a análise dos processos mentais subjacentes à aprendizagem, incluindo percepção, memória e raciocínio, desempenham um papel fundamental na promoção da autorregulação da aprendizagem. Além disso, as estratégias de ensino fundamentadas no cognitivismo têm demonstrado serem eficazes para aprimorar a aprendizagem dos estudantes em variados níveis de educação. As intervenções voltadas para estratégias de aprendizagem podem ser implementadas através de uma variedade de formatos. A abordagem de infusão curricular, incorporada ao contexto de disciplinas específicas, bem como a sobreposição, conduzida em horários extraclasses, figuram como possibilidades. Tais intervenções podem se desdobrar tanto em âmbito específico, focando em estratégias relacionadas a conteúdos particulares, quanto em âmbito geral, possibilitando a transferência das estratégias para distintos conteúdos e atividades. No que diz respeito aos resultados esperados de uma intervenção em estratégias de aprendizagem, destacam-se diversas metas a serem atingidas. Espera-se um incremento na frequência de utilização das estratégias de aprendizagem pelos alunos, uma elevação no desempenho escolar dos estudantes enfrentando dificuldades de aprendizagem, bem como a ampliação do conhecimento acerca das estratégias de aprendizagem entre os alunos. Ademais, almeja-se o aprimoramento da autorregulação da aprendizagem, o fortalecimento da motivação e interesse dos alunos pelo processo de aprendizagem, a construção de habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico, o desenvolvimento de proficiências sociais e de comunicação, e a melhoria geral na compreensão e retenção das informações assimiladas. Obrigada por fazer parte dessa trajetória. Continue aqui. Aguardo você na próxima unidade. Até lá. CONSIDERAÇÕES FINAIS 36TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA À EDUCAÇÃO BÁSICA E O PROBLEMA DA PSICOLOGIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO: UMA REVISÃO NARRATIVA Resumo: O lugar ocupado historicamente pelas teorias psicológicas acabou por produzir o processo de psicologização da educação, ou seja, quando problemas educacionais são reduzidos, quase exclusivamente, a problemas psíquicos individuais ou familiares. Assim, a Psicologia acabou estabelecendo um percurso de legitimação de práticas adaptacionistas e de exclusão que, contemporaneamente, vem sendo repensado por teorias que buscam inserir o social como pilar importante a sustentar as explicações de problemas relacionados à aprendizagem e à educação. Por meio de uma pesquisa de revisão bibliográfica narrativa, busca-se repensar sobre as reais contribuições da atuação da Psicologia ao campo da Educação Básica considerando o fenômeno da psicologização da educação. Entende-se que a Psicologia só poderá contribuir a esta esfera da educação se fortalecer, através de um olhar crítico sobre suas teorias e práticas, um modo pensar e de operar que procure romper com sua história de psicologização e de adaptação social. Palavras-chave: Psicologia. Psicologizacão. Educação. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/ download/8652472/18978/46578. LEITURA COMPLEMENTAR https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/download/8652472/18978/46578 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/download/8652472/18978/46578 37TEORIAS COMPORTAMENTAIS QUE INFLUENCIAM NO ENSINO E APRENDIZAGEMUNIDADE 2 MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO • Título: Nise: O coração da loucura. • Ano: 2015. • Sinopse: Nos anos 1950, uma psiquiatra contrária aos tratamentos convencionais de esquizofrenia da época é isolada pelos outros médicos. Inconformada com o tratamento de esquizofrênicos à base de eletrochoques e lobotomia, Nise revolucionou o atendimento psiquiátrico. Seu método obteve reconhecimento internacional. Ela então assume o setor de terapia ocupacional, onde inicia uma nova forma de lidar com os pacientes, pelo amor e a arte. • Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-m4F6HA1gyE. LIVRO • Título: Psicologia da Educação: Teoria, Investigação e Aplicação. • Autor: Feliciano H. Veiga. • Sinopse: o livro oferece uma visão abrangente da psicologia da educação, discutindo teorias, métodos de pesquisa e aplicações práticas no contexto educacional. O autor explora os contributos da psicologia para a educação, principalmente para as funções desempenhadas por professores e psicólogos, derivados das teorias, investigações e experiências. O livro aborda temas como desenvolvimento cognitivo, motivação, aprendizagem, diferenças individuais e necessidades de aprendizagem. O objetivo é fornecer conhecimentos resultantes de teorizações, pesquisas e experiências sobre o fenômeno do desenvolvimento de crianças, jovens e adultos no contexto educacional. A obra de Feliciano H. Veiga é uma referência na área da psicologia da educação, oferecendo aos leitores uma compreensão aprofundada dos processos psicológicos envolvidos na aprendizagem e no ensino, bem como estratégias práticas para melhorar o desempenho dos alunos e promover um ambiente educacional mais eficaz. • Ano de lançamento: 2013. • Editora: Climepsi. https://www.youtube.com/watch?v=-m4F6HA1gyE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • A psicologia genética de Henri Wallon: fundamentos teórico- metodológicos, concepções do desenvolvimento (afetivo, motor, cognitivo e pessoal), implicações para a educação; • Contribuições da psicanálise de Sigmund Freud à análise do processo educativo: processos inconscientes na construção do saber; • Psicologia, psicanálise e adolescência. Objetivos da Aprendizagem • Compreender os fundamentos teórico-metodológicos da psicologia genética de Henri Wallon e sua abordagem única para o estudo do desenvolvimento humano; • Explorar as principais contribuições da psicanálise de Sigmund Freud no contexto educacional, enfatizando como seus conceitos podem enriquecer a compreensão do processo de ensino e aprendizagem; • Analisar os conceitos psicanalíticos pertinentes à adolescência, como identidade, conflitos psicológicos e formação da personalidade, e como eles podem ser aplicados na compreensão do comportamentoe das emoções dos adolescentes. Professor(a) Me. Fabiana Silva Botta Demizu CORRENTES CORRENTES TEÓRICAS DA TEÓRICAS DA PSICOLOGIA PSICOLOGIA E O CAMPO E O CAMPO EDUCACIONALEDUCACIONAL UNIDADEUNIDADE3 39CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 INTRODUÇÃO No vasto campo da educação, o estudo das teorias psicológicas e psicanalíticas têm desempenhado um papel fundamental na compreensão das complexidades inerentes ao processo educativo. Cada indivíduo traz consigo um mundo interno rico em experiências, emoções e percepções, moldando assim sua jornada de aprendizado. Neste plano de estudo, embarcaremos em uma exploração profunda e enriquecedora de três áreas cruciais: a psicologia genética de Henri Wallon, as contribuições da psicanálise de Sigmund Freud à análise do processo educativo e a interseção entre a psicologia, a psicanálise e a fase crucial da adolescência. No primeiro momento, mergulharemos nos fundamentos teórico-metodológicos da psicologia genética de Henri Wallon. Compreenderemos como sua abordagem única desvenda as múltiplas dimensões do desenvolvimento humano, incluindo o afetivo, o motor, o cognitivo e o pessoal. Ao desvelar os conceitos centrais da teoria de Wallon, exploraremos de que maneira sua perspectiva inovadora lança luz sobre a formação e a evolução das capacidades humanas. Além disso, consideramos como esses fundamentos teóricos se traduzem em práticas educacionais concretas, permitindo-nos discernir suas implicações e potenciais na promoção de ambientes de aprendizado enriquecedores. Em seguida, direcionamos nosso olhar para as contribuições ímpares da psicanálise de Sigmund Freud no contexto educacional. Exploraremos a influência das forças inconscientes na construção do conhecimento, desvendando as complexas camadas que moldam as interações entre educadores e educandos. Ao analisar como a psicanálise pode enriquecer nossa compreensão do processo de ensino e aprendizagem, revelaremos os segredos subjacentes às dinâmicas emocionais e interpessoais que permeiam a sala de aula. Por fim, adentramos na fase intrigante da adolescência, onde a psicologia, a psicanálise e a educação se entrelaçam de maneira intrigante. Exploraremos os conceitos psicanalíticos relevantes para essa fase de transição, como identidade, conflitos psicológicos e formação da personalidade. Ao analisar como esses 40CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 conceitos podem ser aplicados na compreensão das emoções e comportamentos dos adolescentes, desvendaremos os elementos-chave que compõem essa fase crucial de desenvolvimento. Nossos objetivos de aprendizagem são ambiciosos e gratificantes. Com o intuito de iluminar nossa jornada, nos propomos a compreender os fundamentos teóricos da psicologia genética de Wallon, explorar as valiosas contribuições da psicanálise de Freud para a educação e analisar de maneira abrangente os conceitos psicanalíticos pertinentes à adolescência. Ao concluir este plano de estudo, estaremos equipados não apenas com um conhecimento enriquecedor, mas também com insights práticos que enriqueceram nossa abordagem ao ensinar e aprender, destacando a importância da mente humana na educação. Juntos, exploraremos novos horizontes do conhecimento e desvendaremos os intrincados caminhos da psicologia, psicanálise e educação. Sua presença é fundamental para enriquecer ainda mais nossa jornada educativa. Esteja conosco enquanto mergulhamos nas profundezas dessas áreas fascinantes e compartilhamos insights valiosos que moldaram nossa compreensão do processo educativo. Aguardamos com entusiasmo a oportunidade de aprender, crescer e explorar em conjunto. A PSICOLOGIA GENÉTICA DE HENRI WALLON: FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS E CONCEPÇÕES DO DESENVOLVIMENTO (AFETIVO, MOTOR, COGNITIVO E PESSOAL), IMPLICAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO1 TÓPICO 41CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 A teoria psicogenética de Henri Wallon, fundamentada em sólidos alicerces teórico- metodológicos, concebe o indivíduo como um sujeito histórico e social, cujo desenvolvimento abrange os campos funcionais afetivo, motor, cognitivo e pessoal. Wallon, notável filósofo e psicólogo, forjou sua teoria na psicogênese, aninhando-a na corrente epistemológica materialista histórica e dialética. A síntese psicogenética de Wallon entrelaça harmoniosamente afetividade e inteligência, enfatizando as alternâncias funcionais como pilares do progresso da personalidade. Essa evolução, contudo, não segue uma trajetória linear, mas se manifesta por meio de interrupções e superposições dinâmicas. As reverberações da teoria walloniana reverberam profundamente no âmbito educacional, ao iluminar a necessidade de enxergar o indivíduo em sua plenitude e fomentar a integração entre afetividade e cognição no contexto do ensino-aprendizagem. Ademais, a teoria ressalta a importância de honrar as particularidades de cada sujeito e de considerar o contexto histórico e social que o circunda. Nesse sentido, a teoria psicogenética de Wallon ergue-se como um farol, guiando a construção de abordagens pedagógicas mais compassivas, abrangentes e contextualmente sensíveis. Assim, os campos funcionais da teoria de Henri Wallon são: Afetividade: Refere-se às emoções, sentimentos e relações afetivas do indivíduo. Wallon considerava a afetividade como um aspecto fundamental no desenvolvimento humano, influenciando a forma como o sujeito se relaciona com o mundo e com os outros. 42CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Movimento: Envolve as ações motoras e a motricidade do indivíduo. Wallon entendia que o movimento é essencial para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, pois através das experiências motoras o sujeito explora o ambiente e interage com ele. Inteligência: Refere-se às capacidades cognitivas e intelectuais do indivíduo. Wallon acreditava que a inteligência não pode ser separada da afetividade e do movimento, pois o desenvolvimento cognitivo ocorre em interação com as dimensões afetivas e motoras. Pessoa: Representa a formação do eu, a construção da identidade e da subjetividade do indivíduo. Wallon considerava que a pessoa é resultado da integração dos campos funcionais anteriores, ou seja, a afetividade, o movimento e a inteligência se entrelaçam na constituição do sujeito como um ser único. Esses campos funcionais estão interligados e se influenciam mutuamente no processo de desenvolvimento humano. A compreensão desses campos é essencial para a educação, pois permite uma abordagem integral do indivíduo, considerando suas dimensões afetivas, motoras, cognitivas e pessoais. CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE DE SIGMUND FREUD À ANÁLISE DO PROCESSO EDUCATIVO: PROCESSOS INCONSCIENTES NA CONSTRUÇÃO DO SABER2 TÓPICO 43CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Em 1925, Sigmund Freud, ao prefaciar o livro “Juventude Desorientada” de Aichorn, previu que nenhuma aplicação da psicanálise teria despertado tanto interesse e esperança quanto sua utilização na teoria e prática educacional (FREUD, 1925). Ainda que não tenha dedicado um texto específico à educação, esse tema sempre permeou o pensamento de Freud. Um exemplo notável é seu trabalho de 1927, “O Futuro de uma Ilusão”, considerado por muitos como seu testamento pedagógico. Nesse contexto, ele define que a finalidade da educação é estabelecer o princípio da realidade, auxiliando a criança a abandonar seu modo de funcionamento quase exclusivamente orientado pelo princípio do prazer. Nesse sentido, a ação educativa consiste em introduzir marcas que promovam a transição da mera satisfação dos impulsos para um universo simbólico, onde a lei, personificada na palavra do Outro, orienta o futuro sujeito para o mundo “civilizado”. Assim, compreendemos que toda prática educativa implica operações de transmissão- de um legado, de conhecimento, de desejo - e transformação - da matéria à constituição do sujeito. No entanto, por um período considerável, essa conexão pareceu estar em um estado latente. De acordo com Kupfer et al. (2010), o diálogo entre psicanálise e educação diminuiu significativamente por quase quatro décadas, culminando com o encerramento da Revista de Pedagogia Psicanalítica, publicada em Viena desde 1926, em 1937. É notável que o fechamento da revista coincidiu com a publicação do artigo “Análise Terminável e Interminável”, no qual o psicanalista reconheceu as limitações da aplicação da psicanálise na educação. Logo, a situação atual é diferente, com um influxo de contribuições significativas de autores psicanalíticos sobre o assunto, que têm ganhado cada vez mais destaque e consistência, especialmente a partir da década de 1980 (KUPFER et al., 2010). 44CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Na teoria de Freud, a influência dos processos subconscientes na formação do conhecimento é amplamente abordada através da perspectiva psicanalítica. Freud postulou que a mente humana é composta por diferentes níveis de consciência, incluindo o consciente, o pré-consciente e o subconsciente (ou inconsciente). Ele acreditava que grande parte do que acontece em nossa mente e afeta nosso comportamento ocorre no nível subconsciente, onde processos psíquicos ocorrem fora da nossa percepção imediata. Um dos processos subconscientes mais influentes na formação do conhecimento é o papel dos desejos, impulsos e emoções reprimidas. Freud argumentava que sentimentos e desejos inconscientes podem afetar nossos pensamentos, percepções e ações de maneiras sutis e muitas vezes desconhecidas. Esses conteúdos inconscientes podem moldar nossas atitudes em relação a informações, pessoas e situações, influenciando indiretamente como processamos e interpretamos o conhecimento. Além disso, outro processo subconsciente crucial na teoria de Freud é o papel dos mecanismos de defesa. Ele propôs que, para lidar com conflitos internos e emoções perturbadoras, a mente utilize mecanismos de defesa como repressão, projeção, negação e sublimação. Esses mecanismos operam subconscientemente, muitas vezes obscurecendo a verdadeira natureza de nossos pensamentos e sentimentos. Eles podem influenciar nossa percepção do conhecimento ao moldar nossas reações emocionais e cognitivas diante de informações específicas. Em suma, segundo a teoria de Freud, os processos subconscientes desempenham um papel significativo na formação do conhecimento, moldando nossas percepções, atitudes e reações de maneiras que muitas vezes não estamos cientes. A compreensão desses processos é fundamental para uma apreciação mais profunda das forças que atuam por trás da construção do conhecimento humano. De acordo com as informações supracitadas, verificamos que a teoria psicanalítica de Freud oferece diversas formas de aplicação prática no contexto educativo. Suas contribuições englobam uma variedade de áreas, tais como: Transferência na relação professor/aluno: A noção de transferência, que envolve a projeção de emoções e desejos inconscientes sobre outras pessoas, pode ser aplicada à dinâmica entre professor e aluno. O entendimento da transferência permite ao professor compreender as reações emocionais do aluno e lidar com elas de maneira mais eficaz, enriquecendo o ambiente de aprendizagem (ALMEIDA, 2002). 45CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Introdução do princípio da realidade: A teoria freudiana do desenvolvimento psicossexual sugere que a educação deve auxiliar a criança a transcender sua orientação quase exclusiva pelo princípio do prazer, incorporando o princípio da realidade. Isso implica em introduzir marcas que promovam a transição da mera satisfação dos impulsos para um universo simbólico, onde a lei, personificada na palavra do Outro, guie o indivíduo rumo a um contexto “civilizado” (GARCIA-ROZA, 2009). Compreensão dos processos inconscientes na aprendizagem e desenvolvimento: A psicanálise capacita a compreensão dos processos inconscientes que influenciam a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno. Isso abarca desde a identificação dos mecanismos de defesa empregados pelo aluno para enfrentar emoções difíceis até a compreensão das fantasias e desejos inconscientes que podem afetar seu comportamento e progresso acadêmico (KUPFER, 1989). Aplicação dos conceitos psicanalíticos na prática pedagógica: Os conceitos psicanalíticos, como transferência, complexo de Édipo e pulsões, podem ser eficazmente aplicados na prática pedagógica. Tais ferramentas auxiliam na compreensão e manejo das emoções e comportamentos dos alunos. A abordagem pode incorporar técnicas como escuta ativa e interpretação de sonhos, proporcionando uma abordagem mais holística à educação (KUPFER et al., s.d.). Estas contribuições da psicanálise à educação são amplamente discutidas em diversas fontes, incluindo artigos acadêmicos e obras literárias. As referências supracitadas exploram diferentes aspectos da aplicação prática da teoria psicanalítica de Freud no contexto educativo. Como resultado, a teoria de Freud desempenha um papel relevante ao enriquecer as práticas educacionais com uma compreensão mais profunda das complexidades psicológicas dos alunos. PSICOLOGIA, PSICANÁLISE E ADOLESCÊNCIA3 TÓPICO 46CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 A psicologia é uma ciência que se dedica ao estudo dos processos mentais e do comportamento humano. Ela busca compreender como as pessoas pensam, sentem e se comportam em diferentes situações, bem como as influências biológicas, psicológicas e sociais que afetam esses processos. É uma disciplina relativamente nova, se desprendendo da filosofia a partir do século XVIII. Wilhelm Wundt é considerado o pai da psicologia, tendo criado o primeiro laboratório de psicologia experimental em 1879. A psicologia se expandiu rapidamente, com a criação de diversas correntes teóricas e áreas de atuação, como a psicologia clínica, a psicologia educacional, a psicologia social, entre outras. A psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, é uma das correntes teóricas mais conhecidas da psicologia, tendo como objetivo compreender os processos mentais inconscientes que influenciam o comportamento humano. A psicologia tem diversas aplicações práticas, como na saúde mental, na educação, no trabalho, na justiça, entre outras áreas. A psicologia, como uma ciência abrangente e multifacetada, aborda uma ampla gama de áreas que se dedicam à análise dos variados aspectos do comportamento humano e dos processos mentais. Algumas das principais ramificações dessa disciplina incluem: • Psicologia clínica: concentra-se na investigação e tratamento de distúrbios mentais e emocionais, fazendo uso de abordagens como psicoterapia e avaliação psicológica. • Psicologia cognitiva: explora os processos mentais, como percepção, atenção, memória e pensamento, proporcionando insights sobre como a mente processa informações. 47CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 • Psicologia educacional: analisa os processos de aprendizagem e ensino, desenvolvendo estratégias pedagógicas eficazes para facilitar a transmissão de conhecimento. • Psicologia social: investiga as dinâmicas sociais e os processos psicológicos que influenciam o comportamento em grupo, oferecendo compreensão sobre interações sociais. • Psicologia do desenvolvimento: estuda a evolução humana, abrangendo fases desde a infância até a idade adulta, contemplando aspectos físicos, cognitivos, emocionais e sociais. • Psicologia forense: aplica princípios psicológicos no âmbito judicial, avaliando testemunhas e analisando comportamento criminal. • Psicologia do esporte: investiga o comportamento humano no contexto esportivo, abordando tópicos como motivação,ansiedade e desempenho. • Psicologia da saúde: analisa fatores psicológicos que impactam saúde e bem- estar, desenvolvendo estratégias para prevenção e tratamento de doenças. • Psicologia organizacional: explora o comportamento humano em ambientes de trabalho, abordando temas como motivação, liderança e comunicação. • Psicologia positiva: dedica-se a estudar os fatores que promovem bem-estar e felicidade, desenvolvendo estratégias para aumentar resiliência e satisfação com a vida. • Psicologia transpessoal: investiga a experiência humana além do ego, contemplando aspectos espirituais, consciência e transcendência. Essas diversas ramificações da psicologia são abordadas em variadas fontes, como artigos acadêmicos e livros. As referências mencionadas anteriormente exploram diferentes facetas dessa disciplina, incluindo suas origens, principais teorias e áreas de aplicação. Através do estudo dessas áreas, a psicologia oferece uma visão ampla e profunda do complexo mundo humano. Já a psicanálise, é uma abordagem teórica e terapêutica que busca uma compreensão profunda dos processos mentais humanos, ultrapassando as fronteiras biológicas e fisiológicas. Proposta por Sigmund Freud, um médico neurologista austríaco, sua influência se estendeu a diversas correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas. Essa abordagem abrange conceitos e características fundamentais, tais como o inconsciente, que carrega desejos e pulsões capazes de impactar a saúde mental quando reprimidos. De acordo com Freud, “o inconsciente é o verdadeiro repositório da libido”. Seu método de investigação visa acessar os processos mentais subjacentes, como emoções e pensamentos, determinantes do comportamento. 48CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Essa abordagem está intrinsecamente ligada à prática clínica, utilizando a psicoterapia para tratar questões psicológicas ao analisar o inconsciente em busca de causas subjacentes. Tornar-se um psicanalista requer sólida formação em teoria, técnica e clínica psicanalítica, incluindo terapia pessoal, supervisão clínica e estudo constante. Além do âmbito clínico, a psicanálise também abrange um vasto campo de pesquisa, explorando questões éticas, morais e culturais que permeiam a complexidade da mente humana. “A psicanálise é uma ciência que se ocupa do estudo dos processos mentais inconscientes.” (FREUD, 1980). A psicanálise traz a ideia do inconsciente como a parte mais significativa dos processos mentais, influenciando todo o modo de viver dos sujeitos. Os processos psíquicos são em sua imensa maioria inconscientes, a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total. Freud revolucionou o modo de compreensão do ser humano, introduzindo a ideia do inconsciente como a parte mais significativa dos processos mentais, influenciando todo o modo de viver dos sujeitos. Sua obra e teorias têm influenciado amplamente o pensamento contemporâneo e a cultura popular. Dentro dessa perspectiva, Sigmund Freud se dedicou a explicar as complexidades da vida humana, abrangendo tanto os aspectos individuais quanto os sociais, através das tendências sexuais que ele identificou como libido. Essa terminologia foi utilizada pelo fundador da psicanálise para representar a energia sexual de maneira ampla e não específica. Inicialmente, nos estágios iniciais de desenvolvimento, a libido está interconectada com outras funções vitais. Um exemplo é encontrado na criança que se alimenta, onde a ação de sugar o seio materno proporciona um prazer que transcende a simples obtenção de alimento, tornando-se um prazer buscado por si mesmo. Nesse sentido, Freud introduz a ideia de “zona erógena”, apontando que a boca, por exemplo, é uma região onde o prazer sexual se manifesta, como evidenciado pelo prazer obtido ao sugar. Assim, é importante destacar que a libido pode estar associada a áreas que podem parecer distintas em relação à sexualidade. Dando ênfase ao tópico abordado, adentramos também dentro da psicologia, o termo adolescência que corresponde a uma etapa biológica de transição entre a infância e a idade adulta, conforme estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), abrangendo o período dos 10 aos 19 anos completos. Nesse contexto, a puberdade se insere como parte integrante da adolescência, focalizando exclusivamente as mudanças biológicas que habilitam o corpo infantil à reprodução e o aproximam da imagem adulta. Caracterizada como um período de transição e descobertas, essa fase muitas vezes é referida coloquialmente como “aborrescência” e associada a outros adjetivos que capturam suas particularidades. Sendo assim, a adolescência é compreendida como um 49CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 período de passagem do indivíduo da infância para a vida adulta, frequentemente marcado por conflitos, dúvidas e incertezas. Sua definição abarca um escopo biopsicossocial que engloba a segunda década de vida, dos 10 aos 20 anos. Vale destacar que a adolescência transcende sua antiga concepção meramente preparatória para a vida adulta, ganhando um significado intrínseco, configurando-se como um fenômeno profundamente enraizado na cultura e cuja delimitação está estreitamente vinculada à reconfiguração da compreensão do desenvolvimento humano e à redefinição da autopercepção das gerações adultas. Os principais desafios enfrentados pelos adolescentes incluem: Mudanças físicas: Durante a adolescência, os jovens passam por mudanças físicas significativas, como o crescimento acelerado, desenvolvimento dos órgãos sexuais e características sexuais secundárias. Essas mudanças podem causar desconforto e insegurança, além de exigir adaptação a um novo corpo em constante transformação. Identidade e autoestima: A adolescência é um período de busca e construção da identidade pessoal. Os adolescentes enfrentam desafios para descobrir quem são, seus interesses, valores e objetivos de vida. A pressão social e a comparação com os outros podem afetar a autoestima e a confiança dos adolescentes. Relações interpessoais: Durante a adolescência, os jovens estão em busca de autonomia e independência, o que pode gerar conflitos com os pais e outras figuras de autoridade. Além disso, eles estão aprendendo a lidar com relacionamentos românticos, amizades e grupos sociais, o que pode ser desafiador e emocionalmente intenso. Pressões acadêmicas: A adolescência é marcada pelo ingresso no ensino médio e pela preparação para exames e vestibulares. Os adolescentes enfrentam pressões acadêmicas, como a necessidade de obter boas notas, escolher uma carreira e tomar decisões importantes sobre o futuro educacional. Saúde mental: A adolescência é uma fase em que os problemas de saúde mental podem surgir ou se agravar. Os adolescentes podem enfrentar ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e outros transtornos mentais. É importante oferecer suporte e acesso a recursos de saúde mental para ajudar os adolescentes a lidar com esses desafios. É fundamental que os pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos aos desafios enfrentados pelos adolescentes e ofereçam apoio emocional, orientação e recursos adequados para ajudá-los a navegar por essa fase de transição. Na perspectiva de Freud, educar é essencialmente transmitir um legado de geração a geração, em uma dinâmica que reflete a relação entre pai e filho. Partindo do pressuposto de que a relação educativa está inextricavelmente imersa nas interações humanas, o processo educacional evolui por meio do vínculo estabelecido, superando em relevância o 50CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 mero compartilhar de conhecimento verbalizado. Nesse contexto, ao conceber a educação através da conexão que um indivíduo cria com o outro, surge a necessidade de incorporar a subjetividade em um domínio no qual a ação habilidosa muitas vezes predominasobre a essência do ser. Isso implica em explorar elementos da transferência, um componente do arcabouço conceitual, para enriquecer essa reflexão. Nos seus textos centrados na técnica psicanalítica, com destaque para “A Dinâmica da Transferência” (1912), Freud eleva o conceito de transferência a uma posição central no tratamento psicanalítico. Ele reconhece que por meio do diálogo, é possível a reestruturação do funcionamento psíquico do paciente. Já em 1901, encontramos uma definição notável de transferência nos escritos de Freud (1901, p. 998): “reedições dos impulsos e fantasias despertadas e tornadas conscientes durante o desenvolvimento da análise e que trazem como singularidade a substituição de uma pessoa anterior pela pessoa do médico”. Tais processos biológicos e psicossociais, ainda que estejam mutuamente implicados e possam ocorrer simultaneamente durante esse período, são compreendidos como eventos distintos devido a suas especificidades. Na adolescência, ocorreu um trabalho de ressignificação da identidade, possibilitando o acesso do jovem a outra etapa do ciclo vital. A sociedade oferece, conforme a sua cultura, rituais tradicionais de passagem à idade adulta que funcionam como mediações simbólicas entre o adolescente e o meio, e que lhe conferem o status de adulto. Na atualidade, observa-se, como efeito das transformações sociais e culturais, uma redução do período historicamente caracterizado como infância e a decorrente expansão da adolescência. Nessa linha de raciocínio, Birman (2006) considera que a contemporaneidade vive tempos de uma adultez com critérios indefinidos, fato que dificulta demarcações, em termos de subjetividade, das idades da vida. O autor afirma que isso provoca, em consequência, uma desordem no contexto familiar, em que a relação com o aspecto dos cuidados é significativamente afetada, refletindo se nas novas formas de subjetivação da adolescência. O tema do cuidado remete a uma assimetria necessária entre a criança e o adulto, a partir da qual se constroem condições para uma progressiva autonomia no campo intersubjetivo. A adolescência é uma etapa da vida marcada por complexas demandas que resultam em inegável exigência de investimentos por parte do sujeito. Os fatores biológicos, considerados intrínsecos da puberdade, designam as mudanças corporais e fisiológicas, enquanto as demandas psíquicas compreendem um intenso trabalho de metabolização de transformações psicossociais que estão mais especificamente associadas ao termo adolescência (Levisky, 1995; Blos, 1998; Macedo, Fensterseifer, & Werlang, 2004. Kalina e Laufer (1974) entendem a adolescência como o segundo grande salto para a vida: o salto em direção a si mesmo, como ser individual. Esses autores distinguem 51CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 puberdade de adolescência. Puberdade refere-se aos fenômenos fisiológicos, que compreendem as mudanças corporais e hormonais, enquanto adolescência diz respeito aos componentes psicossociais desse mesmo processo. Melvin e Wolkmar (1993) também fazem essa diferenciação. A Organização Mundial de Saúde considera esses dois conceitos como distintos (Bianculli, 1997). Na puberdade, ocorrem mudanças orgânicas que tendem à maturação biológica adulta com dimorfismo sexual e capacidade reprodutiva; e, na adolescência, há adaptação às novas estruturas físicas, psicológicas e ambientais. Por isso, Lidz (1983) e Serra (1997) afirmam que existem várias adolescências, de acordo com as características de cada pessoa e de seu contexto social e histórico. Grossman (1998) destaca que Rosseau (séc. XVIII), em seu tratado sobre a natureza humana e a educação, sugeriu características da adolescência, as quais continuam influenciando o pensamento atual a respeito desse período. A psicanálise, conforme definida por Freud (2006), é um procedimento para investigação de processos mentais quase inacessíveis por qualquer outro modo, um método para o tratamento de distúrbios neuróticos e uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo dessas linhas, que gradualmente se acumula numa nova disciplina científica (FREUD, 2006, p. 253) Durante a fase da adolescência, ocorre um processo de redefinição da identidade, abrindo caminho para a entrada do jovem em uma nova etapa do ciclo de vida. Nas diversas culturas, a sociedade disponibiliza rituais tradicionais de transição para a idade adulta, servindo como elementos simbólicos intermediários entre o adolescente e seu ambiente, conferindo-lhe o status de adulto. Nos tempos atuais, uma consequência das transformações sociais e culturais é a encurvação do período tradicionalmente associado à infância e, consequentemente, a ampliação da adolescência. Nesse contexto, Birman (2006) argumenta que a contemporaneidade está vivendo uma fase de vida adulta com contornos menos definidos, o que dificulta a delimitação das distintas fases da vida em termos de subjetividade. Esse cenário impacta as dinâmicas familiares, influenciando notavelmente a relação com o aspecto do cuidado e refletindo-se nas novas formas de formação da subjetividade na adolescência. O tema do cuidado sugere uma assimetria fundamental entre a criança e o adulto, estabelecendo condições para o desenvolvimento de uma autonomia gradual no âmbito intersubjetivo. Em alguns casos, as questões que se manifestam na clínica psicanalítica podem originar-se das necessidades do próprio adolescente ou podem estar ligadas às pressões do ambiente social primário (como família e escola), revelando preocupações ou queixas relacionadas ao adolescente. É comum que certas expressões da adolescência sejam recebidas com desconforto, o que, por vezes, leva à rotulação para padronizar essas manifestações. 52CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Algumas situações envolvendo adolescentes dizem respeito a conflitos ligados à diferença, ruptura e transformações que, inclusive, podem representar uma jornada rumo à saúde. Portanto, é crucial reconhecer a singularidade intrínseca a cada experiência de sofrimento humano, independentemente da idade. Considerando a diversidade de razões que levam à busca por tratamento, a prática de escutar o paciente, seja por meio de palavras ou comportamentos, permite atribuir significados únicos às suas angústias. A abordagem psicanalítica, que se volta à singularidade de cada indivíduo, emerge como um recurso vital para a compreensão e intervenção nos desafios psicológicos. Com base em uma perspectiva que valoriza a complexidade humana, é possível conectar as formas de sofrimento na adolescência com as mudanças da era contemporânea, indo além de categorizações superficiais de angústias. O papel da psicanálise na atualidade, conforme apontado por Dockhorn e Macedo (2008), é criar um espaço onde o mundo interno do sujeito seja priorizado, sua singularidade seja respeitada e onde a relação do indivíduo com seu sofrimento possa ser verdadeiramente ouvida. Dentro desse espaço de interação intersubjetiva, o analista fornece ao paciente as ferramentas necessárias para explorar novas e personalizadas interpretações de sua história. No cruzamento das esferas de adolescência e psicanálise, surge a indagação sobre como as demandas dos adolescentes se manifestam na contemporaneidade e como podem ser adequadamente atendidas por meio da escuta psicanalítica. Notícia: A revista Psicologia da Educação acaba de publicar uma nova edição, número 54, Edição Especial (2022), disponível em seu site. A edição traz artigos sobre temas como a formação de professores, a inclusão escolar, a educação infantil e a psicologia escolar, entre outros. A revista é uma publicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e tem como objetivo promover o diálogo entre a psicologia e a educação, contribuindo para o desenvolvimento de práticas educativas mais efetivas e inclusivas. Link:Revista Psicologia da Educação. Edição Especial (2022). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/ index.php/psicoeduca/issue/current. Acesso em: 14 ago. 2023. https://revistas.pucsp.br/index.php/psicoeduca/issue/current https://revistas.pucsp.br/index.php/psicoeduca/issue/current 53CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 Psicanálise: o que é e como funciona? A psicanálise é a área de investigação da mente humana. Sob os seus domínios estão diversos tipos de tratamentos de saúde clínica. A origem da psicanálise se dá no século XIX a partir dos estudos da psique humana pelo médico Sigmund Freud, em 1881, quando ainda trabalhava no Hospital Geral de Viena. Segundo Freud, a psicanálise seria a “profissão de pessoas leigas que curam almas”. No sentido científico da palavra, “alma” seria o equivalente a “mente” ou “inteligência”, atribuindo esse valor à condição das patologias que atingem e afligem muitas pessoas no mundo. O que é PSICANÁLISE e como funciona na prática? O principal objetivo da psicanálise é a interpretação de suas representações mentais, como sonhos, desejos, pensamentos e lembranças. É a partir desta abordagem que o psicanalista visa entrar em contato com o subconsciente e oferecer ao paciente a possibilidade de autocura, afirmam os psicólogos. Desta forma, a ação consciente do psicanalista é o de fornecer as chaves para a psique do paciente, como se fosse um espelho. Quais são as aplicações clínicas da psicanálise? O psicoterapeuta fará uso da escuta atenta em relação aos pontos encontrados e indicados em uma breve apresentação dos conflitos que existem na mente da pessoa. Assim, o paciente será estimulado a reencontrar os trilhos perdidos de uma estrada, que são formados por lembranças. Fonte: https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/psicanalise-o-que-e/ https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/psicanalise-o-que-e/ 54CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 À medida que chegamos ao término desta jornada de exploração na interseção da Psicologia e Educação, é evidente que adquirimos uma compreensão mais profunda e rica sobre os aspectos intrínsecos do desenvolvimento humano e sua interação com o processo educativo. Ao longo das aulas, mergulhamos nas teorias de diferentes paradigmas psicológicos e suas implicações transformadoras na educação. Essas incursões nos conduziram a uma abordagem holística e integrada, permitindo-nos enxergar os alunos como seres complexos e multifacetados, cujo crescimento intelectual e emocional é moldado por uma miríade de influências. Nosso plano de estudo nos levou a uma compreensão aprofundada da psicologia genética de Henri Wallon, uma perspectiva teórica que nos brindou com um olhar meticuloso sobre os diversos aspectos do desenvolvimento humano. Exploramos as concepções do afetivo, motor, cognitivo e pessoal, desvelando assim a riqueza de nuances que contribuem para a formação de indivíduos únicos. Além disso, as contribuições da psicanálise de Sigmund Freud trouxeram à luz os processos inconscientes que permeiam a construção do conhecimento. Ao adentrar os recônditos da mente humana, percebemos a complexidade dos mecanismos que moldam nossa percepção e interação com o mundo ao nosso redor. Nossa exploração culminou com uma análise profunda da psicologia, psicanálise e adolescência. Compreendemos a importância de conceitos como identidade, conflitos psicológicos e formação da personalidade na compreensão dos desafios e complexidades que os adolescentes enfrentam. Essa compreensão enriquecida nos oferece uma base sólida para abordar as necessidades emocionais e cognitivas dos adolescentes no contexto educacional. Essa jornada não é apenas um fim em si mesma, mas um novo começo, onde as ideias e percepções adquiridas podem ser aplicadas para enriquecer nossas abordagens educacionais e, por consequência, enriquecer as vidas dos alunos que estão sob nosso cuidado. Que possamos seguir adiante, inspirados e capacitados pelo conhecimento que ganhamos aqui, promovendo uma educação mais holística, sensível e eficaz para as gerações vindouras. CONSIDERAÇÕES FINAIS 55CORRENTES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA E O CAMPO EDUCACIONALUNIDADE 3 MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO • Título: Nise: O Coração da Loucura. • Sinopse: O filme mostra como Nise da Silveira, uma médica calorosa e comprometida, enfrenta colegas de profissão e sistemas institucionais de sua época, que eram adeptos de práticas invasivas e violentas no tratamento de pacientes com esquizofrenia. Nise acredita que o trabalho terapêutico deve ser centrado nos pacientes e não na aplicação de tratamentos invasivos, como a lobotomia e o eletrochoque. Diante dessas dificuldades, Nise desenvolve uma abordagem inovadora, utilizando a arte e a criatividade como meios de acesso ao inconsciente dos pacientes e promover a recuperação. O filme destaca a importância da autonomia e da participação dos pacientes no processo terapêutico, demonstrando a eficácia das abordagens centradas no paciente. O filme recebeu críticas positivas, destacando a atuação de Glória Pires, que interpreta Nise da Silveira. Além disso, “Nise: O Coração da Loucura” serviu como inspiração para a prática psicológica e a busca por novas abordagens no tratamento da saúde mental • Ano de publicação: 2015. • Direção: Roberto Berliner. LIVRO • Título: O cérebro autista. • Autora: Temple Grandin e Richard Panek. • Sinopse: A obra explora as últimas descobertas científicas sobre o autismo e como elas se relacionam com a experiência pessoal de Grandin como autista. Ela argumenta que a educação de crianças autistas não deve se concentrar apenas em suas fraquezas, mas também em suas contribuições únicas. O livro também destaca transtornos sensoriais comuns em pessoas com autismo e como eles podem afetar a vida cotidiana. “O Cérebro Autista” é uma leitura interessante para quem deseja aprender mais sobre o autismo e como ele afeta a vida das pessoas que o têm. A perspectiva única de Grandin como autista e cientista oferece insights importantes sobre o tema. • Ano de lançamento: 2013. • Editora: Agea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Reflexão sobre os pontos fortes e limitações de cada paradigma na educação; • Críticas contemporâneas aos paradigmas e sua relevância no contexto educacional atual; • Propostas de abordagens pedagógicas que incorporam elementos de diferentes paradigmas. Objetivos da Aprendizagem • Reconhecer e identificar os tipos de avaliações existentes que favorecem um ensino e aprendizagem voltados para um conhecimento crítico; • Relacionar conceitos estabelecidos dentro da Psicologia da Educação; • Transtornos e sintomas que podem ser identificados no período escolar. Professor(a) Me. Fabiana Silva Botta Demizu AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA DENTRO DA PSICOLOGIAPSICOLOGIA DA EDUCAÇÃODA EDUCAÇÃO UNIDADEUNIDADE4 57AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 INTRODUÇÃO Esta unidade de estudo abrange uma série de temas cruciais no âmbito educacional, oferecendo uma visão profunda e abrangentesobre os paradigmas, críticas contemporâneas e abordagens pedagógicas. Ao explorar esses tópicos, buscamos aprimorar nossas práticas educativas e nutrir um ambiente de aprendizado enriquecedor e inclusivo. Nossa jornada começa com uma reflexão profunda sobre os paradigmas na educação. Ao compreender os pontos fortes e limitações de cada abordagem, somos capazes de discernir como diferentes paradigmas impactam a experiência educacional. A abordagem tradicional, por exemplo, pode oferecer uma base sólida de conhecimento, mas pode negligenciar a promoção do pensamento crítico. Por outro lado, o paradigma construtivista, enquanto estimula a participação ativa dos alunos, também pode enfrentar desafios em sua aplicação prática. Na sequência, abordamos as críticas contemporâneas aos paradigmas educacionais, um aspecto crucial para o aprimoramento contínuo das práticas pedagógicas. Ao considerar essas críticas, reconhecemos a importância de uma educação centrada no aluno, que valorize não apenas a aquisição de conhecimento, mas também o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. A busca por equilíbrio entre orientação docente e autonomia do aluno é fundamental para uma educação eficaz e holística. Nossa jornada culmina com a exploração de abordagens pedagógicas integradoras, que incorporam elementos diversos dos paradigmas. Essas abordagens promovem uma visão holística da educação, enfatizando tanto a transmissão de conhecimento quanto a construção ativa pelo aluno. Ao empregar uma variedade de estratégias de ensino, desde aulas expositivas até projetos colaborativos, criamos um ambiente de aprendizado dinâmico e envolvente. Ao entrelaçar esses conceitos com a Psicologia da Educação, ampliamos nossa compreensão sobre os processos psicológicos subjacentes à aprendizagem. Com essa perspectiva enriquecida, podemos identificar transtornos e sintomas que podem surgir durante o período escolar. Essa conscientização nos capacita a criar um ambiente educacional empático e de suporte, onde cada aluno possa prosperar plenamente. Nossa jornada de exploração e reflexão visa não apenas aprimorar nossas práticas educativas, mas também promover uma educação inclusiva e transformadora. Ao considerar as diferentes perspectivas, críticas e abordagens, estamos preparados para moldar um ambiente de aprendizado que nutre a mente, o espírito e o potencial de cada indivíduo. RECONHECER E IDENTIFICAR OS TIPOS DE AVALIAÇÕES EXISTENTES QUE FAVORECEM UM ENSINO E APRENDIZAGEM VOLTADOS PARA UM CONHECIMENTO CRÍTICO NO ÂMBITO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO.1 TÓPICO 58AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 A Psicologia da Educação, que investiga os processos mentais e comportamentais relacionados ao aprendizado e ao ensino, desempenha um papel crucial na definição das práticas avaliativas que melhor atendem aos objetivos educacionais. Ao reconhecer a interseção entre a Psicologia da Educação e as estratégias de avaliação, podemos traçar um caminho que nutre o desenvolvimento do pensamento crítico nos alunos. Reconhecer essas avaliações implica em compreender como os processos cognitivos dos alunos são ativados durante a avaliação. Por meio de uma análise psicológica criteriosa, podemos identificar avaliações que estimulam a análise profunda, a interpretação reflexiva e a aplicação prática do conhecimento. A compreensão da forma como os alunos processam informações, formam conceitos e desenvolvem habilidades de resolução de problemas nos permite selecionar estratégias avaliativas que se alinham aos princípios da Psicologia da Educação. Ao identificar os tipos de avaliações que favorecem o conhecimento crítico, estamos aptos a criar um ambiente de aprendizagem que promove ativamente o engajamento dos alunos. Avaliações que demandam a análise de diferentes perspectivas, a argumentação baseada em evidências e a resolução de situações complexas estimulam a cognição superior e a reflexão profunda. Essa abordagem, fundamentada na Psicologia da Educação, facilita a construção de habilidades cognitivas e metacognitivas, preparando os alunos para enfrentar desafios intelectuais de forma independente. É essencial considerar que, ao incorporar a Psicologia da Educação na seleção de avaliações, estamos contribuindo para uma aprendizagem mais significativa e duradoura. 59AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 A psicologia fornece insights sobre como os alunos aprendem e se desenvolvem cognitivamente, permitindo-nos criar avaliações que atendam às necessidades individuais e coletivas dos estudantes. Essa abordagem orientada pela psicologia não apenas fomenta o pensamento crítico, mas também nutre a autoconfiança, a autorregulação e o crescimento intelectual dos alunos. Portanto, ao reconhecer e identificar os tipos de avaliações que promovem um ensino e aprendizagem voltados para o conhecimento crítico, estamos integrando a Psicologia da Educação como uma aliada poderosa na busca por uma educação transformadora, que prepara os alunos não apenas para absorver informações, mas para avaliá-las, questioná- las e aplicá-las de maneira significativa em suas vidas e na sociedade. Existem diferentes tipos de avaliações que favorecem um ensino e aprendizagem voltados para um conhecimento crítico no âmbito da Psicologia da Educação. Existem diferentes tipos de avaliação que favorecem o ensino crítico na psicologia da educação. Tais como: Avaliação do pensamento crítico: A avaliação do pensamento crítico é uma perspectiva emergente em psicologia que busca identificar a capacidade dos alunos de analisar, avaliar e sintetizar informações de forma crítica. Avaliação psicológica: A avaliação psicológica pode ser utilizada para identificar as necessidades e habilidades dos alunos, bem como para avaliar o impacto das intervenções educacionais. Avaliação formativa: A avaliação formativa é uma abordagem que busca fornecer feedback contínuo aos alunos, permitindo que eles identifiquem seus pontos fortes e fracos e ajustem seu aprendizado de acordo. Avaliação por projetos: A avaliação por projetos é uma abordagem que envolve a realização de projetos pelos alunos, que são avaliados com base em critérios específicos, como a qualidade do trabalho em equipe, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Avaliação por portfólio: A avaliação por portfólio envolve a coleta de trabalhos e atividades realizados pelos alunos ao longo do tempo, permitindo que eles reflitam sobre seu próprio aprendizado e desenvolvimento. Esses tipos de avaliação podem favorecer o ensino crítico na psicologia da educação, pois permitem que os alunos desenvolvam habilidades de análise, reflexão e avaliação, além de promoverem a participação ativa e a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem. É importante considerar que esses tipos de avaliação podem ser combinados e adaptados consoante as necessidades e objetivos educacionais. 60AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 A avaliação crítica na psicologia da educação é um tema que tem despertado interesse e reflexão, refletindo-se na pluralidade das visões existentes ao nível da sua conceptualização e respetiva avaliação. Atualmente, existem vários testes a nível internacional que visam avaliar um ou mais aspectos do pensamento crítico, alguns deles com traduções e aferições para a população portuguesa. Os testes mais utilizados são, na sua maioria, pouco compreensivos, como os do tipo de escolha múltipla, que são mais rápidos de cotar e fornecem um resultado mais célere para interpretação, sendo especialmente indicados quando se pretende avaliar um elevado número de indivíduos, seja devido ao fator tempo como econômico. No entanto, outros investigadores têm desenvolvido testes com base em perguntas de resposta aberta ou não estruturada, permitindo verificar se os alunos revelamaptidão para coordenar várias capacidades de pensamento crítico. Dessa forma, a avaliação crítica na psicologia da educação pode ser abordada por diferentes autores e teorias, como Elenita de Rício Tanamachi, Marisa Lopes da Rocha, Sass, Mitsuko Aparecida Makino Antunes, Maria Cristina Machado Kupfer, entre outros. Entende-se, assim, que uma boa avaliação do pensamento crítico irá permitir que o sistema nacional de ensino se direcione para as carências que os seus alunos sentem ao nível destas competências, sendo capaz de dar resposta às necessidades evidenciadas pelos mesmos. Logo, por meio da Taxonomia de Bloom, conforme delineada por Krathwohl em 2002, emerge a oportunidade de identificar e aplicar estratégias que amplificam a realização dos objetivos estipulados em relação às competências cognitivas de nível avançado. Essa abordagem pode servir como base fundamental para a construção das formulações das questões ou problemas que serão apresentados no teste, com o intuito de avaliar cada uma das habilidades mencionadas anteriormente. De acordo com as informações supracitadas, verificamos que há distintos métodos avaliativos existentes que podem ser aplicados pelos docentes. Logo que, os métodos empregados na área da Psicologia da Educação são diversos e variam conforme os objetivos da pesquisa ou intervenção em questão. Alguns dos métodos frequentemente adotados englobam: Observação: A prática direta de observar o comportamento de estudantes e educadores em ambientes de sala de aula ou outros contextos educativos é amplamente empregada na Psicologia da Educação. Essa observação pode ser conduzida de forma estruturada, com categorias de comportamento predefinidas, ou de maneira mais aberta, possibilitando a detecção de padrões e interações não planejadas. 61AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 Entrevistas: As entrevistas constituem um meio para coletar informações qualitativas acerca das percepções, vivências e opiniões de alunos, professores e outros profissionais envolvidos no processo educativo. Esse método oferece uma compreensão mais profunda dos fenômenos psicológicos subjacentes à educação. Questionários e escalas: A utilização de questionários e escalas consiste em métodos de coleta de dados quantitativos, permitindo a obtenção de informações sobre características individuais, atitudes, crenças e outros fatores relevantes na Psicologia da Educação. Esses instrumentos podem ser empregados em larga escala, viabilizando a comparação entre distintos grupos de alunos ou professores. Estudos de caso: A abordagem de estudos de caso é qualitativa e envolve uma análise minuciosa de um indivíduo, grupo ou situação específica. Tal metodologia proporciona uma compreensão detalhada dos processos psicológicos envolvidos na educação e pode contribuir com percepções valiosas para a prática educacional. Experimentos: Experimentos, por sua vez, constituem uma abordagem quantitativa que engloba a manipulação de variáveis independentes a fim de avaliar seu impacto sobre variáveis dependentes. Essa metodologia possibilita a identificação de relações de causa e efeito, sendo frequentemente empregada para avaliar a eficácia de intervenções educativas. Cabe destacar que os métodos mencionados são apenas alguns exemplos dentre os empregados na Psicologia da Educação. A seleção do método mais adequado depende dos objetivos específicos da pesquisa ou intervenção. Ademais, é comum a adoção de abordagens mistas, que combinam métodos qualitativos e quantitativos, a fim de obter uma compreensão mais abrangente dos fenômenos psicológicos relacionados à educação. RELACIONAR CONCEITOS ESTABELECIDOS DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO2 TÓPICO 62AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 Diante desses fatores apresentados, compreendemos que os conceitos de aprendizagem e desenvolvimento são processos complexos. Podemos entender que a aprendizagem e o desenvolvimento do ser acontecem desde sua concepção. A disciplina de Psicologia da Educação ganhou proeminência no contexto brasileiro a partir da década de 1920, coincidindo com as Reformas Educacionais e o surgimento das ideias da Escola Nova no Brasil (1920 a 1946), que se manifestaram em diversos estados do país. Em 1924, a Associação Brasileira de Educação foi estabelecida com o objetivo de fomentar discussões mais abrangentes sobre desafios educacionais. A inclusão da psicologia nas Escolas Normais surgiu como resultado desse movimento, passando a ser considerada alicerce do ensino primário, agora conhecido como ensino fundamental. A principal incumbência dessa abordagem era preparar os educadores para compreender as crianças com base em observações sobre suas personalidades e processos de aprendizado. Essas premissas formaram a base daquilo que ficou conhecido como o movimento Escola Nova, que se estendeu entre 1925 e 1950. Esse movimento também defendia a criação de uma escola pública, gratuita, secular e obrigatória para todos. Seus fundamentos eram sustentados pelo pensamento liberal, enfatizando o papel da educação na construção de uma sociedade democrática. Durante as décadas de 1930 e 1940, as Constituições de 1934 e 1937 asseguraram a importância da escola pública. Nesse contexto, nas décadas de 1930 e 1940, houve uma ampla utilização de testes de inteligência, como o quociente intelectual (QI), nas escolas brasileiras, com o objetivo de categorizar indivíduos considerados “anormais” em relação aos “normais”. 63AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 As décadas de 1940 e 1950 testemunharam o surgimento dos cursos de Filosofia e Pedagogia no país, que impulsionaram o desenvolvimento da Psicologia da Educação. Esses cursos foram aprimorados por educadores especializados nos Estados Unidos e na Europa, que contribuíram com as tendências educacionais da época. Entretanto, o ano de 1964 ficou marcado pela queda do governo de João Goulart e o início do regime militar no Brasil. Esse regime, que se solidificou nos anos subsequentes, estabeleceu uma ditadura que reprimiu movimentos estudantis e qualquer forma de oposição, através dos chamados atos institucionais, sendo o Ato Institucional número 5 um dos mais notórios. A aprendizagem se determina por um processo que depende das condições e situações que as pessoas experimentam ao longo de suas vidas. Já o desenvolvimento está associado às mudanças que ocorrem no ser a partir de suas experiências. O desenvolvimento pode ser entendido como um conjunto das transformações que ocorrem ao longo do tempo nas pessoas, se expressando na evolução da inteligência e das modalidades de relacionamento afetivo e social. É consenso entre os estudiosos da educação como Vygotsky, Paulo Freire, entre outros, que é ainda a partir da observação desses eventos por pessoas que se interessam pelo assunto, como os pais, professores, profissionais de saúde, que o desenvolvimento humano pode ser avaliado a partir dos seguintes aspectos: 1. Padrões universais — quando nos referimos a alguns eventos que são comuns ao desenvolvimento de todos os humanos. Nem todas as teorias do desenvolvimento dão a mesma relevância aos padrões universais. O desenvolvimento humano depende muito da maturação dos órgãos do corpo de um modo geral, e do cérebro em particular, essa teoria é conhecida como organicista. 2. Diferenças individuais — embora existam etapas que são universais no processo de desenvolvimento humano, sabemos que cada indivíduo tem características próprias, comportando-se de maneira diferente nas mais diversas situações, aprendendo de forma mais rápida ou mais lenta em relação aos demais, ou demonstrando uma atitude mais positiva, ou mais negativa frente à vida. 3. Aspectos contextuais — entendemos que valorizar os aspectos contextuais não é o mesmo que defender que os estímulos do meioproduzam o jeito de ser dos sujeitos, cada grupo organiza de modo diferente suas experiências de educação e de desenvolvimento. Com isso, percebemos que o ambiente em que ele está inserido, seu contexto social, econômico, cultural, familiar, escolar e até o trabalho são aspectos contextuais extremamente relevantes a serem considerados na análise do processo de desenvolvimento. 64AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 Assim, a compreensão da aplicação dos princípios da Psicologia da Educação no contexto brasileiro demanda uma apreciação histórica dos fenômenos educativos. No Brasil, a Psicologia se formalizou como uma disciplina científica somente na década de 1960, com o estabelecimento dos primeiros cursos de Psicologia. Um aspecto intrigante a ser notado é que, no Brasil, a prática da Psicologia da Educação antecedeu o desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência, um contraste marcante com a trajetória global. Nesse contexto, uma estreita relação entre psicologia e educação se estabeleceu. Estudiosos como Massimi e Guedes (2004) e Antunes (2001) apontam evidências que sugerem a existência de preocupações com aspectos psicológicos e educacionais já desde o período colonial. A gênese do pensamento psicológico no Brasil reflete a contribuição de diversos domínios do conhecimento, todos eles preocupados com temas como as emoções, a educação infantil e o trabalho. A medicina, a teologia e outros campos também desempenharam papéis significativos nesse desenvolvimento. É essencial não negligenciar a influência do contexto sócio-histórico e econômico na moldagem dessa disciplina emergente. Nas fases iniciais, enquanto colônia, o Brasil seguia a lógica e os interesses de Portugal. Conforme reflexões psicológicas começaram a emergir, ocorriam inevitáveis contrastes com as ideias predominantes na metrópole. No século XIX, com o Brasil tornando-se um império, surgiram transformações profundas na sociedade que se refletem igualmente no escopo do pensamento psicológico da época. Durante esse período, a Psicologia floresceu principalmente nas Escolas Normais e nos hospitais psiquiátricos, moldando sua trajetória e aplicação. A interseção entre Psicologia e Educação no Brasil, ao longo desses momentos históricos, delineou um panorama singular que influenciou não apenas a evolução da disciplina, mas também sua relevância na formação educacional e no entendimento do comportamento humano no contexto educativo. O sistema educacional passou por adaptações significativas para alinhar-se ao novo regime governamental, que defende um modelo desenvolvimentista. Esse modelo visava suprir a demanda por mão de obra qualificada para atender às necessidades das empresas multinacionais estabelecidas no país. Durante o período sob o regime militar, a Psicologia da Educação experimentou um notável avanço, concentrando-se predominantemente nas preocupações individuais dos alunos, em detrimento das questões sociais mais amplas. Na década de 1970, o Brasil iniciou um processo de abertura política, marcado por uma mudança gradual no cenário nacional. Nesse contexto, a Psicologia sofreu uma perda de influência e reconhecimento, um fenômeno que também se observou em outras nações. A disciplina enfrentou dificuldades em abordar eficazmente os desafios sociais em evolução, 65AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 abrindo espaço para a ascensão da Sociologia como uma disciplina mais capaz de lidar com essas questões mais amplas e complexas. A Psicologia Educacional representa uma subdisciplina da Psicologia cujo propósito central é decifrar os fenômenos psicológicos que permeiam o âmbito educacional. Dentro deste campo, diversos conceitos essenciais foram estabelecidos, a saber: Aprendizagem: A aprendizagem assume uma posição de destaque no escopo da Psicologia Educacional. Trata-se do processo mediante o qual os indivíduos assimilam novos saberes, competências e princípios por meio da interação com seu ambiente circundante. Desenvolvimento: O progresso humano constitui um conceito central no domínio da Psicologia Educacional. Este se refere às transformações que ocorrem ao longo da vida, abarcando dimensões como o crescimento físico, cognitivo, emocional e social. Ensino: Uma das atividades primordiais no contexto educacional é o ato de ensinar, envolvendo a transferência de conhecimentos, aptidões e valores de professores para estudantes. Avaliação: A avaliação desempenha um papel crucial na Psicologia Educacional, compreendendo a mensuração do desempenho dos estudantes em relação às metas de aprendizagem estipuladas. Esse processo pode se manifestar de várias formas, incluindo exames, trabalhos, observações e retroalimentação. Motivação: A motivação desempenha uma função relevante na aprendizagem, referindo-se ao conjunto de processos psicológicos que incitam os indivíduos a se envolverem em atividades e a persistirem até alcançarem seus objetivos. Comportamento: O comportamento de alunos e educadores no contexto da sala de aula assume um lugar significativo na investigação da Psicologia Educacional. Tal comportamento pode ser observado e analisado para desvendar os processos psicológicos subjacentes à aprendizagem e ao ensino. Intervenção: A Psicologia Educacional também abarca a aplicação de conhecimentos e técnicas para aprimorar o processo educativo. Essas intervenções podem englobar programas de capacitação docente, estratégias para amplificar a motivação dos alunos e abordagens para enfrentar desafios comportamentais em sala de aula. TRANSTORNOS E SINTOMAS QUE PODEM SER IDENTIFICADOS NO PERÍODO ESCOLAR3 TÓPICO 66AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 Explorar a história, os compromissos e as perspectivas da Psicologia Escolar e Educacional equivale a examinar três dimensões essenciais que compõem sua identidade enquanto área de conhecimento interligada a um campo de prática social. A natureza dessa interconexão se manifesta, pelo menos, em duas vertentes: a psicologia educacional como um dos alicerces científicos da educação e da prática pedagógica, e a psicologia escolar como uma modalidade de atuação profissional que encontra seu âmbito de ação no processo educacional, concentrando-se na escola e nas dinâmicas ali estabelecidas. Dada a intrincada complexidade e diversidade dessas questões, a exploração abarca um amplo leque de possibilidades, demandando uma delimitação que envolve a seleção de determinados enfoques em detrimento de outros, que podem ser abordados em ocasiões distintas. Em um escopo mais amplo, poderíamos abordar a Psicologia Escolar e Educacional por meio de suas conexões mais antigas. A Antiga Grécia, entre outras civilizações, constitui uma rica fonte de estudo, uma vez que suas produções filosóficas sintetizam a teoria do conhecimento, conceitos psicológicos e propostas sistemáticas de educação para a juventude, acompanhadas de suas correspondentes práticas pedagógicas. Dentro dessa abordagem, seria possível explorar figuras como Protágoras e os sofistas, Pitágoras e a escola pitagórica, Sócrates e a maiêutica, Platão e a Academia, Aristóteles e o Liceu, entre muitos outros. Da mesma forma, poderíamos examinar o pensamento medieval, período em que filosofia/teologia, educação/pedagogia e ideias psicológicas permanecem profundamente interligadas. A modernidade trouxe consigo uma complexidade que ampliou significativamente o escopo de análise dessas interações, gerando um campo de estudo quase inabarcável, 67AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 que se estende até a contemporaneidade, influenciando suas determinações. Em última instância, podemos afirmar que a relação entre psicologia e educação, especialmente em suas conexões com as teorias do conhecimento, é uma questão intrínseca à própria evolução do pensamento humano,constituindo-se como um campo de estudo complexo e abrangente. No entanto, esta não é a perspectiva a ser tratada aqui, mas reiterar essa ideia é necessário para ressaltar a complexidade e a abrangência inerentes ao foco com o qual abordaremos a Psicologia Escolar e Educacional no contexto brasileiro. A proposta da Escola Nova, um movimento que advogou por mudanças no sistema educacional, colocando o estudante como protagonista no processo de construção do conhecimento, emergiu como uma resposta a esses desafios. A psicologia escolar, por sua vez, desempenha uma função crucial na identificação e tratamento dos transtornos de desenvolvimento infantil. Ao longo da etapa educacional, é possível identificar uma variedade de distúrbios e sintomas em crianças e adolescentes. Dentre os principais transtornos de neurodesenvolvimento que podem ser detectados, destacam-se: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Este transtorno é caracterizado por desafios no controle da atenção, movimento e regulação emocional. Os indícios iniciais podem surgir durante os primeiros passos da criança ou ao longo de seu desenvolvimento escolar. Transtorno do Espectro Autista (TEA): Englobando indivíduos que possuem dificuldades na interação social, na comunicação verbal e na expressão emocional, o TEA pode ser notado nos primeiros anos de vida e persistir ao longo do desenvolvimento. Adicionalmente, a ansiedade é um sintoma comum em crianças e adolescentes, com escolas desempenhando um papel relevante na identificação e tratamento desses casos. Questões relacionadas à saúde mental, tais como violência, apatia e outros distúrbios, também podem afetar jovens, impactando inclusive seu relacionamento com a educação. Os distúrbios do neurodesenvolvimento abrangem modificações nos estágios iniciais do desenvolvimento cerebral, que persistem ao longo da vida. Sua origem remonta ao período gestacional ou à infância, manifestando-se por meio de deficiências na interação social e habilidades de comunicação, as quais afetam o desempenho tanto nas esferas sociais quanto acadêmicas dos indivíduos afetados. Esses impactos podem variar desde limitações resultantes de deficiências intelectuais até perturbações na aprendizagem. Dentre alguns distúrbios que caracterizam essas manifestações, temos: • Depressão: Uma em cada dez crianças, com idades entre 6 e 12 anos, experimenta sentimentos persistentes de tristeza — o símbolo oficial da depressão. Visto que 68AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 as crianças podem ter dificuldade em expressar ou compreender muitos dos sintomas característicos da depressão em adultos, os pais devem estar atentos a certos comportamentos-chave — juntamente com mudanças nos padrões de alimentação e sono — que podem sinalizar a presença de depressão em crianças: ◦ Diminuição abrupta do desempenho escolar; ◦ Perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente apreciadas; ◦ Acessos de raiva, irritabilidade inexplicada ou choros; ◦ Pensamentos sobre morte ou suicídio; ◦ Expressões de medo ou ansiedade; ◦ Comportamento agressivo, recusa em cooperar, atitudes antissociais; ◦ Uso de álcool ou outras substâncias; ◦ Reclamações constantes de dores nos braços, pernas ou estômago, sem causa óbvia. O tratamento é crucial para crianças que enfrentam depressão, permitindo que elas desenvolvam habilidades acadêmicas e sociais. Durante a psicoterapia, as crianças aprendem a expressar seus sentimentos e a desenvolver maneiras de enfrentar sua condição. Algumas crianças também podem responder a antidepressivos, mas o uso desses medicamentos deve ser monitorado de perto. A medicação não deve ser a única abordagem de tratamento, mas sim parte de um plano abrangente. • Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção (THDA): Os traços principais do THDA englobam hiperatividade, impulsividade e uma dificuldade em manter a atenção ou concentração. Esses sintomas principais ocorrem em níveis que causam sofrimento significativo e interferência na capacidade, sendo muito mais severos do que os normalmente encontrados em crianças com idades e estágios de desenvolvimento similares. O THDA afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar. É mais comum em meninos do que em meninas e frequentemente se manifesta antes dos 7 anos, embora o diagnóstico seja mais frequente entre os 8 e 10 anos. Crianças com THDA: ◦ Pensam que é difícil concluir atividades que requerem concentração; ◦ Parecem não escutar o que é dito a elas; ◦ São excessivamente ativas - correndo ou escalando de maneira inadequada, se contorcendo ou pulando de seus assentos; ◦ São facilmente distraídas; ◦ Falam incessantemente, frequentemente respondendo antes que a pergunta seja concluída; 69AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 ◦ Têm dificuldade séria em esperar sua vez em jogos ou grupos. Além disso, crianças com THDA podem apresentar dificuldades de aprendizado específicas, o que pode levar a problemas emocionais resultantes do atraso escolar ou de reprimendas constantes por parte dos adultos, ou de zombarias de outras crianças. Assim, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos, programas educacionais especiais para ajudar a criança a acompanhar academicamente os outros e psicoterapia. Cerca de 70% a 80% das crianças com THDA respondem à medicação, que lhes permite ampliar sua capacidade de atenção, melhorar seu desempenho acadêmico e controlar comportamentos impulsivos. Isso, por sua vez, melhora os relacionamentos das crianças com professores, colegas e pais, aumentando a autoestima. A psicoterapia ajuda as crianças a lidar com seu transtorno e com a reação dos outros a ele. Uma parte crucial da psicoterapia envolve o trabalho do psiquiatra infantil com a criança e seus pais para desenvolver técnicas de manejo comportamental. Diante dos transtornos acima, temos também um transtorno caracterizado com uma grande frequência nas escolas, o transtorno de conduta é um distúrbio comportamental que pode afetar o desempenho escolar e a relação do aluno com o ambiente escolar. Algumas formas de ajudar alunos com transtorno de conduta a se adaptarem ao ambiente escolar incluem: Identificar os sintomas: é importante que a escola esteja atenta aos sinais de transtorno de conduta em seus alunos, como comportamentos agressivos, desafiadores e desrespeitosos em relação às normas e regras sociais. Oferecer suporte emocional: a escola pode oferecer um ambiente acolhedor e seguro para os alunos, permitindo que eles se sintam confortáveis para expressar seus sentimentos e preocupações. Estabelecer limites claros: é importante que a escola estabeleça limites claros e consistentes para os alunos com transtorno de conduta, de modo a ajudá-los a compreender as regras e normas sociais. Promover atividades que estimulem a empatia: a escola pode oferecer atividades que estimulem a empatia e o respeito pelos outros, como projetos sociais e atividades em grupo. Encaminhar para profissionais de saúde mental: em casos mais graves, é importante que a escola encaminhe o aluno para um profissional de saúde mental capacitado para realizar o diagnóstico e o tratamento adequado. É fundamental que a escola esteja preparada para lidar com transtornos de conduta em seus alunos, oferecendo um ambiente acolhedor e seguro e promovendo atividades que estimulem a empatia e o respeito pelos outros. Além disso, é importante que a escola esteja atenta aos sinais de transtorno de conduta em seus alunos e encaminhe para profissionais de saúde mental quando necessário. 70AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 Porém, é crucial reconhecer a importância de abordar e compreender os diversos transtornos que podem afetar crianças e adolescentes no ambiente escolar. A escola desempenha um papel fundamental não apenas na promoção do aprendizado acadêmico, mas também no desenvolvimentoemocional, social e comportamental dos alunos. Sendo que, a identificação precoce e o apoio adequado a estudantes que enfrentam desafios como depressão, transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, ansiedade, fobias, transtorno de conduta e autismo são essenciais para garantir um ambiente educacional inclusivo e saudável. Ao estabelecer um ambiente acolhedor e seguro, promover a empatia, estabelecer limites claros e encaminhar para profissionais de saúde mental quando necessário, as escolas podem desempenhar um papel crucial na mitigação dos impactos negativos desses transtornos. A colaboração entre educadores, profissionais de saúde mental, pais e alunos é fundamental para garantir que todos os estudantes tenham a oportunidade de desenvolver plenamente seu potencial acadêmico e pessoal. É imperativo que a sociedade como um todo reconheça a importância de tratar esses desafios de forma sensível e eficaz, promovendo a conscientização e o entendimento sobre questões de saúde mental desde cedo. A educação não se limita apenas aos aspectos cognitivos, mas também abrange o bem-estar emocional e psicológico dos alunos. Portanto, ao investir na compreensão e no suporte aos transtornos que podem surgir no ambiente escolar, estamos construindo uma base sólida para o crescimento e sucesso futuros de nossas crianças e adolescentes. Confira 7 dicas de como cuidar da saúde mental! 1. Adote uma alimentação saudável; 2. Faça uma terapia com profissional; 3. Invista na qualidade do seu sono; 4. Pratique exercícios físicos; 5. Saiba escolher com quem se relaciona; 6. Pratique o amor-próprio; 7. Tenha um tempo para meditar. EINSTEIN. Como cuidar da saúde mental. Disponível em: https://vidasaudavel.einstein.br/como-cuidar- da-saude-mental/. Acesso em: 4 de outubro de 2023. 71AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 Guia de Carreiras: Entenda porque a Psicologia Infantil é importante! A Psicologia Infantil é um ramo da ciência que trata das questões psíquicas de crianças. Assim, essa especialidade investiga e analisa o comportamento dessa faixa etária. O estudo inclui quesitos de cognição, de percepção, de aflições emocionais, das condições sociais e até mesmo físicas. Um profissional com expertise nessa vertente conseguirá perceber demandas ocultas tanto de crianças quanto de adolescentes. As angústias, embora sejam subjetivas, exercem um papel fundamental na formação dos indivíduos. Por isso, com a Psicologia Infantil, é possível ajudar meninos e meninas a crescerem de uma maneira mais saudável, melhorando a qualidade de vida desse público. Quer saber mais? Então veja neste post como a Psicologia Infantil pode transformar o destino dos pequenos e também servir como uma excelente forma de ascensão profissional. UNYLEYA. Entenda porque a Psicologia Infantil é importante. Disponível em: https://blog.unyleya.edu.br/ guia-de-carreiras/entenda-porque-a-psicologia-infantil-e-importante/. Acesso em: 4 de outubro de 2023. https://blog.unyleya.edu.br/guia-de-carreiras/entenda-porque-a-psicologia-infantil-e-importante/ https://blog.unyleya.edu.br/guia-de-carreiras/entenda-porque-a-psicologia-infantil-e-importante/ 72AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 A psicologia da educação desempenha um papel fundamental no entendimento e aprimoramento dos processos educativos, levando em consideração tanto os aspectos gerais da aprendizagem quanto às particularidades individuais e os desafios que podem surgir, como os transtornos específicos de aprendizagem. Ao longo deste percurso, exploramos como os princípios psicológicos podem ser aplicados para otimizar o ensino e a aprendizagem, considerando as teorias existentes. A Teoria Cognitiva, por exemplo, destacou a importância do processamento da informação e da construção ativa do conhecimento pelo aluno, fornecendo bases sólidas para estratégias pedagógicas que estimulem o pensamento crítico e a resolução de problemas. A Teoria Socioconstrutivista, por sua vez, ressalta a influência do ambiente social e das interações sociais na construção do conhecimento. Essa abordagem reforça a importância de práticas colaborativas, discussões em grupo e atividades práticas, criando ambientes de aprendizagem enriquecedores e estimulantes. Quando se trata de transtornos específicos de aprendizagem, como a dislexia e a discalculia, a psicologia da educação desempenha um papel crucial. Compreender as características desses transtornos e adotar abordagens pedagógicas diferenciadas, como o uso de recursos visuais, estratégias multissensoriais e adaptações curriculares, pode ajudar a superar as dificuldades de aprendizagem e promover o sucesso acadêmico desses alunos. Além disso, a psicologia da educação nos alerta sobre a importância de considerar o desenvolvimento emocional e social dos alunos. A Teoria da Autodeterminação destaca a necessidade de cultivar a autonomia, a competência e a relação social saudável para promover a motivação intrínseca e o bem-estar dos estudantes. Em resumo, a psicologia da educação é uma disciplina que enriquece a prática educativa ao fornecer insights valiosos sobre como os alunos aprendem, como suas emoções afetam o processo de aprendizagem e como os educadores podem criar ambientes propícios para o desenvolvimento holístico dos estudantes, incluindo aqueles com transtornos específicos de aprendizagem. Ao incorporar teorias educacionais sólidas e estratégias adaptativas, a psicologia da educação capacita os educadores a promoverem o potencial máximo de cada indivíduo, tornando a jornada educativa mais inclusiva, envolvente e eficaz. CONSIDERAÇÕES FINAIS 73AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 “Motivação e aprendizagem no contexto escolar” é um texto que explora teorias de motivação na aprendizagem e oferece sugestões práticas para os educadores promoverem um ambiente motivador em sala de aula. Além disso, o texto também menciona a distinção entre motivação extrínseca e intrínseca, onde a motivação extrínseca está relacionada com a busca por recompensas externas, enquanto a motivação intrínseca está relacionada com a satisfação interna e interesse pela tarefa. Para promover um ambiente motivador em sala de aula, o texto sugere algumas práticas, como: • Apontar tarefas interessantes e apropriadas à idade e capacidade dos alunos; • Criar programas de incremento ou promoção da motivação; • Utilizar estímulos reforçadores para ativar ou iniciar comportamentos desejados; • Proporcionar espaços de socialização e recreação que estimulem a motivação. Disponível: http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_03/es_05_03_FR.htm LEITURA COMPLEMENTAR http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_03/es_05_03_FR.htm 74AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DENTRO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOUNIDADE 4 MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO • Título: O lado bom da vida. • Ano: 2012. • Sinopse: Pat Solitano (interpretado por Bradley Cooper) é um homem que, após passar um tempo em uma instituição psiquiátrica, retorna à casa dos pais e tenta reconstruir sua vida. Diagnosticado com transtorno bipolar, Pat luta para manter sua estabilidade emocional e reconquistar sua esposa. Ele encontra uma aliada improvável em Tiffany (interpretada por Jennifer Lawrence), uma mulher igualmente complicada, que propõe uma parceria peculiar. Juntos, eles embarcam em uma jornada de superação, participando de uma competição de dança e lidando com as complexidades dos relacionamentos interpessoais. A comédia dramática aborda temas de amor, superação pessoal e aceitação, oferecendo uma visão sensível e muitas vezes engraçada das nuances do transtorno bipolar e suas ramificações nos laços familiares e sociais. LIVRO • Título: O poder do hábito. • Autor: Charles Duhigg. • Sinopse: o livro explora como os hábitos funcionam e como podemos modificá-los para transformar nossa vida. O autor apresenta exemplos de estudos científicos, históriasreais e pesquisas para ilustrar como os hábitos influenciam nossas ações diárias, tanto pessoais quanto profissionais. • Ano de lançamento: 2012. • Editora: Objetiva. 75 Ao longo desta apostila, exploramos de forma abrangente e interligada os conceitos e conteúdos fundamentais da Psicologia da Educação, com foco nos principais paradigmas psicológicos e suas repercussões na educação. Nossa jornada nos conduziu por uma análise profunda das interações entre a Psicologia e o processo educativo, revelando como as teorias psicológicas influenciam as estratégias pedagógicas, os métodos de ensino e a gestão da sala de aula. A investigação do desenvolvimento humano e da interação social emergiu como elementos cruciais na construção do conhecimento e na formação da subjetividade dos indivíduos em contextos educacionais. Destacamos especialmente a concepção sociointeracionista no ambiente escolar, reconhecendo o papel essencial do professor na promoção do desenvolvimento integral do aluno, com ênfase na importância das interações sociais e emocionais no processo de aprendizagem. Aprofundamos nossa compreensão dos estágios da infância e adolescência, relacionando-os com a contemporaneidade e considerando os desafios e transformações que essas fases do desenvolvimento enfrentam em nossa sociedade em constante evolução. Além disso, enfatizamos o compromisso social tanto da Psicologia quanto da Educação, destacando como essas disciplinas podem contribuir de maneira significativa para a promoção da equidade, inclusão e justiça social no contexto educacional. Reconhecemos a importância de considerar as diversidades culturais e as necessidades individuais dos estudantes, buscando criar ambientes de aprendizagem enriquecedores e significativos. Concluímos, portanto, que a interligação entre a Psicologia e a Educação é essencial para a formação integral dos indivíduos, preparando-os para enfrentar os desafios de uma sociedade diversificada e em constante transformação. Ao entender os paradigmas psicológicos e suas implicações na educação, estamos melhor equipados para moldar práticas pedagógicas eficazes, centradas no desenvolvimento humano, na interação social e na busca por um mundo mais justo e inclusivo. Ao encerrar esta apostila, convidamos você a continuar explorando e aplicando esses conceitos em sua jornada profissional, contribuindo para um ambiente educacional enriquecedor e transformador. A Psicologia e a Educação têm um papel fundamental na construção de um futuro mais promissor para todos os indivíduos e comunidades. Que esta compreensão aprofundada seja um ponto de partida inspirador para suas futuras realizações. CONCLUSÃO GERAL 76 ALMEIDA, S. F. C. Psicanálise e Educação: revendo algumas observações e hipóteses sobre uma (im)possível conexão. In: Lajonquière, L.Kupfer, M. C. (Org.). COLÓQUIO DO LEPSI, v.3, 2002. Anais. São Paulo, 2002. BIRMAN, J. Fobias de impureza. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 9(3), 374-390, 2008. BISI, G. P.; BRAGHIOLLI, E. M.; NICOLETTO, U.; RIZZON, L. A. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 2012. BOCK, A. M.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 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